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Ciênc. saúde coletiva vol.19 número11

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Academic year: 2018

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Diálogos, pontes e experiência

Em foco a intersetorialidade! Presente na gestão pública é ainda pouco avaliada e teorizada. Neste sentido, o artigo de debate sugere uma agenda de pesquisa que favoreça aportes teóricos para que a ação intersetorial possa se constituir em uma práxis de governo.

Formador, cuidador e pesquisador, o centauro Quiron representaria a articulação entre saberes e fazeres. Sua metade de corpo animal, tocando a terra, simula o mundo prático, a outra metade-humana indica o mundo da formação, e a seta em suas mãos seria o mundo da pesquisa. Como Quiron, buscamos nesse número diálogo entre diversos saberes, quereres e verdades tendo a intersetorialidade como aposta possível no caminho da promoção da equidade e do enfrentamento dos determinantes sociais da saúde.

Este Número Temático em suas mãos faz aproximações ao tema; indica questões em aberto; mostra políticas públicas do governo brasileiro que exercitam a gestão intersetorial, em especial a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), bem como o “Bolsa Família”; a Política Nacional de Alimentação e Nutrição em diálogo com a Política Nacional de Segurança Alimentar; a Estratégia de Saúde da Família; e discute os determinantes socioambientais e territoriais do desenvolvimento sustentável.

Damos ênfase à PNPS, aprovada no contexto do SUS, trazendo um balanço da sua execução no período 2006-2014, e múltiplos movimentos simultâneos postos em ação para realizar a Revisão da PNPS nas cinco regiões do país com a participação de atores de governo, trabalhadores dos serviços de saúde, conselheiros de saúde, representantes dos movimentos sociais e universidades. A Revisão ocorreu entre abril de 2013 e maio de 2014 e foi organizado pelo MS, Comitê Gestor da PNPS, GT Pró Rede em Promoção da Saúde e Desenvolvimento Sustentável da Abrasco e Opas. Como próximo passo, a PNPS revisada será analisada junto a Tripartite e ao Conselho Nacional de Saúde.

Sete oficinas regionais e uma com conselheiros nacionais e estaduais problematizaram e comprome-teram-se com valores, princípios, diretrizes, eixos temáticos e temas prioritários. Mais de 1.500 pessoas responderam ao FORMSUS; rodadas da técnica de Delphi captaram a percepção de gestores da saúde, de outros setores e de pesquisadores; uma reunião intersetorial congregou representantes de vários ministérios e apontou os desafios conjuntos que devemos enfrentar para promover a saúde da população brasileira.

Esta reunião intersetorial reverberou evidências de que a equidade em saúde deveria estar na pauta política de todos os setores da sociedade, uma vez que o setor saúde não consegue promovê-la de maneira isolada. Um painel intersetorial com seis gestores de governo e notas técnicas de advocacia intersetorial feitas pelos GT da Abrasco são, também, apresentadas neste número demonstrando um exercício prático deste esforço.

Este diálogo ampliado nos parece cada vez mais fundamental como dispositivo para se construir pon-tes entre as políticas públicas e as necessidades sociais, muitas vezes olvidadas pelas políticas. Por isso, um dos artigos destaca a elaboração de planos locais de promoção da saúde, e a importância de se valorizar a experiência dos sujeitos em seus cotidianos e territórios.

Bondia, em seu artigo “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”, escrito em 2002, reforça esse

caminho ao dizer que a experiência: é a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto

de interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes...

Neste exercício de conexão entre o instituído e o necessário numa ótica em que prevaleça a sensibilida-de, valeria a pena, relembrar e homenagear Ariano Suassuna com seu “Movimento Armorial” que buscou estabelecer pontes entre a cultura erudita e a cultura popular.

Marco Akerman, Deborah Malta, Patrícia Jaime, Ronice Franco de Sá

Referências

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