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NOVOS DADOS SÔBRE A DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS TRIATOMÍNEOS EM SANTA CATARINA, BRASIL*

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Academic year: 2021

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NOVOS DADOS SÔBRE A DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

DOS TRIATOMÍNEOS EM SANTA CATARINA, BRASIL*

Joaquim A-. Ferreira Neto**, Mário O. Ferreira***, Hugo Leal**, Casemiro M. Martins** e Manoel F. Nascimento***

Os autores fizeram pesquisas em triatomíneos, com auxílio de pó inse- iífugo, em domicílios de quase todos os municípios de duas das três regiões em que se divide o Estado de Santa Catarina. Foram encontrados triatomídeos domiciliares em quatro municípios situados no extrem o oeste do Estado. Num outro inquérito feito quatro anos mais tarde, só um a localidade se revelou positiva. A única espécie encontrada foi o T riatom a infestans e a maioria dos insetos foi capturada em galinheiros.

São, tam bém , enum eradas as localidades de onde os autores têm rece­ bido exemplares adultos de Panstrongylus megistus capturados nos domicílios pelos próprios moradores. Èsses achados têm -se verificado nas seguintes zonas fisiográficas: Litoral de São Francisco, Bacia do Itajaí, Florianópolis, Laguna, Canoinhas, Campos de Lajes e Rio do Peixe.

Os conhecim entos sôbre as faunas de triatom íneos de S an ta C atarina são escas­ sos e imprecisos. Os m apas de Dias (1954) assinalam , no território do Estado, as se­ guintes espécies: Triatom a infestans, n u ­ m a localidade da Zona de Oeste e Pans­ trongylus megistus em um município de cada um a das seguintes zonas: Litoral de São Francisco, Florianópolis e Rio do Pei­ xe. B ustam ante (1957) registra a ocor­ rência do T. infestans nos municípios de Palm itos e São Miguel D’Oeste. Leal, F erreira Neto & M artins (1961), estu­ dando os triatom íneos silvestres do m uni­ cípio de Florianópolis encontraram P. m e­ gistus e Rhodnius domesticus, ambos in ­ fectados por tripanossom as do tipo cruzi.

A p a rtir de 1953 a Circunscrição S anta C atarin a do DNERu vem realizando pes­ quisas sistem áticas visando localizar focos de triatom íneos domiciliares e, nesse tr a ­ balho, já foram exam inadas áreas perten ­ centes a tôdas as zonas fisiográficas do Estado. P ara a procura de triatom íneos tem sido aplicado pó insetífugo (Pirisa — Piretro In d u strial S.A.), tan to nas casas como nas construções próximas. A pesqui­ sa de flagelados tem sido feita em fezes obtidas por compressão do abdômen e exa­ m inados a fresco.

P aralelam ente a êsse trabalho tèm sido exam inados diversos P. megistus adultos, capturados em domicílio ou pelos próprios m oradores ou por servidores do DNERu ocupados em tare fas várias.

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E STADO DE SANTA CATARINA ESCALA 0 2 0 4 0 »— -i- i Km. ZONA DO A 8 A lO RIO DO P E I X E . A l A l2 13/^ ZONA DE C A N O IN H A S inh DO J a •,

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A P.m egistus não infectado k. P. m egistus infectado

O Localidade com T. in festans em 19 54

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Julho-Ago.,

Rev. Soc. B ras. Med. Trop.

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RESULTADOS

a) Triatom íneos domiciliares

Na tabela 1 figuram os municípios em que não foi observado o desalojam ento de triatom íneos após a aplicação de pó insetí- fugo.

Êsses dados, ju n tam en te com os citados n a lite ratu ra , m ostram a ausência de tria - tomídeos dom iciliares em duas das três regiões em que se divide o Estado, Litoral e Encosta, e S edim entar Paleozóica. Na outra, o P lanalto Ocidental, a Zona do Rio do Peixe é negativa e a dos Campos de Lajes, praticam ente, não foi pesquisada.

A tab ela 2 resum e os dados obtidos n a Zona de Oeste. Em 1954, foram en co n tra­ dos exemplares de T. infestans em 4 de seus 17 municípios, ao passo que em 1958 ta l fato só foi observado em C unhaporã (tabela 3). Êsse desaparecim ento do T. in ­ festans foi observado, anteriorm ente, no Rio G rande do Sul, por Coutinho, P in ­ to & B a r b o s a (1952), que atribuíram essa extinção do foco ao emprêgo de inse­ ticidas de uso doméstico e agrícola, p rá ­ tica essa de uso corrente no oeste de S an ­ ta C atarina.

N enhum dos insetos examinados apre­ sentou flagelados nas fezes, devendo aqui ser dito que a m aioria dêles foi capturada em galinheiros.

No m apa d a figura 1 estão assinaladas as localidades que estavam infestadas pelo T. infestans, nas duas pesquisas. Deve-se inform ar que elas não são um a con tinua­ ção da área de ocorrência dessa espécie no Rio G rande do Sul. Dois fatos, e n tre ­ tanto, devem te r concorrido p a ra a infes­ tação dêsses territórios, a ligação por es­ trad a s de tráfego perm anente com o Es­ tado sulino e o grande contingente de co­ lonos gaúchos que vive hoje no oeste ca­ tarinense.

b) Triatom íneos silvestres.

Leal, F e r r e i r a Neto & M a r t i n s (op. cit.> exam inaram 89 adultos e 2 n in ­ fas de P. m egistus encontrados em domi­ cílios do Município de Florianópolis e cap­ tu ra ra m 1 adulto e 334 ninfas dessa espé­ cie em ninhos de anim ais silvestres. Essa discordância entre as duas proporções e o

fa to de geralm ente ser encontrado um único exem plar de P. megistus, de cada vez, dentro das casas, sugere que êsses insetos não conseguem colonizar nos domicílios do Estado e que chegam a êles ou voando ou transportados com a lenha e outros m a­ teriais de origem silvestre.

Na tabela 4 figuram os exemplares de P. megistus que chegaram às mãos dos autores. Só um pequeno núm ero pôde ser exam inado devido às distâncias em que se encontram as localidades, o que faz com que os insetos cheguem ao laboratório m or­ tos e com pletam ente secos.

No m ap a d a figura 1 estão assinaladas as localidades em que foram encontrados P. megistus. Na Região do Litoral e En­ costa a espécie foi enco ntrad a em três de suas quatro zonas fisiográficas, n a Região do P lanalto Ocidental os achados se resu­ mem à Zona do Rio do Peixe e p ara o resto do Estado faltam informações.

CONCLUSÕES

Os conhecim entos existentes sôbre a doença de Chagas em S an ta C atarina m ostram que essa endem ia ain da se en­ contra no estágio de zoonose. Tôda a ca­ deia epidemiológica d a doença se passa en tre anim ais silvestres e as pesquisas feitas no Município de Florianópolis, por Leal, F e r r e i r a Neto & M a r t i n s (op. cit.) evidenciaram , apenas, dois tipos de nichos n atu ra is d a tripanossom íase.

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T A B E L A 2

Municípios da Zona Oeste do Estado de S an ta C atarina, Brasil, onde foram capturados Triatoma infestans, em pesquisas feitas em 1954

M uni­ Localidades Prédios T. infestans

cípio trab alh ad as Exam i­

nados Posi­tivos C aptu­rados Exam i­nados*

M aravilha M aravilha 91 1 1 1 Cunhaporã C unhaporã Araçá Puruví Gato Prêto Cristo Rei Araçazinho 95 14 5 25 8 14 10 0 2 6 0 0 395 0 3 233 0 0 330 0 3 169 0 0 Palmitos Palmitos L inha Glória Linha C entral L inha Sertão Linha do Meio L inha B. G rande Linha Jlha Redonda P assarinho S anta Lúcia São Domingos P. Braz T aquara 165 36 22 8 24 15 15 24 11 26 7 3 2 1 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 73 5 12 3 0 0 0 0 0 0 0 0 73 5 12 2 0 0 0 0 0 0 0 0 São Miguel

D’Oeste São Miguel D’Oeste Linha Veado L inha 14 Bela Vista S an ta R ita C anela G rande B andeirantes G uaraciaba 175 31 16 9 11 13 36 56 1 0 0 0 0 0 0 0 14 0 0 0 0 0 0 0 14 0 0 0 0 0 0 0

* Todos os T. infestans examinados estavam negativos.

T A B E L A 3

Municípios da Zona Oeste do Estado de S a n ta C atarina, Brasil onde foram feitas pesquisas p a ra a ca p tu ra de Triatoma infestans, em 1958

Municípios Localidades

Prédios T. infestans

Exam i­

nados Posi­tivos C aptu­rados Exam i­nados*

C unhaporã C unhaporã 9 117 117

Palm itos Palmitos 0 0 0

São Miguel São Miguel

D’Oeste D’Oeste 217 0 0 0

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Origem dos Panstrongylus megistus capturados, pelos próprios moradores, em domicílios do Estado de S anta C atarina, Brasil, e resultado da pesquisa de flagelados

Região Zona Fisiográfica Município Localidade

C aptu­ rados P. megistus Exami­ nados Posi­ tivos

Litoral e Encosta Litoral de S. Francisco Joinville Joinville 1 1 1

Bacia do Ita ja í Blumenau Blumenau 4 3 0

Ibiram a Ibiram a 1 0 0

Florianópolis Florianópolis Estreito 2 2 0

Palhoça Aririu 1 1 1

Garopaba 1 0 0

• Paulo Lopes Paulo Lopes 1 1 1

Sedim entar Paleozóica Canoinhas M afra M afra 1 0 0

Planalto Ocidental Campos de Lajes Lajes Lajes 1 0 0

Rio do Peixe Joaçaba Joaçaba 2 0 0

Rio das Antas Rio das Antas 9 0 0

T angará T angará 1 0 0

Videira Videira 1 0 0

Arroio T rinta 'Arroio T rinta 11 0 0

3 7 13 14 37 8 'i

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Julho-Ago.,

Rev. Soc. B ras. Med. Trop.

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SUMMARY

The authors m ade a survey of triatom ine bugs w tth the help o f insecticide pouxter in ãwellings in alm ost ali o f th e munictpalities of two ou t of three regions in to w hich th e Sta te o f Sa nta Catarina is áivided. Domestic triatom ine bugs were fo u n â in four m unidp altties situateã in th e extrem e w est of the State. I n another survey made four years later, only in one locality was the presence o f th e inseets d etected . The only species fo u n d was Triatom a infestans and th e m ajority o f inseets were cüptured in hen sheds.

The localities from where th e authors have received adult sped m en s of Panstrongylus megistus captured in ãwellings by th e owners, are also enum e- rateã. These finãings have been verífieã in th e following physiographic zones: Litoral of São Francisco, Bacia do Itajaí, Florianópolis, Laguna, Canoinhas,

Campos de Lajes a n d Rio do Peixe.

B I B L I O G R A F I A

BUSTAMANTE, F.M. — Distribuição geo­ gráfica dos transm issores da doença de Chagas no Brasil e sua relação com cer­ tos fatores climáticos. Epidemiologia e profilaxia d a enferm idade. Rev. Bras. M alar. & D. Trop., 9:191-210, 1957.

COUTINHO, P.P.; PINTO, O.S. & BARBO­ SA, J.A. — Contribuição ao conhecim en­ to da distribuição dos triatom ídeos do- miciliários e de seus índices de infec­ ção pelo Schizotrypanum cruzi no E sta­

do do Rio G rande do Sul, Brasil. Rev. Bras. M alar. & D. Trop., 4:211-226, 1952. DIAS, E. — Chagas’ Disease, in W orld-atlas of epidemic diseases, vol. II, pp. 135-140, 2 p ra n ch as e 8 m apas, edited by Prof. Dr. med. E rn st Rodenwaldt, Falk-Ver- lag, Hamburg, 1954.

Referências

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