UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA CENTRO DE CIENCIAS AGRARIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA
POSSIBILIDADES DA RIZIPISCICULTURA NO NORDESTE BRASILEIRO.
Maria Anete Leite Rubim
Dissertag5o apresentada ao Departamento de Engenharia de Pesca do Centro de Ci5ncias Agririas da Universidade Fe-deral do Cear, como parte das exigEncias para a obtengh ' do tftulo de Engenheiro de Pesca.
FORTALEZA-CEARA Dezembro/1982
Prof. Ass. JOSE WILLIAM BEZERRA E SILVA — Orientador —
COMISS70 EXAMINADORA:
Prof. Ass. NOISES ALMEIDA DE OLIVEIRA
Prof. Ass. JOSE JARBAS STUDART GURGEL
VISTO:
Prof. Ass, NOISES ALMEIDA DE OLIVEIRA
Chefe do Departamento de Engenharia de Pesca
Prof. Ass. CARLOS GEMINIANO NOGUEIRA COELHO Coordenador do Curso de Engenharia de Pesca
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
R833p Rubim, Maria Anete Leite.
Possibilidades da rizipiscicultura no nordeste brasileiro / Maria Anete Leite Rubim. – 2019. 25 f. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 2019.
Orientação: Prof. José William Bezerra e Silva.
1. Peixes - Criação. 2. Arroz - Cultivo . 3. Rizipiscicultura. I. Título.
CDD 639.2 1982.
POSSIBILIDADES DA RiziOis,çicOLtpRA kb NORDESTE BRASILEIRO
Maria Anete Leite Rubim
INTRODUQA0
A Piscicultura consiste numa pratica milenar, pois se tem noticias da criação de peixes ha mais de 4000 anos, na China.
No Brasil, pode-se dizer que ela 5 mais desenvol vida no Nordeste, onde teriam sido dado os primeiros pas sos no sentido do desenvolvimento das técnicas de cria gao de peixes e crustaceos em suas regiões represadas. (Gurgel, 1976).
A piscicultura vem se realizando no Nordeste brasi leiro desde 1932, quando foi iniciada sua implantagao. Primeiramente, esta atividade era feita de maneira exten siva e depois intensivamente, a partir de 1970.
Ela vem alcançando grande progresso nossa Região ' principalmente devid& as condig-óes de solo para explora -go piscicola, quer do ponto de vista de suas texturas e estruturas, quer pela riqueza em minerais. Também, a gran de riqueza natural dos agudes no que diz respeito a abun dancia de plancton e outros alimentos para peixes.
(DNOCS) foi qUem iniciou a implantaçao dessa atividade, visando o povoamento de co1eg3es de igua (açudes, prin-cipalmente)e, desenvolver tEcnicas de cultivo intensivo e semi intensivo de peixes para o Nordeste. Para isso
foram implantadas estações de Piscicultura e o Centro de Pesquisas Ictiolõgicas, que desenvolve experimentos' para determinar o potencial da produção de peixes 2fll vi veiros, aclimatação de espécies de outras regiões e mes mo exaicas, reprodução natural e artificial, etc.
Os resultados obtidos atravgs desses experimen tos, mostram que a Piscicultura no Nordeste vem alcan gando resultados excelentes, e c que 5 mais importante, essa pratica esta sendo difundida na Região e passou a ser incrementada nas fazendas particulares, inicialmen-
te com hTbridos de Tilapias. Isso, a partir de 1973. (SILVA, 1981).
Uma atividade que poder a alcançar resultados ex-celentes no Nordeste, E a rizipiscicultura, aqui descri ta como a criagio de peixes em areas de arroz irrigado. Ela g praticada em diferentes regiões dc mundo e segun-do Vincke, (1976), "a rizipiscicultura se constitui nu- ma forma de se utilizar, mais racionalmente, um meio
aquatic°
ja existente, aproveitando-o para outros fins".Os rendimentos obtidos no mundo todo, mostram que essa pratica oferece vantagens, devido ao aproveita mento de duas culturas numa mesma area, onde o custo 6
baixe', tornando-se uma
atividade
agropecuãria altamen - te rendosa.No Nordeste ela vem sendo implantada pela
CODEVASF e pelo DNOCS e os resultados alcançados em experi-mentos realizados no "Campus" do Centro de Pesquisas lc tiol -Ogicas
do DNOCS e na região do Baixo
Sao Francisco, mostram aviabilidade da rizipiscicultUra.
Tendo am vista que o Nordeste
"6 a região do
Bra-sil em que se pratica largamente a
rizicultura,
princi-palmente irrigada, nos perimetros do DNOCS e CODEVASF
estas
Sreas poderiam ser aproveitadas
para a produção 1 de peixes, visto que, uma cultura no prejudicaria o desenvolvimento da outra, pelo contrSrio, os peixes comem
as ervas daninhas, que diminuem a quantidade de nutrien tes para o arroz, assim como alguns insetos e moluscos' nocivos a este e ao homem, evitando assim o uso de inse ticidas que
contaminam as iguas, al6m
do que, os deje - tos daqueles fertilizam a cultura de arroz0 presente
trabalho visa estudar aspossibilida-des da rizipiscicultura no
Nordeste brasileiro, com apresentação dos resultados obtidos e asperspectivas
futuras
desta atividade paraa Região.
MATERIAL E METODO
0 material utilizado para execução deste traba -
estudos e anilises sobre as perspectivas da rizipiscicul-tura entrevistas com técnicos do DNOCS, fazendeiros e co-lonos dos perTmetros irrigados dessa Autarquia, levanta - mento de dados disponiveis sobre areas cultivadas com ar-roz e potencialmente utilizSveis para aquela atividade,no tadamente nos perímetros da CODEVASF e DNOCS, e, finalmen te visita e coleta de dados nas Ereas onde se cultivam ' peixes e arroz consorciadamente, sejam experimentais ou não.
Os resultados obtidos nos perTmetros realizados nesta Região foram organizados em tabelas, para efeito de comparação com os alcançados em outros parses.
Da mesma forma, os dados referentes ao potencial de Ereas irrigadas que podem ser utilizadas para a rizi piscicultura.
RESULTADO E DISCUSSA0
O trabalho pode ser analisado em duas etapas: a primeira, refere-se ao grande potencial de areas irriga - das no Nordeste e que são aproveitadas ou passíveis de tal, para rizicultura, e a segunda, diz respeito ao aproveita-mento dessas 5reas para a exploração consorciada de arroz com a criagão de peixes (rizipiscicultura).
A tabela I mostra a produtividade do arroz irriga-do em alguns PerTmotros irriga-do DNOCS e da CODEVASF. Pela
lUse desta tabela, pode-se verificar que no Perimetro de Morada Nova (CE), obtem-se a maior produtividade média de arroz, em torno de 11.430 kg/ha/ano, isso numa area cultivada de 1.200 ha. Considerando que o período de cul tivo g de aproximadamente 120 a 150 dias, e que so rea-lizados dois plantios no ano, obtem-se uma produtividade entre 4.000 a 6.000 kg/ha/colheita. Analisando-se a pro-dutividade média no PerTmetro de Lima Campos, por cada ' colheita obtem-se 4.800 kg/ha, o que equivale a 9.600 kg/ ha/ano, numa area cultivada de 855 ha.
Cada colono recebe um lote de terra com aproxima-damente, 4,5 ha. So investidos no Perimetro irrigado de Lima Campos, Cr$ 186.645,00 para a realização do plantio nessa area. Esses custos sic) distribuTdos em trabalhos I mecinicos, sementes, herbicida, mo-de-obra, comerciali-zagEo (embalagens, ICM, etc.) e outros.
Por cada colheita so obtidos Cr$ 53.345,00 de lucro. Tendo em vista que so duas colheitas ao ano, is-so acarreta um lucro de Cr$ 106.810,00/ha/lno. Multipli-cando-o pela 'area média de plantio por Colono, tem-se um lucro anual de Cr$ 479.745,00 (Cr$ 106.810,00 x 4,5 ha ) por proprietirio. Isto equivale a mais ou menos Cr$ 40.000.00/m5s.
Caso idEntico se di nos Perimetros irrigados do Baixo So Francisco, nos Estados de Alagoas e Sergipe,on de os Colonos recebem lotes de 4 a 5 ha e conseguem uma produtividade madia de 7.000- kg/ha/ano de arroz.
Dados da CODEVASF indicam existirem ali entre 40 a 50 mil ha de terras inundadas, compreendendo 9 grande' e 72 pequenas virzeas, que podem ser utilizadas para a rizicultura.
A tabela II mostra produtividade de arroz em ex - perimentos de rizi piscicultura realizados no DNOCS e na CODEVASF. Ela.alcanga um mEximo de 6.144 kg/ha/colheita, correspondente a 16.384 kg/ha/ano e um minimo de 2641 kg/ ha/colheita ou seja, 10.500 kg/ha/ano. A mEdia foi de 4140 kg/ha/colheita.
Os dados apresentados no tabela II, acima referi-dos, demonstram que essa prEtica E notavelmente vivei levando-se em conta ainda que a cultura foi adubada ex - clusivamente com os excrementos dos peixes e sem uso de ou tro qualquer fertilizante quTmico ou orgEnico, alEm do que, nEo se processou capinas no arrozal, que permaneceu constantemente inundado. TambEm no se efetuou tratamen-tos com defensivos agrícolas, jE que os peixes elimina - ram moluscos, insetos e ervas que tentaram invadir as areas de cultivo (SILVA et alii, 1982).
A tabela III mostra produtividades obtidas no cul tivo de peixes em arrozais.
GROVER (1976), apresenta que em experimento reali zado no Freshwater Aquaculture Center - Central Luzon State (Universidade das Filipinas), exemplares de Cypri nus carpi° estocados em cultivo de arroz, con uma densi
dade de 30 kg/ha e com peso médio de 47 g, alcançaram ' 237 g em 150 dias. Segundo o mesmo Autor a Tilãpia mossam bica estocadas na mesma densidade e com peso médio de 35g alcançaram 80g em 150 dias. Isto equivale a produti-vidade de 151 e 68,5 kg/ha/150 dias, respectivamente pa-ra a carpa e a tilapia.
Ensaio realizado no Centro de Pesquisas Ictiol3gi cas do DNOCS por SILVA & 0S6RI0 (1980) mostrou que exem-plares de curimati, Prochilodus spp, estocados com peso' médio de 56,2g alcançaram apés 89 dias de cultivo 97,8g. A taxa de estocagem foi de 2500 peixes/ha. Poda-se acres contar que em outro ensaio realizado paralelamente ao an tenor, com a mesma densidade de estocagem, exemplares ' hibridos de tilSpia de Zanzibar, Sarotherodon hornorum com a do Nile, S. niloticus, cresceram de 28,4g para 143,5g também em 89 dias de cultivo.
Segundo Vincke (1976), a tilapia do Nilo, criada' em rizipiscicultura, realizada em Madagéscar e estocada' numa densidade de 2500/peixes/ha, atingiram de 50 a 80 g de peso médio em 120 dias, dando uma produtividade na or dom de 125 a 200 kg/ha/120 dias.
0 mesmo Autor salienta que a rizipiscicultura largamente difundida na Indongsia, India, MadagHscar, Ma lésia, China, Japão, Vietnam, Paquistão, ItHlia, Egito EEUU. 0 cultivo consorciado nesses países E realizado ' utilizando exemplares de carpa, C.carpic.
rimento realizado por SILVA et alii (1982) no Centro de Pesquisas IctiolOgiCas do DNOCS, os resultados podem ser considerados excelentes. Vg-se, naquela tabela, que o
ex-periment° foi realizado com hibridos de tilipias (S. hor- norum + S. niloticus) e Cyprinus carpio. A densidade de estocagem foi de 2500 peixes/ha, para os três tratamentos (carpa, carpa + hibrido e hibrido).
Pode-se observar, ainda, que o peso mgdio final ' foi de 372g para o tratamento 01 (carpa), 799 e 143,8g pa ra o tratamento 02 (carpa + hTbrido, respectivamente) 124g para o tratamento 03 (hTbrido). A produtividade foi' de 1118 kg/ha/ ano (tratamento 01), 1638 kg/ha/ano (trata mento 02) e 347 kg/ha/ano (tratamento 03).
Bard (1978) cita que, num meio fertilizado, os va-lores mEdios alcançados por alevinos de carpa com compri-mento inicial de 3 a 5 cm (estocados na proporção de 12 a 50 por 100 m2 ) permitem a colheita de peixes de 50 a 200g, conforme a densidade escolhida. 0 autor diz ainda que o cultivo de tilipias com 5g de peso (25 a 40 peixes por 100 m2) possibilita, na colheita, peixes com peso mgdio entre 40 a 75g. Cita tambEm, que num meio no fertilizado, reduz-se o povoamento
a
metade. Comparando os dados obti-dos por SILVA et alii (1982) vg -se que sio superiores,mes mo sem uso de fertilizantes. Isso pode ser devido 3 ferti lidade do solo e da Sgua e aos cuidados durante a realiza gio do experimento.cro total dos peixes (ao prego de venda no mercado de Pen tecoste) foi de 188.206,00/ha (cãlculos de agosto de 1982). Se a esse lucro for acrescentado o obtido com a produgdo' de arroz pelos colonos do DNOCS (Cr$ 106.610,00/ha em Li-ma Campos, Ic6), tem-se um aumento considerivel na renda,
com a ocupação do mesmo espaço de antes e sem maiores gas tos adicionais.
Se as areas do Nordeste onde hi plantio de arroz irrigado fossem aproveitadas para rizipiscicultura, além' de se ter uma fonte rica de proteinas, geraria maiores re ceitas para os colonos, pois aumentaria seus lucros, ten-do em vista que os custos referentes ao cultivo de peixes em arrozais, referem-se, apenas, a aquisição de alevinos' e despesca.
Segundo dados do DNOCS, at final de 1982 os Esta-dos do Nordeste que recebem assisténcia técnica desse 6r-gao, vio ter uma area irrigada de 1.919 ha, para a 2 Di-retoria (Cear); 5.263 ha, para a 3g! (R.G. do Norte, Pa - raiba, Pernambuco), e 581 ha, para a (alagoas, Sergipe, Bahia). Isso equivale a um total de 18.544 ha de areas ir
rigadas, ocupadas por 3.478 irrigantes.
Desse total, 21,95% são ocupados com arroz sendo , respectivamente, para as 1, 2, g- e 4 Diretorias
Re-gionais 13,03%; 32,25%; 7,07% e 9,18%. Essa E a cultura 1 mais desenvolvida, seguida de feijão e algodão. Em rela ção ao percentual representativo das culturas, segundo valor da produção, o arrozirrigado é o maior contribuin-
com 27,36%.
A EMATER-CE realiza assistEncia tEcnica junto as ' areas irrigadas particulares. No estado do Cear, elas se distribuem am 8 (oito) regi3es, sendo que a de
Iguatil
a maior, com 342 ha, seguido da de Brejo Santo, com 202 ' ha. A menor delas refere-se a Região de BaturitE, comape
nas 2 ha. Tem-se, no total, 645 ha, com 222 produtores radicados nas diferentes regi3es.Dados do IBGE (1980) mostram que, no Nordeste, a irea cultivada com arroz
E
da ordem de 1.275J85 ha. Nes-te total, estão incluidos 16.338 ha de arroz irrigado, I correspondentes aos
Perimetros da CODEVASF (12.268 ha) e'
do DNOCS (4.070 ha).Se se considerar apenas essa
area
de arroz irriga-
do, poder-se-a obter, caso se implante a rizipiscicultura, cerca dc 27.778,5
t/ano de pescado. Isto, levando-se em '
conta a produtividade obtida por SILVA et alii (1982),que foi de 1.688 kg/ha/ano .do pescado.Mencione-se aina,q arte daquela area. fornoo-, da pelo IBGE refere-se ao cUltivc arroz irrigado.
Saliente que a produção de pescado nos 102 açudes' administrados pelo DNOCS foi, no ano de 1981, da ordem de 20.000 t.
Conforme vimos anteriormente 1 ha utilizado em ri-zipiscicultura
fornece um
lucro de Cr$ 182.206,00, refe - rente a venda do peixe. Assim, em 16.338 ha poder-se- E ob ter uma renda liquida da ordem de Cr$ 2.976.881,600, sem maiores gastos adicionais.CONCLUSDES
ERECOMENDWES
Com base nos dados analisados no presente trabalho, chegou-se as seguintes conclusões
1. a rizipiscicultura poder i alcançar resultados excelen-tes no Nordeste, tendo em vista os obtidos experimen - talmente;
2. essa atividade vem sendo desenvolvida na Região do Sai xo Sao Francisco e, ultimamente vem sendo realizado en carter experimental no "campus" do DIPIS-Pentecoste CE;
3. a rizipiscicultura tem um ciclo de exploragão bastante reduzido, oferecendo at 2 colheitas anuais;
4 a produtividade mEdia de arroz em rizipiscicultura, al canga um mãximo de 6.144 kg/ha/colheita e um minim° de 2.641 kg/ha/colheita, baseando-se nos resultados que se vem obtendo nesta Região;
5. exemplares de Cyprinus carpio (L.) vr. specularis o de hibridos de tilipias (Sarotherodon nil6ticus (L.)
Sarotherodon hornorum (T.)) ao resultados excelentes' em rizipiscicultura no Nordeste brasileiro. Os primei-ros chegam a alcançar 790g em 206 dias.
6. a produtividade media dos peixes em rizipiscicultura ' atingiu at 1688 kg/ha/ano, sendo considerada uma das' maiores do mundo nesse tipo de explorag-do.
7. poder-se-a obter cerca de 27.778,5 t/ano de pescado, ,se a rizipiscicultura for implantada nos perTmetros irriga dos da CODEVASF e DNOCS, tendo em vista suas atuais Ereas de arroz irrigado. Leve-se em conta ainda, quo existem no Nordeste 1.275.185 ha ocupados com arroz. As sim essa produção poder E ser muito aumentada;
8. em rizipiscicultura 1 ha fornece um lucro de Cr$ 182.206 referente a venda do peixe;
9. considerando os perTmetros irrigados da CODEVASF e do DNOCS, poder-se-a obter uma renda 1Tquida da ordem de Cr$ 2.976.881.600, oriunda da produção de pescado caso' se adote a rizipiscicultura;
10. baseado nos resultados supracitados, recomenda-se a ado gão de prEticas de criagão de peixes consorciadas com a rizicultura;
11. para consecução dos objetivos colimatos no item anterior, recomenda-se substancialmente aumento na oferta de ale vinos principalmente das @species indicadas, ampliando ' as estações de piscicultura existentes na Regiao, bem co mo construindo novas unidades; e
RESUMO
0 presente trabalho se constitui um estudo acerca das possibilidades da rizipiscicultura no Mordeste brasileiro. ' Primeiramente analizou-se o grande potencial de areas irriga das no Nordeste e que so aproveitadas para rizicultura e de pois o aproveitamento dessas ireas para a exploração censor-ciada de arroz com a criação de peixes.
Os dados obtidos experimentalmente, com a produtivida de m5dia dos peixes alcançando at 1688 kg/ha/ano, mostram ' que a rizipiscicultura poder ã alcançar resultados excelentes no Nordeste, tendo em vista ainda que 1 ha fornece um lucro' de Cr$ 182.206 referente a venda do peixe.
Poder-se-5 obter uma renda de at Cr$ 2.976.881.600 ' oriunda da produção de pescado, caso se adote a rizipiscicul tura nos perimetros irrigados do DNOCS e da CODEVASF.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BARD, J. - A Piscicultura intensiva, Informe agropecuErio, Belo Horizonte, EPAMIG, n9 39, 100p., 1978.
COCHE, A.G. - Fish culture in rice fields. A world wide synthesis Hidrobiologia, 30(1): 1-44, 1977.
ECHEVERRIA, C.R. et alii - Algunos aspectos de la pisci cultura China de interes para Mexico. Instituto Nacio nal de Pesca, Subsecretaria de Pesca, Programa Pisci cultura Experimental, Maxie°, 35p., 1975.
GROVER,J.H. - Rice-fish cult6re and the green revolution. FAO/Conference Technique de la FAO sur l'Aquiculture Kyoto, (Japin),45p., 1976.
GURGEL,J.J.S. - Pesca e piscicultura em Eguas represadas do PolTgono das Sacas. MINTER/DNOCS, Fortaleza, mim., 36...,
3 fig. 20 fols. 1976.
HUET,M. Trait a de pisciculture, Ch. de Wyngaert,Bruxelas, 1970.
KIENER,A. - La rizipisciculture R Madagascar. Symposium sur l'hydrobiologie et la pache en eaux en Afrique. Publ. CCTA/CSA,(25), 1956.
- Perspectives et interEt de la rizipiscicul-ture 3 Madagascar. Bull. Madagascar, Tananarive, 1978, 1962.
LEMASSON,J. - Pisciculture en rizi6re Madagascar.Rev. Bois For. Trop., 35p. 1954.
- La pisciculture en rizire. Rev. Bois For Trop, 43p., 1955.
RABELAHATRA,A. - La rizipisciculture dans les provinces de Tananarive et de Fianarantsoa. Universit6 de Mada gascar, Tananarive, mim., 17p., 1972.
Recursos pesqueiros de Sguas interiores do Brasil, especialmente do Nordeste. Fortaleza,DNOCS, 98p, 1981.
- PINHEIRO,F.A.; FARIAS,J.0. & NONATO FILHO, R. - Resultados de cultivos da carpa espelho, Cyprinus carpio (L) Vr. specularis, e do hTbrido da tilEpia de Zanzibar, Sarotherodon hornorum (Trew.), com a do Nilo, S. niloticus (L), consorciados com arroz, Oryza sativa
(L). Bol. Tec. DNOCS, 1982, no prelo.
- & OSORIO,F.M.F. - Relat5rio final de ativi dades do Convnio CODEVASF/DNOCS (PGB-13/78).Forta1eza, DNOCS, dat., 13p. 1980.
VINCKE,M.M.J. Situation et role futur de l'aquiculture em rizieres. FAO/Conference Techniques de la FAO sur l'aquiculture, Kyoto, Japan, 41p., 1976.
- Liberia. Inland fisheries and fish culture development. A report prepared for the Development of Rice Cultivation Project. FAO, Roma, 31p., 1972b.
TiDELA I - Dados relativos ao cultivo de arroz, Oryza sativa (L.); irrigado, em diversos Pori metros de Irrigação do DNOCS e da CODEVASF.
i, erimetro de Irri gagEo
Area plantada (ha)
Aroa mEdia/colono
(ha) Dias de Cultivo
Produtividade M5 di a (kg/ha/ano)
Vale do Curu (CE)
ii „ 50 4,5 150 3720
Lima Campos (CE) ,„ 855 4,5 120
,
9600
'iscrada Nova (CE) 3„
! 120
0
4,5 150
11430 Propria. (SE) 4/ 1272 4,5 120 7000 Itiuba (AL) 5/ 1063 4 9 5 120 7000 CBS: 1/, 2/ e 3/ DNOCS 4/ e 5/ CODEVASFTABELA II - Produtividades obtidas no cultivo de arroz, Oryza sativa (L) em rizipiscicultura. Expe rimentos realizados pelo DNOCS e pela CODEVASF.
Tipo de ConsorciagEo Meses de Cultivo Produtividade (kg/ha/colheita)
Produtividade (kg/ha/ano)
Local de Cultivo
Arroz + Carpa Espelho 4 9 5 4464 1/ 11.904 "Campus" do DIPIS/P
Pentecost c ,CE.
Arroz + gbrido de TilEpia 4,5 6144 2/ 16.384 Idem, Idem.
Arroz + Carpa Espelho + gbrido de TilEpia.
4,5 ,
4408 3/ .._. 11.754 Idem, Idem
Arroz + gbrido de TilEpia 3 2641 4/ 10.564 . Idem, Idem
Atroz + CurimatE Comum + CurimatE Pacu 3 3685 5/ 14.740 Idem, Idem
Atroz + Carpa Comum + CurimatE Pacu + TilEpia do Nilo
4 3500 6/ 10.500 Baixo So Francisco
OLS: A variedade do arroz nos cultivos desta tabela foi a SUVALE I 1/9 2/ a 3/ segundo SILVA et alii (1982)
4/ e 5/ segundo SILVA E OSORIO (1980) 6/ Informações junto a CODEVASF
TABELA III - Pro6utividades obtidas no cultivo de peixes em arrozais
LOCAL EspEcie Dias de Cultivo Densidade de I-Mgdi6r Estocagem 4inicial(g) Peso Peso Maio final (g) Produtividade (kg/ha) 47 237 151 1
Filipinas 1/ Cyprinus carpio 150 30kg/ha
Filipinas 2/ Til5pia mossambica 150 30kg/ha 35 80 68,5
Madagascar 3/ Sarotherodom niloticus 120 2500 peixes/ha - 50 a 80 125 a 200
Pçntecoste (CE) Prochilodus SP 89 2500 peixes/ha 56,2 97,8 244,5
4/
Pentecoste (CE) Híbridos de Til5pia 9/ .1/
1_
89 2500 peixes/ha 28,4 143,5 358,7
Idem 6/ Cyprinus carpio 206 2500 peixes/ha 17,4 372 930
Idem 7/ Cyprinus carpio +
206 1250 peixes/ha 1250 peixes/ha . 10,2 10,9 799 143,8 998,7 179,7 Híbridos de Til5pias 10/
Idem 8/ Híbridos de Tilipias 206 2500 peixes/ha 12,5 1240 310,0
OBSERVAVIES: 1/, 2/ GROVER (1976 _ _ 4/ p 5/ - SILVA & OSORIO (1980) --VINCKE (1976) 6/, 7/ e 8/ - SILVA et alii (1982)
TABELA IV
Algumas produtividades obtidas no cultivo de peixes em arrozais, em diferentes paTses.
PaTses EspEcies Produtividades ReferEncias
India 100 = 200 kg/ha/ano PILLAY 81 BOSE (1957) Sarotherodon mossambica 100 kg/ha/3 meses RAMAN (1968)
China Sarotherodon mossambica 220 kg/ha/ano HICKLING(1962) (Taiwan)
Indonésia Cyprinus carpia 150 kg/ha/4-6 meses ARDMINATA (1957) S. mossambica 75 a 100 kg/3-4 me
ses.
Ideal, Idem.
Japão C.carpio sem alimentação 100-200 kg/ha/ano HICKLING (1962) C.carpio com alimentagao
artificial. 700-1000 kg/ha/ano KORONUMA (1954) Malésia Trichogaster pectoralis 135 kg/ha/6-10
me-ses.
SCHUSTER (1952)
Tailandia S.niloticus + C.carpio 210 kg/ha/ano SWINGLE & SHELL (1972)
Vietnam C.carpio 80-100 kg/ha/3 me
ses. COCHE (1967) Costa do Heterotris niloticus 139 kg/ha/ano VINCKE (1975) Marfim
S. niloticus 44,5 kg/ha/ano Idem,Idem.
Gabão
S. macrochir 37,7 kg/ha/ano Idem,Idem, S.niloticus + H.niloti
cus. 680 kg/ha/ano Idem,Idem
Libéria S. macrochir 234-283 kg/ha/ano Idem,Idem. Madagascar C.carpio 200-250 kg/ha/ano LEMASSON (1954)
C.carpio + carassius 200 kg/ha/ano VINCKE (1976) C.carpio 150 a 200 kg/ha/ RABELAHATRA (1972)
130 dias.
Rodésia S.mossambica 70 kg/ha/ meses VINCKE (1976) Tanzania S.niloticus 110 kg/ha/ano SCHUSTER (1952) EE.UU Ictalurus + Ictiobus 119 kg/ja/ano VINCKE (1976) Brasil C.carpio + Tilapia ren
dalli. 166-562 kg/ha/ano COCHE (1967) Italia C.carpio + Tinca Caras
sius. 100 kg/ha/ano VINCKE (1976) FONTE: VINCKE
r7.1 - Exellmas de r!arpa esDelho,CyDrinus cario
e hiorl
nornorum
na-
cho x
flmea)
cue
podem ser
uti1Ls em riziisciota tura.
Fig.? - Cultur de &rroz,Oriza satyva(L),de
porte
al
4-
- e cicao longo(variedade SUVAU I),utiliza
do em ri;,
.i -iscicultura na regi.o do
Baixo
So
Francisco.
Fig.3
"Viveiro-maracha" medindo 50 x 50 m,vendo-
se
tubulaqgo de abastecimento de
igua
(Ca,zpus do DIPIS/
ntecostes-Ce)
Fig
- Cultura iie arroz(variedade SUVAIE 1) em
ri-
z!pi ci"utura.Pode-se notar o refugio para
os 7::eyeF.Experimento realizado no "eatnus"
io e 74m=1 Cnoo-
(1-CearL
4
- Culture de arroz (variedade
1R-841) no perf
-
arroz er.,- r1 120 ulias de -plantio,
efetucle a elheita.(r_;e27-
Fus
.7L-31:-Pentecostes,Ce.)
Fig,?
- Vista .narcil do arroz irrigado nos perfme
troa
DN:CS.
_.0■211111Stta...-