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CLASSES SOCIAIS E MOVIMENTOS SOCIAIS. As relações entre condições sociais e luta política

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Academic year: 2021

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CLASSES SOCIAIS E MOVIMENTOS SOCIAIS

As relações entre condições sociais e luta política

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CLASSE SOCIAL é um conceito elaborado por Marx para se referir às diferenças de condição social em uma sociedade

Para Marx, as pessoas em uma sociedade não vivem condições idênticas. Mais ainda, para o autor, essas condições são diferentes e

opostas: isto é, o que uma quer, outra não quer. Os interesses de uma classe são exatamente o que a outra classe rejeita.

Portanto, para Marx, as classes sociais estão em conflito. Daí sua famosa frase: “a luta de

classes é o motor da história”.

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Para Marx, no

capitalismo, as classes em oposição seriam as

dos burgueses e dos proletários, isto é, dos donos da produção e de

quem vende a mão-de- obra para sobreviver.

Ou seja, a principal oposição no

capitalismo, para Marx, é entre capital e

trabalho.

Essa relação é de exploração. Para Marx,

para o capital continuar crescendo, é preciso

aprofundar a exploração do

trabalhador. Por outro lado, para o trabalhador deixar de ser explorado,

é preciso que o

capitalismo mude. Daí o conflito entre capital e trabalho no capitalismo.

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Ao longo do século XIX até as primeiras décadas do XX, os trabalhadores se organizaram e partiram para a luta por melhores condições de trabalho e de vida.

Por mais que o ideal dos trabalhadores fosse o socialismo (ou seja, o fim do capitalismo), suas demandas eram leis e reformas do sistema capitalista, as quais amenizariam a precariedade da classe operária.

Por meio de greves, motins, piquetes e manifestações públicas, sempre enfrentando os poderes econômicos e políticos, os trabalhadores alcançaram diversas conquistas:

- Jornada de trabalho definida por lei (8 horas);

- Legalização da greve;

- Direito à organização sindical;

- Até mesmo o fim de restrições socioeconômicas para cargos de representação política (como deputados) e o sufrágio universal;

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Até as primeiras décadas do século XX, as lutas sociais nos países capitalistas eram basicamente as dos trabalhadores por

melhores condições de trabalho e de vida. Não haviam outras formas significativas de movimentos sociais. Era uma luta do pobre contra o rico, do operário lutando por menos exploração e

do capitalista tentando barrar e coibir as conquistas dos trabalhadores.

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Depois de muitas conquistas dos trabalhadores e, também,

da massificação da produção capitalista, que diminuiu o preço dos bens de consumo,

alguns países atingiram o que a sociologia define como sociedade de classe

média.

Não se trata de afirmar que as desigualdades entre o capital e o trabalho desapareceram, mas que diminuíram. Os trabalhadores tinham direitos que os defendiam, renda para

o consumo e bens acessíveis disponíveis no mercado. Essa sociedade de classe média pode também ser entendida como Estado

de Bem-Estar Social.

A partir da década de 1940, a realidade muda nos países capitalistas

(7)

Nesse contexto, a luta dos trabalhadores não acaba, mas perde fôlego. Afinal, era mais fácil mobilizar os trabalhadores para qualificar sua mão-de-obra e, assim, crescer no capitalismo, do

que para lutar pelo socialismo.

Contudo, ao mesmo tempo em que a luta dos trabalhadores diminui, surgem os novos movimentos sociais, ou o que a

sociologia chama de nova esquerda.

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Nas décadas de 1950 e 1960, surgem movimentos sociais que faziam diversas reivindicações de mudanças, mas que não se

identificavam com a luta dos trabalhadores.

São movimentos sociais identitários, com bandeiras bastante específicas, como o

estudantil, o jovem, o hippie, o negro, o feminismo, o ambientalista, o gay, dentre diversos outros. Suas reivindicações pediam profundas reformas nos países capitalistas, mas

não eram movimentos determinados por condições de classe.

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A luta dos movimentos sociais dos anos 60 em diante é por cidadania e por direitos humanos. Em

outras palavras, por liberdade, igualdade e respeito às diferenças. Não

se trata, portanto, de uma luta de classe por melhores

condições de trabalho.

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A luta dos movimentos sociais vai além da condição de classe.

As demandas e bandeiras dos movimentos sociais podem mobilizar pessoas em diferentes condições socioeconômicas.

Assim, é possível ter ricos e pobres lutando juntos por causas ambientalistas, assim como identificar trabalhadores e

empresários lutando por leis e punições mais severas para acidentes de trânsito provocados por alto consumo de álcool.

Desde então, esse é o panorama das relações entre classes sociais e movimentos sociais

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Porém, mesmo indo além, os movimentos sociais também apresentam semelhanças com as lutas de classes:

1 – Trata-se de uma luta por menos desigualdades sociais, tal como as as lutas de classes dos trabalhadores. Desse modo, a conquista dos movimentos sociais implica numa perda de poder de grupos que se beneficiam com as iniquidades econômicas e disparidades de poder.

2 – Por mais que ricos possam participar das lutas dos movimentos sociais, na realidade observa-se que a radical maioria dos seus participantes são pessoas que se sentem excluídas e desprestigiadas socialmente.

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Movimentos sociais e classes sociais hoje: diferenças, mas, também, semelhanças e justaposições

Exemplo: o caso do movimento espanhol contra os despejos

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