• Nenhum resultado encontrado

O saneamento basico como fator de desenvolvimento economico-social

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "O saneamento basico como fator de desenvolvimento economico-social"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

0 SANEAMENTO BÁSICO COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO-SOCIAL

José M. de Azevedo Netto ’

“A Saúde Pública é a primeira Lei” (velho adágio romano)

A par de consideracões gerais sôbre a importância do sanea- mento no desenvolvimento econômico, o autor comenta a situa@o do Brasil relativamente ao assunto, salientando os graves problemas de que se ressente o país por náo dispor de um plano geral de saneamento bksico.

A importancia do saneamento básico tem sido reconhecida desde tempos imemoriais, sendo as extraordinárias realizacóes do pas- sado, até hoje, objeto de grande admiracáo. Aos próprios historiadores náo tem pas- sado despercebido o fato de que as grandes civilizacóes sempre marcaram períodos de florescimento das obras sanitárias.

Era tal a importância que os romanos atri- buíam as obras hidráulicas, que após suas conquistas procuravam estabelecer progra- mas prioritários de abastecimento de água, como condicáo para a tranqüilidade e pro- gresso das novas colonias.

Na idade moderna, as obras sanitárias comecaram a ser intensificadas a partir de meados do século passado.

No Brasil o saneamento básico tem pas- sado por fases sucessivas porém descon- tínuas, ora despertando maior interêsse, ora passando a posi$io secundária.

Tivemos assim um despertar auspicioso no tempo do império, urna fase áurea na primeira república e algumas tentativas me- nos importantes nas últimas décadas.

Na realidade e por mais incrível que pareca, até hoje não foi elaborado um plano geral de saneamento básico para o país.

Em conseqüência disso, encontra-se agora ‘Profesor Catedrático da Faculdade de Higiene e Saúdc Pública da Universidade de Sáo Paulo.

em nosso país a maior populacão do mundo ocidental ainda carente das condicóes sani- tárias mínimas, existindo realmente dois “Brasis”, um deles habitado pela minoria, que já dispóe de servicos básicos, e o outro que vive na esperanca de dias melhores.

Enquanto o país lanca foguetes ao espaco e desenvolve pesquisas atômicas é evidente a necessidade de voltarmos nossa atencão para os grandes males que afligem e dizimati nossos irmãos. É imperioso enfrentar, de urna vez por todas, e de maneira objetiva, êsses problemas seculares.

Apesar das deficiências das nossas estatis- ticas vitais, pode-se avaliar, grosso modo, os extraordinários prejuízos que a nacão bra- sileira vem sofrendo em têrmos de vidas, reducáo da espectativa de vida, enfermi- dades, debilidade produtiva, etc.

Há mais de 20 anos o engenheiro Edmund G. Wagner estimava em cêrca de 200,000 o número de brasileiros vitimados anual- mente por doencas decorrentes da falta de saneamento. 0 Brasil tinha entáo a metade da populacão atual.

(2)

Um exemplo ilustrativo do que se pode conseguir pondo em prática urna simples medida sanitária, é dado pela Capital de Sao Paulo, onde a cloracão das águas de abastecimento foi imposta pelo Serviso de Saúde Pública à revelia da maioria dos engenheiros responsáveis. Em Sao Paulo a desinfeccão das águas foi iniciada em 1926, quando a taxa de mortalidade pela febre tiféide era de 50 por 100,000. Essa taxa foi-se reduzindo até 1950, quando atingiu nível inferior a 2 por 100,000. Em 40 anos pode-se estimar que foram salvas 10,000 pessoas, sòmente da febre tiféide.

seriam inteiramente pagas pela economia re- sultante (em termos de reducáo de doencas) . Até mesmo pondo de lado o aspecto humanitário, poder-se-ia demonstrar a ne- cessidade objetiva e a conveniencia prática das obras sanitárias.

Edmund G. Wagner e Luis Wannone, realizaram interessante estudo de avaliacão de programas de saneamento para a Vene- zuela, há mais de três lustros (1) . kses ilus- tres engenheiros chegaram, entre outras, à seguinte conclusáo expressiva:

0 Prof. A. Prescott Folwell foi tun dos primeiros sanitaristas a avaliar econômica- mente os efeitos do saneamento básico. Há cêrca de 50 anos, êsse engeriheiro fazia, nos Estados Unidos, as seguintes estimativas:

“Cada caso de morte por doenca intestinal correspondia a outros 10 casos de doenca. Cada caso de doenca custava então US$ 1 OO de despesas com a cura e perda de tempo de trabalho. Em média, uma vida humana equivalia a US$l,500 até os 5 anos de idade, valor médio que se eleva a US$7,500 entre os 25 e 30 anos para depois reduzir- se a US$l,OOO entre os 65 e 70 anos. E como a mortalidade ocorre em diferentes grupos de idades, Folwell admitia US$3,500 para valor médio de cada vida perdida”.

“Desde el punto de vista exclusivamente económico, y sin tener en cuenta el aspecto humano del problema, por cada bolívar invertido habrá una recompensa de 8 bolí- vares. La continua pérdida de vidas es un despilfarro que ningún país puede suportar indefinidamente, toda vez que se trata del capital humano que es el más importante de todos los valores.”

Outro trabalho, que constitui hoje obra de referencia, é a monograíia preparada pelo ilustre sanitarista Dr. C. E. A. Winslow para a Organizacáo Mundial da Saúde e publicada com o sugestivo titulo “The Cost of Sickness and the Price of Health.” (2).

Aplicando-se êsses mesmos dados a uma cidade de 500,000 habitantes, sem levar em conta a inflacao verificada com o próprio dólar, e considerando que, mediante a exe- CU@O de obras de saneamento básico, seja possível reduzir o fndice de mortalidade de apenas 5 por 1,000, a economia global obtida em termos de saúde e de vidas hu- manas seria:

Nessa publicacáo, Winslow assinala que os impressionantes resultados obtidos nos últimos 100 anos com o saneamento podem ser atribuídos, desde o início, ao reconheci- mento da questáo fundamental que é a correlacáo sempre existente entre a doenca e a pobreza. Os pioneiros do saneamento constataram que a pobreza e as doen9as formavam um círculo vicioso: Os homens contraíam doencas porque eram pobres; com as doencas eles se tornavam mais pobres e ficavam mais doentes em decorrencia do próprio empobrecimento. Por isso, os países que tiveram recursos para investir em

500,000x~x $3,000+500,000x~ x 10x$100=US$8,750,000+U,%$2,500,000=US$11,250,000

As obras de saneamento básico custariam saúde pública foram compensados com ex- mais ou menos US$50 per capita, ou seja, celentes dividendos em termos de potencial US$25,000,000 para 500,000 habitantes humano.

(3)

140 BOLETÍN DE LA OFICINA SANITARIA PANAMERICANA * Agosto 1968

em prática tais investimentos, até hoje, na segunda metade do século XX, sáo encon- trados os mesmos problemas que haviam sido constatados há mais de 100 anos, reconhecendo-se agora, como anteriormente, que as comunidades náo podem continuar a existir em parte ricas e em parte pobres, em parte doentes e em parte com saúde. Náo se pode, também, aspirar à uniáo duradoura das nacóes com a existência de povos minados pela pobreza e pela doenca. Voltando agora a nossa aten9áo para a situacáo brasileira, no que diz respeito a saneamento, somos forcados a reconhecer condicóes alarmantes: de cada 3 patrícios, pelo menos 1 sofre de alguma doenca grave. Das 2,300 cidades brasileiras, com mais de 1,000 habitantes, apenas 1,700 (58% > contam com servicos públicos de abasteci- mento de água, a maioria dos quais parciais em situacáo precária.

Em plena capital de Sáo Paulo, o número de habitantes náo abastecidos pelo sistema de água potável vem aumentando no se- guinte ritmo:

1940- 400,000 habs. 1950- 700,000 “

1960-1,200,OOO “

A situacáo relativa a esgotos sanitários no Brasil é, ainda, mais grave: apenas 25% da populacão urbana dispóe de servico público. Várias capitais brasileiras ainda náo sáo dotadas de rêdes sanitárias, in- cluindo-se, entre elas, a maior cidade do hemisfério sem sistema de esgotos. Nas cidades já saneadas, a rêde de esgotos atende apenas a minoria da populacáo.

A esquistossomose vem sendo constatada em novas áreas do País, estendendo-se sua incidência de maneira muito perigosa.

Em face dessa triste situacáo, os menos avisados poderiam argumentar que na América Latina a situacáo é semelhante, comprovando assim o rifáo “mal de muitos, consôlo de todos.” Entretanto, essa náo seria a verdade e muito menos a justihca9áo para o nosso atraso. Em 1950, o Urugai já

havia conluído sistemas públicos de abasteci- mento de água em todas as cidades do país. Em outras repúblicas, desenvolvern-se atual- mente amplos e promissores programas de saneamento.

Precisamos, pois, sem mais perda de tempo, “abrir os olhos” e “por máos à obra,” reconhecendo primeiramente o problema, sua extensáo e significado; devemos, entáo, motivar as nossas autoridades responsáveis, para, em seguida, estabelecer programas amplos e realistas.

É evidente que o nosso desenvolvimento sócio-econômico correlaciona-se com 0 êxito dessas providências, pois náo se pode construir urna nacáo, tendo por base o trabalho de homens affitos e depauperados. Sem saneamento básico náo pode haver saúde e sem saúde náo se pode aspirar ao desenvolvimento econômico.

Um interessantíssimo trabalho acaba de ser publicado pelos pesquisadores, Taylor e Hall (3). Parece-nos oportuno citar alguns trechos dêsse trabalho:

“Náo há problema de saúde internacional táo importante e táo pouco entendido como é a complexa interrelacáo entre a saúde, o crescimento das populacóes, e o desenvolvi- mento econômico geral.”

E ainda:

“Até recentemente, os funcionários de Saúde, utilizavam tôda a sua habilidade no sentido de reduzir a mortalidade, como principal critério de avaliacáo do seu sucesso. Hoje, a análise estatistica de dados origi- nários de muitos países mostra a existência de urna forte correlacáo entre a receita per capita e o decréscimo de mortalidade.”

(4)

mento em todos os setores da producáo e em todos os aspectos da produtividade.

Náo se pode pensar em industrializacáo sem água. Para fabricar 1 kg de papel sáo necessários 200 kg de água; para produzir

1 kg de aco, sáo indispensáveis 300 kg de água e, na fabricacáo de cada automóvel, sáo utilizadas 10 toneladas de água.

0 saneamento básico oferece de imediato, entre outros, os seguintes benefícios :

( 1) melhoramento das condicóes de saúde e, portanto, da eficiência dos operários;

(2) reducáo do número de dias perdidos; (3) aumento da vida econômicamente

produtiva; maior e melhor utilizacáo da máo-de-obra habilitada;

(4) desenvolvimento da própria m- dústria de água, de materiais sani- tários, tubos, produtos químicos, etc; (5) maior oferta de empregos.

Em 1965, a Organizacáo Pan-Americana da Saúde reuniu, em Washington, um grupo de especialistas, com o propósito de avaliar a situacáo do abastecimento de água na América Latina: uma das conclusóes, a que chegaram por unanimidade refere-se à re- percussáo do abastecimento de água no desenvolvimento sócio-econômico (4).

Nessa reuniáo reconheceram-se as dificul- dades que se apresentam para avaliacáo justa e completa dos efeitos do saneamento. Em poucas palavras, os ilustres professôres Fair e Geyer ponderam: “Unfortunately, there are no ready means for measuring

human comfort and well-being, whereas sickness and death are determinable facts.”

Náo devemos concluir esta exposicáo antes de apresentar alguns conceitos e breves consideracóes sobre saneamento básico. Em suma, que é saneamento básico? A con- ceituacáo deve ser dinâmica e deve atentar para as condicóes locais.

Atualmente, no Brasil, o abastecimento de água e o escoamento de águas servidas sáo problemas muito importantes, deco- rrentes das nossas deficiências atuais. Por isso, água e esgotos sáo os pontos que devem caracterizar qualquer programa de sanea- menta básico em nossa terra.

Nos países plenamente desenvolvidos, essas questóes já foram resolvidas, podendo ser outros os problemas incluídos priori- tariamente nas atividades de saneamento.

Em outras palavras, sáo as próprias condicóes prevalentes que devem determinar o caráter das obras de saneamento básico. Enquanto perdurar o nosso grande atraso nesse setor de engenharia, náo deveremos desviar as nossas atencóes e recursos para outras questóes de menor signiticacáo do ponto de vista da saúde.

Há poucos meses, realizou-se no Estado de Sáo Paulo um inquérito que veio, urna vez mais, demonstrar que o problema de abastecimento de água ainda constitui a maior preocupacáo da populacáo paulista. Estamos certos de que essa manifestacáo reffete também a situacáo geral dos demais estados da Federacáo.

REFERENCIAS

(Z) Wagner, E. G., Wannoni L. “Economías pre- (3) Taylor, C. E. and Hall, M. F. “Health, Popu- vistas en Venezuela por medio de la cons- lation, and Economic Development”. Sci- tracción de abastos de agua potable en ence, 157 (3,789): 651, 1967.

zonas rurales”. AZDZS, 1 (4), abril de (4) Organiza&0 Pan-Americana da Saúde. Con-

1948. ferencia Regional sobre Abastecimiento de

(5)

142 BOLETÍN DE LA OFICINA SANITARIA PANAMERICANA * Agosto 1968

El saneamiento básico como factor del desarrollo economicosocial (Resumen)

Los historiadores no han pasado por alto la relación entre el apogeo de las grandes civiliza- ciones y el Aorecimiento de sus obras sanitarias. En el Brasil el saneamiento básico ha pasado por etapas sucesivas, en algunas de las cuales despertó la atención, tanto del público como de las autoridades, y en otras fue relegado a segundo término. A pesar de las deficiencias de las estadísticas vitales, se dispone de datos que permiten evaluar de un modo general los extraordinarios perjuicios causados en el Brasil por enfermedades resultantes de falta de sanea- miento y que se reflejan en las tasas de mortali- dad, reducción de la esperanza de vida, limita- ción de la productividad, etc. Hace más de veinte años, cuando el Brasil tenía la mitad de la población actual, se estimó que el número de brasileños que eran víctimas de enfermedades debidas a falta de saneamiento llegaba anual- mente a los 200,000.

cos de abastecimiento de agua, la mayoría de los cuales se hallan en condiciones precarias. En Sáo Paulo, capital del estado homónimo

(más de tres millones de habitantes en 1960) el número de personas no servidas por la red de abastecimiento de agua fue aumentando al siguiente ritmo: 400,000 en 1940, 700,000 en 1950 y 1,200,OOO en 1960.

Si bien el abastecimiento de agua potable es imprescindible para proteger la salud humana, también tiene importancia decisiva en el desa- rrollo industrial y, por lo tanto, en el bienestar y prosperidad de un pueblo.

Sin agua no puede haber industrialización. Para fabricar 1 kg de papel se requieren 200 kg de agua; la producción de 1 kg de acero de- manda 300 kg de agua y en la fabricación de cada automóvil se emplean 10 toneladas de agua.

Se ha calculado que las obras de saneamiento básico-entre ellas las de abastecimiento de agua-de una ciudad de 500,000 habitantes costarían EUA$O.SO per capita, o sea EUA $25,000,000, pero también se sabe que en sólo dos años esa suma sería recuperada como con- secuencia de la reducción de enfermedades y, por consiguiente, de las pérdidas que estas causan. Este cálculo tiene especial trascen- dencia para el Brasil en donde, de cada tres ciu- dadanos, uno sufre de alguna enfermedad grave y de 2,300 ciudades de más de 1,000 habitantes, sólo 1,700 (58 % ) cuentan con servicios públi-

Por otra parte, se pone de relieve que las obras de saneamiento básico producen entre otros los siguientes beneficios inmediatos: a) mejoramiento de las condiciones generales de salud y, por lo tanto, de la productividad de la población económicamente activa; b) reduc- ción del número de días perdidos de trabajo; c) aumento de la vida económicamente pro- ductiva y mejor empleo de la mano de obra calificada; d) desarrollo de industrias relaciona- das con las obras de abastecimiento de agua (materiales sanitarios, tubos, productos quími- cos, etc.) y e) mayor oferta de empleo.

Basic Sanitation as a Factor in Economic and Social Development (Summary)

Historians have not overlooked the relation- ship between the apogee of the great civiliza- tions and the flowering of sanitary works. In Brazil basic sanitation has passed through suc- cessive stages in some of which it awakened the attention of the public and of the authorities and in others it was relegated to a secondary place. Despite the incompleteness of vital statistics the data available makes it possible to arrive at a general assessment of the extraordinary harm which is caused in Brazil by diseases due to deficient sanitation and which is reflected in mortality rates, reduction in life expectancy, limitation of productivity, etc. More than 20 years ago, when Brazil had half its present population it was estimated that the number of Brazilians who were victims of diseases due to faulty sanitation amounted to 200,000 a year. It has been estimated that basic sanitation

works-including water supply works-for a city with 500,000 inhabitants would cost $0.50 per capita or $25,000,000, but it is also known that in only two years this sum would be re- covered as a result of a reduction in diseases and consequently in the losses they cause. This estimate is of special importance for Brazil, where out of every three persons one is suffer- ing from a serious disease and out of 2,300 cities with more than 1,000 inhabitants only 1,700 (58% ) have public water services, most of which are in very poor condition. In Sáo Paulo, capital of the state of the same name (which had more than 3 million inhabitants in 1960) the number of persons not served by the water supply network has increased at the following rate: 400,000 in 1940; 700,000 in

1950, and 1,200,OOO in 1960.

(6)

protection of human health, it is also of crucial basic sanitation work produce, inter alia, the importance for industrial development and following immediate benefits: (a) improvement therefore for the welfare and prosperity of the in the general conditions of health and therefore nation. in productivity of the economically active popu- Without water there can be no industrializa- lation; (b) reduction in the number of working tion. To manufacture 1 kg of paper 200 kg of days lost; (c) increase in economically pro- water are required; the production of 1 kg of ductive life and better utilization of skilled steel calls for 300 kg of water; and the manu- manpower; (d) development of industries re- facture of a single automobile requires 10 tons lated to water supply works (sanitary materials, of water. piping, chemical products, etc.) and e) more

Furthermore, it must be emphasized that employment opportunities.

L’assainissement de base comme élément du développement économique et social (Résumé)

Les historiens n’ont pas passé sous silente la relation qui existe entre l’apogée des grandes civilisations et l’état florissant des ouvrages sanitaires. Au Brésil, l’assainissement de base a passé par des phases successives; au cours de certaines de ces phases, il attira l’attention tant du grand public que des autorités et, au cours d’autres phases, il fut relégué au second plan. Malgré l’instisance des statistiques démo- graphiques, on dispose de données qui per- mettent d’évaluer d’une manière générale les préjudices énormes causés au Brésil par les maladies qui résultent d’un manque d’hygiène et qui se reflètent dans les taux de mortalité, la diminution de l’espérance de vie, la limita- tion de la productivité, etc. Il y a plus de 20 ans, lorsque le Brésil comptait la moitié de la population actuelle, le nombre de Brésiliens qui étaient victimes de maladies dues à un assainis- sement insuffisant s’élevait, estime-t-on, à 200,000 par an.

On a calcuIé que les ouvrages d’assainisse- ment de base-notamment ceux relatifs à l’adduction d’eau-d’une ville de 500,000 habi- tants coûteraient 0.50 dollar des Etats-Unis

par habitant, soit 25,000,OOO dollars, mais l’on sait également que cette somme serait récupérée en deux ans seulement par suite de la diminu- tion des maladies et, par conséquent, des pertes qu’elles entraînent. Ce calcul présente une im- portance particulière pour le Brésil où un citadin sur trois est atteint d’une maladie grave et où sur 2,300 Mlles de plus de mille habitants,

1,700 seulement (58% ) disposent de services publics d’adduction d’eau dont la majeure partie se trouve dans des conditions précaires. A Sáo Paulo, capitale de l’Etat du même nom (plus de trois millions d’habitants en 1960), le nombre de personnes qui ne sont pas desservies par le réseau de distribution d’eau a augmenté à la cadente suivante: 400,000 en 1940, 700,000 en 1950 et 1,200,OOO en 1960.

Bien que l’approvisionnement en eau potable soit essentiel pour préserver la santée humaine, il revêt également une importance capitale pour le développement industriel et, en conséquence, pour le bien-être et la prospérité d’un peuple.

Sans eau, il ne peut y avoir d’industrialisa- tion. Pour fabriquer 1 kg de papier, il faut 200 kg d’eau; la production d’un kg d’acier nécessite 300 kg d’eau et il faut 10 tonnes d’eau pour fabriquer une automobile.

D’autre part, l’auteur fait observer que les ouvrages d’assainissement de base procurent, entre autres, les avantages immédiats suivants: a) amélioration des conditions générales de santé et, en conséquence, de la productivité de la population économiquement active; b) ré- duction du nombre de jours de travail perdus; c) augmentation de la vie économiquement productive et meilleur emploi de la main- d’oeuvre qualifiée; d) développement des in- dustries se rapportant aux ouvrages d’appro- visionnement en eau (matériel sanitaire, tuyau- terie, produits chimiques, etc.) et e) une plus grande offre d’emplois.

Referências

Documentos relacionados

Ocorre que, passados quase sete anos da publicação da Lei n o  12.651/2012 e pacificadas as discussões sobre a sua aplicação, emendas a uma medida provisória em tramitação

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Nas últimas décadas, os estudos sobre a fortificação alimentar com ferro no país têm sido conduzidos na tentativa de encontrar uma maneira viável para controle da anemia

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

6 Consideraremos que a narrativa de Lewis Carroll oscila ficcionalmente entre o maravilhoso e o fantástico, chegando mesmo a sugerir-se com aspectos do estranho,

Com o objetivo de compreender como se efetivou a participação das educadoras - Maria Zuíla e Silva Moraes; Minerva Diaz de Sá Barreto - na criação dos diversos

Mediante o impacto do paciente com o ambiente do centro cirúrgico, a equipe de enfermagem deve estar voltada para o aspecto humano do atendimento, centrando suas