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PESQUISA SOBRE A SITUAÇÃO DO SUAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA COVID-19, EM MATO GROSSO DO SUL

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PESQUISA SOBRE A SITUAÇÃO DO SUAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA COVID-19, EM MATO GROSSO DO SUL

Realização: Frente Sul Mato-Grossense em Defesa do SUAS, da Seguridade Social e dos Direitos Humanos- FRENTESUAS/MS

Elaboração:

*A S Carmen Ferreira Barbosa

*A S Valdete de Barros Martins

Colaboração:

A S Enilda Lemos

*A S Hirley R. Neves Sena

*Psic. Karina Bastiani Rodrigues A S Ledi Ferla

Apoio Técnico:

Vanessa Scaquete Vilma dos Santos Ramos

*Integrantes da Coordenação da Frente Sul Mato-Grossense em Defesa do SUAS, da Seguridade Social e dos Direitos Humanos: CRESS/MS; SINTSPREV; Fórum dos Trabalhadores do SUS; Fórum dos Trabalhadores do SUAS.

Campo Grande- MS/2020

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PESQUISA SOBRE A SITUAÇÃO DO SUAS, NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA COVID-19, EM MATO GROSSO DO SUL

Apontamentos sobre a conjuntura e o processo de organização

A atual conjuntura brasileira, com a chegada do COVID-19, se apresenta como enorme desafio, uma questão de saúde pública sem precedentes, por se tratar de uma pandemia que exige ações políticas, econômicas e sociais por parte principalmente dos governos.

É uma realidade que demandas urgentes articulações na direção do enfrentamento dessa calamidade que tem assolado todos os continentes, causando milhares de mortes, entre outras consequências, e que têm transformado o cotidiano de milhões de pessoas no mundo, atingindo com maior gravidade as pessoas pobres e vulneráveis. Trata-se de uma situação inigualável, que exige de todos os governos em âmbito Federal, Estadual, do Distrito Federal e Municipal, vontade política com múltiplos esforços na priorização de recursos que viabilizem o alcance da proteção social e econômica, especialmente aos, às trabalhadores /as mais pobres, aqueles que vivenciam o cotidiano da informalidade e do desemprego.

No Brasil, a conjuntura está acirrada por diversos fatores que se destacam especialmente pela quase ausência do governo federal no enfrentamento da crise, haja vista, a falta da adoção de politicas públicas para combater a pandemia, que já atinge milhares de mortes, além de outras situações que agravam a vida dos/as trabalhadores/as em situação de desemprego, na informalidade, em situação de violência e outras formas de vulnerabilidades e riscos. Nesse contexto, o cenário se agrava com as medidas já adotadas anteriormente como no caso da aprovação da Emenda Constitucional 95/2016, a chamada “PEC da Morte”, além das reformas trabalhistas e previdenciárias. Está em andamento as politicas ultraliberais, tendo em vista, por exemplo, os recursos federais terem sido reduzidos e não apenas congelados.

No contexto do Sistema Único de Assistência Social-SUAS, o cenário é extremamente preocupante, pois a direção construída para o fortalecimento do Sistema por mais de uma década, percorria o avanço para consolidar o direito à Assistência Social, luta empreendida desde a CF-88. Após a aprovação do 2º Plano Decenal- SUAS Acessível a Todos- 2016 a 2026, inicia-se a desestruturação dos Sistemas Públicos e, nesse contexto, o SUAS passa a sofrer ataques com perdas constantes que rebatem diretamente na oferta e prestação de serviços que concretizam os direitos socioassistenciais (repasses não realizados, demissão de profissionais, escassez de concurso público para atender a insuficiência quantitativa de recursos humanos na rede, realização de concursos públicos sem o chamamento e admissões dos aprovados compatível com a necessidade, desrespeito às instâncias de deliberação, equipamentos/unidades fechados ou extintos, entre outros). Um exemplo importante desse processo foi a negativa da realização da última Conferência Nacional de Assistência Social.

Está em andamento a ruptura com os compromissos da democracia, da participação social, da justiça e da liberdade.

Sabemos que o Estado de MS tem uma rede com capilaridade em todas as regiões, (ou seja, pelo menos um Centro de Referência de Assistência Social- CRAS em cada município) e isto se deve ao fato, especialmente do compromisso assumido pelos gestores nos dez primeiros anos de implantação do SUAS-2004-2015, período em que se deu a implantação e consolidação do primeiro Plano Decenal de Assistência Social. Podemos perceber que, nesse período, houve um

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3

compromisso e respeito ao Pacto Federativo e consequentemente com a participação social, com as deliberações das instâncias de controle social.

A Frente Estadual Sul Mato-grossense em Defesa do SUAS, da Seguridade Social e dos Direitos Humanos, criada em abril de 2020, congregando mais de 20 entidades, conselhos de categorias profissionais e conselhos de políticas públicas, fóruns, sindicatos ,partidos políticos e profissionais, entre outros, que se uniram na direção de articular-se para denunciar as diversas iniciativas governamentais que desconstroem o grande patrimônio conquistado duramente na Constituição Federal de 1988, o Estado de Proteção Social, este, que durante mais de vinte anos foi se estruturando por meio de sistemas públicos, pactuados, descentralizados e participativos na direção da garantia dos direitos sociais e humanos.

Importante afirmar que a Frente Estadual referenda todas as manifestações e as iniciativas da Frente Nacional em Defesa do SUAS, pois entende-se que é necessário somar esforços em defesa e fortalecimento desse importante Sistema Público que por meio de sua estrutura capilarizada no Brasil, com mais de oito mil CRAS, mais de dois mil CREAS, entre outras unidades públicas consegue ser referência no acesso aos serviços e benefícios primordiais à população em situação de pobreza e vulnerabilidade. O SUAS conta com milhares de trabalhores/as, que são fundamentais para manter a qualidade dos serviços e benefícios ofertados.

Nessa conjuntura é fundamental reafirmar o SUAS com a estrutura que foi consolidada nesses anos, conforme apontamentos da Frente Nacional em Defesa do SUAS:

O SUAS é fundamental para assegurar ao cidadão o direito à proteção social, materializada nas seguranças de renda, sobrevivência, acolhimento e convivência.

Considerando este patamar ético e jurídico, a política pública de assistência social foi considerada como serviço público e atividade essencial durante a pandemia do COVID19, por meio do Decreto Federal nº 10.282, de 20/03/2020, que regulamenta a Lei Federal nº. 13.979, de 6/02/2020. Esse reconhecimento público da situação de emergência e de calamidade nacional cria condições para adoção de medidas a serem adotadas pelo Estado em âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, dado o caráter de excepcionalidade da pandemia. ( Frente Nacional em Defesa do Sistema Único de Assistência Social- abril /2020)

Nesse contexto, a Frente Sul Mato-Grossense em defesa do SUAS, Seguridade Social e Direitos Humanos definiu a realização de uma Pesquisa por meio da utilização de questionário, englobando as 09 (nove) regiões do Estado de MS, com a participação de no mínimo, 30% dos municípios de cada região para realizar a pesquisa.

O Estado de Mato Grosso do Sul conta atualmente com 79 municípios, sendo 50 de Pequeno Porte I, 24 de Pequeno Porte II , 1 município de Médio Porte e 4 de Grande Porte.

O objetivo da pesquisa é conhecer o processo de enfrentamento da Pandemia nos municípios, buscando levantar dados a incidência de pessoas contaminadas, como foi o processo de organização do município quanto ao papel e a função do Sistema Único de Assistência Social, como esse Sistema se organizou para manter a oferta dos serviços e benefícios, se houve a restrição de serviços, quais medidas foram adotadas, qual foi a organização para garantir a proteção dos trabalhadores/as do Suas, como se deu a relação com o controle social, a relação intersetorial, quais as demandas que se apresentaram como prioritárias. Na mesma direção conhecer como se deu o tratamento a usuários, em especial, a população de rua: se receberam acolhimento, vacinação, entre outras medidas adotadas. Procurou saber sobre a relação com o recebimento do auxilio emergencial,

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4

igualmente indagou-se sobre o recebimento do recursos adicionais que foram previstos para enfrentar as situações relacionadas ao COVID-19.

Foram aplicados 26 formulários a profissionais do SUAS (na grande maioria assistentes sociais) indicados de forma aleatória, para participar da pesquisa. Em nota sobre os esclarecimentos da pesquisa, abriu-se a possibilidade do formulário ser respondido em grupo. Nesse sentido houve pequeno retorno das respostas em grupo.

A pesquisa demonstrou que o fato da maioria dos/as participantes estar na Proteção Social Básica, na oferta dos serviços sócioassistenciais, dificultou a elaboração adequada das respostas, pelas questões estarem relacionadas a aspecto da gestão, da participação em instâncias de participação e controle social.

A Frente Sul Mato-Grossensse em Defesa do SUAS, da Seguridade Social e dos Direitos Humanos avalia a necessidade de acompanhar o desenrolar da pandemia e o impacto da COVID-19 nos Municípios, no processo de trabalho dos profissionais do SUAS e no rebatimento da oferta de serviços aos usuários do SUAS. Dada a importância da coleta de dados , a pesquisa torna se um instrumento para balizar ações, iniciativas e estratégias na qualificação dos serviços e na proteção dos trabalhadores e usuários do SUAS.

Quanto à participação dos municípios, por região (conforme Figura 1), a previsão se daria por uma amostra de 30% do total dos Municípios, incluindo todas as regiões no percentual definido, o que totalizaria 26 municípios, no entanto, obtivemos resposta de 17 municípios. Destaca-se que a região central contou com 30% de participação, sendo a maior, seguida da região oeste de 23%, na sequência as regiões sul e leste com 18%. A região Norte teve a participação de 6%, apresentando menor número de respostas. A não exigência de prazo, para a devolutiva e a falta de motivação dos/das profissionais em responder às questões, influenciou na pequena participação.

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5 1. Levantamento dos dados dos municípios por região

Figura 1 – Municípios por Região

18%

18%

24%

6%

35%

CENTRO LESTE OESTE NORTE SUL

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Figura 2 – Quantidade de Municípios por Porte

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Porte

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

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6

Municípios por Porte (Figura 2). Quanto ao porte dos municípios, a Politica Nacional de Assistência Social ressalta:

A dinâmica populacional é um importante indicador para a Política de Assistência Social, pois ela está intimamente relacionada com o processo econômico estrutural de valorização do solo em todo território nacional, destacando-se a alta taxa de urbanização.. (PNAS/2004)

O Estado de Mato Grosso do Sul conta com 79 municípios acompanha essa dinâmica, pois as 4 maiores cidades concentram mais da metade da população, já os outros 74 municípios restantes são de Pequeno Porte I e II. Observa-se nesse caso, a classificação da PNAS/2004:

•Municípios pequenos 1: com população até 20.000 habitantes

• Municípios pequenos 2: com população entre 20.001 a 50.000 habitantes Municípios médios: com população entre 50.001 a 100.000 habitantes

• Municípios grandes: com população entre 100.001 a 900.000 habitantes

• Metrópoles: com população superior a 900.000 habitantes

Relacionado a participação dos municípios na pesquisa, conforme gráfico abaixo, nota-se a participação dos municípios de pequeno porte I, seguido do pequeno porte II, o que torna-se importante, pois é a maior concentração de municípios. De outro lado, a pesquisa contou com a participação do total de municípios de grande e médio porte, o que favorece uma análise, sobre a participação dos municípios na pesquisa.

2. No seu Município existem casos de pessoas contaminadas pelo COVID-19?

Figura 3 – Casos de Pessoas Contaminadas por Município x Porte

PP1 PP2 MP GO

0 1 2 3 4 5 6

Sim Não NR

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

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7

A pandemia relacionada ao COVID 19 teve início no Brasil em fevereiro de 2020, os casos foram em uma crescente, no período da pesquisa, de acordo com dados divulgados pela imprensa tínhamos mais de 130 mil mortes no país. No Estado de Mato Grosso do Sul, os primeiros registros, são do mês de março de 2020. O envio dos formulários realizou-se no mês de maio de 2020. Até a semana do envio dos formulários, apenas 1 município respondeu não haver nenhum caso e outro que não respondeu, os demais, todos com estatística da COVID-19 presente, conforme Figura 3.

(casos de pessoas contaminadas). Essa realidade já demandava a necessidade de organizar-se, para fazer o enfrentamento da pandemia.

3. Quais iniciativas foram tomadas para encaminhar as ações referentes à Pandemia?

a) Foi Constituído Comitê de Crise?

Figura 4 – Constituição de Comitê de Crise

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

Sim Não NR

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Figura 4, que trata da constituição do Comitê de Crise, verificou-se como cada município participante da pesquisa estava se organizando. É fundamental compreender que iniciativas foram tomadas para a constituição dos Comitês ou ação similar que indicasse a realização de alguma forma de planejamento:

Processos de planejamento são necessários para lidar com problemas, especialmente quando são complexos, o que pressupõe atuação de diferentes atores. Planeja-se para organizar a ação de coletivos, para estimar os recursos necessários, para projetar futuro e para desenvolver ações que permitam que esse futuro seja possível.

( GOMES e TORRES.abril.2020)

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8

Percebe-se como essa ação torna-se imprescindível para o enfrentamento de emergências, calamidades e nesse momento a situação da pandemia, por isso conforme Gomes e Torres (2020),

“...registre-se que o Plano de Contingenciamento, é um documento circunscrito ao desastre e obrigatório nestas situações para conseguir o devido financiamento e para dar visibilidade e transparência as ações.”

O Comitê de Crise, estratégia criada pelos Municípios para o enfrentamento da pandemia, foi constituído na maioria dos Municípios pesquisados, apenas 2 responderam não ter criado e 3 não responderam.

b) Possui representantes de Usuários?

c) Possui representantes do Controle Social?

Tabela 1 – Participação no Comitê de Crise Participantes Gestor da Assistência

Social

Representantes dos Trabalhadores

Representação de Usuários PP1

SIM 3 1 1

NÃO 1 3 3

NR 3 3 3

TOTAL 7 7 7

PP2

SIM 3 0 0

NÃO 2 4 5

NR 0 1 0

TOTAL 5 5 5

MP

SIM 1 1 0

NÃO 0 0 1

NR 0 0 0

TOTAL 1 1 1

GP

SIM 1 1 0

NÃO 2 2 2

NR 1 1 2

TOTAL 4 4 4

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

O que se observa quanto à constituição do Comitê, conforme Tabela.n. 1 é uma menor participação dos gestores de assistência social, no total dos 17 municípios, 08 participaram na composição do grupo, o que denota a percepção da politica no contexto das outras politicas. A politica de Assistência Social ainda precisa ser mais valorizada e ter mais visibilidade no contexto das demais politicas.

Buscou-se saber também sobre a participação dos trabalhadores e usuários. Relacionado a participação dos trabalhadores, observou-se que esta também teve uma presença tímida na constituição do Comitê. Sobre a participação dos usuários nota-se que este segmento praticamente não se fez presente, na organização do Comitê de Crise, constatando-se um déficit de participação

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da sociedade civil, especialmente quando a legislação da Assistência Social afirma a necessidade desse segmento se fazer presente nas decisões sobre a politica.

4. Foi elaborado um Plano de Contingenciamento da Secretaria de Assistência Social?

a) O Conselho Municipal de Assistência Social aprovou o Plano?

Figura 5 – Plano de Contingenciamento da SAS

PP1 PP2 MP GP

0 1 2 3 4 5 6 7

Sim Não NR

Em Elaboração

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

O Plano de Contingenciamento de acordo com sugestões da Confederação Nacional dos Municípios

“é um instrumento de planejamento preventivo como uma alternativa para a organização/reorganização da oferta dos serviços socioassistenciais em tempos de adversidade, como os que comprometem o fluxo normal de atividades”. (CNM-2020)

Na pesquisa em análise, conforme Figura 5, apenas 3 municípios afirmam ter elaborado o Plano e o outro observa estar ainda em elaboração. Conforme o resultado, a grande maioria dos Municípios não elaborou o Plano, que pode ter ocorrido devido a alguns fatores: um deles é a necessidade do município ter editado por decreto, situação de calamidade e emergência por ato do Prefeito. No sentido de contribuir com esse processo, várias orientações por parte dos governos, assim como da Frente Nacional em Defesa do SUAS foram editadas.

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10

5. O Conselho Municipal de Assistência Social está realizando reuniões?

Figura 6 – Realização de Reuniões pelo CMAS

PP1 PP2 MP GP

0 1 2 3 4 5 6

Sim Não NR

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

No que diz respeito ao aspecto do controle social relacionado à assistência social, ou seja, a participação e acompanhamento dos conselhos municipais de assistência social, a maioria dos Municípios afirmou estar realizando suas reuniões de acordo com o calendário do Conselho, apenas 1 disse não estar realizando reunião, e dois, não responderam, conforme Figura 6.

O controle social realizado pelos conselhos de assistência social é uma das importantes Diretrizes estabelecida na Lei Orgânica de Assistência Social -LOAS, sustentado na Constituição Federal de 1988. Os Conselhos são instrumentos fundamentais no processo de acompanhamento e aprovação das ações da politica no município, especialmente nos encaminhamentos e decisões relacionadas à aprovação de ações e recursos que impactam a oferta/demanda dos serviços socioassistenciais, assim como, questões demandadas pelos usuários/trabalhadores e rede de serviços, para garantir a politica de assistência social como um serviço essencial, neste contexto de pandemia.

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11 Figura 7 – Tipo de Reunião

Presencial Remota NR Só Urgência

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5

PP1 PP2 MP GP

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Quanto à modalidade de reuniões, foi perguntado se as mesmas ocorreram de forma presencial ou remota. Conforme figura 7, dos 10 municípios que responderam, 6 afirmaram que as reuniões estão sendo remotas, 4 presenciais e 6 não responderam, 1 afirma realizar apenas reunião de urgência. Os dados mostram que existe uma preocupação com relação as recomendações das autoridades sanitárias, sobre o processo de isolamento.

6. Referente as Unidades de Atendimentos CRAS, CREAS, Centro Pop, Serviços de Acolhimento e Outros Serviços, neste contexto da pandemia:

a) Qual o horário de funcionamento?

(12)

12 Figura 8 – Horário de Atendimento das Unidades Públicas

PPI PPII MP GP

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

Horário Integral Meio Período

Fonte:

Pesquisa de Campo (2020)

Quanto ao horário de atendimento das Unidades Públicas, dez municípios afirmam que o horário é integral e sete relatam ser meio período, conforme Figura 8.

A questão do horário deve ser ponto de reflexão, pois a Assistência Social é politica essencial de acordo com medidas tomadas por órgãos governamentais, como se constata edição de Decreto abaixo:

...Conforme Decreto nº 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, a Assistência Social e o atendimento à população em estado de vulnerabilidade constam da relação dos serviços públicos e atividades essenciais, considerados nos termos do referido Decreto como "aqueles indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência a saúde ou a segurança da população" (§1º). (Portaria 54. 02/04/2020.Ministério da Cidadania/Secretaria Especial do Desenvolvimento Social/Secretaria Nacional de Assistência Social )

Nessa direção buscando adequações com base nas orientações realizadas pelo governos e nas indicações dadas pelos órgãos sanitários, observa-se que foram adotadas medidas de atendimento em meio período, fato este comentado pelas participantes da pesquisa, que alegaram, dificuldade no cumprimento da medida, devido ao reduzido número de trabalhadores/as do SUAS nas Unidades Públicas. Percebe-se que os investimentos na área dos recursos humanos são insuficiente, escassa realização de concursos, contratos temporários que prevalece como politica adotada pelos municípios.

Neste quesito é oportuno observar que as Portarias editadas pelo Ministério da Cidadania, Secretaria Nacional de Assistência Social relacionado ao Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família

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(Paif), Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefil), Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Especial, atenção aos idosos, à população em situação de rua e comunidades tradicionais, indicaram a compatibilização à aplicabilidade da Portaria MC 337/2020, conforme as normativas e as condições de saúde pública local. De acordo com a referida norma, assim foi definido:

suspender temporariamente eventos, cursos de formação, oficinas, entre outras atividades coletivas;

Fazer uso do Índice de Gestão do Suas (IGD-SUAS) na organização e no desenvolvimento das ações destinadas a prevenir e mitigar riscos e agravos sociais decorrentes da pandemia do coronavírus que impliquem desassistência;

evitar a concentração e a proximidade de pessoas no ambiente de trabalho;

recomenda-se suspender visitas domiciliares. Caso elas sejam necessárias, os profissionais devem seguir as orientações de cuidados estabelecidos pelos órgãos de saúde;

ficam suspensas as atividades coletivas e os grupos de convivência realizada pelo serviço, até novas orientações dos órgãos competentes;

realizar triagem a partir dos prontuários – físicos, digital, RMA, PAF, quais são as famílias em situação de insegurança alimentar ou que estejam em situação de violência, para atendimento;

organizar grupos de WhatsApp por grupo de serviço socioassistencial para manter os usuários do Suas informados;

organizar relatórios semanais sobre demandas e tomadas de decisões para possível necessidade de divulgação e/ou acolhimento da população;

que cada oficineiro, facilitador de oficina e/ou educador físico, possa segundo o Plano de Ação de Assistência Social gravar informativos e/ou vídeos sobre suas oficinas, a fim de manter a população ativa;

realizar videoconferência para debater temas de interesse dos grupos de usuários dos serviços socioassistenciais;

realizar atendimentos via videoconferência, excepcionalmente, seguindo as recomendações do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS);

compartilhar leituras abordando medidas de prevenção à COVID-19, e direitos socioassistenciais, via grupo de WhatsApp;

divulgar cursos gratuitos na modalidade EAD para que a população tenha acesso;

listar e divulgar filmes, considerando ciclos de vida dos usuários dos serviços socioassistenciais, de preferência com plataformas para download.

Registra-se que na mesma Portaria constam orientações relacionadas aos Serviços de Acolhimento Institucional, Comunidades Tradicionais e Transferência de Renda e Beneficios Eventuais.

b) Quais Serviços que estão disponíveis nas Unidades de Atendimento?

c) Quais Serviços estão sendo realizados de forma Presencial.

Conforme quadro 1, (abaixo) relacionado aos serviços disponíveis percebe-se que houve um esforço da gestão e das equipes de adequarem-se as normativas, observando –se a realidade particular de cada município.

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14

Quadro 1 – Serviços Ofertados – Presencial/Remoto/Suspenso

Porte Presencial Remoto Suspenso

PP1

Benefícios Eventuais (5) Continua com todos os serviços (1)

Funcionamento do CREAS e urgência (1)

SCFV (1)

Serviços são agendados por wattsap (1)

Nenhum serviço está ofertado de forma remota (1)

SCFV suspensos (4) Não respondeu (3)

PP2

Benefícios Eventuais (5) Acolhida, Cadúnico (3) Visitas domiciliares (2)

Orientação via telefone (1) Serviço remoto (2)

SCFV (2)

Não respondeu (1)

SCFV (1) Não respondeu (1)

MP Todos os serviços continuam normalmente

GP

Beneficio Eventual, visitas domiciliares(2)

Situações de violência e risco (1)

Agendamentos por telefone (1) Reunião com a rede (1)

Não tem nenhum serviço remoto (2)

SCFV (3)

Não Respondeu (1)

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

7.Como se dá a relação intersetorial do SUAS com as outras politicas públicas, no âmbito da Seguridade Social e outras?

8. Na atual conjuntura, houve alguma articulação com outras politicas na perspectiva do enfrentamento da Pandemia?

(15)

15

Quadro 2 – Relação Intersetorial e Articulação com Outras Políticas

Porte Relação Intersetorial Articulação com Outras Políticas

PP1

Não respondeu (6) Boa relação (1)

Politica de Saúde (5)

Educação, Meio ambiente e Segurança Pública /Guarda Municipal (1)

Não respondeu (1)

PP2

Outras politicas (1)

Conselhos para denunciar situações de risco (1) Não Respondeu (1)

Politica de Saúde (3) Politica de Educação (1) Não respondeu (1)

MP Outras politicas (1) Saúde e Segurança Pública (1)

GP

Não respondeu (1) Difícil relação (1)

Mantém relação por telefone (1) Mantém articulação (1)

Politica de Saúde (1)

Não destaca nenhuma politica (2)

Governo do Estado na distribuição de cestas básicas (1)

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Quanto a relação intersetorial, de acordo com o Quadro 2 (acima), percebe-se que houve maior articulação com a politica de saúde, o que de fato pode gerar um maior alcance da proteção social às pessoas e famílias que demandam o acesso aos serviços públicos. Entende-se que a intersetorialidade é uma das estratégias basilares, dada sua importância para integração das politicas públicas, especialmente no enfrentamento das situações vivenciadas nesta conjuntura. De outro lado reforça-se que um dos objetivos da Lei Orgânica da Assistência Social é “Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. (Paragrafo único, art.2º da Lei 8.742/93)

(16)

16

9. As equipes de Referência das Unidades de Atendimento estão completas?

10. As Equipes possuem EPIs?

Tabela 2 - Unidades de Atendimento x Equipes Completas

Porte CRAS CREAS Centro POP SCFV

Sim Não NR Sim Não NR Sim Não NR Sim Não NR

PP1 4 2 1 2 3 2 * 1 3 2 2

PP2 2 3 2 3 3 2

MP 1 1 1 1

GP 2 2 3 1 2 1 1 3 2

TOTA

L 9 7 1 8 6 3 3 1 2 10 6 2

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

No quesito relacionado aos recursos humanos, trata-se de uma das prioridades para que os serviços sócios assistenciais cheguem de fato, como direito aos usuários da politica. Conforme a Lei Orgânica de Assistência Social, Lei 8.742/1993, art.6º, paragrafo único “A formação das equipes de referência deverá considerar o número de famílias e indivíduos referenciados, os tipos e modalidades de atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários, conforme deliberações do CNAS”.

Na mesma direção, há considerável legislação relacionada à questão dos recursos humanos incluindo-se como referência, a Norma Operacional dos Recursos Humanos-NOB/RH/2006, aprovada pelo CNAS, conforme resolução n. 269/2006. Portanto essa normativa, além de outras complementares, exige uma atenção especial para que o SUAS consolide uma gestão com capacidade técnica, ético e politica.

Observa-se, o que já foi comentada na questão anterior, insuficiência de RH, praticamente 50% das equipes estão incompletas, isto reflete a realidade vivida hoje pelo SUAS. Nota-se que desde 2016, há evidências de uma politica de desfinanciamento do SUAS, ressaltando-se como fato gerador desse processo, a aprovação da Emenda Constitucional 95, seguidas de diversas reformas introduzidas pelos governos, seguidamente. Esse desfinanciamento tem efeito direto na vida das famílias, nos mais diversos municípios do Brasil.

(17)

17 Figura 9 – Equipes com EPIs

PPI PPII MP GP

0 1 2 3 4 5 6

Sim Não NR

Na Figura 9, sobre a existência ou não de EPIs, observa-se que no contexto da crise que vivenciamos, agravada pela pandemia, é oportuno trazer como contribuição, trecho do texto produzido pela Frente Nacional em Defesa do SUAS, que em sua segunda manifestação, assim reflete:

Na pandemia do Covid-19 agrava-se ainda mais esse quadro quando reconhecemos que as equipes de referência dos serviços socioassistenciais atuam junto às populações sem acesso aos direitos básicos que lhes permita o isolamento e distanciamento sociais recomendados para a prevenção do contágio pelo coronavírus. Sofrem violações de direitos, desde a insuficiência de condições materiais para garantia de sua sobrevivência, a precariedade do trabalho tanto formal quanto informal, até o direito à moradia digna, pois vivem, muitas vezes, em domicílios que não tem espaço para o isolamento dos membros familiares e idosos contaminados exigidos para o combate ao coronavírus e, em muitas situações, sem acesso ao tratamento sanitário público e água potável para os cuidados de higiene.(FNDSUAS/abril2020).

Os trabalhadores/as do SUAS responsáveis pela oferta dos serviços socioassistenciais mesmo enfrentando dificuldades, tornam-se referência para garantir e encaminhar que as/os cidadãs e cidadãos possam ter seu direito de acesso garantido.

Cabe nesta reflexão trazer o posicionamento do Fórum Nacional de Trabalhadores/as do Suas sobre o momento atual de pandemia no país, ( março de 2020). O FNTSUAS elaborou nota às/aos trabalhadoras/es do SUAS defendendo importantes pontos, transcritos aqui do texto Trabalho e Trabalhadores do SUAS/ NOTA TÉCNICA DO NEPSAS/2020.

-Relações e condições de trabalho na defesa da PNAS/SUAS/Seguridade Social, capaz de efetivar um sistema de proteção social;

-Compreender a emergência da situação de pandemia e que requer medidas imediatas;

(18)

18

-Apelo a necessidade de uma análise mais ampla sobre a conjuntura atual e a possibilidade de catástrofe à população;

-Atenção aos trabalhadores informais, população em situação de rua, idosos, comunidades e povos tradicionais, pobreza e extrema pobreza frente a necessidade de reclusão e isolamento, condições de vida e sobrevivência agravadas e vínculos ameaçados;

-Compreender a importância dos serviços socioassistenciais dada a falta de condições básicas da família, dos grupos e comunidades que os buscam;

-Defesa pela garantia de condições de trabalho para o conjunto de trabalhadores do SUAS, seja pela iniciativa pública ou da rede socioassistencial, haja vista que o contexto afeta diretamente o trabalho nos diferentes espaços profissionais;

-Preservação da saúde e do bem-estar dos trabalhadores sociais e usuários tendo em vista o processo gradativo de precarização continuada dos serviços, equipes reduzidas, falta de recursos que colocam ambos (trabalhador e usuário) em riscos;

-Observar as orientações de conselhos profissionais e normas regulamentadoras;

-Fomento ao tele trabalho, home-office e rodizio de equipes, observando recomendações; e,

-Suspensão de atividades grupais e coletivas; em atenção individualizada ter condições adequadas e espaços ventilados. (Gouveia e outros - TRABALHO E TRABALHADOR DO SUAS- NEPSAS/PUC/SP-2020)

11. Os Trabalhadores do Sistema SUAS, na Pandemia, tem adoecido mais?

Figura 10 – Adoecimento de Trabalhadores do SUAS

PP1 PP2 MP GP

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Sim Não NR

(19)

19 Quadro 3 – Doenças mais Frequentes

Porte Doenças Mais Frequentes PPI

Sintomas de Ansiedade (2) Stress (1)

Não Respondeu (4)

PPII

Gripes, resfriados, fobias, medos, hipertensão, Rinites, alergias (1)

Caráter Psiquiátrico (1)

MP Não Respondeu

GP 01- Doenças Psicossomáticas

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Relacionado a questão da saúde dos trabalhadores do SUAS, observa-se que a resposta do conjunto de municípios de PPI, PPII, GP afirmam que os trabalhadores/as tem adoecido mais, sendo apontados sintomas de ansiedade, stress, gripes, resfriados, fobias, medos, hipertensão , doenças de caráter psiquiátrico e doenças psicossomáticas.

Nesse sentido, concordamos que:

É importante considerar que diante desse contexto são esperados os sentimentos de medo, letargia e impotência em toda a população e de modo especial, nos profissionais que lidam diretamente com os impactos da doença, como o isolamento e o distanciamento social. É esperado que exista o temor por suas famílias e pela própria saúde. (Frente Nacional em Defesa do SUAS- Informe 2-Maio/2020)

Ressalta-se que o texto assinala “O sofrimento emocional da trabalhadora e do trabalhador não é uma questão individual. Situações como as de pandemia e em especial a COVID-19 (ainda sem vacina, nem remédios e com alto grau de contágio) trazem o desconhecido e na sequência, muitas inseguranças” (FNSUAS/março de 2020)

Na mesma direção, o Fórum Nacional dos Trabalhadores do SUAS afirma:

A saúde e bem-estar de trabalhadores/as e usuários/as devem ser preservados, quando temos enfrentado processos de precarização dos serviços ofertados, equipes reduzidas, falta de equipamentos que acabam por colocar em risco tanto os/as trabalhadores/as, como os/as usuários/as dos serviços prestados. (Nota FNTSUAS/março de 2020)

12. Os Trabalhadores do SUAS foram vacinados Contra Influenza e H1N1?

13. Informe se o equipamento / serviço, buscou isoladamente vacinas para sua equipe, junto ao Centro de Saúde local.

(20)

20

Figura 11 – Vacinação dos Trabalhadores Contra Influenza e H1N1

PPI PPII MP GP

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

Sim Não Branco

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Conforme Figura 11, observa-se que o número de profissionais vacinados não foi significativo. Por outro lado, verifica-se que no PPII e GP, o número de profissionais que receberam a vacina está igual aos que não receberam. Já no PPI, a grande maioria não recebeu a vacina. No município de MP, recebeu.

14. Houve redução de salários dos servidores do SUAS, neste período de Pandemia?

15. Houve aumento da jornada de trabalho e de salários dos servidores do SUAS neste período de Pandemia?

(21)

21 Figura 12 – Redução de Salários de Trabalhadores

PP I PP II MP G P

0 1 2 3 4 5 6

NR NÃO SIM

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

A maioria dos municípios, conforme Figura 12, afirma não ter havido redução de salários, destacando que as respostas, especialmente do Grande Porte-GP conclui ter havido redução de salários, porém não há comentários com maiores detalhes.

Na pergunta sobe o aumento da jornada, aliada ao aumento de salários, a grande maioria afirmou não ter havido aumento da jornada, ressaltando-se que um percentual de municípios, especialmente do PPII, não responderam a questão.

a) Aumento de Jornada

(22)

22 Figura 13 – Aumento da Jornada de Trabalho

PPI PPII MP GP

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

SIM NÂO NR

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Figura 14 – Aumento de Salário

PPI PPII MP GP

0 1 2 3 4 5 6 7

SIM NÂO NR

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

(23)

23

16. Quanto à relação com os usuários/oferta de serviços e benefícios emergenciais, quais Serviços são ofertados aos usuários no CRAS?

Quadro 4 - Serviços Ofertados nos CRAS

Porte Serviços Ofertados

PP I

Programa de Atendimento Integral a Família – PAIF (Remoto) SCFV 0 a 6 anos, 7 a 15 anos, 16 a 17 anos e idosos (Remoto) Serviço em domicílio para Pessoa Idosa e PcD

Benefícios eventuais

Benefício de Prestação Continuada – BPC e outros (orientação e acompanhamento) Acompanhamento das condicionalidades do Bolsa Familia e CAD Único

Acolhida em situações especiais.

Visita domiciliar

Acompanhamento familiar remoto

Atendimento específico de orientação e viabilização do Auxílio Emergencial

PPII

Programa de Atendimento Integral a Família – PAIF (Remoto) SCFV 0 a 6 anos, 7 a 15 anos, 16 a 17 anos e idosos (Remoto) Serviço em domicílio para Pessoa Idosa e PcD

Benefícios eventuais

Benefício de Prestação Continuada – BPC e outros (orientação e acompanhamento) Acompanhamento das condicionalidades do Bolsa Familia e CAD Único

Acolhida em situações especiais.

Visita domiciliar

Acompanhamento familiar remoto

Atendimento específico de orientação e viabilização do Auxílio Emergencial

MP

Programa de Atendimento Integral a Família – PAIF (Remoto) SCFV 0 a 6 anos, 7 a 15 anos, 16 a 17 anos e idosos (Remoto) Serviço em domicílio para Pessoa Idosa e PcD

Benefícios eventuais

Benefício de Prestação Continuada – BPC e outros (orientação e acompanhamento) Acompanhamento das condicionalidades do Bolsa Familia e CAD Único

Acolhida em situações especiais.

Visita domiciliar

Acompanhamento familiar remoto

Atendimento específico de orientação e viabilização do Auxílio Emergencial

(24)

24 GP

Programa de Atendimento Integral a Família – PAIF (Remoto) SCFV 0 a 6 anos, 7 a 15 anos, 16 a 17 anos e idosos (Remoto) Serviço em domicílio para Pessoa Idosa e PcD

Benefícios eventuais

Benefício de Prestação Continuada – BPC e outros (orientação e acompanhamento) Acompanhamento das condicionalidades do Bolsa Familia e CAD Único

Acolhida em situações especiais.

Visita domiciliar

Acompanhamento familiar remoto

Atendimento específico de orientação e viabilização do Auxílio Emergencial

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

De acordo com o Quadro 4, os Municípios seguem ofertando todos os serviços tipificados na Proteção Social Básica, destacando-se que a oferta dos Serviços do PAIF e de todos os segmentos e faixas etárias do SCFV estão sendo ofertados de forma remota. Continua a procura nos CRAS de serviço de orientação para o acesso ao BPC, Auxilio Emergencial e outras demandas relacionadas a documentos e encaminhamentos para a rede. Quanto ao Benefício Eventual, houve aumento na procura, especialmente para as cestas de alimentos, dada ao momento de crise econômica e social.

17.Quais as principais demandas apresentadas pelos usuários?

Tabela 3 – Principais Demandas Apresentadas pelos Usuários

Demanda PPI PP II MP GP

Cesta básica 1 1 1 1

Cad Único 2 7 4 2

Bolsa Familia 3 7 2 4

Auxilio Emergencial 5 1 3 3

Documentos 6 5 6

Beneficio Eventual 2 5 5

Acompanhamento Familiar 6 6 7

Falta de documentos 7

Outras 4 8

Outras:.Requerimento de BPC, Passe livre intermunicipal 1

Não Respondeu 1 1 0 1

As principais demandas relacionam-se a questão do acesso à renda por meio do Programa Bolsa Família e Auxilio Emergencial. Mesmo sabendo que para solicitar o auxilio emergencial, não há nenhuma relação com a politica de assistência social, e sim diretamente, nas agências da Caixa Econômica, a busca de informações associada a precariedade do acesso em várias situações, faz com que as famílias se dirijam até os CRAS em busca de orientação.

Na mesma direção, registra-se um considerável número de famílias que buscam inscrição e ou atualização dos dados no CadÚnico. Há também um maior número de solicitações para regularizar documentações.

(25)

25

Quanto a solicitação de Benefícios Eventuais, seja por meio do acesso as Cesta Básica (alimentação), que ocorre com frequência nos CRAS, especialmente por ser essa uma demanda presente na gestão da assistência social O que observa-se quanto a esse tema é que a Pandemia devido ao processo de desemprego, subemprego, aliadas a outras vulnerabilidades demanda a necessidade atendimento às famílias que chegam até o CRAS. Nesse sentido o Informe n.03 da Frente Nacional em Defesa do SUAS apresenta importante contribuição para encaminhar e garantir os direitos socioassistenciais:

O agravamento do risco de sobrevivência provocado pela pandemia de Covid-19, na qual a população sofre os danos da ausência de condições de subsistência, adquire mais visibilidade pública, dada a sua magnitude. Nesse contexto, a proteção da assistência social é requerida para suprir as necessidades mais básicas das pessoas vulnerabilizadas, por meio de benefícios eventuais. A ausência das condições de subsistência, diante de um desastre, também gera intensa comoção social, traduzida numa profusão de iniciativas da sociedade civil, mais ou menos organizada, atualizando em alguns casos, o assistencialismo e a benemerência.

(PNDSUAS/maio/2020)

18. Como tem sido encaminhada as ofertas de cestas básicas no município, neste período de pandemia?

19. Ainda quanto as cestas básicas, como tem sido a participação da política de assistência social?

a) Na gestão deste programa no município, quem oferta o benefício?

b) O quantitativo de solicitação de cestas básicas aumentou neste período?

c) Quais os segmentos que tem prioridade na entrega de cestas básicas no CRAS? (Enumere por ordem de procura)

d) Outros segmentos populacionais demandam o benefício?

(26)

26

Quadro 5 – Encaminhamento das Ofertas de Cestas Básicas

PORTE COMO TEM SIDO ENCAMINHADAS AS OFERTAS DE CESTAS BÁSICAS

PP I

Os usuários solicitam através dos telefones, WhatsApp, presencial (4) Demanda Espontânea (2)

Avaliação Social (1)

Busca ativa de famílias por meio de visita domiciliar ou contato telefônico (1) Encaminhamento setorial ou intersetorial (1)

Não respondeu (1)

PP II

CRAS / Domicilio (1)

Cadastro da família para liberar cestas (1) Não respondeu (1)

MP As famílias são atendidas conforme avaliação da equipe técnica, através de visitas domiciliares.

GP

Os usuários solicitam através dos telefones, WhatsApp, presencial Demanda Espontânea

Avaliação Social

Busca ativa de famílias por meio de visita domiciliar ou contato telefônico Encaminhamento setorial ou intersetorial

Não respondeu

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

(27)

27

Quadro 6 – Prioridade de acesso à cestas básicas na Politica de Assistência Social Porte Quem oferta o

benefício

Aumento do quantitativo de solicitação

Segmentos com prioridade na entrega no CRAS

Outros segmentos que demandam o benefício

PP I CRAS (7) CREAS (1)

Sim (5) Não (1)

Famílias com crianças (6) Idosos (5) População em situação de rua (2)

Desempregados (2) População Indígena (2)

Famílias Unipessoais e Famílias com Pessoas com Deficiência (1)

Encaminhamentos à demandas da Média Complexidade (1)

Não respondeu (1)

PPII

CRAS (5) CREAS Órgão Gestor Outros órgãos SOC CIVIL (2)

Sim (5) Não (0)

Famílias com crianças (5) Idosos+ (4) População em situação de rua (3)

Trabalhadores informais: feirantes, domésticas, serviços gerais;

imigrantes

MP Órgão Gestor 1 Sim (1) Não (0)

Famílias com crianças (1) Idosos (2) População em situação de rua (3)

Famílias circenses

GP

CRAS 4 CREAS1 Órgão Gestor Outros órgãos CRAM 1

Sim (4) Não

Famílias com crianças (5) Idosos (4) População em situação de rua (4)

Imigrantes; Beneficiários do Prog.

Bolsa Família; desempregados

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Historicamente o acesso às cestas básicas têm se dado na área da politica da Assistência Social, mesmo reconhecendo que esse é um tema complexo que, necessariamente requer um debate no âmbito dos benefícios eventuais.

A questão demonstra que o referido beneficio, encontra-se na Proteção Social Básica que dada à conjuntura de crise sanitária e social, em que os segmentos mais fragilizados e priorizados são famílias com crianças, idosos e população em situação de rua, aparece ainda, como demandatários:

desempregados, trabalhadores informais, indígenas, imigrantes, dentre outros.

Relacionado aos benefícios eventuais é preciso afirmar que o mesmo tem previsão legal conforme afirma o texto:

(28)

28

A base legal para fundamentar essa resposta está na Lei n° 12.435/2011, que atualiza a LOAS ao afirmar, de forma incisiva os benefícios eventuais como provisões suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias do SUAS. Ou seja, o benefício eventual como provisão suplementar e organicamente articulado ao SUAS deve ser operado por dentro e a partir dos Serviços. (Informe n.03 da FNSUAS/05/2020)

Registra-se como contribuição, a definição da Lei:

Entende-se por benefícios eventuais as provisões suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias do SUAS e são prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública”. (Redação dada pela Lei 12.435/2011).

O que se observa na figura 15 (operacionalização dos benefícios eventuais), é significativo conjunto de ofertas operacionalizadas provavelmente com os recursos oriundos do denominado benefícios eventuais. Nesse sentido concordamos com a afirmação “Há dúvidas ou incompreensões sobre os benefícios eventuais quanto ao seu escopo, ao seu objeto, suas provisões, a que situações ou eventos se destina, resguardada a sua característica de ser eventual, temporário, a responder eventos ou situações contingenciais”. (Frente Nacional da Assistência Social em defesa do SUAS.

Informe 03-.maio-2020)

Reconhecemos que houve avanços no processo de conhecimento e operacionalização do Beneficio Eventual, inclusive aqui no Estado de Mato Grosso do Sul, diversos municípios contam com legislação específica para concessão do mesmo, o que promove maior compreensão como direito.

Na figura 16, pergunta de n.22 fica evidenciado que a grande maioria dos municípios pesquisados conta com legislação específica para operacionalização do mesmo.

20. Quais os Benefícios Eventuais estão sendo operacionalizados no Município?

21. O município tem legislação específica para a oferta do Benefício Eventual?

Figura 15 – Operacionalização dos Benefícios Eventuais

(29)

29 Todos prev. na PNAS BPC

Cesta Bás ica

Auxílio Funeral Auxílio Reclusão

Auxílio Natalidade Auxílio Financeiro

Cobertores Documentaçã

o

Aluguel Social Calamidade

Auxílio Água e Luz Pas

sagem Colchões

Lona

Não Respondeu 0

1 2 3 4 5 6

PP I PP II MP GP

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Figura 16 – Legislação Específica Benefício Eventual

PPI PPII MP GP

0 1 2 3 4 5 6

SIM NÂO NR

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

22. Quais os segmentos populacionais existentes em seu município:

23. Existe População em Situação De Rua em seu Município?

a) Quais Ações foram apresentadas e executadas para essa População em Situação de Rua?

b) A População em Situação de Rua foi vacinada contra Influenza e H1N1?

(30)

30

Figura 17 – Segmentos Populacionais Existentes no Muncípio

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

A questão sobre os Segmentos populacionais existentes no Município (figura 17) teve como objetivo conhecer quais grupos populacionais têm maior evidência nos municípios. A população indígena está presente em maior número nos municípios de Grande Porte, isto se comprova no município de Dourados-MS, nesta categoria. A população indígena também está representada nos municípios de pequeno Porte II.O estado de Mato Grosso do Sul é o segundo estado com maior população indígena do país e onde vive a maior etnia em termos numéricos, os índios Kaiowá.

Dourados tem a maior reserva indígena do país, com uma população de quase quinze mil habitantes. Fica evidenciando também a presença dos indígenas desaldeados nos municípios de Pequeno Porte II. Na sequência aparecem os ribeirinhos, seguido dos migrantes, imigrantes e quilombolas, igualmente, com concentração nos municípios de grande porte.

Importante chamar atenção para o que estabelece o II Plano Decenal da Assistência Social aprovado em 2016- Universalizar a Assistência Social, há um compromisso em promover a inclusão de todos os segmentos desprotegidos, inclui-se aí, especialmente os segmentos mais vulneráveis, como o caso dos indígenas, quilombolas, migrantes, entre outros citados no levantamento.

(31)

31 Figura 18 – População em Situação de Rua

PPI PPII MP GP

0 1 2 3 4 5 6

NR NÂO SIM

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Com relação a população em situação de Rua, (figura 18) percebe-se que há maior concentração da população de rua, nos municípios de GP, MP, PPI, seguidas do PPII.

Por outro lado, observa-se que grande parte dos municípios não respondeu essa questão. Nesse sentido faz-se oportuno apresentar aqui alguns argumentos da recente Nota Técnica, de nº 74 realizado pelo IPEA/2020, afirma que a população em situação de rua cresceu 140% a partir de 2012, chegando a quase 222 mil brasileiros em março deste ano, e tende a aumentar com a crise econômica acentuada pela pandemia da COVID-19. Entre as pessoas sem moradia estão desempregados e trabalhadores informais, como guardadores de carros e vendedores ambulantes.

As afirmações do Instituto de Pesquisa tem como base estudo realizado por Natalino (2016), que:

... estimava a existência de cerca de 101 mil pessoas em situação de rua no Brasil, concentradas em municípios de grande porte (acima de 100 mil habitantes). Em fevereiro de 2020, havia mais de 146 mil pessoas que se declararam nessa situação no Cadastro Único de programas sociais do governo federal 8 (Brasil, 2020). Uma nova estimativa da população de rua indica, por sua vez, que, em março de 2020, tínhamos cerca de 222 mil pessoas em situação de rua (Natalino, 2020)

A Nota Técnica é uma referência importante para subsidiar estudos sobre a temática, apresenta uma contextualização, seguida da identificação das politicas públicas voltadas para as pessoas em situação de rua, apresenta um quadro dos serviços socioassistenciais específicos para a população em situação de rua, assim como oferece a experiência de Medidas Municipais para a População em Situação de Rua, no contexto da pandemia da COVID-19 – regiões Sudeste e Nordeste (mar.-abr.

2020).

(32)

32 Tabela 4 – Ações para População de Rua

Ações PP I PP II MP GP

Abrigo Emergencial 1 2 1 4

Acolhimento 1 1 2

Aluguel Social 1 1 1

Busca ativa de familiares 1

Enc. Diversos 1

Fortalecimento vínculos 2

Hospedagem em hotel 1

Inscrição no CAD ÚNICO 2

Passagem 1 1 1

Outras: Aux. Alimentação 2

Outras 1 1

Não Respondeu 4 2 1

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Nesse sentido, a questão referente a Tabela 4 informa que as ações realizadas pelos municípios estão cumprindo as diversas ações definidas, na Politica Nacional para População de rua que envolve além dos serviços e benefícios da politica de assistência social, a complementariedade das outras politicas públicas, especialmente da Politica de Saúde.

Figura 19 – Vacinação contra Influenza e H1N1 na População de Rua

PPI PPII MP GP

0 1 2 3 4 5 6 7

SIM NÂO NR

Fonte: Pesquisa de Campo (2020)

Igualmente a questão da Figura 19 sobre a vacinação da população em situação de rua observa-se

que nos municípios de Grande Porte, a resposta foi afirmativa, destacando-se que também os municípios de Médio Porte, seguidos dos PPI e PPI realizaram vacinação. Por outro lado houve municípios que não responderam a questão.

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