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Interface (Botucatu) vol.17 número47

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Academic year: 2018

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teses

v.17, n.47, p.987-9, out./dez. 2013 987

COMUNICAÇÃO SAÚDE EDUCAÇÃO

A concepção de condição humana na prática pedagógica do professor-enfermeiro

num diálogo com o pensamento complexo

The conception of the human condition in the teacher-nurse’s pedagogic practice

in a dialogue with the complex thought

La concepción de condición humana en la práctica pedagógica del maestro-enfermero

en un diálogo con el pensamiento complejo

A formação em enfermagem vem questionando sobre o processo de profissionalização e a formação humana, o que suscita reflexões sobre como a condição humana está sendo vivenciada na sala de aula. O professor constrói com os alunos – a partir dos objetivos da aula, dos conteúdos, da metodologia, das estratégias avaliativas e do relacionamento que estabelece com eles – uma concepção de ser humano. Sendo assim, esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre a compreensão de condição humana que vem sendo construída pelo professor-enfermeiro na sua prática pedagógica.

Esta investigação é qualitativa, do tipo explicativa, tendo como cenário a Faculdade de Enfermagem – FAEN da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, em Mossoró/ RN. Contamos com a participação de quatro professores-enfermeiros, que lecionaram em disciplinas ministradas no sétimo período do curso de Enfermagem, no semestre letivo 2012.1. Para a construção dos dados, utilizamos três técnicas complementares: a observação das aulas, a entrevista semiestruturada e a entrevista reflexiva.

Os dados foram analisados à luz dos teóricos que nos alicerçam na construção deste estudo. Nesta pesquisa, além de conhecermos a concepção dos professores-enfermeiros sobre a condição humana na formação em Enfermagem, apresentamos a eles algumas ideias de Edgar Morin e solicitamos a sua opinião sobre a vivência delas no curso de Enfermagem. Morin nos propõe a experiência de um pensamento complexo, isto

é, uma forma de ver a realidade a partir das diversas perspectivas que a constituem. Enquanto resultados, os docentes-enfermeiros expuseram concepções diferentes sobre a condição de ser humano: apenas como um ser influenciado pelo contexto no qual está inserido; ou um ser que é influenciado assim como tem a possibilidade de influenciar e transformar a realidade da qual faz parte; ou, ainda, um ser movido por razões, emoções e sentimentos, que necessita dos outros para viver.

Ao observarmos as aulas, percebemos que os professores, em alguns momentos, construíram uma concepção de ser humano diferente da que expressaram na entrevista. Os docentes afirmaram que a concepção de ser humano como um ser, ao mesmo tempo, biológico, cultural, histórico, social e emotivo, que estabelece relações com outros sujeitos, proposta por Edgar Morin, pode ajudá-los a vislumbrar o aluno em outras dimensões que não seja somente a profissional. Identificamos, ainda, que os docentes, durante as entrevistas, demonstraram dificuldade de refletir sobre a sua condição de ser humano.

Essa situação está relacionada com o próprio processo de formação desses professores-enfermeiros, no qual não houve espaço para que conhecessem mais a si mesmos. Por fim, percebemos que muitos personagens continuam atuando, embora que discretamente, na formação em enfermagem: o cartesianismo, o racionalismo, o modelo biomédico. Em alguns momentos, vão mais além e levam os docentes a se distanciarem

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TESES

9 8 8 COMUNICAÇÃO SAÚDE EDUCAÇÃO v.17, n.47, p.987-9, out./dez. 2013 de si próprios. Por isso, a importância de que

outras pesquisas sejam realizadas com o intuito de pensarem estratégias que auxiliem os professores-enfermeiros a refletirem mais sobre a sua

condição de ser humano na formação em

Enfermagem, para que possam ajudar os alunos a se conhecerem mais enquanto seres humanos.

Elane da Silva Barbosa

Dissertação (Mestrado), 2013 Programa de Pós-graduação em Educação – POSEDUC, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

elanesilvabarbosa@hotmail.com Recebido em 21/07/13. Aprovado em 24/07/13.

Referências

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