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ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL NA UFRB: UMA ANÁLISE DO SITE INSTITUCIONAL. Eixo Temático: Contextos culturais, tecnologias e acessibilidade

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ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL NA UFRB: UMA ANÁLISE DO SITE INSTITUCIONAL

Aline Pereira da Silva Matos1 – UFRB (alinesilva@ufrb.edu.br Maria João Ferreira Gomes2 – UMINHO (mjgomes@ie.uminho.pt)

Eixo Temático: Contextos culturais, tecnologias e acessibilidade

Resumo: Este trabalho se constitui no recortede um estudo mais amplo sobre acessibilidade em ambientes digitais no Ensino Superior, e objetivou analisar as condições de acessibilidade do site institucional da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Recursos como sites e redes sociais se expandem ao serem utilizados como meio de comunicação por diversos setores da sociedade para difundir conhecimento e tendências, assim como convencer leitores com informações sobre assuntos específicos. Diante disso, tal estudo tem relevância, diante da necessidade de garantia de ambientes digitais acessíveis para acesso a todas as pessoas, inclusive as que possuem algum tipo de deficiência. Como metodologia foi utilizada a pesquisa qualitativa, partindo de um estudo de caso, através da análise do site principal da instituição. Os resultados apontaram que a UFRB tem se adequado para tornar a comunicação com os usuários mais acessível, através da padronização dos sítios eletrônicos da instituição de acordo com as diretrizes de acessibilidade do e-Mag. Por ser uma ação ainda recente, a padronização não está totalmente adequada em todos os sites, sendo o site principal o mais avançado na adequação, o que exige a finalização da padronização de acordo com as regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas.

Palavras-chave:Acessibilidade, Comunicação e informação, Ambientes digitais

Introdução

As tecnologias de comunicação e informação estão presentes na rotina da sociedade devido ao seu uso para comunicação, interação, troca de informações, construção de conhecimento. Diversos são os recursos tecnológicos utilizados no processo de difusão e socialização do conhecimento. Dentre eles, destacamos o uso deambientes digitais, os quais tem sido ampliado cada vez mais nas Instituições de Ensino superior, favorecendo o acesso a informação e ao conhecimento, inclusive por pessoas que possuem deficiência.

1Técnica em Assuntos Educacionais da UFRB. Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidade

do Minho (UMINHO).

2Professora do Departamento de Estudos Curriculares e Tecnologia Educativa da Universidade do Minho

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Diante da atual discussão acerca da inclusão de pessoas com deficiência em espaços sociais e educacionais, políticas e ações inclusivas que visem garantir o desenvolvimento de estratégias que possibilitem a superação das dificuldades vivenciadas pelas pessoas com deficiência nestes espaços tem sido implementadas, inclusive nas instituições de ensino superior, dentre elas as que ofertem condições de acessibilidade para tais pessoas.

Considerando a ampliação do uso dos ambientes digitais nas IES, é preciso garantir que estes espaços também sejam acessíveis às pessoas com deficiência, pois as mesmas possuem direito ao acesso a comunicação e informação como dos demais usuários de tais ambientes. Ressaltamos que o Decreto 5.296 de 02 de dezembro de 2004 define acessibilidade como

condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida (Brasil, 2004).

Também em 2004, foi lançada a Norma Brasileira ABNT NBR 9050, a qual foi atualizada em setembro de 2015, passando a vigorar em outubro de 2015, e trata sobre “Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos”. Na referida norma, a acessibilidade é definida como:

possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.

Assim, verificamos que em ambos normativos a acessibilidade também está relacionada ao acesso a informação e comunicação, de maneira que é preciso eliminar qualquer tipo de barreira que impeça as pessoas poderem acessar as informações. Sassaki (2005), classifica a acessibilidade em seis dimensões, sendo uma delas a acessibilidade comunicacional. Para o autor para garantir acessibilidade comunicacional não deve haver barreiras de comunicação, seja na interpessoal (face-a-face, língua de sinais, etc), como na comunicação escrita (livro, revista, entre outros), e também na comunicação virtual (acessibilidade virtual).

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Diante do exposto, este trabalho que se configura em um recorte de um estudo mais amplo3objetivou analisar as condições de acessibilidade do site institucional da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Isso porque, o acesso aos recursos de comunicação são essenciais para garantir a inclusão das pessoas com deficiência no Ensino Superior, pois além de possibilitar a comunicação entre diversas pessoas, favorece também o acesso às inúmeras informações veiculadas na mídia. O site principal da instituição além de trazer informações de interesse a todos os estudantes, inclusive aos que possuem deficiência, sendo também um dos pontos de acesso aos demais sites da referida instituição.

Visando alcançar o objetivo proposto, o estudo foi realizado mediante uma abordagem qualitativa de pesquisa, através da metodologia de estudo de caso, realizado na UFRB. Enquanto percurso metodológico, foi realizada uma revisão bibliográfica objetivando fundamentar as reflexões acerca da temática abordada na referida pesquisa. Em seguida, o estudo contemplou também a análise do site institucional da UFRB, a fim de identificar a existência de recursos de acessibilidade para utilização do ambiente pelo usuário com deficiência. Tal análise foi feita considerando as diretrizes do e-Mag (Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (Brasil, 2014)), o qual orienta como devem ser construídos sites do governo, a fim de atender as diretrizes de acessibilidade.

Discussão dos resultados

Em relação ao acesso às informações veiculadas na IES investigada, verificamos que a mesma tem se adequado para tornar a comunicação mais acessível. De acordo ao estabelecido no artigo 47 do Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004, o qual afirma ser obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da administração pública na rede mundial de computadores, garantindo pleno acesso às informações disponíveis pelas pessoas com deficiência visual, o sítio eletrônico da instituição atende as diretrizes do e-Mag (Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (Brasil, 2014)), o qual estabelece padrões de comportamento acessível para os sites do governo.Verificamos que são apresentados na parte superior da página inicial, a barra de acessibilidade com atalhos de navegação padronizados e a opção para alterar o contraste, conforme

3Estudo intitulado “Acessibilidade do Ambiente Virtual de Aprendizagem da Universidade Federal do

Recôncavo da Bahia para estudantes com deficiência”, desenvolvido no Doutoramento em Ciências da Educação pela Universidade do Minho (2017).

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observamos na figura 13. Assim, o usuário tem a opção de clicar em cada link apresentado do lado esquerdo da tela (Ir para conteúdo (1); Ir para menu (2); Ir para busca (3); Ir para rodapé (4)), ou utilizar os atalhos padrões estabelecidos pelo governo federal, apresentados a seguir, os quais são informados aos usuários através do clique na palavra “Acessibilidade” disponível na mesma barra:

 Teclando Alt + 1 em qualquer página do portal, vai diretamente ao começo do conteúdo principal da página.

 Teclando Alt + 2 em qualquer página do portal, vai diretamente ao início do menu principal.

 Teclando Alt + 3 em qualquer página do portal, vai diretamente para a busca interna.

 Teclando Alt + 4 em qualquer página do portal, vai diretamente para o rodapé do site.

Figura 01: Captura de tela da página web inicial da UFRB

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/ Acesso em 15 de julho de 2016.

Na figura 01 apresentamos a captura da tela com demonstração das informações, no canto superior direito, acerca dos atalhos padrões estabelecidos pelo governo federal.

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Figura 02: Captura de tela da página web da UFRB com informação acerca da acessibilidade

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/ Acesso em 15 de julho de 2016.

A página também apresenta a função de alto contraste, conforme mostra a figura 03 sendo esta de grande valia para pessoas que possuem baixa visão, pois o fundo escuro com uma cor de fonte que destaca, pode possibilitar uma melhor visualização das informações.

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Figura 03: Captura de tela da página web da UFRB com alto contraste ativo

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/Acesso em 15 de julho de 2016.

Verificamos também a inserção de um tradutor em tempo real da língua portuguesa para Libras, através de um ícone de acessibilidade no canto direito da página, conforme podemos observar na figura 04. Assim, ao clicar no ícone “Acessível em Libras”, em destaque na referida figura, o leitor é direcionado para a página do tradutor denominado VLibras4 . O recurso é de uso público, e é disponibilizado para todos os portais do Governo Federal.

4Conjunto de ferramentas computacionais utilizadas na tradução automática do Português para a Língua

Brasileira de Sinais. Pode ser utilizado em computador desktop, ou smartphones e tablets. Desenvolvido pelo Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAViD), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com apoio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Secretaria de Direitos Humanos (SDH/PR) e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

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Figura 04: Captura de tela da página web da UFRB

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/Acesso em 15 de julho de 2016.

Assim, o usuário ao clicar no símbolo de acessibilidade em Libras, surge um ícone denominado Acessível em Libras. Ao clicar nesse ícone, o usuário será direcionado para a página principal do aplicativo, apresentada através da figura 05, a fim de baixá-lo e instalar no computador ou outro equipamento. Após instalação, para ter o conteúdo traduzido, o usuário deve selecionar parte do texto que pretende traduzir, em seguida abrir o aplicativo e clicar na opção de iniciar a tradução, a qual é realizada através de um avatar5. Assim, todo o texto selecionado é apresentado em Libras, na janela do aplicativo que fica aberta sobrepondo parte da página web que contém a informação, conforme verificamos na figura 06. O aplicativo possibilita ainda ao usuário adequar a velocidade da tradução, e o tamanho da tela.

5Representação gráfica de um utilizador de computador. No caso do Vlibras, o avatar é um boneco em

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Figura 05: Captura de tela da página web inicial do VLibras

Fonte:http://www.vlibras.gov.br/Acesso em 15 de julho de 2016.

Figura 06: Captura de tela da página web da UFRB com janela do VLibras aberta

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/Acesso em 18 de julho de 2016.

Ressaltamos que é recente a disponibilização das referidas ferramentas de acessibilidade na página web da UFRB, considerando que as mesmas foram inseridas a partir do lançamento da nova versão do portal da instituição apresentada no ano de

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2016, no intuito de atender aos padrões do governo federal, conforme notícia apresentada na figura 07.

Figura 07: Captura de tela da página web da UFRB com notícia sobre lançamento do novo portal

Fonte:https://ufrb.edu.br/portal/Acesso em 15 de julho de 2016.

Segundo a notícia veiculada no portal, todos os sites da instituição adotarão a mesma identidade visual, em atendimento ao padrão do governo federal. No entanto, nem todas as páginas da instituição passaram pela mudança, apresentando ainda o

layout do antigo site, em que as opções de ferramentas de acessibilidade apresentadas

eram: o alto contraste e possibilidade de aumentar ou diminuir fonte, conforme verificamos nas figuras 08 e 09. Reconhecemos, contudo, que o caminho já percorrido é positivo e temos a expectativa de que as alterações já efetuadas no sentido de uma melhor acessibilidade sejam progressivamente implementadas em todas as páginas.

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Figura 08: Captura de tela da página web da PROGRAD/UFRB

Fonte:https://www.ufrb.edu.br/prograd/Acesso em 15 de julho de 2016.

Figura 09: Captura de tela da página web da PROGRAD/UFRB com alto contraste aplicado

Fonte:https://www.ufrb.edu.br/prograd/Acesso em 15 de julho de 2016.

Percebemos, dessa maneira, um avanço em relação à oferta de recursos de acessibilidade para acesso às notícias veiculadas, mediante a disponibilização de barra de ferramentas de acessibilidade, com inserção de tradutor de Libras em tempo real; atalhos padrões de acessibilidade e manutenção de alto contraste. Porém, o ícone com a

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opção de ampliar ou reduzir o tamanho da fonte não se encontra mais disponível no novo portal, sendo esta ferramenta muito útil para pessoas com baixa visão, devido à possibilidade de ampliar a fonte e conseguir fazer a leitura com menos esforço visual.

Considerações finais

Mediante tal análise, constatamos que a UFRB tem se adequado para tornar a comunicação com os usuários mais acessível, através da padronização dos sítios eletrônicos da instituição de acordo com as diretrizes do e-Mag (Brasil, 2014). Também foi disponibilizado um tradutor em tempo real da língua portuguesa para Libras (VLibras), que facilita o uso do portal por pessoas usuárias de Libras. As ações de acessibilidade comunicacional dos sítios eletrônicos, foram iniciadas a partir da adequação do portal da instituição, porém os sítios vinculados a IES, como os pertencentes a pró-reitorias, centros de ensino ainda não foram devidamente padronizados. Com isso, identificamos no portal da instituição uma melhoria na oferta de recursos para garantir a acessibilidade comunicacional, como a barra de ferramentas de acessibilidade, atalhos de padrões de acessibilidade, alto contraste, mas também, identificamos a ausência de recursos fundamentais, como a possibilidade de ampliação e redução da fonte utilizada.

Considerando que a padronização dos sítios é recente, compreendemos ser este um período de ajustes, de maneira que tais recursos necessitam ser disponibilizados a fim de favorecer os usuários com dificuldades de leitura, devido problemas visuais. Porém ressaltamos que tais ações de acessibilidade digital favorecem a eliminação de barreiras na comunicação, e necessitam estar ao alcance de todos, de maneira que a IES precisa proceder à finalização da padronização de acordo com o estabelecido, e também por se comprometer a cumprir as regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas da ABNT.

Referências

BRASIL. ABNT NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços. Rio de Janeiro, RJ, Brasil: ABNT, 2015.

BRASIL. Decreto 5296 de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e

Formatado: Fonte: Times New Roman, 12 pt, Não Negrito, Cor da fonte: Automática

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critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras. Brasília, Brasil: Presidência da República, 2004.

BRASIL. e-MAG Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico. Brasília: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2014. Acesso em 10 de Outubro de 2016, disponível em

https://www.governoeletronico.gov.br/documentos-e-arquivos/eMAGv31.pdf

SASSAKI, R. K. Atualizações semânticas na inclusão de pessoas: Deficiência mental ou intelectual? Doença ou transtorno mental?Revista Nacional de Reabilitação, 9-10, 2005.

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