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Análise da Produtividade na Fabricação de Ligas Comerciais de Alumínio

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2 PRODUÇÃO DE LIGAS COMERCIAIS DE ALUMÍNIO SECUNDÁRIO

4.2.1 Análise da Produtividade na Fabricação de Ligas Comerciais de Alumínio

Os dados coletados durante a execução das 669 corridas foram tabulados conforme descrito em 3.2.3.

A produtividade (P) foi calculada para cada uma das corridas, conforme a equação (1). Ou seja, a relação entre o peso total de sucatas carregadas (Mp) e o total de ligas produzidas (Ms).

(1)

O valor calculado da produtividade média, levando em consideração todas as corridas e todas as sucatas utilizadas, foi de 84,26%. O valor da produtividade média é importante para o planejamento da viabilidade econômica de um projeto de uma central de reciclagem do alumínio, pois expressa as perdas globais das matérias primas sob a forma de óxidos (escórias) e voláteis durante o processo de fusão. Porém, não reflete o efeito das diversas sucatas sobre os lotes individuais.

Deste modo, as sucatas de diversas origens foram agrupadas e a influência de cada grupo foi avaliada pela produtividade. Não se buscou analisar os materiais de forma isolada, mas sim avaliar a tendência do referido grupo sobre a produtividade, ou seja, o efeito do percentual do grupo na composição das cargas do alumínio secundário. Assim, realizaram-se 669 corridas para obtenção de um grande universo amostral, de modo a caracterizar com maior representatividade, a produtividade para os diversos grupos.

Neste sentido, realizou-se a avaliação da influência dos grupos de sucatas: folha, lata, alumínio mole, alumínio duro, panela e perfil sobre a produtividade. As diversas corridas foram organizadas em tabelas de frequências, relacionando o percentual do referido grupo de sucata versus a sua produtividade. As tabelas de frequência estão apresentadas no apêndice F.

Com base nas tabelas de frequência, foram obtidos gráficos de dispersão que mostram a influência da adição dos diferentes grupos de sucatas na produtividade.

Os resultados para todos os grupos são mostrados na figura 27 e individualmente detalhados no apêndice G.

Figura 27 – Gráfico comparativo de linhas de tendências entre os diversos grupos de sucata e a produtividade.

Pelo apresentado na figura 27, três grupos de sucatas apresentaram tendência em diminuir a produtividade à medida que foram adicionadas nas cargas para realização das fusões: lata, panela e perfil.

Especificamente no caso dos grupos panela e lata, uma explicação para o acontecido pode ser atribuída à pequena espessura desses materiais. Como visto em 2.6.1, a relação área/peso tem influência na oxidação do material durante o processo de fusão. No caso da lata, outro agravante foi à existência de contaminantes, como tintas e vernizes. Esse mesmo tipo de contaminação existia em muitos materiais do grupo perfil, que pode ter influenciado, também, na diminuição da produtividade desse grupo.

Por outro lado, a adição do grupo alumínio mole influenciou o aumento do índice de produtividade, bem como, a folha de alumínio.

A folha de alumínio, apesar de sua pequena espessura, influenciou no aumento do índice de produtividade pela sua adição, apesar da baixa relação área superficial/peso. Como o aumento da compactação das sucatas tem influência nessa relação, a compactação, mesmo que realizada manual, pode ter influenciado na melhora da produtividade. Outro ponto é a composição da folha de alumínio. Trata-se de uma liga alumínio manganês com baixo teor magnésio, a tendência de oxidação para esse tipo de liga é menor durante o processo de fusão. Outro ponto relevante foi à forma de alimentação dos fardos de folhas de alumínio no banho fundido. A partir do momento da formação de um pé de banho, ou seja, de uma quantidade de alumínio fundido no interior do cadinho, as folhas eram submersas neste. Possivelmente, isto evitava a exposição do alumínio, no início da fase de fusão, com o ambiente, diminuindo sua oxidação e melhorando, por consequência, os índices de produtividade.

4.2.1.1 Validação estatística dos dados de produtividade

De modo a validar, de maneira estatística, o método utilizado para avaliação da produtividade, buscou-se a análise de correlação entre os dados tabulados. Para isto calculou-se o coeficiente de correlação linear (r). Segundo Triola (1999, p. 235), coeficiente de correlação linear mede o grau de relacionamento linear entre os valores emparelhados. Ou seja, a intenção foi avaliar se determinado grupo de sucata apresenta influência na variação da produtividade, com grau de confiança de 95%.

Com base nas tabelas de frequências construídas, foram realizadas análise de correlação linear (r) entre os grupos de sucatas versus produtividade. Para o cálculo de r utilizou-se o Microsoft Office Excel 2007, pelo uso da ferramenta de regressão localizada dentro da barra de ferramentas análise de dados. O resultado da regressão é uma tabela com vários indicadores estatísticos. Porém, para o presente estudo, interessa o valor do R múltiplo. A tabela 3 apresenta um exemplo de saída de dados da ferramenta de regressão do Excel.

Tabela 3 – Resumo dos resultados de regressão. Estatística de regressão R múltiplo 0,940684047 R-Quadrado 0,884886477 R-quadrado ajustado 0,870497287 Erro padrão 0,015339597 Observações 10

Para verificar a correlação entre os dados, utilizou-se a Estatística de Teste r para Correlação Linear, utilizando para comparação os dados da tabela de Valores Críticos do Coeficiente de Correlação r de Pearson.

A tabela 4 apresenta os valores críticos para r com α=0,05, os Valores Críticos do Coeficiente de Correlação r de Pearson para quantidade de conjuntos amostrais existentes.

Tabela 4 – Comparativo entre os resultados de r por grupo de sucatas versus produtividade e valores de r críticos de Pearson.

Sucatas r n* Valores crítico de r (α 0,05)**

Alumínio mole 0,676 9 0,666 Folha 0,941 10 0,632 Lata 0,971 7 0,754 Panela 0,878 8 0,707 Perfil 0,885 8 0,707 Alumínio duro 0,119 8 0,707

*n: pares de dados amostrais

** Valores retirados de Triola (1999, p. 364). Tabela A-6.

Pela análise dos valores de r e r crítico, somente a relação alumínio duro versus produtividade não apresentou correlação. Neste caso, não há evidência suficiente para a existência da correlação linear entre as duas variáveis. Deste modo, descartou-se a relação alumínio duro versus produtividade para as análises de tendência.

Por esse motivo, a linha de regressão linear não está presente na figura 27. Pois, esse resultado dá indícios de que o grupo de sucata alumínio duro não exerce influência sobre o índice de produtividade.

4.2.2 Análise da Lucratividade na Fabricação de Ligas Comerciais de Alumínio

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