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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA ILANA CARNEIRO RODRIGUES

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA

ILANA CARNEIRO RODRIGUES

ESTUDO DO PROCESSAMENTO DE GELEIA DE MELANCIA

ENRIQUECIDA COM EXTRATOS DE JABUTICABA E

EXTRATO DE SEMENTE DE CHIA: CARACTERÍSTICAS

FÍSICO-QUÍMICA E POTENCIAL ANTIOXIDANTE

Goiânia 2020

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E DISSERTAÇÕES NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG

Na qualidade de tular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás (UFG) a disponibilizar, gratuitamente, por meio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD/UFG), regulamentada pela Resolução CEPEC nº 832/2007, sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei 9.610/98, o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a tulo de divulgação da produção cien fica brasileira, a par r desta data.

O conteúdo das Teses e Dissertações disponibilizado na BDTD/UFG é de responsabilidade exclusiva do autor. Ao encaminhar o produto final, o autor(a) e o(a) orientador(a) firmam o compromisso de que o trabalho não contém nenhuma violação de quaisquer direitos autorais ou outro direito de terceiros.

1. Iden ficação do material bibliográfico [ X ] Dissertação [ ] Tese

2. Nome completo do autor Ilana Carneiro Rodrigues 3. Título do trabalho

Estudo do processamento de geleia de melancia enriquecida com extratos de jabu caba e extrato de semente de chia: caracterís cas sico-química e potencial an oxidante

4. Informações de acesso ao documento (este campo deve ser preenchido pelo orientador) Concorda com a liberação total do documento [ X ] SIM [ ] NÃO¹

[1] Neste caso o documento será embargado por até um ano a par r da data de defesa. Após esse período, a possível disponibilização ocorrerá apenas mediante:

a) consulta ao(à) autor(a) e ao(à) orientador(a);

b) novo Termo de Ciência e de Autorização (TECA) assinado e inserido no arquivo da tese ou dissertação. O documento não será disponibilizado durante o período de embargo.

Casos de embargo:

- Solicitação de registro de patente; - Submissão de ar go em revista cien fica; - Publicação como capítulo de livro; - Publicação da dissertação/tese em livro.

Obs. Este termo deverá ser assinado no SEI pelo orientador e pelo autor.

Documento assinado eletronicamente por Eduardo Ramirez Asquieri, Professor do Magistério Superior, em

26/01/2021, às 19:17, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por ILANA CARNEIRO RODRIGUES, Discente, em 27/01/2021, às 10:15, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A auten cidade deste documento pode ser conferida no site h ps://sei.ufg.br/sei/controlador_externo.php? acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador 1827938 e o código CRC 787CAB0A.

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ILANA CARNEIRO RODRIGUES

ESTUDO DO PROCESSAMENTO DE GELEIA DE MELANCIA

ENRIQUECIDA COM EXTRATOS DE JABUTICABA E

EXTRATO DE SEMENTE DE CHIA: CARACTERÍSTICAS

FÍSICO-QUÍMICA E POTENCIAL ANTIOXIDANTE

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás, como exigência para a obtenção do título de mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Ramirez Asquieri

Co-orientadora: Profa. Dra. Clarissa Damiani

Goiânia 2020

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Dedico este trabalho, realizado com tanto empenho, a todos aqueles que, de alguma forma me ajudaram ou me apoiaram durante a realização do mesmo. Aos meus pais e irmãos, à minha avó Waldir, aos meus tios e tias, aos meus primos, as minhas companheiras e amigas do Laboratório de Química e Bioquímica de Alimentos da Faculdade de Farmácia.

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AGRADECIMENTOS

À Deus por ter me proporcionado a oportunidade de iniciar neste “mundo” acadêmico, um lugar que me proporcionou tantos conhecimentos, muitas amizades, que me fez ser mais forte, descobrir em mim a determinação e paciência que até então nem eu mesma sabia que eu tinha...Gratidão meu Deus!

À minha família, meus pais Silvio e Narcisa e meus irmãos, Murilo e Larissa. Todos vocês foram e sempre serão meus parceiros, meu apoio, o porto seguro, o lugar que eu sempre poderei procurar nas minhas dificuldades. Vocês sempre me estenderam a mão e acreditaram em mim, até quando eu mesma duvidava. Somos e sempre seremos todos por um. Sem vocês nada teria sido possível. Obrigada família!

Ao meu namorado Denis Higino, presente desde a caminhada da graduação, acompanhando minhas dificuldades e dúvidas, apoiando as minhas escolhas, dividindo as alegrias e as tristezas de cada fase, de cada momento. Por ser meu companheiro de congressos, de biblioteca nas horas de estudo...e de vida! Obrigada.

Ao meu mestre e orientador Eduardo Ramirez Asquieri. Obrigada professor, por todo conhecimento compartilhado, por toda a orientação dada até aqui, por toda paciência e por cada ensinamento que foi além do profissional.

À minha companheira e amiga Profª. Aline...nem tenho palavras para agradecer por tanto apoio, tanta dedicação comigo e com meu trabalho. Obrigada!

Às minhas amigas de Laboratório, Rayssa e Vânia...foram tantos cafés, muitos momentos compartilhados de conhecimentos ou mesmo de conversas bobas no tempo ocioso. Obrigada pela companhia meninas!

Á minha professora e co-orientadora Clarissa Damiani, por todo auxílio quando eu precisei, seja com uma palavra amiga ou com sanando as muitas dúvidas que eu sempre levava à ela. Obrigada professora!

Aos meus colegas de classe, por tantos momentos bons que dividimos no começo, quando fazíamos as disciplinas e nos encontrávamos com frequência. A união e a força que passávamos um pro outro foi de extrema importância para que chegássemos até aqui. Obrigada turma!

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“Lembre-se de que você mesmo é o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seus ideais, a mais clara demonstração de seus princípios, o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros. Não se esqueça, igualmente, de que o maior inimigo de suas realizações mais nobres, a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você apregoa, a nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar, o arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação - é você mesmo.”

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RESUMO

As frutas são alimentos que proporcionam potencial antioxidante. Estes são compostos químicos capazes de reagir com radicais livres, reduzindo o risco de várias doenças, dentre elas alguns tipos de câncer. Com o aumento na incidência destas doenças, torna-se crescente o interesse por alimentos que possam aliar sabor e saúde. Neste contexto, tem-se as geleias. Produtos de grande aceitabilidade pelo consumidor, alternativa para aproveitar o desperdício, além de disponibilizar as frutas sazonais na entressafra. Estudos veem sendo desenvolvidos a fim de se comprovar o efeito benéfico que frutas, como a melancia e a jabuticaba, e demais vegetais como as sementes de chia, possuem por terem em sua composição compostos bioativos com capacidade antioxidante. Além de compostos bioativos em sua composição, as sementes de chia em água formam um gel mucilaginoso promissor para o uso em alimentos. Diante disso, objetivou-se com este trabalho, desenvolver e caracterizar geleia com suco filtrado de melancia, como controle, posteriormente enriquecê-las com extratos de jabuticaba e extrato de chia em substituição de uma parte da pectina. Os produtos gerados foram estudados referente ao efeito do calor sobre a sua capacidade antioxidante e as características físico-químicas. Também foram realizados planejamentos experimentais para a geleia de melancia e para as geleias enriquecidas. Todos os resultados foram expressos em média ± desvio padrão, utilizando software o Sisvar 5.6. As três geleias enriquecidas se mostraram satisfatórias, principalmente quanto sua capacidade antioxidante após o processamento térmicopelos três métodos aplicados DPPH, FRAP, ABTS. Além disso, o extrato de chia se mostrou um potencial substituto da pectina e pode ter agregado positivamente ao incremento de sua capacidade antioxidante dos produtos. Para melhor elucidação da consequência do calor sobre estes compostos, faz-se necessário pesquisas mais abrangentes sobre os efeitos das condições do processo, como tempo e temperatura nos produtos.

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ABSTRACT

Fruits are foods with good antioxidant potential. They are chemical compounds capable of reacting with free radicals, reducing the risk of several diseases, among them some types of cancer. With the increase in the incidence of these diseases, the interest in foods that can combine flavor and health becomes growing. In this context, we have the jellies. Products of great acceptability by the consumer, an alternative to waste, in addition to making seasonal fruits available in the off-season. Studies are being developed in order to prove the beneficial effect that fruits such as watermelon and jabuticaba, and other vegetables such as chia seeds, have because they have in their composition bioactive compounds with antioxidant capacity. In addition to bioactive compounds in their composition, chia seeds in water can form a promising mucilaginous gel for use in food. Therefore, this work aimed to develop and characterize jelly with filtered watermelon juice, which will be the control for the comparisons, later enriching it with jabuticaba extracts and chia extract in substitution of a part of pectin, totaling three products, in order to study and compare their physical-chemical characteristics and the antioxidant capacity of all products after thermal processing, in order to elucidate the real loss of bioactive compounds with antioxidant character that heat provided. Experimental plans for watermelon jelly and enriched jellies were performed. All results were expressed as mean ± standard deviation, using Sisvar 5.6 software. The three enriched jellies were satisfactory, especially in terms of their antioxidant capacity, after thermal processing. In addition, the chia extract had a competent behavior in replacing pectin and may have aggregated positively through possible bioactive compounds present in it. To better elucidate the consequence of heat on these compounds, more extensive research on the effects of process conditions such as time and temperature on these products is needed.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 10 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 12 2.1 Geleia ... 12 2.1.1 Constituintes da geleia ... 13 2.2 Melancia ... 14 2.3 Jabuticaba ... 16 2.4 Chia ... 17 2.5 Antioxidantes ... 19 2.5.1 Definição ... 19

2.5.2 Métodos para determinação da capacidade antioxidante em alimentos ... 20

2.6 Outros estudos de geleias de frutas com compostos bioativos ... 22

3. OBJETIVOS ... 24 3.1 Objetivo geral ... 24 3.2 Objetivos específicos ... 24 REFERÊNCIAS ... 25 CAPÍTULO II ... 34 RESUMO ... 34 ABSTRACT ... 35 RESUMEN ... 36 1. INTRODUÇÃO ... 37 2. MATERIAL E MÉTODOS ... 38 2.1 Matérias-primas e reagentes ... 38 2.2 Processamento da jabuticaba ... 39

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2.3.1 Extrato de jabuticaba I (cascas e sementes)... 39

2.3.2 Extrato de jabuticaba II (polpa sem filtração) ... 40

2.3.3 Extrato de jabuticaba III (polpa com filtração) ... 40

2.3.4 Extrato das sementes de chia ... 40

2.4 Preparação do suco filtrado de melancia ... 41

2.5 Planejamento experimental da geleia de melancia ... 41

2.6 Produção da geleia de melancia... 42

2.7 Planejamento experimental das geleias enriquecidas ... 43

2.8 Produção das geleias enriquecidas ... 44

2.9 Caracterização físico-químicas da geleia de melancia e das geleias enriquecidas ... 45

2.10 Capacidade antioxidante dos extratos obtidos, do suco de melancia filtrado, da geleia de melancia e das geleias enriquecidas ... 46

2.10.1 Método DPPH ... 46

2.10.2 Método ABTS ... 46

2.10.3 Método FRAP ... 47

2.11 Análise Estatística ... 47

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 48

3.1 Caracterização físico-química da geleia de melancia e das geleias enriquecidas ... 48

3.2 Capacidade antioxidante dos extratos obtidos, do suco de melancia filtrado, da geleia de melancia, das geleias enriquecidas e perda da capacidade antioxidante das geleias após o processamento térmico ... 51

3.3 Análise dos parâmetros de cor das geleias... 54

4. CONCLUSÃO ... 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 56

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CAPÍTULO I

1.

INTRODUÇÃO

A produção de geleias a partir de frutas é um dos processos mais antigos de preservação de alimentos que a humanidade tem conhecimento. Sua utilização se baseia, principalmente, no fato de possibilitar o consumo de frutas no período da entressafra. Desse modo, um conjunto de fatores é levado em consideração para que se alcance a estabilização desses alimentos, entre eles, o aumento de sólidos solúveis por meio da redução da atividade de água e aumento da acidez pela diminuição do pH, além do tratamento térmico. Assim, esses fatores tem relação direta com a textura, estrutura e qualidade geral das geleias, sendo que a gelificação adequada é alcançada em faixas estreitas de pH de 2,5 a 3,8) e teor de açúcar de 65 a 69 g/100 g (FIGUEIROA; GENOVESE, 2019).

O consumo de frutas é de grande importância em virtude de seus efeitos benéficos no que diz respeito à presença de nutrientes, como vitaminas, bem como ao conteúdo de compostos bioativos. Estes compostos podem atuar tanto como sequestradores de radicais livres quanto como quelantes de metais catalisadores de reações de geração de espécies reativas de oxigênio. Desse modo, como relatado por Garcia et al. (2017), o desenvolvimento de novos produtos com elevadas proporções de frutas em suas formulações e com propriedades funcionais e nutricionais contribui para diversificar as possibilidades de mercado, principalmente, se os produtos forem atrativos, práticos e com maior vida útil.

A melancia (Citrullus lanatus) é uma fruta com alto teor de umidade e fonte de vitaminas e minerais. Além disso, contém licopeno, que é um tipo de carotenoide responsável pela cor avermelhada. Os frutos de melancia são consumidos frescos (consumidos diretamente ou em salada de frutas) ou são processados como suco, geleia, casca em conserva, etc. As sementes também são consumidas (em chás, ou podem ser adicionadas a saladas, iogurtes, etc). Medicinalmente, o consumo da fruta pode auxilixar no tratamento de cálculos renais e hidropisia, reduzindo a hipertensão, prevenindo a disfunção erétil, atuando como antioxidante e tratando aumento do fígado, icterícia e giardíase (ABU-REIDAH et al., 2013; ALI et al., 2017).

A jabuticaba (Myrciaria jaboticaba) é uma fruta brasileira, de polpa esbranquiçada com sabor doce a levemente picante, contendo 1 a 4 sementes e coberta por uma casca roxa escura

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a preta. É apreciada por seu sabor, no entanto, possui alta perecibilidade, o que dificulta sua comercialização, que acaba por ser limitada a algumas regiões do país, onde a fruta é consumida, principalmente, in natura ou como produtos artesanais, como sucos, geleias, licores e bebidas fermentadas. Dentre os efeitos benéficos da jabuticaba, pode-se citar a fruta como fonte de vitaminas, minerais e fibras, além de apresentar atividade antioxidante e conteúdo de compostos fenólicos, principalmente antocianinas e elagitaninas (INADA et al., 2020).

Nesse contexto, a chia (Salvia hispanica L.) é um vegetal que, também tem sido alvo de estudos em virtude de suas propriedades. Trata-se de uma semente que contém nutrientes, isso porque possui uma quantidade significativa de óleo (cerca de 40% do peso total da semente), quase 60% como ácido linolênico (ômega 3) e também fibra alimentar (mais de 30% do peso total), ambos componentes importantes da dieta humana, além de proteínas de alto valor biológico (cerca de 19% do peso total) (MUÑOZ et al., 2012).

Outro ponto importante a ser observado é que as sementes de chia quando em contato com a água liberam um gel mucilaginoso e transparente o qual permanece firmemente acoplado a semente. Essa mucilagem de chia pode atuar como fibra solúvel com propriedades de retenção de água, formação de gel, afinamento por cisalhamento e estabilização de emulsão, características requeridas em diversos processos, como na produção de geleias (CÂMARA et al., 2020). Essas características podem ser promissoras para a indústria de alimentos, no foco do desenvolvimento de novos produtos.

Desse modo, o estudo da produção de geleias utilizando frutas que contém nutrientes, como vitaminas e antioxidantes tem sido cada vez mais requerido, pois tem a finalidade de reduzir as perdas por perecibilidade, além de contribuir para a ingestão diária recomendada desses nutrientes e auxiliar na prevenção de diversas doenças (FIGUEIROA; GENOVESE, 2019).

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Geleia

A produção de geleias e compotas é um dos mais antigos processos de preservação de alimentos conhecidos pela humanidade, permitindo o consumo de frutas no período de entressafra, disponibilizando-as como produtos estáveis nas prateleiras, além de atuar no propósito de diminuir o grande desperdício que a alta perecibilidade das frutas pode gerar (FIGUEIROA; GENOVESE, 2019).

A Legislação Brasileira para geleia de frutas, por meio da Resolução RDC nº 272, de 22 de setembro de 2005, da ANVISA, revogou a Resolução Normativa nº 15 de 1978, da antiga Câmara Técnica de Alimentos, que estabelecia o Padrão de Identidade e Qualidade das geleias de frutas, e aprovou o Regulamento Técnico para produtos de vegetais, produtos de frutas e cogumelos comestíveis. Essa Resolução define produtos de frutas da seguinte forma: “são os produtos a partir de fruta(s), inteiras(s) ou em parte(s) e ou semente(s), obtidos por secagem e ou desidratação e ou laminação e ou cocção e ou fermentação e ou concentração e ou congelamento e ou outros processos tecnológicos considerados seguros para produção de alimentos. Podem ser apresentados com ou sem líquido de cobertura e adicionados de açúcar, sal, tempero, especiaria e ou outro ingrediente desde que não descaracterize o produto. Podem, ser recobertos” (BRASIL, 2005). Desse modo, geleia é um produto intermediário de umidade (semi-sólido), na qual o cozimento de frutas com açúcar (com ou sem adição de pectina e ácido) tem o objetivo de aumentar o conteúdo de sólidos solúveis totais para um valor maior que 65°Brix (CODEX STAN-79, 1981).

Normalmente, as frutas já possuem acidez e pectina suficientes (extraídos durante o cozimento), contribuindo para o desenvolvimento da textura na geleia. No entanto, em alguns casos é requerida a adição de ácidos e pectina externa de modo a atender a um requisito mínimo de pectina de 1% e pH 3,0, pois a rede de gel é formada por pectina com sólidos solúveis totais e pH específicos. Essa rede entre pectina e açúcar é auxiliada pela aplicação de calor, mas há chances de degradação dos nutrientes presentes nas frutas durante o processamento, dependendo da temperatura e tempo de processamento. A perda de nutrientes também pode ser influenciada pelo processo de esterilização (>100 °C), aplicado em alguns casos, após o cozimento da geleia para prolongar sua vida útil (SHINWARI; RAO, 2018).

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As geleias são produtos consumidos em todo o mundo. Vieira et al. (2017) verificaram em seu estudo, que o desenvolvimento de geleia possui grande aceitabilidade por parte dos consumidores, em uma ampla faixa etária, desde adultos até idosos. Com alta intenção de compra e com boa aceitação de todos os aspectos sensoriais de aparência, odor, sabor e cor. Diante da aprovação que estes produtos convencionais possuem no mercado, vários estudos estão sendo desenvolvidos para enriquecer geleias com compostos bioativos (vitaminas, fenólicos, carotenoides e flavonoides) com potencial antioxidante e anti-inflamatório, aliando sabor e saúde no mesmo produto.

O estudo de Hamauzu et al. (2019) avaliou o efeito gastroprotetor de geleias de marmelo chinês (Pseudocydonia sinensis) em ratos, o que resultou em proteção dos tecidos gástricos contra lesão induzida por HCl/etanol, podendo ser devida ao efeito sinérgico de componentes como pectina e procianidinas. Com isso, observa-se que o consumo de geleia se apresenta interessante no que diz respeito à ingestão de polifenóis, devido ao potencial de retenção de polímeros de procianidina na mucosa gástrica que prolonga as funções anti-inflamatórias auxiliadas pela pectina que a acompanha.

2.1.1 Constituintes da geleia

Como mencionado, de acordo com a legislação brasileira, geleia é um produto obtido a partir de fruta(s), inteiras(s) ou em parte(s) e ou semente(s), obtidos por alguns processos como a concentração, considerados seguros par a produção de alimentos. Desse modo, o constituinte inicial é a polpa ou suco de fruta. Essas frutas devem estar no seu ponto de maturação ótima, pois é quando apresentam maior concentração de pectina, melhor aroma, cor e sabor (EMBRAPA, 2013).

No que diz respeito ao açúcar, geralmente se utiliza sacarose na forma de açúcar cristal, sendo sua utilização de suma importância, pois aumenta a pressão osmótica do meio, o que reduz a atividade de água do alimento, além de remover a camada de água que protege as moléculas de pectina, possibilitando a formação do gel pectina-açúcar (GAVA, 2008; LEMOS et al., 2019).

A utilização de ácidos na produção de geleias tem sua importância no fato de promover melhor geleificação e realçar o sabor natural das frutas. Outro ponto importante é que o ácido auxilia no processo, de modo a evitar a cristalização do açúcar durante o armazenamento da geleia (EMBRAPA, 2013). Além disso, a sacarose em presença de ácido sofre hidrólise durante o processamento e o cozimento, em que açúcares redutores (glicose e frutose) são formados. Essa conversão depende da temperatura, do tempo de aquecimento e do pH da mistura (ASSIS

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et al., 2007). Os ácidos geralmente usados para esse fim são ácidos orgânicos constituintes naturais das frutas, como o ácido cítrico, tartárico e málico, como descrito por Embrapa (2013).

A pectina é o constituinte natural do tecido das plantas, está relacionada ao processo de maturação das frutas e, na geleia, tem a propriedade de formar gel em presença de açúcar. Em publicação da Embrapa (2013), a quantidade de pectina a ser acrescentada na fabricação de geleias está relacionada com a quantidade de açúcar adicionado e com o teor de pectina presente na própria fruta ou suco. Normalmente, essa quantidade é calculada em 0,5% a 1,5% de pectina em relação à quantidade de açúcar usado na formulação. Teles et al. (2017) avaliaram o desenvolvimento de geleia de graviola (Annona muricata) com pimenta “dedo de moça” (tipo extra e comum) com três concentrações de pectina 0,5; 1,0 e 1,5%, e observaram que a acidez e umidade foram influenciadas pela concentração de pectina e também pela concentração de açúcar. Além disso, os autores observaram que a estrutura do gel foi afetada pela concentração do açúcar, pectina e pela acidez.

2.2 Melancia

A melancia (Citrullus lanatus) pertence à família das cucurbitáceas, sendo originária do continente africano, representa uma parte da dieta mediterrânea, datada de cerca de 3000 anos atrás (ABU-REIDAH et al., 2013). É uma das frutas tropicais mais conhecidas do mundo em termos de produção global, sendo superada apenas pelo tomate (FAO, 2015). Possui um teor de umidade de 92,6%; proteínas de 0,5g /100 g; 1 mg /100 g de sódio; 100 mg /100 g de potássio e até 7 mg /100 g de ácido ascórbico (ALI et al., 2017). Os frutos de melancia são consumidos frescos (consumidos diretamente ou em salada de frutas) ou são processados como suco, geleia, conserva, etc., sendo que as sementes também são consumidas (cultivares de sementes) (ABU-REIDAH et al., 2013).

Os cromoplastos das células do mesocarpo de melancia sintetizam e armazenam o licopeno como o principal carotenoide (70-90%). O licopeno é responsável pela coloração vermelha típica da polpa dos frutos maduros (ALI et al., 2017; TADMOR et al., 2005). A melancia fresca constitui uma fonte importante de licopeno altamente biodisponível para seres humanos. Sua biodisponibilidade a partir do suco de melancia fresco é, de fato, semelhante à dos tomates processados a quente (EDWARDS et al., 2003).

No estudo de Chen et al. (2019) foi ressaltado que o licopeno, obtido de tomate, melancia e mamão possui grande ação antioxidante e anti-inflamatória, podendo ter efeitos

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neuroprotetores no sistema nervoso central (SNC), o que reforça a importância do consumo de alimentos fontes desse composto. Além disso, possui potencial de ação em diversos distúrbios, como na doença hepática não alcoólica e insuficiência cardíaca, bem como no câncer de próstata e diabetes tipo II como mencionado por Costa-Rodrigues et al. (2018) e Zu et al. (2014). Além de licopeno, a melancia contém quantidades significativas, de fenólicos (PERKINS-VEAZIE et al., 2002; BRAT et al., 2006). Abu-Reidah et al. (2013) realizaram a caracterização de um extrato hidro-metanólico de melancia, o qual apresentou 71 compostos como ácidos fenólicos, flavonoides, iridoides, cumarinas e lignana.

Entre os fenólicos, estão os flavonoides, que não são nutrientes essenciais para os seres humanos, porém exercem efeito biológico benéfico, podendo auxiliar na prevenção e até melhora de doenças crônicas como câncer, diabetes, inflamação e doenças cardiovasculares (PIETTA, 2000; LILA, 2004; FUSI et al., 2020). Embora o efeito biológico dos flavonoides seja, em geral, atribuído à sua atividade antioxidante, investigações recentes indicam que eles podem afetar as vias de sinalização nas células animais (WILLIAMS et al., 2004).

Em estudo realizado por Fusi et al. (2020), foi ressaltado o impacto positivo da ação dos flavonoides em doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial sistêmica e arterial e coronariana, além do potencial de esses compostos na modulação direta e indireta dos canais cardiovasculares de potássio, de modo que, com a inclusão na dieta, poderiam se acumular em nível celular na forma de agliconas parentais.

Desse modo, estudos demonstram que o suco de melancia possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e anti-hipertensivas (FIGUEROA et al., 2011), em virtude de desempenhar um papel eficaz na redução do estresse oxidativo pela ação do licopeno. No entanto, a fruta possui outros antioxidantes, que têm sido associados à diminuição do risco de doença cardíaca coronária. A suplementação com suco de Citrullus lanatus aumenta os níveis séricos de L-arginina e L-citrulina com a mesma eficácia que a suplementação elementar (NAZ et al., 2014).

Hong et al. (2019) estudaram os efeitos do pó de melancia e L-arginina no perfil lipídico, capacidade antioxidante e inflamação em ratos alimentados com dieta aterogênica, sendo que os resultados corroboraram a hipótese de que melancia e arginina auxiliam na redução de fatores de risco para doenças cardiovasculares, incluindo perfil lipídico, capacidade antioxidante e inflamação, alterando a expressão genética relevante.

Assim, a melancia é amplamente utilizada para a elaboração de sucos, néctares, geleias e saladas, devido as suas características de cor, sabor, e suculência, mas há também

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potencialidade nutracêutica ou biológica (HOLDEN et al., 1999; EDWARDS et al., 2003; PERKINS-VEAZIE; COLLINS, 2004).

2.3 Jabuticaba

A espécie Myrciaria cauliflora conhecida, popularmente, como jabuticaba paulista, jabuticaba “assú” (ASCHERI et al., 2006) ou jabuticaba ponhem (BRUNINI et al., 2004), é uma planta nativa do Brasil, da Mata Atlântica, que vegeta diversos solos, podendo ser encontrada desde o Pará até o Rio Grande do Sul. Nos estudos fitoquímicos da jabuticaba encontrados na literatura, foram reportados a presença de ácido ascórbico, taninos e glicosídeos, cianidínicos e peonidínicos (REYNERTSON, 2006).

Os frutos da jabuticaba contêm vitaminas, minerais e fibras (INADA et al., 2020), além de possuírem polifenóis, como antocianinas, que se concentram na pele roxa escura a quase negra, quando a fruta está madura, além de derivados de quercetina e proantocianidinas. Além disso um estudo recente realizado com duas espécies de jabuticaba, provou que os derivados do ácido elágico, como os elagitaninos, são os principais compostos detectados na jabuticaba (ALEZANDRO et al., 2013; NEVES et al., 2018).

A ingestão a longo prazo de frutas com flavonoides (antocianinas) e taninos (elagitaninos) tem sido associada a efeitos positivos na saúde humana, relacionados ao seu potencial antioxidante e consequente atividade inibitória contra a peroxidação lipídica, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares (MULLEN et al., 2002). Várias hipóteses indicam que a alta capacidade antioxidante de compostos fenólicos, principalmente flavonoides, também pode ser eficaz na redução do estresse oxidativo (MACEDO et al., 2013), progressão do diabetes mellitus (SONG et al., 2005) e hipertensão (KWON et al., 2006).

Hsu et al. (2016) avaliaram os benefícios do extrato de Myrciaria cauliflora no controle do diabetes, associado à inflamação renal e regulação glicêmica em camundongos diabéticos, sendo que os resultados observados confirmaram que o extrato de jabuticaba pode ser usado como agente hipoglicêmico e antioxidante em camundongos diabéticos tipo 2. Além disso, Romão et al. (2019) revelaram que o tratamento com extrato de jabuticaba promove uma resposta protetora cardiorrenal, alterações hemodinâmicas e funcionais, além de prevenção da remodelação ventricular. Esses efeitos foram associados à normalização dos níveis de creatinina e peptídeo natriurético cerebral e à modulação do sistema de defesa antioxidante tecidual, estimulados pela ação dos compostos presentes na jabuticaba, como ácidos orgânicos,

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derivados do ácido fenólico, flavonoides, antocianinas e taninos hidrolisáveis (galotaninos e elagitaninos).

Desse modo, a jabuticaba tem sido o foco de estudos, devido aos seus atributos e, entre eles, a atividade antioxidante, a qual foi enfatizada no estudo de Garcia et al. (2019), em que foram avaliados compostos bioativos e atividade antioxidante in vitro de frutos de jabuticaba Pingo de mel durante o seu desenvolvimento fisiológico (34 dias). Os resultados revelaram que níveis mais altos de fenólicos, taninos hidrolisados e atividade antioxidante foram observados 10 dias após a antese e a vitamina C obteve um maior valor variando de 476,21 mg de ácido ascórbico 100g -1

no décimo dia após a antese e a 1178,91 mg de ácido ascórbico 100g -1 aos 34 dias após a antese.

2.4 Chia

A Chia (Salvia hispanica L.) pertence à família Lamiaceae e é nativa do México. A semente de chia contém alta taxa de proteína (15 a 25%), fibras (18 a 30%) e lipídeos (30 a 40%) com ácidos graxos poli-insaturados, que incluem ácidos graxos ômega-3 (54 a 67%) e ácidos graxos ômega-6 (12–21%). Contém 5 a 6% de mucilagem que pode ser usada como fibra alimentar, além de possuir propriedades de espessamento e gelificação, controle de sinérese, e estabilização de emulsão (IXTAINA et al., 2011; MOHD et al., 2012; MUÑOZ et al., 2012; REYES-CAUDILLO et al., 2008).

Esta espécie cresce em solos leves a médios, bem drenados, não muito úmidos; tolera a acidez e a seca (SILVA et al., 2016), mas não suporta a geada (BAGINSKY et al., 2016). Requer abundante insolação e não desenvolve frutos à sombra. Seu potencial econômico está em sua semente, que produz óleo para uso humano e industrial (AYERZA, 2009).

A importância histórica da cultura remonta às populações pré-colombianas da América Central, onde era um dos alimentos básicos, no entanto, foi substituída por culturas trazidas para a América pelos espanhóis. No final do século XX a cultura voltou a chamar a atenção, principalmente pelo fato de as sementes conterem fibras, vitaminas do complexo B e ácidos graxos essenciais poli-insaturados, como os linolênicos e linoleicos que o ser humano não pode sintetizar e devem ser ingeridos na dieta (ROJAS; CARRASCO; ROBLEDO, 2016).

No que diz respeito ao conteúdo de ácidos graxos, Schettino-Bermúdez et al. (2020) avaliaram o efeito da inclusão de sementes de chia no perfil de ácidos graxos e isômeros de ácido linoléico conjugados no queijo e observaram que a adição de 5,5% de sementes de chia

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nas dietas de cabras leiteiras pode ser usada para aumentar a quantidade de ácidos graxos bioativos, como cis-9, trans-11 C18:2 no queijo.

As sementes de chia podem ser submetidas a um procedimento para que liberem um gel mucilaginoso e transparente o qual permanece firmemente acoplado a semente. No epicarpo da semente estão localizadas células que formam uma mucilagem úmida. Quando entram em contato com a água, o epicarpo aumenta e a cutícula é rompida, perdendo sua elasticidade. Assim o conteúdo alocado nas células denominado mucilagem, forma um círculo que cobre toda a superfície em torno da semente. Essa mucilagem consiste em xilose e glicose como açúcares principais, mas pode conter quantidade significativa de ácido urônico (ácido glucurônico e ácido galacturônico) e dois outros açúcares neutros, arabinose e galactose. A mucilagem de chia atua como uma fibra solúvel com propriedades de retenção de água, formação de gel, afinamento por cisalhamento e estabilização de emulsão (CÂMARA et al., 2020).

Desse modo, as propriedades fornecidas pela utilização de chia são avaliadas em diversos estudos, como é o caso da avaliação do potencial de incorporação de produtos de chia (sementes, farinha e um coproduto da extração de óleo de prensagem a frio) em salsichas, sendo que a aplicação desses produtos de chia (3%) melhorou a composição nutricional das salsichas, sem afetar adversamente as propriedades tecnológicas do produto final, além de serem consideradas aceitáveis no que diz respeito aos atributos sensoriais (FERNÁNDEZ-LÓPEZ et al., 2019).

Câmara et al. (2020) avaliaram as propriedades reológicas dos géis de mucilagem de chia como ingrediente funcional em sistemas modelo de carne emulsionada. Os autores observaram que as propriedades mecânicas dos géis de mucilagem de chia foram preservadas após o tratamento térmico, sendo que a estabilidade da emulsão de carne foi melhorada com a adição dos géis. Assim, a mucilagem de chia apresenta potencial como gordura saturada substituta em produtos de carne emulsionada com características tecnológicas aprimoradas e reivindicações mais saudáveis.

Kwon et al. (2019) investigaram a influência dos extratos de sementes de chia nas propriedades físico-químicas e bioativas de iogurte, de modo que o produto foi fortificado com extrato de água de semente de chia (CSWE) ou extrato de etanol de semente de chia (CSEE) a 0,05 ou 0,1% (vol / vol). Os resultados mostraram que a suplementação com CSWE ou CSEE acelerou significativamente a taxa de fermentação e o crescimento de bactérias láticas. O CSWE e o CSEE melhoraram a viscosidade, sinérese e capacidade de retenção de água do iogurte. A atividade de eliminação de radicais do iogurte foi aumentada com ambos os

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extratos, e o iogurte de 0,1% CSEE exibiu a maior atividade de eliminação de radicais. Além disso, o iogurte CSEE a 0,1% inibiu significativamente a produção de peróxido de hidrogênio induzida por lipopolissacarídeos em células do cólon humano. A adição do extrato de semente de chia melhora o crescimento do LAB, as propriedades físico-químicas e os efeitos benéficos para a saúde do iogurte.

Outro estudo objetivou melhorar a qualidade antioxidante dos biscoitos usando farinha de chia desengordurada, sendo preparados cookies a fim de avaliar as qualidades tecnológicas e sensoriais. Além disso, foram verificados os efeitos do processamento e da digestão gastrointestinal simulada no conteúdo de polifenóis. Foi observado que a adição da farinha de chia aumentou o conteúdo de polifenóis e os efeitos da capacidade antioxidante in

vitro dos biscoitos. Além disso, a digestão gastrointestinal simulada sugeriu que 73% do total

de polifenóis poderiam ser absorvidos no intestino, mostrando também efeitos prebióticos. Assim, a suplementação de biscoitos com farinha de chia desengordurada pode ser recomendada para melhorar a qualidade antioxidante sem reduzir as propriedades tecnológicas ou sensoriais (MAS et al., 2020).

2.5 Antioxidantes

2.5.1 Definição

Antioxidantes são compostos químicos capazes de reagir com radicais livres, inibindo a oxidação. Um antioxidante reduz a ocorrência de diferentes distúrbios como: envelhecimento, câncer, diabetes, inflamação, doença hepática, doença cardiovascular, catarata e nefrotoxicidade e distúrbios neurodegenerativos. Estão presentes em frutas e hortaliças, e supõe-se que os antioxidantes da dieta tenham capacidades potenciais para evitar doenças induzidas pelo estresse oxidativo (NEHA et al., 2019; RIBEIRO et al., 2019).

É importante ressaltar que a produção dos radicais livres ocorre naturalmente como um processo fisiológico. Porém em determinadas condições, pode ocorrer elevação na produção das espécies reativas do oxigênio, levando ao estresse oxidativo produzindo danos ao organismo, associados ao desenvolvimento de muitas doenças crônicas e degenerativas, incluindo o câncer, doenças cardíacas, bem como o envelhecimento (ROESLER et al., 2007). Dessa forma, alguns estudos mostram evidências de que antioxidantes de frutas, cereais e hortaliças são os principais fatores que contribuem para a significativa redução da incidência

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de doenças crônicas e degenerativas encontradas em populações que ingerem estes tipos de alimentos (ROESLER et al., 2007).

As características químicas dos antioxidantes incluem sua solubilidade, habilidade regenerativa, relação estrutura/atividade e biodisponibilidade, que são fatores importantes quando se considera o papel destes compostos na saúde humana (KAUR; KAPOOR, 2001). Os antioxidantes podem ser divididos em naturais e sintéticos. O di-terc-butil metil fenol ou hidroxitolueno butilado (BHT) e o 2 e o 3-terc-butil-4-hidroxianisol (BHA) são a classe dos sintéticos mais comumente utilizados na preservação de alimentos como óleos. Porém, a partir dos anos 80, a busca por antioxidantes naturais aumentou consideravelmente, devido ao potencial de toxicidade dos antioxidantes sintéticos (BORA et al., 2005).

No que diz respeito a antioxidantes naturais, Menegali et al. (2020) avaliaram o efeito do extrato de pimenta rosa nas características físico-químicas, estabilidade oxidativa e perfil sensorial dinâmico de hambúrguer de frango, de modo que o extrato de pimenta rosa foi tão eficaz quanto o BHT para retardar a oxidação lipídica do hambúrguer de frango após 7 dias de refrigeração. Além disso, hambúrgueres fabricados com extrato de pimenta rosa armazenados em embalagem a vácuo apresentaram propriedades sensoriais semelhantes aos fabricados com antioxidante sintético.

Assous et al. (2014) estudaram a aplicação de pigmentos extraídos das cenouras roxas como corantes vermelhos naturais alternativos para a preparação de balas e geleias, e também como antioxidante natural no óleo de girassol para retardar a oxidação. As atividades antioxidantes da antocianina de cenouras roxas foram avaliadas pela determinação do valor de peróxido no óleo de girassol durante 7 dias a 60 °C, em que foi observado que o óleo de girassol com 1000 ppm de extrato de cenoura roxa apresentou menor valor de peróxido (7,90 meq/kg) do que com uso de 200 ppm de antioxidante sintético (BHT) (8,38 meq/kg. A análise de variância para avaliação sensorial indicou que não houve diferença significativa para as balas e geleias contendo pigmentos de antocianinas de cenoura roxa em comparação com as balas e geleias controle.

2.5.2 Métodos para determinação da capacidade antioxidante em alimentos

Devido a importância destes compostos, têm-se desenvolvido cada vez mais métodos para determinação da capacidade antioxidante dos alimentos. Estes métodos podem ser baseados na captura do radical peroxila (ORAC, TRAP), poder de redução do metal (FRAP; CUPRAC), captura do radical hidroxila (método de desoxirribose), captura do radical orgânico

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(ABTS, DPPH) e quantificação de produtos formados durante a peroxidação de lipídios (TBARS, oxidação do LDL, co-oxidação do β-caroteno) (FRANKEL; MEYER, 2000; SÁNCHEZ-MORENO, 2002; ARUOMA, 2003), etc. Alguns destes radicais orgânicos não são produzidos no corpo humano, sendo isto, uma desvantagem desses métodos. Dentre estes métodos, ABTS, FRAP, DPPH e ORAC são alguns dos ensaios in vitro mais usados (PÉREZ-JIMÉNEZ; SAURA-CALIXTO, 2006).

O método ABTS baseia-se na conversão do 3-etilbenzotiazolina-6-ácido (ABTS) em seu cátion radical (ABTS•+) por adição de persulfato de sódio. Este cátion radical azul esverdeado absorve luz a 734 nm. O ABTS•+ é reativo com a maioria dos antioxidantes, não é afetado pela força iônica e pode ser usado para determinar as capacidades antioxidantes hidrofílicas e hidrofóbicas (MARTYSIAK-ŻUROWSKA; WENTA, 2012). O método FRAP atua com base no poder de redução do íon ferro, isto é, a produção do íon Fe2+ pela redução do

íon Fe3+ presente no complexo 2,4,6- tripiridil-s-triazina (TPTZ). Ao final da reação é possível

observar uma alteração na coloração da mistura, sendo a mudança de roxo claro para um roxo mais intenso, de acordo com a absorbância medida em 595 nm (URREA-VICTORIA et al., 2016).

O método DPPH, que se baseia no sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil, é caracterizado pelo fato de determinar a capacidade antioxidante de uma substância em sequestrar o radical DPPH. Quando ocorre a reação, o radical DPPH é convertido em hidrazina, gerando uma coloração que vai de violeta a amarelo pálido, cuja absorbância é de 515 a 520 nm (ALVES et al., 2010; OLIVEIRA, 2015). Além deste, o método ORAC tem como base a propriedade fluorescente das proteínas B-ficoeritrina (B-PE) e R-ficoeritrina (R-PE). Assim, determina a capacidade do antioxidante em sequestrar radicais peroxil que são gerados pela reação do AAPH [dicloreto de 2,2'-azobis(2-amidinopropano)] com oxigênio atmosférico, que pode ser medido por espectrofluorometria com máxima emissão de fluorescência em 575 nm (B-PE) e 578 nm (R-PE) (ALVES et al., 2010; PRIOR, 2015).

Pulido et al. (2000) descreveram o método FRAP (Ferric Reducing Antioxidant Power) – Poder Antioxidante de Redução do Ferro (Fig. 1) como uma alternativa desenvolvida para determinar a redução do ferro em fluidos biológicos e soluções aquosas de compostos puros. O método pode ser aplicado não somente para estudos da atividade antioxidante em extratos de alimentos e bebidas, mas, também, para o estudo da eficiência antioxidante de substâncias puras, com resultados comparáveis àqueles obtidos com outras metodologias mais complexas. Antioxidantes como compostos fenólicos podem ser determinados por HPLC (cromatografia em fase líquida de alta eficiência) (MAZZA et al., 1999;

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RODRÍGUEZ-DELGADO et al., 2002; IBERN-GÓMEZ et al., 2002). Recentemente, métodos cromatográficos com detecção por espectrometria de massa têm sido usados para investigar a composição de amostras de vinho (REVILLA et al., 1998; COSTA et al., 2000; HEIER et al., 2002; MONAGAS et al., 2005).

2.6 Outros estudos de geleias de frutas com compostos bioativos

A estabilização econômica e as mudanças nos hábitos dos consumidores têm alterado o perfil do mercado brasileiro de frutas e vegetais. A escassez de tempo para o preparo de alimentos, paralelamente à procura por alimentos mais saudáveis, fez com que frutas e hortaliças crescessem em popularidade e, ao mesmo tempo, aumentasse a procura por produtos de alta qualidade e de fácil acesso. Mesmo que esses alimentos estejam disponibilizados em sua forma processada como é o caso das geleias.

Moraes e Simioni (2013) pesquisaram a atividade antioxidante em geleias e determinaram que a geleia de goiaba comercial apresentou uma diminuição no seu poder oxidante da ordem de 10 %. Segundo os autores, essa diminuição pode estar associada desde os tratamentos feitos na indústria alimentícia, como por exemplo, o processamento térmico, até a estocagem do produto. Estes fatores podem levar à degradação dos antioxidantes, como os carotenoides, que podem ainda continuar reduzindo durante a estocagem do produto.

Outro estudo feito para analisar compostos bioativos em geleias, foi conduzido por Souza et al. (2018). Estes autores elaboraram duas formulações de geleia mista de umbu e mangaba, uma com frutooligossacarídeo - FOS (formulação 1) e outra sem FOS(Formulação 2), e avaliaram o potencial antioxidante (DPPH, FRAP e fenólicos totais). Obtiveram como resultados que a adição do (FOS) exerceu influência (p<0,05) sobre as mostras avaliadas. A formulação 1 apresentou as maiores médias no que se referem aos fenólicos totais (0,75mg de ácido gálico/g de geleia) e FRAP (31,27µg de sulfato ferroso/g de geleia). Entre tanto para a formulação 2 o DPPH foi maior (54,54 %). Baseado nisso concluíram que, a geleia da formulação 1 apresentou maior potencial antioxidante.

Figueroa e Genovese (2019) desenvolveram e caracterizaram formulações de geleia de maçã enriquecidas com fibras (maçã, trigo, bambu e psyllium) e concluíram que o uso de fibra teve um efeito positivo nas propriedades viscoelásticas e mecânicas das geleias. A presença de fibra de psyllium impediu completamente a perda de água das geleias. A combinação de qualquer uma das variedades de fibras com psyllium reduziu significativamente

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os grumos e eliminou a sensação na boca, de geleias com fibras, mantendo o produto sem a sinérese. A possibilidade de usar variedades de fibras que não eram de origem de frutas permitiu aumentar a fração insolúvel de fibra no produto final.

Na elaboração e caracterização de geleias de maracujá do tipo extra com adição de diferentes concentrações de sementes de linhaça marrom (formulação 1 com 1,5%; formulação 2 com 2,5 % e formulação 3 com 3,5%), Moura et al. (2019) obtiveram resultados positivos quanto a compostos bioativos como flavonoides e antocianinas. Eles observaram que com o aumento na concentração de linhaça houve também o aumento na quantidade destes compostos. A formulação 3 que continha 3,5% de linhaça alcançou valores de 7,17 mg/100 g de flavonoides e 1,94 mg/100 g de antocianinas. A conclusão dos autores foi que o maracujá se mostrou como alternativa explorável para seu uso na fabricação de geleias de maracujá com linhaça. A adição de linhaça marrom trouxe efeitos benéficos as geleias de maracujá, aumentando os níveis de flavonoides totais e antocianinas totais as quais representam compostos bioativos interessantes para a saúde humana e no auxílio ao combate de doenças.

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Objetivou-se com este trabalho, desenvolver geleia de melancia com três extratos de jabuticaba e extrato de sementes de chia (em substituição a uma parte da pectina) com a finalidade de estudar a capacidade antioxidante dos produtos, antes e após o processamento térmico, assim como a determinação das características físico-químicas dos produtos obtidos.

3.2 Objetivos específicos

• Elaborar extratos de jabuticaba e a extração da mucilagem de chia; • Elaborar a geleia de melancia;

• Avaliar o extrato da mucilagem de chia como substituto da pectina na produção de geleias

• Determinar as características físico-químicas e a capacidade antioxidante de todos os produtos antes e após processamento.

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CAPÍTULO II

Estudo do processamento de geleia de melancia enriquecida com extratos de jabuticaba e extrato de sementes de chia: características físico-químicas e potencial antioxidante

RESUMO

Objetivou-se com este trabalho, desenvolver geleia de melancia com três extratos de jabuticaba e extrato de sementes de chia (em substituição a uma parte da pectina) com a finalidade de estudar a capacidade antioxidante dos produtos, antes e após o processamento térmico, assim como a determinação das características físico-químicas dos produtos obtidos. Foram feitos planejamentos experimentais para o desenvolvimento dos produtos, utilizando o programa Statsoft Statistica e para expressar os resultados em média ± desvio padrão, o software Sisvar 5.6. Realizou-se a elaboração de quatro geleias: geleia de melancia; geleia enriquecida com extrato de Jabuticaba I - cascas e sementes (Geleia I); extrato de jabuticaba II – polpa sem filtração (Geleia II) e extrato de jabuticaba III - polpa filtrada (Geleia III). As três ultimas com extrato de chia em substituição em parte a pectina. As análises realizadas nestes produtos consistiram em composição proximal, análise de pH, sólidos solúveis, acidez, atividade de água, análise colorimétrica e análise de capacidade antioxidante antes e após processamento (método DPPH, ABTS e FRAP). A legislação vigente não especifica parâmetros para as análises físico-químicas. Foram observadas perdas da sua capacidade antioxidantes nos três métodos, com perda significativa para geleia de melancia com 45 e 40%, respectivamente nos métodos DPPH e ABTS e perda de 23,5 a 40% nas geleias enriquecidas, pelo método DPPH. Não houve diferença significativa para as perdas nos ensaios ABTS e FRAP, que não ultrapassaram 10,5% para as geleias enriquecidas. Conclui-se que as geleias enriquecidas perderam quantidades não relevantes de compostos antioxidantes, evidenciando o efeito positivo da inserção dos extratos. Além disso o extrato de chia contribuiu de maneira positiva para a formação do gel e o extrato 1 (cascas e sementes) contribui notadamente no enriquecimento da geleia I, cerca de 309 vezes mais que na geleia de melancia, confirmando a hipótese planteada em nossos objetivos. Sugere-se mais pesquisas acerca da influência de parâmetros como tempo e temperatura e dos métodos

in vitro, nos compostos bioativos com capacidade antioxidante.

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Study of processing of watermelon jam enriched with jabuticaba extracts and chia seed extract: physico-chemical characteristics and antioxidant potential

ABSTRACT

The objective of this work was to develop watermelon jelly with three jabuticaba extracts and chia seed extract (to replace part of the pectin) in order to study the antioxidant capacity of the products, before and after thermal processing, as well as the determination of the physicochemical characteristics of the products obtained. Experimental plans were made for the development of the products, using the program Statsoft Statistica and to express the results in mean ± standard deviation, the software Sisvar 5.6. Four jellies were elaborated: watermelon jelly; jelly enriched with Jabuticaba I extract - bark and seeds (Jelly I); jabuticaba II extract - unfiltered pulp (Jelly II) and jabuticaba III extract - filtered pulp (Jelly III). The last three with chia extract partially replacing pectin. The analyses performed on these products consisted of proximal composition, pH analysis, soluble solids, acidity, water activity, colorimetric analysis and analysis of antioxidant capacity before and after processing (DPPH method, ABTS and FRAP). The current legislation does not specify parameters for physical-chemical analysis. Losses of its antioxidant capacity were observed in the three methods, with significant loss for watermelon jelly with 45 and 40%, respectively in the DPPH and ABTS methods and loss of 23.5 to 40% in enriched jellies, by the DPPH method. There was no significant difference for losses in the ABTS and FRAP tests, which did not exceed 10.5% for enriched jellies. It is concluded that enriched jellies lost non-relevant amounts of antioxidant compounds, highlighting the positive effect of inserting the extracts. In addition, chia extract contributed positively to the formation of the gel and extract 1 (peels and seeds) contributed notably to the enrichment of jelly I, about 309 times more than in watermelon jelly, confirming the hypothesis planted in our objectives. We suggest further research on the influence of parameters such as time and temperature and in vitro methods on bioactive compounds with antioxidant capacity.

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