Manual de Governança e Gestão de Projetos de Capital Tipo C
SAMARCO MINERAÇÃO S/A Belo Horizonte
2010
© 2010, Samarco Mineração S/A
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Coordenação editorial PMO
Gerência Geral de Gestão de Projetos 1ª edição: maio 2010
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LISTA DE FIGURAS
1 Macrofluxo para investimentos de capital 2 Classificação dos investimentos de capital 3 Tipologia dos investimentos de capital 4 Ciclo de vida do projeto
5 Grau de imprecisão da estimativa de Capex em cada fase 6 Fluxo de avaliação de maturidade de projetos
7 Índice de Maturidade do Projeto 8 Instâncias de aprovação de projetos
9 Composição do Comitê Interno de Aprovação de Projetos Tipo B 10 Composição do Comitê Interno de Aprovação de Projetos Tipo C 11 Atuação do Comitê Interno de Aprovação de Projetos
12 Fluxograma da fase FEL 1 13 Fluxograma da fase FEL 2 14 Fluxograma da fase FEL 3
15 Modelo de Matriz de Suprimentos para a fase de execução
Sumário
1. OBJETIVO...8
2. GOVERNANÇA DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL...9
2.1C
ARACTERIZAÇÃODOSINVESTIMENTOSDECAPITAL...9
2.1.1 C
LASSIFICAÇÃODOSINVESTIMENTOSDECAPITALQUANTOÀNATUREZA...10
2.1.2 C
LASSIFICAÇÃODOSINVESTIMENTOSDECAPITALQUANTOAOTIPO...11
2.2M
ETODOLOGIADEGESTÃODEPROJETOS...13
2.3A
VALIAÇÃODEMATURIDADEDEPROJETOS...16
2.4P
ROCESSODEAPROVAÇÃODEPROJETOS...18
2.4.1 C
OMITÊI
NTERNODEA
PROVAÇÃODEP
ROJETOS...19
2.4.2 C
OMITÊSEXTERNOS...22
3. FEL 1 – FASE DE IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DO PROJETO...24
3.1 C
APÍTULO1 – S
UMÁRIOEXECUTIVO...29
3.2 C
APÍTULO2 – E
STRATÉGIA...30
3.3 C
APÍTULO3 – M
ERCADO...31
3.4 C
APÍTULO4 – R
ISCOS...32
3.5 C
APÍTULO5 – A
SPECTOSMINERAIS...33
3.6 C
APÍTULO6 – E
NGENHARIA...33
3.7 C
APÍTULO7 – R
ECURSOSH
UMANOS...35
3.8 C
APÍTULO8 – P
LANODEE
XECUÇÃODOP
ROJETO...36
3.9 C
APÍTULO9 – G
ESTÃODEOPERAÇÃO...38
3.10 C
APÍTULO10 – G
ESTÃODASINFORMAÇÕES...39
3.11 C
APÍTULO11 – S
AÚDE,
SEGURANÇA,
MEIOAMBIENTEECOMUNIDADE...39
3.12 C
APÍTULO12 – S
TAKEHOLDERS...41
3.13 C
APÍTULO13 – E
STIMATIVADEC
APEX...42
3.14 C
APÍTULO14 – E
STIMATIVADEO
PEX...43
3.15 C
APÍTULO15 – A
SPECTOSJURÍDICOS...45
3.16 C
APÍTULO16 – A
VALIAÇÃODOINVESTIMENTO...45
3.17 C
APÍTULO17 – G
OVERNANÇADOPROJETO...47
3.18 C
APÍTULO18 – P
LANODETRABALHO...48
4. FEL 2 – FASE DE ESTUDO E SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS...49
4.1 C
APÍTULO1 – S
UMÁRIOEXECUTIVO...53
4.2 C
APÍTULO2 – E
STRATÉGIA...55
4.3 C
APÍTULO3 – M
ERCADO...56
4.4 C
APÍTULO4 – R
ISCOS...57
4.5 C
APÍTULO5 – A
SPECTOSMINERAIS...58
4.6 C
APÍTULO6 – E
NGENHARIA...59
4.7 C
APÍTULO7 – R
ECURSOSH
UMANOS...62
4.8 C
APÍTULO8 – P
LANODEE
XECUÇÃODOP
ROJETO...62
4.9 C
APÍTULO9 – G
ESTÃODEOPERAÇÃO...67
4.10 C
APÍTULO10 – G
ESTÃODASINFORMAÇÕES...68
4.11 C
APÍTULO11 – S
AÚDE,
SEGURANÇA,
MEIOAMBIENTEECOMUNIDADE...69
4.12 C
APÍTULO12 – S
TAKEHOLDERS...71
4.13 C
APÍTULO13 – E
STIMATIVADEC
APEX...72
4.14 C
APÍTULO14 – E
STIMATIVADEO
PEX...73
4.15 C
APÍTULO15 – A
SPECTOSJURÍDICOS...74
4.16 C
APÍTULO16 – A
VALIAÇÃODOINVESTIMENTO...75
4.17 C
APÍTULO17 – G
OVERNANÇADOPROJETO...77
4.18 C
APÍTULO18 – P
LANODETRABALHO...78
5. FEL 3 – FASE DE DESENVOLVIMENTO DA ALTERNATIVA RECOMENDADA...80
5.1 C
APÍTULO1 – S
UMÁRIOEXECUTIVO...85
5.2 C
APÍTULO2 – E
STRATÉGIA...87
5.3 C
APÍTULO3 – M
ERCADO...88
5.4 C
APÍTULO4 – R
ISCOS...89
5.5 C
APÍTULO5 – A
SPECTOSMINERAIS...90
5.6 C
APÍTULO6 – E
NGENHARIA...91
5.7 C
APÍTULO7 – R
ECURSOSH
UMANOS...94
5.8 C
APÍTULO8 – P
LANODEE
XECUÇÃODOP
ROJETO...95
5.9 C
APÍTULO9 – G
ESTÃODEOPERAÇÃO...102
5.10 C
APÍTULO10 – G
ESTÃODASINFORMAÇÕES...103
5.11 C
APÍTULO11 – S
AÚDE,
SEGURANÇA,
MEIOAMBIENTEECOMUNIDADE...104
5.12 C
APÍTULO12 – S
TAKEHOLDERS...106
5.13 C
APÍTULO13 – C
APEX...106
5.14 C
APÍTULO14 – E
STIMATIVADEO
PEX...109
5.15 C
APÍTULO15 – A
SPECTOSJURÍDICOS...110
5.16 C
APÍTULO16 – A
VALIAÇÃODOINVESTIMENTO...111
5.17 C
APÍTULO17 – G
OVERNANÇADOPROJETO...113
5.18 C
APÍTULO18 – P
LANODETRABALHO...114
6. EXECUÇÃO...116
6.1 M
ETODOLOGIADEEXECUÇÃO...116
6.2 G
ESTÃODAEXECUÇÃO...117
6.2.1 G
ESTÃODEESCOPO...117
6.2.2 G
ESTÃODESAÚDEESEGURANÇA...117
6.2.3 G
ESTÃODEMEIOAMBIENTEERELACIONAMENTOCOMCOMUNIDADES...118
6.2.4 G
ESTÃODECRONOGRAMA...118
6.2.5 E
NGENHARIADETALHADA...118
6.2.6 G
ESTÃODESUPRIMENTOS...118
6.2.7 G
ESTÃODACONSTRUÇÃO...120
6.2.8 G
ESTÃODECUSTOS...121
6.2.9 P
RÉ-
COMISSIONAMENTOECOMISSIONAMENTO...121
6.2.10 G
ESTÃODAQUALIDADE...121
6.2.11 G
ESTÃODERISCOS...122
6.2.12 G
ESTÃODESEGUROS...122
6.2.13 R
ELATÓRIOSDEACOMPANHAMENTO...122
6.3 C
ONCLUSÃODAEXECUÇÃO–
HANDOVER...123
6.3.1 D
OCUMENTAÇÃO...124
6.3.2 C
ONSTRUÇÃOCIVIL...124
6.3.3 M
ONTAGEMELETROMECÂNICA...124
6.3.4 A
LMOXARIFADO...125
6.3.5 I
NFRAESTRUTURA...125
6.3.6 T
ERMODECONCLUSÃODAEXECUÇÃO...125
6.3.7 R
ELATÓRIODECONCLUSÃODAEXECUÇÃO...125
7. ENCERRAMENTO...127
7.1 E
NCERRAMENTODOESCOPO...127
7.2 E
NCERRAMENTODECUSTOS...127
7.3 E
NCERRAMENTODECONTRATOS...129
7.4 E
NCERRAMENTODAQUALIDADE...129
7.5 E
NCERRAMENTODAGESTÃODERISCOS...130
7.6 E
NCERRAMENTODOCRONOGRAMA...130
7.7 E
NCERRAMENTODESSMAC...130
7.8 E
NCERRAMENTODERH...130
7.9 T
ERMODEENCERRAMENTODOPROJETO...130
7.10 R
ELATÓRIODEENCERRAMENTO...131
8. AVALIAÇÕES E AUDITORIAS...132
8.1 A
VALIAÇÕESEAUDITORIASNASFASESDEPLANEJAMENTO...132
8.2 A
UDITORIASNAFASEDEEXECUÇÃO...133
8.3 A
VALIAÇÕESDEENCERRAMENTO...133
8.4 A
VALIAÇÕESDAEFETIVIDADEDOINVESTIMENTO...133
9. ANEXOS...135
9.1A
NEXO1 – L
ISTADESIGLAS...135
9.2A
NEXO2 – C
ÁLCULODOÍ
NDICEDED
ESENVOLVIMENTODOP
ROJETO(IDP)...135
9.3A
NEXO3 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– P
LANEJAMENTOECONTROLEDOCRONOGRAMA...135
9.4A
NEXO4 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– P
RÉ-
COMISSIONAMENTOECOMISSIONAMENTO...135
9.5A
NEXO5 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– C
APTURAEREGISTRODELIÇÕESAPRENDIDAS...135
9.6A
NEXO6 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– O
RÇAMENTAÇÃODECAPITAL(C
APEX)...135
9.7A
NEXO7 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– O
RÇAMENTAÇÃODECUSTOOPERACIONAL(O
PEX)...135
9.8A
NEXO8 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– E
STUDODEVIABILIDADEECONÔMICO-
FINANCEIRA...135
9.9A
NEXO9 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– G
ESTÃODERISCOSDEPROJETOS...135
9.10A
NEXO10 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– D
ESENVOLVIMENTODAENGENHARIA...135
9.11A
NEXO11 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– P
RÁTICADEMELHORIADEVALOR(VIP)...135
9.12A
NEXO12 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– G
ESTÃODEMUDANÇASDEESCOPO...135
9.13A
NEXO13 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– R
ANGEANALYSISDECRONOGRAMA...135
9.14A
NEXO14 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– G
ESTÃODESEGUROSDEPROJETOS...135
9.15A
NEXO15 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– H
AZOP...135
9.16A
NEXO16 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– M
EDIÇÃODESERVIÇOS...135
9.17A
NEXO17 – I
NSTRUÇÃOTÉCNICA– G
ARANTIAECONTROLEDAQUALIDADE...135
9.18A
NEXO18 – M
ODELODOTERMODECONCLUSÃODAEXECUÇÃO...135
9.19A
NEXO19 – M
ODELODOTERMODEENCERRAMENTODOPROJETO...135
1. OBJETIVO
O objetivo deste manual é apresentar a metodologia de gestão de projetos Samarco voltada a projetos de capital tipo C. Este manual inclui as diretrizes para o processo de governança dos investimentos, a padronização e sistematização da gestão dos projetos da empresa.
Contempla, ainda, orientações aos gestores de projetos tipo B quanto ao desenvolvimento das fases de planejamento e elaboração dos relatórios.
A gestão de projetos é um processo fundamental para a consolidação dos planos de implementação da estratégia da Samarco.
O propósito desse processo é maximizar o valor agregado de projetos com transparência e eficácia, visando o sucesso da implantação dos investimentos e a minimização dos riscos envolvidos. Dessa forma, contribui para a tomada de decisão em relação à carteira de investimentos da empresa.
É uma diretriz da Samarco que todo sponsor e gestor de investimentos de capital conduzam
os projetos sob sua responsabilidade em completo alinhamento com as normas de
governança descritas nesse manual.
2. GOVERNANÇA DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL
O processo de governança dos investimentos de capital da Samarco define a caracterização dos investimentos, a aplicação da metodologia de gestão de projetos, papéis e responsabilidades, o fluxo de aprovações e a tomada de decisão sobre o encaminhamento dos investimentos.
As regras estabelecidas estão alinhadas com a governança dos acionistas da empresa e visam propiciar uma maior eficácia da gestão do portfolio de investimentos de capital, bem como transparência dos planos futuros da empresa.
2.1 Caracterização dos investimentos de capital
O macrofluxo para investimentos de capital na Samarco está apresentado na FIG. 1.
Identificação necessidade/ da oportunidade Identifica
Identifica ç ç ão ão da da
necessidade/
necessidade/
oportunidade oportunidade
Classificação investimentos dos
de capital quanto à motivação Classifica
Classifica ç ç ão ão dos dos
investimentos investimentos
de capital de capital
quanto quanto à à motiva
motiva ç ç ão ão
Classificação investimentos dos
de capital
quanto ao tipo Classifica
Classifica ç ç ão ão dos dos
investimentos investimentos
de capital de capital
quanto ao tipo quanto ao tipo
Planejamento Planejamento
Planejamento Execu Execu Execução ç ç ão ão Encerramento e captura de
benefícios
Encerramento Encerramento
e captura de e captura de
benef
benef í í cios cios
Priorização Prioriza
Prioriza ç ç ão ão
FIGURA 1: Macrofluxo para investimentos de capital
A implantação de um investimento de capital inicia-se na identificação de sua necessidade e/ou oportunidade. Sua efetiva importância deve ser constatada e consolidada para que o investimento seja, então, submetido a um processo formal de gestão.
Para isso, essa necessidade e/ou oportunidade deve ser definida e formalizada em um Termo de Abertura de Projeto (TAP), por meio do sistema informatizado de gestão de projetos WBSSNet.
As principais demandas de investimentos de capital são:
•
Atendimento à estratégia:
- iniciativas para atendimento aos objetivos definidos no mapa estratégico;
- ações para mitigação dos riscos estratégicos da empresa;
Manual de Governança e Gestão de Projetos Tipo C
No. Revisão: 1 Página 9
Resp.: PMO Aprovado: Data: Maio/10
- iniciativas das áreas declaradas nos painéis de contribuição;
•
Melhoria de processos:
- gerenciamento de desempenho;
- benchmarking;
- demanda de clientes;
- auditorias e avaliações dos processos;
- ideias dos empregados;
•
Sustentabilidade do negócio:
- gestão dos riscos operacionais;
- atendimento a requisitos legais (saúde, segurança, meio ambiente e comunidade);
- infraestrutura e suporte.
Uma vez finalizada a etapa de identificação e formalização da necessidade e/ou oportunidade do investimento de capital, é necessário realizar a sua classificação. Os investimentos de capital da Samarco são classificados de acordo com sua natureza contábil e tipo, conforme apresentado a seguir.
2.1.1 Classificação dos investimentos de capital quanto à natureza
A classificação apresentada na FIG. 2 segue os conceitos contábeis definidos pela Samarco no Procedimento de Investimento de Capital.
Expansão
Otimização de processos
Reposição
Sobressalente capitalizável Saúde e segurança
Meio ambiente Infraestrutura
Investimentos correntes
Capital direto
1º nível 2º nível
FIGURA 2: Classificação dos investimentos de capital
Manual de Governança e Gestão de Projetos Tipo C
No. Revisão: 1 Página 10
Resp.: PMO Aprovado: Data: Maio/10
Através dessa classificação é feita a separação dos investimentos para a devida alocação de recursos. O critério para classificação em primeiro nível, no que se refere à motivação do investimento, considera:
•
capital direto – investimento com motivação financeira, ou seja, espera-se um retorno financeiro com a sua implantação;
•
investimento corrente (ou sustaining capital) – investimento cuja motivação é a redução do nível de algum risco da empresa.
2.1.2 Classificação dos investimentos de capital quanto ao tipo
Uma vez definida a necessidade e/ou oportunidade e feita a classificação do investimento, utiliza-se a matriz da FIG. 3 para identificação do seu tipo. Essa classificação é de responsabilidade do PMO e visa definir qual metodologia de gestão será aplicada e quais as áreas responsáveis. A matriz relaciona o valor do investimento e o Índice de Desenvolvimento do Projeto (IDP), o qual resulta da soma de três fatores: complexidade, maturidade e impacto. O cálculo do IDP é apresentado no ANEXO 2 deste manual.
ALTO 14 - 18
MODERADO 10 - 12
BAIXO 6 - 8
MUITO BAIXO 0 - 4
> 100M D D C C
10M <= 100M C C B B
1M <= 10M C B B A
<= 1M B A A A
Legenda:
A B C D
Projeto executado pela área com metodologia e suporte do PMO (processo de suprimentos pela Gerência Geral de Suprimentos - GGS)
Projeto executado pela GGEP com metodologia e suporte do PMO (processo de suprimentos pela Gerência Geral de Suprimentos de Projetos - GGSP)
Projeto executado por equipe independente com dedicação exclusiva de um gestor
Índice de Desenvolvimento do Projeto (IDP)
C u st o d o P ro je to ( U S D )
Planejamento e execução sem aplicação da metodologia e suporte do PMO (processo de suprimentos pela Gerência Geral de Suprimentos - GGS)
FIGURA 3: Tipologia dos investimentos de capital
Manual de Governança e Gestão de Projetos Tipo C
No. Revisão: 1 Página 11
Resp.: PMO Aprovado: Data: Maio/10
As definições e características de cada tipo de investimento são:
•
Investimentos tipo A
Referem-se aos investimentos com:
- valor inferior a USD 1MM e IDP Muito Baixo, Baixo ou Moderado;
- valor entre USD 1MM e USD 10MM e IDP Muito Baixo.
Normalmente tratam-se de gastos genéricos, simples aquisições ou projetos simples. Estes investimentos são realizados pelas próprias áreas operacionais, sem a exigência da aplicação da metodologia de gestão de projetos e suporte do PMO (project management office – escritório de gestão de projetos). O processo de suprimentos é conduzido pela Gerência Geral de Suprimentos (GGS);
•
Investimentos tipo B
Referem-se aos investimentos com:
- valor entre USD 1MM e USD 10MM e IDP Baixo ou Moderado;
- valor entre USD 10MM e USD 100MM e IDP Muito Baixo ou Baixo.
São projetos planejados e executados pelas áreas operacionais com a aplicação da metodologia de gestão de projetos e o suporte do PMO. O processo de suprimentos é conduzido pela Gerência Geral de Suprimentos (GGS);
•
Investimentos tipo C
Referem-se aos investimentos com:
- valor entre USD 1MM e USD 10MM e IDP Alto;
- valor entre USD 10MM e USD 100MM e IDP Moderado ou Alto;
- valor superior a USD 100MM e IDP Muito Baixo ou Baixo.
Projetos tipo C têm a fase de planejamento FEL 1 (Identificação) desenvolvida pela área
solicitante. As fases FEL 2 (Seleção) e FEL 3 (Definição), assim como a execução do
projeto, são desenvolvidas pela Gerência Geral de Engenharia e Projetos (GGEP). Caso
seja necessário, em função da natureza ou especialidade do projeto, a fase FEL 2 pode ser
desenvolvida pela área solicitante, com a participação da GGEP.
Nos projetos tipo C, para todas as fases de implantação é aplicada a metodologia de gestão de projetos com o suporte do PMO. O processo de suprimentos é conduzido pela Gerência Geral de Suprimentos de Projetos (GGSS);
•
Investimentos tipo D
Referem-se aos investimentos com valor acima de USD 100MM e IDP Moderado ou Alto.
São projetos planejados e executados por equipes independentes com a aplicação de metodologia específica para megaprojetos, contendo um gestor da Samarco com dedicação exclusiva.
Classificações diferentes da indicada na matriz poderão ocorrer para situações especiais, após análise do PMO e aprovação da Gerência Geral de Gestão de Projetos. Eventuais necessidades de reclassificação podem ocorrer durante o desenvolvimento dos projetos.
Todos os investimentos são iniciados a partir do cadastramento da necessidade, pelo proponente, na ferramenta informatizada de gestão de projetos (WBSSNet), por meio da emissão do Termo de Abertura do Projeto (TAP), contendo os dados que o caracterizam.
Para os investimentos tipo A, o TAP é a forma pela qual as áreas formalizam o pedido de verba para o orçamento. Para os investimentos tipos B e C, ele é o início da fase de planejamento, dentro da metodologia de gestão de projetos. Para projetos tipo D também são registrados TAP, contudo adota-se metodologia específica para a sua implantação.
2.2 Metodologia de gestão de projetos
Conforme descrito anteriormente, projetos classificados como B ou C devem utilizar a
metodologia de gestão de projetos da Samarco. A metodologia segue o processo Front-
End-Loading (FEL) de planejamento detalhado de cada fase do projeto, visando aumentar
as chances de sucesso da sua execução (conforme planejado) e posterior operação. O ciclo
de vida de um projeto se dá conforme a FIG. 4.
FIGURA 4: Ciclo de vida do projeto
O proponente de um projeto tipos B ou C deve iniciar o registro do TAP com as informações preliminares do projeto. Antes da solicitação da aprovação do TAP, o proponente deve fundamentar a estimativa de Capex (Capital Expenditure), de forma a garantir o atendimento aos limites de imprecisão estabelecidos para a fase FEL 1 (-30% / +40%). A imprecisão deve ser considerada na contingência da estimativa de Capex em cada fase.
Os limites de imprecisão permitidos para cada fase são demonstrados na FIG. 5 a seguir.
Fase Grau de imprecisão da estimativa de Capex
FEL 1 - 30% + 40%
FEL 2 - 25% + 25%
FEL 3 - 15% + 15%
FIGURA 5: Grau de imprecisão da estimativa de Capex em cada fase Av.
Ma
t. Avaliação de maturidade de projeto Identificação
(FEL1) Identificação da
necessidade e planejamento do
negócio
Seleção (FEL2)
Estudo e seleção de alternativas
Engenharia Conceitual
Definição (FEL3) Desenvolvimento da alternativa recomendada
Engenharia Básica
Execução e Encerramento
do Projeto
Operação Identificação da
Necessidade do Projeto
Portão 1 Portão 2 Portão 3 Entrega para
Operação / Close out
Portões de Decisão
Voltar para reciclar a definição
Cancelar
Continuar Mat Av.
. . Mat Av. t. Ma Av.
Post Investment Review (PIR)
Após a fundamentação da estimativa de Capex pelo proponente, o PMO aprova o TAP e, então, insere o projeto no portfolio de projetos de capital da Samarco.
As fases FEL 1 (identificação da necessidade e planejamento do negócio), FEL 2 (estudo e seleção de alternativas) e FEL 3 (desenvolvimento da alternativa recomendada) integram o Front-End Loading e definem o que será feito, por que, quando, onde, como, por quem e com quais recursos.
De forma geral, cada uma das fases de implantação do projeto objetiva:
•
FEL 1 – desenvolver a fundamentação e definição da necessidade do projeto, realizar uma avaliação do seu alinhamento com a estratégia da empresa, além de identificar alternativas tecnológicas e/ou de processo a ser estudadas na fase seguinte;
•
FEL 2 – tornar claros os objetivos do negócio definidos em FEL 1, identificar e estudar alternativas aplicáveis ao projeto (tecnológicas, de negócio, de processo, de localização, entre outras), selecionando e fundamentando aquela que melhor atende aos seus objetivos, além de aumentar a definição do empreendimento através da engenharia conceitual;
•
FEL 3 – desenvolver a alternativa recomendada em FEL 2, consolidando as premissas, os ganhos e as linhas de base do projeto (escopo, Capex, cronograma, indicadores de desempenho etc.), bem como elaborar a engenharia básica e o Plano de Execução do Projeto (PEP);
•
execução – desenvolver a engenharia detalhada e implantar o projeto conforme metas e práticas estabelecidas no PEP;
•
encerramento – avaliar os resultados da implantação do projeto (prazo, custo, segurança etc.), realizar a sua entrega ao cliente final, encerrar os contratos e processos administrativos do projeto, assim como consolidar as lições aprendidas.
A Samarco possui uma ferramenta informatizada de gestão de projetos (WBSSNet), ambiente no qual devem ser inseridos as informações e os produtos de cada fase de todos os projetos.
Ao final de cada fase de desenvolvimento (FEL 1, FEL 2 e FEL 3), todos os projetos tipos B
e C são submetidos à avaliação de maturidade e ao processo de portões de aprovação,
detalhados a seguir.
2.3 Avaliação de maturidade de projetos
O processo de avaliação da maturidade de projetos tipos B e C tem como propósitos principais avaliar o projeto em cada fase de desenvolvimento, bem como subsidiar os Comitês que aprovam a passagem de fases.
As avaliações são realizadas pela equipe avaliadora do PMO, liderada pelo PMO e formada de acordo com a natureza de cada projeto (tipo, tamanho, complexidade), e devem ocorrer em até 10 (dez) dias após o recebimento do relatório do projeto, conforme fluxo da FIG. 6.
EQUIPE AVALIADORA DO PMO PMO
Verifica a estrutura do relatório do projeto
Estrutura do
relatório do projeto está correta?
Prepara o processo de avaliação de maturidade
NÃO SIM
Recebe o relatório do projeto
Avalia a maturidade do projeto
Consolida resultados e emite relatório de avaliação
Recomenda aprovação de
passagem de fase?
Disponibiliza o relatório de avaliação à equipe do projeto
para revisão da fase NÃO
SIM Disponibiliza o relatório do projeto e o
relatório de avaliação à equipe do projeto e ao Comitê Interno de
Aprovação de Projetos
Retorna o relatório à equipe do projeto para ajustes
Convoca reunião para aprovação de passagem de fase do projeto
Disponibiliza o relatório do
projeto para a equipe avaliadora do PMO
FIGURA 6: Fluxo de avaliação de maturidade de projetos
Manual de Governança e Gestão de Projetos Tipo C
No. Revisão: 1 Página 16
Resp.: PMO Aprovado: Data: Maio/10
A equipe avaliadora será multidisciplinar, podendo conter profissionais das áreas: GGGP (Gerência Geral de Gestão de Projetos), GGDT (Gerência Geral de Desenvolvimento Tecnológico), GGGE (Gerência Geral de Gestão de Energia), suprimentos, financeiro, segurança, meio ambiente, além de especialistas das áreas de operação e manutenção da empresa. Também podem integrar essa equipe consultores externos com experiência em projetos e conhecimentos específicos.
O processo de avaliação da maturidade de projetos é suportado por um sistema que verifica o atendimento do projeto aos requisitos de cada uma das disciplinas:
•
engenharia – grau de definição da engenharia em relação aos seus requisitos, qualidade das soluções propostas e documentos exigidos pela Samarco;
•
planejamento / comissionamento – sequenciamento, prazos e escopo de atividades planejadas para atender aos objetivos do projeto, planejamento de tie ins (interconexões nos limites de bateria) e paradas programadas de produção;
•
suprimentos – nível de definição do plano de contratação e seu alinhamento às necessidades da engenharia e do cronograma;
•
financeiro – suficiência e aprofundamento das estimativas de Capex e Opex ( Operational Expenditure) e confiabilidade das premissas adotadas para a avaliação do investimento;
•
processo – nível de conhecimento e aprofundamento da rota de processo e testes associados, bem como seus impactos na qualidade do produto, nos sistemas de tratamentos de resíduos e na reserva mineral da Samarco;
•
saúde, segurança, meio ambiente e comunidade – grau de atendimento aos requisitos de SSMAC (legais e Samarco) para execução e operação do projeto, mapeamento das comunidades e respectivos mecanismos de relacionamento entre as partes;
•
aderência metodológica – qualidade de VIP’s ( Value Improvement Practices), adoção de lições aprendidas, elaboração do Plano de Execução do Projeto, aplicação de gestão de riscos, gestão de comunicação e gestão da qualidade, relatórios, definição e controle de KPI’s (key performance indicators), e planejamento de Recursos Humanos (RH).
O sistema permite avaliações customizáveis para cada uma das fases, bem como para cada tipo de projeto (B e C).
O resultado dessa avaliação é o Índice de Maturidade do Projeto, que classifica a
maturidade do projeto em níveis, conforme FIG. 7.
FIGURA 7: Índice de Maturidade do Projeto
Projetos sendo avaliados em FEL 1 ou FEL 2 somente terão a recomendação do PMO para passagem de fase se obtiverem Índice de Avaliação da Maturidade Médio, Alto ou Muito Alto. Em FEL 3, somente serão recomendados pelo PMO projetos que tenham atingido Índice de Avaliação da Maturidade Alto ou Muito Alto.
O Comitê é soberano no processo de aprovação dos investimentos de capital. Sendo assim, independentemente da recomendação do PMO, o sponsor ou o gestor pode solicitar que o projeto seja avaliado pelo Comitê Interno de Aprovação de Projetos.
Os projetos recomendados pelo PMO para passagem de fase são submetidos ao processo de aprovação de projetos, descrito a seguir.
2.4 Processo de aprovação de projetos
Um projeto que tenha concluído uma fase de planejamento (FEL 1, FEL 2 ou FEL 3) deve ser submetido à aprovação de passagem de fase, conforme fluxogramas constantes dos itens 3 (FEL 1), 4 (FEL 2) e 5 (FEL 3) deste manual. O PMO avalia e aprova todas as fases de desenvolvimento dos projetos e as recomenda às demais instâncias de aprovação, as quais são definidas na FIG. 8 apresentada a seguir.
X X X X X
Comitê Interno de Aprovação de
Projetos X
FEL 1 Projetos
Tipo B FEL 2 X
X FEL 3
X FEL 1
Projetos
Tipo C FEL 2 X
X X
X FEL 3
Conselho de Administração Subcomitê de
Projetos de Capital /
Comitê de Operações PMO
X X X X X
Comitê Interno de Aprovação de
Projetos X
FEL 1 Projetos
Tipo B FEL 2 X
X FEL 3
X FEL 1
Projetos
Tipo C FEL 2 X
X X
X FEL 3
Conselho de Administração Subcomitê de
Projetos de Capital /
Comitê de Operações PMO
FIGURA 8: Instâncias de aprovação de projetos
Manual de Governança e Gestão de Projetos Tipo C
No. Revisão: 1 Página 18
Resp.: PMO Aprovado: Data: Maio/10
Há três exceções à FIG. 8:
- projetos tipo B com estimativa de Capex acima de USD 10MM também precisam passar, em FEL 1, pela aprovação do Comitê Interno de Aprovação de Projetos;
- projetos tipo B com estimativa de Capex acima de USD 10MM também precisam passar, em FEL 3, pelas aprovações do Comitê de Operações e do Conselho de Administração;
- projetos tipo C com estimativa de Capex abaixo de USD 10MM não precisam passar pelas aprovações do Comitê de Operações e do Conselho de Administração.
A seguir são detalhados os papéis e as responsabilidades das instâncias de aprovação.
2.4.1 Comitê Interno de Aprovação de Projetos
Para projetos tipos B e C, o processo de aprovação e a composição dos Comitês são:
•
projetos tipo B – as fases FEL 2 e FEL 3 de projetos tipo B, bem como a fase FEL 1 de projetos tipo B acima de USD 10 MM, são, após aprovadas e recomendadas pelo PMO, submetidas à aprovação do Comitê Interno de Aprovação de Projetos em reuniões organizadas pelo PMO. Este Comitê deve ser composto conforme FIG. 9.
X Gerente ou Chefe de Departamento de outra
unidade
X Gerente Financeiro de Projetos (*)
X Gestor do projeto (*)
Apresenta
X Gerente Geral de Gestão de Projetos
X Gerente Geral da área operacional do projeto (*)
X Gerente da área operacional do projeto
X PMO (*)
X Representantes de outras áreas (conforme
definição do PMO)
Aprova Participa
X Gerente ou Chefe de Departamento de outra
unidade
X Gerente Financeiro de Projetos (*)
X Gestor do projeto (*)
Apresenta
X Gerente Geral de Gestão de Projetos
X Gerente Geral da área operacional do projeto (*)
X Gerente da área operacional do projeto
X PMO (*)
X Representantes de outras áreas (conforme
definição do PMO)
Aprova Participa
(*) Composição mínima do Comitê
FIGURA 9:Composição do Comitê Interno de Aprovação de Projetos Tipo B
Manual de Governança e Gestão de Projetos Tipo C
No. Revisão: 1 Página 19
Resp.: PMO Aprovado: Data: Maio/10
•
projetos tipo C – todas as fases de projetos tipo C (FEL 1, FEL 2 e FEL 3) são, após aprovadas e recomendadas pelo PMO, submetidas à aprovação do Comitê Interno de Aprovação de Projetos em reuniões organizadas pelo PMO. Esse Comitê deve ser composto conforme FIG. 10.
X PMO (*)
X Gerente Geral de outra unidade
X Gerente Geral de Meio Ambiente
X Gerente Geral de Saúde e Segurança
X Gerente Geral de Suprimentos de Projetos
X Diretor de Desenvolvimento e Planejamento (**)
X Diretor de Operações (**)
X Gerente Financeiro de Projetos (*)
X Gerente de outra unidade
X
Apresenta
X Gerente Geral de Gestão de Projetos (*)
X Gerente Geral da área operacional do projeto (*)
X Gerente da área operacional do projeto
Gestor do projeto (*)
X Representantes de outras áreas (conforme
definição do PMO)
Aprova Participa
X PMO (*)
X Gerente Geral de outra unidade
X Gerente Geral de Meio Ambiente
X Gerente Geral de Saúde e Segurança
X Gerente Geral de Suprimentos de Projetos
X Diretor de Desenvolvimento e Planejamento (**)
X Diretor de Operações (**)
X Gerente Financeiro de Projetos (*)
X Gerente de outra unidade
X
Apresenta
X Gerente Geral de Gestão de Projetos (*)
X Gerente Geral da área operacional do projeto (*)
X Gerente da área operacional do projeto
Gestor do projeto (*)
X Representantes de outras áreas (conforme
definição do PMO)
Aprova Participa
(*) Composição mínima do Comitê
(**) Composição mínima do Comitê com um Diretor
FIGURA 10: Composição do Comitê Interno de Aprovação de Projetos Tipo C
O processo de aprovação pelo Comitê Interno de Aprovação de Projetos deve abranger as responsabilidades descritas na tabela da FIG. 11.
Gestor do projeto • Elaborar e realizar a apresentação do projeto na reunião
PMO • Definir a composição do Comitê
•
Encaminhar ao Comitê o relatório do projeto e o relatório da avaliação da maturidade com antecedência mínima de 5 dias da reunião
• Divulgar previamente a pauta e realizar a convocação
•
Registrar as decisões e recomendações do Comitê,
Manual de Governança e Gestão de Projetos Tipo C
No. Revisão: 1 Página 20
Resp.: PMO Aprovado: Data: Maio/10
elaborar e enviar a ata da reunião
• Elaborar o documento de formalização da aprovação do projeto e buscar assinaturas dos membros do Comitê
•
Arquivar no sistema WBSSNet os documentos das reuniões de aprovação (atas e formulários de aprovação)
Comitê de Aprovação de Projetos Samarco
•
Avaliar o relatório do projeto e o relatório de avaliação da maturidade
• Decidir quanto à passagem de fase
•
Fornecer recomendações para as fases atual e seguinte
•
Assinar o formulário de aprovação do projeto
FIGURA 11: Atuação do Comitê Interno de Aprovação de Projetos
Nas reuniões de aprovação organizadas pelo PMO, a apresentação do projeto deve ser feita pelo gestor contendo, no mínimo:
•
recomendações da reunião anterior (caso se aplique), demonstrando o que foi endereçado e as pendências;
•
sumário executivo (histórico, objetivo, premissas gerais, KPI’s);
•
descrição do projeto (escopo, exclusões do escopo);
•
alternativas avaliadas e a indicação da alternativa para o projeto (para FEL 2);
•
engenharia;
•
metodologia de execução (estrutura analítica do projeto – EAP, principais aspectos relacionados à execução, organograma);
•
licenciamento ambiental e aspectos regulatórios;
•
cronograma;
•
estimativa de Capex e Opex;
•
análise do investimento (ganhos do projeto) e resultados financeiros (caso se apliquem);
•
resultado da avaliação de riscos;
•
próximos passos (fase seguinte).
Após a apresentação do projeto, as decisões do Comitê podem ser:
•
aprovar (seguir para a fase seguinte);
•
revisar (implementar as recomendações de melhoria e solicitar nova avaliação);
•
congelar (arquivar até que seja revista a sua necessidade ou confirmada determinada premissa);
•
cancelar (encerrar no sistema).
2.4.2 Comitês externos
Os projetos tipos B ou C acima de USD 10 MM, após aprovados pelo Comitê Interno de Aprovação de Projetos em FEL 3, são submetidos às seguintes instâncias de avaliação / aprovação:
•
Subcomitê de Projetos de Capital – formado por membros de acionistas e representantes da Samarco, é responsável pela avaliação técnica dos projetos. Após a avaliação, o Subcomitê faz recomendações técnicas ao Comitê de Operações, ao qual está subordinado;
•
Comitê de Operações – também formado por membros dos acionistas e representantes da Samarco, é responsável pelo tratamento de assuntos relacionados a investimentos, desempenho e demais temas ligados às operações. O Comitê faz a recomendação para aprovação dos projetos propostos pela Samarco ao Conselho de Administração;
•
Conselho de Administração – aprova os projetos com base na recomendação do Comitê de Operações. As reuniões ordinárias do Conselho de Administração ocorrem com periodicidade quadrimestral.
Existe ainda a possibilidade de avaliações de projetos por acionistas ou empresas externas, mediante decisão interna ou solicitação específica destes.
As decisões das instâncias de aprovação podem ser:
•
aprovar (seguir para a fase seguinte);
•
revisar (implementar as recomendações de melhoria e solicitar nova avaliação);
•
congelar (arquivar até que seja revista a sua necessidade ou confirmada determinada premissa);
•
cancelar (encerrar no sistema).
3. FEL 1 – FASE DE IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DO PROJETO
O início formal da fase FEL 1 ocorre com a aprovação do Termo de Abertura do Projeto (TAP) e o seu término ocorre com a aprovação para prosseguimento do projeto para a fase FEL 2 (Portão 1).
De acordo com referências de mercado, o valor investido na fase FEL 1 representa um percentual em torno de 0,5% do investimento total do projeto. Esta é a mais significativa oportunidade para influenciar o rumo do empreendimento ao menor custo, ao se buscar:
•
desenvolver um business case para fundamentar a proposição de um projeto;
•
demonstrar a sua viabilidade e o alinhamento com a estratégia da Samarco;
•
identificar alternativas de implantação a ser estudadas na fase seguinte.
A FIG. 12 demonstra o fluxograma estabelecido para o desenvolvimento da fase FEL 1.
ÁREA
COMITÊ INTERNO DE APROVAÇÃO DE
PROJETOS
SUBCOMITÊ DE
PROJETOS CONSELHO PMO
Identifica a necessidade de projeto
Realiza o planejamento FEL 1
Aprova FEL 1?
NÃO
NÃO
SIM
SIM Elabora Termo de Abertura
de Projeto - TAP
Aprova TAP? NÃO
Planeja e executa sem exigência de aplicação da metodologia e suporte do PMO
Projeto
classificado para
aplicação da metodologia e suporte do PMO?
Orienta o planejamento FEL 1
Avalia o relatório de FEL 1 e emite relatório de avaliação de
maturidade FEL 1
concluído?
SIM
NÃO
SIM
Realiza o planejamento FEL 2
Qual é a decisão para o projeto?
REVISAR CONGELAR
Arquiva projeto
CANCELAR Recomenda NÃO
aprovação? SIM
Desenvolve maturidade da estimativa de orçamento Estimativa de orçamento tem maturidade requerida
para FEL1 (-30%/+40%)?
Solicita aprovação do Termo de Abertura de Projeto - TAP
SIM
NÃO
FIGURA 12: Fluxograma da fase FEL 1
O proponente de um projeto tipo C deve iniciar o registro do TAP com as informações preliminares do projeto. Antes da solicitação para aprovação do TAP, o proponente deve
Manual de Governança e Gestão de Projetos Tipo C
No. Revisão: 1 Página 25
Resp.: PMO Aprovado: Data: Maio/10
fundamentar a estimativa de Capex de forma a garantir o atendimento aos limites estabelecidos para a fase FEL 1 definido no quadro da FIG. 5 (-30% / + 40%).
O PMO avalia e aprova o TAP e, então, insere o projeto no portfolio de projetos de capital da Samarco, iniciando-se os estudos da fase FEL 1.
Os estudos e resultados obtidos na fase FEL 1 de projetos tipo C devem ser apresentados em um relatório, seguindo a seguinte estrutura:
Capítulos Produtos
1- Sumário executivo 1.1- Descrição do projeto 1.2- Escopo
1.3- KPI’s e benchmark
2- Estratégia 2.1- Aderência à estratégia
2.2- Análise de preço e margem
12.3- Análise de cenários
13- Mercado
23.1- Análise de mercado
4- Riscos 4.1- Identificação e registro de riscos
4.2- Gestão de riscos
5- Aspectos minerais
35.1- Mineração e processo metalúrgico
6- Engenharia 6.1- Infraestrutura
6.2- Processo
46.3- Engenharia 6.4- VIP
7- Recursos Humanos
57.1- Análise de RH
8- Plano de Execução do Projeto 8.1- Objetivos do projeto 8.2- Escopo
8.3- EAP
8.4- Organização do projeto 8.5- SSMAC
8.6- Planejamento e cronograma
8.7- Estratégia de contratação e gestão de suprimentos
8.8- Gestão da construção
8.9- Pré-comissionamento e comissionamento 9- Gestão de operação
69.1- Organização
9.2- Operação e manutenção 9.3- Transporte e logística 10- Gestão das informações 10.1- Gestão documental
10.2- Lições aprendidas 11- Saúde, segurança, meio ambiente e
comunidade
11.1- Gestão de SSMAC 11.2- Licenciamento ambiental
11.3- Avaliação de riscos de saúde e segurança 11.4- Avaliação de riscos de meio ambiente e comunidade
11.5- Exigências legais e/ou contratuais
12- Stakeholders 12.1- Avaliação de stakeholders
13- Estimativa de Capex 13.1- Premissas da estimativa de Capex 13.2- EAP / Estrutura da estimativa de Capex 13.3- Tributação
13.4- Estimativa de Capex 13.5- Contingência
14- Estimativa de Opex
714.1- Premissas da estimativa 14.2- Estrutura da estimativa 14.3- Estimativa de Opex
15- Aspectos jurídicos 15.1- Aspectos legais, contratuais e regulatórios 16- Avaliação do investimento
816.1- Método de avaliação
16.2- Resultados da avaliação
16.3- Análise de sensibilidade
916.4- Tributação
16.5- Avaliação do investimento na fase FEL 2 16.6- Anexos
17- Governança do projeto 17.1- Conformidade dos estudos 17.2- Custos de planejamento 17.3- Avaliações do projeto 17.4- Suporte especializado
18- Plano de trabalho 18.1- Plano de trabalho para a fase FEL 2
________________
1 Item aplicável somente a projetos relacionados a aumento expressivo de produção (superior a 1Mtmsc) ou substituição de
insumos.
2 Capítulo aplicável somente a projetos relacionados a aumento expressivo de produção (superior a 1Mtmsc), desenvolvimento
de novos produtos ou substituição de insumos que gere impacto significativo na empresa.
3 Capítulo aplicável somente a projetos relacionados a aumento expressivo de produção (superior a 1Mtmsc) ou alteração da
configuração da reserva da Samarco.
4 Item aplicável somente a projetos que envolvam modificações no processo produtivo da Samarco.
5 Capítulo aplicável somente a projetos que, para a sua operação, demandem necessidade de novas contratações ou
desenvolvimento de novas competências, bem como alterem requisitos da política de recursos humanos da empresa (egime de trabalho, critérios de remuneração, periculosidade, relação com empregados).
6 Capítulo aplicável somente a projetos a serem implantados fora dos sites da Samarco ou que tenham características
operacionais diferentes das existentes.
7 Capítulo aplicável somente a projetos que alterem significativamente o Opex da Samarco.
8 Capítulo aplicável somente a projetos com motivação financeira (capital direto).
9 Capítulo aplicável somente a projetos com estimativa de Capex superior a USD 10 MM.
A identificação do projeto no relatório deve ser feita no rodapé das páginas e da seguinte forma:
(Nome do projeto) Gestor: (nome) xxxx FEL1 Rx Data: dd / mm / aa Página: xx de xx
Para os anexos ao relatório, a identificação “xxxx FEL 1 Rx” deve ser substituída por
Número do
TAP Número da revisão do relatório
“xxxx FEL 1 Rx ANX x”.
Os capítulos e seus produtos contidos no relatório FEL 1 de projetos tipo C estão detalhados a seguir.
3.1 Capítulo 1 – Sumário executivo
Esse capítulo apresenta, de forma gerencial, as informações do projeto no que tange a escopo, prazos, estimativa de Capex e resultados econômico-financeiros.
Os produtos desse capítulo, a seguir detalhados, são:
Item 1.1 – Descrição do projeto;
Item 1.2 – Escopo;
Item 1.3 – KPI’s e benchmark.
•
Item 1.1 – Descrição do projeto
Nesse item deve ser descrita a oportunidade e/ou justificativa do investimento, destacando os objetivos, os ganhos e um sumário das principais informações do projeto (orçamento, prazo de implantação, capacidades etc.).
Projetos de capital direto devem apresentar os benefícios econômicos e os investimentos correntes devem descrever a forma pela qual buscam reduzir algum risco da empresa.
Também devem ser relacionadas as alternativas identificadas para o projeto, as quais serão avaliadas na fase FEL 2.
Deve ser apresentada, ainda, a relação dos principais riscos identificados e demais aspectos do projeto considerados importantes para a estratégia da Samarco.
Caso o projeto tenha sinergia ou concorrência com outro(s) projeto(s) na empresa, devem ser descritos eventuais ganhos, interferências, pontos de atenção e demais aspectos relevantes decorrentes dessa interface.
•
Item 1.2 – Escopo
Número do TAP
Número da revisão do relatório
Número do anexo
Nesse item deve ser apresentado o escopo do projeto, incluindo, sem a eles se limitar:
- lay out – demonstração dos principais processos e equipamentos;
- localização – site ou localização geográfica, em caso de projetos externos;
- produtos – descrição das entregas do projeto;
- premissas – aspectos assumidos como verdadeiros para o projeto;
- restrições – aspectos que limitam a execução do projeto (espaço, prazo, recursos, regulamentação, suprimentos etc.);
- exclusões do escopo – itens relevantes que não compõem o escopo do projeto.
•
Item 1.3 – KPI’s e benchmark
Nesse item devem ser apresentados os indicadores de desempenho da execução do projeto, incluindo, no mínimo, aqueles relacionados a custo, prazo e segurança.
Quando possível, devem ser apresentadas considerações e/ou comparações com outros projetos e/ou plantas da Samarco ou de outras empresas.
3.2 Capítulo 2 – Estratégia
Esse capítulo descreve a análise da oportunidade de investimento e a forma pela qual o projeto atende aos objetivos estratégicos da Samarco. A avaliação deve estar alinhada às premissas do plano de negócio da Samarco.
Os produtos desse capítulo, a seguir detalhados, são:
Item 2.1 – Aderência à estratégia;
Item 2.2 – Análise de preço e margem;
Item 2.3 – Análise de cenários.
•
Item 2.1 – Aderência à estratégia
Nesse item deve ser descrito como o projeto atende aos objetivos estratégicos da Samarco,
ou seja, devem ser detalhadas as justificativas para a implantação do projeto e como ele
explora as oportunidades identificadas no planejamento estratégico da empresa.
•
Item 2.2 – Análise de preço e margem
Aplicável somente a projetos relacionados a aumento expressivo de produção (superior a 1Mtmsc) ou substituição de insumos.
Nesse item devem ser avaliados, quando aplicáveis, os seguintes aspectos:
- principais drivers de oferta e demanda – índices que definem a oferta e a demanda no mercado, tais como consumo de aço, aumento do PIB, crescimento mundial, taxa de câmbio etc.;
- estruturas da indústria – principais concorrentes, aspectos regulatórios, logística, funcionamento do mercado etc.;
- diversidade de fornecedores e clientes – caracterização dos principais fornecedores e clientes;
- curva de custo da indústria – posicionamento do projeto em relação aos demais players da indústria em termos de custo;
- premissas de preço – principais preços de insumos e de vendas de produtos ao longo do tempo;
- margens históricas e futuras – histórico das margens registradas e margens projetadas no tempo de vida do projeto.
•
Item 2.3 – Análise de cenários
Aplicável somente a projetos relacionados a aumento expressivo de produção (superior a 1Mtmsc) ou substituição de insumos.
Nesse item deve ser apresentado o processo de desenvolvimento de cenários utilizado, ou seja, quais os potenciais cenários avaliados e os respectivos impactos para o projeto.
3.3 Capítulo 3 – Mercado
Aplicável somente a projetos relacionados a aumento expressivo de produção (superior a 1Mtmsc), desenvolvimento de novos produtos ou substituição de insumos que gere impacto significativo na
empresa.
Este capítulo descreve a avaliação da capacidade do mercado de absorver o aumento de
produção gerado ou a capacidade de fornecimento da cadeia de abastecimento. Essa
avaliação deve estar alinhada às premissas do plano de negócio da Samarco.
O produto desse capítulo é análise de mercado, a seguir detalhado:
•
Item 3.1 – Análise de mercado
Nesse item deve ser incluída a análise dos seguintes aspectos relacionados a mercado:
- especificação do padrão a ser atingido pelo produto ou insumo;
- previsões de oferta e demanda (curto, médio e longo prazos), utilizando dados externos existentes e destacando as premissas consideradas para demanda ou consumo;
- previsões de receita com base nas informações da indústria;
- premissas para embarque, estocagem e distribuição da produção adicional.
3.4 Capítulo 4 – Riscos
Esse capítulo apresenta a relação dos riscos identificados na fase FEL 1, bem como as atividades de gestão de riscos direcionadas para:
- identificar os riscos associados à oportunidade do investimento;
- planejar e preparar as atividades de gestão de riscos a ser realizadas nas fases seguintes;
- avaliar meios viáveis de gerenciar riscos, prevendo a execução e operação.
Os produtos desse capítulo, a seguir detalhados, são:
Item 4.1 – Identificação e registro de riscos;
Item 4.2 – Gestão de riscos.
•
Item 4.1 – Identificação e registro de riscos
Nesse item deve ser apresentado o produto da identificação dos principais riscos estratégicos da oportunidade de investimento em FEL 1, ou seja, o registro contendo os riscos, causas, consequências, controles existentes e, caso tenham sido estabelecidas, ações de tratamento previstas para as fases seguintes.
•
Item 4.2 – Gestão de riscos
Nesse item devem ser descritas as ações de gestão de riscos a ser aplicadas na fase FEL 2, incluindo recursos necessários e coordenação das atividades de gestão de riscos (atividades de avaliação, controle e comunicação).
3.5 Capítulo 5 – Aspectos minerais
Aplicável somente a projetos relacionados a aumento expressivo de produção (superior a 1Mtmsc) ou que alterem a configuração de reserva da Samarco.
Nesse capítulo, é caracterizada a capacidade e especificação da reserva.
O produto deste capítulo é mineração e processo metalúrgico, a seguir detalhado:
•
Item 5.1 – Mineração e processo metalúrgico
Neste item devem ser desenvolvidos os aspectos relacionados a:
- geologia e recursos minerais – descrição dos padrões utilizados, geologia da região, histórico de exploração, método de obtenção de dados, avaliação da estimativa de recursos, caracterização ambiental e metalúrgica, hidrogeologia, avaliação geotécnica, riscos associados;
- mina – discussão dos aspectos relacionados ao projeto da cava, plano de lavra e operação da mina (padrões e critérios utilizados, dados de reserva, custos e riscos associados).
3.6 Capítulo 6 – Engenharia
Esse capítulo descreve os aspectos relacionados à engenharia realizada em FEL 1.
Os produtos desse capítulo, a seguir detalhados, são:
Item 6.1 – Infraestrutura;
Item 6.2 – Processo;
Item 6.3 – Engenharia;
Item 6.4 – VIP.
•
Item 6.1 – Infraestrutura
Nesse item deve ser apresentada a avaliação preliminar da necessidade e disponibilidade de facilidades internas e externas para suportar a execução e a operação do projeto. Devem ser avaliados:
- plano diretor do canteiro de obras (facilidades temporárias requeridas durante a construção, tais como energia, água, escritórios, acomodações);
- utilidades para a operação: energia, combustível, água, entre outras;
- disposição e drenagem: resíduos, rejeitos, esgoto, pluvial;
- edifícios administrativos;
- acessos;
- comunicação: requisitos de Tecnologia da Informação (TI) e telecomunicações;
- outros: segurança patrimonial, proteção a sinistros, entre outros aspectos.
•
Item 6.2 – Processo
Aplicável somente a projetos que envolvam modificações no processo produtivo da Samarco.
Nesse item devem ser descritos os padrões utilizados, características do minério, realização de testes, fluxo de processo, facilidades de processo, pesquisas metalúrgicas e de engenharia, riscos associados. Devem ser apresentados:
- rotas de processo;
- balanço de água, de massa e de energia;
- taxas de alimentação;
- especificações de qualidade do produto;
- padrões de engenharia de processo;
- premissas de disponibilidade, produtividade e utilização de planta e equipamentos.
•