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J. bras. pneumol. vol.30 número5

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Academic year: 2018

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Uma realidade

SÉRGIO SALDANHA MENNA BARRETO (TE SBPT)

Em 1977 Kenneth Moser publicou no American Review Respiratory Disease um artigo em que apresentava um abrangente estado-da-arte sobre a embolia pulmonar(1). A partir daí, parece que esta

deixou de ser uma curiosidade para os pneumologistas, para ser uma entidade com consistência, história natural e doutrina. Estudos epidemiológicos prospectivos sucederam-se à estimativa clássica de Dalen e Alpert,(2) confirmando

o impacto e a importância de se levar a sério no cotidiano a problemática da tromboembolia venosa (TEV). Avanços subseqüentes nos aspectos de diagnóstico e a introdução das heparinas de peso molecular baixo demonstraram a vitalidade do tema. Propostas eficazes de profilaxia, dúvidas sobre o melhor processo diagnóstico e os regimes de tratamento para uma entidade potencialmente tão complexa resultaram em diretrizes disciplinadoras que democratizaram sua abordagem.

Não obstante seu desenvolvimento acadêmico e científico rápido e notável, em 1990, o mesmo Moser,

em outro state-of-the art, chamava a atenção para a incidência e a taxa de mortalidade por TEV nos Estados Unidos da América que continuava “substancial e inaceitável”.(3) Urgia que se soubesse e se fizesse mais.

Em 1996, durante o XXVIII Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia em Belo Horizonte,

foi criada a comissão científica de circulação pulmonar da SBPT, com o objetivo de estimular o estudo e a abordagem das doenças que afetam a circulação pulmonar nos eventoscientíficos e no processo de educação continuada patrocinado pela entidade. Este objetivo tem sido atingido. Aumentou em muito o interesse de boa parte dos

pneumologistas pelos vários aspectos da patologia circulatória pulmonar. E – aqui entre nós -, uma entidade até então de domínio quase absoluto da cardiologia, passou a ser compartilhada pela pneumologia: a hipertensão arterial pulmonar.

Este número do Jornal Brasileiro de Pneumologia é um expressivo exemplo do que estamos falando. Quatro artigos abordam diferentes aspectos de anormalidades da circulação pulmonar.

Yoo et al (4) apresentam uma análise de achados

clínico-patológicos na TEP, originados em 24 anos de necropsias. Durante muitas décadas, os estudos post mortem constituíram-se no padrão dourado em tromboembolia pulmonar (TEP), por serem a única forma de diagnóstico de certeza. Atualmente, mesmo que os estudos prospectivos com instrumentos diagnósticos objetivos de TEP venham fornecendo informações de grande exatidão, o conhecimento advindo de correlações clínico-patológicas mantém sua importância no entendimento dos múltiplos aspectos da doença. As necropsias, quando realizadas regularmente, servem como controle de qualidade da prática assistencial e trazem uma experiênciaque enriquece o grupo e o meio. E continuam nos ensinando.

Silva et al (5) apresentam uma revisão concisa

sobre o diagnóstico por imagens da TEP aguda, com ênfase no papel da angiotomografia helicoidal. Desde o artigo inicial de Remy-Jardim et al, (6) foi

rápida e fulminante a ascensão desta técnica, para posicionar-se, inicialmente, como de confirmação e logo como de exclusão da TEP aguda. Para os centros que possuem um tomógrafo helicoidal com multidetectores e uma equipe interessada de

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radiologistas, a problemática diagóstica da TEP parece encerrada. Assim seja.

Terra-Filho et al (7) apresentam um relato de caso

que reflete a grande experiência de seu grupo no manejo cirúrgico da TEP crônica, isto é, da hipertensão pulmonar tromboembólica crônica. Sua casuística e resultados obtidos são de padrão internacional.

M a c i e l e t a l(8 ) a p r e s e n t a m u m a r e v i s ã o

igualmente concisa sobre profilaxia da TEV em p a c i e n t e s s u b m e t i d o s a p r o c e d i m e n t o s vídeolaparoscópicos, a propósito de um caso acompanhado. Avanços nos procedimento cirúrgicos, fazendo-os menos invasivos, menos cruentos e mais ágeis, não os tornam isentos de r is c o s d e T E V, m e re c e n d o a va l i a ç ã o e tromboprofilaxia correspondente.

A circulação pulmonar é uma realidade entre nós.

SÉRGIO SALDANHA MENNA BARRETO (TE SBPT) Prof. Titular da Faculdade de Medicina da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul

REFERÊNCIAS

1. Moser KM. Pulmonary embolism. Am Rev Respir Dis1977; 115:829-51.

2. Dalen JE, Alpert JS. Natural history of pulmonary embolism. Prog Cardiovasc Dis.1975; 17:259-70 3. Moser MK. Venous thromboembolism. Am Rev Respir

Dis 1990; 141:235-49.

4. Y o o H H B , M e n d e s F G , A l e m C E R . A c h a d o s c l i n i c o p a t o l ó g i c o s n a t r o m b o e m b o l i a p u l m o n a r : estudos de 24 anos de autopsias. J Bras Pneumol 2002: 30:426-32.

5. Silva IS, Müller NL. Diagnóstico por imagens do tromboembolismo pulmonar agudo. J Bras Pneumol 2004; 30: 474-9.

6. Remy-Jardim M, Remy J, Wattime L et al. Central pulmonary thromboembolism: diagnosis with spiral v o l u m e t r i c C T w i t h s i n g l e - b r e a t j h t e c h n i q u e – comparison with pulmonary angiography. Radiology 1992, 185:381-7.

7. Terra-Filho M, Ribeiro SCC, Souza R, Jatene FB. Tromboendarterectomia pulmonar em paciente com 80 anos de idade. J Bras Pneumol 2004; 30:485-7. 8. Maciel R, Menna Barreto SS. Tromboprofilaxia na

colecistectomia videolaparoscópica. J Bras Pneumol 2004; 30:480-4.

O Jornal Brasileiro de Pneumologia (JBP) manteve contínuo processo de aprimoramento ao longo de seus 30 anos. As mudanças recentes estiveram intimamente ligadas a Internet. A idexação do JBP na base de dados SciELO(1) permitiu o acesso gratuito e integral do

conteúdo do JBP não só em português, mas também em inglês (www.jornaldepneumologia.com.br ou alternativamente www.scielo.br/jbpneu). Atualmente Editores Associados no Brasil e exterior, participam diretamente de todo o processo de revisão dos artigos, desde a sugestão de revisores até a decisão final. Esse processo seria inimaginável sem o auxílio da Internet. Na outra ponta, o número de artigos submetidos ao JBP saltou de 77 em 2002 para 134 em 2003. Apoiado nas facilidades de comunicação, aumentamos em paralelo o número de revisores ad hoc, que saltou de 53 em 2002 para 130 em 2003. Com isso conseguimos que o tempo médio da primeira revisão caisse de 44 +

32 para 29 + 16 dias(2). A agilidade veio sem perda da

qualidade das revisões, o índice de rejeição de artigos tem na realidade aumentado.

Nesse momento estamos na fase final de implementação de programa que facilitará a submissão e revisão dos artigos, que serão feitos integralmente na Internet. Convidamos todos os membros da sociedade, incluindo autores, revisores e pesquisadores que tenham interesse em contribuir com o JBP, a preencher o seu cadastro via internet. Uma vez conectado, você não perderá mais do que alguns minutos. O cadastro é simples, e será essencial para atualizarmos o nosso banco de dados.

Acesse: www.jornaldepneumologia.com.br/sgp Preencha o seu cadastro agora

GERALDO LORENZI-FILHO(TE SBPT)

EDITOR

REFERÊNCIAS

1. Queluz, THAT. Admissão do Jornal de Pneumologia na SciELO Brasil: uma vittória com novos desafios. J Pneumol 2002;28:IX-X

2. Lorenzi-Filho, G. O espírito do Jornal de Pneumologia. J Pneumol 2003;29:335.

Referências

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