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Octavio Tarquínio de Sousa - História dos Fundadores do Império do Brasil - volume I - José Bonifácio 384.pdf

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(1)

HISTORIA DOS FUNDADORES HISTORIA DOS FUNDADORES

D DOO IMPÉRIO DO BRASIL IMPÉRIO DO BRASIL Com 193 ilustrações Com 193 ilustrações Vc

Vcll. . I I - J- JOOSÉ SÉ BOBONINIFÁFÁCICIOO V

Vool. l. III I - - A VIDA VIDA A DE DE D. D. PEDRO PEDRO I I ((!!..' ' ttoommoo)) V

Vool. l. IIIII I - - A A VIDVIDA A DE DE PP. . PEDRPEDRO O I (I (2.2.’ ’ ttoommoo)) V

Vool. l. IV IV - - A A VIDVIDA A DE DE D. D. PEDRO PEDRO I (3.' I (3.' ttoommoo)) V

Vooll. . V V - B- BERNARERNARDO DO PEREPEREIRA IRA DE DE VASCOVASCONCELONCELOSS V

Vooll. . VVI I - - EVAEVARISTO DRISTO DA A VEIGAVEIGA V

Vooll. . VII VII - - DIDIOGO OGO ANTÔNANTÔNIO IO FEIJFEIJÓÓ V

Vooll. . VIVIIII I - - TRÊS GOLPES TRÊS GOLPES DE ESTADDE ESTADOO V

Vooll. . IX IX - - FATFATOS E PERSONAGENS EM TÔROS E PERSONAGENS EM TÔRNO DENO DE UM REGIME

UM REGIME V

Vooll. . X X - INDI- INDICE GERAL RCE GERAL R EMISSIVO EMISSIVO ((ddee ilustraçõesilustrações cc dede assuntos)assuntos)

(2)
(3)

OCTAVIO TARQUINIO DE SOUSA OCTAVIO TARQUINIO DE SOUSA

Historia dos Fundadores

Historia dos Fundadores

do Império do Brasil

do Império do Brasil

★ ★ Com 193 ilustrações Com 193 ilustrações

★ ''

VOLUME I VOLUME I

JOSÉ BONIFÁCIO

JOSÉ BONIFÁCIO

a . » a . » B D l Ç i O , B B V I S T AB D l Ç i O , B B V I S T A

(4)

Desta 1' ediçSo de

Desta 1' ediçSo de História dos Fundadores doHistória dos Fundadores do Império do Brasil

Império do Brasil  foram tirados, fora de comércio,  foram tirados, fora de comércio, vinte exemplares em papel de linho

vinte exemplares em papel de linho Westerposí,Westerposí, assinados pelo autor.

(5)

A

A LL ú c i aú c i a ,,

companheira perfeita

companheira perfeita

(6)

DO DO VOLUME I VOLUME I (JOSÉ BONIFACIO) (JOSÉ BONIFACIO)

☆☆

p pAAgg ss.. Nota da Editora Nota da Editora ... 55 Introdução Introdução ... 99 CAP. CAP. I

I Origens. PrimeiroOrigens. Primeiros s estudos. estudos. EstuEstudante dante em em Coimbra Coimbra 5511 II

II ExcuExcursão rsão ciencientifitifica ca pela pela Europa.Europa. MMtt . . d'Andrada d'Andrada 6868

III

III — — Em PortugEm Portugal. al. AtividAtividade cienade cientifica tifica e e administrativa.administrativa. Professo

Professor r em em CoimCoimbra. bra. CaCargrgos os públicpúblicos. os. InvasãooInvasã francesa

francesa ... 8383

IV

IV — — Em Em Portugal. Portugal. Tentativas de Tentativas de volta volta parpara a o o Brasil. Brasil. OO embarque

embarque ... 110066

V

V José José Bonifácio Bonifácio no no Brasil. Brasil. Chegada. Chegada. NoNovo vo concontattatoo co

com m a a terra. terra. OOs as aconcontecimtecimententos os polítipolíticoscos ... 112288

yy i — i — José José BonifBonifácio nácio no govêmo o govêmo proprovisórivisório de So de São ão PaPauloulo.. O

Os s decretos decretos recolorecoloniznizadoreadores s dadas s Côrtes. Côrtes. O O “F“Ficico” o” 114499 V

VIII I — — JoJosé Bsé Bonifácio, monifácio, mininististroro. . O O grupo grupo do Rio de do Rio de JJaa--ne

neiroiro. . ViaViagem gem de de D. D. Pedro Pedro a a Minas Minas Gerais. Gerais. De- De-fenso

fensor r perpétuo perpétuo ... . 117711 V

VIIIII I — — JosJosé é Bonifácio e Bonifácio e a convocação da Cona convocação da Constitustituintinte. e. AA Maçona

Maçonaria. ria. Os Os mamanifnifestoestos s de de agôstoagôsto. . O O grito grito dada Independência

Independência ... 119933

IIX X — — D. D. Pedro impPedro imperaerador. dor. A A aclamação aclamação e e o juro juramamententoo prévio.

prévio. Demissão Demissão e e volta volta de de José José Bonifácio Bonifácio aoao • govêmo

• govêmo ... 222211

X

X — — Planos. Planos. IniciatIniciativas, ivas, realizações. realizações. A A ConConstitustituinteinte.. Crise

Crise política. política. Demissão de Demissão de JoJosé sé Bonifácio Bonifácio do do Mi- Mi-nistério

nistério ... 242433

X

XI I ^ José ^ José BonifáciBonifácio o e e a a dissodissolução lução da Cda Cononstistitutuininte.te.Prisão .Prisão . e banimento

e banimento ... 262666

X

XII II — — O O ermitermitão ão de de Talence. Talence. JoJosé sé Bonifácio Bonifácio no no exilioexilio ... 282888

X

XIIIII I — — VoVolta do lta do exílio. exílio. A A revolução revolução de de 7 d7 de abe abril dril de 18e 183131.. Jo

José sé BonifBonifácio, tutácio, tutor or do do imimpeperadradorormmeneninino. o. LuLutastas políticas.

políticas. Destituição Destituição da da tutoriatutoria ... 313155

X

XIIV V — — Retiro Retiro filosófico filosófico de de Paquetã. Paquetã. ÚltimoÚltimos s dias. dias. Morte. Morte. 340340 BlbÜografia

BlbÜografia ... 355355

INDICE GERAL

INDICE GERAL

(7)

INDICE DE ILUSTRAÇÕES

INDICE DE ILUSTRAÇÕES

Entre págs. Entre págs. José Bonifácio José Bonifácio...   50>5150>51 José Bonifácio. José Bonifácio. ... 50 50 > > 5151

Antônio Carlos Ribeiro de Andrada

Antônio Carlos Ribeiro de Andrada...   86*8786*87

Rio de

Rio de JaneiroJaneiro. . Mercado Mercado de escravode escravoss...   86878687

Mulher branca.

Mulher branca. ...

.

.

.

.

.

.

...

.

.

... ....  102103  102103 Mulata e negra

Mulata e negra...

.

.

...   102103102103

Branca, mulata e negra

Branca, mulata e negra... ... ...   134135134135

Vénus negras do Rio de Janeiro

Vénus negras do Rio de Janeiro... ... ... 134 134   135135

Vista de urna parte da cidade de São Paulo, tirada da Vista de urna parte da cidade de São Paulo, tirada da

resi-dência do governador

dência do governador...   150151150151

Palácio do Govêmo em São Paulo

Palácio do Govêmo em São Paulo...   150151150151

Carlos

Carlos Augusto Augusto de de OyeOyenhnhausausen, en, MarqMarquês uês de de AA rraaccaatti i 11666 6 167167 Um oficial da Côrte em caminho do Palácio  Rio de

Um oficial da Côrte em caminho do Palácio  Rio de Janei-ro, 1822

ro, 1822...

.

.

...   166167166167

Uma familia brasileira

Uma familia brasileira... 182 182   183183

Interior de casa em São Paulo

Interior de casa em São Paulo... 182 182   183183

General Labatut

General Labatut...   214215214215

Casa no Catete, residência de Henry ChEunberlain, Cônsul Casa no Catete, residência de Henry ChEunberlain, Cônsul

Geral da GrãBretanha, 18191820

Geral da GrãBretanha, 18191820...

.

.

... 214 214   215215

Martim Francisco Ribeiro de Andrada.

Martim Francisco Ribeiro de Andrada. ... 230 230   232311

Cochrane, 1808

Cochrane, 1808...  ...   230231230231

Chapéus usados pelos paulistas

Chapéus usados pelos paulistas... 278 278   279279

A extração de bichodepé numa familia branca

A extração de bichodepé numa familia branca... 278 278   279279

Peurmãcia no Rio de Janeiro em 1823

Peurmãcia no Rio de Janeiro em 1823... 294 294   295295

Viajantes mineiros em descanso.

(8)

NOTA DA EDITORA

NOTA DA EDITORA

Octavio Tarquinio de Sousa nasceu a 7 de setemhto Octavio Tarquinio de Sousa nasceu a 7 de setemhto de

de 18188989. . no no Rio Rio de de JaneiJaneiro. ro. Filho Filho do Dr. do Dr. TTararqaqaüüth th dede Sousa, advogado, professor de Direito e pubíidsia. e de D. Sousa, advogado, professor de Direito e pubíidsia. e de D. Joa

Joana Olna Oliveiveira ira de de SouSousa. ambos sa. ambos pepernarnambumbucancanosos. . AAoos seiss seis anos de idade entrou para urna escola de primeiras letras, anos de idade entrou para urna escola de primeiras letras, dirigida por D. Teonila Tavares Bastos, irmã do ilustre dirigida por D. Teonila Tavares Bastos, irmã do ilustre es

escritcritor or TaTavarvares es BasBastostos. . FFeez z o o curscurso o SeSecucundndarario io nono  Co- 

Co-légio do educador Joño Kopke. com um intervalo no

légio do educador Joño Kopke. com um intervalo no GGii násio

násio Fluminense, de Petrópolis, do qual era ditetor SilvaFluminense, de Petrópolis, do qual era ditetor Silva Ramo

Ramos s e e vicvice-de-direiretor tor o o poeta poeta Raimundo Raimundo Correia. Correia. EEststuu dante ainda, colaborou, ora com o pseudônimo de Fausto dante ainda, colaborou, ora com o pseudônimo de Fausto Luz. ora com o de Anatólio Luz. em vários ¡ornáis do Luz. ora com o de Anatólio Luz. em vários ¡ornáis do in

inteteriorior r do Esdo Estataddo o do Rdo Rio. io. Em Em 1907 1907 formouformou-se -se em em DDii reito na então Faculdade de Ciencias Jurídicas e Sociais reito na então Faculdade de Ciencias Jurídicas e Sociais (Rio de Janeiro), hoje Faculdade Nacional de DireitOi com (Rio de Janeiro), hoje Faculdade Nacional de DireitOi com dezoito anos de idade.

dezoito anos de idade.

Exerceu pouco depois de concluído o curso jurídico Exerceu pouco depois de concluído o curso jurídico o

o lugar lugar de de ofioficiacial l da da AdmiAdminisnistraçtração ão dodos s CorreCorreios ios do do EE ss tado do Rio de Janeiro, serviu como secretário do então tado do Rio de Janeiro, serviu como secretário do então diretor, e de 1914 a 1918 ocupou o cargo de diretor dessa diretor, e de 1914 a 1918 ocupou o cargo de diretor dessa repartição

repartição federafederal. l. EEm 1918 m 1918 fofoi i nomnomeadeado o procuradprocurador or dodo Tribunal de Contas da União, função que desempenhou Tribunal de Contas da União, função que desempenhou até 1932. quando foi nomeado ministro do mesmo Tri até 1932. quando foi nomeado ministro do mesmo Tri bun

bunal. al. DDo o Tribunal Tribunal de de CoContantas s fofoi i vicvice-pe-presiresidente dente e e prepre side

sidente. nte. estandestando o hoje hoje aposentaaposentado. do. Em Em 1921924 4 reprrepresenesentou tou oo Brasil na Conferência Internacional de Emigração e Imi Brasil na Conferência Internacional de Emigração e Imi gração, realizada em Roma.

(9)

Depois de colaborações várias em jornais do Rio, como  O País e A Noite, publicou em 1914 seu primeiro livro.  Monólogo das Cousas, a respeito do qual disse José Veríssimo em O  Imparcial, ao feuer-lhe a critica: “ ...n este seu primeiro livro... pensado, sóbrio e discreto, revela um notável temperamento de escritor” . Em 1928 apareceu sua tradução do  Rubáiyât de Ornar Kháyyám, que continua a reeditar-se, decorridos quase trinta anos. Em 1931 acentuou o sentido mais profundo de sua ati vidade de escritor com a publicação de  A Mentalidade da Constituinte, primeiro estudo de uma obra histórica que não mais se interromperia. Em 1934 apareceu  Ernesto Psichari, Neto de Renan. Em 1937, publicava  Bernardo Pereira de Vasconcelos e seu Tempo; em 1939,  História de Dois Golpes de Estado e Evaristo da Veiga; em 1942,

Diogo Antônio Feijó; em 1944,  História do Brasil, em cola boração com Sérgio Buarque de Holanda (livro didático para a 3^ série ginasial): em 1945,  José Bonifácio (aparecido antes no México, em tradução castelhana) e  O Pensamento Vivo de José Bonifácio; em 1952,  A Vida de D. Pedro I e De Várias Províncias.

S desde 1939 diretor da “Coleção Documentos Bra sileiros” desta editora. Durante três anos, de 1935 a 1937, foi o crítico literário de O  Jornal do Rio e de vários Diá rios Associados. Dirigiu a  Revista do Brasil, 3* fase, de 1938 a 1943, e a  Revista do Comércio, entre 1946 e 1948, com Afonso Arínos de Melo Franco.

Colaborador de  O Estado de São Paulo, onde em 1916 e 1917 teve uma seção permanente na edição vesper tina, do  Correio da Manhã, da  Fôlha da Manhã de São Paulo, da  Tribuna da Imprensa e de vários outros jornais do pms.

(10)

Bra-Para seus estados históricos escolheu o período que começa com a formação da consciência nacional em fins do século X V llI e se encerra com o advento do reinado de D. Pedro II, e mais particularmente, os sucessos da Indepen dencia, a formação de um governo constitucional no pais,

o Primeiro Reinado e a Regência, através das biografias das figuras mais representativas e do exame dos aconteci mentos de maior relevancia. Tal o objetivo da  Historia dos Fundadores do Imperio do Brasil, obra na qual reúne, revistos, aumentados e por vézes refeitos, os seus trabalhos anteriores, acrescidos de um volume até agora inédito —

Patos e Personagens em Torno de um Regime.

Para esta edição de  Historia dos Fundadores do Impé rio do Brasil — obra de um mestre no género, considerada unánimemente pela critica como um dos pontos mais altos

da historiografia brasileira — mandamos organizar minu

cioso índice Geral Remissivo (onomástico e de assuntos), que constitui o vol. X da obra.

Octavio Tarquinio de Soasa é casado com a escritora Lucia Miguel Pereira, residindo no Rio de Janeiro.

(11)

I N T R O D U Ç Ã O

C j Q ROBLEM A

fascinante

e

controverso defrontado

amiúde por quem prepara uma biografia é o

do papel da personalidade na História, sobretudo

 se

o

homem estudado exerceu atividade pública, foi esta

dista, político, jornalista ou escritor. Até onde

a ação dos homens ou dos grandes homens influirá

sôbre os acontecimentos, sôbre a face e o rumo dos

sucessos? Certo, pode ser considerada tão ultrapas

sada a posição de um Carlyle, a descobrir sempre

nó desenvolvimento da civilização a marca dos he

róis e dos gênios, como a dos que se obstinam em

aplicar aos fatos históricos os métodos das ciências

naturais, lobrigando na sucessão dêles leis semelhan

tes às que regem os fenômenos que incidem sob o ân

gulo da astronomia, da física, da química ou da biolo

gia.

II n’y a d’histoire que de Thomme, (1) e os

fatos

históricos, caracterizando-se por serem individuais,

únicos, não se subordinam ao conceito das leis de

duzidas da repetição dos fenômenos da natureza.

Natureza e cultura, natureza e história hão de ser

apreciadas segundo métodos próprios e isso se tor

nou imperioso depois de obras como as de Dilthey,

Windelband, Rickert, Xenopol e outros que, embora

divergindo em pontos de maior ou menor

importân-(1) J. Caussimon — L’Affirmation de Vêtre dans Vélaboration

(12)

cta, afirmaram a autonomia dos fatos históricos e

indicaram métodos específicos para estudá-los.

Se não há Historia sem o homem, se os fatos

históricos são condicionados pela ação e pela pre

sença humanas, se o objeto do conhecimento histó

rico é o acontecimento único e irrepetível, fazendo

da História como que urna edição de um só exem

plar.

  (2) a

lei histórica constituiria, como avançou

Rickert, verdadeira contradição em si mesma. M as

sena pueril concluir que a História é urna vasta

coleção de biografias e que o trabalho do historia

dor se reduz a tentar recompor e escrever a vida de

inumeráveis homens ilustres e obscuros, principal

mente ilustres. Se

 il n’y a d’histoire que de Thomme,

éste tem, ao lado da dimensão pessoal, o que se

poderia chamar de dimensão histórica

  (3),

as duas

dimensões se justapondo e por vézes confundindo

os seus limites. E ’ que a existência de cada pes

soa se desenvolve graças a contatos e relações com

os outros homens, com o meio, com todas as coisas

que a cercam, e a vida humana, por mais solitario,

original ou superior que seja o individuo, não es

capa àquelas influencias.

A despeito porém de sua dimensão histórica,

os homens têm, sobretudo os de forte personalidade,

o poder de projetá-la sóbre os acontecimentos. Não

o negou Marx, em última análise, antes o afirmou,

ao dizer que “tóda sociedade tem necessidade de

seus grande": homens". acrescentando com

Helve-tius que. se não os encontra, cria-os

  (4).

Sem

(13)

vida, para Marx a grandeza dêsses homens decorre

menos do seu valor intrínseco do que da sua neces

sidade histórica. Engels, o mais direto intérprete

do pensamento de Marx, querendo excluir qualquer

eiva de providencialismo no aparecimento dos ho

mens necessários, dá êsse aparecimento como obra

do puro acaso, mas, referindo-se a Napoleão, repete

o pensamento do mestre: “na falta de um Napoleão,

outro preencheria o seu lugar, e isto se infere do fato

de que tôdas as vêzes que um ditador se tornou

necessário, foi sempre encontrado

César, Augus

to. Cromwell“

  (5).

A questão dos ditadores desnecessários poderia

ser aventada, mas o que interessa é saber até onde

Marx admite a interferência da personalidade na

História. Isto parece ficar claro na sua carta de

17 de abril de 1871, a Kugelmann, a propósito da

Comuna de Paris: “A história do mundo seria na

verdade coisa muito fácil de fazer se tôdas as lutas

devessem ser travadas só em condições infalivel

mente favoráveis. Além disso, a sua natureza se

ria predominantemente mística, se nela os "acasos”

não representassem papel algum. Êsses casos for

tuitos entram naturalmente na marcha geral da evo

lução e são compensados por outros casos fortuitos.

Mas a aceleração ou o retardamento dos aconteci

mentos dependem em grande parte de semelhantes

“acasos”, entre os quais figura o caráter das pes

soas colocadas à frente do movimento.” Ai temos

o caráter das pessoas, o feitio pessoal dos homens

que assumem a direção dos sucessos políticos a ace

lerar oü a retardar os acontecimentos, muito embora

(14)

sos" em Historia, já que do desenvolvimento das

condições de produção depende o curso da socie

dade, o sentido da Historia, e não é a consciencia

dos homens que determina sua existencia, mas, ao

contrário, é sua existencia económica que determina

aquela. A despeito disso, entretanto, a despeito do

caráter de necessidade do processo histórico marxis

ta, os adeptos da doutrina não prescindem da luta

ininterrupta e desesperada para a realização de um

estado social que de acôrdo com a dialética da His

tória deve necessàriamente surgir. Luta na qual

grandes personalidades se revelam e se afirmam,

luta levada a efeito como se o desenvolvimento da

sociedade dependesse das qualidades morais e inte

lectuais dos homens. Luta que patenteia homens

capazes dos maiores sacrifícios e das mais ambicio

sas ações, capazes de heroísmo e ao mesmo tempo

do mais frio realismo. A importância da persona

lidade, a importância dos líderes políticos, ninguém

põe mais em evidência do que os marxistas, pro

curando impressionar a opinião das ma'^sas com a

superioridade dos seus condutores e guias.

Os grandes acontecimentos históricos não são

apenas o resultado ou o efeito das ações e das pa

lavras dos grandes chefes civis e militares. Imensa

e por vêzes decisiva será a influência das institui

ções econômicas, como imensa e decisiva tem sido

a das conquistas cientificas e a do progresso técnico.

Mas o caráter de certas pessoas, ou melhor, as

idéias, as ambições, a vontade de um líder político,

sobretudo se encarnadas num ditador, podem pro

duzir conseqüências de imenso alcance. O homem

(15)

déles participam, semelhanças de costumes, hábitos,

pensamentos e tendências; os coevos guiam-se por

um padrão de conduta comum e todos ganham me

lhor e mais nitidamente sentido no plano das rela

ções com a época a que pertencem; mas na dimen

são pessoal de cada homem subsistirá urna zona de

maior ou menor hermetismo, segundo o vigor, o po

der de criação e a riqueza íntima de que dispuser.

A mesure qu’on a plus d’esprit on trouve qu’il y a

plus d’hommes originaux,

disse Pascal. Não esca

pam entretanto os homens originais ao espirito de

seu tempo, às suas correntes dominantes, aos seus

valores culturais, aos seus vínculos sociais e polí

ticos, ao que Dilthey denominou de conexão estru

tural de uma época ou um período, sendo ao con

trário os seus representantes mais lídimos e quase

sempre os seus condutores e guias.

Entre ésses

homens e o mundo em que vivem estabelecem-se

laços, nexos, correspondências que vão desde os do

minios da religião e da língua aos das instituições

 jurídicas no mais ampio significado, das relações

econômicas, da literatura e da moda, e fazem do

homem histórico um ser concreto, parcial, contingen

te, ambiguo.

A História não é, como já ficou dito, urna co

leção de biografias, e tem por objeto o estudo do

desenvolvimento, no tempo e no espaço, das civi

lizações, dos povos, dos grupos humanos, vistos

nos seus aspectos políticos, económicos e sociais.

Mas na trama dos acontecimentos

  ce sont toujours

les modalités et les valeurs existentielles des

person-nes humaiperson-nes qu’elle décrit (6)

O

homem está

(16)

pessoal, e o seu conhecimento depende do estudo

da Historia, visto que é através dela que

  ê/e se

rea

liza, condicionado por seu género de vida, por suas

crenças, por suas condições econômicas, por tudo

quanto lhe favorece ou cerceia a expansão da per

sonalidade, Se os grandes homens, os guias, os

heróis, muitas vêzes, parecendo comandar e in

fluir, não fazem mais do que obedecer ao espírito

de sua época, forçoso é convir que na direção do

mundo exercem ação eficaz as idéias, os planos, a

vontade de certos reformadores da política ou da

religião, da ciência ou da arte.

Nos dez volumes reunidos sob o título geral de

História dos Fundadores do Império do Brasil,

grande é a parte concedida ao exame da contribui

ção das principad personagens que surgiram no

momento histórico da emancipação do Brasil e atua

ram no processo da formação de suas instituições

políticas. M as neste conjunto de biografias os

homens aparecem indissolúvelmente ligados aos

acontecimentos, homens históricos e não puros es

píritos, homens concretos e não abstratos, associan

do natureza e cultura, natureza e História, ao mes

mo tempo

 anges et bêtes, a

prevalecer o pensamento

de Kierkegaard. Quanto estêve nas possibilidades

do autor, sua tarefa biográfica inspirou-se em boa

parte nas lições de Dilthey e diligenciou descobrir,

baseado nas melhores fontes documentais, o nexo

efetivo em virtude do qual as figuras estudadas fo

ram determinadas pelo meio em que viveram e como

sôbre

  ê/e

reagiram. Um José Bonifácio, um D. Pe

dro I, um Bernardo de Vasconcelos, um Evaristo da

(17)

um sistema particular de vida, pelas concepções de

Estado, de religião, de ciencia ou de arte do tempo.

Mas se houve a intenção de fixar na vida de

cada urna dessas personalidades a sua conexão com

o mundo histórico

— e

sem isso impossível seria

evocar verdadeiramente a existencia de quem quer

que se ja, pois o homem se prende à sociedade como

os

corpos são atraídos pela gravidade

não se

prescindiu do esforço ou da tentativa de entrever o

que havia porventura de irredutivelmente pessoal,

de próprio, de inalienável em cada urna délas, aquilo

que pertencia

á

zona de sombra do mais íntimo da

natureza, da humanidade, do mistério, do drama de

cada individuo. Não se prescindiu do propósito de

descobrir quanto possível no fluxo da vida désses

homens os traços, os elementos mais diferenciados,

as linhas inconfundíveis da sua fisionomia íntima, o

timbre de sua mais recóndita voz, a parcela indivi

dual que não pode ser somada, subtraída, multi

plicada ou dividida, o

  quid em

última análise defi

nidor da personalidade, surpreendendo o ato único,

o fato que não se repete. De outro lado, sem a

liberdade de criação do romancista

que estabe

lece para as suas personagens um plano próprio de

vida e de duração, mais ou menos próximo do que

o espetáculo do mundo Ihe oferece, embora no fun

do sempre caprichoso e arbitrário

indeclinável

foi o respeito e a obediencia ao

  curriculum vitae

dos

biografados, aceitos na sua estrutura física e moral,

nos limites de suas dimensões, nas contingências de

suas vidas.

O trabalho do historiador, com a neces-^idade

(18)

elaboração histórica participa sob varios aspectos

da obra de arte, colocándose muitas vézes o his

toriador numa atitude semelhante à do pintor, que

organiza os valores pictóricos segundo urna hierar

quia subjetivamente inspirada

  (7).

E em nenhuma

tarefa o historiador se aproxima mais do artista do

que na biografia. Dilthey salienta que a posição

desta na historiografia foi preparada pela novela

(8),

isto é, pela ficção. O mundo biográfico não

pode limitarse a um meticuloso levantamento das

ações e dos acontecimentos da vida de um homem

e, em seguida, a urna narrativa em que se observe o

mais possivel a ordem cronológica: mister se faz que,

socorrido pela imaginação — e de imaginação há

necessidade até no ámbito das ciencias naturais

O

biógrafo saiba e possa o mais possivel recriar a

vida que se extinguiu e restaurar o tempo que pas

sou. Só assim o trabalho biográfico deixará de ter

o ranço de fastidiosos relatórios e logrará apresen

tar em perfeito sincronismo o individuo e o seu meio

histórico, éste em todos os seus aspectos relevantes

e aquéle no seu cunho mais auténtico. N a obten

ção désse fim intervém um critério e urna seleção

de fatos que serão extracientificos mas que se veri

ficam tanto na História como ñas ciencias da natu

reza

  (9).

A coleção que reúne agora, sob um titulo

ge-ral, os livros históricos do autor, não faltará uni

dade: todos os volumes põem em foco fatos e

per-16 OCTAVIO TARQ UINIO D E SOUSA

(19)

sonagens de urna mesma época. M ais do que isso,

os homens e os acontecimentos se entrelaçam, os

primeiros testemunhando as influências das idéias e

das necessidades políticas e económicas do momen

to, os segundos, ora marcados pela ação dos indi

viduos que assumiram a liderança política, ora

exce-dendo-os, submergindo-os, vencendo-os. M as não

se

trata de obra sistemática, adstrita a urna seriação

cronológica dos fatos, numa assentada expostos e

interpretados. Os livros que compõem a

  História

dos Fundadores do Império do Brasil,

conservando

a autonomia que antes tinham, apreciam às vêzes

os mesmos fatos, visto que dêles participaram, direta

ou indiretamente, mais de um dos biografados. A

repetição, entretanto, recolherá porventura as van

tagens que Napoleão atribuía a essa figura de retó

rica, certo como é que os episódios em cada versão

se clareiam de nova luz, encarados do ângulo de

interseção dos diversos atôres ou espectadores.

Os pontos comuns, os temas comuns a vários

volumes aparecem modificados, conforme as reações

particulares ou pessoais dos figurantes. Ainda

quando visavam aos mesmos objetivos, não os orde

navam, não os viam da mesma maneira homens

como José Bonifácio, D. Pedro I, Bernardo de Vas

concelos, Evaristo da Veiga e Feijó. E êsses tes

temunhos todos afinal só poderão concorrer para

tornar mais acessível, mais fácil e mais rico o co

nhecimento da época focalizada. O mesmo se dirá

do refazimento de percursos idênticos em alguns

volumes: da transmigração da família real

portu-guêsa ao 7 de abril, nas vidas de José Bonifácio

(20)

des semelhanças, mas as viagens, os caminhos di

vergirão enormemente. Contemporâneos embora,

em alguns casos pertencendo a gerações diferentes,

a visão que cada um deles nos proporciona variará

de acôrdo com o temperamento, a idade, a cultura,

os interesses pessoais respectivos, num quadro em

que cores diversas nos darão talvez o tom mais apro

ximado da realidade.

Os acontecimentos culminantes da época estu

dada nesta

  História dos Fundadores são a

eman

cipação do Brasil e a instauração de instituições li

vres, isto é, a ruptura com Portugal e a formação

de um govérno autónomo. Desde as últimas déca

das setecentistas notava-se entre nós urna nítida

diferenciação nacional. "O s triunfos colhidos nas

guerras contra os estrangeiros, as proezas dos ban

deirantes dentro e fora do país, a abundancia de

gados animando a imensidade dos sertões, as co

piosas somas remetidas para o govérno da metró

pole, as numerosas fortunas, o acréscimo da popu

lação influíram consideràvelmente sôbre a psicolo

gia dos colonos. Os descobrimentos auríferos vie

ram completar a obra. Não queriam, não podiam

mais se reputar inferiores aos nascidos no além-mar

os humildes e envergonhados mazombos do começo

do século X V II"

  (10).

Ao iniciar-se o século X IX 

e ao desembarcar aqui a família real portuguesa,

 já existia nos núcleos mais densos de população,

entre os elementos mais atentos aos seus interesses

e voltados para as novas idéias políticas, sentimento

brasileiro, consciência nacional. M as o certo era

que a economia do Brasil continuava ho regime de

(21)

monopólio exercido ávidamente pela metrópole e

monopólio exercido ávidamente pela metrópole e

ssóó

afe

afetad

tado

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ingerenci

rencia

a dda

a Ing

Inglater

laterra.

ra. O

O co

comé

mérc

rcio

io

colonial brasileiro fazia-se todo através dos centros

colonial brasileiro fazia-se todo através dos centros

distribuidores de Portugal, já no que vendia, já no

distribuidores de Portugal, já no que vendia, já no

que comprava.

que comprava.

Criada á sombra de urna economia agrária com

Criada á sombra de urna economia agrária com

base no trabalho escravo, a aristocracia dos senho

base no trabalho escravo, a aristocracia dos senho

res de engenho e grandes proprietários territoriais

res de engenho e grandes proprietários territoriais

não se conformava mais com o privilégio luso e

não se conformava mais com o privilégio luso e

começ

começava

ava a

a tramar

tramar a

a su

sua

a aboli

abolição.

ção. Sintomáti

Sintomática

ca

dessa atitude seria a existência no Nordeste de gru

dessa atitude seria a existência no Nordeste de gru

pos empenhados na propagação das doutrinas polí

pos empenhados na propagação das doutrinas polí

ticas dos enciclopedistas e articulando-se com os

ticas dos enciclopedistas e articulando-se com os

revolucionários de França, como deixa entrever a

revolucionários de França, como deixa entrever a

conjuração dos poderosos Cavalcántis em 1801.

conjuração dos poderosos Cavalcántis em 1801.

Por outro lado, ñas cidades, entre intelectuais e ele

Por outro lado, ñas cidades, entre intelectuais e ele

mentos da população socialmente instáveis, mesti

mentos da população socialmente instáveis, mesti

ços de vasta escala cromática, egressos da escravi

ços de vasta escala cromática, egressos da escravi

dão, gente vadia ou de profissão incerta, tomava

dão, gente vadia ou de profissão incerta, tomava

vulto uma disposição de inconformismo e rebeldia.

vulto uma disposição de inconformismo e rebeldia.

A súbita chegada da familia real em 1808 empres

A súbita chegada da familia real em 1808 empres

tou aspectos imprevistos ao processo histórico em

tou aspectos imprevistos ao processo histórico em

elabor

elaboração.

ação. D

De u

e um

m go

golp

lpe

e foi

foi abolido

abolido o

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mono

nopó

póli

lio,

o,

ee

outras medidas, todas num sentido de liberdade

outras medidas, todas num sentido de liberdade

económica e de incentivo cultural ou de organização

económica e de incentivo cultural ou de organização

administrativa, se seguiram: a revogação do alvará

administrativa, se seguiram: a revogação do alvará

de 5 de janeiro de 1785 que proibia a existência de

de 5 de janeiro de 1785 que proibia a existência de

indústrias, a concessão de terras a estrangeiros que

indústrias, a concessão de terras a estrangeiros que

v'essem morar no Brasil, a criação da imprensa, a

v'essem morar no Brasil, a criação da imprensa, a

instalação de bancos e estabelecimentos de ensino,

instalação de bancos e estabelecimentos de ensino,

de tribunais e repartições.

de tribunais e repartições.

Tantas e tão importantes iniciativas lançavam

Tantas e tão importantes iniciativas lançavam

J O

(22)

tuguésa, as chancelarias da Europa a reconhecerem

tuguésa, as chancelarias da Europa a reconhecerem

uma "Córte do Rio de Janeiro”, era a independen

uma "Córte do Rio de Janeiro”, era a independen

cia brasileira que se iniciava de maneira imprevista.

cia brasileira que se iniciava de maneira imprevista.

Do Jato da residencia da familia real portuguesa

Do Jato da residencia da familia real portuguesa

outras conseqüências decorreriam, e as mais notá

outras conseqüências decorreriam, e as mais notá

veis seriam a forma única e original por que se pro

veis seriam a forma única e original por que se pro

cessaria a separação entre a antiga colônia e a me

cessaria a separação entre a antiga colônia e a me

trópol

trópole,

e, e

e o

o est

estimu

imulo

lo à

à unidade brasileira.

unidade brasileira. SSe p

e par

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congregar as diferentes partes de que se compunha

congregar as diferentes partes de que se compunha

o dominio luso na América atuavam varios fatóres

o dominio luso na América atuavam varios fatóres

de ordem cultural, étnica e económica, e se poderosa

de ordem cultural, étnica e económica, e se poderosa

fóra a ação plástica da colonização portuguésa, nao

fóra a ação plástica da colonização portuguésa, nao

faltavam em contraposição os elementos

faltavam em contraposição os elementos

desagre-ga

gado

dore

res

s a

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ulm

min

inaare

rem

m na

na dispersão

dispersão geo

geográ

gráfica.

fica. O

O

govérno de D. João VI no Rio de Janeiro, exer

govérno de D. João VI no Rio de Janeiro, exer

cendo ação centrípeta, não poderia deixar de influir

cendo ação centrípeta, não poderia deixar de influir

no aperto dos laços por vêzes frouxos que uniam

no aperto dos laços por vêzes frouxos que uniam

aas vas

s vastas

tas regiões

regiões da

da América

América lus

lusit

itana.

ana. D

De

e ou

outr

troo

lado, a presença da família real, e o caráter, o fei

lado, a presença da família real, e o caráter, o fei

tio, as ambições de um de seus membros contri

tio, as ambições de um de seus membros contri

buíram decisivamente para resguardar a integrida

buíram decisivamente para resguardar a integrida

de do Brasil, dar-lhe um governo centralizado e,

de do Brasil, dar-lhe um governo centralizado e,

ao menos sob certas formas, diverso dos que se

ao menos sob certas formas, diverso dos que se

instalariam nas treze colônias inglêsas do

instalariam nas treze colônias inglêsas do

Seten-trião e na América Espanhola.

trião e na América Espanhola.

Sem esquecer os movimentos ou tentativas de

Sem esquecer os movimentos ou tentativas de

1789 em Minas, de 1794 no Rio, de 1798 na Bahia,

1789 em Minas, de 1794 no Rio, de 1798 na Bahia,

o certo é que o processo político da independência

o certo é que o processo político da independência

tomava vulto com os atos que as circunstâncias

tomava vulto com os atos que as circunstâncias

impuseram ao príncipe regente de Portugal, ao che

impuseram ao príncipe regente de Portugal, ao che

ggaar

r ao

ao Bra

Brasil.

sil. Paradox

Paradoxalmente

almente, , era

era um

uma

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revol

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ução

ão

(revolução pelos seus resultados) que se operava

(revolução pelos seus resultados) que se operava

(23)

essencial da

essencial da emanci

emancipação brasil

pação brasileira.

eira. D

Dep

epois

ois de

de

nossa elevação à categoria de reino, em pé de igual

nossa elevação à categoria de reino, em pé de igual

dade com a ex-metrópole, e consagrada essa trans

dade com a ex-metrópole, e consagrada essa trans

formação na vida internacional, já que Palmela e

formação na vida internacional, já que Palmela e

seus companheiros figurariam no Congresso de Vie

seus companheiros figurariam no Congresso de Vie

na como representantes também do Brasil,

na como representantes também do Brasil,

tomar-se-ia pacifica a aceitação dêsse estado de coisas, per

ia pacifica a aceitação dêsse estado de coisas, per

turbada todavia pelos choques oriundos de um sen

turbada todavia pelos choques oriundos de um sen

timento nacional mais apurado e pela repercussão

timento nacional mais apurado e pela repercussão

entre nós de doutrinas políticas em evidência desde

entre nós de doutrinas políticas em evidência desde

a Emancipação Americana e a Revolução Francesa.

a Emancipação Americana e a Revolução Francesa.

Prova da exacerbação nativista e do reflexo das

Prova da exacerbação nativista e do reflexo das

idéias do tempo estará no movimento republicano

idéias do tempo estará no movimento republicano

de 181

de 1817,

7, nno

o Nordeste.

Nordeste. M

M aas e

s essa

ssa sub

suble

levaç

vação

ão, à

, à

vista mesmo da proclamação de seus dirigentes, a

vista mesmo da proclamação de seus dirigentes, a

propósito de noticias inverídicas acêrca de possível

propósito de noticias inverídicas acêrca de possível

abolição da escravatura, deixaria bem claro que se

abolição da escravatura, deixaria bem claro que se

tratava de uma revolução a serviço dos senhores

tratava de uma revolução a serviço dos senhores

de engenho, dos proprietários territoriais, desejosos

de engenho, dos proprietários territoriais, desejosos

de quebrar as últimas barreiras do monopólio mer

de quebrar as últimas barreiras do monopólio mer

cantil e prontos para se investirem na direção polí

cantil e prontos para se investirem na direção polí

tic

tica.

a. Inde

Indepen

pendênc

dência,

ia, sim

sim, , república,

república, sim,

sim, m

mas

as na

nada

da

de abolição da escravidão, porque a propriedade era

de abolição da escravidão, porque a propriedade era

o mais sagrado dos direitos, diziam êles, inclusive

o mais sagrado dos direitos, diziam êles, inclusive

a

a pr

prop

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rieda

dade

de do

do ho

hom

mem

em sôb

sôbre

re o

o ho

hom

mem

em. . Se

Sent

nti

i

mento nacional alvoroçado, enlêvo pelos pregões

mento nacional alvoroçado, enlêvo pelos pregões

liberais a ecoarem na América, ódio ao antigo do

liberais a ecoarem na América, ódio ao antigo do

minador luso em cujas mãos continuavam as ativi

minador luso em cujas mãos continuavam as ativi

dades do comércio e as funções públicas, êsses e

dades do comércio e as funções públicas, êsses e

outros fatôres chegariam a determinar em breve a

outros fatôres chegariam a determinar em breve a

ruptu

ruptura

ra total

total ccoom

m Po

Portu

rtugal

gal. . N

Nãão ha

o havendo,

vendo, ent

entre

re

tanto, na sociedade de senhores e escravos que se

tanto, na sociedade de senhores e escravos que se

J O

(24)

ssee

ida ser avassalado de preferencia pelos detento-

ida ser avassalado de preferencia pelos

detento-res da grande propriedade territorial ou por gente

res da grande propriedade territorial ou por gente

a

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serviço

ço de

de se

seus

us interesses.

interesses. O

Os e

s elem

lemen

ento

tos

s em

empe

pe

nhados na emancipação em moldes radicais, ou que

nhados na emancipação em moldes radicais, ou que

sonhavam com urna forma de governo em que hou

sonhavam com urna forma de governo em que hou

vesse a interferencia do maior número, só encontra

vesse a interferencia do maior número, só encontra

riam acolhida entre intelectuais ou no seio de gente

riam acolhida entre intelectuais ou no seio de gente

marginal, de

marginal, de

  status

  status

social pouco definido, urna vez

social pouco definido, urna vez

que, se débil era a parte da população que repre

que, se débil era a parte da população que repre

sentaria a classe média, nula ou insignificante, como

sentaria a classe média, nula ou insignificante, como

expressão militante da política, era a que mereceria

expressão militante da política, era a que mereceria

o nome de povo.

o nome de povo.

Tão considerável foi a influencia dos atos

Tão considerável foi a influencia dos atos

li-beratóríos praticados por D. João VI desde a aber

beratóríos praticados por D. João VI desde a aber

tura dos portos até a elevação do Brasil a reino e,

tura dos portos até a elevação do Brasil a reino e,

de outra parte, tal

de outra parte, tal

oo

prestigio das idéias políticas

prestigio das idéias políticas

eem

m vo

voga,

ga, que

que ao

aos

s primei

primeiros

ros reb

rebate

ates

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a revol

revolução

ução

constitucionalista portuguesa de 1820, brasileiros de

constitucionalista portuguesa de 1820, brasileiros de

todas as regiões aceitaram orgulhosos o mandato de

todas as regiões aceitaram orgulhosos o mandato de

deputado

deputado ààs

s Co

Cortes

rtes de

de Lisboa.

Lisboa. Brasil

Brasileiros

eiros de

de todas

todas

as regiões, dos mais diversos feitios partidários e

as regiões, dos mais diversos feitios partidários e

da mais vária formação social, padres, militares,

da mais vária formação social, padres, militares,

magistrados, auténticos representantes da aristocra

magistrados, auténticos representantes da aristocra

cia rural, demagogos urbanos, o cearense José

cia rural, demagogos urbanos, o cearense José

Mar-tiniano de Alencar, os pernambucanos Pedro de

tiniano de Alencar, os pernambucanos Pedro de

Araújo Lima e Muniz Tavares, éste mal satdo do

Araújo Lima e Muniz Tavares, éste mal satdo do

cárcere por crime de republicanismo, os paulistas

cárcere por crime de republicanismo, os paulistas

Antonio Carlos, Diogo Antonio Feijó, os baianos

Antonio Carlos, Diogo Antonio Feijó, os baianos

Domingos Borges de Barros, futuro visconde da

Domingos Borges de Barros, futuro visconde da

Pedra Branca, Lino Coutinho e Cipriano Barata,

Pedra Branca, Lino Coutinho e Cipriano Barata,

todos convencidos de que seria possivel elaborar

todos convencidos de que seria possivel elaborar

urna Constituição debaixo de cujos preceitos o Brasil,

urna Constituição debaixo de cujos preceitos o Brasil,

(25)

Homens de excessiva boa-fé, satisfeitos no fun

Homens de excessiva boa-fé, satisfeitos no fun

do com o que ocorrera no Brasil no reinado joanino,

do com o que ocorrera no Brasil no reinado joanino,

êsses brasileiros não se aperceberam para logo de

êsses brasileiros não se aperceberam para logo de

que o movimento revolucionario de 1820, sob as

que o movimento revolucionario de 1820, sob as

aparências de um alto programa de regeneração,

aparências de um alto programa de regeneração,

tinha raízes no mais amargo ressentimento contra o

tinha raízes no mais amargo ressentimento contra o

Brasil.

Brasil. Certo

Certo, , os

os dirigentes

dirigentes dda

a revo

revoluç

lução

ão lusa

lusa nã

nãoo

se negariam a estender teóricamente aos antigos

se negariam a estender teóricamente aos antigos

vassalos de além-mar todos os direitos do homem.

vassalos de além-mar todos os direitos do homem.

Mas o que os liberáis de Lisboa não queriam

Mas o que os liberáis de Lisboa não queriam

— ee

os

os

atos sucessivos não tardariam

atos sucessivos não tardariam

aa

deixar fora de

deixar fora de

dúvida

dúvida

era a existência do Brasil como um todo,

era a existência do Brasil como um todo,

como urna nação, como um povo. e em sua incrível

como urna nação, como um povo. e em sua incrível

cegueira se dispuseram a dividi-lo, a fragmentá-lo,

cegueira se dispuseram a dividi-lo, a fragmentá-lo,

a esfacelá-lo em “provincias ultramarinas de Por

a esfacelá-lo em “provincias ultramarinas de Por

tugal”.

tugal”.

A atitude das Córtes de Lisboa só poderia

A atitude das Córtes de Lisboa só poderia

despertar

despertar nno Br

o Bras

asil a

il a reação

reação eem c

m cu

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desfecho estav

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o

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os es

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forç

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manter o regime de reino unido situavam-se num

manter o regime de reino unido situavam-se num

plano de construção ou artificio em que se despre

plano de construção ou artificio em que se despre

zava, além dos interêsses brasileiros mais imediatos,

zava, além dos interêsses brasileiros mais imediatos,

tudo o que suscitara, nos individuos nascidos aqui,

tudo o que suscitara, nos individuos nascidos aqui,

três séculos de exploração colonial, ao atrito da

três séculos de exploração colonial, ao atrito da

arrogância do reinol com a maior ou menor submis

arrogância do reinol com a maior ou menor submis

são

são do

do ““mazom

mazombo”

bo” . . A diferenciação

A diferenciação nac

nacion

ional,

al, en

en

tão em estado de superestesia, dificilmente admiti

tão em estado de superestesia, dificilmente admiti

ria um acórdo ou conciliação que de leve pusesse em

ria um acórdo ou conciliação que de leve pusesse em

dúvida a certeza de que o Brasil devia ser um país

dúvida a certeza de que o Brasil devia ser um país

ind

independ

ependente,

ente, um

uma

a nação

nação sobe

soberan

rana.

a. P

Poor

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mui

uito

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grande que tivesse sido a ação emoliente da monar

grande que tivesse sido a ação emoliente da monar

quia paternal de D. João VI e o alcance das medi

quia paternal de D. João VI e o alcance das medi

J O

(26)

O

O

"ufanismo", a vaidade nacional, o louvor hiper

"ufanismo", a vaidade nacional, o louvor hiper

bólico das excelências da térra, dos seus progres

bólico das excelências da térra, dos seus progres

sos e do seu futuro foram característicos do reinado

sos e do seu futuro foram característicos do reinado

 joa

 joanin

nino.

o. O

O B

Brraassil

il jjá

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istia.

ia. C

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o lig

ligad

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a Portugal, só o admitiam os brasileiros aparente

a Portugal, só o admitiam os brasileiros aparente

mente em situação de paridade, mas de fato em con

mente em situação de paridade, mas de fato em con

dições de superioridade, com a sede do govérno no

dições de superioridade, com a sede do govérno no

Rio de Janeiro, tal como vinha acontecendo desde

Rio de Janeiro, tal como vinha acontecendo desde

que D. João VI para cá viera.

que D. João VI para cá viera.

Mas o rei foi coagido a tornar ao "berço ori

Mas o rei foi coagido a tornar ao "berço ori

ginal da monarquia" e já não haveria depois disso

ginal da monarquia" e já não haveria depois disso

meios de impedir a separação e a independência do

meios de impedir a separação e a independência do

Br

Brasil.

asil. N

N o in

o intu

tuit

ito

o de

de prese

preservar

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unidade bra

brasil

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ra, D. João VI deixara seu filho, o príncipe her

ra, D. João VI deixara seu filho, o príncipe her

deiro D. Pedro, investido da regência do reino aqui

deiro D. Pedro, investido da regência do reino aqui

fundad

fundado.

o. Contrariando

Contrariando aas

s dire

diretri

trizes

zes do

do decr

decreto

eto de

de

7 de março de 1821, que instituía a regência, a po

7 de março de 1821, que instituía a regência, a po

lítica do Soberano Congresso entrou a

lítica do Soberano Congresso entrou a

desenvolver-se no desenvolver-sentido de desunir as províncias, rompendo

se no sentido de desunir as províncias, rompendo

os liames recíprocos, de fazê-las gravitar para Lis

os liames recíprocos, de fazê-las gravitar para Lis

boa, de esbater na sua expressão mais genuína o

boa, de esbater na sua expressão mais genuína o

país que se constituirá aquém Atlântico, de fazer o

país que se constituirá aquém Atlântico, de fazer o

Brasil, assim anemizado, dependente outra vez de

Brasil, assim anemizado, dependente outra vez de

Portugal, embora fôssem os brasileiros, ou melhor,

Portugal, embora fôssem os brasileiros, ou melhor,

os habitantes das províncias ultramarinas, aquinhoa

os habitantes das províncias ultramarinas, aquinhoa

dos com todos os direitos e garantias individuais

dos com todos os direitos e garantias individuais

concedidos aos da metrópole.

concedidos aos da metrópole.

Não deparariam apenas obstáculos e repulsas

Não deparariam apenas obstáculos e repulsas

os

os planos

planos do

dos

s di

diri

rigent

gentes

es ddas Côrtes.

as Côrtes. P

Par

ara

a apo

apoiá-

iá-los havia então no Brasil tropas portuguêsas aguer

los havia então no Brasil tropas portuguêsas aguer

ridas, prestigiosos elementos lusos no comércio e nos

ridas, prestigiosos elementos lusos no comércio e nos

(27)

liberais propensas a exalgar os interesses regionais

liberais propensas a exalgar os interesses regionais

eem

m det

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riment

ento

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s ge

gera

rais.

is. P

Poor

r isso

isso me

mesmo

smo, , só n

só nos

os

últimos meses de 1821 começariam as Córtes a per

últimos meses de 1821 começariam as Córtes a per

der prestigio e teriam inicio entre gente mais ani

der prestigio e teriam inicio entre gente mais ani

mosa articulações e pro

mosa articulações e pro je

 jeto

tos

s vis

visan

ando

do

áá

reação contra

reação contra

a possibilidade de volver o Brasil a urna situação

a possibilidade de volver o Brasil a urna situação

de

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inferioridade

oridade políti

política

ca e

e ec

econó

onómi

mica

ca. . O

Os

s gr

gran

ande

dess

eventos désse ano tinham sido de cunho portugués,

eventos désse ano tinham sido de cunho portugués,

crises ou repercussões do constitucionalismo luso —

crises ou repercussões do constitucionalismo luso —

o juramento, a 26 de fevereiro, da Constituição a

o juramento, a 26 de fevereiro, da Constituição a

ser feita pelas Córtes, a reunião da Praça do Co

ser feita pelas Córtes, a reunião da Praça do Co

mércio, a 21 de abril, o pronunciamento de 5 de

mércio, a 21 de abril, o pronunciamento de 5 de

 junho.

 junho. A

A primeir

primeira

a ten

tentati

tativa,

va, a

a 12

12 de

de outubro

outubro de

de

1821, para aclamar imperador do Brasil o príncipe

1821, para aclamar imperador do Brasil o príncipe

regente, frustrou-se de todo por prematura e ino

regente, frustrou-se de todo por prematura e ino

portuna, não lhe dando maior solidariedade o esco

portuna, não lhe dando maior solidariedade o esco

lhido para centro e remate do movimento.

lhido para centro e remate do movimento.

Os decretos das Córtes relativos à transforma

Os decretos das Córtes relativos à transforma

ção político-administrativa das provincias do Brasil

ção político-administrativa das provincias do Brasil

e a ordem de regresso do regente despojado de suas

e a ordem de regresso do regente despojado de suas

antigas atribuições dariam

antigas atribuições dariam

oo

impulso incoerctvel à

impulso incoerctvel à

lu

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a pela

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Indepe

ependê

ndênci

ncia.

a. D

Do “

o “FFic

icoo” e

” e da orga

da organi

ni

zação do Ministério de 16 de janeiro de 1822 à

zação do Ministério de 16 de janeiro de 1822 à

investidura de D. Pedro como defensor perpétuo e

investidura de D. Pedro como defensor perpétuo e

a convocação da Assembléia Constituinte, dos mani

a convocação da Assembléia Constituinte, dos mani

festos de 1 e 6 de agosto ao grito do Ipiranga, em

festos de 1 e 6 de agosto ao grito do Ipiranga, em

oito meses túrgidos e dramáticos os sucessos foram

oito meses túrgidos e dramáticos os sucessos foram

conformando a face de um país novo, ora forçando,

conformando a face de um país novo, ora forçando,

dobrando, moldando os homens que as circunstân

dobrando, moldando os homens que as circunstân

cias colocaram à frente do movimento, ora

cias colocaram à frente do movimento, ora

receben-do déles, receben-dos de personalidade mais forte, rumos e

do déles, dos de personalidade mais forte, rumos e

direçõ

direções.

es. Ne

Nem

m sempr

sempre

e poderá

poderá ser

ser med

medid

ido,

o, pe

pesad

sado,

o,

J O

(28)

alguns déles parecem de maior relevo a um exame

perfunctório. Como negar que a ação de José

Bonifacio e de D. Pedro, de Ledo e de José Joa

quim da Rocha foi em certos momentos prepon

derante?

Sem dúvida a ruptura com Portugal não se rea

lizava por fôrça apenas da vontade, do desejo, da

ação de alguns homens. Para levá-la a cabo atua

vam causas múltiplas, que não apenas as mais novas,

provenientes da atitude das Córtes de Lisboa. Estas

serviram acima de tudo para ativar as mais profun

das, as que vinham ganhando fôrça e entono desde

as últimas décadas setecentistas. O s interêsses da

lavoura latifundiária colidiam com os do comércio

em mãos dos portuguéses, e mais do que nunca os

representantes mais expressivos dentre os senhores

de engenho e proprietários territoriais se dispuseram

a agir, direta ou indiretamente, por elementos seas

enfronhados ñas doutrinas políticas que vinham

transformando o mundo. Os intelectuais das cida

des, os letrados, padres, bacharéis, professóres

fize-ram-se também partidários entusiastas da Indepen

dência, a lobrigarem nela urna salda para a vida

estreita e mesquinha em que vegetavam. Por úl

timo, emprestou sua adesão a luta contra o antigo

dominador a parte da população que nenhum bene

ficio real lograria com a libertação do Brasil, a gente

que fazia o papel de povo, mal saida do cativeiro,

fadada à vadiagem, sem profissão certa, a revidar

na aversão ao luso o desprêzo que a êste inspirava

muitas vêzes a pretensa inferioridade racial sinte

tizada na alcunha de “cabra”.

(29)

sença deram aos acontecimentos feição que prova

velmente sem êles não teriam. Dentre quantos no

Rio e nas províncias serviram à emancipação brasi

leira há que destacar José Bonifácio e o príncipe D.

Pedro. Tal não significa a negação dos méritos e

do subsídio de tantas personalidades que se empe

nharam na mesma ação. N os diferentes volumes de

que se compõe a

  História dos Fundadores do Im

pério do Brasil

houve o propósito de situar com obje

tividade o lugar de cada um, apreciando figuras

que, não obstante ficarem em segundo plano no

quadro histórico, exerceram papel importante

  — os

componentes do grupo maçônico do Rio, um José

Clemente Pereira, um Januário, um Domingos Al

ves Branco Moniz Barreto, ou um Antônio Carlos,

um Vergueiro, um Caldeira Brant, os já menciona

dos Ledo e José Joaquim da Rocha, os políticos

cautos e lúcidos que, nas províncias, uns logo, ou

tros com algum atraso, perceberam o rumo defini

tivo dos sucessos.

Êsse balanço das contribuições pessoais diver

sas, à luz de documentos e testemunhos idôneos,

assegura na ordem da importância e conteúdo da

ação a primazia a José Bonifácio e ao príncipe D.

Pedro. Êste foi um verdadeiro

  eventful man (11),

cujas ações marcaram o curso dos acontecimentos.

E marcaram porque, príncipe regente do Brasil e

herdeiro do trono de Portugal, optou pelo pais de

adoção, deliberou aceitar a chefia do movimento li

bertador e põs nessa adesão todo o calor, todo o

entusiasmo, todo o fogo de sua natureza, sem em

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