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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS POTENCIAIS EM UNIDADE DE INTERNAÇÃO ADULTA DO HOSPITAL CASA DE SAÚDE - SANTA MARIA - RS 1

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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS POTENCIAIS EM UNIDADE DE

INTERNAÇÃO ADULTA DO HOSPITAL CASA DE SAÚDE - SANTA MARIA - RS

1

FERRARI, Cheila Morgana

2

, CALLEGARO, Daiane Schopf

2

; LIMBERGER, Jane Beatriz

2,

BERTAGNOLLI, Silvana M. M.

2

1

Trabalho de Pesquisa - UNIFRA

2

Curso de Farmácia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil E-mail: janebeatriz@unifra.br

RESUMO

Interações medicamentosas ocorrem quando os efeitos e/ou a toxicidade de um fármaco são alteradas pela presença de outro e acabam ocorrendo de forma imprevista e indesejável. O objetivo deste trabalho foi verificar as interações medicamentosas existentes em uma unidade de internação adulta de pacientes internados no Hospital Casa de Saúde de Santa Maria, RS. Foram analisadas 136 prescrições médicas de pacientes adultos, no período de 13 a 21 de abril de 2011. De acordo com as prescrições analisadas, verificou-se que os medicamentos mais prescritos foram Metronidazol, Complexo B, Tramadol, Amoxicilina, Hidrocortisona, Paracetamol, Ceftriaxona entre outros. Foram feitas tabelas de fármacos que agem no Sistema Nervoso Central, Analgésicos e Antiinflamatórios e Antibióticos, abordando suas interações medicamentosas. Percebeu-se que os medicamentos prescritos aos pacientes apresentaram altas prevalências de interações medicamentosas potenciais, com isso verifica-se o cuidado e a atenção que os profissionais da saúde devem ter na hora de prescrever e administrar medicamentos. Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da Unifra sob registro 009/2010.2.

Palavras-chave: Interações Medicamentosas; Prescrições; Farmácia Clínica.

1. INTRODUÇÃO

O medicamento é um bem essencial à saúde, utilizado como terapêutica para recuperação ou manutenção das condições de saúde. Assim, torna-se essencial sua utilização em hospitais, desde que seja de maneira adequada e com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes (SALVIANO, 2008).

Considerando as diferentes unidades, em geral, as classes de medicamentos mais

usados no ambiente hospitalar, segundo Souza (2008) e Melo et al. (2003), são analgésicos

(2)

(Tramadol, Paracetamol e Dipirona), antieméticos (Metoclopramida), antitrombóticos (Heparina e Ácido Acetilsalicílico) e antiulcerosos (Omeprazol e Ranitidina).

Segundo Melo et al. (2003) a complexidade das doenças e a necessidade de polimedicação durante o tratamento, fazem com que os pacientes estejam sujeitos a sofrerem as consequências de problemas relacionados aos medicamentos. Entre esses problemas, estão as interações medicamentosas, que podem aumentar os efeitos farmacológicos ou exacerbar os efeitos tóxicos dos medicamentos.

Uma interação medicamentosa ocorre quando os efeitos e/ou a toxicidade de um fármaco são alteradas pela presença de outro. Embora seus resultados possam ser tanto positivos (aumento da eficácia) como negativos (diminuição da eficácia ou toxicidade), estas interações são geralmente imprevistas e indesejáveis na farmacoterapia (HAMMES, 2008).

As interações medicamentosas são produzidas por dois mecanismos farmacológicos que determinam sua classificação (farmacocinética e farmacodinâmica). Interações farmacocinéticas são aquelas que apresentam mecanismos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos medicamentos afetados. Já as interações farmacodinâmicas são aquelas nas quais os efeitos de um medicamento se alteram devido à presença de outra substância farmacologicamente ativa (ROSSIGNOLI, 2006).

O risco de ocorrerem interações medicamentosas dependem de alguns fatores, tais como número de medicações prescritas, duração do tratamento, idade do paciente, estados de doença (HAMMES, 2008).

Muitas vezes é necessário o manejo das interações para evitar ou minimizar a ocorrência de efeitos adversos. Frente a esse quadro, torna-se importante a identificação de Interações Medicamentosas em prescrições médicas de pacientes internados na Unidade adulta do hospital, com o propósito de amenizar os problemas de saúde relacionados ao uso de medicamentos.

Para tanto, o papel do farmacêutico deve se direcionar para o paciente, visando o medicamento como instrumento e não como meio. Assim, o farmacêutico passa a auxiliar a equipe de saúde na análise de prescrição, monitorização do tratamento e do quadro clinico do paciente durante a sua internação (MELO et al., 2003).

2. METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida a partir de pesquisa descritiva e transversal. A pesquisa

descritiva teve por objetivo apresentar as características de uma determinada população ou

(3)

fenômeno ou também, estabelecer relações entre as variáveis, em um determinado momento do estudo (GIL, 2010).

O presente estudo foi realizado no Hospital Casa de Saúde, em Santa Maria- RS, cuja finalidade é atender aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), mais precisamente na ala correspondente à unidade de internação adulta - Unidade 200.

O levantamento das prescrições foi realizado no período de 13 a 21 de abril de 2011, totalizando 136 prescrições médicas. Em seguida, procedeu-se a avaliação das prescrições no que diz respeito à identificação dos medicamentos utilizados na unidade, bem como da quantidade utilizada no período e interações potenciais dos medicamentos prescritos.

O estudo foi avaliado pelo comitê de ética do Centro Universitário Franciscano e aprovado mediante a garantia de manutenção da confidencialidade dos sujeitos envolvidos através do protocolo 009 2010.2.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Das 136 prescrições médicas analisadas na Unidade de Internação Adulta (Unidade 200) do Hospital Casa de Saúde, destacam-se os seguintes medicamentos mais utilizados: Metronidazol, Complexo B, Tramadol, Amoxicilina, Hidrocortisona, Paracetamol, Ceftriaxona, Omeprazol, Carbamazepina, Calamina, Furosemida, Clonazepam e Morfina (TABELA 1).

TABELA 1 - Frequência relativa de medicamentos mais prescritos

MEDICAMENTOS MAIS PRESCRITOS %

Amoxicilina 3,7

Calamina 2,7

Carbamazepina 2,7

Ceftriaxona 3,4

Clonazepam 2,3

Complexo B 5,4

Furosemida 2.7

Hidrocortisona 3,6

Metronidazol 9,4

Morfina 8

Omeprazol 3,2

Outros 44,8

Paracetamol 3,6

Tramadol 5

(4)

Diversas interações medicamentosas foram constatadas entre estes fármacos.

Os fármacos mais envolvidos nestas interações são aqueles que agem no Sistema Nervoso Central (Tabela 2), seguidos pelos analgésicos e antiinflamatórios (Tabela 3) e por fim os antibióticos (Tabela 4).

Identificar e classificar as interações medicamentosas, conhecer o manejo clínico, ou seja, saber como fazer para minimizar ou até evitar interações medicamentosas, é de fundamental importância para o profissional de saúde. Dessa forma, em todas as interações identificadas foram recomendados procedimentos para evitar ou minimizar danos à saúde do paciente (LIMA, 2007). Quando ocorrerem interações medicamentosas, orienta-se suspender o uso do fármaco A ou B e, notificar ao médico responsável em casos de efeitos adversos ou complicações associadas.

Para a elaboração das tabelas foram consultadas fontes oriundas de livros e internet. Foram utilizados os seguintes livros: Interações Medicamentosas e Farmacologia Clínica – Fundamentos da Terapêutica Racional, juntamente com o apoio de um site internacional disponível na internet (Drugs.com).

TABELA 2 - Medicamentos que agem no Sistema Nervoso Central (SNC)

MEDICAMENTOS QUE AGEM NO SNC

FÁRMACO INTERAGENTE

TIPO DE INTERAÇÃO

GRAVIDADE PROCEDIMENTO

FLUOXETINA Imipramina Tramadol Captopril

Farmacocinética Farmacodinâmica Farmacocinética

D D D

1 1 2

HALOPERIDOL Clorpromazina Farmacocinética D 1

CARBONATO DE LÍTIO Tramadol Captopril Cetoprofeno Diclofenaco Enalapril

Farmacodinâmica Farmacodinâmica Farmacodinâmica Farmacodinâmica Farmacodinâmica

D D D D D

2 3 4 4 3 IMIPRAMINA Sertralina

Tramadol Clonidina Omeprazol

Farmacocinética Farmacodinâmica Farmacodinâmica Farmacocinética

D D D D

1 2 1 2 SERTRALINA Tramadol

Omeprazol

Farmacodinâmica Farmacocinética

D D

3 2 CLORPROMAZINA Tramadol

Captopril Carvedilol

Farmacodinâmica Farmacocinética Farmacodinâmica

D D D

2 2 2

(5)

FENITOÍNA Fluoxetina Sertralina Nifedipino Nimodipino Sinvastatina

Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética

D D D D D

3 3 3 3 2 FENOBARBITAL Varfarina

Imipramina Nifedipino Nimodipino Omeprazol

Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética

D D D D D

1 5 5 5 2 CARBAMAZEPINA Diclofenaco

Varfarina

Farmacocinética Farmacodinâmica

D D

2 5

BROMAZEPAM Diclofenaco Farmacocinética D 2

CLONAZEPAM Diclofenaco Farmacocinética D 2

RISCO C: Monitorizar a terapia/ RISCO D: Considerar uma modificação na terapia. 1:Notificar ao médico se sentir efeitos adversos; 2:Considerar uma alternativa para um dos medicamentos;

3:Monitorar o aumento dos efeitos tóxicos; 4:Considerar a redução da dose de um dos fármacos;

5:Monitorar a diminuição dos efeitos terapêuticos.

TABELA 3 - Analgésicos e Anti-inflamatórios

ANALGÉSICOS E ANTI-

INFLAMATÓRIOS

FÁRMACO INTERAGENTE

TIPO DE INTERAÇÃO

GRAVIDADE PROCEDIMENTO

CETOPROFENO Varfarina Carbonato de Lítio

Farmacodinâmica Farmacodinâmica

D D

2 3 DICLOFENACO Varfarina

Bromazepam Sinvastatina Carbamazepina Carbonato de Lítio Diazepam Clonazepam Cilostazol

Farmacodinâmica Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacodinâmica Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética

D D D D D D D D

2 1 1 1 3 1 1 1 TRAMADOL Carbonato de Lítio

Fluoxetina Clorpromazina Sertralina Imipramina

Farmacodinâmica Farmacodinâmica Farmacodinâmica Farmacodinâmica Farmacodinâmica

D D D D D

1 2 1 2 1

RISCO C: Monitorizar a terapia/ RISCO D: Considerar uma modificação na terapia; 1:Considerar uma alternativa para um dos medicamentos interagentes; 2:Notificar ao médico qualquer efeito adverso; 3:Considerar a redução da dose de um dos fármacos

.

TABELA 4 - Antibióticos

ANTIBIÓTICOS FÁRMACO TIPO DE GRAVIDADE PROCEDIMENTO

(6)

AZITROMICINA Varfarina Digoxina

Farmacocinética Farmacodinâmica

C D

1 1 CIPROFLOXACINO Hidrocortisona

Dexametasona Haloperidol Varfarina

Ácido acetilsalicílico Amiodarona Clorpromazina Diazepam Imipramina Nifedipino Omeprazol Propranolol Carvedilol Ranitidina Sinvastatina

Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacodinâmica Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética

C C C C C C C C C C C C C C C

2 3 2 2 3 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 GENTAMICINA Furosemida

Cetoprofeno Diclofenaco Vancomicina

Farmacodinâmica Farmacocinética Farmacocinética Farmacocinética

C C C C

4 1 1 1

CEFTRIAXONA Varfarina Farmacodinâmica C 1

VANCOMICINA Diclofenaco Farmacocinética C 4

RISCO C: Monitorizar a terapia/ RISCO D: Considerar uma modificação na terapia; 1:Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos/tóxicos dos medicamentos; 2:Notificar ao médico se sentir efeitos adversos pronunciados; 3:Monitorar a diminuição dos efeitos de um dos medicamentos;

4:Devem ser realizados testes de níveis séricos, audiométricos e renais antes e durante o tratamento.

Segundo Lima (2007), a falta de conhecimento sobre os fatores de risco e os mecanismos farmacocinéticos das interações medicamentosas pode contribuir para a ocorrência de interações medicamentosas. Outro problema é que os profissionais de saúde não examinam com atenção as associações de medicamentos que podem ter resultados indesejáveis durante o processo terapêutico.

Os erros de medicação podem ser cometidos por qualquer pessoa que lide com

medicamentos. O sistema gerencial e de garantia de qualidade, a nomenclatura do

medicamento, caligrafia médica, distração momentânea, estresse profissional, sistemas de

prescrição, transcrição, dispensação e administração de medicamentos, falta de

conhecimento ou treinamento inadequado, fontes inadequadas de informação sobre

medicamentos e erros humanos, são algumas das causas (SOUZA, 2008).

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Segundo Sehn et al. (2003), a monitorização do paciente, ajuste de dose, troca ou suspensão de um dos medicamentos, mudança dos horários de administração, são alguns dos procedimentos que podem ser realizados para evitar e lidar com as interações.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se que a análise das prescrições médicas propostas neste trabalho revelou que existem em todas as classes de medicamentos, diversas interações medicamentosas, que vão desde interações relevantes até as mais preocupantes. Em virtude destes fatos, torna-se importante e indispensável que os profissionais da área da saúde reconheçam as interações medicamentosas durante a prescrição, dispensação e administração dos medicamentos, a fim de fornecer um tratamento seguro e eficaz, sem causar danos à saúde do paciente.

REFERÊNCIAS

BACHMANN, K. A et al. Interações Medicamentosas. São Paulo: Manole, 2006.

DRUGS.COM. Interactions Checker. Disponível em: www.drugs.com. Acesso em: 13 de abril. 2011.

FUCHS, F. D; WANNMACHER, L; FERREIRA, M. B. C. Farmacologia Clínica - Fundamentos da terapêutica racional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010.

HAMMES, G. A et al. Prevalência de potenciais interações medicamentosas droga-droga em unidades de terapia intensiva. Rev. Brasileira de Terapia Itensiva. v. 20, n. 4, 2008.

LIMA, R. E. F. Interações medicamentosas potenciais em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário do Ceará. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 2007.

MELO, A. C de et al. Atenção Farmacêutica Hospitalar – Resultados dos Acompanhamentos no Hospital da Baleia – BH – MG. Rev. Espaço para Saúde. v. 4, n. 2, 2003.

ROSSIGNOLI, P. S de; GUARIDO, C. F; CESTARI, I. M. Ocorrência de Interações

Medicamentosas em Unidade de Terapia Intensiva: avaliação de prescrições médicas. Rev.

Brasileira de Farmácia. 2006.

SALVIANO, L. H. M. S. Avaliação do Nível de Informação dos Profissionais de Saúde

da Família acerca das Reações Adversas a Medicamentos e Farmacovigilância. 2008.

(8)

78f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Fundação Osvaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, 2008.

SEHN, R et al. Interações medicamentosas potenciais em prescrições de pacientes hospitalizados. Rev. Infarma. v. 15, n. 10, 2003.

SOUZA, J. M. V; THOMSOM, J. C; CATISTI, D. G. Avaliação de prescrições

medicamentosas de um hospital universitário brasileiro. Rev. bras. educ. med. v. 32, n. 2,

2008.

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