UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIOGRANDEDONORTE CENTRODEEDUCAÇÃO
SECRETARIADEEDUCAÇÃOADISTÂNCIA CURSODEPEDAGOGIAADISTÂNCIA
PRISCILLABALBINORIBEIRODELIMA
APOIO FAMILIAR AOS ESTUDANTES EM TEMPOS DE PANDEMIA
NOVA CRUZ
2021
PRISCILLA BALBINO RIBEIRO DE LIMA
APOIO FAMILIAR AOS ESTUDANTES EM TEMPOS DE PANDEMIA
Relato de Práticas Educativas apresentado ao Curso de Pedagogia como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia.
Orientadora: Profa. Dra. Gabriela Bon
NOVA CRUZ
2021
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Moacyr de Góes - CE
Lima, Priscilla Balbino Ribeiro de.
Apoio familiar aos estudantes em tempos de pandemia / Priscilla Balbino Ribeiro de Lima. - 2021.
26 f.
Relato de experiência (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Educação, Graduação em Pedagogia a Distância. Natal, RN, 2021.
Orientadora: Profa. Dra. Gabriela Bon.
1. Relação entre escola e família - Relato de experiência. 2.
Programa Residência Pedagógica - Relato de experiência. 3. Ensino remoto - Praticas educativas - Relato de experiência. 4.
Pandemia - Covid-19 - Relato de experiência. I. Bon, Gabriela.
II. Título.
RN/UF/CE/ Biblioteca Setorial Moacyr de Góes CDU 37.064.1
Elaborado por Jailma Santos - CRB-15/745
PRISCILLA BALBINO RIBEIRO DE LIMA
APOIO FAMILIAR AOS ESTUDANTES EM TEMPOS DE PANDEMIA
Relato de Práticas Educativas apresentado ao Curso de Pedagogia como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia.
Aprovada em: 09/09/2021
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Profa. Dra. Gabriela Bon Orientadora
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
______________________________________
Prof. Dr. Alan Ricardo Costa Membro Interno
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
______________________________________
Profa. Ma. Louise Carla Siqueira da Silva Membro externo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Dedico esta vitória primeiramente a Deus que me deu essa oportunidade de concluir este curso, a minha mãe por ter sido minha maior incentivadora, professora, mulher guerreira, meu orgulho e felicidade por ser sua filha.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à UFRN pela oportunidade, à minha família por ter me apoiado e me amparado em todos os momentos, ao meu esposo pela sensatez e pelo amor dedicado à nossa família. À minha tutora Marleide, que durante todo o curso nos incentivou a prosseguir, obrigada pela garra. Aos nossos professores, que puxavam nosso melhor em cada aula. Agradeço ainda pela oportunidade de ter participado dos programas PIBID e Residência Pedagógica, por terem me mostrado na prática a realidade, o chão da escola, como ela funciona em todas suas etapas e processos.
Ao professor Gilberto, à Marisa e à Nathalia Thais pelos ensinamentos que levo para a vida e que me fizeram evoluir como ser humano. À minha Orientadora Dr. Gabriela Bon, pela paciência, aos meus coleguinhas de curso, cada um com seu jeitinho, que não vou esquecer. Lembrarei de todos vocês e, para usar mais uma vez uma frase recorrente minha ao longo do curso: estarei sempre com saudades!
Educação não transforma o mundo Educação muda pessoas.
E pessoas mudam o mundo.
Paulo Freire
RESUMO
Este Relato de Práticas Educativas pretende aprofundar a experiência vivida no Programa Residência Pedagógica e visa entender como se deu a relação entre a família e escola em tempos de pandemia. Ademais, demonstra como a situação atípica decorrente da necessidade de distanciamento social para contenção da SARS- CoV-2 (COVI-D19). Impactou na adaptação das atividades da escola pesquisada. O trabalho na escola iniciou com uma atividade de ambientação, apresentação, identificação da parte física da escola, corpo docente, direção e demais funcionários.
Além disso houve a necessidade de nossa inserção nas turmas remotas para observação das atividades. Destacamos que o sistema emergencial, onde todos tiveram que ficar isolados em suas casas, para ir ao supermercado e demais lugares públicos, teria que ter o uso de máscara, não levando as mãos aos olhos e boca, higienizando-as com agua e sabão ou álcool em gel a 70%, produziu uma grande quebra na rotina de todos, uma vez que demandou alterações em todo o planejamento da escola, bem como alterou drasticamente as formas de interação entre professor e aluno que não puderam mais compartilhar um mesmo ambiente físico. Assim, a proposta das atividades feitas pela escola precisou levar sempre em consideração que era necessário obter a ajuda de um adulto. Nesse sentido, a partir das atividades desenvolvidas, pudemos fazer esta pesquisa que ajudou a perceber o quanto que a família é uma peça fundamental para o bom desenvolvimento do aluno em toda sua vida escolar. Assim, esse relato traz as conclusões obtidas em todo o processo de aplicação das atividades, de avaliação do engajamento da família, da reciprocidade do aluno, da satisfação da escola e do peso de todos estes fatores no ensino- aprendizagem a partir da experiência remota.
Palavras-chave: Relação entre família e escola. Programa Residência Pedagógica.
Relato de Prática Educativa.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ... 9
2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ... 11
Perfil Profissional da Instituição ...13
Perfil do Público Atendido ...14
Relações no ambiente escolar: família, alunos e profissionais ...14
Projeto Político Pedagógico: Planejamento e Prática Docente ...15
Observação da escola ...17
Observação da prática do professor ...18
Descrição e análise da atividade prática desenvolvida...20
3 RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA ... 21
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 23
5 REFERÊNCIAS ... 27
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1 INTRODUÇÃO
Este Relato de Prática Educativa pretende evidenciar alguns eventos vivenciados na Educação Infantil por uma pedagoga em formação1 no decurso de meu estágio no Programa de Residência Pedagógica, durante o curso de Pedagogia, na modalidade a Distância, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, enfocando a importância deste Programa para a formação docente.
O Programa de Residência Pedagógica (PRP) é uma ação da Política Nacional de Formação de Professores e pretende induzir o aperfeiçoamento da formação e experiência docente nos cursos de licenciatura, promovendo a vivência do licenciando na escola de educação básica, a partir do terceiro ano de curso. O PRP é realizado em regime de colaboração entre a União, por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), os estados, o Distrito Federal e os municípios, por intermédio das secretarias de educação ou órgão equivalente, e as Instituições de Ensino Superior (IES) (UFRN, 2021, online).
Neste sentido, o PRP tem por objetivos gerais: incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica, conduzindo o licenciando a exercitar de forma ativa a relação entre teoria e prática profissional docente; promover a adequação dos currículos e propostas pedagógicas dos cursos de licenciatura às orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC); fortalecer e ampliar a relação entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e as escolas públicas de educação básica para a formação inicial de professores da educação básica; e fortalecer o papel das redes de ensino na formação de futuros professores e educadores (UFRN, 2021, online)
Ressaltamos que, para compor este programa, o residente, deve ser discente com matrícula ativa em curso de licenciatura que tenha cursado o mínimo de 50% do curso ou que estejam cursando a partir do 5º período. Além disso, o Programa apresenta definições específicas para a seleção da Escola-campo, ou seja, qual será a escola selecionada para a atuação dos bolsistas.
Esta pesquisa foi realizada em uma creche do município de Nova Cruz, atendida pelo Núcleo PRP Pedagogia Nova Cruz. Este núcleo conta com um
1 autora deste texto
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orientador (professor da UFRN responsável pelo núcleo), oito residentes (alunos de licenciatura da UFRN) e uma preceptora (professora que atua na escola de educação básica) que é a responsável por planejar, acompanhar e orientar os residentes nas atividades desenvolvidas na escola-campo. Já o docente orientador é vinculado ao Centro de Educação da UFRN e tem por responsabilidade planejar as atividades dos residentes de seu núcleo e de estabelecer, através de discussões orientadas, a relação entre teoria e prática.
Diante do contexto pandêmico em decorrência da COVID-19, as atividades foram adaptadas à realidade educacional que o mundo, em especial a Educação brasileira, tem vivenciado nos últimos tempos. Apesar das dificuldades, o trabalho na escola iniciou com uma atividade de ambientação presencial que foi realizada através de visita às instalações físicas da escola que ocorreu em função de um relaxamento do decreto estadual e municipal, com todas as medidas de distanciamento e prevenção2. Assim, fizemos uma primeira reunião de planejamento com as professoras, coordenação e supervisão na qual foi possível observar a estrutura física e instalações da creche. Em seguida, houve um novo fechamento das atividades presenciais, e só foi possível acompanhar as atividades por meio de ferramentas tecnológicas; por consequência, as vivencias de sala de aula posteriores foram observadas remotamente por meio do Google Meet3 e, também, por grupo de WhatsApp4. Além disso, nas turmas nas quais fomos inseridos, passamos a acompanhar reuniões pedagógicas da coordenação através do Google Meet.
Foi possível vivenciar a sequência de procedimentos da creche, conhecer o seu funcionamento, a cultura organizacional, acompanhar as atividades de planejamento pedagógico, identificar como é feita a articulação da escola com as famílias e a comunidade, dentre outros aspectos. A seguir, realizamos uma
2 O Decreto Estadual do Rio Grande do Norte, nº 29.524 de 17 de março de 2020, com base na LDB, determina que o ensino a distância seja utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais; já o Decreto nº 16/2020, de 24 de abril de 2020, expedido pelo Prefeito do Município de Nova Cruz, dispõe sobre as medidas temporárias de prevenção e controle para o enfrentamento da COVID-19 no Munícipio, ratificando o que foi determinado no decreto Estadual.
3 Google Meet, é um aplicativo de videoconferência desenvolvido pela Google que pode ser utilizado em computadores e smartphones conectados à internet.
4 WhatsApp é um aplicativo de mensagens instantâneas de propriedade do Facebook que transmite texto, áudio e vídeo para contatos individuais ou para grupos. Inicialmente desenvolvido para smartphones, atualmente possui versão para uso simultâneo em computadores.
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observação semiestruturada que consiste na observação de modo remoto5, da sala de aula.
A partir de alguns aspectos que foram discutidos e considerados importantes de serem observados nesta etapa do trabalho. Além disso, no momento da regência foi elaborado uma sequência didática a ser desenvolvida na intervenção à sala de aula. Dada a situação pandêmica que estamos testemunhando, esse modelo emergencial é necessário. Há aprendizagens, sim, mas de maneira diferente. É uma experiência de troca assíncrona, pois depende da devolutiva posterior das atividades que é um fator primordial. A distância física tem tornado difícil essa interação, em modo remoto, por mais que os profissionais procurem torná-lo mais confortável, o calor humano faz falta e a família é peça importante nesse processo. Se já fazia bastante diferença quando o ensino era presencial, agora se faz mais do que nunca.
Precisamos lembrar que a comunicação e a interação com os outros são essenciais para o desenvolvimento do ser humano, pois não vivemos sozinhos. Podemos nos acostumar temporariamente com isso, mas não é uma regra a ser seguida para sempre.
Focando na relação de apoio da família nas atividades escolares, presenciamos tanto famílias que participaram ativamente, quanto famílias que foram totalmente ausentes. Assim, foi possível fazer uma comparação para perceber como esta relação influencia na aprendizagem do aluno e no seu desenvolvimento.
Ademais, foi possível verificar se houve um salto na aprendizagem de alguns alunos ou não.
2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
A Creche está situada no município de Nova Cruz/RN. Com seu funcionamento normal e suas atividades presenciais, a escola fez o planejamento para o ano de 2021 em dois turnos, sendo o turno matutino no horário das 07h às 11h e o turno vespertino no horário das 13h às 17h. A escola comporta oito turmas contemplando os níveis II, III, IV e V dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, com a faixa etária de 2 a 5 anos de idade.
5 Cabe destacar que a UFRN define o ensino remoto como o: “(...) acesso temporário e planejado a suportes de ensino e instrução, em resposta ao fechamento de escolas e universidades em tempos de crises e em formato de ensino distinto da Educação à Distância, que é uma modalidade de ensino planejada com proposta pedagógica, materiais, ambiente e formato próprios” (BRASIL, 2020, online).
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A escola comporta no ano corrente oito turmas, sendo quatro dos anos iniciais II, III, IV e V, no turno matutino, e quatro turmas dos mesmos níveis referidos, no turno vespertino, totalizando 194 vagas ofertadas para o ano de 2021. Diante do cenário pandêmico dos dias atuais, a escola teve seu planejamento e divisão de turmas reformulada para atender as medidas restritivas e distanciamento social, cumprindo os decretos estadual e municipal para o combate ao COVID-19. Essa redistribuição ficou definida da seguinte forma: oito turmas, sendo 2 do nível II, 2 do nível III, 2 do nível IV e 2 do nível V, essas turmas têm em média 25 alunos e uma professora para o formato de aulas remota.
A escola possui quatro salas de aulas com acomodações simples, não dispondo de um espaço adequado para uma biblioteca. Contudo as paredes das salas de aulas são todas decoradas com quadros variados, que incluem a rotina das aulas, cantinho da leitura, palavras mágicas, alfabeto lúdico e diversos trabalhos realizados pelas turmas, o que faz da sala de aula um ambiente de aprendizagem acolhedor.
Os professores não possuem uma sala específica para se reunirem e usam do espaço destinado às atividades de secretaria para se reunirem. A unidade escolar possui um pátio amplo e arejado, uma cozinha, 2 banheiros para as crianças, um banheiro para funcionários, sala de direção e um espaço utilizado como depósito de materiais, porém não possui banheiros para pessoas com deficiência.
A instituição conta com a colaboração e a prestação de serviços de 30 servidores que ocupam as seguintes diversas funções, conforme o quadro abaixo:
FUNÇÃO EXERCIDA NA ESCOLA QUANTIDADE DE SERVIDORES
Diretor 01
Professores efetivos, Professores readaptação,
Professores auxiliares contratados 18
Secretario escolar 01
Aux. De secretaria 02
Aux. De serviços gerais 04
Porteiros 02
Apoio pedagógico 01
Coordenador pedagógico 01
Para atender demandas de organização administrativa a escola apresenta seu Conselho fiscal - caixa escolar, criado em 2017-2020, composto por Presidente;
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Tesoureiro; representante dos docentes; representante de funcionários; representante de pais; representante dos especialistas em educação e secretaria do conselho. Para todas as categorias representadas há um membro titular e um suplente.
A escola é contemplada com os programas de governo: Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em parceria com a Prefeitura de Nova Cruz, que disponibiliza alimentação a todos os alunos.
Para aquisição de material de consumo e material permanente a creche recebe os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) através do Caixa Escolar. No ano em curso, a instituição foi contemplada com o Programa Escola Conectada e assim a recebeu um novo computador com acesso à internet.
Perfil Profissional da Instituição
Para identificação do perfil dos profissionais foram realizadas entrevistas com a equipe de gestão e de docência da Creche, os quais demonstraram muito comprometimento com a instituição e com suas respectivas funções buscando sempre o melhor para superar as adversidades presentes no ambiente escolar.
As conversas foram iniciadas pela equipe do programa Residência Pedagógica e seguiu esquemas de observações com vários questionamentos, dividindo-se em vários tópicos e indagações. Em relação á gestão escolar, no que se refere à eficiência, pudemos perceber através de observação
que os professores estão sempre envolvidos em variados eventos, tais como:
reuniões pedagógicas com periodicidade mensal e semestral, conselho escolar, eventos do calendário escolar, eventos extraclasse, entre outros. Ainda de acordo com o relato feito pela gestora sobre o relacionamento dos alunos, família e membros da instituição é no geral muito pacífica indicando que exercem uma boa relação interpessoal com todos, estes demonstraram ser um dos fatores positivos da equipe, em outros termos, os profissionais evidenciam qualidades essenciais para o processo de formação na instituição, destacando profissionalismo, equilíbrio, domínio, diálogo, boas relações, ética e responsabilidade.
Cabe destacar que os profissionais da escola possuem formação condizente com as atividades que desenvolvem. Segundo a coordenação, todos os professores efetivos, diretor e o coordenador pedagógico, possuem pós-graduação na área, enquanto os professores temporários que possuem apenas graduação. Em relação
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aos profissionais temporários, os termos contratuais são firmados entre a Prefeitura Municipal de Nova Cruz e o contratado.
Com a finalidade de que os saberes sejam aprimorados, a instituição dispõe de formação continuada. O gestor, em parceria com a equipe pedagógica, coordena o trabalho de formação. Atualmente, a equipe informou que sua maior necessidade de aprofundamento é no alinhamento do trabalho pedagógico com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Perfil do Público Atendido
Creche Municipal, é uma instituição educacional da educação básica infantil com faixa etária de 2 a 3 anos e 11 meses e 4 a 5 anos e 11 meses e atende uma população de baixa renda, com muitos desempregados, beneficiários do Programa Bolsa Família. Este perfil se justifica na medida em que escola atende a bairros carentes, com famílias que possuem um número alto de crianças na faixa de idade assistida. Sobre a composição familiar, destacamos que boa parte das famílias é composta basicamente por avós, pais e mães, filhos, e netos e que muitos se deslocam até a escola a pé ou de bicicleta.
Relações no ambiente escolar: família, alunos e profissionais
Através da leitura do Projeto Político Pedagógico (PPP) e das observações realizadas ao longo do projeto, foi possível perceber vários aspectos interessantes da comunidade escolar. Assim como a maioria das escolas públicas brasileiras o perfil dos pais da Creche não é diferente. Em sua grande maioria composta de pais e mães e/ou responsáveis formadas de pessoas humildes, sem emprego fixo, boa parte são autônomos, fazem bicos, algumas mães são manicures e empregadas domésticas.
Sendo basicamente esse o perfil familiar da creche.
Ainda entendemos que existe um esforço da direção democrática no sentido de fazer parcerias com profissionais locais no sentido de ministrarem palestras sobre saúde, meio ambiente, educação inclusiva, além de outros temas que possam servir de crescimento profissional para docentes e comunidade escolar.
Portanto, a realidade familiar da creche é composta de pais de origens humildes e de uma gestão democrática que procura fazer parcerias para enriquecer os docentes e comunidade escolar.
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O bom desempenho do aluno e a motivação necessária para que esse aluno avance, em suma a família contribui fortemente, gerando satisfação do aluno em avançar em qualquer que seja a atividade que esteja sendo desenvolvida no momento.
Desta maneira a gestão tem se mobilizado e está comprometida a diminuir as distancias entre família e escola, constituindo valor a essa relação, necessitando de apoio e manutenção, valorizando o bem estar de todos os envolvidos, sendo assim adaptando-se ao ensino e suas múltiplas práticas.
Projeto Político Pedagógico: Planejamento e Prática Docente
O Projeto Político Pedagógico da referida escola está datado como elaborado em fevereiro de 2019, tendo sido atualizado em 2020 no contexto pandêmico.
Apresenta 62 páginas que estão divididas em: apresentação; contexto da gestão escolar; identificação; perfil da comunidade escolar; recursos financeiros; conselho fiscal; organização didático-pedagógica; níveis de ensino; matrículas; enturmação;
recursos didáticos; estrutura física; recursos humanos; justificativa; objetivo geral;
objetivos específicos; princípios norteadores; missão da escola; fundamentos teóricos; fundamentos pedagógicos; compreensão de sociedade; compreensão de educação; compreensão de escola inclusiva; proposta/metas e estratégias; nossas propostas; metodologia; currículo e BNCC; planejamento; organização do tempo/espaço; enturmação; quadros/metas/estratégias; sistemática de avaliação;
plano de ação de atividades remotas 2020.
O PPP foi ajustado e realinhado para o biênio de 2019/2021 e busca zelar pela função principal da escola que é cuidar e educar respeitando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
Para a construção do PPP a escola usou como referencial os documentos norteadores da educação. Elaborado com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Lei 9394/96, onde a educação foi definida como a primeira etapa da educação básica, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação infantil/2009, na Base Nacional Comum Curricular e, também, nas ações partilhadas com o Conselho Tutelar órgão criado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que tem como objetivo ajudar a família, a sociedade e o Estado a zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes.
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Com relação ao planejamento escolar, de acordo com informações obtidas na realização deste diagnóstico, acontece em reuniões ou encontros pedagógicos anual, bimestral e diário, respeitando-se a diversidade das turmas formadas e garantindo a autonomia e a organização de cada professor. O planejamento bimestral deve ser flexível e integrado aos objetivos propostos para a Educação Infantil, de acordo com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular, com a participação de todo o corpo pedagógico da escola.
Além disso, a escola costuma trabalhar com projetos, são considerados os projetos específicos da turma, bem como projetos coletivos que envolvem toda a escola. Tais atividades possibilitam que os orientadores pedagógicos e o coordenador de projetos dialoguem com os professores, com a intenção de contribuírem com um outro olhar às propostas apresentadas.
Em consonância, o planejamento diário é um instrumento pedagógico que tem como objetivo organizar e alimentar o espaço/tempo das crianças na escola. De maneira geral, deve orientar as possibilidades das ações educativas do dia, norteando as mediações docentes. Este instrumento de organização da ação pedagógica deve ser pensado e realizado coletivamente, tendo como questão fundamental o investimento na participação das crianças. Desta forma podemos dizer que a escola tem como um de seus princípios curriculares fundamentais o cuidar, remetendo à ideia de preservação da vida, de atenção, de acolhimento, envolvendo uma relação afetiva e de proteção. Nesse contexto, a escola valoriza as interações e brincadeiras como eixos estruturantes do aprendizado.
No que se refere à prática pedagógica, promove formação continuada aos professores, sendo geralmente realizadas nas salas de aulas, porque a escola não dispõe de um espaço físico propício ao desenvolvimento de tais atividades, como sala de professores, a frequência que os professores se reúnem para planejar são bimestral e anual, coordenados pelo gestor, coordenador pedagógico e a equipe pedagógica, os conteúdos norteadores são voltados especialmente para o desenvolvimento da criança através das brincadeiras e interações.
É importante relatar ainda que a escola construiu um planejamento de ações focado nas formas de comunicação e interação entre todos, mediante a pandemia buscou adaptar-se às novas metodologias de ensino possíveis durante o contexto pandêmico e encontra-se fazendo uso dos recursos tecnológicos para promover a interação em meio ao cenário atual. Neste sentido, com o objetivo de estreitar a
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comunicação e as relações de ensino e aprendizagem, foram criados grupos de WhatsApp onde a equipe pedagógica também faz uso de ligações diretas quando necessário, desenvolve acompanhamento motivacional a fim de manter um vínculo afetivo de aprendizagem com a escola, crianças e família. Tais ações proporcionaram a aproximação virtual da escola e dos professores com as famílias, de modo a interagir e orientá-las para que elas possam acompanhar e realizar as atividades com as crianças em casa.
Com relação ao planejamento e desenvolvimento de ações de formação continuada para professores nesse período de pandemia, elas aconteceram dentro dos limites e possibilidades impostos pelo atual cenário, sendo direcionadas informações e ações tanto para o corpo docente quanto aos pais. Aconteceram reuniões online e presenciais onde deu-se continuidade às necessidades de formação continuada do professor. Percebemos ainda que algumas das dificuldades encontradas foram em relação ao domínio das tecnologias educacionais para que se efetivasse o ensino de forma remota, através do acesso aos recursos tecnológicos, o que requer investimentos e recursos financeiros da escola que são bastante escassos, mas neste ano foi adquirido um computador com acesso à internet.
Neste momento, observa-se que a Secretaria Municipal de Educação, mantém comunicação sobre as medidas que devem ser adotadas pela gestão escolar para auxiliar estudantes e profissionais em suas dúvidas em relação à rotina escolar interrompida e o que será feito após o retorno das atividades na escola. Organizaram- se de modo a realizar reuniões virtuais, onde a maior preocupação foi com alimentação escolar entregando kits alimentícios a cada criança. A secretaria reuniu ainda representantes de diversos segmentos da comunidade e discutiu que já dispõe do seu planejamento para o retorno das aulas. Assim, verificamos que mesmo diante das dificuldades apresentadas para adaptação ao modo remoto, a escola conseguiu atingir um desenvolvimento bastante significativo neste momento em que vive a educação brasileira.
Observação da escola
Mediante relatos da equipe gestora e coordenação pedagógica da Creche Municipal, as atividades desde março de 2020 até os dias atuais ocorrem de forma remota devido aos decretos estaduais e municipais, em função do distanciamento social e normas para conter a pandemia do novo COVID-19. Em março de 2020 a
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escola iniciou suas atividades, com a construção conjunta de planos de ações e estratégias metodológicas que viabilizassem as aulas e dessem continuidade ao processo de ensino e aprendizagem para todos os alunos.
Como residentes, nossa primeira atividade foi realizar o Diagnóstico, observando os espaços e tempos da instituição. Elaboramos questionários e participamos de reuniões online pelo Google Meet com o corpo docente, gestora e coordenação pedagógica. Participamos também de uma reunião presencial, obedecendo todas as normas e protocolos de saúde contra para contenção do Coronavírus. Como parte dos trabalhos de levantamento e conhecimento dos processos administrativos pedagógicos, elaboramos e aplicamos questionário envolvendo a gestão e a coordenação. Refletimos juntos sobre o trabalho docente, a relação com a comunidade, normas e diretrizes seguidas, equipe gestora, planejamento, avaliação.
Nesse contexto fomos observando que a equipe pedagógica juntamente com a gestão, realiza planejamentos anual, semestral e mensal. Em decorrência do distanciamento o ensino passou a ser no formato remoto com aulas assíncronas, viabilizadas pelo WhatsApp. No grupo criado por cada professor, há uma turma com os seus alunos inseridos e mediados com atividades diárias. Assim as ações são compartilhadas com as famílias, que são estimuladas diariamente, a auxiliarem as crianças no desenvolver das atividades propostas.
Como forma de avaliação desse processo, os professores observam o desempenho, a participação, a interação no grupo no momento das aulas e por meio das devolutivas das atividades que são postas em registros com fotos e prints screen dos trabalhos realizado em casa.
Mesmo com todos os desafios e problemas advindos do ensino remoto, em função da problemática da internet e situação das famílias carentes de recursos financeiros e de conhecimento para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem dos filhos, foi possível que a escola mantivesse as rotinas de atividades mesmo à distância.
Observação da prática do professor
Durante o processo de permanência na escola, fomos inseridos nos grupos das turmas nas salas virtuais. Com muita cautela e compromisso com a educação dos seus alunos, a professora me adicionou e assim a turma de minha observação e
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posterior intervenção efetivou-se no Nível V, turno vespertino, com demanda de 25 alunos na faixa etária de 5 anos de idade.
A rotina da professora iniciava sempre às 13h. Usava a metodologia de postagens de mensagens, vídeos de boas-vindas feitos por ela, áudios e animações, com temas relacionados às atividades propostas por seu Plano de Aula e também encaminhava áudio explicativo para um melhor entendimento das atividades por parte da família. Assim, podemos dizer que a professora consegue manipular as questões didáticas de forma satisfatória, pois como nos diz Carvalho:
Nesse sentido, visando se adaptar ao momento pedagógico dos alunos sem acesso à internet, a escola disponibiliza material impresso com agendamento para retirada e devolução das atividades já realizadas.
No mês de maio interagimos na turma, através de um vídeo produzido em homenagem ao Dia das Mães, que foi encaminhado para a turma pela professora encaminhou. Com este material, obtivemos muitas devolutivas de agradecimentos da turma. A seguir, como estratégia de interação com a família de forma remota, observamos como cada família iria desenvolver e devolver a atividade proposta.
O planejamento da professora é produzido anualmente, bimestralmente e desse bimestral, constrói o plano mensal e semanal. De acordo com o plano mensal apresentado, percebe-se que ele contempla as indicações da Base Nacional Comum Curricular ao trabalhar com os campos de experiências, objetivos de aprendizagem e direitos de aprendizagem das crianças. Neles há também, muito bem detalhado, as estratégias metodológicas de como conduzir, o que fazer na proposição das atividades, os recursos que devem ser utilizados para dinamizar as aulas e avaliação da aprendizagem.
A avaliação da turma ocorre de forma contínua, uma vez que todos os dias a professora observa a participação, o desempenho e a interação de cada aluno no grupo. As devolutivas sempre são estimuladas com elogios e incentivo a continuarem produzindo. Como forma de registro escrito, é construído o portfólio da turma e o registro de atividades é feito por meio de fotos e prints screen de vídeos das devolutivas de cada aluno. Desta forma, podemos dizer que a professora é intencional e dialoga com os interesses do aluno, pois como nos ensina Carvalho:
A prática docente é prática pedagógica quanto quando esta se insere na intencionalidade prevista para a sua ação. Assim enfatizo que um professor que sabe qual é o sentido de sua aula para a formação do
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aluno, que sabe como sua integra e expande a formação desse aluno, que tem consciência do significado da própria ação, esse professor dialoga com a necessidade do aluno, insiste na sua aprendizagem, acompanha o seu interesse, faz questão de produzir aquele aprendizado, pois acreditam que este será importante para o aluno (CARVALHO, 2012, p.178).
A partir do exposto, podemos dizer que a professora da turma observada se superou em meio a essa pandemia. Cabe destacar que ela nos informou que, inicialmente, não sabia como desenvolver atividades com as mídias, mas que ganhou experiência através dos encontros e reuniões promovidas pela coordenação pedagógica, das leituras e dos estudos realizados em casa.
Descrição e análise da atividade prática desenvolvida
Comecei com uma “chamadinha virtual”, na forma de uma história sobre o Tangram6, e pedi a participação de todos. Utilizei esta estratégia de envolvimento da turma, pois na semana em que o apliquei, a escola não conseguiu providenciar uma cópia para cada aluno por causa da reforma. Desta forma, busquei fazer a tarefa o mais simples possível para não precisar de muito material.
No dia seguinte, propus uma reflexão baseada na mesma história, mas desta vez, puxando para as histórias e lendas, o que eles podem reconhecer que lendas existem em sua cidade e se eles as conhecem.
Na aula seguinte, pedi a eles que usassem os quebra-cabeças Tangram e montassem figuras de bichinhos de pessoas, paisagens, e me contassem uma história a partir dessas figuras.
Os responsáveis se envolveram nas atividades propostas, mas as crianças são o ponto chave. É preciso garantir que elas façam as atividades no tempo delas para que esse aprendizado seja significativo. Essa intervenção foi realizada de forma a despertar o interesse do aluno e dos responsáveis, e reservei dois dias para a devolutiva, o que estava de acordo com a prática usual da professora. No final da atividade pedi para que me dessem o retorno. O objetivo foi alcançado, mediante a devolutiva dos alunos e responsáveis, mas podemos ver que ainda há muitas dificuldades a serem superadas. Uma parcela de alunos não devolveu a atividade e, a partir disso, percebemos que o diálogo e a comunicação precisam ser melhorados.
6 O Tangram é um quebra-cabeças geométrico formado pelas seguintes peças: 2 triângulos grandes, 2 pequenos, 1 médio, 1 quadrado e 1 paralelogramo. Pode ser feito em papel ou em outros materiais mas rígidos.
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Considero que a participação foi boa, o que é desafiador, pois nem todos os alunos têm as condições de acesso à internet em casa. Alguns pegam o sinal emprestado de vizinhos. Ainda temos muitos obstáculos a serem ultrapassados inclusive em termos de políticas públicas as famílias de baixa renda, no que compete à acessibilidade universal. Apesar das dificuldades mencionadas, destacamos que a sequência desenvolvida serviu de subsídio para as observações e análises que serão apresentadas a seguir sobre a influência da família no desenvolvimento da criança.
3 RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA
A relação entre a família e escola sofreu muitas modificações no período remoto emergencial. Antes os responsáveis levavam os estudantes até a sede da escola e, não tinham maiores atribuições além de buscá-los ao final do turno. Além disso, durante o horário escolar, o tempo dos responsáveis ficava livre para exercerem suas atividades pessoais ou laborais. Com a necessidade do distanciamento social, atentamos para a realidade de que os responsáveis também tiveram que enfrentar um momento de travessia bastante significativos em seu seio familiar. De repente, a sala de casa tornou-se a sala de aula para o seu filho. Os responsáveis, sem formação e sem tempo próprio para isso, precisaram acompanhar as novas necessidades que o ensino remoto lhes apresentou. Ter um tempo durante o dia para acompanhar as atividades pelo WhatsApp, sentar-se com ele para produzir essa tarefa, enviar para o professor a devolutiva, cuidar de suas obrigações na casa, e existe também a demanda de trabalho fora de casa. O tempo dedicado pelos responsáveis foi sempre corrido e escasso, mas podemos dizer que houve uma aproximação do professor com a família dos alunos, que demonstrou para os responsáveis que o aluno pode aprender muito brincando, mediado pelo professor, e supervisionado pela família em casa.
Além disso, para os estudantes também foi necessário adaptar-se a toda uma nova rotina sem a presença física do professor. Destacamos que, também para eles, houve uma grande quebra na rotina, bem como no convívio social. Assim, a proposta das atividades feitas pela escola levava sempre em consideração que era necessário obter a ajuda de um adulto. Nesse sentido, a partir das atividades desenvolvidas, a pesquisa ajudou a perceber que a família era uma peça fundamental para o bom desenvolvimento do aluno em toda sua vida escolar. Sabemos que a família é a maior
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incentivadora dos alunos, e este é o ponto de partida para tudo: na sua família, em sua casa, as crianças em fase de desenvolvimento precisam desse tipo de incentivo e, por sua vez, seu aprendizado avançou muito. Além disso, a partir deste contato mais próximo, eles percebem que eles próprios são valorizados em sua família. Isso se fez evidente no contraste de alunos com pais dedicados, que eram visivelmente alunos mais engenhosos, mais determinados e protagonistas do que aqueles que deixavam seus filhos fazerem atividades sozinhos. Estes últimos, não alcançavam as metas propostas pela professora, eram mais dispersos e não conseguiam concluir as atividades de forma produtiva. Assim além disso, precisamos sempre lembrar que nesta pandemia a interação com a escola é feita através do WhatsApp, Google Meet, chamadas de áudio e vídeo, e o manejo da tecnologia fundamental para o ensino- aprendizagem em formato remoto. Assim, podemos dizer que, no caso das crianças pequenas, tanto a falta de recursos digitais, quanto a falta de familiaridade e de dedicação dos responsáveis impacta em seu desenvolvimento. E, segundo Corradi, atentar para estes fatores é importante pois:
A eliminação de barreiras digitais pode possibilitar a inclusão de comunidades excluídas de ambientes informacionais digitais, viabilizando a participação de seus membros em atividades do cotidiano mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação com o uso de serviços, produtos e informação. (CORRADI, 2011. Pg.
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A falta de internet e de um aparelho celular fez diferença, não porque os pais não quisessem fornecer um aparelho a seus filhos, mas por se tratar de famílias carentes. Nestas famílias, a renda predominante advém das mães e do auxílio do Bolsa Família. Assim, pela baixa renda familiar, muitas famílias não puderam adquirir um novo aparelho. Ademais, os que dispunham de celular, não tinham acesso à internet ou, ainda, quando tinham, não era uma internet própria. Muitos alunos utilizavam a rede do vizinho. Assim, para que esses pais pudessem acompanhar as atividades propostas pela escola, a direção e a coordenação fizeram conjuntos de atividades a serem entregues às famílias de 15 em 15 dias. Esta estratégia vem funcionando e percebemos que a família tem dedicado um tempo de qualidade sem delegar totalmente à escola a responsabilidade de educar seus filhos. Como nos reforça Cortella:
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(...)Existe a necessidade de escola e família se colocarem de braços dados nessa tarefa. Não se educa uma criança, um jovem ou um adolescente nem se é educado por eles de forma isolada. Valores são, portanto, uma tarefa escolar, assim como uma tarefa familiar. A criança é a mesma, então é nela que é preciso pensar, como o ponto de contato entre a escola e a família.(Cortella, cap.12)
Nesse sentido, a escola deve garantir práticas que possibilitem aprender e a família tem o papel de motivar e dar um tempo de qualidade com a atenção que essa criança precisa. Desta forma, a família contribui substancialmente para sua saúde e autoestima. Além disso, nos dias de hoje, o celular está sendo a companhia deles, seja para estudar ou divertir-se. Nesse sentido, podemos dizer que existem coisas boas no celular, mas que, quando não é utilizado sob supervisão, pode comprometer seu desenvolvimento. Assim, a família desempenha um importante papel na Educação que, segundo Cortella, não se resume presença no ambiente escolar.
(...) não se pode confundir Educação com escolarização. A Escola é um pedaço da Educação, e não se pode imaginar que Educação é algo que se encaixe em um período de tempo determinado. Não existe ninguém qualificado, nós estamos todos em situação de qualificantes o tempo todo. (CORTELLA, 2014, e-PUB)
Diante dessas questões de baixo poder aquisitivo, do apoio da família e da importância que ela exerce na vida do aluno, a pandemia tem exposto mais a fragilidade da relação entre a educação formal e a educação familiar. Cabe destacar a ainda a necessidade de pararmos um pouco a correria e ter mais tempo com nossos filhos. Ademais, esse contato da escola com a família tem que ser mantido e, até mesmo, intensificado a após o fim da pandemia para termos crianças que possam se desenvolver como cidadãos plenos e saudáveis.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi exposto, chegamos ao final desse relato com algumas inquietações que foram lançadas nessa experiência, mas também com a certeza de que fizemos aquilo que foi possível dentro do contexto pandêmico que estamos vivendo desde março de 2020. Dentre estas inquietações, nos vem a certeza da necessidade que os nossos estudantes e, neste caso, especialmente a educação infantil tem de estar em constante convívio – ainda que remoto – com a escola.
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Destacamos ainda o desenvolvimento do trabalho realizado pela professora, certamente a sua ação docente ficará marcada em nossa memória, esta professora nos anima a cada atividade, carinho e atenção que dedica às crianças. Nos chama atenção até mesmo a forma como se refere a cada uma, a forma como se relaciona com os responsáveis, o seu compromisso com a coordenação e direção pedagógica da escola e, indubitavelmente, o modo como nos acolheu, nos fez aprender a ser o professor que a educação pública deve ter e como os nossos alunos merecem, nos reafirmando enquanto futuros professores. Por fim, esta experiência se coloca de forma imensamente rica não somente para composição da etapa de estágio e do Programa de Residência Pedagógica, mas sobretudo, enquanto humanos e profissionais que somos. Assim, podemos dizer que esta pesquisa oportunizou refletir sobre o papel do profissional da educação de forma mais ampla e, também, sobre a importância do professor no desenvolvimento do aluno, bem como da relevância da família neste processo.
Na observação da prática da professora, foi possível perceber sua dedicação à profissão, a partir da forma como se relacionava com os alunos e com as famílias.
Destacamos que no trato com os alunos, ela usava o incentivo como ferramenta para o desenvolvimento das atividades, mesmo em meio a esses dias incertos que vivemos, e apesar se ser evidente que a vontade deles era estar na escola, junto com os colegas e aprendendo com eles.
A experiência de condução de uma sala virtual, na medida em que as crianças ficaram bem observadoras, e aos poucos foram se soltando e realizando as atividades propostas. Destacamos que, embora houvesse sempre um esforço em utilizar a comunicação de forma fácil, ela não fluiu tão facilmente no modo remoto para a educação infantil. Podemos dizer que foi bastante compreensível a interação inicial da parte dos alunos, bem como a obtenção de um retorno das atividades. Isso se deveu em parte pelo baixo poder aquisitivo de algumas famílias que precisavam dedicar um tempo considerável às suas tarefas laborais, bem como não possuíam equipamentos adequados. A logística dos responsáveis era bastante complicada, mas o empenho das famílias em dar a devolutiva ao professor foi bastante perceptível.
Com exceção de algumas famílias, foi possível perceber o empenho da maior da parte das mães, preocupadas com o desenvolvimento dos seus filhos e o andamento da sua aprendizagem, mesmo sendo complicado, pois uma parte dessas famílias não dispõe de celular, ou internet em casa. Assim, mesmo que esse momento de
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pandemia tenha pego a todos de surpresa, obtivemos uma boa devolutiva, pois a escola forneceu as atividades impressas e conseguimos computar a participação de 80% da turma através do engajamento da família na escola.
Cabe destacar que, de modo geral, verificou-se a ausência de políticas públicas ou de ações governamentais para o financiamento de programas que removessem as barreiras que dificultam o acesso às tecnologias de informação e comunicação junto às famílias pesquisadas. Considerando que a família é a base do aluno, e a escola fez dela sua aliada na aprendizagem, o avanço e o interesse dos alunos ocorreram de forma produtiva. Porém, não podemos esquecer do importante papel de todos nesta construção, para que isso pudesse acontecer. O apoio de políticas específicas para a Educação poderia ter sido de grande valia e poderia ter se refletido em avanços ainda maiores para as famílias de menor renda.
As conclusões obtidas em todo esse processo onde foram aplicadas as atividades e avaliado o engajamento da família nele, a reciprocidade do aluno, a satisfação da escola e o significado deste conjunto de fatores, dada a situação em que nos encontramos atualmente, podemos afirmar essa pesquisa nos reafirmou que a família tem um peso muito significativo na aprendizagem do aluno sim. Além disso, a motivação da criança vem do quão engajada a família se encontra com a escola, uma vez que a criança se sente valorizada, importante, consequentemente aprende mais, tem mais atenção e disposição ao desenvolver cada atividade a ela proposta. De forma inversa, quando a família não é tão presente, a criança se mostra desmotivada, inquieta e com baixa atenção às atividades propostas pela escola.
A família é necessária, é a base do desenvolvimento da criança e é o alicerce dela a partir do momento em que ela entra na escola. Esse é o ponto de partida que o professor vai ter para traçar todo um cronograma de atividades para que o aprendizado e os objetivos propostos sejam alcançados, evoluindo para obter a aprendizagem desse aluno.
Por fim, podemos dizer que neste momento atípico, no qual foi necessário manter um distanciamento social necessário para a segurança nossa e do próximo, a escola teve que se reinventar. Além disso, foi necessário procurar maneiras de chegar até a família, e a família, por sua vez, teve que participar ativamente das rotinas da escola. Cabe destacar que, quando enfatizamos o aluno e seu desenvolvimento, através de estratégias que envolvam a escola em conjunto com a família, é possível
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obter uma relação profícua de aprendizado, mesmo em condições emergenciais como as que estamos vivendo em nosso país neste momento.
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5 REFERÊNCIAS
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CORTELLA, Breno Zanoni; CORTELA, Mário Sérgio. Papo de família: Família, Escola e Educação. 1 vídeo (1min 49s). Publicado pelo canal Breno Cortella em 10 fev./2016.
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