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Arq. NeuroPsiquiatr. vol.7 número4

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Academic year: 2018

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T H R O M E O P H L É B I T E S C É R É B R A L E S . R A Y M O N D G A R C I N E M A U R I C E P E S T E L . U m v o

-lume c o m 142 páginas e 29 figuras. Masson et Cie, Paris, 1949.

R a r a m e n t e a e t i o l o g i a v e n o s a é i n v o c a d a c o m o e x p l i c a ç ã o e t i o l ó g i c a de s í n d r o m e s n e r v o s a s , quase s e m p r e atribuídas a causas arteriais, tumorais o u infecciosas; daí o interêsse dêste livro. D e p o i s de r e m e m o r a r e m a anatomia da c i r c u l a ç ã o v e n o s a encefálica, G r a c i n e P e s t e l estudam a s t r o m b o f l e b i t e s d o s seios durais e as tromboflebites dos vasos cerebrais. N a semiologia das trom-boflebites d o s seios durais há três s í n d r o m e s fundamentais a c o n s i d e r a r : infec-ciosa, a de irritação m e n i n g o e n c e f á l i c a e o s sinais locais de estase circulatória.

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v e n o s a e c o m p r o m e t i m e n t o de n e r v o s cranianos. D o s sinais físicos, o edema palpebral é o mais precoce. O exoftalmo é outro importantíssimo sinal da. a f e c ç ã o . É quase constante o c o m p r o m e t i m e n t o d o s I I I e I V n e r v o s cranianos e d o r a m o o f t á l m i c o d o t r i g ê m e o . A p ó s c e r t o t e m p o , p o d e haver e x t e n s ã o d o processo para o lado oposto, através do seio circular; eventualmente, poderá haver propagação também para outros plexos venosos tributários ou para veias cerebrais. O seio longitudinal superior é o mais exposto à infecção e trombose pós-traumáticas, podendo também ser afetado por trombose de veias tributárias. E m conseqüência, não haverá suficiente reabsorção do líquor nas vilosidades aracnóideas, do que resulta hipertensão intracraniana. Clinicamente, a trombose d o seio longitudinal superior se manifesta por três ordens de sinais: sinais de estase venosa, sinais de hipertensão intracraniana e sinais de comprometimento d o neuro-eixo, que variam, naturalmente, conforme o território comprometido. A semiologia das trombofle¬ bites dos seios petrosos superiores e inferiores é muito pobre. Sua repercusão se faz, sobretudo, sôbre os V e V I nervos cranianos, podendo eventualmente causar a s í n d r o m e de G r a d e n i g o . D e m o d o geral, em tôdas as t r o m b o f l e b i t e s d o s seios durais, o líqüido cefalorraquidiano é hipertenso, mas límpido e incolor, a não ser que exista meningite o u flebite concomitante das veias cerebrais.

Na segunda parte do livro, os autores estudam as tromboflebites das veias cerebrais. Ressaltam Garcin e Pestel o aparente artificialismo dessa d stinção, citando 63 casos por êles coligidos de trombose venosa cerebral dos quais 44 tive-ram comprovação anátomo-patclógica: em 23 casos, a trombose atingia vasos e seios, em 6 casos, apenas os seios e, nos 15 restantes, as lesões se limitavam às veias. Todavia, a expressão clínica dessas flebites, traduzidas por sinais focais, justifica seu estudo independente. A s flebites das veias cerebrais p o d e m aparecer a p ó s infecção geral o u complicar infecção local vizinha o u associar-se a comprometimen-tos venosos múltiplos; o fator etiológico preponderante é representado pelas trom-boflebites puerperais. O início da sintomatologia se verifica ordinàriamente entre o 4.° e o 21.° dia após o parto; há, entretanto, casos tardios. Quase sempre, a afecção surge sob a forma de convulsões, em pacientes jamais sujeitas a hiperten-são, nem a albuminúra, o que permite afastar a hipótese de eclâmpsia tardia. N a maioria dos casos, os primeiros sintomas surgem em partos desenvolvidos de modo rigorosamente n o r m a l ; esta noção é importante, po"s evita o afastamento apriorís-tico da etiologia venosa dos acidentes cerebrais.

N o estudo clínico das tromboflebites cerebrais pós-puerperais, os autores con-sideram seus principais sintomas: crises convulsivas, paralisias e outros sinais as-sociados (vómitos, hipertensão intracraniana, alterações liquóricas, edema de papila, sinais de infecção). A trombose pós-puerperal d o seio longitudinal superior e as tromboflebites cerebrais pós-aberto são estudadas detalhadamente e ilustradas com várias observações. A trombose pós-puerperal do seio longitudinal super'or é uma entidade isolada por Purdon Martin, cujo início é rápido, c o m sintomatologia de hipertensão intracraniana. A explicação patogênica das tromboflebites cerebrais nesses casos se baseava e m hipotéticas eclâmpsias tardias, ou na persistência d o orifício de Botal. Entretanto, parece mais satisfatório atribuir êsses acidentes a uma septicemia venosa subaguda (flebite migratória) ou à passagem d o trombo séptico das veias pélvicas aos plexos venosos peri e intra-raquidianos.

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trombose e a hipertensão intracraniana. A s crises convulsivas devem ser comba-tidas pelos barbitúricos habituais. A luta contra a infecção é baseada no arsenal terapêutico moderno das sulfas e penicilina; esta última, nas formas mais graves, é mais eficiente em injeções intravenosas. O e m p r ê g o da heparina ou da dicuma¬ rina visando a trombose tem seus perigos, devido aos riscos de hemorragias internas. Finalmente, a hipertensão intracraniana encontra, no sôro glicosado hipertônico e no sulfato de magnésio, seus mais eficazes remédios.

B o a r e v i s ã o b i b l i o g r á f i c a encerra êste livro, cuja leitura é d o m a i o r inte-rêsse, n ã o s ó para n e u r o l o g i s t a s , c o m o t a m b é m para os internistas e, espe-cialmente, para os o t o r r i n o l a r i n g o l o g i s t a s e obstetras.

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