• Nenhum resultado encontrado

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO E DE CONSTRUCTO DA VERSÃO BRASILEIRA DO CUESTIONÁRIO PARA DETECCIÓN DEL SÍNDROME DEL EDIFÍCIO ENFERMO PARA TRABALHADORES DE SAÚDE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO E DE CONSTRUCTO DA VERSÃO BRASILEIRA DO CUESTIONÁRIO PARA DETECCIÓN DEL SÍNDROME DEL EDIFÍCIO ENFERMO PARA TRABALHADORES DE SAÚDE"

Copied!
118
0
0

Texto

(1)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-CCS DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM- NÍVEL MESTRADO

JOYCE SOARES E SILVA

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO E DE CONSTRUCTO DA VERSÃO BRASILEIRA DO CUESTIONÁRIO PARA DETECCIÓN DEL SÍNDROME DEL EDIFÍCIO

ENFERMO PARA TRABALHADORES DE SAÚDE

TERESINA 2020

(2)

JOYCE SOARES E SILVA

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO E DE CONSTRUCTO DA VERSÃO BRASILEIRA DO CUESTIONÁRIO PARA DETECCIÓN DEL SÍNDROME DEL EDIFÍCIO

ENFERMO PARA TRABALHADORES DE SAÚDE

Relatório final de Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – nível Mestrado Acadêmico da Universidade Federal do Piauí, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Orientadora: Profa. Dra Márcia Astrês Fernandes

Área de concentração: Enfermagem no Contexto Social Brasileiro.

Linha de Pesquisa: Políticas e Práticas Sócio- educativas em Enfermagem.

TERESINA 2020

(3)
(4)

JOYCE SOARES E SILVA

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO E DE CONSTRUCTO DA VERSÃO BRASILEIRA DO CUESTIONÁRIO PARA DETECCIÓN DEL SÍNDROME DEL EDIFÍCIO

ENFERMO PARA TRABALHADORES DE SAÚDE

Relatório final de Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – nível Mestrado Acadêmico da Universidade Federal do Piauí, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Aprovado em: 15 de Dezembro de 2020

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________

Profa. Dra. Márcia Astrês Fernandes

Orientadora/Presidente – Universidade Federal do Piauí (UFPI) ___________________________________________________________

Profa. Dra. Ruth Natalia Teresa Turrini

Examinadora Externa –Universidade de São Paulo (USP)

___________________________________________________________

Prof. Dr. Jose Wicto Pereira Borges

Examinador Interno– Universidade Federal do Piauí (UFPI)

___________________________________________________________

Profa. Dra. Fernanda Valéria Silva Dantas Avelino Suplente – Universidade Federal do Piauí (UFPI)

(5)

Dedico esta dissertação à minha mãe e meu pai, exemplos de garra e persistência às adversidades.

(6)

AGRADECIMENTOS

À minha fé que me impulsiona a persistir, encarar os desafios que surgem e ter esperança de dias melhores.

À minha mãe, Jorgelina Alves da Silva, e meu pai, Júlio Soares da Silva, por estarem sempre ao meu lado, apoiando-me e lutando junto a mim nos momentos tristes, difíceis e felizes, por toda a dedicação, ensinamentos e companheirismo.

Obrigada por abdicarem parte de suas vidas para que eu pudesse crescer e alcançar meus sonhos. Amo muito vocês. Gratidão eterna.

Ao meu irmão, Geórgio Alves da Silva, pelo companheirismo mesmo distante.

À minha avó materna, Floriza Alves da Silva (in memoriam), por todo o amor, carinho e atenção dada a mim e à minha família. Obrigada por ter sido presente, e por ser exemplo de força, resistência e compaixão mesmo diante das adversidades.

Obrigada por tudo. Descanse em paz.

Aos meus avós paternos, Francisca Alves da Silva e Antônio Soares da Silva (in memoriam), por todo o amor, carinho e atenção sempre presente. Gratidão.

Aos meus tios, Almerinda Alves da Silva, Antônio Alves da Silva (in memoriam) e Honorinda Alves da Silva, que sempre tentavam se fazer presente, ajudando como podiam. Obrigada.

Aos meus amigos por serem presentes, me apoiarem e lutarem comigo nas adversidades da vida desde à infância até o mestrado: Isabela Monteiro, Isadora Torres, Magda Barbosa e Francisco Filho.

Aos amigos que a Universidade Federal do Piauí me deu, em especial:

Germana Naíra, Tatiane Fonseca, Jessyca Carvalho, Hillda Dandara, Cecília Gomes, Rouslanny Oliveira, Ana Raquel, Nicole Brandim, Márcia Ferreira, Bruna Sabrina, Jefferson Abraão, Daniel Rocha, Ítalo Arão, Iolanda Gonçalves, Isaura Danielli, Ana Lívia e Rosa Carvalho, por todo o companheirismo durante minha passagem pela Universidade.

Às minhas amigas Nisleide Vanessa e Cristina Gomes por se tornarem minha família.

A todos os meus colegas da Turma XIII de Mestrado pelo companheirismo durante esses dois anos. Contem comigo sempre.

Aos meus irmãos de quatro patas que estiveram ao meu lado, aliviando as tensões dos dias difíceis: Pitoco, Jared e Argo.

(7)

A todos os meus alunos que orientei, supervisionei e acompanhei durante as aulas ministradas, vocês foram essenciais na minha formação durante o Mestrado.

À minha orientadora, Drª Márcia Astrês Fernandes, por toda a atenção, ensinamentos e por ter me acolhido como orientanda desde o 3º período da graduação em Enfermagem, até o mestrado. Muito obrigada.

Ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Saúde Mental e Trabalho (GEPSAMT) da Universidade Federal do Piauí pela colaboração, companheirismo e conhecimento trocados ao longo desses três anos.

Aos professores Drª Ruth Natalia Teresa Turrini, Dr Jose Wicto Pereira Borges, Drª Grazielle Roberta Freitas Da Silva e Drª Fernanda Valéria Silva Dantas Avelino por aceitarem participar da avaliação deste trabalho. Agradeço a todos pela leitura cuidadosa e pelas valiosas contribuições .

À Universidade Federal do Piauí por ter me acolhido como aluna na graduação e me permitir ser mestre. Obrigada pela oportunidade de me permitir vivenciar momentos ímpares em minha vida.

Ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, pela oportunidade de me permitir conhecer novos caminhos, novas ideias e novas perspectivas no mundo acadêmico. Obrigada.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de estudos disponibilizada durante minha trajetória no mestrado.

Aos funcionários do PPGEnf, Leonardo Sousa Ramos, Ruth Suelle Barros Fonseca e Lucinete Martins de Araújo, por toda ajuda durante minha trajetória no mestrado, e por serem sempre prestativos.

A todos que de forma direta ou indireta contribuíram para que eu alcançasse meus sonhos, que confiaram na minha capacidade e torceram pela concretização destes sonhos. Lembrarei de todos com muito amor e gratidão. Muito obrigada.

(8)

“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.”

Paulo Freire

(9)

SILVA, J. S. Validação do Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo para Trabalhadores de Saúde do Brasil [Dissertação]. 118 p.

Teresina: Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Piauí, 2019.

RESUMO

Introdução: As doenças ocupacionais são de grande preocupação para a saúde dos trabalhadores. A Síndrome do Edifício Doente se caracteriza pelo adoecimento coletivo de trabalhadores que estão submetidos a um ambiente de labor com riscos ocupacionais. Nota-se que apesar de importante, não há um instrumento validado que detecte essa síndrome ou mapeie os riscos ocupacionais que levam a esse adoecimento coletivo, no Brasil. Objetivo: Realizar a validação de conteúdo e de constructo da versão brasileira do Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo para Trabalhadores de Saúde do Brasil. Referencial temático: O referencial temático é dividido em quatro capítulos: Síndrome do Edifício Doente:

características, fatores preditores e sintomatologia associada aos trabalhadores de saúde; Intervenções preventivas e terapêuticas da Síndrome do Edifício Doente nas instituições de saúde; Clima organizacional como preditor às organizações doentes;

e, Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo: origem, tradução e adaptação transcultural para o Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo metodológico e transversal que consiste na validação do Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo para o Brasil, e aplicação deste para trabalhadores de saúde, realizado entre os meses de Setembro de 2019 a Julho de 2020.O questionário foi validado por meio de dois eixos: conteúdo e constructo por grupos contrastados. Realizado na cidade de Teresina, Piauí, Brasil, e contou com a participação online de 14 juízes especialistas na etapa de validação de conteúdo. No que se refere à validação de constructo do instrumento, foi realizado em um Hospital de Ensino com uma amostra de 54 participantes. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob o parecer de número 4.563.795, e obteve parecer favorável da instituição coparticipante. Resultados: A validação de conteúdo apresentou um índice de validade de conteúdo, gerado pela avaliação dos juízes, de 0,81. Índice Kappa de Fleiss apresentou concordância de 68,59%. Por meio da sugestão dos juízes e índice de validade de conteúdo houve exclusão de três itens do questionário original. Quanto à validação de constructo, houve análise por grupos contrastados envolvendo duas variáveis dependentes:

tempo de trabalho no edifício e tempo de trabalho no setor, no qual se percebeu associação significativa com variáveis independentes que se relacionavam ao adoecimento laboral de ordem coletiva. Conclusão: O questionário apresenta validade quanto a conteúdo e indícios de validade de constructo, entretanto, ainda há necessidade de estudos que envolvam a validação desse instrumento para outros públicos.

Palavras-chave: Síndrome do Edifício Doente; Pessoal de saúde; Estudo de validação; Inquéritos e Questionários.

(10)

SILVA, J. S. Validation of the Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo for Health Workers in Brazil [Dissertation]. 118 p. Teresina:

Postgraduate Program in Nursing, Federal University of Piauí, 2019.

ABSTRACT

Introduction: Occupational diseases are of great concern to workers' health. The Sick Building Syndrome is characterized by the collective illness of workers who are submitted to a labor environment with occupational risks. It is noted that although important, there is no validated instrument that detects this syndrome or maps the occupational risks that lead to this collective illness in Brazil. Objective: Perform the content and construction validation of the Brazilian version of the Cuestionario para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo for brazilian workers. Thematic framework: The thematic reference is divided in four chapters: Sick Building Syndrome: characteristics, predictors and symptoms associated to health workers;

preventive and therapeutic interventions of the Sick Building Syndrome in health institutions; organizational climate as a predictor to sick organizations; and, Cuestionario para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo: origin, translation and cross-cultural adaptation to Brazil. Methodology: It is a methodological and transversal study that consists in the validation of the Cuestionario para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo for Brazil, and its application to health workers, carried out between September 2019 and July 2020. The questionnaire was validated through two axes: content and construction by contrasted groups. Held in the city of Teresina, Piauí, Brazil, and counted with the online participation of 14 expert judges in the content validation stage. Regarding the instrument's construct validation, it was performed in a Teaching Hospital with a sample of 54 participants.

The study approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Piauí, under the number 4,563,795, on September 9, 2019. In addition, it obtained a favorable opinion on the number 75/19 of the co-participating institution. Results:

The content validation presented a content validity index, generated by the judges' evaluation, of 0.81. Fleiss Kappa Index presented a concordance of 68.59%.

Through the judges' suggestion and content validity index, three items were excluded from the original questionnaire. As for building validation, there was analysis by contrasted groups involving two dependent variables: working time in the building and working time in the sector, in which there was a significant association with independent variables that were related to the collective labor illness. Conclusion:

The questionnaire is valid in terms of content and construction validity, however, there is still a need for studies involving the validation of this instrument for other audiences.

Keywords:Sick Building Syndrome; Health personnel; Validation study; Surveys and Questionnaires.

(11)

SILVA, J. S. Validación del Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo para trabajadores de la salud en Brasil [Disertación]. 118 p.

Teresina: Programa de Posgrado en Enfermería, Universidad Federal de Piauí, 2019.

RESUMEN

Introducción: Las enfermedades profesionales son de gran preocupación para la salud de los trabajadores. El Síndrome del Edificio Enfermo se caracteriza por la enfermedad colectiva de los trabajadores que están sometidos a un ambiente laboral con riesgos laborales. Se observa que, aunque importante, no existe ningún instrumento validado que detecte este síndrome o que cartografíe los riesgos laborales que conducen a esta enfermedad colectiva en el Brasil. Objetivo: Realizar la validación de contenido y construcción de la versión brasileña del Cuestionario para Detección del Síndrome del Edificio Enfermo para Trabajadores de Saúde do Brasil. Marco temático: La referencia temática se divide en cuatro capítulos:

Síndrome del Edificio Enfermo: características, predictores y síntomas asociados a los trabajadores de la salud; intervenciones preventivas y terapéuticas del Síndrome del Edificio Enfermo en las instituciones de salud; el clima organizacional como predictor de las organizaciones de enfermos; y, Cuestionario para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo: origen, traducción y adaptación transcultural al Brasil. Metodología: Se trata de un estudio metodológico y transversal que consiste en la validación del Cuestionario para la Detección del Síndrome del Edificio Enfermo para el Brasil, y su aplicación a los trabajadores de la salud, realizado entre septiembre de 2019 y julio de 2020. El cuestionario fue validado por medio de dos ejes: contenido y construcción por grupos contrastados. Realizado en la ciudad de Teresina, Piauí, Brasil, con la participación en línea de 14 jueces expertos en la etapa de validación de contenido. En cuanto a la validación de constructo del instrumento, se realizó en un Hospital Docente con una muestra de 54 participantes.

El estudio fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de la Universidad Federal de Piauí, con el número 4.563.795, el 9 de septiembre de 2019. Además, obtuvo una opinión favorable sobre el número 75/19 de la institución coparticipante.

Resultados: La validación del contenido presentó un índice de validez del contenido, generado por la evaluación de los jueces, de 0,81. El índice Fleiss Kappa mostró un acuerdo del 68,59%. A través del índice de validez de las sugerencias de los jueces y del contenido, se excluyeron tres ítems del cuestionario original. En cuanto a la validación de la construcción, se analizaron por grupos contrastados dos variables dependientes: el tiempo de trabajo en la construcción y el tiempo de trabajo en el sector, en los que se observó una asociación significativa con variables independientes relacionadas con la enfermedad laboral colectiva. Conclusión: El cuestionario es válido en cuanto al contenido y la validez de la construcción, sin embargo, sigue siendo necesario realizar estudios que impliquen la validación de este instrumento para otros públicos.

Palabras clave: Síndrome del edificio enfermo; Personal de salud; Estudio de validación; Encuestas y Cuestionarios.

(12)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS

Quadro 1 Palavras-chaves e filtros utilizados na Plataforma Lattes, com vistas a seleção dos currículos do júri de experts. Teresina (PI), 2019.

28

Quadro 2 Critérios de seleção para profissionais juízes. Teresina (PI), 2019.

28 Tabela 1 Média de idade e tempo de formação dos juízes participantes.

Teresina (PI), 2020. N=14.

36 Tabela 2 Distribuição dos juízes entrevistados, segundo as variáveis:

sexo, faixa etária, área de formação, titulação e tempo de formação (anos). Teresina (PI), 2020. N=14.

36

Tabela 3 Concordância dos juízes entrevistados, segundo o questionário avaliado. Teresina (PI), 2020. N=14.

37 Quadro 3 Comparativo de alterações quanto ao instrumento após

tradução e adaptação transcultural e instrumento após validação de conteúdo. Teresina (PI), 2020.

40

Tabela 4 Características gerais dos participantes do estudo. Teresina (PI), 2020. N=54.

41 Tabela 5 Continuação da distribuição das características de respostas

conforme primeira parte do questionário e domínio 1. Teresina (PI), 2020. N=54.

43

Tabela 6 Distribuição das características de repostas dos participantes segundo domínio 2. Teresina (PI), 2020. N=54.

45 Tabela 7 Distribuição das características de repostas das variáveis

dicotômicas dos participantes segundo domínio 3. Teresina (PI), 2020. N=54.

48

Tabela 8 Distribuição das características de repostas dos participantes segundo domínio 3. Teresina (PI), 2020. N=54.

49 Tabela 9 Associação do tempo de trabalho no edifício com as variáveis

das características gerais dos profissionais. Teresina (PI), 2020.

N=54.

51

Tabela 10 Associação do tempo de trabalho no edifício com as variáveis do Domínio 2. Teresina (PI), 2020. N=54.

52 Tabela 11 Associação do tempo de trabalho no edifício com as variáveis

dicotômicas do Domínio 3. Teresina (PI), 2020. N=54.

51 Tabela 12 Associação do tempo de trabalho no mesmo setor com as

variáveis das características gerais dos profissionais. Teresina

(PI), 2020. 57

Tabela 13 Associação do tempo de trabalho no setor com as variáveis do domínio 2. Teresina (PI), 2020.

58 Tabela 14 Associação do tempo de trabalho no setor com os sintomas.

Teresina (PI), 2020.

61

(13)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AT Acidentes de Trabalho

CDSEE Cuestionário para Detección del Síndrome de Edifício Enfermo CNCT Centro Nacional sobre Condições de Trabalho

DO Doenças Ocupacionais

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social IVC Índice de Validade de Conteúdo

OMS Organização Mundial de Saúde

OIT Organização Internacional do Trabalho PIB Produto Interno Bruto

PNSTT Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora SED Síndrome do Edifício Doente

SOST Serviço de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho SPSS Statistical Package for the Social Science

ST Saúde do Trabalhador

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(14)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

1.1 Contextualização do problema 15

1.2 Objeto de estudo 17

1.3 Hipóteses de pesquisa 17

1.4 Objetivos 18

1.5 Justificativa e relevância 18

2 REVISÃO DE LITERATURA 19

2.1 Síndrome do Edifício Doente: características, fatores preditores e sintomatologia associada aos trabalhadores de saúde 19 2.2 Intervenções preventivas e terapêuticas da Síndrome do Edifício

Doente nas instituições de saúde 21

2.3 Clima organizacional como preditor às organizações doentes 23 2.4 Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo:

origem, tradução e adaptação transcultural para o Brasil 24

3 MATERIAIS E MÉTODOS 26

3.1 Tipo de estudo 26

3.2 Local do estudo 26

3.3 Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo 27

3.4 Validação de conteúdo 27

3.4.1 Aspectos conceituais 27

3.4.2 População e amostra do estudo 27

3.4.3 Coleta de dados 29

3.4.4 Análise dos dados 30

3.5 Validação de constructo 31

3.5.1 Aspectos conceituais 31

3.5.2 População e amostra do estudo 31

3.5.3 Coleta dos dados 32

3.5.4 Análise dos dados 33

3.6 Riscos e benefícios 33

3.7 Procedimentos éticos e legais 34

4 RESULTADOS 36

4.1 Validação de conteúdo 36

4.2 Validação de constructo 41

4.2.1 Caracterização dos participantes do estudo 41

4.2.2 Análise da distribuição das características segundo domínios 42

4.2.3 Análise por grupos contrastados 51

5 DISCUSSÃO 63

5.1 Validação de conteúdo 63

5.2 Validação de constructo 65

5.2.1 Caracterização dos participantes do estudo 65

5.2.2 Análise da distribuição das características segundo domínios 66

5.2.3 Análise por grupos contrastados 70

6 CONCLUSÃO 73

REFERÊNCIAS 74

APÊNDICE A- CARTA CONVITE PARA OS JUÍZES ESPECIALISTAS 84 APÊNDICE B- TERMO DE COMPROMISSO LIVRE E ESCLARECIDO (COMITÊ DE JUÍZES)

85

(15)

APÊNDICE C- TERMO DE COMPROMISSO LIVRE E ESCLARECIDO (PROFISSIONAIS DE SAÚDE)

87

APÊNDICE D- FICHA DE AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO 90

APÊNDICE E- TERMO DE CONFIDENCIALIDADE 95

APÊNDICE F- DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO DAS PESQUISADORAS

96

ANEXO A- QUESTIONÁRIO PARA DETECÇÃO DA SÍNDROME DO EDIFÍCIO DOENTE: VERSÃO FINAL APÓS TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL

97

ANEXO B- QUESTIONÁRIO PARA DETECÇÃO DA SÍNDROME DO EDIFÍCIO DOENTE: VERSÃO FINAL APÓS VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO

101

ANEXO C- AUTORIZAÇÃO DA AUTORA ORIGINAL DO INSTRUMENTO ORIGINAL PARA VALIDAÇÃO DO CUESTIONÁRIO PARA DETECCIÓN DEL SÍNDROME DEL EDIFÍCIO ENFERMO

109

ANEXO D- PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 110 ANEXO E- CARTA DE APROVAÇÃO DA INSTITUIÇÃO COPARTICIPANTE

117

(16)

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do problema

A Enfermagem, no contexto social brasileiro, tem colaborado para a melhoria da saúde e produtividade do trabalhador e adequações no ambiente laboral, ao promover discussões amplas no campo de estudos teóricos e práticos em Saúde do Trabalhador (ST). Essa área de investigação teve início, no Brasil, com o Movimento de Medicina Social e Preventiva em meados dos anos de 1960 e 1970, e busca estudar a relação homem, trabalho e saúde como forma de minimizar o adoecimento mental e físico no labor (GOMEZ et al., 2018).

Em nível mundial, a discussão sobre ST se intensificou com a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1919, que tem como prioridade a busca por saúde e segurança no trabalho. Entretanto, apenas com a Convenção nº155 em 1981, da OIT, que houve pela primeira vez a obrigatoriedade dos países formularem e implementarem políticas de saúde e segurança laboral. No Brasil, essa implementação teve início em 1992, porém somente se firmou com a Portaria GM/MS nº1.823 de 2012 que instituiu a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT). Dessa forma, é visível que toda a discussão envolvendo essa temática é recente e, portanto, há necessidade crescente de debates e pesquisas mais minuciosas na área (BRASIL, 1992; BRASIL, 2012; PEREZ et al., 2017; SCHMIDT, 2010).

Ao abordar sobre ST observa-se uma gama de variáveis que envolvem o trabalhador, dentre elas foca-se os Acidentes de Trabalho (AT) e as Doenças Ocupacionais (DO), por possuírem maiores implicações e por responderem a problemas socioeconômicos e de saúde pública. Dados da OIT de 2016 apontam que os AT correspondem a aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país. No país, os dados referentes a esses acidentes são registrados pelo Instituo Nacional de Seguridade Social (INSS), e, também apresentam números, em termos de custo, semelhantes ao anunciado pela OIT em nível de mundo (FERREIRA et al., 2017; OIT, 2016).

As DO apresentam o mesmo nível de preocupação que os AT, considerando que os trabalhadores ficam expostos a agentes biológicos, químicos, problemas ergonômicos, poluição auditiva, poluição do ar, estresse e adoecimento mental,

(17)

dentre outros. Isto posto, o adoecimento que um colaborador apresenta, por vezes, é semelhante em sinais e sintomas a um grupo de indivíduos ou até mesmo de todo o ambiente de trabalho. Deste modo, quando isso ocorre, esse fenômeno é denominado de Síndrome do Edifício Doente (SED) (BONFATTI et al., 2017;

CARDOSO; BAKKE, 2018; OMS, 1987).

A SED foi caracterizada e mencionada pela primeira vez na década 80 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Contudo, desde antes já se observava o adoecimento de grupos de trabalhadores em edifícios fechados com pouca circulação do ar, visto que na metade do século XX verificou-se aumento da verticalização das cidades, consequentemente dos locais de trabalho, por isso o nome característico da síndrome. À priori, as observações foram inicialmente observadas com relação à qualidade do ar, com temperatura e umidade inadequadas, ao notar queixas comuns entre os trabalhadores como cefaleias, irritação ocular, desconforto no trato respiratório, fadiga, letargia, dentre outros sintomas (STERLING et al., 1991; OMS, 1987).

Depois, observou-se que os problemas com a qualidade do ar geravam outros problemas subsequentes como estresse, adoecimento psíquico, infecções, dermatites provocadas por contaminantes voláteis e sistema de ventilação ineficiente. Tais sinais e sintomas podem melhorar após a saída do local de labor, incidindo em maior parte durante a jornada laboral ou permanecer, pois mais dias consecutivos (SODRÉ, 2014; TEIXEIRA, 2005).

Quando a SED é analisada em nível das instituições de saúde nota-se como principal fator de adoecimento ocupacional a sobrecarga de trabalho, ao visualizar o quantitativo reduzido de profissionais que provoca desgaste físico e emocional; o cuidado ao paciente e infraestrutura laboral, em especial. Além disso, falta de reconhecimento financeiro, exposição a patógenos, químicos e fatores estressores que podem levar ao adoecimento psíquico, também corroboram para que um grupo de indivíduos adoeça e apresente queixas semelhantes, caracterizando a SED.

Nota-se que é necessário um quantitativo de acometimento acima de 20% de um grupo de trabalhadores para caracterizar essa síndrome (ALVES et al., 2018;

CARDOSO; BAKKE, 2018).

Nessa perspectiva, por se tratar de assunto novo e ainda não explorado em sua completude, instrumentos de detecção são pioneiros e necessários. Assim, o Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo (CDSEE),

(18)

desenvolvido pelo Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais da Espanha tornou-se marco ao abordar tal temática segundo a publicação da Norma Técnica- NTP 290 no país. Tal instrumento leva em consideração um nível de adoecimento coletivo superior a 20% de trabalhadores submetidos às mesmas condições de trabalho.

Ainda sobre o referido instrumento, nota-se ausência de um traço latente para caracterizá-lo como instrumento de medida, sendo dessa forma, um instrumento de rastreio. Estudo realizado na Espanha utilizou o questionário referido para identificar os fatores de risco que 178 trabalhadores da Faculdade Nacional de Saúde Pública estavam expostos (BASANTE; MENDOZA; REYES, 2017). Estudo semelhante realizado no Equador e publicado em 2015 aplicou o questionário em três edifícios da Faculdade de Ciências em Engenharia da Universidade Tecnológica Equinocial para caracterizar a SED nos edifícios mencionados (TERÁN; HARO, 2015).

Encontra-se na literatura ainda, outra pesquisa realizada com o referido questionário, em Mexicali, México, ao qual aplicaram-se em 138 pessoas para averiguar a sintomatologia causada pela SED nos trabalhadores do Instituto Mexicano de Seguro Social realizado em 2015 (AQUINO et al., 2017). Apesar dessas aplicações terem sido realizados em diferentes países, não há estudos que comprovem indícios de validação transcultural para o CDSEE.

Em relação ao Brasil, um estudo de tradução e adaptação transcultural do CDSEE para trabalhadores de saúde foi realizado em 2017 e publicado em 2020 pelas pesquisadoras Oliveira & Fernandes (2020), a partir do qual se despertou o interesse em proceder à validação do referido instrumento para detecção da SED e avaliação das queixas dos trabalhadores de saúde no contexto brasileiro e, assim, possibilitar que se detecte, trate e previna essa síndrome em nível local para a realidade dos trabalhadores de saúde brasileiros. Para tanto, formulou-se a seguinte questão de pesquisa: A versão brasileira do CDSEE apresenta evidências de validade de conteúdo e de constructo?

1.2 Objeto de estudo

• Validação de conteúdo e de constructo da versão brasileira do Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo para Trabalhadores de Saúde do Brasil.

(19)

1.3 Hipóteses de pesquisa

• O questionário é capaz de detectar o adoecimento nos trabalhadores expostos à Síndome do Edifício Doente de acordo com o tempo de trabalho.

• O Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo é aplicável a trabalhadores de saúde do Brasil.

1.4 Objetivos

• Realizar validação de conteúdo e de constructo do Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo para Trabalhadores de Saúde do contexto brasileiro.

• Descrever as características de respostas dos participantes do estudo.

• Analisar a condição de enfermidade do edifício segundo as respostas dos participantes;

• Avaliar o tempo de trabalho em relação ao nível de exposição aos riscos ocupacionais que desencadeiam adoecimento ocupacional.

1.5 Justificativa e relevância

O interesse por validar esse instrumento, deu-se em oferecer continuidade ao trabalho desenvolvido em 2017 de uma Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPI, em que foi realizada a tradução e adaptação transcultural para o Brasil do instrumento que detecta a SED pelas pesquisadoras Mestra Ana Lívia Castelo Branco de Oliveira e Doutora Márcia Astrês Fernandes. Além disso, pelo contato prévio da discente na disciplina de Saúde do Trabalhador durante a graduação em Enfermagem, e Iniciação científica realizada sobre a temática.

O instrumento avalia o adoecimento ocupacional de um grupo de trabalhadores de um mesmo edifício, situação tão notória no cotidiano dos profissionais de saúde, mas desconhecida pelos gestores da saúde como uma síndrome evitável, carecendo, portanto, de um instrumento validado que detecte a SED nas instituições de saúde brasileiras. Nesse sentido, realizou-se o estudo em

(20)

tela que permite sua aplicabilidade no território brasileiro. Ademais, é de interesse das pesquisadoras o aprimoramento e incremento dos conhecimentos na Saúde do Trabalhador, tendo em vista toda sua importância para a sociedade em termos teóricos e práticos.

(21)

2 REVISÃO DE LITERATURA

O presente referencial temático refere-se a uma revisão de literatura do tipo integrativa realizada em abril de 2019 e publicada na Revista Cubana de Enfermería (SILVA; FERNANDES, 2020). Ressalta-se que esta apresentação contém partes do material produzido e de conteúdo escrito em data posterior.

A elaboração da questão norteadora para guiar a extração de artigos primários foi realizada por meio do acrônimo PICo (População, Interesse, Contexto), ao considerar P (Trabalhadores de Saúde), I (Síndrome do Edifício Doente) e Co (Saúde do trabalhador). Dessa forma, a questão norteadora formulada foi: Como a Síndrome do Edifício Doente é discutida no contexto da saúde do trabalhador na literatura científica?

A busca ocorreu nas bases de dados eletrônicas: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Cumulative Index to Nursing Allied Health Literature (CINAHL), SciVerse Scopus, e Web of Science. Realizou-se buscas também nas bases de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e MedCarib via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), entretanto, não se obtiveram resultados significativos em tais recursos de dados.

Foram utilizados descritores controlados e não controlados para extração dos artigos primários, considerando os Descritores em Ciências da Saúde (DECs), os Termos MESH via Pubmed, e os Títulos CINAHL para operacionalização das buscas. Dessa forma o material encontrado foi sumarizado e apresentado nas categorias a seguir.

2.1 Síndrome do Edifício Doente: características, fatores preditores e sintomatologia associada aos trabalhadores de saúde

Síndrome do edifício doente caracteriza-se por ser uma doença que à priori foi associada ao nível da qualidade do ar interior às construções laborais. Com o processo de urbanização houve expansão de prédios cuja ventilação do ar era inadequada e corroboravam para o adoecimento dos trabalhadores que ali exerciam suas atividades. Embora, de início tenha-se relacionado essa síndrome à qualidade

(22)

do ar, ressalta-se que no decorrer nos anos o conceito ampliou-se a outros problemas encontrados também nos ambientes laborais fechados (BROWSON et al., 1999; HELLGREN; REIJULA, 2011; VAFAEENASAB et al., 2015).

Quando esse contexto é observado ao nível das instituições em saúde, para com os trabalhadores de saúde, nota-se que os fatores preditores a tal enfermidade se exacerbam e se direcionam a outros olhares, ao passo que as características que envolvem a síndrome se modificam a depender do setor analisado. Estudo realizado com enfermeiros das unidades de terapia intensiva no Irã, publicado em 2015, salientou que os fatores preditores ao surgimento da SED delimitou-se à falta de fluxo de ar circulante, baixa qualidade do ar nos setores hospitalares, presença de agentes microbianos no ar e clima úmido. Tais fatores quando analisados foram associados ao sexo, idade, experiência de trabalho e turno laboral dos participantes da pesquisa (VAFAEENASAB et al., 2015).

Apesar das causas já conhecidas que contribuem ao desenvolvimento da SED com trabalhadores de saúde, pesquisa realizada na Finlândia e publicada em 2011 com profissionais envolvidos na saúde e segurança do trabalhador percebeu que a variação de temperatura no ambiente hospitalar também atua como fator preditor à síndrome nos trabalhadores. A temperatura como fator causal também foi estabelecida em um estudo desenvolvido na Suécia em um hospital geriátrico. A temperatura ambiente, umidade relativa do ar, produtos químicos usados em laboratórios e esterilizadores, e os ruídos advindos dos fluxos de exaustão de ar foram os pontos observados e considerados como fatores associados ao desencadeamento da síndrome nos trabalhadores de saúde da referida instituição hospitalar (HELLGREN; REIJULA, 2011; NORDSTRÖM; AKELSSON, 1995).

Além da pesquisa supramencionada, outra investigação também realizada na Finlândia e publicada no ano 2000, sobre um relato de caso em um edifício hospitalar gravemente danificado pela água revelou que os profissionais desenvolveram doenças respiratórias provocadas pelo aumento do número esporo- fúngico presentes no ar do hospital (SEURI et al., 2000).

Destaca-se também como importante o alto nível de conflitos de funções, sobrecarga de trabalho e estresse organizacional. Estudo realizado em Nova Escócia, Estados Unidos, e publicado em no ano 2000, revelou que profissionais de saúde tornam-se mais propensos ao surgimento de adoecimento físico e psicológico característicos da SED, quando esses fatores preditores encontram-se presentes no

(23)

ambiente laboral (MEDELSON et al., 2000).

Gases anestésicos e exposição a gases de escape de eletrocirurgia são outros influenciadores para o adoecimento dos trabalhadores de saúde. Fato confirmado por investigação realizada na Alemanha, e publicada em 1997, com profissionais anestesistas e anestesiologias que permaneciam por tempo prolongado nas salas cirúrgicas (MARX, 1997). Em suma, problemas de ventilação do ar, qualidade do ar, presença de microrganismos patogênicos, variação de temperatura, ruídos, e gases anestésicos constituem-se em fatores preditores elencados ao surgimento da SED em trabalhadores de saúde.

Em relação aos sinais e sintomas que envolvem a Síndrome do Edifício Doente, estes podem variar de instuição de saúde e de pessoa para pessoa. Como regra geral, os sintomas de adoecimento laboral intensificam-se na presença de exposição prolongada a um fator preditor no prédio/ ambiente laboral que o profissional exerce suas atividades, e desaparecem algumas horas ou dias após sair do contato do ambiente de trabalho (BROWNSON, 1999).

Todos os estudos analisados e selecionados que abordam a síndrome em trabalhadores de saúde retratam sinais e sintomas semelhantes, tais quais cefaleias;

fadiga; irritação ocular, da mucosa respiratória e pele, tosse, rinite, dificuldade de concentração, secreção nasal sanguinolenta, coriza, asma, laringite, febre, alveolite, confusão mental, tontura, náusea, prurido, letargia e erupções cutâneas.

Essas enfermidades supracitadas correspondem ao levantamento realizado com base na sintomatologia apresentada pelos trabalhadores de saúde na literatura científica (VAFAEENASAB et al., 2015; SEURI et al., 2000; BRANDT-RAUF et al., 1991; BROWSON, 1999; NORDSTRÖM; AKELSSON, 1995; ANDERSSON et al., 2007).

Além desses elementos, alguns enfermeiros da unidade de terapia intensiva afirmaram que apresentavam sensação de falta de ar condicionado e odor fétido mesmo sem a ausência ou presença destas queixas fora do ambiente laboral, em pesquisa realizada no Irã e publicada em meio científico no ano de 2015 (VAFAEEBASAB et al., 2015).

2.2 Intervenções preventivas e terapêuticas da Síndrome do Edifício Doente nas instituições de saúde

(24)

Alguns estudos primários selecionados reuniram informações quanto às atividades de intervenção no quesito prevenção e atuação terapêutica à Síndrome do Edifício Doente para com os trabalhadores de saúde e ambiente laboral.

Ressalta-se que as percepções das características que envolvem o processo de proteção à saúde variam segundo a configuração e natureza do trabalho de assistência à saúde dos indivíduos. Dessa forma, o feedback dos profissionais quanto às características do ambiente laboral que afetam a saúde e o desempenho dos mesmos são fundamentais para determinar as prioridades da arquitetura e readequação do edifício do trabalho (ZADEH et al., 2018).

Em relação à melhoria dos edifícios e ambientes internos, estes contribuem para a redução da necessidade de cuidados secundários e terciários à saúde dos profissionais, além de influenciar no aumento do desempenho dos trabalhadores.

Nesta perspectiva, alguns pontos devem ser observados como atividades de intervenção nas instituições de saúde, dentre as quais citam-se: Coibir o uso de tabaco nas dependências do edifício de trabalho, em específico, hospitais; Utilizar sistemas de exaustão separados por área: Centro de Material e Esterilização, Centro cirúrgico, por exemplo; Manter os sistemas de ventilação limpos e desobstruídos para evitar o crescimento bacteriano e fúngico; Fornecer atividades de educação permanente a todos os funcionários em relação às fontes contaminantes e; Manter atenção, como gestor, na escolha das mobílias a estarem presentes no ambiente laboral por poderem conter emissores de compostos orgânicos voláteis (BROWSON, 1999; ZADEH et al., 2018).

Além da parte física, há necessidade de mais médicos e enfermeiros nas unidades de saúde dos trabalhadores para análise dos fatores de riscos à saúde do mesmo. As unidades de saúde ocupacional detectam, monitoram e reparam os problemas no edifício laboral. Alguns instrumentos de detecção da exposição aos riscos laborais podem ser utilizados, como os questionários de avaliação do ar interior a ser aplicado a nível individual. Tais questionários conseguem determinar se um edifício específico apresenta falhas estruturais ou não, além de detectar e mensurar o nível de adoecimento ocupacional de um determinado edifício ou setor de trabalho. Dessa forma, os instrumentos de detecção contribuem para encontrar falhas e assim direcionar a solução mais apropriada aos problemas evidenciados (HELLGREN; REIJULA, 2011).

Portanto, as intervenções devem ocorrer tanto a nível estrutural quanto a

(25)

nível pessoal. As atividades de atuação preventiva e terapêuticas clamam pela atuação das unidades de saúde ocupacional para determinarem a origem e a causa dos adoecimentos coletivos. Ressalta-se que mesmo tratando o profissional, é importante sanar as falhas que provocam todo o adoecimento no corpo de profissionais do edifício.

2.3 Clima organizacional como preditor às organizações doentes

O edifício doente é abordado de forma mais moderna como organização doente. As organizações apresentam como desafios, a melhoria constante dos aspectos relacionados à gestão de pessoas e conflitos. O clima organizacional corresponde a um dos aspectos que envolve a gestão de pessoa. Essencial para caracterizar o ambiente de trabalho em que o profissional desempenha suas funções laborais, ou seja, se refere às formas como os trabalhadores percebem o contexto onde trabalham. (SILVA et al., 2018; AGUIAR et al., 2017; CARDOSO; FORLINI;

DIAS, 2019).

O clima organizacional é formado por sentimentos positivos e negativos que os trabalhadores percebem acerca da organização. A depender do sentimento gerado, isso pode acarretar em problemas relacionados ao contexto do trabalho.

Quando o sentimento é negativo, este pode funcionar como preditor ao adoecimento laboral, consequentemente, levar à organização ficar doente (CARDOSO; FORLINI;

DIAS, 2019).

Nota-se que o clima organizacional, por vezes, é utilizado como ferramenta de diagnóstico situacional para analisar a percepção dos trabalhadores em relação ao trabalho desempenhado e ambiente de labor para com as pessoas com quem convive. O ambiente organizacional sofre constantes modificações. Dessa forma, os trabalhadores tentam seguir o ritmo da organização e se adequar a esta. Para que isso ocorra com êxito, as organizações precisam oferecer condições para que os colaboradores consigam acompanhar as mudanças da organização. Ao passo que mudanças não informadas pode provocar frustrações e problemas que envolvem comunicação e desempenho de funções laborais, acarretando ao trabalhador um quadro de estresse decorrente do trabalho (SILVA et al., 2018; GULJOR; RAMOS;

CRUZ, 2020).

A organização dessa forma pode desempenhar um papel de fator de risco ao

(26)

trabalhador e tornar-se doente quando esses fatores de risco ocasionam adoecimentos de ordem coletiva nos trabalhadores daquela organização. Apesar do clima organizacional não ser elencado diretamente à Síndrome do Edifício Doente, observa-se que esta variável envolve-se com a saúde do trabalhador de forma intrínseca, sendo assim, um ponto a ser debatida no âmbito de discussões da área da saúde e organizacional. Um clima organizacional que apresenta aspectos negativos à convivência e desempenho de funções laborais, não interfere apenas na ordem de saúde individual, como também na ordem organizacional, ao passo que o trabalhador se tornará improdutivo e insatisfeito para com o trabalho que exerce (GULJOR; RAMOS; CRUZ, 2020; BERNARDI, 2019).

As mudanças no trabalho com incorporação de novas tecnologias e estratégias organizacionais, condição de trabalho não condizentes com a demanda, relações interpessoais prejudicadas, e estrutura ambiental inadequada para o exercício do labor correspondem a pontos que podem se comportar como preditores ao adoecimento físico e mental dos trabalhadores e assim, afetar a organização, tornando-a doente quando o problema começa a afetar o coletivo. Dessa forma, investigações que envolvem a temática são necessárias para despertar um espeírito de constante investigação e melhoramento na organização (CARDOSO; FORLINI;

DIAS, 2019).

2.4 Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo: origem, tradução e adaptação transcultural para o Brasil.

O CDSEE foi criado pelo Grupo de Trabalho sobre a Síndrome do Edifício Enfermo do Centro Nacional sobre Condições de Trabalho (CNCT) do Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais da Espanha, de autoria principal de Maria Dolores Solé Gómez e Joaquín Pérez Nicolás na década de 90. O objetivo do instrumento consiste em obter informações sobre as queixas ocupacionais mais pertinentes de trabalhadores de um edifício patógeno, e dessa forma, investigar sua distribuição e grau de impacto na saúde ocupacional na Espanha. A análise dos dados obtidos por meio do CDSEE permite a criação de estratégia de prevenção quanto aos agravos observados (ESPANHA, 1991b). Ressalta-se de antemão, que o instrumento original não apresenta indícios de validade realizados.

Segundo a Lei nº 31 de 1995, as autoridades públicas são responsáveis

(27)

pela prevenção de riscos laborais, ao se ter em vista a promoção e a melhoria das condições de trabalho, melhorando o desempenho e a rentabilidade do trabalhador.

Tais riscos podem ser observados por meio do CDSEE, por isso a importância de tal questionário à Saúde do Trabalhador não somente na Espanha, mas também para o mundo, e o Brasil no qual é o foco do presente estudo (ESPANHA, 1995).

A nível mundial não há menção na literatura de estudos de tradução, adaptação e validação transcultural do CDSSE. Entretanto, existem referências que mostram estudos transversais de aplicação do instrumento para verificação de fatores de riscos e sintomatologia associada a SED em edifícios de trabalho (BASANTE; MENDOZA; REYES, 2017; TERÁN; HARO, 2015; AQUINO et al., 2017).

O CDSEE foi traduzido e adaptado transculturalmente para o Brasil em 2017 pelas pesquisadoras Mestra Ana Lívia Castelo Branco de Oliveira e Doutora Márcia Astrês Fernandes (ANEXO A) (OLIVEIRA; FERNANDES, 2020). A tradução e adaptação transcultural para o Brasil guiou-se pelas orientações de Pasquali e col. (2010) e Beaton e col. (2007) aos quais detalham etapas a serem seguidas para que o processo ocorra com êxito: Tradução inicial, síntese das traduções, retrotradução, comitê de especialistas, pré-teste, análise da equivalência semântica, idiomática, cultural ou experimental e conceitual.

Não há teoria de fundo do questionário. Dessa forma, a nível de Brasil, o arcabouço teórico do instrumento encontra-se sendo desenvolvido pela pesquisadora Msc Ana Lívia Castelo Branco de Olveira desde o ano de 2017, em seu doutoramento, sob orientação da professora Drª Márcia Astrês Fernandes na Universidade Federal do Piauí, Teresina (PI), Brasil.

(28)

3 MÉTODO

3.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo metodológico e transversal que consiste na validação do Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo para o Brasil, e aplicação deste para trabalhadores de saúde, realizado entre os meses de Setembro de 2019 a Julho de 2020.

Os estudos metodológicos visam à investigação de métodos para a coleta e organização dos dados, tais como: construção, validação e avaliação de ferramentas e métodos de pesquisa que favorecem a condução de investigações com rigor acentuado (LIMA, 2011; POLIT; HUNGLER, 2004; VIEIRA; HOSSNE, 2015).

A validação, ou validade, diz respeito à capacidade que um instrumento possui de medir o que se pretende mensurar. Segundo Pasquali e col. (2001) há três grandes classes de técnicas de validação importantes a um estudo: a validade de constructo; validade de conteúdo e; validade de critério. Entretanto, para o presente estudo será utilizado apenas duas técnicas de validação, tendo em vista que na validade por critério é necessário a pré- existência de outro instrumento validado que avalie o mesmo objeto que a atual pesquisa, por não haver um padrão ouro para essa temática, não utilizou-se tal técnica de validade. Portanto, o CDSEE será validado por conteúdo e constructo.

3.2 Local do estudo

O presente estudo foi realizado na cidade de Teresina, Piauí, Brasil, contudo, contou com a participação online de juízes especialistas de outros estados do país, na etapa de validação de conteúdo.

No que se refere à validação de constructo do instrumento, este realizou-se em um Hospital Público de Atenção Especializada, localizado na cidade de Teresina, Piauí, Brasil. A instituição conta com 32 especialidades médicas, oferta serviços de média e alta complexidade, possui 190 leitos de internação, 15 de Unidades de Terapia Intensiva, dez salas cirúrgicas, ambulatório, setor de imagem e hemodinâmica, dentre outros. Não possui serviço de pronto-atendimento de urgência e emergência, e obstetrícia. Todos os pacientes são regulados pela Rede de

(29)

Atenção em Saúde para o referido hospital, portanto, não há acesso direto, por livre demanda, aos serviços que a instituição oferece.

3.3 Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo

O instrumento utilizado no presente estudo corresponde ao Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo. Caracteriza-se como um questionário autoaplicável, utilizado para detecção da Síndrome do Edifício Doente em trabalhadores de um determinado edifício.

O questionário apresenta 60 itens que versam em questões objetivas, de múltipla escolha e abertas, divididos em caracterização sociodemográfica, e três domínios: aspectos que afetam a jornada de trabalho, aspectos da organização do trabalho e sintomas de adoecimento laboral (OLIVEIRA; FERNANDES, 2017).

3.4 Validação de Conteúdo

3.4.1 Aspectos conceituais

Uma amostra representativa em um universo limitado de comportamentos corresponde a um teste de validade de conteúdo. Qualquer teste de conteúdo somente torna-se aplicável quando se delimita, de forma clara, o universo de comportamento. Dessa forma, primeiro se faz necessário definir o conteúdo do instrumento a ser validado, em seguida a explicitação dos objetivos a serem avaliados, e por último, a determinação da proporção relativa das representações no teste de cada tópico do conteúdo (PASQUALI e col., 2010).

Com base no exposto, o CDSEE foi validado por conteúdo por meio do Índice de Validade de Conteúdo que consiste em um método de julgamento de informações presente nos itens do instrumento, ou seja, avalia e discute a avaliação dos juízes com vasta experiência no assunto em questão, e pelo índice Kappa de Fleiss que verifica a concordância entre os juízes participantes. Essa validação levou em consideração a hipótese de que o Cuestionário para Detección del Síndrome del Edifício Enfermo é aplicável a trabalhadores de saúde do Brasil (SCARPARO et al., 2012).

(30)

3.4.2 População e amostra do estudo

O estudo obteve o apoio de um júri com expertise na área de Saúde do Trabalhador para validar o CDSEE para o Brasil. A escolha dos juízes foi realizada por meio de consulta ao Curriculum Lattes presente na Plataforma Lattes (CNPq).

Segundo Pasquali e col. (2010), é recomendado utilizar números ímpares de especialistas em estudos de validação, sendo o número mínimo indicado três, para caso de um possível empate.

Incluíram-se no júri profissionais com notório saber em Saúde do Trabalhador. Para levantamento na Plataforma Lattes, utilizou-se o modo de busca

“Assunto” (título ou palavra-chave da produção) de pesquisadores brasileiros, que foi operacionalizada utilizando filtros e palavras-chaves para a seleção dos juízes conforme Quadro 01.

Quadro 1- Palavras-chave e filtros utilizados na Plataforma Lattes, com vistas a seleção dos currículos do júri de experts. Teresina (PI), 2019.

Assunto Filtro Geral Filtro Específico Saúde do Trabalhador, Formação Formação acadêmica:

Medicina do Trabalho; acadêmica/Titulação; Especialização/Residência;

Adoecimento laboral; Mestrado, Doutorado;

Síndrome do Edifício Região: Todas;

Doente Unidades Federais: Todas;

Atuação profissional Grande Área: Ciências da Saúde, e Ciências Exatas Área:

Enfermagem,

Medicina, Engenharia de Segurança do Trabalho, Arquitetura e Urbanismo.

Por meio da operacionalização de busca realizada conseguiu-se um total de 225 potenciais juízes. Entretanto, para escolha definitiva dos juízes utilizou-se o sistema de pontuação baseado nos critérios adaptados de Fehring (1994), de acordo com Quadro 02.

Quadro 2-Critérios de seleção para profissionais juízes. Teresina (PI), 2019.

(31)

Critérios Pontos Ser doutor, mestre ou especialista na

área de interesse

3 Ter no mínimo experiência de 1 ano

atuando na saúde do trabalhador (docência ou assistência)

2

Ter publicação em periódicos ou anais na área de Saúde do trabalhador, adoecimento laboral, medicina do trabalho ou Síndrome do

Edifício Doente

2

Ter experiência instrumentos

na avaliação de 2

Segundo os critérios pré-estabelecidos, Fehring (1994) ressalta a importância de se estabelecer um ponto de corte. Dessa forma, foram incluídos juízes que obtiverem pontuação mínima de 05 pontos. Foram excluídos do estudo, aqueles juízes que não manifestaram retorno após três tentativas de contato, e que apresentaram um feedback incompleto quanto ao material solicitado. Dessa forma, o total de juízes aptos a receberem o CDSSEE traduzido e adaptado transculturamente para avaliação foram 75, segundo os critérios pré-estabelecidos.

Dentro do período de coleta, Setembro de 2019 e Janeiro de 2020, foram obtidas 14 respostas de avaliação de juízes experts.

3.4.3 Coleta de dados

Essa técnica de validade apresenta três fases para coleta de dados (RUBIO et al., 2003; BELLUCCI; MATSUDA, 2012):

Fase 1 (Ordenação do pedido)- Os critérios que os juízes julgaram dos itens foram: objetividade, simplicidade, clareza, pertinência, precisão, variedade, credibilidade e comportamento, as definições destes foram enviados aos juízes para melhor avaliação. Objetividade: o respondente deve poder mostrar se conhece a resposta ou se é capaz de executar a tarefa proposta; Simplicidade: um item deve expressar uma única ideia. Clareza: o item deve ser inteligível até para o estrato

(32)

mais baixo da população-meta; Pertinência: item não deve insinuar atributo diferente do definido; Precisão: o item deve possuir uma posição definida no contínuo do atributo e ser distinto dos demais itens que cobrem o mesmo contínuo; Variedade:

variar a linguagem para evitar confundimento; Credibilidade: o item deve ser formulado de modo que não apareça como ridículo, despropositado ou infantil; e, Comportamento: o item deve poder permitir à pessoa uma ação clara e precisa.

Os julgamentos das dimensões e do instrumento como um todo consistiu em, equilíbrio e amplitude. Para isso foi criado um questionário objetivo do tipo Likert explorando os pontos que as pesquisadoras desejaram atingir consenso. As pontuações para cada item avaliado foi de 1 a 4 (1=irrelevante, 2= pouco relevante, 3=revelante, 4=extrema relevância).

Fase 2 (Coleta das informações)- Carta convite (APÊNDICE A), o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) dos juízes (APÊNDICE B), Ficha de avaliação do conteúdo (APÊNDICE D), o CDSEE traduzido e adaptado (ANEXO A), foram enviados por email e tiveram um prazo de 30 dias para retorno, entretanto poucos convidados retornaram com o formulário respondido, dessa forma, essa fase da coleta durou aproximadamente quatro meses.

Fase 3 (Tabulação dos dados)- A tabulação dos dados foi gerada pelo Google forms e transposta ao Microsoft Excel versão 10.0. Por meio da tabulação foi possível realizar a análise do Índice de Validade de Conteúdo (IVC).

3.4.4 Análise dos dados

O IVC avaliou o conteúdo dos itens e do instrumento em relação à representatividade das medidas. Para calcular o IVC divide-se o número total dos juízes que atribuíram escore positivo de 3 a 4 (relevante e extrema relevância) pelo total de juízes que avaliaram o item. O instrumento apresenta validade de conteúdo quando o índice de aprovação for acima de 0,78 (PASQUALI et al., 2010).

Para a concordância das avaliações nominais ou ordinais feitas por diversos avaliadores ao avaliar as mesmas amostras, utilizou-se ainda o coeficiente de Kappa de Fleiss. Os valores de Kappa variam de −1 até +1.

Quanto maior o valor de Kappa, mais forte a concordância. Quando, Kappa = 1, a concordância perfeita existe; Kappa = 0, a concordância é aquela que seria esperada ao acaso; Kappa < 0, a concordância é mais fraca que o esperado pelo

(33)

acaso. O ideal é que o Índice Kappa de Fleiss apresente valores 0,4≤K<0,75 para concordância adequada (FLEISS, 1981).

Os dados gerados foram analisados no programa Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 20.0 para Windows e agrupados em tabelas para permitir a interpretação e explanação quantitativa descritiva dos dados. Para o cálculo do coeficiente de Kappa de Fleiss, utilizou-se o software Online Kappa Calculator.

3.5 Validação de Constructo

3.5.1 Aspectos conceituais

A validação de constructo ou conceito é considerada a forma mais fundamental de validade para instrumentos, visto que constitui a maneira direta de se verificar a legitimidade dos itens a serem analisados. Esse tipo de validade necessita da análise de representação comportamental, ao qual utilizou-se a análise por grupos contrastados para efetiva validade de constructo. Grupos contrastados correspondem ao teste de hipóteses de uma pesquisa no sentido de testar os itens do instrumento a fim de verificar validade quanto ao que se pretende medir nos mesmos. (PASQUALI e col., 1999; PASQUALI, 2007). Dessa forma, utilizamos como hipótese o fato de que o questionário é capaz de detectar o adoecimento nos trabalhadores expostos à Síndome do Edifício Doente de acordo com o tempo de trabalho.

3.5.2 População e amostra do estudo

Em relação à validação de constructo, os participantes correspondem a trabalhadores de saúde, mais precisamente, profissionais de saúde, tendo em vista que o processo de tradução e adaptação transcultural foi realizado com esse público. Dessa forma, para manter o processo confiável, optou-se por tal população.

Foram incluídos no estudo: profissionais de saúde que trabalham no edifício há pelo menos seis meses, regulamentados, com carga horária igual ou superior a 20 horas semanais. Foram excluídos estagiários, residentes, e trabalhadores de saúde que se encontravam em afastamento laboral a mais de um mês, visto que o

(34)

instrumento exige que o trabalhador esteja integrado às atividades presenciais no dia da aplicação. Alguns destes critérios de elegibilidade foram pré-fixados pelo instrumento original.

No hospital onde realizou-se a coleta, há 1.008 profissionais de saúde com nível superior, técnico e tecnólogo, ressalta-se que todos os profissionais de saúde da população foram contatados no total de três vezes. A amostra caracterizou-se por ser não probabilística do tipo conveniência. Esse tipo de amostra consiste incluir elementos na amostra sem probabilidades previamente especificadas ou conhecidas de eles serem selecionados (ANDERSON; SWEENEY; WILLIAMS, 2007).

A amostra estabelecida justifica-se pela atual situação pandêmica ocasionada pelo novo coronavírus que coincidiu com o período de coleta de dados para a validação de constructo do instrumento, dificultando, assim, o retorno das respostas pelos participantes do estudo. Dessa forma, ao final do período de coleta a amostra resultante foram de 54 participantes.

3.5.3 Coleta dos dados

A análise por grupos contrastados (ou conhecidos) foi realizada para a validação de constructo do CDSEE. Para examinar se o conceito medido se comporta como esperado em relação aos grupos contrastados selecionou-se as variáveis dependentes presentes no próprio questionário: tempo de trabalho no edifício e tempo de trabalho no setor, para determinar o padrão de distribuição dos itens conforme os três domínios do questionário (BOATENG et al., 2018).

A coleta de dados realizou-se de Março a Julho de 2020 , por meio do google forms, e prezou-se pela garantia do anonimato e individualidade dos participantes.

Utilizou-se como instrumentos: o CDSEE, pós-validação por conteúdo e o TCLE para os profissionais de saúde (APÊNDICE C).

Foram fornecidas orientações aos participantes sobre o estudo quanto aos objetivos, metodologia, instrumentos aplicados, riscos e benefícios, garantia do anonimato e demais aspectos éticos e legais.

As variáveis independentes consideradas no estudo foram divididas em dados sociodemográficos, ocupacionais e sintomas relacionados a SED. Em relação aos sóciodemográficos levantou-se: idade (anos), sexo, grau de instrução. Os ocupacionais referem-se: departamento/setor, categoria profissional na empresa,

(35)

tempo de trabalho no edifício e no cargo, carga horária semanal de trabalho, e local de trabalho.

Sobre os sintomas relacionados à SED: sentar próximo à janela, possibilidade de abrir a janela, ruídos, ventilação, temperatura, odores, iluminação, incômodo, nível de atenção, quantidade de trabalho, ritmo de trabalho, erros, satisfação para com o trabalho, pausas durante a jornada de trabalho, nível de responsabilidade, relações laborais, cursos de aperfeiçoamento, promoção de trabalho, tipo de contrato de trabalho, comunicação, controle do trabalho pela chefia, sintomas oculares, sintomas nasais, sintomas de garganta, transtornos respiratórios, sintomas bucais, transtornos cutâneos, transtornos digestivos, sintomas dolorosos, sintomas parecidos a gripe, sintomas de tensão, e, transtornos gerais. Salienta-se que todas as variáveis analisados conferiram-se ao questionário para validação de constructo.

3.5.4 Análise dos dados

Os dados referentes às respostas dos participantes foram duplamente digitados em planilha no Microsoft Office Excel versão 10, e processados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0 para que realização da análise descritiva e inferencial dos dados para validação de constructo por grupos constrastados.

Os resultados foram organizados em figuras e tabelas, nas quais foram descritos na forma de frequência, porcentagem e desvio padrão para a análise descritiva. A análise inferencial guiou-se pelo teste de Qui-quadrado de Pearson, e Exato de Fisher quando não foram atendidos os pressupostos do primeiro teste. O nível de significância foi fixado em p≤0,05 e o Intervalo de confiabilidade em 95%.

Considerou-se como parâmetro de análise inferencial para os grupos contrastados a afirmação de que a SED encontra-se presente em ≥20% das respostas dos participantes referente à sintomalogia decorrente do ambiente de trabalho, divididos em grupos que envolvem tempo de trabalho no edifício e tempo de trabalho no setor.

Ressalta-se que a análise inferencial dos dados não ocorreu com todas as variáveis do questionário, tendo em vista que havia questões cujas alternativas permitiam respostas abertas favorecendo respostas subjetivas. Dessa forma, no primeiro momento, nas variáveis cujas alternativas não apresentavam opções de

Referências

Documentos relacionados

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Verificar a qualidade da água tratada nas Estações de Tratamento de Água (ETA’s) de 11 (onze) municípios da região metropolitana de Goiânia: Goiânia,

Water and wastewater treatment produces a signi ficant amount of methane and nitrous oxide, so reducing these emissions is one of the principal challenges for sanitation companies

Nevertheless, 80 % or 100 % of voltage (that will define the power) are suitable to be used to thermally activate the spring, as it gives about 30 to 60 seconds of

Objetivos - Avaliar a prevalência de anemia e seus determinantes entre crianças de 2 a 5 anos de idade, atendidas pelo programa Estratégia Saúde da Família ESF; analisar a

to values observed in mussels exposed to contaminated seawater (conditions A, B, C) (Figure 426.. 4B,

No capítulo 1 são clarificados conceitos-chave essenciais à contextualização do estudo efectuado, destacando autores como Conceição Lopes, John Thompson, Mcluhan, Sara Pereira e

A médio/longo prazo será notória a diminuição do número de avarias, devido ao natural ajustamento do plano de manutenções preventivas implementado, a melhoria