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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO ES Curso de Direito

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Livia Santos Moreira

COMPREENSÕES ACERCA DA MULTIPARENTALIDADE E SEUS EFEITOS

Cachoeiro de Itapemirim

2017

(2)

COMPREENSÕES ACERCA DA MULTIPARENTALIDADE E SEUS EFEITOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Direito do Centro Universitário São Camilo, orientado pelo Prof. Dr. Eduardo Cavalcante, como requisito parcial para obtenção do título de bacharela em Direito.

Cachoeiro de Itapemirim

2017

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COMPREENSÕES ACERCA DA MULTIPARENTALIDADE E SEUS EFEITOS

Cachoeiro de Itapemirim ES, 24 de novembro de 2017.

Professor orientador: (nome)

Professor Examinador: (nome)

Professor Examinador: (nome)

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MOREIRA, Livia Santos. COMPREENSÕES ACERCA DA MULTIPARENTALIDADE E SEUS EFEITOS. 2017. 74f. Monografia (Bacharelado em Direito) – Centro Universitário São Camilo, Cachoeiro de Itapemirim ES, 2017.

RESUMO

O presente trabalho visa observar o desenvolver da sociedade brasileira ao adotar a multiparentalidade como uma modalidade de estrutura familiar, desenvolvendo as principais características de tal formação. Nesse sentido, será analisada a inserção da figura de uma relação afetiva frente a uma relação biológica que já tinha sua existência configurada. Considerando o exposto, será abordada a figura da paternidade afetiva e a possibilidade dessa relação se sobrepor ao pai biológico, tendo em vista o vínculo afetivo ultrapassar o biológico e passar a atingir a esfera jurídica, sendo que tal premissa deve estar sempre consoante com o princípio do melhor interesse da criança. Assim, busca-se analisar a evolução das famílias tanto no plano social quanto no plano normativo e demonstrar que as novas formações familiares merecem ser amparadas pela legislação, pois delas decorrem vários direitos e deveres que ainda não estão positivados no nosso ordenamento jurídico Para isso será discorrido acerca do histórico de instituição familiar, concepção de família e entidades familiares; princípios norteadores do direito de família, sendo:

princípio da dignidade da pessoa humana, princípio da solidariedade familiar, princípio do pluralismo das entidades familiares, princípio da convivência familiar, princípio da afetividade, princípio da paternidade responsável, princípio do melhor interesse da criança; conceito de filiação, espécies de filiação (biológica, por substituição, afetiva, adotiva), a possibilidade da posse de estado de filho, a irrevogabilidade da filiação socioafetiva; concepção de multiparentalidade, possibilidade da multiparentalidade, principais efeitos do reconhecimento da multiparentalidade, extensão do parentesco aos outros parentes, alimentos na parentalidade socioafetiva, a guarda na filiação socioafetiva, direito de visita entre parentes socioafetivos, direito sucessório na parentalidade socioafetiva, os efeitos do reconhecimento da paternidade socioafetiva no registro civil, assim como apresentará uma análise da possibilidade do reconhecimento voluntário e da averbação da paternidade e maternidade socioafetiva por meio da via administrativa, autorizada pelo Conselho Nacional de Justiça; além de expor breve comentário sobre os reflexos da paternidade afetiva na multiparentalidade a partir da análise do princípio do melhor interesse da criança e análise das principais decisões judiciais identificadas envolvendo a multiparentalidade.

Palavras-chave: multiparentalidade, pluriparentalidade, paternidade socioafetiva.

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MOREIRA, Livia Santos. COMPREHENSIONS ABOUT MULTIPARENTALITY AND THEIR EFFECTS. 2017. 74f. Monograph (Bachelor of Law) - Centro Universitário São Camilo, Cachoeiro de Itapemirim ES, 2017.

ABSTRACT

The present work aims to observe the development of Brazilian society by adopting multiparentality as a modality of family structure, developing the main characteristics of such formation. In this sense, it will be analyzed the insertion of the figure of an affective relation before a biological relation that already had its configured existence.

Considering the above, it will be approached the figure of affective paternity and the possibility of this relationship overlapping the biological father, in view of the affective bond surpassing the biological and reaching the legal sphere, and this premise must always be consistent with the principle the best interests of the child. Thus, it is sought to analyze the evolution of families both socially and normatively, and demonstrate that the new family formations deserve to be supported by the legislation, as they result in several rights and duties that are not yet positive in our legal system. information about family institution history, family conception and family entities; guiding principles of family law, namely: principle of the dignity of the human person, principle of family solidarity, principle of family entity pluralism, principle of family coexistence, principle of affectivity, principle of responsible parenthood, principle of best interests of the child; concept of affiliation, species of affiliation (biological, by substitution, affective, adoptive), the possibility of possession of son state, the irrevocability of socio-affective affiliation; conception of multiparentality, possibility of multiparentality, main effects of recognition of multiparentality, extension of kinship to other relatives, food in socio-affective parenting, custody in socio- affective affiliation, visitation rights among socioaffective relatives, succession rights in socio-affective parenting, recognition effects of socio-affective paternity in the civil registry, as well as presenting an analysis of the possibility of voluntary recognition and registration of paternity and socio-affective maternity through the administrative route, authorized by the National Council of Justice; in addition to presenting a brief commentary on the reflexes of affective parenting in multiparentality based on the analysis of the principle of the best interest of the child and analysis of the main judicial decisions identified involving multiparentality.

Keywords: multiparentality, multi-parenting, socio-affective parenting.

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Dedico este trabalho à minha família, em especial aos meus filhos, que são a razão da minha vida.

(7)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo teu infinito amor e por ter me sustentado durante toda essa jornada.

A minha mãe e a melhor irmã do mundo que são meu porto seguro. Ao meu pai que já não está entre nós.

A minha avó Creusa por sua bondade e paciência.

Aos meus tios e tias, primos e primas, em especial ao meu tio César e minha tia Isaura que mesmo longe, sempre me apoiaram nesta longa caminhada.

Ao meu esposo, companheiro e amigo que foi minha inspiração para escolha do tema. Aos amigos da ―ELITEǁ que muito contribu íram para que eu pudesse vencer esta batalha.

Aos professores e ao meu orientador Eduardo Cavalcante que colaboraram para minha formação.

E por fim, e a mais pura definição de amor, aos meus filhos Raquel,

Julia e Davi, que me deram força para não desistir e conseguir chegar

até aqui. Muito Obrigada!

(8)

"O afeto merece ser visto como uma realidade digna de tutela". Maria Berenice Dias

(9)

SUMÁRIO

Resumo Abstract

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 DA FAMÍLIA ... 13

Breve Histórico de Instituição Familiar ... 13

Concepção de família ... 16

Entidades Familiares ... 19

3 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO DE FAMÍLIA ... 21

Princípio da dignidade da pessoa humana ... 21

Princípio da solidariedade familiar ... 23

Princípio do pluralismo das entidades familiares ... 24

Princípio da convivência familiar ... 25

Princípio da afetividade ... 26

Princípio da paternidade responsável ... 28

Princípio do melhor interesse da criança ... 29

4 DA FILIAÇÃO ... 32

Conceito de filiação ... 32

Espécies de filiação ... 33

Filiação biológica ... 33

Filiação por substituição ... 34

Filiação afetiva ... 36

Filiação adotiva ... 37

A posse de estado de filho ... 38

A irrevogabilidade da filiação socioafetiva ... 39

5 DA MULTIPARENTALIDADE ... 41

Concepção de multiparentalidade ... 41

Possibilidade da multiparentalidade ... 43

Principais efeitos do reconhecimento da multiparentalidade ... 44

Extensão do parentesco aos outros parentes ... 45

Alimentos na parentalidade socioafetiva ... 49

(10)

A guarda na filiação socioafetiva ... 52

Direito de visita entre parentes socioafetivos... 54

Direito sucessório na parentalidade socioafetiva ... 55

Efeitos do reconhecimento da paternidade socioafetiva no registro civil ... 55

5.4 Do reconhecimento voluntário e da averbação da paternidade e maternidade socioafetiva por meio da via administrativa ... 56

6 OS REFLEXOS DA PATERNIDADE AFETIVA NA MULTIPARENTALIDADE: análise do princípio do melhor interesse da criança ... 59

7 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL ... 62

REFERÊNCIAS ... 71

(11)

1 INTRODUÇÃO

Em se tratando do constante desenvolver da sociedade brasileira, evidencia-se que as mudanças nas estruturas familiares se encontram em grande destaque nos tempos atuais, principalmente no que se refere à figura da paternidade afetiva.

Nesse sentido, a paternidade afetiva trouxe para as formações familiares a multiparentalidade, ou seja, a legitimação da figura do padrasto para a coexistência de uma filiação socioafetiva. Por isso, os reflexos jurídicos dessa legitimação ainda não regulamentados pelo ordenamento jurídico brasileiro, bem como as possibilidades de sobreposição da paternidade afetiva a paternidade biológica são objetos de análise de grande relevância para o contexto social atual.

No primeiro capítulo de desenvolvimento da pesquisa desta monografia encontra-se um estudo sobre a família, de modo geral, apresentando um breve histórico da instituição familiar, os conceitos de família e as entidades familiares.

No segundo capítulo apresenta-se um estudo sobre os princípios norteadores do direito de família, em especial, o princípio da dignidade da pessoa humana, princípio da solidariedade familiar, princípio do pluralismo das entidades familiares, princípio da convivência familiar, princípio da afetividade, princípio da paternidade responsável e princípio do melhor interesse da criança, relatando a definição de cada um deles a partir do entendimento doutrinário.

O terceiro capítulo dispõe um estudo acerca da filiação. Apresenta-se o conceito de filiação; as suas espécies: biológica, por substituição, afetiva e adotiva; a posse de estado de filho e sobre a irrevogabilidade da filiação socioafetiva.

No quarto capítulo de desenvolvimento da pesquisa é exibido um estudo sobre a multiparentalidade, apresentado o seu conceito, a possibilidade de reconhecimento deste instituto familiar, os principais efeitos do reconhecimento relacionados a extensão do parentesco aos outros parentes, a guarda, alimentos e direito de visita de parentes socioafetivos, o direito sucessório na parentalidade socioafetiva, os efeitos do reconhecimento da paternidade socioafetiva no registro civil e por fim,

(12)

acerca da possibilidade de reconhecimento voluntário e da averbação da paternidade e maternidade socioafetiva por meio da via administrativa, através do recente provimento do Conselho Nacional de Justiça.

O quinto capítulo apresenta um comentário do autor acerca dos reflexos da paternidade afetiva na multiparentalidade a partir da análise do princípio do melhor interesse da criança.

E por fim, exibe-se no último capítulo de desenvolvimento uma análise das decisões judiciais identificadas através de uma pesquisa jurisprudencial, utilizando-se como palavra chave o termo ―multiparentalidadeǁ e ―pluriparentalidadeǁ, referente a decisões proferidas nos últimos dois anos (2016/2017) pelo judiciário brasileiro.

(13)

2 DA FAMÍLIA

Breve Histórico de Instituição Familiar

Desde a criação do homem percebeu-se a necessidade em se ter uma família, Deus criou Adão e viu que lhe faltava algo, foi então que lhe enviou uma companheira para juntos formarem uma família. A família brasileira funda-se no direito romano, e desde sua concepção vem passando por inúmeras transformações, foi de lá que se herdou o modelo patriarcal adotado por décadas. A autoridade familiar era exercida única e exclusivamente pelo patriarca, e a este, todos os seus descendentes deveriam se submeter. Exercia autoridade de sacerdote, chefe político e juiz dentro de sua casa1.

Neste modelo de família não havia nenhuma aferição de afeto, seus membros eram unidos por interesses políticos, econômicos e religiosos. O patriarcalismo era gritante à época. Rolf Madaleno destaca:

A família do passado não tinha preocupações com o afeto e a felicidade das pessoas que formavam seu principal núcleo, pois eram interesses de ordem econômica que gravitavam em torno daquelas instâncias de núcleos familiares construídos com suporte na aquisição de patrimônio.2

A família só era reconhecida pelo casamento que tinha fins reprodutivos e predominava a centralização do homem. A mulher era coadjuvante, totalmente submissa ao chefe patriarcal e aos afazeres domésticos, não tinha outra função senão de procriar e cuidar dos filhos não tendo direito a nenhum ato da vida civil, era totalmente asfixiada pelo papel do homem.

A partir da Revolução Industrial o patriarcalismo começou a enfraquecer. O aumento da pobreza e consequentemente a demanda de mão de obra barata, fez com que as mulheres deixassem de se dedicarem exclusivamente aos afazeres domésticos e ao

1 DINIZ, Maria Helena. CURSO DE DIREITO CIVIL BRASILEIRO: direito de família. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. p.11.

2MADALENO, Rolf. CURSO DE DIREITO DE FAMÍLIA. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense. 2013. p. 31.

(14)

cuidado dos filhos para ingressarem no mercado de trabalho. O homem deixou de ser a única fonte de sustento da família3.

O que para muitos seria o enfraquecimento da família foi um novo marco, a partir da migração das famílias do campo para as cidades os laços de afeto foram se estreitando, a família tornou-se nuclear, restrita ao casal e seus descendentes, começaram a buscar acima de tudo a realização pessoal de seus membros. Explica Rolf Madaleno:

Desenhada a nova família para uma concepção mais íntima, com natureza privada e perdendo com seu estreitamento a sua finalidade principal de exploração rural, a sociedade defronta-se com outro modelo de conjunto familiar, de incontestável pé de igualdade e voltado para a realização individual de seus membros4.

Esse novo modelo de família adotado teve grande influência de movimentos sociais da época como o de emancipação feminina. A partir de tais acontecimentos a valorização do afeto trouxe uma nova concepção para as famílias. Acontece então a despatrimonialização do Direito de Família, o caráter econômico dá lugar ao amor e a realização pessoal dos membros das relações familiares, que passam a ter tais premissas como fundamento básico para a sua formação. Esse novo conceito adotado foi dando lugar ao afeto, a solidariedade, a lealdade5.

No que tange as leis brasileiras, o Código Civil de 1916 manteve alguns resquícios romanos, o casamento continuava sendo a única forma legítima de constituir a família, o homem permanecia sendo o centro do relacionamento, o matrimônio era indissolúvel e perdurava a discriminação para os filhos havidos fora do casamento.

Um importante marco para a mulher foi o Estatuto da Mulher Casada (Lei 4.121/62) que garantiu à mulher o direito ter exclusividade dos bens adquiridos do fruto do seu trabalho6.

3DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013. P. 28.

4 MADALENO, Rolf. Curso de Direito de Família. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense. 2013. p. 35.

5 Ibid., 2013, p. 33.

6 Ibid. p. 30.

(15)

A Constituição de 1934 foi a pioneira em dedicar um capítulo inteiro à família, estava expresso a importância do dever do Estado de proteger às famílias. Logo, não havia nenhuma inovação importante. Com a Carta Magna de 1937 os filhos extraconjugais passaram a serem reconhecidos e a terem os mesmos direitos dos filhos legítimos do casal.

A indissolubilidade do casamento chegou ao fim em 1977 com a Lei n. 6.5157, que reconheceu a figura do divórcio para por fim ao vínculo conjugal e ao casamento, logo, o divórcio só poderia ocorrer uma única vez e depois de longos três anos de separação judicial. Tanta dificuldade era justificada pelo Estado como uma forma de preservar a família e seu patrimônio.

Destaca o artigo 2º da Lei 6.515 a respeito do término do casamento:

Art 2º - A Sociedade Conjugal termina:

I - pela morte de um dos cônjuges;

Il - pela nulidade ou anulação do casamento;

III - pela separação judicial;

IV - pelo divórcio.

Logo, as únicas formas de por fim ao casamento era a separação judicial e o divórcio, sendo que a primeira era requisito para a segunda.

Em 2010 a Emenda Constitucional 66 alterou o §6º do artigo 226 da Constituição Federal e pôs fim a separação judicial como requisito prévio para o divórcio, consagrando o mesmo como único meio para acabar com o matrimônio. Com isso extinguiu-se os prazos e a necessidade de expor os motivos para o fim da relação matrimonial8.

Outro marco para o fim do casamento foi a Lei nº 11.441 de 2007 que instituiu o divórcio administrativo feito diretamente pelos cônjuges no Cartório de Notas,

7 BRASIL. Lei nº 6.515, de 26 de dezembro de 1977. Regula os casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos, e dá outras providências. Brasília, 1977. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6515.htm>. Acesso em: 12 out. 2017.

8 BRASIL. Emenda Constitucional nº 66, de 13 de julho de 2010. Dá nova redação ao §6º do art.

226 da Constituição Federal. Brasília, 2010. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc66.htm>. Acesso em: 12 out.

2017.

(16)

através de Escritura Pública, tendo como requisitos o consentimento dos cônjuges, a presença de um advogado e a não existência de filhos menores. Tal ato não precisa ser homologado judicialmente, basta ser averbado no Cartório de Registro Civil onde foi celebrado o matrimônio9.

Concepção de família

A ideia de família é um pouco complexa, tendo em vista que deve se observar a variável no tempo e no espaço. Cada povo possui o seu conceito de família, que é criado a partir de sua vivencia10.

A família contemporânea sofreu mudanças, tendo em vista que o homem não exerce mais a liderança absoluta do lar. E o sustento passou a ser dividido dentro do lar11.

Além disso, houve o reconhecimento da união entre pessoas de mesmo sexo como entidade familiar, conferindo-lhes um amparo legal apropriado12.

A Constituição Federal de 1988 trouxe uma nova visão de família para o ordenamento jurídico brasileiro. Inicialmente, ela passou a considerar como família a união entre homem e mulher ou entre qualquer um dos pais e seus descendentes.

Isto é, a Constituição Federal de 1988 desvinculou-se família de casamento, tornando-se o início dos avanços para o direito de família13.

Para conceituar família é necessário destacar a diversificação. Considera-se família pelo grupo de pessoas que descendem de uma linha ancestral comum, acrescenta-

9 BRASIL. Lei nº 11.441, de 04 de janeiro de 2007. Altera dispositivos da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, possibilitando a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa. Brasília, 2007. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11441.htm >. Acesso em: 12 out. 2017.

10 FIUZA, César. DIREITO CIVIL: curso completo. 2 ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: 1999.

11 Ibid.

12 Ibid.

13 Ibid.

(17)

se o cônjuge, enteados, genros, noras e cunhados. Nesta ampla noção, os civilistas avistam uma figura romana Gens do que a família em si14.

Não é harmônica a aceitação do conceito de família natural15. O Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu artigo 25, define como ―família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentesǁ16.

Em 2009 foi acrescentado o parágrafo único do artigo 25 do estatuto da criança e do adolescente 12.010/2009 que versa sobre a família extensa ou ampliada. Veja:

Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade17.

A nova estrutura jurídica se levanta em volta da concepção de família socioafetiva, também conhecida como ―família sociológicaǁ, onde se identificam os laços afetivos, a solidariedade, família em que os pais adotam inteiramente a educação e a proteção de uma criança, independentemente de vínculo jurídico ou biológico existente entre eles18.

Pode-se dizer que família é uma instituição social, composta por mais de uma pessoa, que se unem com o objetivo de desenvolver, entre si, a solidariedade na assistência e convivência19.

A composição familiar se apresenta sob diversos modelos. Alguns aplicam a expressão de diversas formas ao abordar sobre a temática. Ao lado da família

14 PEREIRA, Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Vol. V. Atual. 25. ed.

rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017.

15 PEREIRA, Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Vol. V. Atual. 25. ed.

rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017.

16 BRASIL. Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do

Adolescente e outras providências. Brasília, 1990. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 05 nov. 2017.

17 Ibid.

18 Ibid.

19 FIUZA, César. DIREITO CIVIL: curso completo. 2 ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: 1999.

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tradicional, formada pelo matrimônio e composta pela união de pais e filhos, há inúmeros modelos, tais como a união estável e a relação monoparental20.

―As relações familiares não são criadas pelo Direito de Família; este apenas dispõe sobre o fato natural, espontâneo, que é a formação da associação domésticaǁ 21. A formação de família é de livre iniciativa, contudo, os seus efeitos jurídicos estão relacionados no ordenamento pátrio.

Muito embora a família nasça naturalmente, de forma espontânea, revela-se que a mesma contribui significativamente para o histórico cultural22.

A família vem se alterando e se estruturando a cada dia, razão pela qual impossibilita a sua identificação como modelo único ou ideal. Trata-se de um conjunto de trajetórias que se apregoam em acondicionamentos diversos e organizações domiciliares características23.

Nessa afirmação podemos verificar que, apesar de muitas denominações atuais sobre família, como família reestruturada, reconstituída, reorganizada, nova família, não há um conceito novo de família, pois embutidos na família, existem várias possibilidades de novas configurações, não ficando exclusivamente em um único modelo. Mesmo com todos os estudos sobre famílias existentes, ainda há a dificuldade dos autores de conceituar e denominar tais configurações familiares. Essas novas famílias estão cada vez mais presentes e começam a ter visibilidade, pois fazem parte do cotidiano das pessoas e não podemos negá-las. Apesar de fazer parte do cotidiano das pessoas, não podemos afirmar que são socialmente aceitas, pois o embate entre a realidade e a ideologia existente não permitiu ainda sua superação por toda a população24.

Deste modo, verifica-se a possibilidade social de surgirem novos tipos de família, novas configurações familiares, além daquelas já existentes. As novas instituições familiares estão presentes no dia a dia e não se pode ser negada. Assim, como vem

20 Ibid., 1999.

21 PEREIRA, Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Vol. V. Atual. 25. ed.

rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017. p. 41.

22 FIUZA, César. DIREITO CIVIL: curso completo. 2 ed. rev. atual. e ampl. Belo Horizonte: 1999.

23 OLIVEIRA, NHD. RECOMEÇAR: FAMÍLIA, FILHOS E DESAFIOS. São Paulo: Editora UNESP;

São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 236 p. ISBN 978-85-7983-036-5. Available from SciELO Books

<http://books.scielo.org>.

24 Ibid., p. 70.

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sendo reconhecidas no âmbito judiciário. Devendo ser, principalmente, socialmente aceitas e respeitadas.

Entidades Familiares

A entidade familiar deve ser vista atualmente como grupo social fundado, necessariamente, por laços de afetividade, sendo essa a conclusão mais adequada para a luz do texto constitucional25.

As entidades familiares, ou famílias, podem ser classificadas a partir do direito positivo brasileiro em duas espécies: as constitucionais e as não constitucionais. As famílias constitucionais são aquelas expressas na Constituição Federal do Brasil, enquanto as não constitucionais são as demais famílias que se formam, tal como a união livre e o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo26.

A lei ordinária pode conferir-lhes direitos diferentes dos atribuídos às famílias constitucionais, mas, por força dos princípios superiores da igualdade e da dignidade, não as pode marginalizar, prejudicar ou marginalizar, prejudicar ou criminalizarǁ27.

A Constituição Federal brasileira recebeu essa transformação e aceitou uma nova ordem de valores, favorecendo a dignidade humana, criando uma real revolução no Direito de família a partir de três eixos básicos28.

O primeiro eixo encontra-se no artigo 226 da Constituição Federal uma vez que afirma que a entidade familiar é plural e não mais singular, existindo diversas formas de constituir família. O segundo eixo encontra-se no parágrafo sexto do artigo 227 da Constituição Federal que proíbe as discriminações decorrentes dos filhos havidos dentro ou fora do casamento. E a terceiro eixo revolucionário está discriminado nos

25 TARTUCE, Flávio. DIREITO CIVIL, V. 5: Direito de Família. – 12. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

26 COELHO, Fábio Ulhoa. CURSO DE DIREITO CIVIL, FAMÍLIA, SUCESSÕES, VOLUME 5. 5. ed.

rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2012.

27 Ibid., p. 278/279.

28 GONÇALVES, Carlos Roberto. DIREITO CIVIL BRASILEIRO, VOLUME 6: direito de Família. 9. ed.

São Paulo: Saraiva, 2012.

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artigo 5º, inciso I e artigo 226 , §5º, ambos da Constituição Federal, que consagra o princípio da igualdade entre homens e mulheres, revogando diversos artigos do Código Civil de 191629.

A Constituição Federal de 1988 trouxe novos horizontes para o instituto jurídico familiar, em especial, concedendo assistência direta à família, como se ver nos parágrafos sétimo e oitavo do artigo 226 da Constituição Federal. No que se refere ao planejamento familiar, observa-se que o legislador enfrentou o problema da limitação da natalidade, apoiando-se nos princípios da dignidade humana e da paternidade responsável, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito30.

Existem muitas formas de entidades familiares, com características comuns, tais como a afetividade, estabilidade e a convivência pública e corrente31. Se o grupo social possuir essas características pode ser considerado entidade familiar. Havendo o reconhecimento, ele difere de outras relações de amizade, religiosas, entre outras.

―Para determinados fins, como reconhecimento de bem de família, o Direito também atribui a determinados grupos a qualidade de entidades familiares32ǁ.

Alguns civilistas reconhecem apenas as entidades familiares do casamento, da união estável e da união monoparental. Sendo que para uns o casamento possui primazia entre as demais entidades, para outros, existe a igualdade33.

O artigo 226 da Constituição Federal abrange a todas entidades familiares, desde que possuam afetividade estabilidade e ostensibilidade, de forma não taxativa.

Deste modo, observa-se que o Estado está avançando no sentido de analisar as

29 Ibid.

30 GONÇALVES, Carlos Roberto. DIREITO CIVIL BRASILEIRO, VOLUME 6: direito de Família. 9. ed.

São Paulo: Saraiva, 2012.

31 BATISTA, Débora Mayane de Ávila. A MULTIPARENTALIDADE E SEUS EFEITOS NO ÂMBITO DO DIREITO DE FAMÍLIA: análise à luz dos princípios da dignidade da pessoa humana e do melhor interesse da criança. Monografia. Monografia apresentada como requisito para conclusão do curso de Bacharelado em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Ciências Sociais do Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Brasília, 2014.

32 Ibid, p. 25.

33 Ibid.

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transformações de valores culturais, reconhecendo a multiplicidade de composições familiares existentes no âmbito do direito de família34.

3 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO DE FAMÍLIA

O presente capítulo visa apresentar um estudo relacionado aos princípios norteadores do direito de família.

A proteção da família é uma obrigação do Estado. Trata-se de um dever de proteção de direitos humanos, devendo o Estado garantir às famílias as condições e recursos necessários para o desempenho de suas funções35.

―Os novos valores que hoje compõem os direitos fundamentais dos cidadãos e as relações familiares são traduzidos em princípios jurídicosǁ36, que serão demonstrados a seguir.

Princípio da dignidade da pessoa humana

O princípio da dignidade da pessoa humana é positivado na Constituição Federal, no artigo 1º, inciso III, como pode-se observar a seguir:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

34 Ibid, p. 25.

35 PEREIRA. Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Rio de Janeiro: Forense. 2013.

36 Ibid., p. 55.

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Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição37.

O princípio da dignidade da pessoa humana é o princípio mais universal de todos os princípios. De acordo com a autora, este princípio é considerado um macroprincípio onde se irradiam os demais princípios. Os seus efeitos alcançam todo o ordenamento jurídico brasileiro38.

O princípio da dignidade da pessoa humana não representa apenas um limite de atuação do Estado, mas também é visto como uma direção para a sua ação positiva.

O Estado não pode apenas impedir os atos que atentem contra a dignidade humana, mas também possibilitar essa dignidade por meio de condutas que garantam o mínimo para a existência de cada pessoa no país39.

O princípio da dignidade da pessoa humana é apresentado logo no primeiro artigo da Constituição Federal em virtude da preocupação do legislador em promover os direitos humanos e da justiça social no país. Trata-se de um princípio essencial para a sociedade, em especial, para as famílias40.

Gagliano e Pamplona Filho41 enxergam o princípio da dignidade da pessoa humana como um princípio solar, que traduz valor de respeito à existência humana, sendo indispensável para a realização pessoal e busca de felicidade.

O princípio da dignidade da pessoa humana assegura o direito das pessoas de viverem plenamente, sem intervenções ilegítimas do Estado ou de outra pessoa, visando garantir a simples sobrevivência dos cidadãos42.

37 BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Constituição da república federativa do Brasil de

1988. Brasília, 1988. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 06 nov. 2017.

38 DIAS, Maria Berenice. MANUAL DE DIREITO DAS FAMÍLIAS [livro eletrônico]. 4. ed. São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais, 2016.

39 Ibid.

40 Ibid.

41 GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. NOVO CURSO DE DIREITO CIVIL, VOLUME 6: Direito de família — As famílias em perspectiva. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo : Saraiva, 2012.

42 Ibid.

(23)

Princípio da solidariedade familiar

O princípio da solidariedade familiar é encontrado no artigo 3º, inciso I da Constituição Federal.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Para o direito de família o princípio da solidariedade familiar também se encontra previsto nos artigos 226, 227 e 230 da Constituição Federal43. Veja:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações44.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (...)45

43 PEREIRA. Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Rio de Janeiro: Forense. 2013.

44 BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Constituição da república federativa do Brasil de

1988. Brasília, 1988. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 06 nov. 2017.

45 Ibid.

(24)

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.

§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos46.

Até a promulgação da Constituição Federal de 1988, a definição do vocábulo solidariedade se voltava ao corpus juris civilis, onde a pluralidade subjetiva e unidade de objeto formavam o cerne do princípio da solidariedade no direito obrigacional. Ao ser estabelecido na Constituição Federal, este princípio auxilia na construção de uma sociedade livre, justa e solidária47.

O princípio da solidariedade representa uma inovação no ordenamento jurídico brasileiro, devendo ser levado em consideração não somente a elaboração da legislação ordinária, mas também a execução de políticas públicas e interpretações do direito48.

O princípio da solidariedade é um fato social que pensa se o indivíduo está em sociedade. Assim, observa-se que este princípio é imprescindível para a convivência humana. A solidariedade visa proteger os grupos familiares (artigo 226 da Constituição Federal), proteger as crianças e os adolescentes (artigo 227 da Constituição Federal) e proteger os idosos (artigo 230 da Constituição Federal)49.

Solidariedade é o que cada um deve ao outro. Esse princípio, que tem origem nos vínculos afetivos, dispõe de acentuado conteúdo ético, pois contém em suas entranhas o próprio significado da expressão solidariedade, que compreende a fraternidade e a reciprocidade. A pessoa só existe enquanto coexiste. O princípio da solidariedade tem assento constitucional, tanto que seu preâmbulo assegura uma sociedade fraterna50.

Princípio do pluralismo das entidades familiares

46 PEREIRA. Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Rio de Janeiro: Forense. 2013.

47 PEREIRA. Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Rio de Janeiro: Forense. 2013.

48 Ibid.

49 Ibid.

50 DIAS, Maria Berenice. MANUAL DE DIREITO DAS FAMÍLIAS [livro eletrônico]. 4. ed. São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais, 2016. p. 53.

(25)

Através da Constituição Federal de 1988 surgiram novos contornos para as estruturas familiares. Nas constituições anteriores, apenas o casamento reconhecia tal proteção e os demais vínculos familiares eram considerados invisíveis à frente do direito. Após os matrimônios deixarem de ser reconhecidos como uma base familiar, aumentou-se o espectro da família51.

O princípio do pluralismo das entidades familiares é visto como um reconhecimento pelo Estado da existência de outras possibilidades de famílias. As uniões extramatrimoniais não eram consideradas família e encontravam amparo apenas no direito obrigacional, como sociedades de fato52.

Mesmo não sendo indicadas expressamente na Constituição Federal, as uniões homoafetivas tiveram seu reconhecimento através da justiça. As uniões simultâneas e as uniões poliafetivas, denominadas de concubinato adulterino, também são vistas como família, recebendo o devido amparo pelo direito. Assim como as famílias parentais e as pluriparentais53.

Excluir as entidades familiares que nascem a partir da afetividade e que geram comprometimento mútuo e envolvimento pessoal e patrimonial é uma verdadeira ofensa a ética e a justiça54.

Princípio da convivência familiar

O princípio da convivência familiar estabelece que Pais e filhos devem permanecer juntos55.

51 DIAS, Maria Berenice. MANUAL DE DIREITO DAS FAMÍLIAS [livro eletrônico]. 4. ed. São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais, 2016.

52 Ibid.

53 Ibid.

54 GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. NOVO CURSO DE DIREITO CIVIL, VOLUME 6: Direito de família — As famílias em perspectiva. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:

Saraiva, 2012.

55 Ibid.

(26)

O afastamento definitivo dos filhos da sua família natural é exceção, sendo apenas recomendável quando devidamente justificadas por interesse superior, tal como o da adoção e o reconhecimento de paternidade socioafetiva56.

O princípio da convivência familiar é uma importante norma, de cunho garantista. Ao prever que a ausência de recursos materiais não permite a perda ou a suspensão do poder familiar, a norma está assegurando, principalmente as famílias de baixa renda, o direito a convivência familiar com a sua prole, evitando que o poder econômico seja usado como veículo de determinação da guarda ou de outra medida em face de suas crianças e adolescentes57.

Princípio da afetividade

O princípio da afetividade, muito embora não esteja previsto na Constituição Federal, pode ser considerado um princípio jurídico, ao alcance que a sua denominação é construída por meio de uma interpretação sistemática da Constituição Federal, através do artigo art. 5°, § 2°. ―O princípio é uma das grandes conquistas advindas da família contemporânea, receptáculo de reciprocidade de sentimentos e responsabilidadesǁ58.

Pode-se realçar um desejo social à formação de relações familiares afetuosas, com perda da predominância de laços tão-somente sanguíneos e patrimoniais. Ao destacar o afeto, a família passou a ser uma entidade plural, revestida na dignidade da pessoa humana, embora seja, resultante de um laço natural apontado pelas obrigações dos filhos de ficarem ligados aos pais até obtiverem sua independência e não por repressão de vontade, como antigamente59.

56 GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. NOVO CURSO DE DIREITO CIVIL, VOLUME 6: Direito de família — As famílias em perspectiva. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:

Saraiva, 2012.

57 Ibid.

58 PEREIRA. Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Rio de Janeiro: Forense. 2013.

p. 59.

59 Ibid.

(27)

Com o passar do tempo, os cônjuges e companheiros permanecem unidos pelos vínculos da solidariedade e do afeto, mesmo após os filhos alcançarem suas emancipações. Esse é o verdadeiro critério prelecionado pelo princípio da afetividade60.

Toda pessoa, desde a sua infância, necessita receber e dar afeto para se tornar integral. No seu desenvolvimento de amadurecimento, seja na comunidade escolar ou na entidade familiar, ou até mesmo em um grupo de amizade, suplicar aos seus sentimentos é, na maioria das vezes, mais persuasivo do que apelar por argumentos racionais61.

A afetividade é o princípio que sustenta o direito das famílias na solidez das relações socioafetivas e na comunhão de vida, com precedência em face de considerações de caráter patrimonial ou biológico. ―O termo affectio societatis, muito utilizado no direito empresarial, também pode ser utilizado no direito das famílias, como forma de expor a ideia da afeição entre duas pessoas para formar uma nova sociedade: a famíliaǁ62.

O afeto não é apenas um laço que abraça os integrantes de uma família. Também tem um caráter externo, entre as famílias, colocando humanidade em cada família.

O Estado impõe a si os encargos com os seus cidadãos. Por isso a Constituição apresenta um rol extenso de direitos individuais e sociais, como modo de assegurar a dignidade de todos. Trata-se apenas de um compromisso de assegurar afeto, e o primeiro obrigado a assegurá-lo é o próprio Estado63.

Mas o fato é que o amor — a afetividade — tem muitas faces e aspectos e, nessa multifária complexidade, temos apenas a certeza inafastável de que se trata de uma força elementar, propulsora de todas as nossas relações de vida. Nesse contexto, fica fácil concluir que a sua presença, mais do que em

60 PEREIRA. Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Rio de Janeiro: Forense. 2013.

61 Ibid.

62 DIAS, Maria Berenice. MANUAL DE DIREITO DAS FAMÍLIAS [livro eletrônico]. 4. ed. São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais, 2016. p. 58.

63 Ibid.

(28)

qualquer outro ramo do Direito, se faz especialmente forte nas relações de família64.

O afeto, em especial o amor, deve estar presente no âmbito familiar, principalmente, para auxiliar na formação da criança e do adolescente e por consequência, para a convivência social.

Princípio da paternidade responsável

No que se refere ao princípio da paternidade responsável, pode-se retirar duas acepções: uma no sentido da autonomia de que a pessoa dispõe para escolher se deseja ter filhos, e outra sob a ótica da responsabilidade dos pais com os seus filhos, tendo em vista que escolheu tê-los65.

O princípio da paternidade responsável encontra-se previsto no parágrafo 7º do artigo 226 da Constituição Federal. Veja:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

64 GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. NOVO CURSO DE DIREITO CIVIL, VOLUME 6: Direito de família — As famílias em perspectiva. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo : Saraiva, 2012. p. 114.

65 BUCHMANN, Adriana. A PATERNIDADE SOCIOAFETIVA E A POSSIBILIDADE DE MULTIPARENTALIDADE SOB A ÓTICA DO ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO. Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito à obtenção do título de Bacharel em Direito. Florianópolis, 2013.

(29)

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher66.

O princípio da paternidade responsável caminha juntamente com o planejamento familiar, sendo uma responsabilidade de ambos os genitores, cônjuges ou companheiros67.

Princípio do melhor interesse da criança

O princípio do melhor interesse da criança deve ser admitido como garantia fundamental do Direito de Família contemporâneo e encontra-se previsto no artigo 227 da Constituição Federal68.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos:

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil;

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação.

§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.

§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

66 BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Constituição da república federativa do Brasil de

1988. Brasília, 1988. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 06 nov. 2017.

67 GONÇALVES, Carlos Roberto. DIREITO CIVIL BRASILEIRO, VOLUME 6: direito de família. 9. ed.

São Paulo: Saraiva, 2012.

68 PEREIRA. Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Rio de Janeiro: Forense. 2013.

(30)

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;

VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins.

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.

§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o disposto no art. 204.

§ 8º A lei estabelecerá:

I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens;

II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas69.

Como princípio jurídico, caracteriza-se no sistema jurídico brasileiro com seus próprios indicadores; ao aplicá-lo, há que se observado sua base constitucional e legal70.

Com a ratificação da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança da ONU/l 989 (Decreto n° 99.710/1990) e por meio de sua incorporação, não se pode abduzir a probabilidade de apontá-lo como diretriz na proteção e atendimento dos menores de 18 anos, como ditado no artigo 41 da referida Convenção.

Considerando-os em suas particularidades, também por seus pais ou responsável,

69 BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Constituição da república federativa do Brasil de

1988. Brasília, 1988. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 08 nov. 2017.

70 PEREIRA. Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Rio de Janeiro: Forense. 2013.

(31)

as crianças e os adolescentes devem ser aceitos como pessoas em condição de desenvolvimento71.

O melhor interesse é um reflexo da natureza da doutrina jurídica de proteção integral que indica o Estatuto da Criança e do Adolescente e possui relação específica com a doutrina dos direitos humanos em geral72.

Sua implantação não pode se resumir a sugestões ou referência; deve ser a premissa em todas as ações concernentes à criança e ao adolescente.

No campo do planejamento familiar, o princípio do melhor interesse da criança ganha relevo, diante da priorização dos seus interesses e direitos em detrimento dos interesses de seus pais, a impedir, assim, que a futura criança venha a ser explorada econômica ou fisicamente pelos pais, por exemplo. Pode-se considerar que o espectro do melhor interesse da criança não se restringe às crianças e adolescentes presentes, mas abrange também as futuras crianças e adolescentes, frutos do exercício consciente e responsável das liberdades sexuais e reprodutivas de seus pais. Trata-se de uma reformulação do conceito de responsabilidade jurídica para abranger as gerações futuras, e, nesse contexto, é fundamental a efetividade do princípio do melhor interesse da criança no âmbito das atuais e próximas relações patemo-matemo-filiais73.

O melhor interesse da criança não está restrito às crianças e adolescentes no mundo atual, mas alcança também as crianças e adolescentes futuramente, frutos do exercício consciente e responsável das liberdades de reprodução de seus pais.

71 Ibid.

72 Ibid.

73 PEREIRA. Caio Mário da Silva. INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL. Rio de Janeiro: Forense. 2013.

p. 62.

(32)

4 DA FILIAÇÃO

A filiação está historicamente inserida no âmbito familiar ou até mesmo fora dele.

Advém do nascimento de uma criança constituída pela relação sexual de duas pessoas. Contudo, a filiação também pode ser reconhecida de outras formas diferente desta, conforme será visto nos tópicos a seguir.

Conceito de filiação

A filiação pode ser definida como a relação jurídica oriunda do parentesco por consanguinidade ou por outra origem, estabelecida individualmente entre os ascendentes e descendentes de primeiro grau. Trata-se da relação jurídica existente entre os pais e os filhos74.

Filiação é a relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa àquelas que a geraram, ou a receberam como se a tivessem gerado.

Todas as regras sobre parentesco consanguíneo estruturam-se a partir da noção de filiação, pois a mais próxima, a mais importante, a principal relação de parentesco é a que se estabelece entre pais e filhos.

Em sentido estrito, filiação é a relação jurídica que liga o filho a seus pais.

É considerada filiação propriamente dita quando visualizada pelo lado do filho.

Encarada em sentido inverso, ou seja, pelo lado dos genitores em relação ao filho, o vínculo se denomina paternidade ou maternidade. Em linguagem jurídica, todavia, às vezes se designa por paternidade, num sentido amplo, tanto a paternidade propriamente dita como a maternidade. É assim, por exemplo, que deve ser entendida a expressão paternidade responsávelǁ consagrada na Constituição Federal de 1988, art. 226, § 7º75.

Filiação é a concepção relacional, é o envolvimento de parentesco que se coloca entre duas pessoas, onde uma é considerada filha e a outra é considerada pai ou mãe76.

74 TARTUCE, Flávio. DIREITO CIVIL, V. 5: Direito de Família. – 12. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

75 GONÇALVES, Carlos Roberto. DIREITO CIVIL BRASILEIRO, VOLUME 6: direito de família. 9. ed.

São Paulo: Saraiva, 2012.

76 NEVES, Gustavo Kloh Muller. DIREITO DE FAMÍLIA. 3. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2011.

(33)

O estado de filiação é a denominação jurídica desse envolvimento de parentesco, atribuído a uma pessoa, abarcando um complexo de direitos e deveres recíprocos.

Onde o filho é titular do estado de filiação e os pais são titulares dos estados de paternidade e maternidade relacionados ao filho77.

A Constituição Federal de 1988 trouxe, através do artigo 227, parágrafo sexto, absoluta igualdade entre todos os filhos, não admitindo qualquer tipo de distinção que existia anteriormente no Código Civil de 1916. Veja:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação78.

O princípio da igualdade dos filhos é reafirmado pelo Código Civil brasileiro, por meio do artigo 1.596, como pode-se observar a seguir: ―Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiaçãoǁ79.

Espécies de filiação

Filiação biológica

O registro na certidão provoca a presunção de verdade do estado da filiação, superando a paternidade biológica. O que na certidão constar vale como verdade em relação a todo o seu conteúdo, em especial, o nome dos pais. Mencionado tais

77 NEVES, Gustavo Kloh Muller. DIREITO DE FAMÍLIA. 3. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2011.

78 BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Constituição da república federativa do Brasil de

1988. Brasília, 1988. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 15 nov. 2017.

79 BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. INSTITUI O CÓDIGO CIVIL. Brasília, 2002.

Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 16 nov.

2017.

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