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Braz. j. . vol.83 número6

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www.bjorl.org

Brazilian

Journal

of

OTORHINOLARYNGOLOGY

ARTIGO

DE

REVISÃO

Polymorphisms

in

chronic

rhinosinusitis

with

nasal

polyps

---

a

systematic

review

Vanessa

Ramos

Pires

Dinarte

a

,

Anemari

Ramos

Dinarte

dos

Santos

b

,

Luiza

Ferreira

de

Araújo

c

,

Mariah

Guieiro

Alves

dos

Reis

d,∗

,

Edwin

Tamashiro

e

,

Fabiana

Cardoso

Pereira

Valera

e

,

Wilson

Araújo

da

Silva

Júnior

b,f,g,h

e

Wilma

Terezinha

Anselmo-Lima

e

aEscoladeMedicinadeMarília,DepartamentodeOtorrinolaringologia,DivisãodeOtorrinolaringologia,Marília,SP,Brasil bHemocentrodeRibeirãoPreto,CentroRegionaldeHemoterapia,LaboratóriodeGenéticaMoleculareBioinformática(LGMB),

RibeirãoPreto,SP,Brasil

cUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicinadeRibeirãoPreto,DepartamentodeGenética,RibeirãoPreto,SP,Brasil dEscoladeMedicinadeMarília,DepartamentodeOtorrinolaringologia,Marília,SP,Brasil

eUniversidadedeSãoPaulo(USP),FaculdadedeMedicinadeRibeirãoPreto,DepartamentodeOftalmologia,

OtorrinolaringologiaeCirurgiadeCabec¸aePescoc¸o,RibeirãoPreto,SP,Brasil

fCentrosdePesquisa,Inovac¸ãoeDifusão/Fundac¸ãodeAmparoàPesquisadoEstadodeSãoPaulo(Cepid/Fapesp),Centrode

TerapiaCelular,DepartamentodeGenética,SãoPaulo,SP,Brasil

gHospitaldasClínicas,UniversidadedeSãoPaulo(HCFMRP/USP),FaculdadedeMedicinadeRibeirãoPreto,CenterforMedical

Genomics,RibeirãoPreto,SP,Brasil

hUniversidadedeSãoPaulo(USP),ListadosNúcleosdeApoioàPesquisa(NAPs),CentrodeBiologiaSistêmicaIntegrativa(CISBi),

SãoPaulo,SP,Brasil

Recebidoem27desetembrode2016;aceitoem1demarçode2017 DisponívelnaInternetem18deagostode2017

KEYWORDS

Polymorphism; Rhinosinusitis; Polyps

Abstract

Introduction:Chronicrhinosinusitiswithnasalpolypsisamultifactorialdiseasewithacomplex pathophysiologyinvolvingmultiplegeneticandenvironmentalfactors.

Objective: The purpose of thiswork review is to focus on the importance ofgenetic stu-diesinchronicrhinosinusitiswithnasalpolypsbesidestheseveralbarriersthatexistsfor its understanding.

Methods:A systematic review on studies of association between single nucleotide poly-morphisms and chronic rhinosinusitis with nasal polyps based on a PubMed/Medline and PeriódicosCAPESsearchofallarticlespublishedbetweenJanuary2005andJanuary2015was

DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2017.03.002

Comocitaresteartigo:DinarteVR,SantosAR,AraújoLF,ReisMG,TamashiroE,ValeraFC,etal.Polymorphismsinchronicrhinosinusitis

withnasalpolyps---asystematicreview.BrazJOtorhinolaryngol.2017;83:705---11.

Autorparacorrespondência.

E-mail:reismariahh@gmail.com(M.G.Reis).

ArevisãoporparesédaresponsabilidadedaAssociac¸ãoBrasileiradeOtorrinolaringologiaeCirurgiaCérvico-Facial.

(2)

made.Thesearchwasguidedonstudiescontainingthetermspolymorphisms,rhinosinusitis, andpolyps.

Results:Two studiesfound anassociation ofMMP-9 and MMP-2 polymorphisms andchronic rhinosinusitiswithnasalpolyps,butnotinpatientswithrecurrentnasalpolyps.Otherstudies foundanassociationofnasalpolypswithMMP-9polymorphisms,butnotwithMMP-2ones.There isevidenceofanassociationofLTC4S,NOS2A,PTGDR,MET,COX-2,OSF-2,andLFpolymorphisms andtheriskofdevelopingnasalpolyps,especiallywhencombinedwithchronicallergicrhinitis andasthma.

Conclusion:Geneticstudiesonchronicrhinosinusitiswithnasalpolypsarepromisingandmay offerinsightsintoitspathophysiology,whichislikelyaffectedbymultiplegeneticfactors. © 2017 Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C´ervico-Facial. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an open access article under the CC BY license (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

PALAVRAS-CHAVE

Polimorfismo; Rinossinusite; Pólipos

Polimorfismosnarinossinusitecrônicacompóliposnasais---umarevisãosistemática

Resumo

Introduc¸ão:A rinossinusitecrônicacompóliposnasaisé umadoenc¸a multifatorialcomuma fisiopatologiacomplexaenvolvendomúltiplosfatoresgenéticoseambientais.

Objetivo:Oobjetivodestetrabalhoéenfatizaraimportânciadosestudosgenéticosna rinossi-nusitecrônicacompóliposnasais,alémdasdiversasbarreirasexistentesparasuacompreensão.

Método: Realizou-seumarevisãosistemáticadeestudosdeassociac¸ãoentrepolimorfismosde nucleotídeo únicoerinossinusite crônicacompólipos nasais combase em umabusca feita nosbancosdedadosPubMed/MedlineePeriódicosCAPESdetodososartigospublicadosentre janeirode 2005 e janeirode 2015. A busca foi direcionadaà estudos contendo os termos polimorfismos,rinossinusiteepólipos.

Resultados: Doisestudosencontraramumaassociac¸ãoentreospolimorfismosMMP-9eMMP-2 erinossinusitecrônicacompóliposnasais,masnãoempacientescompóliposnasais recorren-tes.Outrosestudosencontraramumaassociac¸ãodepóliposnasaiscompolimorfismosMMP-9, masnãocomMMP-2.Existemevidênciasdeumaassociac¸ãodospolimorfismosLTC4S,NOS2A, PTGDR,MET,COX-2,OSF-2eLFeoriscodedesenvolverpóliposnasais,especialmentequando combinadoscomrinitealérgicacrônicaeasma.

Conclusão:Estudosgenéticossobre rinossinusitecrônicacompólipos nasaissãopromissores epodem oferecer conhecimentosobresua fisiopatologia,que éprovavelmenteafetadapor múltiplosfatoresgenéticos.

© 2017 Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia C´ervico-Facial. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Este ´e um artigo Open Access sob uma licenc¸a CC BY (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

Introduc

¸ão

O último European Position Paper on Rhinosinusitis and

NasalPolyps(EPOS2012)definiuarinossinusitecrônicacomo

umainflamac¸ão donariz e dos seios paranasais que dura

≥12semanase secaracterizapordoisoumaissintomas,

umdosquaisdeveserobstruc¸ão/congestão/obstruc¸ãonasal

ou secrec¸ão nasal (gotejamento nasal anterior/posterior)

associadaador/pressãofacialoureduc¸ão/perdadoolfato.

Em crianc¸as,a tosse deveser incluídacomo umsintoma.

Sintomasadicionaisincluemsinaisendoscópicosdepólipos

nasais(PN) e/ousecrec¸ão mucopurulenta,principalmente

do meato médio, e/ou edema/obstruc¸ão da mucosa no

meatomédio.Asalterac¸õesnatomografiacomputadorizada

(TC)incluemalterac¸õesdamucosadentrodocomplexo

osti-omeatale/ouseiosnasais.1

De acordo com um estudo feito no âmbito da Global

AllergyandAsthmaEuropeanNetwork(GA2LEN), a

preva-lênciaglobalderinossinusitecrônica(RSC)naEuropafoide

10,9%.2 EmSãoPaulo,Brasil,Pilan etal.(2012)

encontra-ramumaprevalênciade5,51%.3Adicionalmente,estimou-se

queaRSCafeta13%dapopulac¸ãonosEstadosUnidos.4Esses

dadosestãodeacordocomaprevalênciaglobalestimadada

doenc¸a,queafeta5%a15%dapopulac¸ãoemgeral.1

OimpactosocioeconômicodaRSCésubstancialeinclui

nãoapenasoscustosmédicos(visitas,exames,medicac¸ão),

mas também os custos para a sociedade e a economia,

inclusivealta morbidade,absenteísmonotrabalhoebaixo

desempenhoacadêmico(fig.1).

Com base nos achados endoscópicos, a RSC pode ser

categorizadaemrinossinusitecrônicacom(RSCcPN)ousem

(RSCsPN)póliposnasais.ARSCcPNéfrequentemente

asso-ciadacomreduc¸ão/perdadeolfato,enquantodor/pressão

facialéoprincipalsintomanaRSCsPN.5

Algumasdiretrizestambémaconselhamacategorizac¸ão

adicionaldegruposdepacientescomRSCcPNem

rinossinu-site fúngica alérgica, doenc¸a respiratória exacerbada por

(3)

Pesquisa de bancos de dados (2005-2015) 30 estudos

identificados

Critérios de inclusão e

exclusão 24 estudos excluídos

6 estudos selecionados

Figura1 Pesquisadebancosdedadoseselec¸ãodeestudos.

categorizac¸ãoousubanáliseadicionaldecasosem

subfenó-tiposouendótipospoderiaajudaraidentificarosdiferentes

mecanismos fisiopatológicos da RSC e melhorar o

trata-mento.

A RSCcPN é umadoenc¸a complexa e multifatorial que

envolve múltiplos fatores genéticos, imunológicos,

ambi-entais e mucosos, mas sua etiologia ainda precisa ser

esclarecida. Foram identificados muitos fatores

potenci-ais contribuintes, inclusive respostas alérgicas, clearance

mucociliar prejudicada, disfunc¸ão imune, defesaepitelial

prejudicada,micróbioseexposic¸ãoambiental.7Noentanto,

sãonecessários maisestudospara determinaro papeldos

fatoresgenéticosesuainterac¸ãocomessesfatores

contri-buintesnafisiopatologiadaRSCcPN.

A falta de modelos animais adequados, a dificuldade

na padronizac¸ão dos fenótipos, a necessidade de grandes

coortes de casos-controles, os altos custos e a escassa

reproduc¸ão dos estudos são os principais obstáculos para

elucidarafisiopatologiadaRSCcPN.

Háfortesevidênciasparaaimplicac¸ãodefatores

gené-ticos na fisiopatologia de RSCcPN. O gene regulador da

condutânciatransmembrananafibrosecística(CFTR),cujas

mutac¸õesresultamnafibrosecística(FC),temsidoogene

maisreproduzido associado à RSC. Háumaalta

prevalên-cia de RSCcPN em portadores de FC, mas alguns estudos

sugerem que as mutac¸ões do CTFR também ocorrem em

pacientescomRSCsemFC.8

Estudosfamiliaresindicamaexistênciadeumfator

here-ditáriona patogênesedaRSCcPN, masfatoresambientais

tambémdesempenhamumpapelsignificativonaocorrência

depóliposnasais.Porexemplo,estudosdegêmeosidênticos

nãomostraram queambos osirmãossempredesenvolvem

pólipos.1

Método

Fizemos umabuscanos bancos dedados PubMed/Medline

e Periódicos Capes de todos os artigos em inglês

publicados entre janeiro de 2005 e janeiro de 2015 com

ostermosde pesquisa polimorfismos, rinossinusite e

póli-pos.Estudos que avaliaram apenaspacientescom doenc¸a

respiratóriaexacerbada pelaaspirina,fibrosecística,vírus

deEpstein-Barr,asmaequeagruparampacientescomRSC

comesempóliposnasaisforamexcluídos.Foramincluídos

estudosqueavaliaramapenaspacientescomRSCcPN.

Dos30estudosidentificados,seisdecaso-controle

preen-cheramoscritériosdeinclusãoeexclusãoeforam,portanto,

incluídosnestarevisão.

Resultados

EmumestudofeitoemTaiwan,Wangetal.(2008)

investi-garamopapelde17polimorfismosdenucleotídeosúnicos

(SNPs)demetaloproteinase-2(MMP-2)nodesenvolvimento

da RSCcPN com três modelos de heranc¸a genética. As

metaloproteinases de matriz (MMPs) são uma família de

endopeptidasesdependentes dezinco ecálcio importante

naremodelac¸ãodas viasaéreas superiores.AMMP-2cliva

ocolágeno tipoIV,o principal componente estruturaldas

membranas basais. Os autores recrutaram 136 pacientes

com RSCcPN e 136 indivíduos controle com rinite

hiper-tróficacrônicasubmetidosàturbinectomia(tabela1).Dos

17polimorfismosinvestigados,apenasors857403foi

asso-ciado com RSCcPN (p=0,03). Entretanto, o resultado

tornou-se nãosignificativoapós a inclusãode691

contro-lesadicionais,indicouqueosignificadoinicialfoiumachado

falso-positivo.Oestudotambémagrupouos17SNPsem

qua-troblocosdehaplótipos, masa análisede haplótipos não

mostrouresultadossignificativos paraqualquer dosblocos

(tabela2).Assim,os17polimorfismosdeMMP-2nãoforam

significativamenteassociadoscompóliposnasais.9

Em outro estudo de caso-controle, Wang et al. (2010)

investigarama associac¸ão entreospolimorfismos dogene

MPP-9 e a presenc¸a de pólipos nasais em pacientes com

RSCcPN.Foramincluídosnoestudo203pacientescom

RSC-cPNe730controlesrecrutadosnapopulac¸ãogeral.Foram

selecionadosumSNPpromotorfuncional(rs3918242)etrês

Tabela1 Característicasbasaisdossujeitosdoestudoemumestudoqueinvestigouarelac¸ãoentreospolimorfismosdogene MMP-2eoriscodepóliposnasais(PN)

N PNrecorrentes PNnãorecorrentes Médiadaidadeanos Homens/mulheres

Casos 136 26 110 42,5 96/40

Controles 136 --- --- 34,9 108/28

(4)

Tabela2 Análisedehaplótiposdosquatroblocosde hapló-tiposformadospor17polimorfismosdeMMP-2

Bloco1 Bloco2 Bloco3 Bloco4

p-valor 0,26 0,58 0,44 0,53

MMP,metaloproteinasedematriz. Fonte:AdaptadodeWangetal.(2008).9

SNPsligados(rs2274756,rs3787268,ers2664538)eos

efei-tosgenéticosforamavaliadoscomtrêsmodelosdeheranc¸a.

OsresultadosmostraramquetrêsSNPsestavamassociados

comodesenvolvimentodepóliposnasais.OSNPpromotor

deMPP-9(rs3918242,istoé,−1562C/T)produziu o

resul-tadomaissignificativo(tabela3).Noentanto,nenhumdos

quatro SNPs foi associado à RSCcPN em pacientes

recor-rentes(p=ns).Aanálise dohaplótipo,inclusive osquatro

SNPs, mostrou uma associac¸ão positiva para o haplótipo

TGGA (p=0,00045). Assim, os autores concluíram que os

polimorfismosdeMPP-9podemaumentaroriscode

desen-volver RSCcPN, mas podem não estar associados à sua

recorrência.10

Em um estudo mais recente, Wang et al. (2013)

ava-liaram a expressão dos polimorfismos dos promotores de

MMP-2 e MMP-9 por imuno-histoquímica e sua associac¸ão

comRSCcPN (tabela4). Ahipótese deque osMMPs estão

envolvidoscom a formac¸ão dePN baseia-se nopapel das

MMPs na asma e no fato de que asma e pólipos nasais

compartilhamapresentac¸ãosemelhanteeachados

histopa-tológicos.Osautoresrecrutaram30pacientescomRSCcPN

bilateral e nenhumarecorrência de PN aosseis mesesde

seguimentoe32pacientessubmetidosàcirurgiaderevisão

paraPN. O grupo controle consistiu de31 pacientes com

rinitecrônica e desvio dosepto. Foramselecionados dois

SNPspromotoresfuncionais,umnogeneMMP-9(rs3918242,

istoé,−1562C/T)eooutronogeneMMP-2(rs243865,isto

é, −1306 A/G). Embora a expressão de MMP-9 e MMP-2

tenhasido significativamentemaiorem pacientes comPN

recorrentes e não recorrentes do que nos controles, não

foramobservadasdiferenc¸assignificativas entrepacientes

recorrentesenãorecorrentes.Osautoresconcluíram que

apatogênesedospóliposnasaisrecorrentespodeenvolver

outrosmecanismosquenãoasMMPs.11

Pescador et al. (2012) conduziram um estudo

caso--controlenaEspanhacom241pacientescomRSCcPN(com

esemasma)e245controlesparadeterminarse

polimorfis-mosnosgenesimplicadosemviasinflamatórias(leucotrieno

C4 sintase [LTC4S], receptor de cisteinil leucotrieno 1

[CYSLTR1],receptordaprostaglandinaD2[PTGDR]esintase

induzíveldoóxidonítrico[NOS2])estãoassociadoscomPN.

Osautores nãoencontraramassociac¸ãosignificativaentre

PNsimpleseosSNPsavaliados.

No entanto, observou-se uma associac¸ão significante

entrePN efenótipos específicos (atopia,asma,

intolerân-ciaaosanti-inflamatóriosnãoesteroides(AINEs)etríadeda

aspirina).Especificamente,foramencontradasassociac¸ões

significativas no polimorfismo −444A>C LTC4S em

paci-entes com PN e atopia (p=0,033) e PN e asma atópica

(p=0,012);equandoarepetic¸ãodonucleotídeoCCTTTno

gene NOS2A estava presente > 14xem pacientes com PN

e asma (p=0,034), PN e intolerância à AINEs (p=0,009)

e a tríade daaspirina (p=0,005). Além disso, o diplótipo

PTGDR(CCCT/CCC)foimaisfrequenteempacientescomPN

(p=0,043),PNeasma(p=0,013)ecomatríadedaaspirina

(p=0,041)(tabela5).Osautoresconcluíramqueapolipose

nasalestavaassociadaapolimorfismosespecíficossomente

quandocombinadacomosfenótiposacimamencionados.12

Aassociac¸ãodePNcomalergiaeasmatambémfoi

avali-adaemumapopulac¸ãopolonesaporSitareketal.(2012).13

Oestudoinvestigouaassociac¸ãodopolimorfismo−765G/C

do gene da ciclooxigenase-2 (COX-2) (rs20417) e o

poli-morfismo−14C/Gdogenedoreceptordatirosinaquinase

(MET) transmembrana (rs78116323)como risco de

desen-volver RSCcPN. Osautores recrutaram195 pacientes com

PN, 63 com rinite alérgica crônica e 65 com asma e 200

controles com queixas de perda auditiva e sem doenc¸as

nasais.Osautoresencontraramumaforteassociac¸ãoentre

ospolimorfismosavaliadoseumriscoaumentadode

desen-volverPNnapopulac¸ãopolonesa,mesmoempacientessem

asma ou alergia (tabela 6). Além disso, observou-se uma

associac¸ãosignificativaparaopolimorfismo−765G/CCOX-2

em pacientes com asma ou alergia (tabela 6). Os

auto-res concluíram que os polimorfismos dos genes COX-2 e

METpodemdesempenharumpapel significativono

desen-volvimento deRSCcPN, o que também podedepender da

presenc¸adeasmaoualergia.13

Omesmo grupodepesquisa polonêsavaliou tambéma

associac¸ãodopolimorfismo−33C/Gdogenedofator

espe-cíficodeosteoblastos2(OSF-2)edopolimorfismo140A/G

dogenedalactoferrina (LF)com PNna mesma coortede

pacientesqueSitareketal.(2012).13 Osautoresrelataram

que os 140 genótiposA/G LF e −33C/G e −33 G/G

OSF-2estavamassociadosaumriscoaumentadodedesenvolver

PNnapopulac¸ãoestudada.Adicionalmente,aassociac¸ãodo

homozigoto−33G/Gedoheterozigoto140A/Gcomumrisco

aumentadodePNfoimaisforteempacientescomalergiaou

Tabela3 PolimorfismosdeMMP-9,sobtrêsmodelosgenéticos,esuasrelac¸õescomapoliposenasal

p-valor

SNP(polimorfismosdenucleotídeoúnico) Dominante Aditivo Recessivo

rs2664538(exon6) 0,64 0,752 0,073

rs3787268 0,503 0,345 0,361

rs2274756(exon12) 0,034 0,02 0,134

rs3918242 0,023 0,012 0,097

(5)

Tabela4 ExpressãodospolimorfismosdeMMP-9eMMP-2porimuno-histoquímicaempacientescomrinossinusitecrônicacom póliposnasais(RSCcPN)comPNrecorrenteenãorecorrente

PNrecorrentes PNnãorecorrentes Controles

ExpressãoelevadadeMMP-9(polimorfismodeMMP) Sim Sim Não

ExpressãoelevadadeMMP-2(polimorfismodeMMP-2) Sim Não Não

MMP,metaloproteinasedematriz;PN,póliposnasais. Fonte:AdaptadodeWangetal.(2013).11

Tabela5 Associac¸ãoentreospolimorfismosdosgenesLTC4S,NOS2AePTGDRepóliposnasais(PN),PNeatopia,PNeasma, tríadedaaspirinaeintolerânciaaosanti-inflamatóriosnãoesteroidais(AINEs)

PN PN+atopia PN+asma Tríadedaaspirina IntolerânciaaAINEs

−444A > CLTC4S +(p=0,033) +(p=0,012)

NOS2AVNTR:CCTTT(>14×) +(p=0,034) +(p=0,005) +(p=0,009)

PTGDRCCCT/CCCC +(p=0,043) +(p=0,013) +(p=0,041)

LTC4S,leucotrienoC4sintase;NOS2A,sintaseinduzíveldoóxidonítrico;PTGDR,receptordaprostaglandinaD2;VNTR,númerovariável derepetic¸õesemtandem.

Fonte:AdaptadodePescadoretal.(2012).12

Tabela6 Oddsratio(OR)eintervalosdeconfianc¸a(IC)de95%paraaassociac¸ãoentreospolimorfismosdosgenesCOX-2e METefenótiposdospóliposnasais(PN)comesemalergiaouasma

−765G/CCOX-2 −14C/GMET

OR(IC95%) p-valor OR(IC95%) p-valor

PN(póliposnasais) 7,79(4,88---12,4) <0,001 2,83(1,74---4,61) <0,001

Alergia 5,64(2,91---10,9) <0,001

Asma 4,74(2,49---9,03) <0,001

Semalergia 7,25(4,38---12,1) <0,001 2,47(1,46---4,17) <0,001

Semasma 7,61(4,47---12,6) <0,001 2,59(1,54---4,37) <0,001

COX-2,cicloxigenase-2;MET,receptordetirosinaquinase. Fonte:AdaptadodeSitareketal.(2012).13

Tabela7 Oddsratio(OR)eintervalosdeconfianc¸a(IC)de95%paraasassociac¸õesentreospolimorfismosdeOSF-2(−33C/G

e−33G/G)eLFefenótiposdePNcomesemalergiaouasma

−33C/GOSF-2 −33G/GOSF-2 140A/GLF

OR(IC95%) p-valor OR(IC95%) p-valor OR(IC95%) p-valor

PN 3,48(2,19---5,52) <0,001 16,45(6,71---40,3) <0,001 4,78(3,07---7,24) <0,001

Alergia 2,4 (1,23---4,69) 0,014 16,01(5,77---44,41) <0,001 3,22(1,74---6,11) <0,001

Asma 2,4 (1,23---4,69) 0,014 17,9(6,53---49,05) <0,001 3,25(1,75---6,04) <0,001

Semalergia 3,72(2,24---6,19) <0,001 3,73 (2,24---6,19) <0,001 3,89(2,4---6,31) <0,001

Semasma 15,11(5,91---38,6) <0,001 14,07(5,47---36,16) <0,001 3,62(2,45---5,34) <0,001

LF,Lactoferrina;OSF-2,fatorespecíficodeosteoblastos2. Fonte:AdaptadodeZielinska-Blizniewskaetal.(2012).14

asmadoqueempacientessemessascondic¸ões(tabela7).

Assim,ospolimorfismosdogeneLFeOSF-2foram

associa-dosaumriscoaumentadodedesenvolverPNeaassociac¸ão

tambémpode depender dapresenc¸a de asma e de rinite

alérgicacrônica.14

Discussão

A maioria dos estudos genéticos de RSCcPN tem se

con-centradonopapeldaimunidadeinatanafisiopatologia da

(6)

comparaasfrequênciasdealelosdepolimorfismosde

nucle-otídeoúnico(SNPs)emgenesquesãosuspeitosaprioride

estarenvolvidoscomadoenc¸aentrepacientescomRSCe

controles. No entanto, estudosde associac¸ão geralmente

têmpoderinadequado,principalmentedevidoagruposde

estudoaltamenteheterogêneos,ecapacidadelimitadapara

gerarinformac¸ões novas,uma vez que os genes

candida-tos são selecionados com base no que se suspeita sobre

a doenc¸a.7 De formainversa, estudos de associac¸ão

pan--genômica(GWAS)usamumaabordagemindependente da

hipótese para examinar um número de polimorfismos em

todoogenomahumano.Noentanto,aindafaltamGWASde

RSCdevidoaosaltoscustoseàsgrandescoortesde

pacien-tesnecessárias.6OsGWASbaseadosempooldeDNA(pGWAS)

quesubstituemagenotipagemindividualdeDNApelopool

deDNAgenômicosãoumaopc¸ãoparareduzircustos.1

Em seu estudo feitoem 2008, Wang et al. não

conse-guiramencontrarevidênciasdeumpapeldospolimorfismos

dogeneMMP-2noriscodePNemumapequena coortede

pacientes.Em 2010, o mesmo grupo depesquisa mostrou

queospolimorfismosdogeneMMP-9afetavama

susceptibili-dadededesenvolvimentodePNemumapopulac¸ãochinesa.

Nesse estudo, o tamanho daamostra foi moderadamente

adequado,masoseguimentodetrêsmesesparaa

recorrên-ciadoPNfoicurto.Outralimitac¸ãoéqueoscontrolesnão

receberamexamenasalcompletoparadescartarPN.

EmumestudoqueavaliouaexpressãodeMMP-2eMMP-9

em PN recorrente, Wang et al. (2013) mostraram que,

embora a expressão de MMP-9 e MMP-2 fosse

significati-vamente maior em pacientes com PN recorrentes e não

recorrentes do que nos controles, não foram observadas

diferenc¸as significativas entre as duas apresentac¸ões de

PN.Osautoressugeriramqueoutrosmecanismosalémdos

MMPspodemestarenvolvidosemPNrecorrentes.Aprincipal

limitac¸ão desse estudo foi o tamanho pequeno da

amos-tra(pacientese controles),quenãopodeexcluirumerro

dotipoII. O seguimentode seismesesfoi outra

deficiên-ciadesseestudo,porquePNpodemapresentarrecorrência

váriosanosapósacirurgia.Porfim,osautores

reconhece-ramqueousodecontrolescomdoenc¸as nasais(pacientes

comrinitecrônicaedesviodoseptosubmetidosàcirurgia

derevisão)foiinadequado.

O estudo feito por Pescador et al. (2012) na Espanha

avalioupolimorfismosnosgenesLTC4S,CYSLTR1,PTGDR e

NOS2Aesuaassociac¸ãocomPN.Osautoresconcluíramque

polimorfismosespecíficosestavamassociadosao

desenvol-vimentodePNquandocombinadoscomfenótiposdealergia

easma.

Aassociac¸ãodePN,alergiaeasmacompolimorfismosde

genesespecíficostambémfoiinvestigadaporSitareketal.

(2012)emumapopulac¸ãopolonesa.Osautoresdescobriram

queospolimorfismos−14C/GMETe−765G/CCOX-2estão

associadosaumriscoaumentadodedesenvolverPN,oque

tambémpodedependerdapresenc¸adealergiaeasma.

O mesmo grupo de pesquisa polonês14 encontrou uma

associac¸ãopositivaentreospolimorfismos−33C/GOSF-2e

140A/GLFePNeaassociac¸ãotambémfoiprovavelmente

dependentedapresenc¸adealergiaeasma.

Os estudos genéticos são promissores e podem

ofe-recer conhecimentos sobre a fisiopatologia da RSC, mas

váriosfatorespodem serresponsáveispelas associac¸õese

devem ser considerados. A fenotipagem dos pacientes e

doscontrolesdevesercuidadosaparaevitarcomparac¸ões

degruposheterogêneos.Otamanhodasamostrasdeveser

suficientemente grandepara reduzirapossibilidade dese

encontraremassociac¸õesaleatóriasentreSNPseRSC.Além

disso, fatores ambientais que interagem com o genoma

e ajudam a desencadear a doenc¸a também devem ser

investigados.15 OSNPidentificadopodenãocausardoenc¸a

diretamente, maspode estar em desequilíbriode ligac¸ão

(DL) com avariante causalreal.Alternativamente, o SNP

associadopodeserumlocusdeexpressãodecaracterística

quantitativa(eQTL)queafetaatranscric¸ãodeoutrogene

envolvidonadoenc¸a.7Assim,areproduc¸ãodeestudosreduz

apossibilidadedeassociac¸õesaleatórias.

Até hoje, o CFTR foi o gene mais reproduzido

associ-ado comRSC, mas osSNPs nosgenes IL1A, TNF (fatorde

necrose tumoral) e AOAH (aciloxiacil hidrolase) também

foramreproduzidos.Váriosoutrospolimorfismosassociados

com RSCforampublicados, masnãoforamreproduzidos,1

inclusive alelos de antígeno de leucócito humano (HLA),

especialmente HLA-DRB1*04, genes de imunidade inata

(por exemplo, IRAK4, óxido nítrico sintase (NOS), MET

proto-oncogene,SERPINA1),mediadoresinflamatórios(por

exemplo,IL13,IL33,IL22RA1)egenesenvolvidosno

meta-bolismo do ácido araquidônico e remodelac¸ão de tecidos

(metaloproteinaseMMP9,TGFB1).7

Conclusão

EstudosgenéticosdeRSCcPNsãopromissoresepodem

ofe-recerconhecimentossobreafisiopatologiadadoenc¸a,queé

provavelmenteafetadapormúltiplosfatoresgenéticos.No

entanto,existemváriasbarreirasàcompreensãoda

fisiopa-tologiadaRSCcPN,inclusiveavariabilidadenafenotipagem,

afalta deestudosdecoorte,ofinanciamento limitadode

pesquisase afaltadeumentendimento clarodecomoas

alterac¸õesgenéticas eepigenéticaspodem desencadeara

doenc¸a.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Imagem

Figura 1 Pesquisa de bancos de dados e selec ¸ão de estudos.
Tabela 3 Polimorfismos de MMP-9, sob três modelos genéticos, e suas relac ¸ões com a polipose nasal p-valor
Tabela 7 Odds ratio (OR) e intervalos de confianc ¸a (IC) de 95% para as associac ¸ões entre os polimorfismos de OSF-2 (−33 C/G e −33 G/G) e LF e fenótipos de PN com e sem alergia ou asma

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