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CONSTRUÇÃO DE UM PROCEDIMENTO PARA AVALIAÇÃO DA LUCRATIVIDADE E PRODUTIVIDADE DE LIGAS DE ALUMÍNIO RECICLADO

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ANTÃO RODRIGO VALENTIM

CONSTRUÇÃO DE UM PROCEDIMENTO PARA AVALIAÇÃO DA

LUCRATIVIDADE E PRODUTIVIDADE DE LIGAS DE ALUMÍNIO

RECICLADO

DISSERTAÇÃO

PONTA GROSSA 2011

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CONSTRUÇÃO DE UM PROCEDIMENTO PARA AVALIAÇÃO DA

LUCRATIVIDADE E PRODUTIVIDADE DE LIGAS DE ALUMÍNIO

RECICLADO

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de Concentração: Produção e Manutenção.

Orientador: Prof. Dr. Ivanir Luiz de Oliveira.

PONTA GROSSA 2011

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A minha amada esposa, Edwiges, que esteve ao meu lado me apoiando com sua compreensão e dedicação. Ao meu pequeno e amado filho Gabriel, pela paciência que teve e pela força que me dá para que eu possa ser a cada dia um homem melhor.

Em especial à minha mãe, Maria Conceição, pela vitória sobre um câncer e uma pneumonia, durante o decorrer do ano de 2010.

À minha família, pai, mãe e irmã, por tudo que fizeram para meu crescimento pessoal e profissional. Pelo apoio prestado nos primeiros passos de minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por todas as bênçãos derramadas em minha vida até o dia de hoje. Por ter sido meu refúgio nos momentos de dificuldades e minha fortaleza para vencer mais esse desafio.

Aos meus amigos, de modo geral, que compreenderam esse momento da minha vida e respeitaram minha ausência quando se fez necessário.

Ao meu orientador, professor Doutor Ivanir Luiz de Oliveira, pela paciência, companheirismo e ajuda durante a execução desse trabalho.

Aos meus companheiros de trabalho do IFPR, pela motivação para realização do trabalho, bem como pelos esforços para disponibilizar horários para realização deste.

À UTFPR, em especial aos professores que compõem a Coordenação de Mecânica, responsáveis por minha formação média e superior. Aos mesmos, posteriormente pelo apoio, como companheiros de trabalho, os quais me acolheram e ajudaram no início da minha caminhada como docente. Ao Hotel de Projetos, nas pessoas dos professores Luis Maurício, Magda e Eliane.

À Fundação Araucária, pelos recursos disponibilizados para execução desse trabalho.

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RESUMO

VALENTIM, Antão Rodrigo. Construção de um procedimento para avaliação da lucratividade e produtividade de ligas de alumínio reciclado. 2011. 120 f.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2011.

O alumínio e suas ligas vêm ganhando espaço nos diversos seguimentos da indústria. Isso ocorre devido as suas características físicas e químicas, que possibilitam seu uso nas mais diversas aplicações. Mesmo o alumínio, tendo excelente reciclabilidade, com vantagens em relação ao processo primário, os índices de reciclagem deste material ainda são baixos. Isso é visível pelos baixos índices de reciclagem alcançados, principalmente pelos produtos produzidos pelo setor de embalagens, que possuem um baixo ciclo de vida e geralmente empregam o alumínio laminado com pequena espessura (folhas de alumínio). Um fator que influencia diretamente nos custos de produção das ligas secundárias são os preços das sucatas, que não seguem padrões de mercado, mas são impostos por grandes centrais de reciclagem ou por atores intermediários (sucateiros), que inflacionam o mercado. Desta forma, pequenas empresas que reciclam sucatas de alumínio produzidas localmente enfrentam a concorrência das grandes centrais de reciclagem e das grandes empresas produtoras de alumínio primário, precisando, assim, buscar alternativas para conseguirem melhores resultados financeiros e de produção. Neste sentido, um estudo que proponha um procedimento para avaliação do processo de produção de ligas de alumínio secundário faz-se necessário. O presente estudo buscou entender o mercado de alumínio, de forma regional, analisando a lucratividade e a produtividade alcançada na produção de ligas de alumínio secundário requeridas. Utilizaram-se as sucatas disponíveis na região de estudo para produção ligas, por meio de uma escala piloto. Foram realizadas 669 corridas que produziram 9 padrões de ligas comercias diferentes, num total de 32,9 toneladas de ligas sob a forma de lingotes. Para a produção, levantou-se: a demanda, a necessidade regional de ligas e a disponibilidade das sucatas para produção das ligas demandadas. O estudo apontou que o uso de folhas finas, material alternativo de baixo valor percebido pelo mercado de sucata, aumenta os índices de produtividade e a lucratividade na produção de ligas de alumínio secundário. Por outro lado, grupos de sucatas valorizados no mercado regional apresentaram tendência em diminuir a lucratividade e produtividade pela sua adição nas cargas.

Palavras-chave: Reciclagem de alumínio. Produtividade. Lucratividade. Forno elétrico à indução. Folhas de alumínio.

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ABSTRACT

VALENTIM, Antão Rodrigo. Construction of a procedure for evaluating the

profitability and productivity of recycled aluminum alloy. 2011. 120 f. Dissertation (Master in Production Engineering) – Graduate Program in Production Engineering, Federal Technological University of Paraná. Ponta Grossa, 2011.

The aluminum and its alloys are gaining space in the various segments of the industry. This is due to its physical and chemical characteristics that allow its use in several applications. Even the aluminum, with excellent recyclability, with advantages over the primary process, the rates of recycling of this material are still low. This is visible by the low levels of recycling achieved, especially for products produced by the packaging industry, which have a low life cycle and typically employ aluminum laminated with thin sheets (aluminum). One factor that directly influences the production costs of the minor leagues are the prices of scrap that do not follow industry standards, but are imposed by large recycling plants or by intermediary actors that inflate the market (scrap). Thus, small companies looking for recycle aluminum scrap locally produced face competition from large recycling plants and the major producers of primary aluminum, so need to find alternatives to achieve better financial results and production. In this regard, a study to propose a procedure to evaluate the production of secondary aluminum alloys it is necessary. This study sought to understand the market for aluminum, regionally, analyzing the profitability and productivity achieved in the production of secondary aluminum alloys required. We used the scraps available in the study region to produce alloys by means of a pilot scale. 669 races were held that produced nine different patterns of commercial alloys, a total of 32.9 tons of alloys in the form of ingots. For production, rose: the demand, the need for regional availability of scrap and alloys to produce alloys of defendants. The study found that the use of thin sheets, alternative materials, low perceived value by the market of scrap, increases productivity levels and profitability in the production of secondary aluminum alloys. On the other hand, groups of scrap valued in the regional market, tended to reduce profitability and productivity through its addition of loads.

Keywords: Recycling aluminum. Productivity. Profiatability. Electric induction furnace. Aluminum foils.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ciclo da reciclagem do alumínio... 27

Figura 2 - Fluxo de operação industrial do alumínio secundário. ... 31

Figura 3 - Fluxo de processo e comparativo entre centrais de reciclagem por refusão e refinaria. ... 32

Figura 4 – Forno rotativo horizontal em corte. ... 35

Figura 5 - Diagrama de equilíbrio da mistura NaCl/KCl. ... 35

Figura 6 - Forno TRF. ... 37

Figura 7 – Geometria e inclinação do forno TRF. ... 38

Figura 8 - Forno URTF. ... 39

Figura 9 - Forno Side-well com sistema LOTTUS. ... 40

Figura 10 – Forno a Plasma IPT. ... 41

Figura 11 - Perda na fusão em função da espessura do material. ... 46

Figura 12 - Perda de metal em função da espessura da sucata e sua composição. ... 47

Figura 13 – Relações entre as etapas do estudo. ... 53

Figura 14 – Fluxo do processo de reciclagem utilizado na pesquisa ... 58

Figura 15 – Grupo alumínio duro ... 59

Figura 16 – Grupo perfil. ... 59

Figura 17 – Grupo alumínio mole ... 60

Figura 18 – Grupo panela... 60

Figura 19 – Grupo folha. ... 60

Figura 20 – Grupo lata. ... 60

Figura 21 – Lingotes produzidos durante a pesquisa. ... 62

Figura 22 - Layout da produção em escala piloto, com ilustração do fluxo de produção. ... 62

Figura 23 - Amostra de alumínio já analisada pelo espectrômetro. ... 64

Figura 24 – Lingotamento da liga de alumínio... 65

Figura 25 – Alimentação do forno à indução com um fardo de folhas de alumínio. ... 67

Figura 26 – Detalhe da alimentação do fardo de folhas de alumínio. ... 67

Figura 27 – Gráfico comparativo de linhas de tendências entre os diversos grupos de sucata e a produtividade. ... 73

(10)

Figura 28 – Gráfico comparativo de linhas de tendências entre os diversos grupos de

vsucata e a lucratividade. ... 77

Figura 29 – Rendimento obtido para as diversas corridas. ... 81

Figura 30 – Comparação entre o resultado do presente trabalho, em forno à indução (folha), com o obtido em outras pesquisas e com fornos e sucatas diferentes. ... 81

Figura 31- Gráfico porcentagem de folha de alumínio versus produtividade. ... 109

Figura 32- Gráfico porcentagem de lata versus produtividade. ... 109

Figura 33- Gráfico porcentagem de panela versus produtividade. ... 110

Figura 34- Gráfico porcentagem de alumínio mole versus produtividade. ... 110

Figura 35- Gráfico porcentagem de perfil versus produtividade. ... 111

Figura 36- Gráfico porcentagem de alumínio duro versus produtividade. ... 111

Figura 37- Gráfico porcentagem de folha de alumínio versus lucratividadde. ... 116

Figura 38- Gráfico porcentagem de lata versus lucratividade. ... 116

Figura 39- Gráfico porcentagem de panela versus lucratividade. ... 117

Figura 40- Gráfico porcentagem de alumínio mole versus lucratividade. ... 117

Figura 41- Gráfico porcentagem de perfil versus lucratividade. ... 118

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Propriedades físicas do elemento químico alumínio. ... 21

Tabela 2 – Composição química da folha de alumínio. ... 65

Tabela 3 – Resumo dos resultados de regressão. ... 75

Tabela 4 – Comparativo entre os resultados de r por grupo de sucatas versus produtividade e valores de r críticos de Pearson. ... 75

Tabela 5 – Comparativo entre os resultados de r por grupo de sucatas versus lucratividade e valores de r críticos de Pearson. ... 79

Tabela 6 – Tabela de frequência folha de alumínio versus produtividade. ... 106

Tabela 7 – Tabela de frequência lata versus produtividade. ... 106

Tabela 8 – Tabela de frequência panela versus produtividade. ... 106

Tabela 9 – Tabela de frequência alumínio mole versus produtividade. ... 107

Tabela 10 – Tabela de frequência perfil versus produtividade. ... 107

Tabela 11 – Tabela de frequência alumínio duro versus produtividade. ... 107

Tabela 12 – Tabela de frequência folha de alumínio versus lucratividade. ... 113

Tabela 13 – Tabela de frequência lata versus lucratividade. ... 113

Tabela 14 – Tabela de frequência panela versus lucratividade. ... 113

Tabela 15 – Tabela de frequência alumínio mole versus lucratividade. ... 114

Tabela 16 – Tabela de frequência perfil versus lucratividade. ... 114

Tabela 17 – Tabela de frequência alumínio duro versus lucratividade. ... 114

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Número de plantas de reciclagem de alumínio nos diversos continentes. .. 26

Quadro 2 – Classificação de sucatas de alumínio. ... 28

Quadro 3 – Classificação de sucatas de alumínio. ... 29

Quadro 4 – Classificação da ação dos fluoretos e cloretos utilizados junto ao fluxo salino. ... 36

Quadro 5 – Resumo de características dos equipamentos de fusão. ... 44

Quadro 6 – Fornecedores de sucatas participantes do projeto. ... 55

Quadro 7 – Consumidores de ligas de alumínio na região de estudo. ... 56

Quadro 8 – Classificação de laminados em folhas. ... 66

Quadro 9 – Sucatas fornecidas pelo mercado local. ... 69

Quadro 10 – Principais fornecedores de sucatas de alumínio, sucatas processadas e respectiva classificação. ... 70

Quadro 11 – Principais consumidores locais de ligas de alumínio. ... 70

Quadro 12 – Principais ligas consumidas na região de estudo. ... 71

Quadro 13 – Ficha de controle de entrada de sucatas ... 94

Quadro 14 – Ficha para coleta das ligas consumidas por consumidor. ... 94

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABAL - Associação Brasileira do Alumínio

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRALATAS - Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos

Especiais

EAFA - European Aluminium Foil Association EMP - Electromagnetic Pumping

GLP - Gás Liquefeito de Petróleo IAI - International Aluminium Institute

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas

ISRI - Institute of Scrap Recycling Industries LME - London Metal Exchange

NBR - Norma Brasileira PmaisL - Produção mais Limpa

SAE - Society of Automobile Engineers TRF - Tiliting Rotary Furnace

URTF - Universal Rotary Titable Furnace RSU - Resíduo Sólido Urbano

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 CONTEXTULIZAÇÃO ... 15 1.2 TEMA ... 16 1.3 OBJETIVOS ... 16 1.3.1 Objetivo Geral ... 16 1.3.2 Objetivos Específicos... 16 1.4 JUSTIFICATIVA ... 17 1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA ... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 19 2.1 O ALUMÍNIO ... 19 2.2 CARACTERÍSTICA DO ALUMÍNIO ... 20

2.3 VALOR MONETÁRIO DO ALUMÍNIO ... 21

2.4 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ... 22

2.5 A RECICLAGEM DO ALUMÍNIO ... 24

2.5.1 O Ciclo da Reciclagem do Alumínio ... 26

2.5.1.1 A coleta da sucata de alumínio ... 27

2.5.1.2 O processo de reciclagem do alumínio ... 31

2.5.1.3 Tecnologias aplicadas à fusão da sucata de alumínio ... 33

2.6 ESCÓRIA DO ALUMÍNIO ... 45

2.6.1 Mecanismos de Formação da Escória ... 45

2.7 PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE RECICLAGEM DE ALUMÍNIO ... 48 2.7.1 Produtividade ... 48 2.7.2 Lucratividade ... 49 3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 52 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 52 3.2 PROCEDIMENTO DA PESQUISA ... 53 3.2.1 Realização da Pesquisa ... 54 3.2.2 Coleta de Dados ... 54 3.2.2.1 Reconhecimento do mercado ... 54

3.2.2.2 Produção de ligas comerciais de alumínio secundário ... 57

3.2.3 Tabulação de Dados ... 59

3.2.4 Análise dos Dados ... 61

3.2.5 Procedimento Experimental ... 61

3.2.5.1 Procedimento para avaliação da produção de ligas de alumínio com folhas ... 65

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 68

4.1 RECONHECIMENTO DO MERCADO ... 68

4.2 PRODUÇÃO DE LIGAS COMERCIAIS DE ALUMÍNIO SECUNDÁRIO ... 71

4.2.1 Análise da Produtividade na Fabricação de Ligas Comerciais de Alumínio Secundário ... 72

4.2.1.1 Validação estatística dos dados de produtividade ... 74

4.2.2 Análise da Lucratividade na Fabricação de Ligas Comerciais de Alumínio Secundário ... 76

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4.3 INFLUÊNCIA DAS FOLHAS DE ALUMÍNIO SOBRE A PRODUTIVIDADE ... 80

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 83

6 SUGESTÕES PARA TABALHOS FUTUROS ... 86

REFERÊNCIAS ... 87

APÊNDICE A – Formulário de coleta de dados ... 93

APÊNDICE B – Tabulação dos dados. ... 96

APÊNDICE C – Planilha para elaboração e correção das ligas de alumínio. ... 98

APÊNDICE D – Composição química das principais ligas produzidas. ... 101

APÊNDICE E – Classificação das sucatas utilizadas na pesquisa. ... 103

APÊNDICE F – Tabela de freqüência para os diversos grupos de sucatas versus produtividade. ... 105

APÊNDICE G – Gráficos - Percentual de sucatas versus produtividade. ... 108

APÊNDICE H – Tabelas de freqüência para diversas sucatas versus lucratividade ... ... ...112

APÊNDICE I – Gráficos - Porcentagem de sucatas versus lucratividade ... 115

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTULIZAÇÃO

O alumínio é o metal não-ferroso mais consumido no mundo. Sua produção mundial em 2007 foi de aproximadamente 38 milhões de toneladas. Para o mesmo ano, a produção mundial de alumínio secundário (reciclado) foi de aproximadamente 18 milhões de toneladas. (IAI, 2009a).

Estima-se que, para o ano de 2020 o consumo de alumínio seja de 70 milhões de toneladas, sendo que 30 milhões de toneladas proverão da reciclagem. Segundo Bertram, no ano de 2004 existiam no mundo 1200 plantas de reciclagem de alumínio e 200 plantas de alumínio primário (BERTRAM, 2008).

No Brasil, a reciclagem do alumínio tem início com a própria implantação da sua indústria na década de 20. Naquela época, a matéria prima utilizada na fabricação de utensílios eram sucatas importadas de diversos países. Atualmente, o Brasil é lider mundial na reciclagem de latas de alumínio, reciclando aproximadamente 198,8 mil toneladas. Isso corresponde a um índice de 98,2% do total de latas produzidas no país. Apesar do alto índice da reciclagem de latas, no mundo somente 31,1% do alumínio consumido em produtos domésticos é reciclado (ABAL, 2011a).

Estabelecer as latas como único indicador da reciclagem de alumínio não corresponde à realidade dos diversos produtos fabricados com este metal. Muitos produtos fabricados em alumínio são de difícil reciclagem. Isto ocorre devido a grande afinidade deste metal com o oxigênio o que leva a uma baixa produtividade durante o processo de fusão. Um exemplo desses produtos são os laminados finos ou folhas de alumínio (aluminium foil). Tal fato poderia explicar, em parte, os baixos índices de reciclagem desses produtos.

Neste sentido, o aumento da recuperação do alumínio metálico dos resíduos sólidos passa pela busca de novas técnicas aliadas a estudos de produtividade e lucratividade, hoje carentes na literatura.

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O presente estudo realizou pesquisa sobre a recuperação de alumínio de sucatas e a aplicação da folha de alumínio na fabricação de ligas, em forno elétrico à indução. Adicionalmente, estudou-se o mercado local da reciclagem e aprofundou-se no estudo sobre a produtividade e lucratividade na produção de ligas comerciais de alumínio.

1.2 TEMA

O tema da presente pesquisa é a o estudo da produtividade e lucratividade na produção de ligas comerciais de alumínio secundário (reciclado).

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Construir um procedimento para avaliar a influência das matérias primas sobre a produtividade e a lucratividade de ligas recicladas de alumínio secundárias.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Avaliar a influência regional do mercado de sucatas, e da demanda de ligas de alumínio, sobre a lucratividade e produtividade de ligas de alumínio secundário;  Avaliar a produtividade e lucratividade na produção de ligas comerciais de alumínio a

partir de sucatas;

 Analisar os efeitos da incorporação de sucata de alumínio não convencionais na produção de ligas em forno elétrico à indução.

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1.4 JUSTIFICATIVA

O alumínio secundário (reciclado) possui diversas fontes geradoras, tais como: sobras de processos industriais; pós-venda; pós-consumo doméstico, veicular e agrícola. A variedade e a quantidade de produtos de alumínio disponível numa região podem indicar uma grande variedade de composições químicas, contaminantes e formatos físicos que influenciam o seu processamento em ligas normatizadas.

A média mundial de recuperação de alumínio foi de 33,5% para o ano de 2008. O Brasil, apesar de ficar com um índice acima da média mundial, ocupava a sétima posição, com um índice de recuperação do alumínio de 36,6%, atrás de Estados Unidos (39%), Coréia do Sul (39,5%), Itália (39,6%), Espanha (41,2%) e Reino Unido (59,5%), sendo este líder mundial da reciclagem de alumínio (ABAL, 2010b).

Uma explicação para o baixo índice de reciclagem da sucata de alumínio é o longo ciclo de vida de alguns produtos que demoram a voltar para o ciclo da reciclagem. Por outro lado, o setor de embalagens é um grande consumidor de alumínio e fabrica produtos com ciclo de vida de apenas alguns dias. Segundo a Noviles (2011), no Brasil, por exemplo, a lata de alumínio possui um ciclo de vida médio de apenas 30 dias.

Segundo a European Aluminium Foil Association - EAFA (2010), 75% das folhas de alumínio produzidas na Europa são utilizadas na indústria de embalagens. Sendo que em 2008, foram recuperados 45% do alumínio em folhas. Segundo Datamark (2011), no Brasil, no ano de 2008 foram produzidas 256 mil toneladas de embalagens em alumínio

Um fator que contribui para o baixo índice de recuperação das folhas de alumínio é forma com que estas são colocadas no mercado. As folhas de alumínio, principalmente no setor de embalagens, chegam ao mercado nas formas: (I) separada; (II) agregada em camadas com plástico; (III) agregada em camadas com papel; (IV) agregada em camadas com plástico e papel. Outro fator é a baixa produtividade alcançada na recuperação das folhas de alumínio durante fusão em fornos convencionais.

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O mercado de ligas de alumínio é constituído por grandes empresas produtoras de alumínio primário e de grandes e pequenas empresas recicladoras de alumínio. As grandes empresas produtoras de alumínio primário formam o preço de suas ligas com base na Bolsa de Mercadorias de Londres (LME). Por sua vez, as empresas recicladoras de alumínio seguem os preços estabelecidos por essas, mantendo os preços de suas ligas abaixo aos determinados. Pequenas empresas recicladoras, muitas vezes, não conseguem acompanhar os preços praticados pelas grandes empresas do setor. Neste sentido, a logística e disponibilidade de matérias primas são determinantes na sustentabilidade dessas empresas.

Existem múltiplos fatores que determinam a sustentabilidade de uma empresa recicladora de alumínio que estão associados a aspectos mercadológicos e a aspectos técnicos que ainda necessitam ser estudados.

1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA

A presente pesquisa está estrutura em seis capítulos. No capítulo 1 será realizada a apresentação sobre o assunto tratado, bem como, os objetivos do estudo e sua justificativa.

No capítulo 2 será apresentado o referencial teórico sobre o alumínio, suas características físicas e químicas, seu mercado, reciclabilidade e perdas de produtividade e formação de escórias. Revisar-se-á também as tecnologias de fusão com foco nos equipamentos utilizados.

No capítulo 3 será apresenta a metodologia utilizada na pesquisa, procedimento de coleta de dados, tabulação e ferramentas utilizadas para interpretação destes.

O capítulo 4 mostrará os resultados obtidos e discussões realizadas.

Por fim, no capítulo 5 serão apresentadas as conclusões e no capítulo 6 sugestões para trabalhos futuros.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O ALUMÍNIO

Segundo a ABAL (2010c), a produção de alumínio primário no Brasil, em 2010, foi de 1.536,2 mil toneladas. Segundo o International Aluminium Institute IAI (2011c), a produção mundial de alumínio primário para o mesmo período foi de 24.290 mil toneladas.

O alumínio é o terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre, atrás do oxigênio e silício. Sua concentração na crosta terrestre continental é de 8%. Na formação do planeta, os metais pesados como o ferro se concentraram no centro, enquanto elementos como o magnésio e o alumínio formaram a parte externa da crosta terrestre. O alumínio reagiu com o silício e o oxigênio, formando compostos químicos básicos para maioria das rochas do planeta (SCHMITZ, 2007, p.2). O alumínio está presente na natureza na forma de óxido de alumínio. A bauxita é o principal minério utilizado na produção do alumínio, contendo 35% a 55% de óxido de alumínio.

O valor unitário do alumínio, no início de sua produção, era muito caro se comparado a outros metais. Porém, no ano de 1965, ele tornou-se mais barato que o cobre, o que ajudou o crescimento da indústria do alumínio. No setor elétrico, ele compete diretamente com o cobre, apesar de sua menor condutibilidade elétrica, acaba sendo compensado pelo seu baixo peso, tornando-o interessante para aplicação em linhas de transmissão elétrica. Como material de engenharia, destaca-se por suas propriedades físicas e químicas, e sua resistência à corrosão devido à formação intrínseca de uma camada protetora de óxido (HABASHI, 2003, p. 3).

Segundo ABAL (2010f), os principais setores da indústria que consomem o alumínio e suas ligas são:

● Embalagens;

● Automotivo e Transportes; ● Construção civil;

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● Eletricidade;

● Máquinas e equipamentos; ● Outros setores.

Em outros setores, estão às indústrias que consomem o alumínio moído ou fundido e atomizado, que pode ser transformado em pasta ou utilizado como matéria-prima na indústria química como: ferro-liga, mineração, explosivos, refratários, pigmentos; também como combustível sólido para foguetes. Na indústria farmacêutica é aplicado na fabricação de medicamentos antiácidos em que aparece na forma de hidróxidos e cloridróxidos de alumínio.

2.2 CARACTERÍSTICA DO ALUMÍNIO

A superfície do alumínio é altamente reflexiva. A energia radiante, a luz visível, ao calor radiante e as ondas eletromagnéticas são eficientemente refletidas. O alumínio apresenta alto grau de condutibilidade elétrica, que aliado a sua propriedade mecânica é aplicado em linhas de transmissões de alta tensão. Sua condutibilidade térmica o torna interessante para aplicação em trocadores de calor, evaporadores, cabeçotes e pistões de motores de automóveis.

O alumínio não é ferromagnético, o que o torna interessante para aplicação na indústria de eletroeletrônico. Por ser atóxico é utilizado na indústria de embalagens. Por possuir boa aparência superficial brilhante, ou ainda, por poder receber tratamento superficial de anodização, que confere cores e texturas diferente ao alumínio, fazendo com que este tenha aplicações decorativas e estruturais (DAVIS, 1993, p. 3)

O alumínio, na maioria das vezes, está ligado com outros materiais formando ligas. Quando o alumínio fundido possui elementos de liga, ao se resfriar, solidificando-se, alguns dos elementos de liga podem ser retidos em solução sólida. Isso faz com que a estrutura atômica do metal se torne mais rígida.

A principal função dos elementos de ligas é aumentar a resistência mecânica sem prejudicar as outras propriedades. Assim, novas ligas têm sido desenvolvidas

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combinando as propriedades adequadas à aplicações específicas. A tabela 1 apresenta as propriedades físicas e químicas do alumínio. (BRESCIANE, 1997 p 25.).

Tabela 1 – Propriedades físicas do elemento químico alumínio.

Número atômico 13

Massa atômica 26,98

Densidade 2,7 Mg/m3 (20°C)

Ponto de fusão 660 °C

Calor específico 400 J/kg.K (25°C)

Calor latente de fusão 397 kJ/kg

Condutibilidade térmica 247 W/m.K (25°C)

Resistividade elétrica (volumétrica) 26,55 nΩ.m (20°C) Condutibilidade elétrica 64,94 % IACS

Estrutura cristalina CFC

Fonte: Bresciane (1997).

2.3 VALOR MONETÁRIO DO ALUMÍNIO

Por ser uma commodittie, o alumínio tem seu valor monetário estabelecido com base na relação oferta-demanda e outros fatores conjunturais. O preço de venda das ligas de alumínio é ditado pelas grandes empresas que produzem o alumínio primário, estas utilizam como referência a cotação do metal na LME (London Metal Exchange). No Brasil, esta é utilizada como referência desde 1990, quando o preço do metal foi liberado do controle governamental (LOUREIRO FILHO, 2006).

A formação do preço de venda do alumínio e suas ligas, pelas grandes empresas do setor, é algo particular. As margens de lucro com que elas trabalham e os custos levados em consideração, entre outros fatores, são difíceis de serem definidos.

Empresas que produzem ligas de alumínio secundário têm como referência os preços praticados pelas empresas produtoras de alumínio primário. O problema ocorre quando os custos e margens esperadas pelas empresas recicladoras ultrapassam o preço de venda praticado pelas grandes empresas. Isso faz com que as empresas recicladoras deixem de ser competitivas.

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2.4 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Gro Harlem Brudtland, em sua contribuição no Prefácio da Presidente, do “Relatório Nosso Futuro Comum” finalizado no ano 1987, relata que o pós-guerra, ocorrido ao término da II Guerra Mundial, trouxe uma nova esperança ao mundo, um espírito de cooperação global em busca de objetivos comuns. Essa postura persistiu até a década de 70, onde começou a ocorrer um clima de reação e isolamento das nações. Brudtland critica a postura dos países industrializados, os quais buscam o crescimento econômico, a qualquer custo, sem pensar no meio ambiente, ou seja, uma postura não sustentável.

“É devido ao grande poder político e econômico desses países, suas decisões quanto ao desenvolvimento terão profundo impacto sobre as possibilidades de todos os povos manterem o progresso humano para as gerações futuras”. (Gro Harlem Brutland, Nosso Futuro Comum, Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, 1987).

Este relatório apresenta a definição de desenvolvimento sustentável: “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras”.

Segundo Lustosa et al. (2003, p. 157), o grande desafio das empresas que buscam a sustentabilidade ambiental, ou seja, que os recursos naturais sirvam para gerações futuras, têm a sua frente um problema complexo, multidisciplinar, interdisciplinar e sem uma resposta única, capaz de ser resolvido pela inovação tecnológica. Estas podem ser técnicas: utilização de novos processos, produtos, sistemas ou equipamentos; ou organizacional: mudanças nas formas de organização, nas políticas, nas rotinas de trabalho.

Segundo Lustosa et al. (2003), as empresas estão tomando consciência de sua responsabilidade ambiental. Encaram os recursos gastos, com foco no desenvolvimento sustentável, como por exemplo, a destinação e processamento correto de seus resíduos. Estão percebendo os retornos ambientais e econômicos que suas ações estão proporcionando.

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A partir dos anos 90, com a globalização alcançando seu pico, as inovações tecnológicas e as alterações nas legislações, houve uma elevação, por parte das empresas, na consciência ambiental, o que permitiu o aperfeiçoamento e desenvolvimento de normas e ferramentas de gestão ambiental, destacam-se a série ISO (International Organization for Standardization) 14.000, Avaliações do Ciclo de Vida, Produção Limpa (PL), Produção mais Limpa (PmaisL) Ecologia Industrial, Zero Emission Research Iniciative - Zeri, entre outros (DINIZ, 2007, p.14).

Os consumidores, do mesmo modo, devem rever seu modo de vida no que tange o consumo e responsabilidade ambiental. A sociedade atual está alicerçada no consumo de bens. Devido ao rápido desenvolvimento tecnológico e à redução do ciclo de vida dos produtos, a cada dia os consumidores têm novas possibilidades de consumo. Porém, a “sociedade do consumo” ainda não percebeu as consequências ambientais causadas pelo consumo insustentável em que a mesma está inserida, enxergando somente o produto “de desejo”, não se preocupando com os possíveis impactos ambientais e sociais na produção e descarte dos produtos pós-consumo, “indesejáveis”.

O aumento do consumo gera, de maneira proporcional, o aumento do lixo. Atualmente são gerados principalmente os resíduos produzidos com materiais do tipo commodities como o alumínio e plástico. (MANO et al., 2005, p. 113).

Segundo pesquisa realizada pela ABRELPE (2010), o Brasil produziu entre os anos de 2008 e 2009 aproximadamente 57 milhões de toneladas de resíduo sólido urbano (RSU), o que equivale a um índice per capto de 1,152 kg de RSU, um aumento 6,8% em relação ao mesmo período anterior. Desse total de RSU gerado 43%, aproximadamente 22 milhões de toneladas, não tiveram destino corretos, tendo como destino final aterros controlados ou lixões.

Neste sentido, estudos que tragam informações relevantes sobre a reciclagem de materiais, de modo a contribuir para diminuição dos impactos ambientais causado pelos resíduos sólidos gerado pelas empresas e pela sociedade fazem-se necessário.

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2.5 A RECICLAGEM DO ALUMÍNIO

Uma grande vantagem de reciclar o alumínio é a economia de energia em relação ao processo primário de redução da bauxita. Na produção do alumínio primário, o consumo de energia elétrica corresponde a um terço dos custos do processo. O consumo médio de energia do processo primário é de aproximadamente 15 kWh/kg. Para realizar a reciclagem do alumínio, levando em consideração todo processo desde a preparação até a fusão da sucata, são consumidos em torno de 6% a 8% do total da energia necessária para obtenção do alumínio primário, pelo processo eletrolítico. (SCHMITZ, 2006, p. 27).

Outra vantagem de reciclar o alumínio, destacada por Tenório e Espinosa (2003, p. 116), está ligada à redução do consumo do minério, a não geração da lama vermelha durante o processo primário e a não emissão de flúor.

Apesar das vantagens citadas, existe um caminho a ser trilhado para melhorar o índice de reciclagem de alumínio no Brasil, tanto no que tange as políticas ambientais adotadas pelo governo, quanto no que se refere ao emprego de novas tecnologias,

A notícia “Mais uma vez o Brasil é líder mundial na reciclagem de latas de alumínio, com um índice de 98,2%” (ABAL, 2010b), deve ser interpretado com cuidado, já que somente trata-se da reciclagem de latas, não levando em consideração todos os materiais produzidos em alumínio reciclado no país. Essa notícia, pela falta de conhecimento do público em geral, vem satisfazendo a opinião de muitas pessoas acerca da reciclagem do alumínio.

Um índice mais significativo leva em consideração o total de alumínio de consumo doméstico reciclado. Neste caso, a média mundial é de 31,1%. O Brasil detém um índice de recuperação, levando em consideração o consumo doméstico, de 36,6%, o que lhe concede a sétima posição mundial. Porém, este índice não deve ser analisado sem levar em consideração o ciclo de vida dos produtos produzidos em alumínio, já que vários são os setores da indústria que fazem uso do alumínio e suas ligas.

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Segundo o site criado pelo IAI, Aluminium for Future Generations (2011), muitos produtos produzidos em alumínio têm um ciclo de vida de anos. Para se ter uma noção, dos 900 milhões de toneladas de alumínio produzidos desde 1880 três quartos ainda estão sendo utilizados. Aproximadamente 35% estão sendo utilizados na construção civil, 30% em cabos de rede elétrica e 30% no setor de transporte. Deste modo, a quantidade de alumínio produzido em determinado período tende a ser maior que a quantidade de alumínio disponível para reciclagem, tendo em vista que muitas aplicações servem também como estoque de alumínio, que poderá ser reciclado após o fim de seu ciclo de vida.

O mesmo aponta que do total de sucata de alumínio reciclada globalmente, 48% tem origem no setor de transporte, 28% no setor de embalagens, 11% no setor de engenharia e cabos e 8% tem origem no setor da construção civil.

Porém, produtos utilizados pelo setor de embalagem têm um curto ciclo de vida. Por exemplo, o ciclo da lata de alumínio, no Brasil, desde o consumo até sua volta ao mercado é de aproximadamente 30 dias (ABRALATAS, 2011). O alumínio utilizado no setor de embalagem está em forma de chapas e de folhas. Segundo a EAFA (2010), 75% das folhas de alumínio produzidas na Europa são utilizadas na indústria de embalagens. No ano de 2008, na Europa, foram recuperados apenas 45% do alumínio produzido em folhas.

Segundo Green (2007, p. 128), a folha de alumínio é totalmente reciclável, porém o índice de folhas que tem sido efetivamente reciclada é limitado. Devido à fina seção transversal e área de superfície elevada, a folha tende a ser rapidamente transformada em oxidado e escória, gerando um baixo índice de rendimento do processo.

Outro problema apontado pelo mesmo autor é a reciclagem de materiais compósitos contendo alumínio. Segundo Padilha (2007, p. 21), “materiais compósitos são aqueles projetados de modo a conjugar características desejáveis de dois ou mais materiais”. São exemplos de materiais compósitos que utilizam folhas de alumínio: as embalagens longa vida, que combinam folhas de alumínio com plásticos e papel em camadas. A reciclagem desses materiais tem sido um problema. No entanto, em maio

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de 2005, uma parceria entre a Alcoa Alumino, a Tetra Pak, Klabin, TSL e Ambiental anunciou uma solução para a reciclagem de embalagens longa vida: usando um jato de plasma de alta temperatura para aquecer a mistura de plástico e alumínio sob atmosfera inerte. O plástico é convertido em parafina, e o alumínio é recuperado na forma de lingotes que podem ser utilizados na fabricação de novas folhas.

2.5.1 O Ciclo da Reciclagem do Alumínio

Muitas vezes o local, empresas ou pessoas que realizam a classificação e o pré-tramento da sucata de alumínio - catadores, cooperativas, associações e comerciantes de sucata - são identificados como executores da reciclagem do alumínio. Esses diferentes atores têm papel fundamental no processo, porém a reciclagem do alumínio ocorre nas plantas de reciclagem. Segundo Nani (2007, p. 11) “Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo o que é jogado fora. A palavra foi introduzida no vocabulário internacional na década de 80. Recycle significa = Re (Repetir) + Cycle (Ciclo)”.

A IAI realizou um levantamento, no ano de 2008, das plantas de reciclagem de alumínio existentes no mundo. O quadro 1 é uma adaptação do levantamento realizado.

Região Número de plantas de

reciclagem de alumínio

América do Norte 316

América Latina e Caribe 117

Europa 273 África 46 China 71 Japão 120 Restante da Ásia 495 Oceania 56 Oriente Médio 50

Quadro 1 – Número de plantas de reciclagem de alumínio nos diversos continentes. Fonte: Adaptado: IAI (2009a, p. 10)

O ciclo da reciclagem do alumínio é composto por várias etapas que vão desde a fabricação do produto até a fabricação de novos produtos produzidos com alumínio

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consumido. A figura 1 apresenta o ciclo da reciclagem do alumínio de maneira genérica, mostrando os diversos autores que atuam no campo da reciclagem.

Figura 1 – Ciclo da reciclagem do alumínio. Fonte: O Autor.

A seguir serão tratadas as etapas da coleta do alumínio e seu processo de reciclagem.

2.5.1.1 A coleta da sucata de alumínio

Apesar da reciclagem do alumínio ocorrer nas plantas de reciclagem, as associações, cooperativas, catadores, comerciantes de sucata, indústrias e a sociedade têm papel fundamental nesse ciclo. A sociedade e as indústrias são responsáveis pela correta destinação da sucata de alumínio pós-consumo para os diversos níveis da cadeia da coleta. Os demais, na realização da classificação e pré-tratamento da sucata.

As diferentes sucatas de alumínio são agrupadas em classes que retratam o processo de fabricação do produto que as geraram ou refletem a sua composição

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química. Na fase da coleta e seleção, os diversos agentes ambientais procuram classificar o alumínio seguindo orientações do mercado. Um dos fatores é o grau de contaminação da sucata. São exemplos de contaminação: tinta, materiais plásticos e metálicos. Uma classificação da sucata de alumínio utilizada é apresentada no quadro 2. (GUSMÃO, 2000, p. 6).

Tipo Materiais

Estamparia A

Retalhos industriais de alumínio (perfis e laminados), cabos e fios sem alma de aço e/ou revestimento, isento de impurezas (rendimento mínimo 95%).

Estamparia B

Retalhos de perfis e laminados usados (incluindo chapas off-set) e cabos/fios sem alma com máximo 5% de impurezas (rendimento global superior a 80%)

Estamparia C

Telhas, forros, fachadas decorativas, chapas usadas de ônibus e baús, panelas e demais utensílios domésticos isentos de cabos (baquelite, madeira, etc..) e de ferro (parafusos, rebites, cantoneiras). (rendimento global superior a 80%)

Pistões Pistões de automóveis isentos de anéis de ferro Blocos Alumínio duro, peças fundidas em geral

Misto

Panelas com cabo, antenas de TV, tubos de spray com ou sem cabeça, persianas e miúdos de alumínio (bocal de lâmpadas, tubos de pasta de dentes).

Cavacos Usinados em geral, com impureza até 6% - óleo, ferro e elementos estranhos

Latas Latas de bebidas em geral, compactadas e enfardadas com máximo 6% de impurezas (rendimento geral acima de 75%)

Quadro 2 – Classificação de sucatas de alumínio. Fonte: Gusmão (2000, p. 6)

O mercado tem se ajustado para o melhor aproveitamento das sucatas de alumínio recolhidas. Uma classificação é a apresentada pela ABAL (2006, d). O quadro 3 mostra 20 grupos de sucatas de alumínio levantados no mercado nacional, tendo como base as indicações recomendadas pelo Institute of Scrap Recycling Industries (ISRI), associação norte americana que congrega as empresas que atuam na reciclagem de vários tipos de materiais.

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SUCATA DESCRIÇÃO

Bloco Blocos de alumínio isentos de contaminantes (ferro e outros), com teor de 2% de óleos e/ou lubrificantes. Borra Escória com teores variáveis de alumínio e percentual de recuperação a ser estabelecido entre vendedor e comprador Cabo Cabo com alma de aço. Retalhos de cabos de alumínio não ligados, usados, com alma de aço. Cavaco Cavacos de alumínio de qualquer tipo de liga, com teor máximo de 5% de umidade/óleo, isentos de contaminantes (ferros e outros). Perfil Retalhos de perfis sem pintura.

Chaparia

Retalhos de chapas e folhas, pintadas ou não, com teor máximo de 3% de impurezas (graxas, óleos, parafusos, rebites etc.); chapas usadas de ônibus e baús, pintadas ou não; tubos aerossol (sem cabeças); antenas limpas de TV; cadeiras de praia limpas (isentas de plástico, rebites e parafusos).

Chaparia mista Forros, chapas decorativas e persianas limpas (sem corrosões ou outras impurezas). Chapas off-set Chapas litográficas soltas, novas ou usadas, da série 1000 e/ou 3000, isentas de papel, plástico e outras impurezas. Estamparia branca Retalhos de chapas e folhas, sem pintura e outros contaminantes (graxas, óleos, parafusos, rebites etc.) gerados em atividades industriais. Latas prensadas

Latas e alumínio usadas decoradas, prensadas com densidade entre 400kg/m3, com fardos palatizados ou amarrados em lotes de 1.500kg, em média, com espaço para movimentação por empilhadeira, teor máximo de 2,5% de impurezas, contaminantes e umidade.

Latas soltas ou enfardadas

Latas de alumínio usadas decoradas, soltas ou enfardadas em prensa de baixa densidade (ate 100 kg/m3), com teor máximo de 2,5% de impurezas, contaminantes e umidade.

Panelas Panelas e demais utensílios domésticos (“alumínio mole”), isentos de cabos – baquelita, madeira etc. – e de ferro – parafusos, rebites etc.

Perfil branco

Retalhos de perfis sem pintura ou anodizados, soltos ou prensados, isentos de contaminantes (ferro, graxa, óleo e rebites).

Perfis mistos Retalhos de perfis pintados, soltos ou prensados, com teor máximo de 2% de contaminantes (ferro, graxa, óleo e rebites). Pistões Pistões automotivos isentos de pinos, anéis e bielas de ferro, com teor máximo de 2% de óleos e/ou lubrificantes Radiador alumínio Radiadores de veículos automotores desmontados isentos de cobre, “cabeceiras” e outros contaminantes (ferro e plástico). Radiador

alumínio-cobre

Radiadores de veículos automotores desmontados isentos de “cabeceiras” e outros contaminantes (ferro e plástico).

Retalho industrial branco de chapa para latas

Retalho de produção industrial de latas e tampas para bebidas, soltos ou prensados, isentos de pinturas ou impurezas.

Telhas Retalhos de telhas de alumínio, pintados em um ou em ambos os lados, isentos de parafusos ou rebites de ferro, revestimentos de espuma ou assemelhados.

Quadro 3 – Classificação de sucatas de alumínio. Fonte: ABAL (2006d).

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A reciclagem do alumínio no Brasil, com toda a logística de coleta, teve seu fortalecimento com a implantação da primeira fábrica de latas de alumínio no país, a Reynolds Latasa, no ano de 1989. A mesma empresa, em 1991, e a Novelis, em 1995, lançaram os primeiros programas de reciclagem de alumínio no país. (CASTRO, 2006, p. 21).

A forma como o mercado nacional de coleta de sucata de alumínio está organizada e suas relações comerciais são complexas. Muitos são os atores que compõem essa rede, e o caminho percorrido pela sucata de alumínio pode tomar diferentes rumos até ser reciclada novamente.

Dentro da rede de reciclagem de alumínio, a fidelização entre os atores que compõem a cadeia da coleta é extremamente frágil, imperando, na maioria dos casos, o valor monetário pago pelo material. Segundo Vieira e Paula (2009), que estudaram o campo organizacional da reciclagem da lata de alumínio no estado do Rio de Janeiro, foi constatado que o maior interesse, ou seja, o que move a reciclagem da lata é o interesse econômico.

Os mesmos identificaram que dentro das relações comerciais existe uma estrutura de dominação imposta pelos grandes sucateiros e as centrais de reciclagem, conforme a necessidade interna das mesmas. O valor da sucata, diferentemente do valor das ligas de alumínio, não está atrelado a padrões definidos como, por exemplo, a LME. São “impostos” conforme o interesse daqueles que estão no topo da cadeia da reciclagem.

As grandes empresas de reciclagem de alumínio possuem laços comerciais mais estreitos com os grandes comerciantes de sucatas, pois esses possuem maior capital de giro, se comparado aos pequenos sucateiros, centrais de coletas e associações. Assim, as vantagens conseguidas pelas empresas de reciclagem são maiores: preços mais baixos, devido à quantidade comprada, parcelamento da compra e maiores prazos para pagamentos.

Já as compras que ocorrem entre os grandes comerciantes de sucatas e os demais níveis da cadeia da coleta são, à vista ou com o adiantamento do pagamento, para assegurar a compra do material que ainda será coletado. O pagamento adiantado

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é uma tentativa de fomentar e fidelizar os atores que estão em um nível mais baixo na cadeia da coleta.

2.5.1.2 O processo de reciclagem do alumínio

Após o alumínio ser coletado, o próximo passo é o seu processamento nas centrais de reciclagem. Essas empresas apresentam um fluxo operacional de processo conforme a figura 2. (POPOVICI, 1999).

Figura 2 - Fluxo de operação industrial do alumínio secundário. Fonte: (Popovici, 1999).

Os diferentes tipos de sucatas utilizadas e as diferentes ligas produzidas em uma central de reciclagem dão indícios do processo de fabricação que a mesma emprega. Schmitz (2006) apresenta uma classificação dos processos de reciclagem de alumínio em: (I) Refinaria (refiner), trabalha com um mix maior de sucatas para obter uma gama de ligas. Na refinaria são obtidas, geralmente, ligas que serão usadas na fabricação de peças fundidas e ligas para desoxidação. Podem trabalhar com alumínio contendo contaminantes, como por exemplo: óleo, tinta, plástico, papel e outros metais. Ou seja, sucatas que necessitam pré-tratamento para posterior fusão. (II) Refusão (remelter), trabalha com sucatas com teores menores de contaminantes, necessitando

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de limpeza para retirada de matérias, que não o alumínio. Na refusão, o objetivo é trabalhar com sucatas padronizadas, que tenham a mesma composição química da liga que será produzida, não necessitando grandes correções, como as que ocorrem no processo de refinaria. A figura 3 apresenta um fluxo em paralelo para os dois processos.

Figura 3 - Fluxo de processo e comparativo entre centrais de reciclagem por refusão e refinaria. Fonte: Schmitz (2006, p. 32).

O processo, em uma central de reciclagem de sucatas de alumínio, tem início na triagem da sucata adquirida. A sucata apesar de passar por vários níveis da cadeia da coleta ainda pode conter contaminante. Nessa fase, também, a sucata é pesada e

coleta coleta coleta coleta coleta

pré-triagem limpeza da

sucata cominuição cavacos escória triagem secundária triagem final Fe, Cu, Zn, materiais não metálicos Queima de materiais orgânicos compactação tratamento da escória controle da poluição gases limpos depósito de resíduos refusão refiner liga vazamento

fusão fusão fusão

correção correção correção

vazamento vazamento vazamento

controle da poluição gases limpos depósito de resíduos ligas para conformação ligas para desoxidação ligas para fusão ligas para fusão fusão

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classificada. A classificação necessita ser mais específica que a apresentada anteriormente. Nesse estágio, o foco é a composição química da sucata. A definição da composição química das sucatas ajudará, posteriormente, na definição de quais sucatas deverão ser utilizadas para compor a carga que será fundida para fabricação das ligas requeridas.

Por exemplo, o alumínio classificado como bloco nas classificações apresentadas por Gusmão (2000) e ABAL (2006d), quadros 2 e 3 respectivamente, podem conter sucatas com composições químicas diferentes. Isso faz com que seja necessária uma classificação mais refinada, com o foco na composição química.

Como citado anteriormente, o processo de preparação da sucata de alumínio para fusão está ligado ao tipo de material a ser utilizado e as ligas que serão produzidas. Muitos são os equipamentos utilizados para o beneficiamento da sucata de alumínio. Por não ser o foco desse estudo, a preparação da sucata de alumínio não será tratada neste trabalho.

2.5.1.3 Tecnologias aplicadas à fusão da sucata de alumínio

Existem diversos tipos de fornos utilizados na produção de ligas de alumínio secundárias que empregam diferentes princípios de aquecimento, formas construtivas e equipamentos auxiliares.

A decisão sobre o tipo de forno que deve ser utilizado em uma planta de reciclagem de alumínio depende: do mix, dimensões e quantidade da sucata a ser processada; do combustível que será empregado; da capacidade de produção desejada para a planta e do capital destinado para construção da mesma (SCHMITZ, 2006, p. 106).

O mesmo autor apresenta duas classificações para os fornos utilizados na fusão da sucata de alumínio. A primeira leva em consideração o tipo de energia utilizada na fusão da sucata, sendo consideradas a energia elétrica e a energia gerada por combustíveis fósseis. A segunda leva em consideração as características

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construtivas dos fornos de fusão. Nessa, são apresentadas três grandes famílias de fornos: fornos revérberos, fornos rotativos e fornos cadinho.

A seguir serão apresentados os principais tipos de fornos utilizados na reciclagem do alumínio.

A. Forno Rotativo Horizontal

O forno rotativo horizontal (Rotary drum furnace) (Rotary salt furnace) é composto por um cilindro em aço que gira em torno de seu eixo de simetria, sendo seu interior revestido de material refratário. As duas extremidades são abertas, por uma delas é realizada a alimentação da sucata e saída dos gases, na outra há um queimador. Após a fusão, o vazamento do alumínio fundido ocorre por uma abertura na lateral da carcaça do forno.

Devido a sua flexibilidade na fusão e a capacidade de processar uma gama considerável de diferentes tipos de sucatas de alumínio, o forno rotativo horizontal é amplamente utilizado em plantas de reciclagem de alumínio, sendo empregado por grandes e pequenas empresas do ramo (GIL, 2005). Nos fornos rotativos horizontais são empregados queimadores que utilizam combustíveis fósseis, geralmente: óleo queimado; óleo combustível pesado BPF, ou oléo de xisto, utilizando como comburente o ar; queimadores que utilizam gás natural (GN) ou gás liquefeito do petróleo (GLP), tendo por comburente ar ou oxigênio. Apesar do último ser menos poluente e garantir uma melhor qualidade tanto do processo quanto da liga produzida, o seu custo é maior se comparado aos diverso tipos óleos.

Nos fornos rotativos horizontais, comumente são utilizados fluxos de proteção do banho fundido para previnir excessivas perdas de alumínio por oxidação. O fluxo tem a função de criar uma camada protetora entre o alumínio fundido e a atmosfera do forno. O fluxo também facilita na coalescência e precipitação pela fácil remoção do filme de óxido, que normalmente forma-se na superfície do alumínio. Possue também a função de manter os óxidos contidos no banho em suspensão. (BENDER; CRUZ, 2005; GIL, 2005; TENÓRIO; ESPINOSA, 2003; SCHMITZ, 2006, p. 80). A figura 4 apresenta um corte no sentido perpedicular ao eixo de rotação do forno rotativo.

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Figura 4 – Forno rotativo horizontal em corte. Fonte: Adaptado de ZHOU et al. (2006).

Um fluxo muito utilizado é o salino, composto por cloreto de sódio ou cloreto de potássio (NaCl e KCl), ou uma combinação entre esses. Duas composições podem ser utilizadas: (I) 60% NaCl e 40% KCl (Szente, 1997); (II) Mistura equimolar desses dois sais (50% NaCl e 50% KCl) (ABAL, 2007e, p. 34; Tenório; Espinos, 2003, p. 126). A última composição corresponde ao ponto eutético, ou seja, a menor temperatura de fusão da liga, equivalente a 645°C, figura 7.

Figura 5 - Diagrama de equilíbrio da mistura NaCl/KCl. Fonte: ABAL (2007e, p. 34).

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Tenório et al. (2001) realizaram estudos de modo a entender a influência da adição do fluxo de sal no aumento da taxa de recuperação do alumínio. Constataram que o óxido forma uma camada que envolve o alumínio, tendo o fluxo a função de romper esssa camada e facilitar a coalescência das gostas de alumínio. Constaram também uma melhora na viscosidade da camada de proteção, bem como um aumento na velocidade de corrosão da camada de óxido de alumínio pela mistura equimolar NaCl e KCl com a adição de NaF e KF.

Para conseguir uma melhor eficiência da camada de proteção do banho fundido, pode-se ainda adicionar juntamente com os sais a criolita (Na3AlF6) para diminuir a tensão superficial do óxido de alumínio aderido a superfície da sucata, aumentando o rendimento metálico. A adição comumente utilizada de criolita é de 5%. (XIAO; REUTER, 2002; ABAL, 2007e, p. 26).

Schmitz (2006, p. 85) apresenta uma classificação dos efeitos de diversos fluoretos e cloretos que podem ser utilizados junto ao fluxo salino, de modo a melhorar a ação de coalescimento do mesmo, quadro 4.

Excelente Na3AlF6 < LiF < NaF < NaF < KF

Bom CaF2 < MgF2

Moderado AlF3, Mg F

Pobre LiCl < CaCl2 < MgCl2

Quadro 4 – Classificação da ação dos fluoretos e cloretos utilizados junto ao fluxo salino.

Fonte: Adaptado de Schmitz (2006, p. 85).

Segundo a ABAL (2007e, p. 32), fornos rotativos horizontais trabalham com rotação de 2,5 a 5 rotação por minuto. Para iniciar o processo de fusão são adicionados de 30% a 40% do fluxo salino em relação a carga metálica no interior do forno O fluxo é fundido e só depois ocorre o carregamento do forno com sucata de alumínio. Os fornos rotativos horizontais alcançam rendimentos metálicos baixos que variam de 50% a 75%. Porém, segundo Kurzawa (2006, p. 33), a empresa Noviles, fabricante de laminados de alumínio, consegue rendimentos na fusão de latas de alumínio na ordem de 81%, em fornos rotativos horizontais.

Devido às preocupações econômicas e ambientais para alcançar melhores índices de produtividade e, consequentemente, menores níveis de geração de resíduos,

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novas tecnologias foram implementadas ao forno rotativo, de maneira a melhorar seu desempenho.

B. Forno TRF (Tilting Rotary Furnace)

O forno Rotativo Basculante, Tiliting Rotary Furnace (TRF), apresentado na figura 6, também conhecido como forno tipo pera, foi projetado com o intuito de minizar problemas que ocorrem na recuperação de sucatas de alumínio em fornos rotativos horizontais: o carregamento da sucata e a retirada da escória após o fim do processo de fusão.

Figura 6 - Forno TRF. Fonte: ALTEK-MDY (2009)

O forno TRF possui somente uma abertura onde está localizado o queimador e por onde ocorre o carregamento da sucata, vazamento da liga e retirada da escória após a fusão da carga. Devido à grande dimensão dessa abertura, se comparada ao forno rotativo horizontal, as operações citadas ocorrem com maior facilidade, reduzindo o tempo de produção. Apesar do maior diâmetro da abertura, a capacidade de rentenção de material fundido dos fornos TRF são semelhantes as dos fornos rotativos horizontais, graça a sua forma geométrica e inclinação. A figura 6 ilustra essa característa do forno TRF.

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Figura 7 – Geometria e inclinação do forno TRF. Fonte: Schmitz (2006, p. 85).

Segundo a ALTEK-MDY (2009), empresa fabricante de fornos, os fornos TRF utilizam queimadores do tipo oxi-combustível, o que reduz a utilização de fluxos de proteção. Segundo ABAL (2007e, p. 32) os fornos TRF utilizam de 15% a 18% em peso, em relação à carga de fluxo de proteção. O redimento de recuperação do processo de reciclagem, nesse tipo de forno, pode atingir até 85%. O consumo de energia para o forno TRF é de 400 kWh/t para queimadores do tipo oxi-gás. (ALTEK-MDY, 2009; SCHMITZ, 2006, p. 99).

Hall (2004 apud SCHLESINGER, 2007, p. 146) aponta que os forno TRF possuem intalações caras e custo de manutenção elevado, sendo indicado para sucatas oxidadas ou na recuperação de escórias de alumínio, porém, não são indicados para sucatas finas.

C. Forno URTF (Universal Rotary Titable Furnace)

Estudos realizados pela Linde introduz um novo conceito de forno rotativo: o “Universal Rotary Titable Furnace” (URTF). O diferencial do sistema URTF em relação ao sistema TRF, está em seu sistema de queima e no seu grau de automação.

Segundo Bender e Cruz (2005), o principal diferencial desse forno é a utilização de mais uma entrada de oxigênico, que permite um controle da direção da chama e uma maior eficência na queima. O sistema de controle de queima, que combina um queimador oxi-combustível com recursos para a queima de eventuais componentes

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orgânicos voláteis contidos na carga, oléos, vernizes e tintas, através da injeção de oxigênio adicional no interior do forno, reduzindo, por consequência as emissões, figura 8.

Figura 8 - Forno URTF.

Fonte: Biedenkopf et al. (2011).

Neste processo admite-se também o uso de sais fundentes, ainda que em quantidade reduzida. Segundo Gripenberg et al. (2002), a quantidade de sais utilizados são da ordem de 0 a 70 kg/t, a proporção de escória gerada varia entre 180 a 250 kg/t, o consumo de energia é igual a 350 kWh/t.

D. Forno Reverbero (Reverb Furnace)

O principal objetivo em um projeto de um forno reverbero é maximizar a eficiência térmica, pela sua grande capacidade de fusão por volume, reduzindo o consumo de combustível. (SCHLESINGER, 2007, p. 137).

Muitos são os modelos de fornos reverberos existentes. Schimtz (2006, p. 110) apresenta 11 modelos diferentes utilizados na reciclagem do alumínio. Dentre estes, será apresentado o forno tipo side well.

O forno revérbero side well é indicado para fusão de retalhos e cavacos de alumínio, quando utiliza equipamentos auxiliares para submersão de sucata no banho

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de alumínio fundido. Um exemplo desse equipamento é o sistema LOTTUS (Low Turbulence Scrap Submegence) desenvolvido pela Pyrotek.

A figura 9 apresenta o forno side well equipado com o sistema LOTTUS. Basicamente, o sistema é composto por uma bomba que tem a função de fazer a circulação do alumínio fundido, e uma câmara de circulação localizada na saída da bomba que tem a finalidade gerar um vórtex. A câmara de circulação é construída em material refratário e possui um perfil especial, de modo a gerar o vórtex. (PYROTEK, 2008). O vórtex gerado faz com que o material de pequena espessura não fique flutuando sobre o banho fundido mas vá para dentro do metal líquido, evitando o contato com atmosfera oxidante do forno, diminuindo sua oxidação (ABAL, 2007e, p. 30).

Figura 9 - Forno Side-well com sistema LOTTUS. Fonte: Pyrotek (2010).

Segundo a Pyrotek (2010), o sistema de bombeamento de alumínio fundido utiliza dois principios de funcionamento. O primeiro sistema faz o bombeamento de forma convencional, mecanicamente, chamado sistema Metaullic. O segundo faz o bombeamento de forma magnética, sistema EMP, que funciona segundo o princípio de um motor linear, o alumínio fundido atua como o rotor e a bobina age como estator. Ambos os sistemas têm por função: melhorar a homogenização da temperatura e a

Câmara geradora do vórtex

Bomba de circulação

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composição química da liga fundida; realizar a filtragem do alumínio e transferência do metal líquido para panelas ou outros fornos.

Quando se pretende fundir sucatas finas com contaminantes orgânicos em fornos side well que possuam equipametos com sistema de submersão de sucata, é indicado a decapagem prévia da sucata. Isso garante uma melhor qualidade do alumínio secundário produzido. (SCHLESINGER, 2007, p. 143).

E. Forno Plasma IPT

As pesquisas sobre a recuperação do alumínio têm avançado no Brasil. Parceria realizada entre as empresa Alcoa, Klabin e TSL, junto à Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), proporcionou o desenvolvimento de um forno para reciclagem de alumínio que utiliza o plasma como fonte de energia para fusão do material. (PEDROSO; ZWICKER, 2007).

O forno Plasma IPT, figura 10, opera em atmosfera isenta de oxigênio, o que inibe a oxidação do banho fundido, não sendo necessária a utilização de fluxos salinos para proteção do banho fundido, evitando a formação da borra preta. (SZENTE et al., 1997; 2007e, p. 46).

Figura 10 – Forno a Plasma IPT.

Fonte: Adaptado de ABAL (2007e, p. 47).

Ao contrário dos demais processos, os quais buscam evitar pontos quentes no interior do forno, o forno a plasma IPT permite o aquecimento direto da carga por

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transferência de calor predominantemente convectiva, decorrente da circulação dos gases no arco de plasma. Nos outros fornos, do tipo rotativo, a transferência de calor ocorre da parede do forno, predominantemente, e desta para a carga (BENDER; CRUZ, 2005). O forno Plasma IPT tem uma eficiência energética de 450 kWh/t, para fusão de sucatas de alumínio e um tempo de processo entre 1h30min a 2h30min. (ABAL 2007e, p. 46)

F. Forno Elétrico à Indução (Induction Furnace)

O forno elétrico à indução pertence à família dos fornos tipo cadinho (crucible furnace). Existem dois tipos de fornos elétricos à indução aplicados à reciclagem do alumínio: forno elétrico à indução a canal (channel induction furnace) e forno elétrico à indução a cadinho, conhecido também como forno elétrico à indução sem núcleo (coreless induction furnace) (SCHMITZ 2006, p. 110). Como a presente pesquisa utilizou um forno elétrico à indução sem núcleo, será trado somente sobre este, com a denominação de forno elétrico à indução.

O forno elétrico à indução possui como diferencial, se comparado aos outros fornos utilizados na reciclagem do alumínio, a capacidade de uma melhor homogenização das ligas produzidas. (LUZGIN et al., 2004). Para Schimitz (2006, p. 164) o forno à indução é interessante para produção de ligas com alta qualidade. Verran et al. (2005) constatou a qualidade do alumínio secundário obtido em um forno elétrico à indução, pela baixa perda de elementos de ligas em diversas fusões com sucatas de latas de alumínio.

Outro ponto a se destacar no forno à indução é a forma como é realizada o aquecimento da carga. Devido à utilização do efeito joule para fusão da carga, não há geração de emissões gasosas, o que por consequência garante a qualidade da liga, redução da oxidação desta, diminuição dos impactos ambientais e melhora das condições de trabalho para os operadores do forno (SCHMITZ 2006, p. 108).

A produtividade do processo de fusão de sucatas de alumínio está ligado à relação entre a área específica e seu peso, sua composição química, grau de

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