Terça-Feira, 1º de novembro de 2016
Bom dia,
IPC-S acelera no final de outubro. A inflação medida pelo IPC-S na última semana de outubro apresentou
variação de 0,34%, ou 0,1 p.p acima da última divulgação, apontando para ligeira aceleração. No acumulado do ano, o IPC-S registrou alta de 5,65%, e de 7,65% nos últimos dose meses. Nesta leitura, sete das oito classes que compõem o índice apresentaram aceleração, como Transportes, 0,49% para 0,8%, e gasolina que passou de
0,56% para 1,77%.
Agenda interna no radar. Hoje às 15h00 teremos as divulgações do Indicador de Nível de Atividade medido pela
Fiesp, e sem horário definido teremos as divulgações das vendas totais de veículos pela Fenabrave e a divulgação pela CNI de Indicadores Industriais referentes a setembro.
em 0,5% na comparação mensal ante variação de -0,8% em agosto. Frente ao mesmo período de 2015, a variação permaneceu negativa em 4,8%, a expectativa média do mercado era de uma variação mensal de 0,4% e de -5,0% anuais.
China continua surpreendendo. Dois principais indicadores de atividade da China vieram positivos, mostrando
que a atividade está em expansão. O índice de compras (PMI) do setor industrial registrou 51,2 em outubro ante 50,4 em setembro. Este dado superou a mediana das projeções que eram de 50,3. Já o índice dos gerentes de compras (PMI) oficial do setor não manufatureiro, subiu para 54,0 em outubro ante 53,7 de setembro. Este resultado reflete principalmente o desempenho do subíndice de serviços que subiu para 52,6 ante 52,3 em setembro, enquanto o subíndice de construção recuou para 61,8, pouco abaixo dos 61,9 do mês de setembro.
Ainda na Ásia. O Bank of Japan (BoJ), preferiu não expandir os estímulos da economia, mantendo a taxa de juros
em -0,1%. Além disso, manteve o programa de compra de ativos, em 80 trilhões de ienes. Quanto à inflação, o BoJ alterou sua projeção de meta, agora a projeção é chegar ao final de 2018 em 2%.
Agenda carregada nos EUA somente na parte da tarde. Às 11h45 tem o PMI industrial da Markit, com
perspectiva de manutenção em 53,2, como na prévia do índice, e na sequência, às 12h00, sai o PMI de manufaturados do ISM, também com previsão de atingir em outubro os 51,5 já registrado em setembro. E no mesmo horário, teremos os Gastos com Construção de C.Bureau, com previsão de aumento em 0,50% em setembro ante uma queda de 0,70% em agosto. Enquanto estaremos (Brasil) no feriado de finados, o FED estará se reunindo para a votação da taxa de juros, onde é esperada a manutenção entre 0,25% e 0,50%, haja vista que a proximidade da eleição presidencial, aliada a indicadores e discursos de dirigentes do FED, acaba reforçando a indicação de um ajuste na taxa somente em dezembro.
Bolsas lá fora em direções opostas. Neste 1º de novembro, os mercados chineses fecharam em alta após os
Resultado de Smiles (SMLE3) fará investidor sorrir. A companhia reportou mais um forte resultado, com
aumento tanto no resgate quanto no acúmulo de milhas. O único segmento que mostrou retração em relação ao mesmo trimestre do ano anterior foi o de acúmulos e resgates na Gol. O acúmulo de milhas na Gol caiu 6,1%, enquanto os resgates na aérea controladora da Smiles caíram 13,5%. Porém, esses números foram compensados pelos outros parceiros. Um dos destaques foi o aumento dos resgates nos parceiros internacionais da companhia, que fizeram os resgates em passagens aéreas crescerem 0,2%, mesmo com a queda observada no resgate pela Gol. O resgate em outros parceiros do varejo também cresceu, resultando na alta de 14,1% na receita líquida da Smiles. Com o resultado financeiro também sólido, o lucro líquido da empresa avançou 46,8% em doze meses. Esperamos reação positiva do mercado aos números.
M. Dias Branco (MDIA3) surpreende, com sólida recuperação. A fabricante de massas e biscoitos M. Dias Branco
expansão da plataforma de clientes e maior diversificação geográfica de suas vendas, de modo que seus papéis devem corresponder de forma positiva no pregão de hoje, tendo em vista que seus números vieram acima das
nossas expectativas.
Aumento do preço de gás de cozinha pela Petrobras (PETR4). Segundo veiculado na Folha, houve mudanças nos
contratos de venda de GLP (gás liquefeito de petróleo - o gás de cozinha) para as distribuidoras, incluindo taxas pelo uso da infraestrutura da estatal. Segundo exposto na matéria, o maior impacto seria na região nordeste, com reajustes de 4% para a maior parte dos contratos (aumento de R$ 2,15 por botijão na média regional) enquanto que em São Paulo o repasse ficará entre 1% e 4% (com aumento de algo entre R$ 0,53 e R$ 2,12). Importante lembrar que os preços são livres e distribuidoras e revendedoras adotam políticas comerciais próprias. Ainda que possa representar alguma pressão de custos para as distribuidoras desse tipo de gás, como é o caso da Ultragaz, pertencente ao grupo Ultrapar (UGPA3), acreditamos que não haverá grande problema no repasse de tal reajuste. Ainda sobre a Ultragaz, as negociações seguem avançadas para a aquisição das operações da Petrobras na distribuição de gás (Liquigás) e mesmo resultando em grande concentração no mercado GLP, a transação entre ambas as companhias (que juntas representam quase a metade do mercado) deve continuar sustentando tendência positiva para as ações em bolsa da Ultrapar.
Resultado da Energias do Brasil (ENBR3) é inflado por evento não recorrente. O crescimento reportado pela
Energias do Brasil em termos de EBITDA e lucro líquido se deve em boa medida a contabilização, não recorrente, do valor justo do ativo financeiro indenizável, no montante de R$ 158,5 milhões. Expurgando esse valor, o EBITDA registraria uma queda de 19,0% ante o 3° trim/15, em função da combinação entre menor volume de vendas (-3,8%) e menor preço médio (-3,0%) no segmento de geração hídrica e queda no volume de venda das distribuidoras (-5,0%), principalmente pela menor demanda da classe industrial no período. Já o lucro líquido foi impulsionado pela maior receita financeira, após o recente aumento de capital realizado. Em termos operacionais, o resultado da Energias do Brasil ficou aquém das estimativas, o que pode pressionar seus papéis
no pregão de hoje.
Resultado da TIM (TIMP3) foi regular, mas veio acima das expectativas. A operadora de telefonia registrou R$
3.899 milhões de receita líquida no 3º Trim/16 representando uma queda de 5,3% em relação ao mesmo trimestre de 2015. No entanto, as projeções de mercado apontavam para um recuo na casa dos 7%. Já o EBITDA normalizado no período foi de R$ 1.303 milhões (leve alta de 0,5% sobre o 3º Trim/15) e o lucro líquido normalizado foi de R$ 200 milhões (crescimento anual de 14,2%). Esses números vieram superiores às estimativas que apontavam para R$ 1.231 milhões e R$ 101 milhões, respectivamente. Apesar do desempenho ainda fragilizado, diante do resultado acima do esperado as ações TIMP3 poderão reagir positivamente no pregão de hoje.
Reservas da CVC (CVCB3) batem recorde em out/16. A companhia informou ao mercado que as reservas
recorde mensal da empresa. No 3º Trim/16, a média mensal de reservas confirmadas foi de R$ 466 milhões. Esse comunicado é, de fato, extraordinário, pois a CVC divulga suas informações operacionais apenas a cada trimestre. Porém, em função deste recorde atingido, a companhia publicará hoje em vários veículos de imprensa uma mensagem agradecendo sua rede de franqueados e as áreas comerciais da empresa e, portanto, optou por tornar tal fato de conhecimento público junto aos acionistas e o mercado em geral. Entendemos que os números apresentados devem repercutir positivamente nas suas ações no pregão de hoje.
Série de notícias negativas para a Rumo Logística (RUMO3). Foram veiculadas hoje no jornal Valor Econômicas
três matérias que tratam das discussões acerca da renovação antecipada da concessão da companhia. Em resumo, as reportagens apuram que a disputa judicial de R$ 1 bilhão entre o governo federal e a ALL Malha Paulista (subsidiária da Rumo) ainda está longe de acabar, além de retratar as dificuldades que a empresa terá se a medida provisória (MP) que define as bases para o programa de concessões da União for aprovada da forma como está redigida até o momento. O texto da MP estabelece que a concessionária que não cumpre integralmente com as metas de produção e segurança não terá direito a extensão dos prazos contratuais. Segundo dados da agência reguladora do setor, nada menos que 36% dos trechos operados pela Rumo na Malha Sul estão ociosos atualmente, o que impediria a empresa de renovar antecipadamente sua concessão. Conforme já comentamos anteriormente neste trabalho matinal, o posicionamento nas ações RUMO3 ainda se mostra muito arriscado e, portanto, seguimos recomendando tão somente a manutenção de seus ativos em carteira, mas sempre alertando para a volatilidade característica desses papéis em bolsa.
Resultado sólido da Multiplan (MULT3). Em um cenário muito complicado para o varejo, a companhia reportou
crescimento (ainda que pequeno) de receita e EBITDA na comparação com igual período do ano anterior, com o lucro líquido mostrando ligeira queda, por conta de aumento na linha de IR. As receitas de locação e de estacionamento mostraram boa evolução (7,0% e 7,5%, respectivamente), parcialmente compensada pela queda da receita de serviços. Vale destacar também, que a inadimplência caiu, assim como no 2T16, após forte alta no primeiro trimestre do ano. Como destacamos no começo do texto, tendo em vista o cenário atual bastante complicado para o varejo, os números em linha com o reportado há doze meses tem viés positivo, em nossa visão.
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