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XVI CONGRESSO NACIONAL DO CERIMONIAL PÚBLICO- CONCEP- SALVADOR BAHIA

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XVI CONGRESSO NACIONAL DO CERIMONIAL

PÚBLICO-

CONCEP-

SALVADOR – BAHIA

1,2 e3 NOVEMBRO 2009

PALESTRA

GESTOS, RITUAIS E SIMBOLOGIAS:

A LINGUAGEM DO CERIMONIAL

PROF. MS.DR. SILVIO LOBO FILHO

Neste trabalho objetivamos analisar a linguagem do cerimonial expressada pelos gestos (comunicação não-verbal), pela estrutura ritualista (ritos e protocolos) e simbologias.

Tratamos o tema da simbologia, seguindo o referencial teórico de Pierre Bourdieu a partir da sua obra “O Poder Simbólico” procedendo a análise num diálogo com o filósofo Michel Foucault em sua compreensão sobre as relações de poder, tendo como fundamento a obra “Microfísica do Poder”, com a intenção de entender a complexidade do fenômeno da comunicação processada por meios simbólicos.

O interesse por essa temática vem sendo despertado ante a importância da significação dos gestos, símbolos e ritos como componentes intrínsecos do campo de conhecimento do cerimonial.

A análise histórica nos permite conhecer as condições de possibilidade de formação desses discursos (gestos, simbolos e ritos), mediante o procedimento

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de desenvolver um recuo temporal às mais antigas civilizações com a finalidde de descobrir as primeiras manifestações de organização das sociedades primitivas.

Esse encontro com o passado nos auxilia a compreender todo corpo de conhecimento existente na contemporaneidade e suas mutações ocorridas nos diversos períodos da história da humanidade.

O universo social pelas relações de poder é que delimitam a estrutura do capital simbólico, conforme bem descreve Bourdieu (1989, p.11):

(...) É enquanto instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e conhecimento que os ‘sistemas simbólicos’ cumprem a sua função política de instrumentos de imposição ou de legitimação da dominação, que contribuem para assegurar a dominação de uma classe sobre outra (violência simbólica) dando o reforço da sua própria força às relações de força que as fundamentam e contribuindo assim, (...) para a ‘domesticação dos dominados.

Partimos do pressuposto inicial de que a simbologia é um conhecimento desenvolvido pelo homem, como instrumento de comunicação e de poder, cultuado desde os primordios das civilizações e que tem sido aplicado pelas mais diversas culturas, sob diferentes formas, utilizadas não apenas pelas estruturas de poder governamental, como também pelas estruturas das relações de poder do mundo privado.

Bourdieu (1989, p.375) expressa sua compreensão de que a questão de poder se revela como um campo de forças e de lutas, no qual os detentores de capital cultural ou econômico buscam a posição de domínio.

O domínio pela força nem sempre é duradouro ao contrário do poder simbólico, uma espécie de poder invizível, que permite se impor pela mobilização na qual as idéias são implícitas formando um universo simbólico, composto de sistemas simbólicos, possuidores de cadeias de símbolos como instrumentos de integração social. Isso permite a legitimação da dominação pois produz efeitos reais sem aparente dispendio de energia . É uma espécie de jogo social.

O processo de inculcação de idéias, ideologias, se dá mediante uma estratégia de naturalização do mando e do dever, seguindo regimes de verdades que são determinados pelo surgimento de saberes cooptados pelas relações de

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poder, de tal sorte que a aceitação pelos indivíduos se dá muitas vezes de forma inconsciente.

Os universos simbólicos, mito, lingua, arte, ciência, são instrumentos de conhecimento e de construção do mundo dos objetos, como “formas simbólicas” expressadas como poder simbólico que constrói a realidade e que podem ser compreendidas em suas funções politicas e gnoseológicas . O poder simbólico pelas representações processa a inculcação, mediante a estratégia de, como diz Bourdieu, “de fazer ver e fazer crer, de confirmer ou de transformer a visão do mundo, e deste modo a ação sobre o mundo”

O mundo desenvolve mecanismos de reprodução da dominação e de legitimação do poder simbólico, mediante sistemas de representações processadas em normalizações das relações sociais.

O Cerimonial está diretamente inserido como produtor do poder simbólico, dinamizando as estruturas de representação como forma de comunicação não-verbal utilizando ritos, rituais, cerimônias, marcando-se pela construção de instrumentos de referencias de poder.

Essa capacidade representacional pelo simbolismo desenvolvida pelo cerimonial está vinculada aos grupos sociais desde os primordios do agrupamento dos homens na instituição das sociedades primitivas. Por isso, o cerimonial é tão antigo quanto o é o ser humano vivendo em convívio.

O conhecimento desenvolvido pelo cerimonial ao longo de milênios lhe outorga competência política instrucional viabilizada pelo poder simbólico a serviço das estruturas de poder, de tal sorte a não ser dispensado pelos grupos dominantes. São inúmeros os exemplos da atuação do cerimonial como produtor de ações que decidiram posições políticas importantes.

Um dos exemplos da ação cerimonialistica decisiva nas estruturas de governo é a cerimônia de sagraçãoÇÕE de D.Pedro I, planejada para conceder status superior ao Imperador, descinvulando-o de sujeições.

O Professor Eduardo Romero de Oliveira, em seu artigo “O império da lei: ensaio sobre o cerimonial de sagração de D. Pedro I (1822)”, detalha sobre os estudos efetuados para organização dessa cerimônia, com objetivo de dar legitimidade ao Imperador. Diz-nos o autor:

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Ressalve-se, ainda, que há detalhes da sagração de D.Pedro I que também não tem precedentes, caso das insígneas imperiais. O cetro utilizado pelo imperador em nada se assemelha ao utilizado por D. João VI – nem o Pontifical Romano prescreve a sua forma. O cetro foi confeccionado como uma grande vara, ao inves de um bastão, como foi o modelo de D. João VI. Mesmo a corôa de D. Pedro I em nada se assemelha a de D. João VI. Os integrantes da comissão de cerimonial conheciam esse modelo e, possívelmente, também os artifices flumineneses, mas não o seguiram.

O trabalho do cerimonial foi devidamente planejado no sentido de oferecer um novo sistema de representação razão da criação de novas insígneas imperiais.

A caracterização religiosa à cerimonia dava ao Imperador o status de ungido do Senhor, aquele que recebe a sanção religiosa e consequentemente a proteção divina. Por meio da unção recebe de Deus a marca de seus representantes sobre a terra, sacramentando a inviolabilidade sagrada do monarca.

O cerimonial da sagração possuía um poder simbólico que éra a unção como marca do desígnio divino, como posição de precedência sobre a própria aclamação dantes ocorrida. Tinha objetivos certos de definir o poder real com o poder divino, dando a D.Pedro I o poder supremo, superior ao poder da Assembléia que o aclamou.

Aponta ainda Oliveira os elementos simbólicos do cerimonial de sagração como caracteristicas relevantes do monarca: “ligado aos interesses da nação” e “Defensor da Constituição”. Com isso processava a construção da imagem do monarca soldado, tanto que vestia uniforme militar sob o manto real

D. Pedro durante a cerimonia usou o cetro imperial, tipo bastão longo, semelhante ao báculo, o cajado dos bispos, da mesma forma a coroa não tinha a forma tradicional da coroa régia, mas se assemelhava à mitra (barrette usado pelos bispos), sendo essa inovação objetivada a que a cerimônia pudesse processar a articulação entre o político e o sagrado.

Neste exemplo do cerimonial do império pode-se notar a importância dada às figuras simbólicas como o cetro, a coroa, o manto, a farda militar, os títulos, como detentores de formulas representacionais necessárias à construção da figura do poder soberano/divino.

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É de ser observado que foi o cerimonial o responsável pela criação do ritual e dos enfoques simbólicos determinados a dar ao imperador a figura de soberano, de representante da vontade divina, para hierarquicamente estabelecer sua posição indiscutivelmente superior a todos.

Neste caso toda a ritualistica e simbologia utilizada pelo cerimonial foi determinada na figuração do Poder Simbólico útil à política como determinante para a configuração de poder ao Imperador

A utilização da cerimônia de sagração pelo Imperador foi uma recriação da instituição de sagração dos reinados da idade media e da junção da política e religião, objetivando a manutenção do poder.

A historiografia do cerimonial trás importantes informações dos reinados da idade media, periodo de consolidação do cerimonial e rituais específicos ao poder. O autor espanhol Nieto Soria em sua obra Cerimônias de la realeza- Propaganda e legitimação em la Castilha Trastámara revela a importância do ceremonial de corte para a formação do Estado Moderno, considerando o processo de legitimação.

Ieda Avênia de Melo em seu trabalho dissertativo de Mestrado em História Social, titulado como Memória e Identidade nas Cerimônias e Rituais Régios da Dinastia Portuguesa de Avis (1481-1495) uma análise da influência do movimento da nova história na historiografia ibérica, trás um rico referencial bibliográfico, com obras de retratação do periodo medieval no qual o cerimonial foi decisivo no processo de legitimação e propaganda do reinado.

Citamos algumas obras que consideramos importantes para o estudo do profissional do cerimonial: GOMES, Rita da Costa, A Realeza: Símbolos e Cerimonial. In: COELHO, Maria Helena da Cruz e HOMEM, Armando Luís de Carvalho (COORD). A Génese do Estado Moderno no Portugal Tardo-Medievo (Sécs. XIII-XV). Lisboa: UAL, 1996-1997.; Cf. SCHRAMM, Percy. Las Insgnias de la Realeza em la Edad Media Espanola. Madrid: Instituto de Estudos Políticos, 1960; KANTOROWICZ, Ernst H. Os Dois Corpos do Rei - um estudo sobre teologia política medieval. São Paulo: Cia. das Letras, 1998; Cf. GUENÈE, Bernard. O Ocidente nos séculos XIV e XV – os Estados. São Paulo, Pioneira/Edusp, 1981; 8 LE GOFF, Jacques. O Imaginário Medieval, Lisboa: Editorial Estampa, 1994; HOMEM, Armando Luís C. O Estado Moderno na Recente Historiografia Portuguesa: Historiadores do Direito e Historiadores “tout court”. COELHO, Maria Helena da Cruz e HOMEM, Armando Luís de Carvalho (COORD). Lisboa: UAL, 1996-1997. SORIA, José M. N. Cerimônias de la realeza – Propaganda e legitimación em la Castilla Trastámara. Madrid: NEREA, 1993, PAIVA, José Pedro. O Cerimonial da Entrada dos Bispos nas suas Dioceses: uma encenação de poder (1741-1757). In: Revista de História das Idéias 15 – Rituais e Cerimónias. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1993; CURTO, Diogo Ramada. Rituais e Cerimônias da Monarquia em Portugal (século XVI a XVIII). In: BETHENCOURT, Francisco e CURTO, Diogo Ramada. A Memória da Nação. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1991; Cf. MATTOSO, José. A Coroação dos primeiros reis de Portugal. In: BETHENCOURT, Francisco e CURTO, Diogo Ramada. A Memória da Nação. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1991, pp.187-200. e MATTOSO, José. Fragmento de uma Composição Medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1993;0LE GOFF, Jacques. Rei In: LE GOFF, Jacques & SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc/

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Imprensa Oficial, 2002; BEBIANO, Rui. D. João V. Poder e Espetáculo. Coimbra: Livraria Estante Editora, 1987; SCHMITT, Jean-Claude. Ritos In: LE GOFF, Jacques & SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc/ Imprensa Oficial, 2002. pp.426-427. BLOCH, Marc. apud LE GOFF, Jacques. O Ritual Simbólico de Vassalidade. In: LE GOFF, Jacques. Para um Novo Conceito de Idade Média. Tempo, trabalho e cultura no Ocidente. Lisboa: Imprensa Universitária/ Editorial Estampa..

A história do cerimonial é riquíssima e se distribui em obras de historiadores, de cientistas sociais, de psicólogos, de filósofos e de pensadores políticos, que dissertam sobre a configuração da organização e funcionamento do cerimonial desde as antigas civilizações, passando pelo período medieval até a modernidade.

É inegável que o cerimonial teve uma grande importância na história das civilizações, pois construiu todo um aparado de simbologia e representatividade a sustentar um processo de comunicação e inculcação, expressão de uma linguagem determinada a todo um contingente populacional.

Adorno (1986, p. 92-99) desenvolve o argumento de que as massas são um produto da industria cultural, portanto existe sempre uma construção estratégica visando o controle dos indivíduos compondo quadros simbólicos para estabelecimento da ordem social.

Estelita Lins (2002, p. 20), historia o cerimonial afirmando que os primeiros documentarios do cerimonial datam de épocas proto-históricas, há 40.000 anos atrás. Descreve rituais de duelo, combate, direito divino do rei, cerimônias fúnebres datadas de 4.000 anos a.C.

Esclarece em complemento:

Destas etapas épicas do cerimonial herdamos então os seguintes componentes: 1) simbolo do governante e da autoridade; 2) a hierarquia e a ordem de precedencia; 3) O cerimonial de poder e de corte; 4) as regras do ritual de hospedagem e a linguagem ritual de saudação, amizade e a estrutura da oração e do discurso, 5) o cerimonial como instrumento de globalização imperial, do qual descente o cerimonial diplomatico em sua versão moderna; 6) as cerimonias multitudinárias e triunfalistas, os mega-eventos.

Em que pese a importância histórica do ceremonial nas estruturas de poder, é preciso que nossas reflexões desenvolvam uma análise crítica de todo esse processo, pois determinadas formas de estruturação da sociedade pode representar um processo de exclusão social, como afirma Estelita Lins (2002, p.25)

É nesse nível (benefícios da riqueza, do luxo, dos altos padrões de cultura, de consume dos bens suntuários), que o refinamento é imposto, já não só como requisite de comportamento de uma classe fechada, mas também como instrumento de exclusão e discriminação, de obstáculo contra aqueles que não conhecem esses códigos de procedimento e ficam impedidos de ascender às classes mais elevadas. O Cerimonial se

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torna então um instrumento de injustiça social, de repressão e de exclusão poderoso e radical

Em contraposição a esse estigma de subserviência ao poder, o cerimonial pode e deve ser instrumento da convivencia social harmonica e não discriminatória, respeitando as diferenças e exercendo padrões de atitudes éticas que observem a eliminação de quaisquer formalismos que promovam a exclusão social e preconceitos.

Os avanços da ciência e tecnologia podem propiciar condições para uma linguagem no cerimonial, ritos e liturgias que se apoiem no domínio da semiologia ou semiótica como fundamento técnico científico do fazer cerimonialistico.

As cerimônias jamais poderão desprezar rituais, gestos, sons, cores, formas, movimentos, como signos de expressão representacional para a comunicação de idéias. Sequer deixar de utilizar de recursos como a música, a dança, desfiles, ritmos, as curvaturas, os cumprimentos e saudações gestuais e rituais, os brasões de heraldica, os pendões da vexilologia, os trajes, alegorias, recursos de artes plásticas e arquitetura, enfim toda essas fontes de signos (Estelita Lins, 2002, p.42)

É dele o conceito de cerimonial que nos parece mais abrangente:

[...] como o cerimonial é um conjunto de símbolos e de práticas rituais que acompanham o desenrolar dos fatos presentes com alusões aos fatos antigos lendários, míticos e históricos retratados nas bandeiras,trajes, uniformes, condecorações e títulos, ele não tem o rigor de um relato histórico. Isso explica porque (sic) poucos historiadores relataram as cerimônias. (2002, p. 85)

Todo esse compendio de informações colecionadas ao longo da história da humanidade não pode ser desprezado sob o pretexto de novos rumos, novos entendimentos, novos saberes sobre o cerimonial na conteporaneidade. Jamais o cerimonial se desligará dos gestos, ritos e simbologias como importantes e decisivos meios de comunicação.

Ainda, para melhor dispor sobre os elementos do cerimonial, apresentamos um resumo neste artigo, especialmente destinado a apresentação da palestra no XVI Congresso Nacional do Cerimonial Público.

1.

Formas de Sacralização do Poder

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 A corôa como símbolo da realeza e do poder  Diadema – como emblema régio

 Unção – como ritual régio (cerimonial de sagração)  O manto como significação do mágico e supranatural  O cetro – mando e ordem da justiça

 O escudo – símbolo da realeza  O trôno – A prevalência

 A espada – justiça e autoridade

“O poder não consegue manter-se nem pelo domínio brutal e nem pela justificação racional. Ele só se conserva pela transposição, pela produção de imagens, pela manutenção de símbolos e sua organização num quadro cerimonial” Jorges Balandier em “O poder em cena” . Brasília UNB 1980 p. 17

Importância dada à etiqueta, ao cerimonial no funcionamento da sociedade de corte. Norbert Elias em “A sociedade de corte”

2.

Instrumentos para notabilização e legitimação da soberania Simbologia do Estado –

Conjunto de signos

3.

PROCESSO DE INCULCAÇÃO

 CONSTRUÇÃO DE UM COMPLEXO MÍTICO

 VALORIZAÇÃO DO CONTROLE SIMBÓLICO PELAS CERIMÔNIAS

RÉGIAS

 RITO SIMBÓLICO DA VASSALAGEM

 CERIMONIA DE ENTRONIZAÇÃO DOS REIS

 ENTRADAS RÉGIAS

 RITUAIS FÚNEBRES

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 RITUAL DE HOMENAGEM (PACTO ENTRE O REI E SÚDITOS)

4. TEORIA DE ORGANIZAÇÃO E LEGITIMAÇÃO DO PODER

 TEOCRÁTICAS

 HIEROCRÁTICAS

 FEUDAIS

5. O ESTADO CONTEMPORÂNEO

 Redução do complexo mítico  Manutenção das cerimônias  Regras mais flexíveis

 RITUAL - LITURGIA - ETIQUETA

 CERIMONIAL

  6.

 FORMAS DE ESTRUTURAR A

CONVIVENCIA HUMANA

 FONTES DE SIGNOS (SIGNOS

IDEOPLÁSTICOS DA SEMIOLOGIA)

 MUSICA / CADENCIA

 DANÇA / BRASÕES DE HERALDICA  DESFILES / TRAJES

 PASSOS RITMADOS / ALEGORIAS  ARTES PLÁSTICAS / ARQUITETURA  PENDÕES DA VEXILOLOGIA

7

A LINGUAGEM

(10)

FORMA DE APREENSÃO DO DISCURSO

FORÇA SIMBÓLICA DA LINGUAGEM

SISTEMA DE SIGNOS – REPRESENTATIVIDADE

GESTOS DE INTERPRETAÇÃO – SIGNOS NÃO-LINGUISTICOS

EXPRESSÃO VISUAL

ELEMENTOS DO TEXTO VISUAL

O ESTUDO DO NÃO-VERBAL NO PLANO DA SIGNIFICAÇÃO

O PROCESSO DE LEITURA DA IMAGEM

PLANO DE EXPRESSÃO VISUAL (RELAÇÃO IMAGEM/COERÊNCIA

A MATERIALIDADE SIGNIFICATIVA DA IMAGEM NA DIMENSÃO DISCURSIVA

APREENSÃO DO VERBAL PELO NÃO-VERBAL

(EFEITO IDEOLÓGICO, VESTIMENTA, UNIFORME-)

A IMAGEM PODE TER UM DISCURSO PRÓPRIO OU PODE SER SUSTENTO DOS TEXTOS VERBAIS

8.

RELAÇÃO IMAGEM/INTERPRETAÇÃO

O RECORTE EFETUADO PELO OLHAR EM UM DOS ELEMENTOS DA IMAGEM PRODUZ NO INTERLOCUTOR OUTRAS IMAGENS, OUTROS TEXTOS DE FORMA SUCESSIVA

RELAÇÃO COM A CULTURA SOCIAL – COM A FORMAÇÃO SOCIAL DOS SUJEITOS

A NOÇÃO DO NÃO-DITO – O SILÊNCIO- A NOÇÃO DO IMPLÍCITO – DEIXAR ENTENDER

INTERPRETAÇÃO (REDE DE ASSOCIAÇÕES – ORDEM SIMBÓLICA – ORDEM IDEOLÓGICA)

9.

CAMPOS DE ESTUDOS

 POLIFONIA – todo texto trás outros textos em sua constituição (diferentes enunciadores)

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 POLICROMIA – jogo de imagens e cores como elementos constitutivos da linguagem não-verbal (rede de elementos visuais – diferentes interpretações- o expectador dá visibilidade ao não-verbal pela projeção de imagens

 PARALINGUISTICA – sinais vocais que acompanham o discurso- modalidade da voz (volume, velocidade, ritmo, tom, expressão.- qualidades que influenciam a mensagem.

 TATILICS OU TACÊSICA – comportamentos de tatos entre as pessoas e objetos (linguagem do toque) –

 Observar os limites sociais e culturais

 PROXÊMICA – estudo da distância entre as pessoas (relações interpessoais – espaço pessoal)

 (desenho dos espaços – territorialidade)  (reunião de grupos – ecologia de grupo)

 Zona sócio-afetiva – Status , cultura, gênero, idade ( modo de funcionamento do comportamento humano)

 CRONEMICA – analisa o efeito do tempo na comunicação  KINÉSICA – estudo do movimento do corpo

 OCULÉSICS – expressões faciais e oculares. Estado emocional do emissor (felicidade, surpresa, medo, raiva, tristeza, desprezo, interesse)

 Momentos oculares – qualidade do olhar, direção e duração 10.

 SABER CONSTRUÍDO

 Gestos, ritos, cerimônias, lendas e crenças instalados na consciência coletiva.

 Cooptação da essência simbólica político-religiosa-medieval (a tradição colonialista portuguesa)

 Imagens e representações de Poder (Imagens teológicas e jurídicas)  Conceitos de legitimação e poder

Impõe-se ao profissional do cerimonial constantes estudos que o capacitem na plena utilização de uma linguagem de aproximação e convivência entre as pessoas.

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REFERÊNCIAS

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

ESTELITA LINS, Augusto. Evolução do Cerimonial Brasileiro. Brasilia. Ed. Comunigraf, 2002.

GOMES, Rita da Costa, A Realeza: Símbolos e Cerimonial. In: COELHO, Maria Helena da Cruz e HOMEM, Armando Luís de Carvalho (COORD). A Génese do Estado Moderno no Portugal Tardo-Medievo (Sécs. XIII-XV). Lisboa: UAL, 1996-1997.;

SCHRAMM, Percy. Las Insgnias de la Realeza em la Edad Media Espanola. Madrid: Instituto de Estudos Políticos, 1960;

KANTOROWICZ, Ernst H. Os Dois Corpos do Rei - um estudo sobre teologia política medieval. São Paulo: Cia. das Letras, 1998; Cf. GUENÈE, Bernard. O

Ocidente nos séculos XIV e XV – os Estados. São Paulo, Pioneira/Edusp, 1981; 8 LE GOFF, Jacques. O Imaginário Medieval, Lisboa: Editorial Estampa, 1994;

HOMEM, Armando Luís C. O Estado Moderno na Recente Historiografia Portuguesa: Historiadores do Direito e Historiadores “tout court”.

COELHO, Maria Helena da Cruz e HOMEM, Armando Luís de Carvalho (COORD). Lisboa: UAL, 1996-1997. SORIA, José M. N. Cerimônias de la realeza – Propaganda e legitimación em la Castilla Trastámara. Madrid: NEREA, 1993,

PAIVA, José Pedro. O Cerimonial da Entrada dos Bispos nas suas Dioceses: uma encenação de poder (1741-1757). In: Revista de História das Idéias 15 – Rituais e Cerimónias. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1993;

CURTO, Diogo Ramada. Rituais e Cerimônias da Monarquia em Portugal (século XVI a XVIII). In: BETHENCOURT, Francisco e CURTO, Diogo Ramada. A Memória da Nação. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1991; Cf. MATTOSO, José. A Coroação dos primeiros reis de Portugal. In: BETHENCOURT, Francisco e CURTO, Diogo Ramada. A Memória da Nação.

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Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1991, pp.187-200. e MATTOSO, José. Fragmento de uma Composição Medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1993;

LE GOFF, Jacques. Rei In: LE GOFF, Jacques & SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc/ Imprensa Oficial, 2002;

BEBIANO, Rui. D. João V. Poder e Espetáculo. Coimbra: Livraria Estante Editora, 1987; SCHMITT, Jean-Claude. Ritos In: LE GOFF, Jacques & SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc/ Imprensa Oficial, 2002.

BLOCH, Marc. apud LE GOFF, Jacques. O Ritual Simbólico de Vassalidade. In: LE GOFF, Jacques. Para um Novo Conceito de Idade Média. Tempo, trabalho e cultura no Ocidente. Lisboa: Imprensa Universitária/ Editorial Estampa..

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