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Consumo alimentar e prática de atividade física em estudantes da Unijuí

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DCVida - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA CURSO DE NUTRIÇÃO

CLÁUDIA THOMÉ DA ROSA PIASETZKI

CONSUMO ALIMENTAR E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM ESTUDANTES DA UNIJUÍ

IJUÍ – RS 2011

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CLÁUDIA THOMÉ DA ROSA PIASETZKI

CONSUMO ALIMENTAR E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM ESTUDANTES DA UNIJUÍ

Trabalho de Conclusão de Curso de Nutrição do Departamento de Ciências da Saúde – DCVida, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, para obtenção do título de bacharel em nutrição.

Orientadora: Profª Dra. Ligia Beatriz Bento Franz

Coorientadora: Profª Dra. Eva Teresinha de Oliveira Boff

IJUÍ – RS

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CLÁUDIA THOMÉ DA ROSA PIASETZKI

CONSUMO ALIMENTAR E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM ESTUDANTES DA UNIJUÍ

ORIENTADORA:

Profª Dra. Ligia Beatriz Bento Franz

CO-ORIENTADORA:

Profª Dra. Eva Teresinha de Oliveira Boff

BANCA EXAMINADORA:

Profª Dra. Eliane Winkelmann

IJUÍ – RS

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CONSUMO ALIMENTAR E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM ESTUDANTES DA UNIJUÍ1

FOOD CONSUMPTION AND PRACTICE OF PHYSICAL ACTIVITY IN STUDENTS UNIJUÍ

CLÁUDIA THOMÉ DA ROSA PIASETZKI2 CLAUDIA MICHELE BRACHT3 MARISTELA BORIN BUSNELLO4 EVA TERESINHA DE OLIVEIRA BOFF5

LIGIA BEATRIZ BENTO FRANZ6

RESUMO

Objetivo: Verificar o consumo alimentar e nível de atividade física em estudantes universitários formandos da área da saúde e educação. Métodos: Estudo quantitativo com delineamento descritivo e transversal, realizado com estudantes formandos dos cursos de Nutrição, Educação Física, Pedagogia e Ciências Biológicas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNJUÍ), no ano de 2011. Foram avaliadas variáveis de consumo alimentar, nível de atividade física e medidas antropométricas. O consumo alimentar foi colhido por meio do Registro de Consumo Alimentar de três dias. A análise de adequação para nutrientes e energia considerou calorias, vitamina C, ferro, cálcio e macronutrientes com auxílio do software Diet Pro. Para avaliar o nível de atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física –IPAQ versão curta. Os dados antropométricos foram coletados em sala de aula, seguindo as técnicas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde. Resultados: O trabalho contou com 31 universitários. Demonstrou como principais achados a inadequação do consumo alimentar (80,6%) e o alto nível de estudantes ativos ou muito ativos (74,2%). Não encontramos associação (p ≤ 0,05) entre o consumo alimentar de acordo com a atividade física. Conclusão: Apesar de a amostra ser composta por estudantes da área de saúde e educação, que teoricamente são possuidores de maior conhecimento sobre práticas de vida saudáveis, observou-se um alto percentual de inadequação no consumo alimentar, sendo assim, acreditamos não ser correta a associação entre o conhecimento teórico e a mudança real no estilo de vida.

1.

Pesquisa resultante de Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Nutrição – Departamento de Ciências da Vida – UNIJUÍ. 2. Acadêmica do Curso de Graduação em Nutrição do Departamento de Ciências da Vida da UNIJUÍ, Ijuí (RS), Brasil. Autora

deste trabalho. Bolsista Pibex/Unijuí. Endereço para correspondência: Rua do Comércio, nº 3000, Bairro Universitário, Ijuí/RS, Brasil, CEP 98700-000. Fone: (055) 91192501. E-mail: claudiapiasetzki@hotmail.com;

3.

Acadêmica do Curso de Graduação em Nutrição do Departamento de Ciências da Vida da UNIJUÍ, Ijuí (RS), Brasil.

4. Docente do Curso de Graduação em Nutrição do Departamento de Ciências da Vida da UNIJUÍ, Ijuí (RS), Brasil. Docente do Curso de Graduação em Nutrição do Departamento de Ciências da Vida da UNIJUÍ, Ijuí (RS), Brasil.

5.

Docente do Curso de Graduação em Nutrição do Departamento de Ciências da Vida da UNIJUÍ, Ijuí (RS), Brasil. Docente do Curso de Graduação em Nutrição do Departamento de Ciências da Vida da UNIJUÍ, Ijuí (RS), Brasil. Co-orientadora deste trabalho.

6.

Docente do Curso de Graduação em Nutrição do Departamento de Ciências da Vida da UNIJUÍ, Ijuí (RS), Brasil. Orientadora deste trabalho.

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Descritores: consumo alimentar; hábitos alimentares; estilo de vida; atividade física; universitários.

ABSTRACT

Objective: To assess food intake and physical activity in college graduation students from health and education. Methods: A quantitative study with descriptive and cross-sectional design was conducted with graduation students from Nutrition, Physical Education, Education and Sciences courses in Northwest Regional University of Rio Grande do Sul (UNIJUÍ) in the year 2011. It has been assessed variables such as dietary intake, physical activity and anthropometric measures. Food consumption was collected through the registration of Food Consumption in the period of three days. The suitability analysis for nutrients and energy considered calories, vitamin C, iron, calcium and nutrients using the software Diet Pro. To assess the level of physical activity we used the International Physical Activity Questionnaire - IPAQ short version. Anthropometric data were collected in the classroom, following the techniques recommended by the World Health Organization. Results: The study had 31 students. Main findings demonstrated the inadequacy of food intake (80.6%) and high levels of active or very active students (74.2%). We found no association (p ≤ 0.05) between dietary intake according to physical activity. Conclusion: Although the sample is composed of students of health and education, which theoretically have greater knowledge about healthy lifestyle practices, there was a high percentage of inadequate food consumption, thus the association between theoretical knowledge and real change in lifestyle is not believed to be correct.

Keywords: food intake, eating habits, lifestyle, physical activity; university.

INTRODUÇÃO

Atualmente há uma grande discussão sobre as possibilidades de melhoria da qualidade de vida, sendo uma das preocupações das pessoas, ter uma vida longa e saudável. Sabe-se que um estilo de vida sedentário pode ter influência direta no início, no desenvolvimento e na recuperação de vários problemas vasculares e metabólicos e, que a prática de atividade física regular é reconhecida como sendo uma medida capaz de diminuir os níveis de risco desses problemas. Sendo assim é importante que as pessoas conscientizem-se e ajam no sentido de obterem melhor qualidade de vida, adotando mudanças de hábitos saudáveis, optando por uma alimentação e atividades físicas prazerosas e adequadas, para conseguir bons resultados1.

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As mudanças que ocorreram nos padrões alimentares nas últimas décadas, como o aumento do consumo de açúcares simples, alimentos industrializados e ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, são responsáveis por contribuírem diretamente para o ganho de peso da população2.

Evidências confirmam que a prática de atividade física dos jovens tem relação inversa com o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade, além de exercer um efeito positivo na qualidade de vida. A importância da manutenção de uma vida ativa também é justificada pelo fato de que os padrões de atividade na adolescência determinam parte dos níveis de atividade física na idade adulta3.

A relação da atividade física e da alimentação com a saúde é estudada há muitos anos, tendo como resultados a confirmação de que a prática de atividade física regular e uma alimentação equilibrada atuam diretamente na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis4.

Os maus hábitos alimentares dos universitários podem ser influenciados pelos novos comportamentos e relações sociais, sugerindo indícios de transtornos alimentares em alguns alunos que, ansiosos, podem transformar a alimentação em “válvula de escape” para as situações de estresse físico e mental5.

Um estudo realizado com estudantes universitários de cursos da área de saúde de uma universidade da Espanha demonstrou como principais achados a inadequação dos hábitos alimentares (79,7%) e o alto nível de sedentarismo (65,5%) entre os estudantes da área de saúde, não se incluindo nesta afirmação os alunos do Curso de Educação Física, que se destacaram por serem mais ativos fisicamente, já que praticam atividade física como parte da própria grade curricular.

É portanto, de extrema importância os estudos que investiguem o consumo alimentar atividade física e estilo de vida em universitários, para a implementação de programas de

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saúde e qualidade de vida nos campus, bem como aumentar a quantidade de trabalhos que sintetizem essa temática.

Assim esta pesquisa teve como objetivo analisar o consumo alimentar e atividade física em estudantes universitários formandos da área de saúde e educação da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), visto serem eles, no futuro, os disseminadores dessas informações.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo quantitativo com delineamento descritivo e transversal, que foi realizado com acadêmicos de ambos os sexos, formandos dos cursos de Nutrição, Educação Física, Pedagogia e Ciências Biológicas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ.

Previu-se uma amostra de prováveis formandos sendo composta de um universo aproximado de 115 alunos assim distribuídos: Curso de Ciências Biológicas: 20 alunos; Curso de Pedagogia: 32 alunos; Curso de Nutrição: 30 alunos; Curso de Educação Física: 33 alunos. A coleta de dados foi realizada durante o período de 05 de julho a 30 de setembro de 2011. Os dados foram coletados pelas pesquisadoras mediante agendamento, nas dependências da UNIJUI, em entrevista individual, e registrados em questionários específicos.

Todos os alunos formandos destes cursos foram convidados a participar da coleta de dados. O critério de inclusão na amostra era ser aluno de um dos cursos acima citados, e estar matriculado no último semestre do curso, sem limite de idade. Foram excluídos os estudantes dos primeiros semestres, os que estavam com os dados incompletos e aqueles que não estavam presentes em sala de aula quando realizada a pesquisa.

Para início do estudo, a proposta de pesquisa foi apresentada aos coordenadores dos cursos na busca de apoio para a divulgação do mesmo entre os acadêmicos. A seguir o estudo foi apresentado aos acadêmicos de cada curso esclarecendo os objetivos da pesquisa e do

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caráter voluntário e sigiloso da participação de cada um. Após a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e concordância dos acadêmicos, foi solicitada a assinatura do mesmo e realizada a entrevista.

As informações e dados a ser coletados foram obtidos por meio de questionário aplicado nas turmas nos horários das aulas, com a autorização dos professores. Foram registradas as informações como, sexo, idade, curso, massa corporal, estatura, e classificação do estado nutricional. Os cálculos para avaliar o estado nutricional e índice de massa corporal seguiram as técnicas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde, 20006.

Para avaliar o nível de atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ versão curta7, para o qual os estudantes relatavam as atividades desenvolvidas diariamente. O questionário é instrumento validado internacionalmente e avaliado de acordo com a classificação do nível de atividade física específica8.

Os dados sobre consumo alimentar foram obtidos por meio do Registro de Consumo Alimentar em três dias alternados, incluindo um dos dias do final de semana. Os acadêmicos receberam para orientação um manual de registro dos alimentos e bebidas consumidos no período do estudo. A entrega dos registros ocorreu em data combinada com os estudantes. O Registro Alimentar de três dias estimou a quantidade de calorias e nutrientes da dieta a partir de dados referentes ao número de refeições e horários para realizá-las, tipos de alimentos consumidos, porções e local de consumo. A análise de adequação para nutrientes e energia considerou os parâmetros propostos pelo Institute of Medicine9, considerando calorias, vitamina C, ferro, cálcio e macronutrientes com auxílio do software Diet Pro.

Após as entrevistas os questionários foram revisados, padronizadas as questões abertas e os dados foram digitados em uma planilha do Excel para tabulação e análise no EpiInfo. A fim de caracterizar a amostra foi realizada a descrição das variáveis de interesse do estudo

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com base no desvio padrão, médias, valores mínimos, máximos e medianas. Os cálculos estatísticos foram realizados com auxilio do Software Epi info versão 3.3.2.

Este estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNIJUI, sendo aprovado com parecer consubstanciado número 085/2011, e foram adotados os procedimentos descritos na resolução do Conselho Nacional de Saúde 196/1996.

RESULTADOS

Previu-se uma amostra de prováveis formando sendo composta de um universo aproximado de 115 alunos. No início da coleta de dados foram contatados nos dias marcados apenas 54 alunos dos cursos a serem trabalhados, mas apenas 31 concordaram em participar da pesquisa e retornaram com os dados solicitados.Assim os 31 estudantes que constituíram a população de estudo deste trabalho estavam distribuídos entre os cursos da seguinte forma: quatro alunos do curso de Ciências Biológicas (12,9%), oito alunos do curso de Pedagogia (25,8%), 15 alunos do curso de Nutrição (48,49%) e quatro alunos do curso de Educação Física (12,9%) (Tabela 1). Nesta tabela também são apresentados dados sobre sexo, e sobre os hábitos de fumar e consumir bebida alcoólica.

Ao serem questionados quanto à ingestão de bebida alcoólica, 12 estudantes (38,7%) relataram ingerir bebida alcoólica, as respostas sobre a freqüência de ingestão variaram de raramente a quatro vezes por semana. 19 estudantes (61,3%) responderam não ingerir bebida alcoólica. Quanto ao hábito de fumar dois estudantes (6,5%), responderam ser fumantes e 29 (93,3%) não fumarem.

A idade média dos entrevistados é de 23 anos (± 4,9611), sendo a idade mínima de 20 e a máxima de 42 anos. A média do peso da massa corporal dos estudantes foi de 65 kg, variando de 45,3 a 89,6 kg (± 13,9724). Para a estatura a média foi de 165 cm, com o mínimo de 152 a 182 cm (± 7,3328).

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Quanto ao estado nutricional (tabela 2) dos estudantes 58,1% apresentaram eutrofia e 29% sobrepeso. Observou-se associação estatística (p=0,0034) entre IMC e cursos freqüentados pelos alunos. Entre os alunos do curso de nutrição se observou o maior percentual de eutrofia. No curso de pedagogia 37,5% eram eutróficos e no curso de educação física todos os alunos apresentaram sobrepeso. No curso de biologia dois dos alunos (50%) estavam em sobrepeso.

Quanto aos dados de atividade física segundo o IPAC (tabela 2), observou-se que do total de 31 estudantes, 16 (51,6%) são ativos e sete (22,6%) muito ativos. Quando se observa estes dados por curso, entre os estudante do Curso de Nutrição apenas um referiu ser sedentário (3,2%), sendo os demais (10 estudantes) deste curso (66,7%) ativos e quatro (26,6%) muito ativos. No curso de pedagogia quatro (50%) referiram ser ativos e no curso de educação física, três (75,0%) se consideraram como muito ativos. Entre os alunos do curso de biologia apenas um foi considerado ativo.

Sobre o consumo de alimentos (tabela 2) a média estimada para o gasto energético da amostra foi de 2377 (± 841,7408) kcal per capta, com um mínimo de 1828 kcal e máximo de 4057 kcal. Os valores encontrados tiveram uma média de 1728 (± 663,5884) kcal, variando de 829 a 3790 kcal. A maioria dos estudados (80,6%) apresentaram um consumo energético menor do que se esperava: apenas 6,5% dentro do adequado e 6,5% a cima do adequado.

A distribuição dos carboidratos (CHO) nos registros alcançou uma media de 52 (±8,4244) % do valor energético total (VET), apresentado o mínimo de 32% e máximo de 66%. Quando se observa o consumo de carboidratos por curso verifica-se que o consumo foi abaixo do esperado em todos.

A distribuição de proteínas (PTN) obteve um a média de 16 (±3,0300) % do VET, variando de 10 a 22%. Destaca-se uma maior adequação (53,3%) para o curso de nutrição, e 75% a cima do adequado para os demais cursos.

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A distribuição dos lipídios (LIP) obteve uma média de 31 (±6,7576) % do VET, variando de 20 a 49%. Encontrou-se a cima do adequado na maioria dos estudantes (64%), contemplando todos os cursos.

A distribuição do mineral ferro obteve uma média de 10 (±4,712) mg/dia, variando de 4 a 26mg/dia. Destaca-se que 77,4% dos entrevistados apresentaram um consumo a baixo do recomendado.

A distribuição do mineral cálcio obteve uma média de 590 (±428,4050) mg/dia, variando de 125 a 2371mg/dia. Observou-se 87,1% dos estudantes com um consumo abaixo do recomendado.

Para a vitamina C obteve-se uma média de 78 (±70,9362) mg/dia, variando de 4 a 271mg/dia. Novamente vê-se a maioria dos estudantes (58,1%) apresentando um consumo abaixo do recomendado, porém 32,3% apresentaram consumo à cima das recomendações.

O consumo alimentar de acordo com a atividade física não apresentaram associação (p ≤ 0,05): energia (p=0,62), carboidratos (p=0,42), proteínas (p=0,08), lipídios (p=0,60), ferro (p=0,54), vitamina c (p=0,39), mesmo assim verifica-se consumo inadequado para energia e nutrientes analisados, tanto para os universitários classificados como sedentários como para os ativos (tabela 3). O consumo que apresentou menor inadequação foi com os macronutrientes, sendo encontrada adequação para carboidratos em 37,5% dos universitários sedentários e em 26,1% dos ativos; para as proteínas foi encontrado adequação em 12,5% nos sedentários e em 47,8% nos ativos; e para os lipídios a adequação foi em 37,5% nos sedentários e em 34,8% nos ativos (tabela 3).

DISCUSSÃO

Este estudo analisou o consumo alimentar e nível de atividade física em estudantes universitários formandos da área de saúde e educação da UNJUÍ. Apesar deste estudo não ter representatividade populacional, pois encontrou-se uma amostra composta por 31 estudantes e

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ter verificado apenas características específicas dos estudantes da universidade, os dados em relação ao consumo alimentar são semelhantes aos encontrados em outros estudos10,4.

Observou-se quanto estado nutricional dos estudados que a maioria (58,1%) apresentou eutrofia. Constatou-se que os alunos do curso de nutrição apresentaram o maior percentual de eutrofia (93,3%), no curso de pedagogia 37,5% eram eutróficos, no curso de biologia 50% dos alunos estavam em sobrepeso e no curso de educação física todos apresentaram sobrepeso.

Quanto aos dados de atividade física observou-se que a maioria dos estudantes (74,2%) são ativos ou muito ativos, estando os maiores percentuais distribuídos nos cursos de Nutrição e Educação Física, diferindo-se em parte de outro estudo4 realizado com cursos da área de saúde de uma universidade pública, que demonstrou como principais achados a inadequação dos hábitos alimentares (79,7%) e o alto nível de sedentarismo (65,5%) entre os estudantes da área de saúde, não se incluindo nesta afirmação os alunos do Curso de Educação Física, que se destacaram por serem mais ativos fisicamente, já que praticam atividade física como parte da própria grade curricular.

Observou-se ainda que em relação ao estado nutricional e o nível de atividade física, 77,7% dos estudantes que apresentaram sobrepeso eram ativos ou muito ativos. É importante lembrar que a avaliação do estado nutricional, de grande importância na prática clínica, não dispõe de padrão-ouro para diagnóstico das desordens nutricionais. O melhor método depende dos objetivos da avaliação11. O IMC não é um bom indicador de estado nutricional para indivíduos muito ativos porque, no caso, o peso nominal da balança pode estar relacionado com a massa muscular e não com a gordura corporal, sendo assim devem ser utilizados outros marcadores.

Há uma relação complexa entre a obesidade e o uso de álcool12,13. O uso do álcool apresenta-se como fator de risco que contribui para o sobrepeso e a obesidade, pois bebida

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alcoólica apresenta elevado valor energético. Há estudos que evidenciam14 que o consumo abusivo de álcool colabora de forma complexa para o aumento do IMC entre indivíduos do sexo masculino, por favorecer o armazenamento de lipídios e, consequentemente, o ganho de peso. Identificou-se esse fato em um estudo sobre os padrões do uso do álcool e sua associação com a obesidade, onde se observou que as pessoas que consomem moderadamente bebida alcoólica apresentaram menos de 1% de chance de ser obesas, quando comparadas aos abstêmios. Já os bebedores que ingeriam mais de quatro doses ao dia apresentavam 46% de chance de serem obesos, quando comparados com os que não bebiam13.

A energia que uma pessoa precisa diariamente para manter um estado nutricional adequado depende de seu gasto energético, o qual é determinado pelo metabolismo basal, nivel de atividade física e termogênese causada pelos alimentos10. Quanto ao consumo calórico a maioria dos estudados (80,6%) apresentaram um consumo energético menor do que esperava.

Comparando nossos dados com um estudo realizado com o de uma pesquisa realizada em uma universidade da Espanha10, podemos observar que ambos são semelhantes. Os valores encontrados por eles foram uma média de 1.926,41 Kcal ingeridas ao dia, indicando que 75% dos entrevistados ingeriam menos calorias do que as recomendações para a população espanhola. Outro estudo4 com cursos da área de saúde de uma universidade pública também demonstrou como principais achados a inadequação dos hábitos alimentares (79,7%). Os valores encontrados por nós tiveram uma média de 1728 kcal, sendo que a maioria dos estudados (80,6%) apresentaram um consumo energético menor do que se esperava, assim vê-se resultados parecidos com dois estudos. Cabe, no entanto, considerar que o registro utilizado como instrumento de medida apresenta a limitação de subestimar o real consumo alimentar. Porém, a diferença observada entre os valores encontrados e os recomendados para ingestão de energia e nutrientes apresentam-se muito evidentes, não

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podendo ser atribuídas apenas à limitação do instrumento utilizado mas também a um hábito alimentar inadequado.

Neste estudo o consumo de CHO foi abaixo do recomendado em todos os cursos. Diferentemente do consumo de proteínas e lipídios que encontraram-se a cima do adequado. Isto pode estar relacionado com o consumo de refeições pequenas ricas em gordura e proteína como os lanches.

Assim como no estudo realizado na Universidad Autónoma de Madrid (2009)10, nossos dados comprovam que a distribuição dos nutrientes não se ajusta as RDAs para a população brasileira, de forma que assim como na Espanha, temos dietas hipoglicídicas, hiperprotéica e hiperlipídicas.

Ao tratarmos dos minerais, ferro, cálcio e vitamina C, a maioria dos estudantes apresentou consumo de ambos abaixo do recomendado. Preocupa bastante o fato de que 77,4% dos entrevistados apresentem um consumo de ferro abaixo do recomendado, levando em consideração que a baixa ingestão de ferro pode causar anemia, prejudicando também a função e a capacidade muscular. Para a vitamina C 58,1% apresentaram consumo a baixo do esperado, lembrando que ela é um excelente antioxidante além de atuar na absorção do ferro, transformando-o do estado férrico para o ferroso, possibilitando assim sua absorção para a corrente sanguínea.

Quanto ao mineral cálcio, 87,1% dos estudantes apresentaram um consumo abaixo do recomendado, que associado ao baixo nível de atividade física, representa um fator de risco para o desenvolvimento de doenças ósseas em idades mais avançadas como a osteoporose. O cálcio é o principal mineral que atua na formação da massa óssea, é essencial para a coagulação sanguínea, agregação plaquetária tendo ainda um papel importantíssimo na contração muscular15.

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Não encontramos associação (p ≤ 0,05) entre o consumo alimentar de acordo com a atividade física, já que a maioria da população apresentou inadequação no consumo tanto de energia quanto de macronutrientes, ferro, cálcio e vitamina C.

A relação do consumo alimentar, prática de atividade física e estilo de vida com a saúde é estudada há muitos anos, sendo que resultados de estudos4 confirmam que a prática de atividade física regular e uma alimentação equilibrada, atuam diretamente para prevenir as doenças crônicas não transmissíveis.

A qualidade de vida está relacionada diretamente com a prática diária de atividade física e à alimentação equilibrada e saudável, que em associação a abstinência ao tabagismo pode eliminar até 80% das chances de desenvolvimento de doenças cardíacas, e 70% do aparecimento de alguns tipos de câncer. A escolha errada dos alimentos, o seu consumo em grandes quantidades, ou a associação ao consumo do álcool, aumenta as chances do desenvolvimento de doenças como câncer, doenças cardíacas, distúrbios digestivos, diabetes e obesidade16.

Ao realizar este estudo com estudantes universitários formandos da área de saúde e educação da Unijuí, pensamos em analisar seu consumo alimentar e nível atividade física, para observar se realmente eles põem em prática com eles próprios os conhecimentos adquiridos em sala de aula, ou seja, nossas expectativas eram encontrar uma população com um consumo alimentar e nível de atividade física condescendentes com sua posição profissional futura, visto serem eles no futuro os disseminadores dessas informações. Como se pode observar nos resultados, nossas perspectivas foram significativamente contrariadas.

Apesar de que na idade adulta se torna mais difícil a mudança de hábitos eles não são imutáveis, pois o trabalho de nós nutricionistas e demais profissionais da saúde é contribuir para uma reeducação alimentar mais saudável e na mudança do estilo de vida das pessoas,

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independente do estágio da vida em que se encontram, acreditamos ``tudo´´ ser possível quando se tem incentivo e acompanhamento de profissionais habilitados e força de vontade.

REFERÊNCIAS

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2. Toral N, Slater B, Silva MV. Consumo alimentar e excesso de peso de adolescentes de Piracicaba, São Paulo. Rev Nutr 2007;20:449-59.

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4. Marcondelli P, Schmitz BAS, Costa THM. Nível de atividade física e hábitos alimentares de universitários do 3º ao 5º semestres da área da saúde. Revista de Nutrição, 2008; 21(1):39-47.

5. Vieira VCR, Priore SE, Ribeiro SM, et al. Perfil Socioeconômico, nutricional e de saúde de adolescentes recém ingressos em uma universidade pública brasileira. Revista de Nutrição, 2002, v. 15, n.3, p. 273-282, set./dez.

6. OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Obesidade: prevenindo e controlando a epidemia global. São Paulo: Roca; 2004. 256 p.

7. CELAFISCS, Questionário Internacional De Atividade Física – IPAQ, 2010. Acesso em www.celafiscs.com.br/ IPAQ Internacional: www.ipaq.ki.se.

8. CELAFISCS, Centro Coordenador do IPAQ no Brasil. Classificação do Nível de Atividade Física – IPAQ, 2010. Acesso em www.celafiscs.com.br/ IPAQ Internacional: www.ipaq.ki.se.

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10. Gil GJR, Ramos MM. Hábitos alimenticios y estilo de vida en una muestra de la población estudiantil de la Universidad Autónoma de Madrid. Universidad Autónoma de Madrid, 22 Junio de 2009.

11. Acuña K, Cruz T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação Nutricional da População Brasileira.Arq Bras Endocrinol Metab. 2004;48:345-361.

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13. John U, Meyer C, Rumpf H, et al. Relationships of psychiatric disorders with overweight and obesity in an adult general population. Obes Res. 2005; 13:101-9.

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15. Biesek S, Letícia AA, Isabela G. Estratégias de nutrição e suplementação no esporte. 1.ed., Barueri, SP, Manole, 2005.

16. Percego D. Análise crítica da nova proposta da pirâmide alimentar. Rev. Nutrição - Saúde & Performance. São Paulo, ano 4, n.15, jan/fev/mar. 2002, p. 5-7.

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Tabela 1. Distribuição geral da população de estudo segundo sexo, tabagismo e bebida alcoólica por curso. UNIJUÍ/Ijuí, 2011.

VARIÁVEIS NUTRIÇÃO PEDAGOGIA BIOLOGIA EDUCAÇÃO

FÍSICA TOTAL N % N % N % N % N % SEXO Feminino 14 93,3 8 100,0 3 75,0 1 25,0 26 83,9 Masculino 1 6,7 - - 1 25,0 3 75,0 5 16,1 FUMA Sim 1 6,7 - - 1 25,0 - - 2 6,5 Não 14 93,3 8 100,0 3 75,0 4 100,0 29 93,5 BEBE (bebida alcoólica) Sim 5 33,3 1 12,5 3 75,0 3 75,0 12 38,7 Não 10 66,7 7 87,5 1 25,0 1 25,0 19 61,3

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Tabela 2. Distribuição da população de estudo segundo a classificação do estado nutricional, atividade física e consumo alimentar por curso. UNIJUÍ/Ijuí, 2011.

VARIÁVEIS NUTRIÇÃO PEDAGOGIA BIOLOGIA EDUCAÇÃO

FÍSICA TOTAL N % N % N % N % N % IMC Baixo Peso - - 2 25,0 1 25,0 - - 3 9,7 Eutrofia 14 93,3 3 37,5 1 25,0 - - 18 58,1 Sobrepeso 1 6,7 2 25,0 2 50,0 4 100 9 29,0 * - - 1 12,5 - - - - 1 3,2 IPAC Sedentário 1 6,7 - - - 1 3,2 Irregularmente Ativo A - - 1 12,5 1 25,0 - - 2 6,5 Irregularmente Ativo B - - 3 37,5 2 50,0 - - 5 16,1 Ativo 10 66,7 4 50,0 1 25,0 1 12,5 16 51,6 Muito ativo 4 26,6 - - - - 3 37,5 7 22,6 ENERGIA Baixo 13 86,7 5 62,5 4 100,0 3 75,0 25 80,6 Adequado 1 6,7 - - - - 1 25,0 2 6,5 Acima do Adequado 1 6,7 1 12,5 - - - - 2 6,5 * - - 2 25,0 - - - - 2 6,5 CARBOIDRATOS Baixo 6 40,0 5 62,5 3 75,0 3 75,0 17 54,8 Adequado 5 33,3 3 37,5 1 25,0 - - 9 29,0 Acima do Adequado 4 26,7 - - - - 1 25,0 5 16,1 PROTEÍNAS Baixo - - - - Adequado 8 53,3 2 25,0 1 25,0 1 25,0 12 38,7 Acima do Adequado 7 46,7 6 75,0 3 75,0 3 75,0 19 61,3 LIPÍDIOS Baixo - - - - Adequado 7 46,7 2 25,0 1 25,0 1 25,0 11 35,5 Acima do Adequado 8 53,3 6 75,0 3 75,0 3 75,0 20 64,5 FERRO Baixo 12 80,0 7 87,5 4 100,0 1 25,0 24 77,4 Adequado 2 13,3 - - - 2 6,5 Acima do Adequado 1 6,7 1 12,5 - - 3 75,0 5 16,1 CÁLCIO Baixo 14 93,3 7 87,5 4 100,0 2 50,0 27 87,1 Adequado - - 1 12,5 - - 1 25,0 2 6,5 Acima do Adequado 1 6,7 0 0 - - 1 25,0 2 6,5 VITAMINA C Baixo 7 46,7 5 62,5 3 75,0 3 75,4 18 58,1 Adequado 1 6,7 1 12,5 - - 1 25,0 3 9,7 Acima do Adequado 7 46,7 2 25,0 1 25,0 - - 10 32,3

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Tabela 3. Distribuição da população de estudo segundo o consumo alimentar e atividade física. UNIJUÍ/Ijuí, 2011. VARIÁVEIS SEDENTÁRIO, IRREG. ATIVO A OU IRREG. ATIVO B ATIVO OU MUITO ATIVO p TOTAL N % N % N % ENERGIA Não Adequado 6 100 21 91,3 0,62 27 93,1 Adequado - - 2 8,7 2 6,9 CARBOIDRATO S Não Adequado 5 62,5 17 73,9 0,42 22 71,0 Adequado 3 37,5 6 26,1 9 29,0 PROTEÍNAS Não Adequado 7 87,5 12 52,2 0,08 19 61,3 Adequado 1 12,5 11 47,8 12 38,7 LIPÍDIOS Não Adequado 5 62,5 15 65,2 0,60 20 64,5 Adequado 3 37,5 8 34,8 11 35,5 FERRO Não Adequado 8 100 21 91,3 0,54 29 93,5 Adequado - - 2 8,7 2 6,5 CÁLCIO Não Adequado 8 100 21 91,3 0,54 29 93,5 Adequado - - 2 8,7 2 6,5 VITAMINA C Não Adequado 8 100 20 90,3 0,39 28 90,3 Adequado - - 3 9,7 3 9,7

Referências

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