ANÃLlSE DE REPERTÓRIO ASSERTIVO EM ESTUDANTES DE
PSICOLOGIArqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Z IL D A D E L PR E T T E A L M IR D E L PR E T T E
T endo com o base os m odelos respondente e operante na defini-ção de assertividade, os autores desenvolveram e aplicaram um ques-tionário para sondagem de repertório de assertividade com estudan-. tes de Psicologia em quatro situações m ais vivenciadas que reque-riam em issão de com portam ento assertivo. O s dados foram quantifi-cados e anal isados. A spectos relevantes de pesqu isa e considerações sobre o ensino da Psicologia são enfatizados.
1.
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Introduçãoo
com portam ento assertivo, caracterizado por W olpe (1976) com o expres-são honesta e aberta de sentim ento, tem sido na últim a década exaustivam ente estudado. E sses estudos indicaram revisões im portantes, com o por exem plo com relação aos determ inantes da não assertividade. W olpe apontava a ansiedade com o "causa"; já E isler, M iller e H ersen (1973) e Serber (1972) supõem um a de-ficiência na aprendizagem do com portam ento assertivo. E m outras palavras, para esses autores o indivíduo pode ser não assertivo, na ausência de ansiedade inibi-dora do com portam ento, sim plesm ente porque não aprendeu a se com portar as-sertivam ente.É possível, na análise desses estudos, identificar um m odelo explicativo res-pondente e outro operante sobre asserção. Por outro lado, verificam -se tam bém duas ênfases conceituais distintas. A de W olpe (1976) e L azarus (1977), que
consideram a asserção com o expressão de todo sentim ento socialm ente aceito, em itido com um m ínim o de ansiedade, enquanto que M cFa11 (1976) Serber e L aw s (1971) indicam com ponentes básicos para caracterizar um a resposta com o assertiva em um a relação interpessoal, de acordo com a situação.
A s pesquisas sobre T reinam ento A ssertivo têm predom inantem ente se referi-do a
assessment
e a efetividade das técnicas. Sobreassessment
foram feitas inú-m eras tentativas de validação de questionários de assertividade (B ates e Z im mm an, 1974; G alassi e G alassi, 1974; G am bril e R ickey, 1975; N evid e R athus, 1979; H ersen e colaboradores, 1979; L aw e W ilson, 1979), enquanto que sobre efetividade de técnicas a ênfase tem sido m ais em term os com parativos (E isler e colaboradores, 1976).
A identificação dos determ inantes da não assertividade em m odelos operan-te e respondenoperan-te serviu de base para a elaboração de itens na pesquisa de sonda-gem de com portam ento assertivo em estudantes de Psicologia em um a U niversi-de do N orniversi-deste. O interesse inicial de tal trabalho prendeu-se à identificação de
déficits
de assertividade em alunos dos estágios iniciais do C urso de Psicologia e àihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Linexistência de referencial de estudo (teórico e prático) dessa área em nossa cul-tura. C onsiderou-se im portante verificar com o se com portam , em term os de as-sertividade, os alunos que ingressam na U niversidade e, posteriorm ente, verificar seus com portam entos nos estágios finais. A lém disso, a utilização de dados de am ostras nacionais poderia gerar questões sobre diferenças culturais e regionais de padrões de assertividade, com im plicações tanto para a definição do conceito com o para a identificação de variáveis relacionadas. A relativa sim plicidade do instrum ento e a restrição dos objetivos prendem -se à própria natureza explorató-ria do presente trabalho.
3. R esultados
O s dados obtidos foram tabulados em term os de freqüência de ocorrência das quatro situações apresentadas e grau de incôm odo causado ao S em cada si-tuação, aval iado em função de experiência vivida ou provável.
T abela 1
Freqüência m édia por S de ocorrência das situações apresentadas sobre o últim o m ês.
Situação Freqüência
1 2,0
2 2,2
3 2,1
4 3,5
2. M étodo
A tabela I m ostra que a freqüência das situações apresentadas no questioná-rio ocorreu, para os Ss da am ostra, de 2 a 3 vezes por m ês, o que sugere eram elas razoavelm ente com uns e, portanto, passíveis de fornecer dados relevantes. A m aior freqüência da situação 4 pode estar associada a m aior oportunidade de in-teração com fam iliares e à característica etária da am ostra que representa um a população ainda dependente da fam ília em m uitos aspectos.
A tabela II m ostra que, com exceção da situação 2, que pareceu não causar incôm odo aos Ss, 80% dos Ss relataram experim entar grau de ansiedade nas de-m ais situações com respostas nas categorias m uito e excessivam ente. A situação 2, cujos dados indicam baixo grau de incôm odo, representa, na verdade, um a si-tuação onde os antecedentes disponíveis não deveriam de fato causar ansiedade, conform e padrão com um de com portam entos das pessoas, m as servir com o "di-cas" para em issão de com portam entos de expressão de afeto. E m nossa experiên-cia, entretanto, tem os encontrado, em proporção m ínim a, casos de pessoas que se sentem ansiosas em situações de expressar sentim entos.
2.1 Sujeitos:
U m a am ostra de 30 sujeitos, estudantes de um a turm a do 1.0 anodo C urso de G raduação em Psicologia da U niversidade Federal da Parafba. T odos os Ss eram do sexo fem inino. A m édia de idade do grupo era de 21 anos. O s Ss foram convidados a participar da pesquisa com o respondentes de um questioná-rio.
2.2 Instrumento.
O instrum ento de coleta de dados foi um questionário (anexo),C O m -questões de m últipla escolha e questões abertas.
2.3, Procedimento.
D e um estudo-piloto inicial através de entrevista e dadefini-ção de assertividade foram elaboradas quatro situações que requeriam em issão de com portam ento assertivo. A s quatro situações representavam ocasião para em is-são de com portam entos de: 1) R ecusar solicitações; 2) E xpressar sentim entos po-sitivos; 3) D iscordar, contra-argum entar e defender os próprios direitos; e 4) A firm ar as próprias idéias. Foram feitas aplicações de testagem do instrum ent~, reform ulando-se os itens até a obtenção de um indicativo de sua com preensao pelos respondentes. C onsiderou-se o instrum ento "acabado" quando os respon-dentes (fase de testagem ) não indicavam dificuldade em responder aos itens. E m seguida, estudou-se a versão final em term os do form ato e procedeu-se à sua apli-cação. A aplicação foi feita por dois estudantes do últim o período do C urso de Psicologia que, após contato com o professor dos alunos, ocuparam 40 m inutos de aula deste. O s alunos que não quiseram participar da pesquisa foram dispensa-dos durante o tem po da aplicação. A os dem ais foi dada a explicação de que o questionário fazia parte de um a pesquisa em elaboração. A s instruções constan-tes do instrum ento foram lidas e um item extra, sem elhante ao prim eiro, foi uti-lizado com o exem plo.
T abela 2
Freqüência de resposta em cada nível de incôm odo nas situações apresentadas
R ev. de Psicologia, 1 (1): Pág. 15-24, jan.jdez. 1983
Situações 2 3 4 T otal
G rau de incôm odo
E xcessivam ente 4 2 13 11 30
M uito 21 6 12 13 52
Pouco 3 5 2 3 13
M uito pouco 2 1 1 2 6
N ada O 15 2 1 18
N ão responderam 1 1
C ontinuação
o
fato de as situações 1, 3 e 4 serem ansiógenas indica, por outro lado,oca-sião para desenvolver repertório assertivo, pois, de acordo com a definição, não
apenas a funcionalidade e adequação do padrão vocal ou não vocal, m as tam bém
a ausência ou controle da ansiedade caracterizam um com portam ento com o
as-sertivo. A ausência de ansiedade foi o prim eiro elem ento que apareceu na
defini-ção do com portam ento assertivo (W olpe, 1976) e os dados indicam , portanto,
que os estudantes da am ostra não têm sido assertivos nessas situações,
especifica-m ente eespecifica-m relacão à ansiedade.
O padrão · c:om portam ental em itido pelos Ss nas situações apresentadas e que
fornece dados sobre a característica de funcionalidade e adequação do com
porta-m ento foi obtido através da análise das respostas dos Ss aos itens
c
eJIHGFEDCBA
d doques-tionário.
A s respostas dos Ss foram classificadas e avaliadas por dois pesquisadores da
área em term os do grau de assertividade que representavam . O critério utilizado
foi a análise do padrão com portam ental descrito, ocorrência de agressividade e as
prováveis conseqüências para o S e para o interlocutor. A s respostas foram então
organizadas em ordem alfabética, iniciando-se com aquelas consideradas m ais
assertivas de acordo com o critério acim a. A seguir foi feita a tabulação da
fre-qüência das respostas em cada classe.
O s dados da T abela III m ostram que, em bora o padrão m ais assertivo -
re-cusar - (a, b e c) ocorra para 22% dos respondentes, o padrão específico das
for-m asb e
c
não pode ser considerado assertivo porque inclu i agressividade e faltacom a verdade respectivam ente.
C om portam entos desejáveis
a. N ão em prestar justificando a im porto do m aterial
b. N ão em prestar
c. N ão em prestar e ficar triste por isso
d. N ão em prestar e justificar em term os do com portam ento
descuidado do outro
e. E m prestar c/recom endações de cuidado e devol.
f. E m prestar e receber logo de volta g. E m prestar
N ão responderam
2 5
3
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6
7 2 2 2
O com portam ento desejável considerado pelos respondentes foi o de
real-m ente não em prestar (52% ), em bora o com portam ento d ainda contenha certo
grau de agressividade. O outro com portam ento desejável, o de em prestar (30% ),
possui o item
e
(21% ) um a descrição do com portam ento do S, enquanto que oitem f faz m enção à conseqüência que não está sob controle direto do S.
N a situação 2 (T abela IV ), 30% dos respondentes retribuem expressão de
afeto, o que pode ser considerado um índice baixo, dada a ausência de ansiedade
relatada para a situação. Pode-se deduzir, portanto, que nesse caso não é a
ansie-dade que está funcionando com o inibição do com portam ento, conform e a teoria
de W olpe, m as a sim ples ausência de tais com portam entos no repertório dos Ss
ou, ainda, a lim itação da expressividade por fatores culturais, que estão em jogo.
T abela 3
C om portam entos em itidos e desejáveis e respectiva freqüência apresentados
pelos Ss em relação à situação 1.
T abela 4
C om portam entos em itidos e desejáveis e respectiva freqüência apresentados
pelos Ss em relação à situação 2.
C om portam entos em itidos
a. R ecusa justificando-se pela im portância e necessidade do
trabalho
b. R ecusa de form a áspera, verbalizando sobre o com
porta-m ento descuidado do outro
c. R ecusa inventando m entira ou desculpa
d. E m presta e fica ansioso aguardando devolução
e. E m presta c/recom endações de cuidado e devol.
f. E m presta e assum e o risco
freqüência
C om portam entos em itidos freqüência
2 a. A gradecer e retribuir
b. A gradecer, retribuir e ficar feliz c. R etribuir
d. A gradecer e. Ficar feliz f. Ficar calada g. Sorrir encabulada h. N ão respondeu
3 2 4 4 4 7 3 3 3
3 4 16
2
C ontinua C ontinua
18 R ev. de Psicologia, 1 (I): Pág. 15-24,jan./dez. 1983
C ontinuação
C om portam entos desejáveis a. R etribuir expressando carinho b. A gradecer e retribuir
c. A gradecer dem onstrando ter gostado d. Ficar m enos encabulada
e. Solicitar que dirijam a outrem os elog. f. Procurar m elhorar o próprio com porto
g. N ão responderam
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10 3 4 1 2 3 7
Por outro lado, pode-se postular que as respostas d,
e,
JIHGFEDCBA
f e9 devem ter ocorrido em função do elogio descrito na situação enquanto que as respostasa,
b ec
te-riam ocorrido em relação à expressão de sentim entos. O s dados disponíveis não perm item resolver a questão, m as em qualquer caso, certam ente, as respostas f e9devem ser consideradas, por definição, com o não assertivas.
A proxim adam ente 50% dos respondentes colocaram o com portam ento de retribuir com o o m ais desejável na situação. O padrão não verbal foi apontado no item d . H ouve alta proporção de não respostas que pode ser explicada pela possí-vel falta de im portância atribuída à situação, um a vez que não suscitou ansieda-de.
E m relação à situação 3, (T abela V) 40% dos respondentes em item a respos-ta em bora 10% deles não sejam bem sucedidos, enquanto que 30% são não asser· tivos tanto em relação ao fator ansiedade com o em relação ao padrão de com por-tam ento exibido. O com portam ento desejável assertivo ( a e b ) , apontado por m ais de 50% da am ostra, inclui tam bém a preocupação não apenas com o con-teúdo vocal m as tam bém com o com portam ento não V O C C lI. E m bora não propria-m ente as m ais assertivas as respostas
c
ed devem ser consideradas válidas,en-quanto que a resposta
e
é agressiva.T abela 5
C om portam entos em itidos e desejáveis e respectiva freqüência apresentados pelos Ss em relação a situação 3
C om portam ento~ em itidos
a. Falar c/ o prof. solicitando nova apreciação, pedir explicações, reclam ar
b. Falar c/ o prof. m as ficar insatisfeito c. Ficar calada
d. Ficar irritada e calada e. R eclam ar c/colegas
f. C oncordar c/ o prof., aceitar a avaliação g. N ão respondeu
freqüência 10 3 3 6 2 2 4 C ontinua
20
R ev. de Psicologia. I (I): Pág. 15· 24, jan./dez. 1983C ontinuação
C om portam entos desejáveis
a. Falar c/ o prof., pedir expl icações, argum entar, tentar m udar a nota
b. C ontestar com m ais "segurança"
c. Pedir nova oportunidade de realizar o trab. d. Pedir m ais com preensão nas aval. posteriores e. A gredir c professor
f. M elhorar o desem penho nos trabalhos posteriores g. N ão responderam
16 1 3 1 1 3 5
A resposta f é bastante não assertiva quanto ao aspecto de reivindicar e de-fender direitos, pois pressupõe (o que a descrição da situação não indicava) um a falha de autoavaliação do próprio aluno.
A relação de com portam ento em itidos para a situação 4 (T abela VI) apre-senta 60% dos respondentes apresentando respostas assertivas ( a ,
b
ec ) e 30%, respostas não assertivas, em bora não agressivas, o que provavelm ente está relacio-nado ao fato de se tratar de um a relação com fam iliares, estando im plícita a au-toridade de pais, irm ãos e outros parentes.T abela 6
C om portam entos em itidos e desejáveis e respectiva freqüência apresentados pelos Ss em relação a situação 4
C om portam entos em itidos freqüência
a. A rgum entar sobre as próprias razões b. O uvir e analisar o que foi dito c. Fazer o que quer
d. E scutar revoltada m as fazer o que quer e. Fingir aceitação m as fazer o que quer f. C oncordar e fazer de acordo com os dem ais g. Fazer de acordo com os dem ais e ficar ansiosa h. N ão responderam
C om portam entos desejáveis
a. A rgum entar sobre as próprias razões e pedir que não interfiram b. T om ar decisão sobre o que é m elhor independentem ente da
opinião de outrem
c. O uvir m ais opiniões e chegar a um consenso
d. A gredir verbalm ente para defender a própria posição e. C oncordar com os dem ais
f. N ão responderam
12 2 4 4 2 2 2 2 11 7 3 3 3 3
U m aspecto interessante é que
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10% dos respondentes gostariam de em itirtais respostas agressivas
JIHGFEDCBA
( d ) ; outros 10%,de não ser defrontados com anecessida-de necessida-de ser assertivos ( e ) , e 70% gostariam de em itir respostas que podem ser
consi-deradas assertivas.
E m relação a outras situações que causam ansiedade, a T abela V II m ostra
um rol de 10 situações, com freqüência de 3ou m ais ocorrências, onde se
obser-va que as restrições fam iliares são as m ais ansiógenas para os respondentes. A s
dem ais situações parecem tam bém características da am ostra, um a vez que se
tra-ta de jovens entre 18 e 25 anos, iniciando um curso universitário e, portanto,
com algum a expectativa de experiências com o ( c , e ,
i,
g ,h ) em relação ao cursoe quanto ao relacionam ento interpessoal ( b ei) .
T abela 7
L ista de situações ansiógenas e respectiva freqüência de ocorrência
Situações Freqüência
a. R estrições de horário para cheqar em casa e de escolha de
am igos pelos pais
b. Ser agredida verbalm ente (ficar calada)
c. Fazer trabalhos em equipe
d. E nfrentar oposição e discordância
e. Ser questionado em público
f. Falar em público
g. Ser solicitado a justificar o próprio com portam ento h. Falar com pessoas de que não gosta
i. C iúm e do nam orado
j. E nfrentar entrevistas (solicitação de em prego, avaliação etc.) 3
8 6 5
4
4 4 3 3 3
4.Discussão
O s dados sugerem que a caracterização de com portam ento assertivo inclui
realm ente aspectos operantes, no sentido de com portam entos vocais e não vocais
funcionais, e aspectos respondentes, no sentido de ausência da ansiedade. A
dicio-nalm ente, ou paralelam ente, deveria incluir tam bém aspectos de análise, pelo
próprio S, de controles am bientais sobre seus com portam entos e a identificação
e descrição desses com portam entos. A anál ise das respostas dos Ss m ostra que
nesse aspecto houve de fato
déticits
acentuados.O conteúdo específico e a topografia da resposta, que poderiam caracterizar
um a diferenciação entre resposta assertiva e agressiva, apesar das lim itações do
22 R ev. de Psicologia, I (1):Pág. 15-24,jan./dez. 1983
I
t instrum ento, foram obtidos em algum as delas (com o na análise da T abela 111).O s
casos em que a resposta agressiva foi considerada desejável sugerem
desconheci-m ento da alternativa na defesa dos próprios direitos.
D e um m odo geral, o padrão desejável considerado pelos respondentes tende
para respostas assertivas enquanto que o padrão em itido apresenta um a am ostra
de estudantes de Psicologia com aproxim adam ente 50% de Ss não assertivos. Se,
de fato, o C urso de Psicologia desenvolve com portam entos assertivos, épossfvel
esperar que ocorra um a m udança no repertório dos Ss. D aí seria interessante
obter tais dados (m udança com portam ental ocorrida e as quais as variáveis os Ss
atribuem tal m udança), dentro de aproxim adam ente quatro anos. Se o C urso não
atua no sentido de prover repertório assertivo, as situações que o aluno deve
vi-venciar a partir do estágio supervisionado justificariam um program a a ser
desen-volvido durante o C urso (D ei Prette, 1978).
U m outro aspecto a ser realçado é o social e cultural. U m a "cópia" dos
trei-nam entos assertivos realizados na sociedade am ericana seria totalm ente
injustifi-cável com a nossa população. C om o, por exem plo: em m uitos program as de
T reinam ento A ssertivo os autores am ericanos enfatizam a aprendizagem de
recla-m ar quando alguém tom a a frente em um a fila, não obedecendo à ordem de
che-gada. Isso não faria sentido em nossa sociedade onde os transportes não são
sufi-cientes para todos. O exercício de direitos seria na direção de reivindicar m
elho-res m eios de transporte. D essa form a, qualquer program a de assertividade deve
ter com o base, principalm ente, a pesquisa das necessidades da população a que se
destina.
D e certa form a, pesquisa sobre repertório com portam ental do aluno leva
sem pre a um a antiga, m as atual e incôm oda questão, que é sobre o tipo de
profis-sional em Psicologia que se pretende form ar. O conhecim ento das necessidades
da sociedade e do repertório com portam ental de entrada dos estudantes poderia
levar a se repensar os objetivos dos C ursos de Psicologia, planejando-os em um a
determ inada direção.
N esse sentido a pesquisa sobre o repertório de com portam ento assertivo do
aluno deve ser entendida apenas com o um ensaio exploratório. E m sentido m ais
restrito, os objetivos da sondagem foram alcançados, um a vez que perm itiu um a
análise do repertório assertivo de alunos iniciantes no C urso de Psicologia e, além
disso, foi possível o aprim oram ento de um instrum ento de sondagem , que
pode-rá ser útil no uso dea s s e s s m e n t ou em pesquisa.
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