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IMPACTOS REGIONAIS DOS ASSENTAMENTOS RURAIS: BANCO DE DADOS DA LUTA PELA TERRA DATALUTA

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Academic year: 2022

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LUTA PELA TERRA – DATALUTA

REGIONALIZATION IMPACTS OF RURAL SETTLEMENTS: DATABASE OF THE STRUGGLE FOR LAND - DATALUTA

Luciana Carvalho e Souza Universidade Federal de Uberlândia LAGEA/UFU lulukaitba@gmail.com Eduardo Rozetti de Carvalho Universidade Federal de Uberlândia Mestrando/PPGEO/UFU - LAGEA/UFU edu_lagea@hotmail.com João Cleps Junior Universidade Federal de Uberlândia LAGEA/UFU jcleps@ufu.br RESUMO: O presente trabalho constitui a pesquisa “Impactos Regionais dos Assentamentos Rurais: Banco de Dados da Luta Pela Terra – DATALUTA” desenvolvido em nível de Iniciação Científica no Laboratório de Geografia Agrária – LAGEA, vinculado ao Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Dentre os objetivos da pesquisa, busca-se compreender o processo de organização coletiva de produção no PA São Domingos, localizado no município de Tupaciguara/MG.

Inicialmente, a pesquisa faz uma caracterização territorial dos movimentos mais atuantes na mesorregião geográfica do Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba, dando destaque ao Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - MTL, apresentando seu histórico de formação até o momento de criação do PA São Domingos. A metodologia para desenvolvimento desse trabalho se baseia na pesquisa bibliográfica acerca da temática do cooperativismo, autogestão e produção coletiva em áreas de assentamentos rurais, buscando estabelecer as relações com a atual dinâmica da luta pela terra no Estado de Minas Gerais e Triângulo Mineiro, além de trabalhos de campo propriamente ditos na área do projeto São Domingos. O assentamento é gerido pela Cooperativa Agropecuária Mista de Empreendimento Rural Comunitário do Assentamento São Domingos – COERCO, na qual os associados são os assentados desse mesmo PA, que vem desenvolvendo atividades orientadas pelo MTL. Outro fator importante abordado neste artigo é a

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existência de uma escola técnica dentro do assentamento, cujo principal objetivo é a formação de técnicos que atuem dentro dos assentamentos ligados ao MTL. No desenvolvimento da pesquisa, é feita uma análise das recentes políticas públicas para o campo e da reforma agrária no Brasil nos últimos governos (FHC e Lula). Mostramos que as mesmas não se mostraram eficazes para o conjunto dos produtores. Também registramos o número superestimado de assentamentos rurais criados em diferentes governos, além de um significativo aumento das manifestações no campo. e por conseguinte que os movimentos de luta pela terra vêm apresentando uma configuração de ação mais estruturada politicamente, além de um aperfeiçoamento nas estratégias de mobilização. Por meio deste trabalho tem sido possível observar uma configuração da problemática da questão agrária em Minas Gerais e como os movimentos de luta pela terra manifestam suas ações tanto na forma de ocupações quanto dentro dos próprios assentamentos rurais, como é o caso do PA São Domingos em que o movimento gerencia junto à associação local as principais ações a serem desenvolvidas pelos produtores. Por fim, busca-se com o trabalho a maior compreensão de experiências inovadoras frente ao atual crise na maioria dos assentamentos rurais no Brasil.

Palavras-Chaves: Assentamento rural, PA São Domingos, DATALUTA.

Abstract: This work is the search "Regionalization Impacts of Rural Settlements:

Database of the struggle for land - DATALUTA" developed at the level of Undergraduate Laboratory of Geography Day - LAGEA, linked to the Institute of Geography, Federal University of Uberlandia - UFU. Among the objectives of the research, try to understand the process of collective organization of production in the PA São Domingos, located in Tupaciguara/MG. Initially, the search area is a characterization of the movement more active in the mesoregion geographical Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba, giving prominence to the Movimento Terra, Trabalho e Liberdade - MTL, showing its history of training until the moment of creation of the PA São Domingos. The methodology for development of this work is based on research literature on the topic of cooperatives, self and collective production in areas of rural settlements, seeking to establish relations with the current dynamics of the struggle for land in the State of Minas Gerais and Triângulo Mineiro, and the field itself in the project area São Domingos. The settlement is administered by the Cooperativa Agropecuária Mista de Empreendimento Rural Comunitário do Assentamento São Domingos - COERCO, in which members are the settlers of that PA, which has been developing activities aimed at MTL. Another important

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factor addressed in this article is a technical school in the settlement, whose main goal is the training of technicians who act within the settlements related to the MTL. In the development of research, is a recent analysis of public policies for the rural and agrarian reform in Brazil in recent governments (Cardoso; Lula). We show that they were not effective for all producers. Also recorded overestimated the number of rural settlements established in different governments, in addition to a significant increase in demonstrations in the field and therefore that the movements in the struggle for land are presenting a more structured setting of action politically, in addition to an improvement in the strategies of mobilization. Through this work has been possible to observe a configuration of the problem of agrarian issue in Minas Gerais and as the movement of struggle for land express their shares either in the form of occupations as within their own rural settlements, such as the PA São Domingos that the movement manages the local association with the main actions to be taken by producers. Finally, try to work with a greater understanding of innovation facing the current crisis in most rural settlements in Brazil.

Keywords: Rural Settlement, PA São Domingos, DATALUTA.

1 - As Recentes Políticas de Reforma Agrária: os Governos FHC e Lula

Durante o Governo Fernando Henrique Cardoso que vai de 1995 a 2002, foi adotada uma política neoliberal que na área rural, que assim como vinha acontecendo desde o período colonial, priorizou-se produção para o mercado externo, deixando em segundo plano o abastecimento interno. Além disso, o fato do Estado não intervir de forma direta na economia, fez com que a economia agrícola brasileira se subordinasse aos interesses dos países mais ricos e das grandes transnacionais que monopolizam o setor de produção de insumos e o comércio de produtos nesse setor.

Percebendo que as medidas usadas no governo FHC acabariam dificultando o processo de reforma agrária no país, os movimentos sociais de luta pela terra se organizaram e reivindicaram por melhores condições de vida no campo. A pressão feita pelos movimentos sociais com a ampliação das ocupações nesse período pressionou o governo FHC a ampliar as áreas de assentamento e também alguns programas sociais voltados ao campo como: o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF); o Programa de Geração de Emprego e Renda Rural (PROGER RURAL) e a Previdência Rural.

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Porém, grande parte desses programas, não passaram de medidas compensatórias e que os financiamentos de custeio com recursos do programa apresentaram encargos totais muito superiores a todas as taxas que aferem o processo inflacionário. Além disso, foi atestado que o financiamento era destinado apenas aos produtores que eram integrados a empresas agroindustriais ou por cooperativas por elas ministradas.

Outro marco importante no Governo FHC foi à criação do Banco Terra. O Banco constituía-se de um mecanismo criado para compra e venda de terras destinadas a Reforma Agrária. Mais uma vez atuação do Governo foi criticada, pois além de encarecer o preço da terra, o processo de arrecadação de terras e seleção das famílias era descentralizado, ou seja, ficava sob responsabilidade dos municípios fazer o mesmo gerando assim um fortalecimento das elites locais e dificultando a pressão popular que reivindicava uma reforma agrária que não fosse à de mercado adotada pelo presidente.

Todas essas criticas eram rebatidas pelo Governo que dizia e mostrava por dados estatísticos que foi durante a era FHC que houve o maior numero de famílias assentadas até então na historia do país. Isto realmente ocorreu, porém deve-se questionar a maneira precária, sem estrutura e sem apoio governamental que essa reforma agrária de mercado se deu no âmbito nacional além de um aumento significativo de ocupações no território brasileiro e também o fato de que entre esses assentamentos incluíam as regularizações fundiárias (as posses), os remanescentes de quilombos, os assentamentos extrativistas e os projetos Casulo e Cédula Rural.

Foi nesse cenário que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência da República no ano de 2003 com o apoio de grande parte das entidades populares de luta pela terra. Durante sua campanha, Lula apresentou um plano de metas para o setor agrário brasileiro. Dentre essas estavam: o Plano Nacional de Reforma Agrária; o programa de fortalecimento da agricultura familiar e dos assentamentos de Reforma Agrária; o crédito rural; educação para o meio rural; associativismo e cooperativismo entre tantas outras que, como a maioria destas citadas, não conseguiu alcançar seus marcos impostos.

Muitos dados foram inflados, maquiando assim a realidade do campesinato brasileiro. Segundo Oliveira “[...] tudo indica tratar-se de reconhecimento das famílias já assentadas para fins de sua inserção nas políticas do governo, mas nunca, novos assentamentos do governo LULA. São, portanto, casos típicos de reordenação de assentamentos antigos“ (OLIVEIRA, 2006, p.8).

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È importante lembrar também o fato de que a bancada ruralista participou na indicação de nomes para o Ministério da Agricultura, revelando assim um caráter totalmente latifundiário e voltado para o agronegócio.

Evidencia-se a partir da analise dos últimos dois governos uma certa tendência à manutenção de uma política agrária totalmente injusta e concentradora realizada durante todo o processo histórico brasileiro deixando a desejar uma reforma agrária realmente efetiva e aplicável.

1.1 - Perspectivas da Luta Política no Campo

Os movimentos sociais no campo brasileiro vêm se organizando atualmente de maneira diferenciada. Estas variações das frentes de pensamento dadas no âmbito dos movimentos acabam criando uma aparência de disseminação dos mesmos. Porém, o que se verifica é exatamente contrário, os movimentos sociais no campo caminham e vem exercendo seu papel de maneira mais articulada e engajada.

A atual posição do Estado tem sido a de buscar a desarticulação desses movimentos afim de que os mesmos percam toda sua estrutura e estabilidade até hoje vencidas e também na tentativa de reter seus avanços como relata Oliveira,

Desta forma o campo brasileiro vai, no seio das contradições do desenvolvimento capitalista no país, forjando sua unidade de luta na diversidade das suas origens. É, pois este o caminho para a sua compreensão e entendimento: diverso e contraditório. (OLIVEIRA, 1988, p.55).

Verifica-se também no campo brasileiro um significativo aumento de lavouras de monocultura, principalmente da soja e da cana-de-açúcar. O avanço dessa fronteira ameaça grande parte dos pequenos proprietários rurais que muitas vezes se vêem obrigados a arrendar suas terras para os grandes latifundiários.

Apesar disso, hoje na construção dessa luta política e pela terra, os trabalhadores rurais vêm adquirindo pequenas parcelas do território. A luta e a resistência do trabalhador no campo tem se tornado um dos grandes trunfos dos movimentos de luta pela terra. Com o lema ocupar, resistir e produzir Sem Terras de todo o Brasil movimentam-se e preparam-se para o embate político com o governo e com as

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multinacionais dominantes no setor agrícola. Mais do que nunca a luta pela terra se faz alicerçada em teorias políticas, sociais e econômicas.

2 - Movimentos Sociais de Luta Pela Terra no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba

No Estado de Minas Gerais, assim como no Brasil, a ocupação é um importante meio de acesso a terra, visto que a entrada em latifúndios improdutivos tem sido a principal ação da luta dos movimentos socioterritoriais. É por meio das ocupações, que os trabalhadores rurais expropriados realizam as suas lutas.

A ocupação deve ser considerada como uma ação que os trabalhadores sem-terra desenvolvem, lutando contra a expropriação causada pelo sistema capitalista, em específico os latifundiários. Portanto, a ocupação é uma materialização da luta de classes.

Na análise de Fernandes, o processo de ocupação é dividido em duas partes a ocupação de uma área determinada e ocupação massiva, conforme ele destaca,

A principal diferença desses tipos está no fato que, no primeiro, o tamanho da área é critério para a mobilização e organização das famílias.

Dependendo do tamanho da área pode ser uma ocupação de pequenos grupos ou até numerosos grupos, massificando a luta. No segundo, a mobilização e organização têm como critério assentar todas ás famílias sem-terra, ocupando quantas áreas forem necessárias. (FERNANDES, 2001, p.10).

Por outro lado, para entendermos a dinâmica de atuação dos movimentos socioterritoriais de Minas Gerais e especificamente no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, devemos considerar as principais diferenças internas (dentro do próprio movimento) e externas (em relação a outros movimentos), porém com anseio transformador em comum da realidade em que vivem, travando embates nas esferas políticas, físicas e legais, conforme destaca Fernandes,

Movimento social e movimento socioterritorial são um mesmo sujeito coletivo ou grupo social que se organiza para desenvolver uma determinada ação em defesa de seus interesses, em possíveis enfrentamentos e conflitos, com objetivo de transformação da realidade.

(FERNANDES, 2004, p.52).

Nesse sentido, o conceito de movimento socioterritorial é uma tentativa de desfragmentação do espaço e do território. Pode-se, então, fazer uma leitura mais ampla

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a partir do conceito de movimento socioterritorial, pois conforme destaca Fernandes, “ela sempre será uma leitura parcial, porque a totalidade da realidade é um processo coletivo que só pode ser compreendida no movimento de todos” (FERNANDES, 2004, p.53).

Nesse contexto, alguns movimentos transformam espaços em territórios, também se territorializam e são desterritorializados e se reterritorializam, carregando em suas ações pretensões de suas territorialidades. Lembramos que a transformação do espaço em território acontece por meio da conflitualidade, sendo que os territórios se movimentam, também, pela conflitualidade, uma vez que as formas de organização social, as relações e as ações acontecem no espaço, como apontado por Fernandes (2005).

Porém, os assentamentos rurais no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba apresentam um perfil mais heterogêneo de famílias, indo desde os oriundos do meio rural até os de origem urbana. Os assentamentos desta região não sofrem da mesma intensidade os efeitos da seca prolongada, como os do Norte de Minas, embora a disponibilidade de água seja sempre um fator a ser priorizado. Todavia, em detrimento de intensas ocupações de terra na região, os Projetos de Assentamento (PA) demandam do ministério publico e de órgão federais e estaduais, mais esforços desde a regulamentação das áreas até créditos aos assentados e assistências técnicas.

2.1 - Territorialização dos Movimentos e a Formação do MTL

Especificadamente no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba as ocupações de terra tem se tornado cada vez mais freqüentes e realizadas por diversos movimentos de luta pela terra. Segundo dados do Projeto DATALUTA – MG foram registrados entre os anos de 1986 a 2005 na região 181 ocupações de terra com o envolvimento de 18413 famílias, sendo responsável por 28% das ocupações realizadas em Minas Gerais. Já o número de assentamento no mesmo período é 66 em um total de 3705 famílias assentadas, também um dos maiores do Estado. O mapa a seguir evidencia a localização desses assentamentos na região no período de 1986 a 2005:

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Mapa 1 – Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba: Espacialização Municipal dos assentamentos rurais de 1986 a 2005

Também de acordo com o banco de dados DATALUTA, são 18 o numero de movimentos socioterritorias atuantes no Triângulo/Alto Paranaíba. A quadro 1 apresenta o ranking dos 10 movimentos que mais realizaram ocupações na região no período de 2000 a 2006.

Dentre os movimentos socioterritorias mais atuantes, o Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL) ocupa a 3ª colocação no ranking com 13 ocupações envolvendo 1475 famílias perdendo apenas para o Movimento dos Sem Terra (MST) e o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). As ocupações foram realizadas nos municípios de Coromandel, Guirinhatã, Prata, Tupaciguara e Uberlândia. O mapa 2 mostra a espacialização desses três movimentos em relação às ocupações realizadas no período de 2000 a 2006.

O Movimento Terra Trabalho e Liberdade - MTL surgiu no ano de 2002 em um encontro em Goiânia - GO onde ocorreu uma unificação entre três movimentos de luta pela terra que já atuavam no Triângulo: o Movimento de Luta Socialista - MLS, o Movimento de Libertação dos Sem-Terra - MLST e o Movimento dos Trabalhadores - MT.

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Quadro 1 – Ranking dos Movimentos Socioterritoriais Atuantes no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba de 2000 a 2006

R AN K I N G SI G L A N O M E D AS O R G AN I Z AÇ Õ E S N U M ER O F AM Í L I AS MST Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem

Terra 42 3892

MLST Movimento de Libertação dos Sem Terra 26 5343

MTL Movimento Terra Trabalho e Liberdade 13 1475

FETAEMG Federação dos Trabalhadores na

Agricultura do Estado de Minas Gerais 10 494

FETRAF Federação da Agricultura Familiar 8 260

CONTAG Confederação Nacional dos Trabalhadores

na Agricultura 7 1223

STR’s Sindicato de Trabalhadores Rurais

(Não ligados a CONTAG) 4 260

MLSTL Movimento Libertação dos Sem Terra de

Luta 3 560

MPST Movimento Populares pelos Sem Terra 3 322

10° MPRA Movimento pela Reforma Agrária 3 216

Fonte: DATALUTA-MG, 2006

MAPA DE ATUAÇÃO DO MST, MLST E MTL EM MINAS GERAIS – 2000 A 2006

Mapa 2 – Minas Gerais: Espacialização Municipal dos 3 Movimentos de Luta pela Terra com Mais Ocupações no Triângulo Mineiro de 2000 a 2006

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Todos os movimentos que juntos resultaram no MTL já possuíam uma trajetória de luta significativa no Estado de Minas Gerais e principalmente no Triângulo Mineiro onde ocorreu uma das principais lutas de resistência do país com a ocupação da fazenda Tangará localizada no município de Uberlândia - MG, com uma área de 5096 ha abrigando cerca de 250 famílias totalizando assim 900 pessoas assentadas.

Ao contrário de suas bases, que eram apoiadas pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU, o MTL que possui como um dos seus objetivos a construção de um socialismo cotidiano e inovador, conta com o apoio político do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL, partido este fundado em 2004 por dissidentes do Partido dos Trabalhadores - PT.

A distribuição espacial tanto das ocupações quanto dos assentamentos ocorreu de maneira concentrada em certos municípios, estes com maior número de propriedades de terras passíveis a desapropriação para reforma agrária. Conclui-se, também, que um dos fatores que os movimentos de luta pela terra levam em consideração ao atuarem no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba é sua vasta extensão territorial.

3 - O PA Fazenda São Domingos, Tupaciguara

A história de criação e reconhecimento do Assentamento São Domingos inicia-se não como a maioria dos assentamentos do Triângulo Mineiro, e até mesmo do Brasil, mediante a luta pela terra, conforme destaca Gomes, dizendo que a ocupação “é tida como principal forma de acesso ‘a terra’” (GOMES, 2004). Ainda nesse sentido Fernandes destaca que “para os sem-terra a ocupação como espaço da luta e resistência representa a fronteira entre o sonho e a realidade, que é construída no enfrentamento cotidiano com os latifúndios e o Estado” (FERNANDES, 2001).

O assentamento inicia-se com um processo considerado até mesmo pacífico, no que tange a não invasão da propriedade, posto que, foi através de uma solicitação de vistoria da terra da Fazenda São Domingos, localizada no município de Tupariguara-MG, no ano de 1997, solicitada pelo Movimento de Libertação dos Sem Terras – MLST junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA.

Nesse pedido do movimento ao INCRA, foi apontado o caráter improdutivo da fazenda, esta não atendendo a função social da terra, como destacado pelo Estatuto da

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Terra, de 1964, e incorporado às constituições posteriores, que em geral destaca que quando a terra, não atingir os índices de produtividade de cultura por área, bem como não cumprir sua função social, esta pode ser desapropriada, para criação a de assentamento.

Com a vistoria da área, a fazenda foi considerada improdutiva em primeira instância, atendendo aos requisitos legais para desapropriação e criação do assentamento. Mas, em decorrência do alto valor solicitado pelo proprietário da terra, para que a mesma fosse desapropriada, o processo de criação do assentamento foi encerrado naquele momento, Mediante o INCRA não concordar em pagar mais do que os preços tabelados para a compra de terras, esse fator sugere que o valor cobrado para que a terra não fosse desapropriada foi planejado, possivelmente pelo proprietário de terra, que queria manter sua propriedade.

Durante alguns anos a área deixou de ser foco dos movimentos para a criação de um assentamento, porem em 23 de Junho de 2003, o Movimento Terra Trabalho de Liberdade – MTL, originado em decorrência de rachas internos do MLST, ocupou a Fazenda São Domingos com cerca de 400 pessoas, entre adultos e crianças. Porem pouco tempo depois foi emitido um mandato de reintegração de posse ao proprietário da fazenda. Mas mesmo assim os manifestantes voltaram a ocupar a área novamente, sendo repetidas vezes forçados a desocupar a terra mediante reintegrações de posse.

Esse processo ocorreu, de acordo com o movimento, como resultado da falta de áreas para os manifestantes se instalarem.

Somente em 2004, após uma nova reintegração de posse da área, os manifestante deixaram as mediações da fazenda, uma vez que estes foram levados para alojamentos montados no aterro da cidade, resultado de acordo feito entre o INCRA e a prefeitura local. Esta ação foi aceita como alternativa para famílias se instalarem até que o INCRA encontrasse uma localidade para alojá-las. Outro fator reside que nesse momento o proprietário da área conseguiu mandatos de segurança impedindo que novas invasões ocorressem na Fazenda São Domingos.

No alojamento do aterro da cidade, os manifestantes viviam em situação precária, e decidiram abandonar a área e continuar suas manifestações em outras localidades.

Assim, os militantes foram divididos em dois grupos, o primeiro foi enviado para ocupar a Fazenda Água Viva. O segundo grupo foi enviado para ocupar a Fazenda Taperão. É importante salientar que nessa última ocupação ocorreram fortes discussões ente os manifestantes e a polícia, que fazia a segurança da propriedade, porém os manifestantes conseguiram ocupar a área.

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Pouco tempo depois alguns integrantes da ocupação da Fazenda Água Viva foram deslocados, juntamente com outros militantes do MTL da região, para uma nova ocupação da Fazenda São Domingos, porem como a fazenda possuía um mandato de segurança judicial, que impedia a ocupação da terra, os militantes montaram acamparam as margens das estradas próximas à fazenda, e de certa forma controlaram o fluxo de entrada e saída de pessoas das áreas próximas a propriedade.

Esse processo de conquista da terra mediante a ocupação da área foi cessado, porem os embates políticos para a transformação da área em assentamento não pararam.

Tanto que o MTL apresentou junto ao Ministério Público Federal e a Justiça Federal, projetos de implantação de cooperativas de produção comunitária, coordenada pelo movimento.

Mediante essa fator, o INCRA se viu forçado, pelo Ministério Público Federal e a Justiça Federal, a agilizar o processo de compra de terras para a implantação do projeto de cooperativa. O MTL solicitou, junto as entidades, que o projeto ocorresse na Fazenda São Domingos, assim o INCRA intensificou suas ações de negociação para a aquisição da terra, e em 25 de maio de 2006, foi cedida ao MTL a posse da Fazenda São Domingos, sendo que esta repassada a cooperativa do movimento, nomeada de Cooperativa Agropecuária Mista de Empreendimento Rural Comunitário do Assentamento São Domingos – COERCO.

3.1 - Características principais de funcionamento da cooperativa

É importante salientar que em todo o Brasil ocorrem experiências de cooperativas em assentamentos, como alguns assentamentos de Campo Florido, Uberlândia e Unaí, porem estes são criados e alto geridos pelos assentados, cuja posse da terra é atribuída aos assentados. A proposta de cooperativa, coordenada pelo movimento MTL e implantada no Assentamento São Domingos foge a essas características comuns apontadas dos outros assentamentos.

Nesse assentamento a cooperativa orienta as diretrizes de coletividade, no que tange principalmente o trabalho, atribuindo funções, cargos e responsabilidades aos associados. Quanto a posse da terra esta fica ao MTL, conforme destaca Souza, “Não há divisão de lotes entre as famílias e os lucros são repartidos proporcionalmente às horas de trabalho nas lavouras” (2007).

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Dessa forma os “assentados” do assentamento não possuem áreas do tamanho comum a outros assentamentos de Minas Gerais, que variam em média de 17 a 30ha. Os associados, assentados, são locados numa área de uso individual de cerca de 2ha de terras, no qual podem construir sua moradia e fazer a escolha de uso de produção nesse pequena área do assentado, sendo os lucros obtidos nessa área individual não vinculados ou repassados a COERCO.

Dessa forma o restante da área da fazenda, excluindo as áreas de uso individual, são voltadas à cooperativa e seu uso de produção é votado entre os cooperados, mediante a indicação de possibilidades de produção idealizadas pelo MTL, que é realizada através de reuniões entre os cooperados.

Como destacado os recursos obtidos pela COERCO são divididos entre os associados de forma igualitária, respeitando o trabalho desenvolvido por cada um. Porem um fator que ocorre de forma bastante coletiva, é o retorno recuso repassado aos assentados para a própria COERCO. Como destacado a seguir.

Grande parte dos assentados retorna para a cooperativa, o que recebeu na divisão dos lucros. Ilda Pereira Araújo, tesoureira da Coerco, disse que isso se deve ao “sonho de ver dar certo o projeto”. “Mesmo morando em barracos de lona, queremos ver a cooperativa se tornar uma grande empresa e por isso estamos investindo.” (SOUSA, 2007)

Dessa forma verifica-se que os lucros são divididos de forma igualitária e o serviço também, porem deve se destacar que às mulheres e crianças, são atribuídas funções menos penosas do que o trabalho braçal do campo, como a debulha de milho, além de que à essas mulheres é reservado um período para o desenvolvimento de trabalhos domésticos de dona de casa. Conforme destacado por Souza,

A divisão dos trabalhos e as demandas coletivas são discutidas em assembléias que acontecem uma vez por semana e, extraordinariamente, em situações emergenciais. “Todos tem voz e vez. O que fica deliberado é o que prevalece, pois o que vale é o coletivo”, afirmou Claudete Souza, casada com um dos cooperados. De acordo com ela, as mulheres fazem trabalhos coletivos, mas exercem funções consideradas menos penosas, como descascar manualmente o feijão e separar os grãos pretos dos de feijão carioquinha. “Além disso, há o trabalho doméstico de cada dona de casa.” As cerca de 50 crianças e adolescentes, além de irem à escola, fazem trabalhos mais leves. “Debulhar o milho, por exemplo, acaba em brincadeira e diversão para eles”, disse Claudete Souza. (SOUSA, 2007)

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Outro fator, de certa forma contraditório que ocorre na COERCO é que a área de uso individual é passível de reivindicação do movimento mediante o não desenvolvimento das tarefas do assentado para com a cooperativa, sendo este convidado a se retirar do assentamento, sem a possibilidade de obter o valor da terra em que ocupava. Somente as benfeitorias, que o assentado fez na área de uso individual, são pagas pela cooperativa ao ex-associado, ressaltando assim que o “assentado” não possui a posse de sua terra.

Devemos deixar claro que a maioria dos assentados da Fazenda São Domingos, não são os mesmo que participaram da ocupação inicial e final da terra, são famílias ligadas ao MTL que optaram em trabalhar no assentamento, concordando com os termos e as premissas de funcionamento da mesma.

Conforme destacado pelo dirigente da COERCO, Wéster Teodoro Martins, em entrevista ao Página 9, entidade informativa ligada a Universidade Federal de Uberlândia, foi informado que “a cooperativa acertou com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que teriam assento no projeto apenas famílias que concordassem com o modelo de assentamento coletivo” (SOUSA, 2008).

De acordo com o MTL e as lideranças do assentamento além da COERCO, os motivos de funcionamento desse sistema de cooperativa estão baseados na tentativa de criação de um modelo de política de reforma agrária diferenciada, que possibilite os assentados serem instalados como cooperados de uma associação. E com a coordenação de um movimento os assentados possam de maneira mais igualitária ser beneficiados por políticas governamentais.

Com isso, esperam-se mudar a atual realidade para com o acesso a terra e os assentados, onde estes são individualmente postos na terra, porém dificilmente recebem auxilio, técnico e financeiro, para o desenvolvimento de atividades em seus lotes.

3.2 - Produção Agrícola da Cooperativa

Atualmente o assentamento possui 62 unidades familiares assentadas uma área de 2144 hectares, a expectativa e limite máximo a serem assentadas é de 100 de famílias. A produção, como já destacado, é escolhida entre os cooperados da COERCO. Como estes se instalaram em 2006 a primeira safra resultante de seu trabalho foi colhida no decorrer de 2007.

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Um importante fator que deve ser ressaltado é que toda a produção, e consequentemente os meios produção, são feitos manualmente, com quase nenhum uso de maquinário, implemento ou insumo industrial, voltando assim suas atividades a aplicação de sistemas agro-ecológicos, como realizados em algumas experiências da região do Brasil e disseminado em algumas áreas, de agricultura familiar tradicional, de países europeus.

Na última safra de 2007, foram cultivadas manualmente cerca de 726 hectares de hortaliças e frutas, voltados para a subsistência das famílias da cooperativa. Além de produzirem em 39 hectares arroz, 29 hectares de feijão e 24 alqueires de milho, estes foram comercializados por R$ 350 mil, de acordo com a COERCO. Essa produção foi a primeira safra comercializada pela cooperativa. De acordo com Souza (2007), nessas áreas de produção apresentadas, foram colhidas 1,2mil sacas de arroz, 40 sacas de feijão preto, 34 sacas de feijão carioquinha, além de dezenas de sacas de milho.

Destes o arroz e feijão foram comercializados a COCAL Alimentos, de Uberlândia- MG, enquanto que o milho foi vendido a CEMILHO. Deve ser observado que, uma pequena parte desta produção foi repassada para os assentados, para o consumo destes.

As expectativas para as próximas safras são de crescimento da produção, mediante os recurso obtido e do aumento da força da COERCO, conforme entrevista de Eraldo de Melo Souza, dirigente da cooperativa, cedida ao correio e reproduzida pela Página 9, Souza (2007).

Além das expectativas mencionadas pelos dirigentes da cooperativa, existem ainda outras possibilidades de crescimento da mesma, como com o aumento da horta criada inicialmente para suprir as demandas do assentamento, que passará da área atual para 3ha. Isso ocorrerá mediante o fornecimento de alface, couve, agrião, cebolinha, jiló e chuchu, para canteiro de obras da pequena central hidrelétrica (PCH) de Malagone, que se instalará na foz do rio Uberabinha no rio Araguari, gerando diariamente 1,5 mil refeições para os trabalhadores da construção.

Outra possibilidade de crescimento para a cooperativa reside em sua inserção no Programa de Segurança Alimentar e Nutricional em Acampamentos e Pré-assentamentos de Reforma Agrária no Estado de Minas Gerais – PSA, do Instituto de Terras de Minas Gerais – ITER/MG, que inicialmente disponibilizou as sementes para iniciar a produção do assentamento.

Essa parceria com o ITER tende a melhorar, mediante a visita realizada ao assentamento pelo secretário Extraordinário para Assuntos de Reforma Agrária, Manoel

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Costa, que objetivava ver em loco, os resultados das parcerias do PSA com alguns assentamentos. De acordo com o secretário a safra de 2008 que o assentamento produzirá poderá superar as expectativas, conforme destacado a seguir,

[…] a estimativa de que a colheita para essa safra no pré-assentamento São Domingos, supera todas as nossas expectativas, podendo chegar a 22 toneladas de sementes e 161 toneladas de grãos, com investimento de apenas R$ 45.003,80, isso é algo extraordinário (MINAS ON-LINE, 2008)

Dessa forma é possível observar que o Assentamento São Domingos, coordenado pela COERCO, tende a ampliar seus horizontes de crescimento focando assim sua força.

Isso pode também ser constatado mediante o não abandono de assentados do assentamento desde o início das atividades da cooperativa.

3.3 - Educação, Escolaridade e a Escola Família Rural

Quando analisamos o perfil de vida dos assentados no Assentamento São Domingos observamos que grande parte destes, que foram entrevistados, possuem pouca instrução, tanto que a maioria não conseguiu iniciar o ensino médio, conforme quadro 2.

Quadro 2 – Grau de escolaridade dos assentados da Fazenda São Domingos Grau de escolaridade

anunciado Quantidade Porcentagem (%)

analfabeto(a) / ou não informado 1 8

1ª série 1 8

2ª série 1 8

3ª série 3 23

4ª série 1 8

5ª série 0 0

6ª série 1 8

7ª série 2 15

8ªsérie 0 0

Ensino médio 2 15

Superior icompleto 1 8

Superior completo 0 0

Total: 13 100

(17)

Fonte: CLEPS JR, J. et all, 2007.

Porém isso não impediu de forma nenhuma que estes assentados desenvolvessem suas atividades produtivas de forma eficaz. Suas experiências de vida no campo superaram, em grande parte, os problemas resultantes da falta de instrução.

É importante salientar que o assentamento possui uma escola localizada nas dependências do Projeto Assentamento São Domingos, a Escola Família Rural, que está situada na antiga sede da Fazenda e oferece aulas de ensino médio com técnico agrícola, porem não acessível aos cooperados da COERCO ou aos filhos dos associados por não possuírem idade para o mesmo.

Até o momento (2008) não existem indicativos de desenvolvimento de programas voltados a educação e alfabetização dos adultos assentados. Os filhos dos assentados em idade escolar estão matriculados nas escolas em Tupaciguara – MG, estes vão para a cidade de Vans que a prefeitura local disponibiliza.

A Escola Família Rural que está instalada dentro do assentamento São Domingos, iniciou suas atividades no assentamento Tangará, no município de Uberlândia-MG, em 2004, com alunos que cursavam o ensino médio concomitante ao técnico, voltado a forma de ensino para as diretrizes da pedagogia da terra, com focos ao desenvolvimento educacional de técnicos agrícolas com formação em agro-ecológicas.

Nesse período inicial, a escola ficava junto ao acampamento do pré-assentamento Tangará, onde era possível observar, em alguns momentos certos conflitos mediante o funcionamento de uma escola voltada ao nível médio e profissionalizante, enquanto que os filhos dos pré-assentados da Fazenda Tangará, de diferentes idades e escolaridades, tinham que se deslocar para as escolas municipais e estaduais do entorno, que chegava a mais de 15km de distância.

Além disso, temos o problema de que no pré-assentamento existiam muitos jovens com idade compatível para cursarem os cursos, porém por motivos, não confirmados na pesquisa, esses eram impedidos de freqüentar a escola.

Concomitantemente a esse problema ocorreu dois fatores que culminaram na mudança da escola para atual localidade, assentamento São Domingos, os pré- assentados conseguiram a distribuição dos lotes na Tangará e era chegada a conclusão e formatura da turma de estudantes da Escola Família Rural.

Dessa maneira, apoiado pelo MTL, a escola decidiu mudar sua sede de trabalho para a fazenda São Domingos, mediante a difusão de um projeto diferenciado de

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assentamento rural que se instalava na São Domingos e que o apoio que a escola Família Rural poderia dar a COERCO, gerariam pontos fundamentais para a mudança de localidades e crescimento do projeto da escola.

Independente desse fator ainda é constatado que atualmente os alunos que estudam na escola Família Rural não pertencem ao assentamento, os alunos são advindos de cidades próximas e a maioria não possui vínculo nenhum com a terra.

Ocorre, dessa maneira, uma distorção sobre o papel da escola no assentamento São Domingos, visto que esta foi trazida para atender a demanda de estudantes do assentamento dando-lhes formação política e pratica para trabalharem com a terra e fortalecerem o movimento.

Porém, em outro ponto, ocorreram relações favoráveis entre a Escola Família Rural e os associados da COERCO, com o advento de cursos e palestras proferidos pela parceria entre a Universidade Federal de Uberlândia – UFU, através da coordenação do Laboratório de Geografia Agrária – LAGEA.

Entre as principais atividades desenvolvidas estão palestras ligadas à formação e difusão do cooperativismo, como forma de potencializar a produção nos assentamentos, e outras atividades ligadas a produção agrícola no assentamento.

Dessa maneira é possível constatar que historicamente a Escola Família Rural, pouco desenvolveu diretamente, aos assentados dos PA’s em que ela se instalou, ações que visassem unir as atividades educativas da escola para com estes. No que tange a falta de interação de filhos ou assentados do PA como alunos da escola ou até mesmo o desenvolvimento de atividades dos alunos em parceria técnica para com a COERCO.

Uma vez resolvidos esses problemas o PA São Domingos poderia tornar-se, mais do que referência no desenvolvimento da agricultura em assentamentos rurais através de uma associação, passando também a ser um modelo de assentamento conceituado ao unir a educação técnica de uma escola para assentados com um modelo diferenciado de assentamento rural gerido por uma cooperativa e por um movimento de luta pela terra.

4 - REFERÊNCIAS

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