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OXIGÊNIOTERAPIA HIPERBÁRICA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CUTÂNEAS

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Academic year: 2021

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OXIGÊNIOTERAPIA HIPERBÁRICA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CUTÂNEAS

THAMIZA CARLA COSTA DOS SANTOS1, LETÍCIA MELO DE

OLIVEIRA1, LÉO LINDSAY SOUSA GALVÃO1, FERNANDA

FIGUEIREDO MENDES1, WANESSA PATRÍCIA RODRIGUES DA

SILVA1 E NEUSA MARGARIDA PAULO1

1. Universidade Federal de Goiás

Resumo

A cicatrização é um evento fisiológico complexo que visa a restauração da integridade tecidual. No entanto, fatores locais, extrínsecos e intrínsecos podem prejudicar esse processo, tornando-se um importante desafio a ser superado. A oxigênioterapia hiperbárica é uma terapia complementar que se apresenta em pleno desenvolvimento na medicina veterinária e que tem otimizado o processo cicatricial por meio da estimulação de diferentes mecanismos.

Palavras-chave: Ferida, oxigênio, terapia, cicatrização.

HYPERBARIC OXYGEN THERAPY IN WOUND HEALING SKIN

Abstract

Wound healing is a complex physiological event aimed at the restoration of tissue integrity. However, local and intrinsic factors can hinder the process, becoming an important challenge to be overcome. Hyperbaric oxygen therapy is a complementary therapy that is presented in full development in veterinary medicine and which have the optimized icatricial process through stimulation of different mechanisms.

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Key words:Wound, oxygen, therapy, healing. Introdução

A cicatrização é um evento fisiológico complexo que envolve a interação de vários tipos celulares, citocinas, fatores de crescimento, mediadores, matriz extracelular. Entretanto, fatores locais, extrínsecos e intrínsecos, podem influenciar negativamente o reparo cicatricial, constituindo um desafio a ser superado. Sabendo-se que são altos os custos oriundos com o tratamento de feridas complicadas, que é relevante o número de animais atendidos com lesões na pele e nos tecidos adjacentes e que a abordagem terapêutica tradicional tem obtido sucesso limitado, tem-se sugerido benéfico o emprego de tratamentos adjuvantes no processo de cicatrização de feridas, visto que proporcionam redução nas despesas e no tempo de reparação tecidual (Li et al., 2007; Pavletic, 2010; Goldberg e Diegelmann, 2012; Mills, 2012).

A oxigênioterapia hiperbárica (OTHB) é uma terapia complementar que nos últimos 40 anos tem sido empregada no tratamento de várias afecções. Na medicina veterinária a OTHB encontra-se em pleno desenvolvimento e as pesquisas realizadas revelaram que seu emprego otimizou a cicatrização por meio da estimulação da angiogênese, da proliferação celular, da deposição de colágeno e da formação do tecido de granulação (Fernandes, 2009; Goldstein, 2013).

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O oxigênio desempenha um papel chave na cicatrização de feridas e para que haja a correta restauração da função e integridade dos tecidos é fundamental o seu adequado fornecimento. Portanto, a vasoconstrição, hipotensão e congestão venosa periférica retardam ou impedem a reparação da ferida (Sheikh et al, 2005; Kuffler, 2011). Diante disso, pesquisas realizadas em animais com feridas têm mostrado relação benéfica entre o emprego da OTHB e a otimização do reparo tecidual.

A OTHB é um tratamento complementar, seguro e com poucos efeitos adversos, que consiste na administração de oxigênio a 100%, via sistema respiratório, em meio hiperbárico. Essa elevação na pressão é obtida dentro de uma câmara estanque que permite a pressurização e consequentemente, a elevação gradual da fração de oxigênio inspirado (Fio2) à medida que a pressão atmosférica aumenta. O crescimento da

concentração de moléculas de oxigênio nos alvéolos acarreta o acréscimo da pressão parcial de oxigênio alveolar (PAO2), amplia a

quantidade de oxigênio disponível para difusão nos capilares pulmonares e cria um gradiente de pressão que intensifica a difusão de oxigênio do sangue para o endotélio vascular, espaço intersticial e compartimento celular (Braswell e Crowe, 2012). É indicada para o tratamento de afecções causadas, agravadas ou perpetuadas pela hipóxia ou bolhas gasosas, tais como acidente descompressivo, embolia gasosa vascular, síndrome de reperfusão pós-procedimento vascular, síndrome compartimental, lesões induzidas pela exposição prévia a radiações ionizantes, queimaduras, necrose dos tecidos moles, feridas crônicas, lesões por esmagamento e inviabilização de enxertos e retalhos músculo-cutâneos (Sousa, 2007; Fernandes, 2009).

Os benefícios obtidos pela OTHB proporcionam aos usuários a recuperação de um estado de hipóxia e auxilia a cicatrização por meio

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da estimulação da angiogênese e formação do tecido de granulação no leito da ferida. Além disso, promove a proliferação celular, a agilidade na deposição de colágeno, interfere na propagação de doenças bacterianas pela desnaturação de toxinas. Aumenta a quantidade de agentes eliminadores de radicais livres e diminui a adesão neutrofílica à microvasos, inibindo assim, danos endoteliais e falha microcirculatória associados com a injúria isquemia-reperfusão. Reduz o edema por meio da vasoconstrição, estimula a fagocitose e a mobilização de células troncos (Slovis, 2008; Edwards, 2010).

O protocolo de OTHB adotado em animais depende do diagnóstico. No entanto, cada sessão deverá ter a duração de 90 a 120 minutos e poderá ser realizada diariamente ou em intervalos inferiores a 24 horas. As contraindicações para uso em animais são estabelecidas a partir da experiência em humanos. As infecções do sistema respiratório superior, asmas, histórico de pneumotórax espontâneo e gestação apresentam contraindicação relativa. Quadro de pneumomediastino e pneumotórax não tratados, pacientes com risco de aspiração, animais sob ventilação mecânica ou que utilizam marcapasso têm contraindicação absoluta (Braswell e Crowe, 2012; Goldstein, 2013).

Conclusão

A OTHB proporciona ao paciente melhoria na qualidade de vida, considerável redução no tempo e nos gastos com medicamentos e curativos diários. No entanto, o principal obstáculo para a prescrição dessa técnica à animais é a dificuldade de aquisição das câmaras hiperbáricas pelos hospitais veterinários devido ao custo elevado do equipamento.

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Referências

BRASWELL, C.; CROWE, D. T. Hyperbaric oxygen therapy.

Compendium: Continuing Education for Veterinarians, v. 34, n. 3, p.

E5-6, 2012.

EDWARDS, M. L. Hyperbaric oxygen therapy. Part 1: history and principles. Veterinary Emergency and Critical Care Society, v. 20, n. 3, p. 284-8, 2010.

FERNANDES, T. D. F. Medicina Hiperbárica. Acta médica portuguesa, v. 22, p. 323-34, 2009.

GOLDBERG, S. R.; DIEGELMANN, R. F. Wound healing primer. Critical

Care Nursing Clinics of North America, v. 24, n. 2, p. 165-78, 2012.

GOLDSTEIN, L. J. Hyperbaric oxygen for chronic wounds.

Dermatologic Therapy, v. 26, p. 207-14, 2013.

KUFFLER, D. P. The role of hyperbaric oxygen therapy in enhancing the rate of wound healing with a focus on axon regeneration. Puerto Rico

Health Sciences Journal,v. 30, n. 1, p. 35-42, 2011.

LI, J.; CHEN, J.; KIRSNER, R. Pathophysiology of acute wound healing.

Clinics in Dermatology, v.25, n. 1, p. 9-18, 2007.

MILLS, B. J. Wound healing: the evidence for hyperbaric oxygen therapy. British Journal of Nursing,v. 21, n. 20, p. 28-34, 2012.

PAVLETIC, M. M. Atlas of Small Animal Wound Management and

Reconstructive Surgery. 3 ed. Massachusetts: Wiley-Blackwell, 2010.

697 p.

SLOVIS, N. Review of Equine Hyperbaric Medicine. Journal of Equine

Veterinary Science, n. 28, v. 12, p. 760-7, 2008.

SOUSA, J. G. A. Oxigenoterapia hiperbárica (OTHB). Perspectiva histórica, efeitos fisiológicos e aplicações clínicas. Medicina Interna, v.14, p. 219-27, 2007.

SHEIKH, A. Y.; ROLLINS, M. D.; HOPF, H. W. et al. Hyperoxia improves microvascular perfusion in a murine wound model. Wound Repair and

Referências

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