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Custos de produção na propriedade Agrícola Hortkrisczum

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Academic year: 2021

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da Comunicação

Curso Administração – Bacharelado – Modalidade Presencial Disciplina Trabalho de Conclusão de Curso

CUSTOS DE PRODUÇÃO NA PROPRIEDADE

AGRÍCOLA HORTKRISCZUM

Trabalho de Conclusão de Curso

ANA RITIÉLE NEHRING

Orientadora: Ma. Marlene Kohler Dal Ri

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ANA RITIÉLE NEHRING

CUSTOS DE PRODUÇÃO NA PROPRIEDADE

AGRÍCOLA HORTKRISCZUM

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Graduação em Administração, Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (Dacec), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientadora: Ma. Marlene Kohler Dal Ri

Ijuí (RS) 2017

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Dedico este trabalho a toda minha família.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, pelo dom da vida, por ter me iluminado e guiado, e por ter colocado pessoas maravilhosas no meu caminho, que muito me ajudaram e apoiaram no decorrer deste curso de Administração.

Aos meus pais, Adauto e Lenir Nehring, pelo apoio e incentivos para seguir em busca do meu sonho, e aos meus irmãos e sobrinhos, pela compreensão e carinho que sempre tiveram por mim todos esses anos.

Ao meu marido, Marciano Krisczum, que me acompanhou e esteve do meu lado durante todo este período, por entender que muitas vezes meu tempo tinha que ser usado para o estudo, e que sempre se mostrou paciente, me escutando e me aconselhando.

Aos meus sogros, Osmar e Carmen Krisczum, pelo apoio que dispensaram aos meus estudos, e a toda a família, pelo auxilio e amor incondicional aos meus pequenos sobrinhos e sobrinhas. À minha orientadora, professora Marlene Dal Ri, por ter me orientado na elaboração deste estudo. Também, aos meus colegas e amigos de curso, por estarem comigo nesta etapa da minha vida. E a todos os professores, amigos e colaboradores, que me auxiliaram na construção do TCC.

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CUSTOS DE PRODUÇÃO NA PROPRIEDADE

AGRÍCOLA HORTKRISCZUM1

Ana Ritiele Nehring2; Mestra Marlene Köhler Dal Ri3

1

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora do curso de Graduação em Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração.

2

Aluna do curso de Graduação em Administração da Unijuí. E-mail: tyte_nehring@hotmail.com. ³ Orientadora, professora mestra do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação. E-mail: mkdalri@unijui.edu.br.

Resumo: O presente estudo constitui-se numa pesquisa aplicada, quantitativa, exploratória e descritiva. Seu objetivo é compreender a formação dos custos de alguns produtos que são produzidos e comercializados pela empresa agrícola HortKrisczum, a fim de auxiliar a propriedade na tomada de decisões. Trata-se de uma empresa agrícola de hortifrutigranjeiros que atua na venda de 36 itens, dentre os quais se destacam a alface hidropônica, o brócolis, a rúcula, o morango e o milho verde doce, produtos que compõem o foco do presente estudo. A empresa HortKrisczum está localizada no distrito de Alto da União, em Ijuí, RS, e iniciou suas atividades em 1970, por intermédio de Osmar Krisczum, e ao longo dos últimos anos vem se especializando na produção de hortifrutigranjeiros a partir da inovação tecnológica e do aprimoramento da produção mediante técnicas que visam garantir a qualidade dos produtos. A comercialização de seus produtos ocorre semanalmente (nas terças, quintas e sábados) na Feira do Produtor (Aprofeira) de Ijuí, e também diariamente nos supermercados e fruteiras do município, além de alguns restaurantes da cidade. O estudo concluiu que a margem de contribuição dos produtos é boa, pois além de cobrir os custos do processo ainda resta uma margem de lucro. Algumas medidas são apontadas como sugestões de melhorias, como a busca por fornecedores de mudas com melhor preço, e aplicação das planilhas eletrônicas aos demais produtos da propriedade, o que garantirá a ampliação dos cálculos que auxiliarão na venda dos produtos.

Palavras-chave: Formação de custos de produção. Hortifrutigranjeiros Krisczum. Agricultura Familiar.

Introdução: A Agricultura Familiar tem sido fundamental para o desenvolvimento de pequenas propriedades rurais que visam diversificar a sua produção a fim de se manterem competitivos e atuantes no mercado. A empresa HortKrisczum, localizada no distrito de Alto da União, em Ijuí, RS, desponta como uma propriedade agrícola especializada na produção e comercialização de hortifrutigranjeiros e milho verde. Seus produtos são comercializados diariamente em dois mercados da cidade – um localizado na avenida Coronel Dico, no centro da cidade, e outro na rua 13 de Maio, no bairro Gloria. Além desses mercados, a HortKrisczum participa semanalmente (terças, quintas e sábados) da Feira do Produtor (Aprofeira), localizada na rua 24 de Fevereiro, no centro da cidade. Nesse

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local comercializa os seus produtos diretamente com o consumidor final. O objetivo geral do estudo é compreender a formação dos custos de produção da empresa agrícola HortKrisczum, de forma a auxiliar na tomada de decisão, considerando os produtos que têm boa margem de contribuição e, assim, garantir o sucesso da empresa. Em complementação, os seus objetivos específicos são: a) conceituar os processos do sistema produtivo da empresa; b) analisar indicadores de consumo de insumos da produção; c) conceituar os custos de produção de algumas culturas hortícolas; d) analisar potencialidades e fragilidades/gargalos na produção; e e) avaliar os custos de produção. Para atender a esses objetivos definiu-se a questão do estudo, que é: Com base nos custos de produção da HortKrisczum, quais as margens de contribuição das cinco principais culturas produzidas pela empresa? A realização do estudo se justifica pela relevância do tema que tem permeado o desenvolvimento das organizações agrícolas e a evolução dos seus processos de gerenciamento mediante a compreensão da formação dos custos de produção como forma de aperfeiçoamento da sua estrutura e atualização gestora da organização. Trata-se, pois, de uma alternativa de aperfeiçoamento da produção da empresa, cujas técnicas de controle e manejo dos produtos que geram maior retorno podem garantir maior produtividade, qualidade e rentabilidade à empresa. Metodologia: Quanto à sua natureza a pesquisa se classifica como aplicada; quanto à abordagem constitui-se como quantitativa; e com relação aos objetivos pode ser considerada exploratória e descritiva. O sujeito desta pesquisa é a organização HortKrisczum, uma propriedade agrícola especializada na produção e comercialização de hortifrutigranjeiros e de milho verde. A coleta de dados foi obtida de forma documental e de levantamento de informações mediante entrevista informal com os proprietários da empresa. Os dados obtidos foram analisados e permitiram a construção de planilhas que possibilitam compreender os custos de produção de alguns produtos específicos da propriedade (alface, brócolis, morango, rúcula e milho verde doce).

Discussão e Resultados: O ciclo de produção de todos os produtos analisados inicia com a aquisição das sementes e produção de mudas. A produção de mudas pela propriedade garante economia e melhor qualidade, entretanto, algumas mudas, como a do morango, são adquiridas da Argentina, que possui uma técnica que garante melhor produtividade em relação às mudas produzidas no Brasil. Na produção de alface percebeu-se que o maior custo encontrado é o de mão de obra, essencial nessa atividade, não havendo maquinários ou equipamentos que realizem as operações. O custo total da atividade foi de R$ 433,57, o custo unitário foi de R$ 0,43, e a margem de contribuição foi de R$ 1,32, levando em consideração um valor de comercialização de R$ 1,75. Já com relação ao brócolis, o custo total encontrado foi de R$ 663,27, o custo unitário foi de R$ 0,66, e a margem de contribuição encontrada em função do valor de comercialização ser de R$ 2,75 foi de R$ 2,09. Quanto ao morango percebe-se que este possui um custo elevado em comparação às outras culturas. Seu custo total estimado é de R$ 2.400,47, apesar de o seu custo unitário ser relativamente baixo, ou seja, de R$ 0,96 por bandeja, obtendo uma margem de contribuição de R$ 2,04. O milho verde doce apresentou um custo de produção de R$ 0,84 em cada pacote com três espigas, com uma margem de contribuição estabelecida em R$ 2,16. O custo total encontrado neste produto é de R$ 1.569,65. Finalmente, os dados apurados com a rúcula permitem detectar um custo total no valor de R$ 248,54, sendo o custo

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unitário de R$ 0,83 e o valor de comercialização de R$ 1,75, o que revela uma margem de contribuição de R$ 0,92.

Conclusão: O objetivo deste estudo visou desenvolver uma planilha de custos de produção de alguns produtos comercializados pela empresa agrícola HortKrisczum, a qual servirá de subsídio à administração da propriedade, localizada no interior do município de Ijuí, RS. A mensuração dos custos de uma produção hortícola deve ser vista como um instrumento de informação pertinente à gestão da empresa, e consiste em reunir e organizar as informações pertinentes ao processo da produção. O relato e as planilhas auxiliam a entender o processo produtivo e a situação da empresa, sendo possível definir estratégias para o seu melhoramento. O estudo também abordou o valor de cada insumo utilizado no processo dos produtos, bem como os serviços realizados. Observa-se, com isso, que a margem de contribuição dos produtos é boa, pois além de cobrir o processo ainda resta uma margem de lucro. Como sugestão de melhorias para a empresa ressalta-se a busca por fornecedores com valores mais baixos, o que tornará o custo final menor. Outra sugestão é aplicar as planilhas eletrônicas aos demais produtos da propriedade, podendo obter um melhor entendimento da sua produção. Com a aplicação das planilhas pode-se também ampliar os cálculos e obter os demonstrativos de resultados que a empresa não possui no momento, auxiliando nas estratégias aplicadas na venda de seus produtos.

Referências

CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Custos de produção agrícola: a metodologia da Conab. Brasília: Conab, 2010.

DELGADO, Guilherme Costa; BERGAMASCO, Sonia Maria Pessoa Pereira

(Orgs.). Agricultura familiar brasileira: desafios e perspectivas de futuro. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2017.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados do IBGE. Disponível em: http://cod.ibge.gov.br/VCL. Acesso em:

INCRA. Cadastro rural. Disponível em: http://www.incra.gov.br/. Acesso em: RECEITA FEDERAL. Normas da Receita. Disponível em:

http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAt o=81268#1706802. Acesso em: 25 maio 2017.

SEBRAE. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Como abrir seu próprio negócio: loja de produtos agropecuários. Brasília, 1996.

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LISTA DE SIGLAS

APROFEIRA Feira do Produtor

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IE Instruções Especiais

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INSS Instituto Nacional do Seguro Social

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento PROAGRO Programa de Garantia da Atividade Agropecuária

PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PRONAT Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios

Rurais

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Primeiro Tobata adquirido pelo Sr. Osmar ... 15

Figura 2. Área de cultivo utilizando o Tobata ... 16

Figura 3. Área de cultivo de morango a campo ... 16

Figura 4. Feira realizada na rua ... 17

Figura 5. Primeira estufa da organização ... 17

Figura 6. Estufa com o cultivo de pepino e tomate ... 18

Figura 7. Estufa com o cultivo de alface ... 18

Figura 8. Estufa com o cultivo de morango ... 18

Figura 9. Produção a campo ... 19

Figura 10. Sistema de irrigação por aspersão ... 20

Figura 11. Cultivo do morango ... 20

Figura 12. Estufa com sistema hidropônico ... 21

Figura 13. Cultivo de pepino em sistema hidropônico ... 21

Figura 14. Camionetes utilizadas na logística ... 22

Figura 15. Desenho da transformação... 28

Figura 16. Fluxograma da produção ... 43

Figura 17. Proteção dos canteiros com morangos ... 45

Figura 18. Produção de milho verde doce ... 46

Figura 19. Alface hidropônica ... 48

Figura 20. Bandeja de morangos ... 53

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Lista de produtos ... 15

Tabela 2. Custo de produção de mudas ... 42

Tabela 3. Custos de produção da alface hidropônica (crespa, americana, mimosa, lisa e roxa) ... 47

Tabela 4. Cálculo da depreciação da alface hidropônica... 50

Tabela 5. Custo de produção de brócolis ... 50

Tabela 6. Cálculo da depreciação de brócolis ... 51

Tabela 7. Custo de produção do morango ... 52

Tabela 8. Cálculo da depreciação do morango ... 54

Tabela 9. Custo de produção do milho verde doce ... 55

Tabela 10. Cálculo da depreciação do milho verde doce ... 55

Tabela 11. Custo de produção da rúcula ... 56

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 12 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 14 1.1 Apresentação do tema ... 14 1.2 Caracterização da organização ... 14 1.3 Questão de estudo... 22 1.4 Objetivo geral ... 22 1.5 Objetivos específicos ... 22 1.6 Justificativa ... 23 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 24 2.1 Agricultura familiar ... 24 2.1.1 Sistema de produção ... 26

2.2 A importância da mensuração dos custos de produção ... 28

2.3 Custos ... 29 2.3.1 Custos de produção ... 30 2.3.2 Custos fixos ... 31 2.3.3 Custos variáveis... 31 2.3.4 Custos de oportunidade ... 32 2.3.5 Margens de contribuição ... 32

2.4 Itens que compõem o custo de produção ... 32

2.4.1 Máquinas e implementos ... 33 2.4.1.1 Hora/máquinas... 33 2.4.1.2 Manutenção/depreciação ... 33 2.4.2 Insumos ... 34 2.4.2.1 Sementes ... 34 2.4.2.2 Fertilizantes ... 34 2.4.2.3 Irrigação ... 35 2.4.2.4 Defensivos ... 35 2.4.3 Seguro rural ... 35

2.4.4 Mão de obra e encargos sociais e trabalhistas ... 36

2.4.5 Custos de colheita ... 36

2.4.6 Impostos ... 36

3 METODOLOGIA ... 38

3.1 Pesquisas quanto à natureza ... 38

3.2 Pesquisas quanto à abordagem ... 38

3.3 Pesquisas quanto aos objetivos ... 39

3.4 Pesquisas quanto aos procedimentos técnicos ... 39

3.5 Sujeito da pesquisa... 41

3.6 Coleta de dados ... 41

3.7 Análise e interpretação dos dados ... 41

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 42

4.1 Descrição do ciclo de produção ... 42

4.1.1 Produção de mudas ... 42

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4.1.3 Produção de brócolis ... 44

4.1.4 Produção de morango ... 44

4.1.5 Produção de milho verde doce ... 45

4.1.6 Produção de rúcula ... 46 4.2 Custos de produção ... 46 4.2.1 Planilhas e análises ... 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 59 REFERÊNCIAS ... 61 ANEXO ... 63

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INTRODUÇÃO

A renda agrícola tem como objetivo a busca por saldos positivos na balança comercial do país, que recebe forte contribuição das exportações agrícolas. A Agricultura Familiar tem expressiva importância no cenário econômico produtivo. Seu papel é fundamental no abastecimento alimentar brasileiro, contribuindo para a geração de renda, controle da inflação e melhoria no nível de sustentabilidade das atividades agrícolas.

Em conformidade à Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, agricultores familiares são aqueles que desenvolvem atividades em estabelecimentos cuja área não exceda a quatro módulos fiscais, sejam dirigidos pela própria família, possuam mão de obra predominantemente familiar, e cuja renda deve, predominantemente, originar-se dessas atividades.

A HortKrisczum é uma propriedade agrícola especializada na produção e comercialização de hortifrutigranjeiros e milho verde. A empresa está localizada no distrito de Alto da União, Ijuí/RS, e seus produtos são comercializados diariamente em dois mercados da cidade – um localizado na avenida Coronel Dico, no centro da cidade, e outro na rua 13 de Maio, no bairro Glória. Além desses mercados, a HortKrisczum participa semanalmente da Feira do Produtor (Aprofeira), localizada na rua 24 de Fevereiro, no centro da cidade. Nesse local comercializa os seus produtos diretamente com o consumidor final. A empresa ainda atende alguns restaurantes da cidade.

A importância da agricultura tem sido bastante discutida pelo fato de abastecer a população e gerar renda e empregos. Uma produção mais limpa, sem residual de defensivos químicos, constitui-se numa das fontes de maior sucesso entre a população que está em busca de um estilo saudável de vida.

Um dos principais marcos na História é a evolução ocorrida no período neolítico, que caracterizou uma transição da economia baseada na caça e na coleta para uma agricultura sedentária e com a criação de animais domésticos. De lá para cá muita coisa mudou, mas o cultivo de alimentos ainda continua sendo a base da maioria das sociedades (SEBRAE, 1996). Percebe-se que a alimentação vem evoluindo no decorrer das décadas, pois há uma preocupação em modificar o modo de produzir mediante a utilização de avançadas técnicas de cultivo, que visam transformar os produtos.

(14)

A sucessão familiar está inserida em uma produção mais limpa e com a aplicação de tecnologias, o que se constitui num atrativo para o jovem se manter no campo, na produção agrícola. Ademais, o produtor que busca programar uma produção mais adequada em estrutura e uma administração dos custos de sua produção obtém um melhor retorno para a organização.

O presente estudo está composto de quatro capítulos, assim distribuídos: no primeiro capítulo consta a contextualização do estudo, constituída pela apresentação do tema, caracterização da organização, questão do estudo, objetivos e justificativa.

O segundo capítulo apresenta o referencial teórico, que traz o entendimento de autores especialistas na área sobre Agricultura Familiar, custos de produção e seguro rural. A metodologia é descrita no terceiro capítulo e, finalmente, no quarto capítulo são analisados os resultados da pesquisa realizada junto à propriedade agrícola HortKrisczum, mediante a descrição do ciclo de produção da alface, brócolis, rúcula, morango e milho verde doce, com os respectivos custos de produção.

Seguem as considerações finais, as referências que embasaram o estudo e o anexo, que ilustra e complementa a pesquisa.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capítulo é apresentado o tema a ser desenvolvido, a questão de estudo (problema), a identificação e caracterização da empresa, bem como os objetivos gerais e específicos e a justificativa da escolha do tema.

1.1 Apresentação do tema

A criação de estratégias que possibilitem a dinamização do trabalho e uma produção mais segura está cada vez mais presente nas organizações atuais, que necessitam de técnicas de gerenciamento a fim de captar e introduzir informações para acompanhar o mercado em que atuam.

Instala-se hoje no país uma crise que vem tornando o mercado cada vez mais restrito. Diante desse cenário, as empresas que estiverem munidas de aparatos de desenvolvimento terão as melhores chances de se perpetuarem. Destarte, os administradores precisam de sistemas de gerenciamento equipados com informações atualizadas e completas. O quadro se amplia se for considerada a concorrência que também busca uma fatia de mercado, fazendo com que a empresa esteja atualizada em tecnologia, manejo e em técnicas de gerenciamento, com ferramentas completas e confiáveis sobre custos de produção para, assim, poder tomar as decisões acertadas e abastecer as necessidades do mercado.

Custo é o valor desembolsado na utilização de insumos para a obtenção do produto final e a sua comercialização. Tais custos devem ser agregados ao valor de comercialização para garantir o retorno sobre o valor investido na produção, acrescido de uma margem de contribuição sobre o produto.

Com base na importância do gerenciamento de uma organização o tema deste estudo busca analisar os custos de alguns produtos da organização, visando o lucro e a sua margem de contribuição.

1.2 Caracterização da organização

A HortKrisczum é uma empresa agrícola especializada na produção e comercialização de hortifrutigranjeiros e milho, e atua na venda de 36 itens, os quais estão demonstrados na lista de produtos a seguir (Tabela 1).

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Tabela 1. Lista de produtos

Cód Produtos Und. Vl.unit Cód.barras Cód. Produtos Und Vlr.unit Cód.barras

1 Agrião pct 1,50 7898929162045 19 Manjericão mç 5,00 2 Alface pct 1,40 7898929162106 20 Pimentão und 1,00

3 Beterraba mç 3,00 21 Berinjela kg 4,00

4 Tempero pct 1,25 7898929162052 22 Chuchu kg 3,00 5 Brócolis und 3,00 7898929162014 23 Rabanete mç 2,50

6 Couve-folha mç 1,50 24 Abacate kg 3,00

7 Couve-flor und 3,00 7898929162151 25 Cebola kg 3,00 8 Radiche pct 1,50 7898929162090 26 Chinesa und 4,00

9 Repolho und 3,00 27 Caqui kg 2,00

10 Rúcula pct 1,50 7898929162113 28 Tomatinho bdj 3,00 11 Laranja kg 2,50 29 Moranga kg 2,50 12 Cenoura mç 3,00 30 Abóbora doce kg 2,50 13 Espinafre pct 2,00 31 Vagem bdj 3,00 7898929162120 14 Tomate kg 4,00 7898929162199 32 Alho poró und 2,00

15 Pepino cons. kg 5,00 7898929162038 33 Bergamota kg 2,50

16 Pepino salada kg 4,00 34 Milho pct 3,50 7898929162083 17 Abobrinha ital. kg 3,00 7898929162144 35 Milho doce pct 3,50 7898929162069 18 Morango kg 12,00 7898929162076 36 Mandioca kg 5,00 7898929162137

Fonte: elaboração própria da autora (2017).

A empresa HortKrisczum está localizada no distrito de Alto da União, Ijuí, RS. A comercialização de seus produtos ocorre semanalmente (nas terças, quintas e sábados) na Feira do Produtor (Aprofeira) de Ijuí, e também diariamente nos supermercados e fruteiras do município.

As atividades da empresa HortKrisczum iniciaram em 1970, quando Osmar Krisczum começou a cultivar hortaliças na propriedade do seu pai, no interior do município de Ijuí, as quais eram transportadas por uma jardineira. Em 1975, Osmar Krisczum adquiriu uma propriedade no Alto da União e montou uma estrutura adequada ao cultivo de hortaliças em escala crescente. A atividade exigiu a aquisição do primeiro Tobata (trator encanteirador) para o preparo do solo.

Figura 1. Primeiro Tobata adquirido pelo Sr. Osmar

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Com o crescimento da escala de plantação, tornou-se necessário adquirir equipamentos de irrigação, como uma bomba de água manual, e melhorar a forma de logística mediante a aquisição de uma Kombi.

Figura 2. Área de cultivo utilizando o Tobata

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

Figura 3. Área de cultivo de morango a campo

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

No decorrer dos anos, a necessidade de produção só aumentava, tendo em vista a existência de um ponto fixo de venda dos produtos na cidade de Ijuí, onde os produtores estacionavam seus veículos e ali mesmo montavam a sua banca de venda (Figura 4).

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Figura 4. Feira realizada na rua

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

Ao perceber a necessidade de maior produção, Osmar Krisczum investiu em uma estufa para o cultivo de tomate. E, logo após, com o resultado satisfatório obtido com o cultivo protegido, investiu em mais estufas para cultivar as demais culturas, obtendo assim produtos com qualidade superior.

Figura 5. Primeira estufa da organização

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

As figuras 6, 7 e 8, a seguir, permitem visualizar o cultivo das demais hortaliças, como pepino, tomate, alface e morango, em sistema protegido com a construção de estufas.

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Figura 6. Estufa com o cultivo de pepino e tomate

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

Figura 7. Estufa com o cultivo de alface

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

Figura 8. Estufa com o cultivo de morango

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Hoje a empresa possui 20 hectares, sendo cinco hectares destinados à horta, dois hectares com árvores frutíferas, um hectare coberto com 15 estufas, 10 hectares com produção de milho e dois hectares com hortaliças diversas.

Sua estrutura produtiva é uma das mais completas da região: possui sistema de irrigação independente para cada setor, onde as estufas são irrigadas com sistema de gotejamento suprido com alimentadores de fertilização. As lavouras de milho são irrigadas com canhões alimentados por bombas hídricas eletrônicas, enquanto a área de hortaliças tem sistema de irrigação por aspersão, além de um sistema hidropônico para 90% da produção de alface.

Como maquinário agrícola, a empresa possui: plantadeira de plantio direto, encanteirador, tratores, perfurador de solo, “pé de pato”, grade e roçadeira. Essas máquinas são operadas por um quadro de colaboradores composto por um funcionário assalariado e por sete membros da família.

O sistema de produção utilizado pela empresa é o cultivo convencional, em campo aberto, com técnicas tradicionais de preparo do solo. O preparo dos canteiros para receber as mudas ocorre por meio de trator e encanteirador, já as mudas são manipuladas de forma manual, assim como a adubação. A propriedade conta com sistema de irrigação por aspersão, a aplicação de defensivos é realizada com trator e pulverizador, enquanto a colheita é manual.

Figura 9. Produção a campo

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Figura 10. Sistema de irrigação por aspersão

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

A empresa também possui o cultivo protegido em estufas, cujo sistema garante produtos com qualidade superior, bem como o cultivo hidropônico.

O cultivo de morango é realizado em túnel abaixo no solo, irrigado por fita de gotejamento que nutre diretamente a raiz da planta.

Figura 11. Cultivo do morango

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Figura 12. Estufa com sistema hidropônico

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

Figura 13. Cultivo de pepino em sistema hidropônico

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

Atualmente, a HortKrisczum possui uma infraestrutura de 408m², os quais são destinados à realização das atividades produtivas. O serviço de logística conta com camionetes equipadas com furgão, que realizam a entrega dos produtos nos mercados e restaurantes, bem como abastecem a Feira do Produtor, que hoje possui uma estrutura adequada para a comercialização dos hortifrutigranjeiros.

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Figura 14. Camionetes utilizadas na logística

Fonte: acervo pessoal da Família Krisczum.

1.3 Questão de estudo

Com base no tema definido, que visa a auxiliar no entendimento dos custos da produção da propriedade HortKrisczum, elaborou-se a seguinte questão que norteou a pesquisa: Com base nos custos de produção da HortKrisczum, quais as margens de contribuição das cinco principais culturas produzidas pela empresa?

1.4 Objetivo geral

Compreender a formação dos custos de produção da empresa agrícola HortKrisczum, de forma a auxiliar na tomada de decisão, considerando os produtos que têm boa margem de contribuição e, assim, garantir o sucesso da empresa.

1.5 Objetivos específicos

a) Conceituar os processos do sistema produtivo da empresa; b) Analisar indicadores de consumo de insumos da produção;

c) Conceituar os custos de produção de algumas culturas hortícolas; d) Analisar potencialidades e fragilidades/gargalos na produção; e) Avaliar os custos de produção.

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1.6 Justificativa

Com o desenvolvimento das organizações e a evolução dos processos de gerenciamento, torna-se necessário compreender a formação dos custos de produção para aperfeiçoar a estrutura e atualizar a gestão da organização.

O sucesso de qualquer empresa está ligado ao gerenciamento dos seus recursos produtivos. Ademais, ter habilidades e técnicas para aperfeiçoar a utilização dos recursos garante lucro e continuidade das atividades da empresa.

Assim, o estudo se justifica por ser uma alternativa de aperfeiçoamento da produção da empresa, cujas técnicas de controle e manejo dos produtos que geram maior retorno podem garantir maior produtividade, qualidade e rentabilidade à empresa.

O estudo também se justifica pelo interesse acadêmico, pois aperfeiçoa os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso de graduação em Administração, garantindo uma visão sistêmica da organização, bem como atribui as habilidades de um administrador – futura profissão da acadêmica.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Agricultura familiar

Na Agricultura Familiar, conforme determina a Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, os agricultores familiares são aqueles que desenvolvem atividades em estabelecimentos cuja área rural não exceda a quatro módulos fiscais. Além disso, devem ser dirigidos pela própria família, que desempenha os trabalhos com mão de obra predominantemente familiar, e cuja renda deve ser oriunda dessas atividades.

Quanto à Política da Agricultura Familiar, a referida Lei dispõe, em seu art. 4º, os seguintes princípios:

– descentralização;

– sustentabilidade ambiental, social e econômica;

– equidade na aplicação das políticas, respeitando os aspectos de gênero, geração e etnia;

– participação dos agricultores familiares na formulação e implementação da Política Nacional da Agricultura Familiar.

JáaLein°4.504,de30de novembro de 1964, em seu art. 4º, inc. II, enfatiza:

"Propriedade Familiar" é o imóvel rural que, direta e pessoalmente, é explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros; [...].

O módulo fiscal corresponde à área mínima necessária a uma propriedade rural para que sua exploração seja economicamente viável. O tamanho do módulo fiscal para cada município está fixado nas Instruções Especiais (IE) expedidas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA, 2017).

O tamanho do módulo fiscal no município de Ijuí é de 20 hectares (em anexo), com um limite de extensão de 30 hectares. A situação cadastral do município é de 4.023 imóveis rurais, 67.661,8 hectares de área e um total de 689,1 km², conforme dados do Incra (2017), referentes ao ano de 2013. Com relação à área territorial de 2015, o Censo do IBGE (2017) estimou uma área de 689,387 km².

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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017), o município de Ijuí possui uma população estimada pelo Censo de 2016 de 83.089 pessoas, enquanto que o Censo anterior, de 2010, apontava uma população de 78.915 pessoas, revelando um aumento estimado de 4.174 pessoas. O aumento da população e a busca pela melhoria de qualidade de vida nas cidades tem sido algo muito estudado. A busca pela diversificação alimentar e obtenção de produtos com qualidade faz com que a produção rural se especialize a fim de atender às demandas da população.

A atividade da Agricultura Familiar é considerada competitiva por ocupar diversos nichos de mercado, com produtos especializados e alto valor agregado. Aliado a isso, a formulação de políticas de desenvolvimento rural abrange as realidades com práticas agrárias e agrícolas que garantem o fortalecimento da agricultura familiar. A maior dificuldade encontrada, porém, é a inviabilidade de diversos produtores, aliada aos critérios usados na definição dos cortes, que têm como premissa a obtenção das políticas de apoio pelos produtores rurais.

Conforme entendimento de Delgado e Bergamasco (2017, p. 71), o que orienta a classificação que inclui e exclui produtores é a

referência a um modelo de agricultura, que afirma um determinado grau de racionalidade produtivista e certa forma de inserção no mercado, como parâmetros universais para definir a viabilidade dos estabelecimentos agrícolas. Assim, a ausência de rendimento monetário supõe, necessariamente, nessa perspectiva, que a unidade de produção é improdutiva, portanto, economicamente inviável.

As políticas de Reforma Agrária e da Agricultura Familiar são conquistadas por meio de conflitos sociais, mediante a luta das classes pelas ideias de igualdade, que visam a institucionalização das políticas, conforme as experiências e instrumentos dos idealistas.

A fragilidade do acesso aos recursos produtivos é o principal objeto das lutas sociais, e visam à consolidação das bases materiais de sua condição de agricultor (DELGADO; BERGAMASCO, 2017).

As estratégias produtivas expressam as tentativas de superar os obstáculos que lhes são interpostos. A agricultura familiar acompanha o mercado nas práticas do autoconsumo e da autoprovisão do estabelecimento familiar, as quais são essencialmente complementares. Ademais, o trabalho externo da família não é

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uma perda de substância da condição de agricultor, mas sim, na grande maioria dos casos, a condição primeira para a sua permanência no campo.

O Brasil conta com quase 20 anos de políticas públicas específicas na categoria da Agricultura Familiar. A política mais importante, contudo, é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Criado em 1995, esse programa tem passado por uma série de evoluções e tem sido complementado por diversas outras políticas temáticas ou transversais, como a política de desenvolvimento territorial, conhecida como Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (Pronat), orientada para o mesmo público alvo (DELGADO; BERGAMASCO, 2017).

A Agricultura Familiar possui grande diversificação, tanto em relação à disponibilidade de recursos, acesso ao mercado, capacidade de geração e acumulação de renda. A diversidade de produtos ofertados pela Agricultura Familiar é extensa, e pode ser caracterizada pelo produto agropastoril e hortigranjeiro.

2.1.1 Sistema de produção

A tecnologia aplicada na Agricultura Familiar normalmente é simples, e tem ênfase nos recursos locais e nativos. O seu desenvolvimento deve começar pelo conhecimento das necessidades dos produtores e da forma como eles as percebem.

Havia, no passado, uma carência muito grande de alternativas tecnológicas adequadas às condições socioeconômicas dos agricultores familiares, fazendo com que se mantivessem à custa de métodos extremamente ineficientes de produção agropecuária.

Atualmente, tecnologias com produtos e maquinários sugerem o uso intensivo de insumos modernos e de capital que, muitas vezes, são escassos para o pequeno agricultor e descaracterizam a forma de uso da mão de obra que, em geral, é de origem familiar.

A tendência é haver cada vez mais a concentração de poucos produtores com extensão de áreas elevadas, que possuem um melhor poder de barganha que os pequenos produtores. Esta tendência causa um impacto no processo de desenvolvimento econômico e tecnológico das regiões produtoras.

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A grande maioria dos agricultores familiares necessita de recursos de terceiros (bancos, instituições financeiras) para produzir de maneira mais eficaz, sustentável e rentável. A ausência de recursos causa restrições na capacidade produtiva e competitiva em um mercado exigente.

Grande parte desses produtores não possui a capacidade de assimilação dos recursos, sendo gastos com utensílios ou produtos de baixa qualidade, que geram um resultado insatisfatório, causando um ciclo incontrolável de dívidas.

O maior ponto de restrições na agricultura de hortaliças, contudo, é a ausência de mão de obra. Tem, contudo, suas vantagens em mão de obra familiar, por ter uma atenção maior na qualidade do produto obtido se comparado com a produção do assalariado.

As políticas macroeconômicas, agrícolas e de desenvolvimento rural são importantes para o sucesso da Agricultura Familiar, de forma a reduzir os obstáculos e aumentar a sinergia entre os níveis do setor público.

Conforme Buainain, Romeiro e Guanziroli (2003, p. 341),

Os preços reais, o grau de proteção efetiva, a disponibilidade de recursos e o custo de oportunidade para a utilização desses recursos são fortemente influenciados pelas políticas e preços macroeconômicos. Além disso, essas políticas afetam também as variáveis estruturais, como a dinâmica da oferta e demanda, a distribuição de renda e a disponibilidade e qualidade da infraestrutura.

A realização de um planejamento da produção é importante, pois pode proporcionar uma demonstração das ações a serem tomadas no dia a dia e, assim, se destacar entre os concorrentes. O sistema produtivo faz parte do planejamento da empresa, com ele é possível ajustar o seu layout de forma a garantir que as tarefas do dia a dia sejam bem sucedidas.

O processo produtivo consiste no modelo de transformação “Input – Transformação – Output”, que é o uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo para produzir saídas. Estas saídas podem ser tanto de bens como de serviços, ou de ambos. Os recursos de transformação podem ser materiais, informações ou o próprio consumidor, conforme Figura 15, a seguir.

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Figura 15. Desenho da transformação

Fonte: elaboração própria da autora (2017).

As principais preocupações da função produtiva são: a estratégia de produção, ou seja, as diversas formas de organizar a produção para atender à demanda de modo competitivo; a criação e melhora de produtos e serviços; os sistemas de produção, arranjo físico (layout) e fluxos produtivos; os arranjos produtivos (produção artesanal, em massa e enxuta); a ergonomia; o estudo de tempos e movimentos; o planejamento de capacidade, agregado, plano mestre de produção, sequenciamento, planejamento e controle de projetos.

Segundo Neumann e Scalice (2015), o desenvolvimento do layout em um sistema produtivo eficaz e competitivo é fundamental para o sucesso de longo prazo da empresa, pois materializa a estratégia da produção, constituindo-se na base onde a produção é executada.

Mudanças no layout de uma empresa, apesar de pequenas, podem afetar o fluxo, os custos e a eficácia da produção. Se o arranjo físico está errado pode levar a padrões de fluxo excessivamente longos e confusos, tempos de processamento desnecessários, operações inflexíveis e altos custos (SLACK et al., 1997).

2.2 A importância da mensuração dos custos de produção

Os custos de produção são diretamente relacionados com o sistema de cultivo aplicado pelo agricultor. Diversas variáveis do meio externo à propriedade podem alterar o desenvolvimento da produção, tais como os aspectos culturais, socioeconômicos, tecnológicos e outros. A utilização de insumos químicos, mecânicos e biológicos promove a integração das práticas agrícolas com o meio ecológico.

Um processo administrativo bem estruturado é composto pelo planejamento, ou seja, pela missão e objetivos da empresa, bem como a sua organização diante

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dos objetivos almejados. A direção motiva a equipe na realização das metas propostas, enquanto o controle auxilia na fiscalização dos resultados alcançados.

Segundo relatórios da Conab (2010, p.13),

Na agricultura, a administração do empreendimento rural exige tecnologia e conhecimentos para lidar com os riscos e incertezas próprias do setor (clima, política, economia, legislação, etc.), a instabilidade da renda em razão da produtividade e preços internos e externos, as características de oligopólio e oligopsônio no comércio e indústria que se relacionam com a agricultura, as variações de preços e as dificuldades de comercialização na safra, o crédito muitas vezes problemáticos, a perecibilidade dos produtos agrícolas, além da própria complexidade da produção agrícola (local, tempo, espaço, clima, meio ambiente, solo, etc.).

A definição dos custos de produção é fundamental para entender as políticas de preços aplicadas à empresa e determinar se estão compatíveis com as necessidades de consumo da empresa. A atividade produtiva deve visar o método de produção por eficiência econômica, que busca uma produção mais enxuta, usando os insumos de acordo com as necessidades, alcançando, assim, um menor índice de custos.

Para os produtores é complicado entender qual o item que se constitui em problema para a empresa e, consequentemente, decidir pela sua substituição ou eliminação, seguindo um padrão de produção, visando sempre à qualidade dos produtos como fator de eficiência e não de lucro.

2.3 Custos

Custo é a parcela do gasto que é aplicada na produção ou em qualquer outra função. Em outras palavras, é o valor aceito pelo comprador para adquirir um bem ou a soma de todos os valores agregados ao bem desde a sua aquisição até que atinja o estágio de comercialização (DUTRA, 1938).

Segundo Koliver (2010, p. 31), “Custos: valor de mutação patrimonial qualitativa, ocorrida no ciclo operacional interno de uma entidade.”

Passarelli e Bomfim (2003) mostram que um sistema de controle de custos pode ser definido como o conjunto de técnicas e recursos aplicados por uma empresa no acompanhamento de seus gastos (custos e despesas). Com isso, pode-se compreender e analisar os dados gerados, bem como as ações de redução de custos e maximização do lucro.

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Os referidos autores expressam ainda que:

A implantação de um sistema e análise de custos requer um completo entendimento, por parte do seu responsável ou responsáveis, da estrutura da organização, dos processos de produção e também do tipo de informação desejada pela administração. (PASSARELLI; BOMFIM, 2003, p. 25).

Com a implementação do sistema e a geração dos dados necessários e corretos, é possível realizar ações corretivas em deficiências apontadas, as quais auxiliam na determinação dos preços de venda e nas comparações com dados anteriores.

Este sistema é denominado de Contabilidade de Custos que, segundo Leone (2008), é uma atividade que se assemelha a um centro processador de informações, que recebe, acumula, organiza e analisa dados, produzindo informações para diversos níveis da empresa.

A Contabilidade de Custos utiliza dados internos e externos da organização, monetários e não monetários. Conforme Leone (2008, p. 23), “A combinação de um dado monetário comum com um dado não monetário faz surgir um terceiro dado, que chamamos de índice ou indicador, cuja natureza é diferente da natureza dos dois dados que o formaram.”

Os dados internos são provenientes dos próprios componentes administrativos e operacionais da empresa. A Contabilidade de Custos organiza, dimensiona e planeja a qualidade, a forma e as características dos dados de setores fundamentais. Já os dados externos são os dados dos concorrentes, do governo e do ambiente econômico social em geral.

A empresa é composta de vários sistemas e subsistemas que, ao trabalharem em conjunto, promovem informações importantes para o atendimento dos objetivos, tendo um mínimo de erros e de retrabalho.

2.3.1 Custos de produção

Os custos de produção podem ser divididos em diretos e indiretos. Conforme Martins (2008, p. 48), “custos diretos são os custos que podem ser diretamente apropriados aos produtos, basta possuir uma mensuração de

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consumo.” Enquanto isso, os custos indiretos não possuem a condição de medida objetiva e não oferecem condição de alocação do custo.

Para Passarelli e Bomfim (2003), “gastos diretos” são aqueles ligados à produção, a insumos utilizados na produção dos produtos finais, itens que são necessários para o resultado final. Já os gastos indiretos atuam dentro do processo de produção, mas para serem apropriados aos produtos precisam ser rateados, obedecendo a alguns padrões.

Segundo Casaroto (2000), tais custos podem ser assim caracterizados: – Custos diretos: são os que estão envolvidos com os fatores utilizados

diretamente na confecção dos bens e que variam de forma direta com a utilização da capacidade da produção. Estão relacionados estritamente à produção de determinado produto, como matéria prima, mão de obra direta e energia elétrica.

– Custos indiretos: não incidem diretamente sobre a produção ou a venda, mas são parte integrante da participação das atividades de apoio ou auxiliares no processo de transformação, produção e comercialização de um bem ou serviço (custos de administração).

Os custos de produção podem variar conforme o tipo de sistema produtivo e o seu nível técnico, ou seja: campo aberto, cultivo protegido e ou hidroponia.

2.3.2 Custos fixos

São custos que não têm alteração nas atividades, ou seja, não possuem vínculo com o aumento ou diminuição da produção. “Custo fixo se refere aos pagamentos realizados todo mês, independentemente da quantidade produzida.” (MARTINS, 2008, p. 48).

Segundo Passarelli e Bomfim (2003, p. 34), “Existem três tipos de gastos fixos: 1) gasto fixo da capacidade instalada (depreciação); 2) gastos operacionais fixos (seguros, impostos); 3) gastos fixos programados (propaganda de publicidade, melhoria de qualidade)”.

2.3.3 Custos variáveis

São custos determinados conforme a quantidade produzida e o tempo de produção, e variam de acordo com a necessidade de consumo de cada produto.

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Conforme Martins (2008), o custo variável se refere à quantidade produzida, sendo que quanto maior a quantidade produzida, maior será o consumo e, consequentemente, o custo.

Nos custos variáveis, os valores injetados, cujo crescimento é agregado à quantidade de produção da empresa, são definidos pelos altos e baixos nas atividades da empresa, cujo valor oscila de acordo com a proporção direta do nível de atividades.

2.3.4 Custos de oportunidade

Custo de oportunidade é a contribuição máxima disponível de que a empresa abre mão mediante a utilização de recursos limitados para um determinado fim. O custo de oportunidade se relaciona com possíveis desembolsos ou embolsos que a empresa pode incorrer se decidir por determinada alternativa.

Segundo Koliver (2010, p. 45): “Custo de oportunidade que tem por centro de ideia de como chegar-se ao produto mais conveniente para fabricar-se, dentre diversas alternativas disponíveis.”

2.3.5 Margens de contribuição

A margem de contribuição é o montante das vendas sem os custos variáveis. A margem de contribuição unitária é o preço de venda menos os custos variáveis do produto, e representa a parcela do preço de venda que resta para a cobertura dos custos, despesas fixas e geração do lucro do produto vendido.

No entendimento de Martins (2008), margem de contribuição unitária é o valor de sobra entre a receita e o custo variável do produto que cada unidade traz à empresa. E a margem de contribuição total é a dedução dos custos fixos, chegando assim ao resultado final, que pode ser o lucro ou o prejuízo.

2.4 Itens que compõem o custo de produção

Os custos de produção são compostos por itens importantes que determinam os custos totais, sendo específicos para a produção agrícola. Tais custos estão explicitados a seguir.

(34)

2.4.1 Máquinas e implementos

As máquinas e implementos são itens importantes na produção da empresa, pois com eles são realizadas diversas fases do cultivo, como o preparo do solo, plantio e manejo e a colheita. “O levantamento dos coeficientes técnicos, que são observados a partir do seu uso, se traduzem em impactos importantes nos custos de produção agrícola.” (CONAB, 2010, p. 29).

As principais informações de coeficiente são: tipo de máquina, fabricante, modelo, potência, fase do cultivo, horas trabalhadas e manutenção. Todos esses itens podem influenciar no custo de produção.

2.4.1.1 Hora/máquinas

É a determinação dos gastos com insumos utilizados no serviço da máquina ou utensílio, como o combustível, o operador e a manutenção, considerados custos variáveis.

Para calcular o valor da hora trabalhada deve-se definir o preço e a quantidade consumida do item, levando em consideração os insumos utilizados na sua operação.

2.4.1.2 Manutenção/depreciação

A manutenção é outro item que reflete nos custos de produção. Conforme dados da Conab (2010), a manutenção é entendida como um conjunto de procedimentos que visam manter as máquinas em boas condições de funcionamento a fim de promover o prolongamento da sua vida útil.

Os gastos com a manutenção são determinados pelas horas trabalhadas pela máquina ou utensílio. Com isso, a manutenção é considerada um custo variável da produção.

Já a depreciação é a perda de valor do bem ou da sua eficiência produtiva, causada pelo intenso uso. A diferença entre o preço de compra de um determinado bem e o seu valor de troca (valor residual) depois de um certo tempo chama-se “depreciação”. As desvalorizações ocorrem, principalmente, devido ao desgaste e ao envelhecimento do bem.

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A forma como os valores de depreciação são calculados varia de acordo com o método utilizado e com os seguintes fatores: taxa de utilização do bem, método de depreciação escolhida, vida útil e vida estimada do bem, e integração com os sistemas de manutenção utilizados.

A Conab (2010) reconhece a depreciação como uma função linear da idade do bem, cuja vida útil varia continuamente.

2.4.2 Insumos

Os insumos são matéria prima ou máquinas utilizadas na produção.

2.4.2.1 Sementes

As sementes são insumos iniciais da produção, pois é com elas que se obtém a planta e, assim, o produto final. As sementes variam conforme as condições climáticas e a época de plantio.

A quantidade de sementes utilizada na produção é compreendida como um custo variável, pois a quantidade de sementes plantadas e transplantadas pode variar.

Conforme expressam os relatórios da Conab (2010, p. 35):

Para efeito de coleta de informações é necessário conhecer a variedade da cultivar, a origem da semente, a quantidade utilizada na produção, os preços, a taxa de replantio, o tipo de solo, a produtividade do cultivo, o espaçamento entre plantas e linhas, pois são variáveis essenciais para o registro nos custos e para análise técnica dos indicadores, incluindo questões relacionadas com a resistência a doenças e sua relação com os agrotóxicos utilizados.

2.4.2.2 Fertilizantes

Os fertilizantes são os insumos utilizados na produção, os quais visam à nutrição do cultivo e a obtenção de melhor produtividade. Geralmente, são produtos oriundos da petroquímica ou da mineração.

A quantidade de fertilizantes pode ser contabilizada conforme a sua utilização na área, e é expressa em unidade de valor. O custo com fertilização é considerado uma variável à produção.

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2.4.2.3 Irrigação

A irrigação é praticada mediante a mecanização e tem o objetivo de suprir a necessidade de água da planta. Existem vários meios de realizar a irrigação da planta, podendo tanto ser por aspersão (por cima da planta) ou subterrânea.

O custo da irrigação, conforme expressa a Conab (2010), envolve o gasto com um conjunto de itens necessários para o funcionamento do equipamento, como motobomba, energia elétrica, depreciação e manutenção. Com isso, pode-se afirmar que o custo com irrigação é consideravelmente fixo.

2.4.2.4 Defensivos

Os agrotóxicos (defensivos agrícolas) são classificados conforme a praga que atingem como, acaricidas, bactericidas, fungicidas, herbicidas, inseticidas, nematicidas, rodenticidas e moluscicidas.

As quantidades utilizadas de defensivos e o seu preço são importantes para a determinação dos custos, sendo considerado um custo variável.

2.4.3 Seguro Rural

O Seguro Rural é uma política agrícola que pode amenizar os riscos da atividade. As modalidades de Seguro Rural, segundo a Conab (2010), são: o seguro agrícola, de benfeitorias e produtos, o penhor rural, e o seguro de vida para o produtor rural.

Um dos seguros utilizados pelo produtor rural é o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), instituído pela Lei n° 5.969, de 11/12/73 e regido pela Lei nº 8.171, de 17/01/91, que cobre os financiamentos de custeio rural e os recursos próprios aplicados pelo produtor em custeio rural, vinculados ou não a financiamentos rurais. (CONAB, 2010, p. 39).

Nesse mesmo sentido segue a Conab (2010, p. 39):

O registro no custo de produção somente ocorrerá se houver desembolso do produtor, uma vez que esse tipo de seguro é opcional. O custo do Proagro é o resultado do custeio multiplicado pelo percentual do prêmio definido para cada cultura.

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2.4.4 Mão de obra e encargos sociais e trabalhistas

O trabalhador rural possui normas regulamentadoras específicas para atuar na área:

As normas reguladoras do trabalho rural têm como base a Lei nº 5.889, de 08/06/1973, regulamentada pelo Decreto nº 73.626, de 12/12/1974. De acordo com as legislações em vigor, o trabalhador rural é a pessoa física que presta serviço à outra pessoa física ou jurídica que explore atividades agroeconômicas, independente da exploração ser permanente ou temporária, se é realizada diretamente ou por intermédio de prepostos (representantes), por conta própria ou por conta de terceiros, desde que realizada profissionalmente. (CONAB, 2010, p. 40).

O salário do trabalhador rural é entendido como o pagamento total recebido referente à prestação de serviço ao empregador. A jornada de trabalho possui a determinação de 220 horas mensais, sendo oito horas diárias, 44 horas semanais. Os encargos sociais e trabalhistas são computados de acordo com o tipo de contratação.

Nesse sentido expressa a Conab (2010, p. 40):

O trabalhador rural, dependendo do meio adotado para a sua contratação, pode ser caracterizado como empregado, eventual ou avulso, e o seu contrato de trabalho pode ser por tempo indeterminado, temporário, prazo determinado, safra ou de acordo com o acordo ou convenção coletiva de trabalho.

A mão de obra, portanto, é considerada um custo fixo da produção.

2.4.5 Custos de colheita

Os custos com colheita envolvem os serviços com mão de obra e máquinas para executar as operações de colheita e transporte. Já os insumos utilizados na colheita são as embalagens e outros. O custo da colheita varia de acordo com a quantidade produzida.

2.4.6 Impostos

Na legislação do Imposto de Renda, Decreto 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR/99), em seu art. 71, consta que atividades rurais são aquelas realizadas pelo

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próprio agricultor ou criador, com equipamentos empregados diretamente nas atividades rurais, utilizando-se de matéria prima produzida na área explorada (BRASIL, 1999).

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é o caixa da Previdência Social, responsável pelos pagamentos das aposentadorias e demais benefícios da seguridade social referentes à saúde. De acordo com a Lei 8.212/91, art. 3º:

A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.

De acordo com o art. 25 da referida Lei 8.212/91, a contribuição do empregador rural Pessoa Física deve seguir a seguinte determinação legal:

I - 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das prestações por acidente do trabalho.

Com relação ao empregador rural, contudo, a contribuição para a Previdência Social é substituída pelo Funrural, Lei complementar nº 11/71.

Após dissertar sobre as políticas e regras que orientam a Agricultura Familiar, bem como sobre a importância da mensuração dos custos na atividade agrícola, no capítulo que segue passa-se a apresentar a metodologia utilizada na elaboração deste estudo.

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3 METODOLOGIA

Metodologia é o estudo da organização, dos caminhos trilhados para a realização do estudo. Neste capítulo descreve-se a classificação da pesquisa, as suas questões, os sujeitos e coleta dos dados.

Para melhor compreender a forma como se desenvolveu o estudo, passa-se a classificá-la quanto à natureza, quanto à abordagem, quanto aos objetivos, e quanto aos procedimentos técnicos.

3.1 Pesquisa quanto à natureza

Uma pesquisa pode ser definida, segundo Gil (2010, p. 1), como “procedimento racional e sistêmico que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.” Para o autor, uma pesquisa inclui desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados.

A pesquisa, para Gil (2010, p. 26), pode ser classificada em básica e aplicada: “pesquisa básica reúne estudos que têm como propósito preencher uma lacuna no conhecimento”, enquanto a pesquisa aplicada “abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito das sociedades que os pesquisadores vivem.”

O presente estudo pode ser classificado como uma pesquisa aplicada, pois gera informações para a solução do problema definido inicialmente, motivado pela necessidade de obter eficiência e eficácia da organização.

3.2 Pesquisas quanto à abordagem

Segundo Gil (2010), para avaliar a qualidade dos resultados são necessárias informações sobre a forma como os dados são obtidos e os procedimentos adotados na análise e interpretação. Com isso, em decorrência da natureza dos dados, as pesquisas são classificadas em pesquisa quantitativa e qualitativa.

A pesquisa qualitativa não se preocupa com a representação numérica, mas com aprofundamentos da compreensão de uma organização na busca pela explicação dos fatos.

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Já na pesquisa quantitativa, os resultados devem ser quantificados em dados brutos recolhidos com instrumentos padrões. Ela descreve as causas de um fenômeno, ou seja, as relações entre as variáveis.

A pesquisa ora realizada pode ser caracterizada como quantitativa, pois demonstra, a partir de cálculos, os valores dos custos e da margem de contribuição dos produtos da empresa.

3.3 Pesquisas quanto aos objetivos

Toda e qualquer pesquisa possui os seus objetivos de estudo, os quais diferem uns dos outros, porém, em relação aos objetivos gerais, as pesquisas podem ser classificadas como exploratórias, descritivas e explicativas.

As pesquisas exploratórias, segundo Gil (2010, p. 27), “têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.” A coleta de dados ocorre de várias maneiras, tornando o estudo flexível, e geralmente ocorre por meio de pesquisa bibliográfica, de entrevistas e da análise de exemplos.

As pesquisas descritivas, conforme Gil (2010, p. 27), têm “como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis.”

As pesquisas explicativas têm como objetivo identificar os fatores de determinação dos fenômenos. Gil (2010, p. 28) mostra que as pesquisas explicativas “são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois têm como finalidade explicar a razão, o porquê das coisas.”

Neste sentido, a pesquisa ora realizada é a exploratória e a descritiva, pois visa o entendimento das variáveis em estudo.

3.4 Pesquisas quanto aos procedimentos técnicos

Os ambientes das pesquisas são diferenciados quanto aos métodos e técnicas utilizadas na coleta dos dados. Conforme Gil (2010, p. 29):

há diferentes enfoques adotados em sua análise e interpretação, o que faz com que torne muito difícil o estabelecimento de um sistema de classificação que considere todos esses elementos. Por isso, torna-se interessante classificá-lo segundo o seu delineamento.

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Com isto, define-se como delineamento de pesquisa, a bibliográfica, a documental, a experimental, levantamento, pesquisa participante e estudo de caso. A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em materiais já publicados impressos ou digitais. Conforme Gil (2010, p. 45), a pesquisa bibliográfica “depende de muitos fatores, tais como a natureza do problema, o nível de conhecimento que o pesquisador dispõe sobre o assunto, o grau de precisão que se pretende conferir à pesquisa.”

A leitura realizada na pesquisa bibliográfica, segundo Gil (2010), precisa levar em consideração alguns critérios, como a identificação das informações e os dados do material, estabelecer uma relação entre os mesmos e o tema em estudo e analisar a consistência das informações apresentadas.

Já a pesquisa documental consiste em documentos internos da organização em estudo (GIL, 2010). Com relação à análise e interpretação dos dados de uma pesquisa documental, o autor manifesta que:

Há pesquisas documentais, como as realizadas no campo da ciência econômica, que se vale principalmente de dados quantitativos, disponíveis sob a forma de registros, tabelas, gráficos ou em banco de dados. Nesses casos, o processo analítico envolve procedimentos estatísticos, como medidas de tendência central e de dispersão, correlação, regressão e teste de hipóteses, assemelhando-se aos levantamentos. (GIL, 2010, p. 67).

A pesquisa experimental consiste no estudo de um fenômeno e as variáveis que causam o efeito sobre o tema. Gil (2010, p. 72) afirma que a “pesquisa experimental se caracteriza pela clareza, precisão e parcimônia, frequentemente envolve uma única hipótese.” A pesquisa precisa definir o esclarecimento da exploração em questão. É necessária a definição clara da variável, identificar o procedimento de coleta de dados, definir a realização da mensuração da variável e o critério de avaliação da medida (GIL, 2010).

O levantamento, segundo Gil (2010, p. 35), consiste na “solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados.”

Quanto à pesquisa participante, esta consiste no envolvimento do pesquisador com a problemática em questão.

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Finalmente, a pesquisa de estudo de caso é o fato gerador de conhecimento de fenômenos ou teorias. Conforme Gil (2010, p. 117), “o planejamento tende a ser mais flexível e com frequência o que foi desenvolvido numa etapa determina alterações na seguinte.” Ou seja, conforme o estudo vai seguindo, os resultados vão se alterando e, assim, vai se formando um objetivo geral.

O estudo de caso possui diversas modalidades, tais como o caso decisivo, que consiste em confirmação ou constatação de uma teoria (GIL, 2010).

3.5 Sujeito da pesquisa

O sujeito desta pesquisa é a organização HortKrisczum, uma propriedade agrícola especializada na produção e comercialização de hortifrutigranjeiros e de milho verde.

3.6 Coleta de dados

A coleta de dados se deu de forma documental e de levantamento em forma de entrevista informal com os proprietários da empresa.

3.7 Análise e interpretação dos dados

A partir do levantamento dos conceitos do processo produtivo, chegou-se aos valores dos custos, os quais passam a ser analisados no capítulo que segue, com base na teoria anteriormente apresentada.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Nesta etapa do processo cabe a demonstração dos processos produtivos da empresa, bem como os custos dos itens que compõem a produção.

4.1 Descrição do ciclo de produção

4.1.1 Produção de mudas

O ciclo de produção estudado resume-se em algumas etapas. A primeira etapa é a produção de mudas realizada na propriedade, o que permite obter um menor custo, conforme demonstrado na Tabela 2, e melhor qualidade das mudas. A propriedade utiliza substrato adquirido em empresa da cidade e alocado em bandejas de mudas. Utiliza em torno de 583 gramas por bandeja, a qual é umedecida com água pura e furada para alocação das sementes. A germinação ocorre em torno de 48 horas (dependo da época e do clima). Neste intervalo de tempo de germinação somente é usada água para umedecer a bandeja.

Na segunda etapa a semente germinada permanece no berçário (estufa das mudas) por 30 dias. Durante este intervalo de tempo as mudas são umedecidas com água. Essas etapas correspondem a todos os cultivos estudados.

As mudas adquiridas pela empresa são as de morango, que são importadas da Argentina, e as mudas de tomate, que possui o sistema de enxertia, tecnologia que requer grande destreza, conhecimento e tempo.

Tabela 2. Custo de produção de mudas

Mudas produzidas na propriedade (R$) Mudas compradas (R$)

Alface 15,10 Alface 65,00

Brócolis 103,10 Brócolis 156,25

Rúcula 22,30 Rúcula 78,00

Fonte: elaboração própria da autora (2017).

4.1.2 Produção da alface hidropônica

Na produção hidropônica as etapas consistem no preparo da solução nutritiva dos reservatórios. Estes reservatórios são os mesmos que abastecem as bancadas. A propriedade possui quatro tanques de polipropileno com capacidade

Referências

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