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Técnica DELPHI para análise de sistema informação : estudo de viabilidade

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Tl:CNICA DELPHI PARA ANALISE DE SISTEMA DE IN�ORMAÇÃO: ESTUDO DE VIABILIDADE

Anna Sylvia Silveira Kairalla

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A - IPT

Dissertação apresentada ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/Uni­ versidade Federal do Rio de Janeiro para obtenção do grau de Mestre em Ciência da Informação

Orientadora: Gilda Maria Braga, PhD

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

São Paulo 1982

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Uma semente na infância de Maria S11via

Marcelo Christiano Henrique Neto

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AGRADECIMENTOS

Minha maior herança - educação, perseverança e espírito de luta - herdei de meus pais. Apoio e compreensão recebi de minha irmã e cunhado.

A idéia do aperfeiçoamento profissional, que culminou nesse traba­ lho, foi semeada pela mestra e amiga Jerusa Gonçalves de Araújo.

A realização dessa dissertação foi permitida graças ao apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. - 1 PT e de Mariza da Silva Santos, Bibliotecária Chefe da Biblioteca Central.

Contribu írani .direta ou indiretamente no desenvolvimento desse trabalho, colegas da Biblioteca Central e de Bibliotecas Divisionais do IPT, em especial Maria Natalina de Almeida Martins e Maria Stella César de Oliveira, bem como as ami­ gas do Curso de Mestrado Maria de Fátima Vieira Peixoto, Regina de Almeida Sá e Tânia Marion Zimmermann.

Dedicação, paciência e boa vontade foram uma constante na pessoa de Silvia Marques Carneiro Rodrigues, responsável pela datilografia.

Contribuiu na leitura e revisão desse trabalho, a amiga Maria Adélia de Assis Moura Teubl, de quem se.mpre recebi estímulo.

Agradeço, em especial, pelo privilégio desta orientação, à Gilda Braga que, com sua grande capacidade profissional, possibilitou a concretização do presente estudo. A sua amizade, tolerância e consideração serei sempre grata.

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1 RESUMO

Estuda-se a viabilidade. da aplicação da técnica DELPH I para se obter um con­ senso de opiniões dos pesquisadores do IPT sobre Sistema de Informação, como um todo. São seguidos alguns passos tais como: a seleção de participantes, a elabo­ ração e a aplicação de questionários bem como a análise das respostas. Os conceitos obtidos refletem o pensamento do grupo de respondentes. O método DELPHI amplamen­ te adotado em diversos campos de estudo, prova ser viável também na área da Informa­ ção.

ABSTRACT

This is a study on the viability of applying the DE LPH I Technique to obta i n the consensus op i n i on of the scientists and researchers of I PT concern­ ing information systems. The following steps were taken: selection of participants, elaboration and application of question­ naires and analysis of the answers. The thoughts expressed reflect the opinion of the group of respondents. The Delphi method widely applied to a variety of study areas, is proved to be useful also in the I nformation fiel d.

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SUMARIO r- 1 INTRODUÇÃO 6-27 2 OBJETIVO 28

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3 AMBIENTE DO ESTUDO 29-31

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4 MATERIAL E MÉTODO 32-36

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5 RESULTADOS 37-74 6 CONCLUSÕES 75-77 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 78-83 8 ANEXO 84-99 9 APÊNDICES 100 - 137 1 1 ' 1

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.6. INTRODUÇÃO

Basicamente pode-se estudar um Sistema de Informação consideran­ do dois aspectos: o ponto de vista do próprio sistema e o ponto de vista do usuário. Os estu­ dos sobre usuário da informação são importantes para o conhecimento do fluxo de informa­ ção científica e técnica, de sua demanda, dos resultados da informação sobre o conhecimen­ to, e de tantos outros aspectos direta ou indiretamente relacionados à informação1 . Um rela­ tório da UNISIST vem enfatizar a importância desses estudos de usuários na retroalimenta­ ção do Sistema. São considerados instrumentos para o planejamento e política de sistema de informação, afetando o comportamento de cientistas e tecnólogos. Lin e Garve/ observa­ ram que os estudos de usuários tomarem impulso não só nos Estados Unidos como também na Rússia, Alemanha, Países Baixos, Inglaterra, etc. Na Universidade de Sheffield foi criado um centro voltado especialmente ao usuário - Centre for Research on User Studies.

O estudo de Sistema de Informação pressupõe a utilização de méto­ dos e técnicas. Alguns desses métodos comumente utilizados são questionários, entrevistas, observações diretas, etc. Novas técnicas vêm sendo desenvolvidas em todos os campos poten­ cialmente aplicáveis também à área da Informação, como é o caso da técnica DELPHI. Brittain3, inclusive, sugere a sua aplicação à Ciência da Informação. Trata-se de uma técnica para obter um consenso de opiniões sobre um determinado assunto sendo sua principal área de aplicação a de previsão tecnológica. Tem sido usada frequentemente em áreas nas quais os julgamentos pessoais são necessários.

Originalmente, DELPHI foi usado como um método de previsão tecnológica, para tentar determinar, quando e sob que condições, certos tipos de tecnologia seriam viáveis. Tem havido uma grande procura à técnica de previsão, principalmente na in­ dústria que, durante muito tempo, mostrou pouca visão neste aspecto. A velocidade e o im­ pacto tecnológicos têm motivado os administradores e pesquisadores a buscarem meios, ainda que vagos, para se prever o futuro. Previsão de eventos futuros não é usualmente precisa. Quando há necessid_ade de um planejamento a longo prazo, algumas decisões baseiam­ se numa série de julgamentos intuitivos. A previsão tecnológica está ainda em fase embrioná­ ria, ao contrário das previsões financeira, econômica e mercadológica 4• Alguns dos métodos desenvolvidos para previsões tecnológicas, a longo prazo, são modelos matemáticos, basea­ dos em simulações ou em opiniões de especialistas. Dai ke/, por exemplo, admite na previ­ são a longo prazo, três fontes possíveis de predição, três tipos de informação que podem

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estar presentes em tomadas de decisão. Num extremo, o conhecimento, no outro, a especu­ :�ção ·e entre ambos, a opinião. O conh.ecimento é substanciado por uma sólida evidência, com assertivas altamente confirmadas; a especulação, pela não evidência, e a opinião, por a':;i'...::-.--:3 evidência, pois as bases que possuem fundamentos à verdade não são suficientemen­ te confirmadas. A linha de divisão entre estes elementos é muito imprecisa. E nessa escala, os processos intelectuais similares aos julgamentos, à sabedoria e à perspicácia não seriam meras especulações. Muitas tomadas de decisão envolvem uma mistura desses três tipos de informação. Ao lado de Dalkey, Brown e Cohran6 acreditam que a intuição é a base para predições, solidificada na experiência e conhecimento de uma ou mais pessoas.

A RAND CORPORATION, na Califórnia, empenhada em estu­ dar o futuro e a explorar o desconhecido, desenvolveu um projeto voltado ao aperfeiçoa­ mento dos procedimentos para formulação de opiniões de especialistas. O julgamento e as opiniões analisadas de especialistas podem assegurar ao estudo maior objetividade e têm sem­ pre desempenhado papel decisivo nas iniciativas humanas, o que é perfeitamente evidenciado pelo antigo e famoso ditado: "duas cabeças pensam melhor que uma". Comitês, conselhos, painéis de estudos, juris e juntas médicas ilustram essa realidade. Uma discussão tradicional, por exemplo, é frequentemente cercada de fatores psicológicos tendenciosos, tais como a persuasão, o radicalismo de opiniões, rejeições,

o

desejo de obter aprovação do grupo, etc. Numerosos estudos realizados por psicológos nas últimas décadas têm demonstrado algumas sérias dificuldades com a interação face a face 7•

Em experiências conduzidas .na RAND CORPORATION, Dalkey descobriu que as discussões face a face são menos precisas do que a média das opiniões indi­ viduais emitidas nessas discussões. Também descobriu que as opiniões tendem a ser bem variadas no princípio, mas através de questionários subsequentes há uma convergência e a precisão das respostas cresce com a repetição ou iteração.

A técnica DELPHI, cujo nome foi sugerido pelo filósofo Abraham Kaplan e desenvolvida no princípio dos anos 50, é destinada a obter um consenso fidedigno de opiniões emitidas por um grupo de especialistas.

Delphi, cidade grega situada nos penhascos de Monte Parnassus,

em Phocis, foi palco do mais antigo e sagrado santuário, o mais famoso oráculo da Grécia Antiga que era devotado a Apolo, o Deus do Sol, da Profecia, Música, Medicina e Poesia. Entende-se por oráculo um templo ou santuário no qual uma pessoa, com inspirações divi­ nas, responde perguntas ou faz profecia aos visitantes em busca de orientação. Geralmente, a pessoa que dava as respostas ou fazia predições, era julgada instrumento especial de Deus.

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Conta-se que a Pitonisa (Pythia), ao entrar no interior desse santuário, sentiu-se em êxtase, aspirando vapores que exalavam das fendas do templo. Completamente transtornada e domi­ nada, começava a pronunciar palavras interpretadas como revelações de Apolo. O oráculo não era acessível a todos. A própria Pitonisa tinha que submetê-los a um processo rigoroso de seleção. Antes de apresentar suas questões, o requisitante fazia uma oferenda e sacrifica­ va um animal. Dois profetas ou sacerdotes eram responsáveis pelas respostas de Pythia e agin­ do como intermediários entre a Pitonisa e o requisitante, apresentavam as respostas em ver­ so ... Esse famoso oráculo foi consultado por heróis tais como Hércules, Perseu e Édipo que necessitavam de respostas imediatas sobre eventos futuros. Concomitantemente ao misticis­ mo que o envolvia, o Oráculo de Delphi desempenhou uma função secular, proporcionando um encontro entre pessoas provenientes de várias cidades e diversos estados. As palavras "Delphico" e "Delphian" passaram a ser aplicadas a algo profético, oracular, caracterizado pela obscuridade e ambiguidade8•

Na presente dissertação, foi considerada a forma adotada na I íngua inglesa - DELPHI - não sendo portanto utilizada a aportuguesada - DELFOS. DELPHI é utilizada na literatura consultada nas mais variadas formas: técnica, método, processo, estudo, conexão, formato, pesquisa, etc.

Num artigo do periódico "Management Science", Olaf Helmer e Nicholas Rescher9 '10 da RAND CORPORATION apresentaram a clássica definição da técni­ ca DE LPH 1: " ... perguntas individuais e sequenciais, planejadas e ordenadas cuidadosamen­ te, melhor conduzidas através de questionários, intercaladas com a retroalimentação dos próprios respondentes ... ". DE LPHI substitui assim o confronto direto e o debate por uma série de questionários.

Basicamente, DELPHI é uma técnica para obter opiniões de um grupo de especialistas num determinado campo onde uma informação mais precisa se faz necessária. Um dos problemas mais difíceis de uma análise é observado diante de situações onde há uma informação ou teoria insatisfatória, incompleta ou errada.

O método DELPHI conta, de um lado, com os elementos que con­ duzem o estudo e, de outro, com respondentes, geralmente um grupo de especialistas do cam­ po a ser investigado. Baseia-se, desta forma, na suposição de que julgamentos intuitivos desses especialistas são uma fonte valiosa de percepção ao futuro. Respeito mútuo, coope­ ração e conscientização são indispensáveis nesse tipo de trabalho, tanto para quem aplica, quanto para quem responde. Serve então de instrumento aos pesquisadores no exame de suas convicções, tendências e percepções. Essa técnica é descrita como uma nova forma de

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procedimento dentro da comunidade científica.

Usualmente DELPHI, nas suas formas mais variadas, possui quatro fases, as quais são comumente chamadas etapas ( ou "rounds" ). A primeira etapa é caracte­ rizada pela exploração do assunto sob discussão, onde cada indivíduo contribui com uma informação adicional. A segunda envolve uma compreensão do ponto de vista do grupo, isto é, os elementos concordam ou discordam das opiniões dadas anteriormente. Havendo uma discordância significativa, esta será explorada na terceira e quarta etapas, onde serão esclarecidas as razões e divergências.

DE LPH I existe em formas distintas: a mais recente, algumas

vezes chamada Conferência Delphi ( "Delphi Conference") ou "real time Delphi", substitui o grupo de monitoria por um computador, o qual é programado para compactar os resulta­ dos do grupo. Esse tipo tem a grande vantagem de eliminar o atraso causado em cada etapa do DELPHI. No entanto, as características do estudo precisam ser muito bem definidas, já que agora, ao contrário do primeiro caso, não há participação contínua da monitoria a ajustar as resposta/1 . A mais comum é a versão papel e lápis, a qual é conhecida também

como exercício Delphi ou Delphi convencional. Nesse tipo, um questionário é elaborado por um pequeno grupo monitor e enviado a um conjunto de respondentes. As respostas são analisadas e baseado nelas, um novo questionário é desenvolvido. É dado ao grupo uma oportunidade de reavaliar as respostas originais. No decorrer da presente dissertação serão feitas referências à forma convencional.

Dois elementos ANONIMATO e RETROALIMENTAÇÃO dis­ tinguem DELPHI dos outros processos. O primeiro garante a atribuição de pesos às opi­ niões. O uso do questionário ou outro canal informal de comunicação, onde as respostas específicas não são associadas aos membros individuais, reduz a pressão e minimiza influên­ cias. A retroalimentação controlada esclarece valores e os indivíduos não se sentem inibidos em ferir suscetibilidades alheias. Conduzindo o exercício numa sequência de estágios, um resumo dos resultados do questionário anterior é comunicado aos participantes e isto reduz interferências. Além desses elementos, alguns autores ainda consideram a atribuição de pon­ tos estatísticos, computados das respostas de cada item, como uma terceira característica. O mais importante no entanto é assegurar que a opinião de cada membro esteja representa­ da na resposta final, ou seja, a opinião de cada membro refletida na resposta do grupo. Essas três características são passíveis de variações. O consenso final é uma reflexão apurada

7 do pensamento do grupo todo .

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fatores: a seleção de participantes e a elaboração dos questionários.

O primeiro passo para aplicação do método DELPHI é a seleção dos respondentes. É considerado um dos estágios mais importantes do estudo. Estabelece� critérios para esse fim, constitui um grande problema. Verificar o nível de qualificação de cada um torna-se bastante complexo até mesmo quando a categoria dos especialistas está bem definida. A habilidade dos especialistas deve ser julgada pelo "status" entre seus colegas, pelos anos de experiência profissional, pela quantidade de informações relevantes às quais eles têm acesso. Em alguns casos em que se adota DE LPH 1, usa-se, como um critério de seleção, o número e a qualidade das publicações do autor e a reputação nacional dentro da disciplina em pauta. A maioria dos estudos seleciona pessoas mais conhecidas. É importante lembrar que o total não deverá ultrapassar a cem. Os participantes deverão ter conheci menta de que as respostas que voltarem após o prazo, serão ignoradas.12

O primeiro contato com o grupo selecionado nem sempre é o pri­ meiro questionário. Pode ser iniciado através de correspondências, cartas enviadas informan­ do sobre o estudo, pedindo colaboração, etc. Depois dos respondentes terem sido escolhidos, cada qual receberá o questionário básico e inicia-se o processo DELPH 1. Os participantes deverão sentir-se pessoalmente envolvidos com o problema em pauta, colaborando com in­ formações pertinentes. Estarão motivados a responder e sentirão que os resultados fornece­ rão informações valiosas, às quais, de outro modo, não teriam acesso.12

Em alguns estudos, os próprios participantes sugerem as questões e, em outros, recebem o questionário pronto.

É extremamente importante elaborar grupos de perguntas relevan­ tes abordando problemas críticos decisivos. As questões deverão ser formuladas tão inteligí­ veis e explícitas quanto possível para evitar ambiguidade.

Uma forma preliminar de questionário é preparada observando-se bem o formato e o conteúdo dos itens. Deverá ser testado, perguntando-se aos respondentes sobre as dificuldades que podem ter sentido nos itens. Nesse estágio inicial, mudanças podem ser feitas baseadas nos comentários recebidos, que resultarão numa contribuição bastante positiva.

Concluído o pré-teste, os respondentes receberão o questionário inicial (primeira etapa); esse é usualmente muito extenso e pede-se a cada respondente que forneça algumas informações sobre o tópico a que se está investigando além de críticas,

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comentários e sugestões.

As questões ou proposições desse questionário inicial são também adequadas a gerar re$postas tais como, a probabilidade ou o grau de benefício obtidos em cer­ tos eventos.

A compilação dos resultados é um passo extremamente importan­ te, porque o primeiro questionário é a base de todos os outros subsequentes. É bastante complexa a compactação das afirmações quando estas contêm conceitos similares. Assim, é vital que esse passo seja desempenhado cuidadosamente por alguém que, além de ter conhe­ cimento do tema, seja dotado de bom senso.

A essência da segunda etapa é a confrontação do especialista com suas próprias respostas. O segundo questionário consiste de itens desenvolvidos através das respostas da primeira etapa. São solicitados julgamentos individuais pedindo que se ordene os itens prioritariamente. A construção desse segundo questionário é um passo importante da técnica DELPHI e bastante complexo. A informação original deve ser refletida de maneira tal, que os participantes sintam que suas contribuições foram inclusas. A informação obtida até então é transformada em percentuais (de baixo e altos valores) ilustrando a dispersão ou não das opiniões e estimativas dos respondentes e o questionário original é então enviado a estes. Quando as respostas, já analisadas, voltam aos especialistas, algumas modificações devem ser feitas, baseadas nos próprios comentários desses respondentes. 1 nformações adicio­ nais poderão ser enviadas e esclarecimentos poderão ser requisitados, caso a resposta tenha sido muito incomum. Participantes que insistem em manter respostas que diferem da maioria ou da média são questionados no sentido de fornecerem uma justificativa de sua posição. O objetivo desse procedimento é o de levar o indivíduo a questionar seu ponto de vista mais rigorosamente, encorajando-o a expressar suas opiniões. É exatamente essa retroalimen­ tação que distingue DE LPH I dos outros processos convencionais. Embora operando de maneira totalmente diferente, a interação entre os respondentes culmina num consenso.

Os questionários subsequentes geralmente produzirão um grau de convergência de opiniõe� e após a volta do último questionário, um encontro de todos os participantes deverá ou não ser programado.13

É necessário levar-se em conta e ter sempre em mente o fato de que os especialistas são seres humanos e alguns deles persistem em determinadas opiniões por várias razões: acanhamento em voltar atrás, falta de argumento, etc. Outros já agem con­ trariamente, concordando prontamente com a opinião da maioria, numa atitude bastante conformista.

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A adequação e utilidade de D E LPH I serão determinados pela circunstância particular que envolve o determinado problema, isto é, um número de ques­ tões chave deverá ser considerado, como por exemplo: quais mecanismo alternativos dispo­ níveis, o que poderó :;3r obtido com eles, de quem deverá ser coletada as opiniões, etc.14 Usualmente) um ou mais itens levam à necessidade da aplicação D E LPH 1 , como por exemplo : o problema. a ser enfocado poderá beneficiar-se com julga­ mentos subjetivos; os indivíduos que contribuem ao exame do problema podem cooperar com sua especialização e experiência; encontros frequentes de grupos tornam-se cada vez mais inviáveis diante do tempo e custos dispendidos; encontros face a face podem ser inten· sificados por um processo de comunicação grupal ; a heterogeneidade dos participantes deve ser preservada para assegurar a validade dos resultados, isto é, evitar o domínio da

. . 14 ma1or1a.

O método D E LPH I também é utilizado para analisar uma situação presente avaliando cursos alternativos de ação. Assim, DE LPH I não é visto como um estudo prognóstico somente, prevendo tendências de até 50 anos à frente. Em muitos casos, a prog­ nose oferece oportunidade para analisar a situação passada e presente, detectando tendências

. 4

atuais.

A partir de seus primeiros estudos confinados à área militar, DE LPH I expandiu sua aplicabilidade às mais diferentes áreas, tais como: educação, previsões sociais, previsões tecnológicas, medicina e saúde, indústria, ciências gerenciais, ciências sociais, etc. Há uma variedade de outras áreas para sua aplicação, como por exemplo: coleta de dados históricos desconhecidos ou não disponíveis, exame de eventos históricos signifi­ cativos, planejamento urbano e regional , delineamento de alternativas (prós e contras) de uma política opcional , desenvolvimento de relações causais no complexo fenômeno e econô­ mico, etc.

Muitas corporações e agências governamentais têm recentemente realizado estudos D E LPH I cobrindo campos tais como potenciais tecnológicos, técnicas de previsão de guerra, índices econômicos, etc. Nos ú ltimos anos, um grande número de indús­ trias tais como T RW (Thompson Ramo Woodridge Company) , I BM, Sandia Corporation, etc., tem aplicado técnicas do tipo DE LPH 1 . Segundo o Futures Director/5 cerca de 1 50 instituições vem usando o método.

Os estudos citados abaixo servem para ilustrar alguns exemplos mais interessantes evidenciados na literatura consultada.

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O primeiro estudo conhecido envolvendo a técnica DELPH 1, foi pa­ ra predizer os resultados de corrida de cavalos em 1 948.16 Porém, somente entre 1 952 e

1 953, presumível mente, é que se registrou o primeiro uso do método, quando Dai key e Helmer17 '1 8 o utilizaram para obter opiniões de sete especialistas sobre a guerra atômica com respeito a um esquema de defesa. Esta pesquisa, subvencionada pela United Air Forces, foi realizada então para obter desses especialistas seus pontos de vistas e a estimativa de núme­ ro de bombas A, necessárias para se reduzir a produção de munição. Esse estudo era secreto e o relato de todo o experimento só foi publicado em 1 962. A metodologia empregada alcan­ çou grande sucesso por ter conseguido obter respostas a muitos problemas até então não res­ pondidos.

Em 1 966, a TRW - "Thompson Ramo Woodridge Company" adaptou a técnica para usá-la em dois experimentos, a fim de mapear futuros eventos e desenvolvimentos tecnológicos nos próximos 20 anos. O programa era computarizado, de nome "PROBE". Uma lista de 400 eventos foi compilada e examinada por um grupo de selecionados "super-especialistas" que predisseram as probabili_dades de tempo e pré-requi­ sitos para os eventos, assim como suas poss íveis alternativas. Os resultados foram então colocados em fluxograma para facilitar a interpretação e constitu íram uma fonte de infor­ mação para planejadores de toda corporação. Como uma das descobertas do estudo, a TRW . . . 1· h d d 1 7 18 19

inst1tu1u novas in as e pro utos. ' '

A fim de sensibilizar estudantes de engenharia quanto à natureza multidisciplinar de tomada de decisão em situações atuais, elementos de previsão tecnológi­ ca tem sido usados como base do curso de graduação. Diante de um problema hipotético, os estudantes aplicaram três tipos de metodologias, para definir quantitativamente a nature­ za e oportunidades dentro de uma estrutura econômica, pol ítico-social e tecnológica. DE LPH I foi uma das técnicas adotadas. Utilizou-se um computador - Consensor - que serviu para resolver conflitos individuais ou de grupo. O estudo teve como objetivo adaptar o engenheiro ao meio industrial, social, etc., tornando-o apto a tomar decisões importan­ tes. De qualquer forma, os estudantes ampliaram seu conhecimento especializado com uma compreensão cr ítica de previsão tecnológica, seus conceitos, métodos e a importância ine­ rente quanto à necessidade de planejar, comunicar e agir com lógica, com o devido respeito aos fatores interdisciplinares que influenciaram o sucesso ou fracasso das atividades tecno-1 , • og1cas. 20

O futuro da indústria química britânica foi um motivo para se adotar a técnica DE LPH 1; nesse estudo as maiores indústrias qu ímicas se fizeram represen­ tar; seu objetivo era o de elaborar um perfil da indústria qu ímica na Inglaterra na década de S0.21 ,2 2

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Robert Campbel l, do " Educational Policy Research Center" da Syracuse University, utilizou a técnica D E LPH I para previsão, a curto prazo, de índices de trabalho. 8ois grupos de estudantes graduados fizeram predições para o primeiro trimes­ tre

de

1 96�. Um grupo usava métodos tradicionais, o outro utilizava D E LP H I . A previsão feita pelo grupo que utilizou D E LPH I mostrou-se mais apurada.17

'1 8

Em 1 980, o " l nstitution of Production Engi neers" decidiu exami­ nar suas técnicas industriais pesquisando as futuras tendências da tecnologia industrial na Inglaterra com dois objetivos básicos: identificar as principais áreas as quais devem ser te­ ma de mudanças significativas na próxima década e verificar se a indústria estava vagarosa demais em relação aos competidores estrangeiros na adoção de tecnologias modernas. A instituição não hesitou em aplicar D E LPH I e após o estudo, os comentários foram unâni­

mes em afirmar que o método tem provado ser o melhor para atingir o objetivo desejado.23

A técnica D E LPH I também foi usada para gerar modelos de previ­ são quanto à mão de obra. Ao mesmo tempo, a utilidade da própria técnica foi também questionada através de dois itens: a precisão dos resultados gerados pelo estudo, compara­ da à atual feita pela organização, e a investigação da informação e_ modelos impl ícitos usa­ dos pelos especialistas para resultar num modelo de previsão aperfeiçoado. Admin istradores de companhias foram selecionados, levando-se em conta seu envolvimento di reto ou indire­ to com as previsões geradas na firma, sua predisposição em participar e sua disponibilidade. D E LPH I demonstrou ter sido útil quando não existem dados confiáveis ou dispon íveis.24

U ma das preocupações da l'ndia é a alimentação, em vista do cres­ cimento da população, e o método D E LPH I foi util izado com o objetivo de prever as solu­ ções poss íveis para tal. O estudo enfatizou então a necessidade de se resolver dois grandes problemas: a fome e a subnutrição da fndia. A previsão feita por 1 43 cientistas e especial istas desta área, gerou quatro alternativas como as possíveis soluções ao problema da al i mentação na fndia no ano 2000.25

Um projeto piloto, uti l izando o método D E LPH I para aval iar as necessidades de uma comunidade na área de Saúde, foi desenvolvido na região do Texas, em 1 O munic ípios, num per íodo de 7 meses. Em vista do caráter experimental do estudo, um pai nel li mitadp foi selecionado por 1 03 pessoas, em meio a uma população de 600.ÓOO habitantes. Um questionário preliminar e mais três etapas foram aplicados para tentar con­ seguir obter uma visão dos problemas de saúde presentes e futuros da região. Dos 1 03 ele­ mentos que iniciaram o estudo, restaram 50, ou seja 48%. Este projeto demonstrou que o . � ;; i:odo D E LPH I conseguiu obter informações sobre as necessidades da comunidade na área

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de saúde,, atingindo um consenso de opiniões, sobre suas prioridades. Além disso, esses dados poderão ser anal isados, transformando-se posteriormente em i mportantes informa­

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çoes.

Também na Medicina, o método D E LPH I foi empregado para um estudo de previsão da mortalidade humana, a partir de uma experiência com animais. Um dos problemas que frequentemente os laboratórios enfrentam é justamente a extra­ polação dos resu lta.dos dos experimentos animais a experimentos humanos equivalentes. Sabe-se que no passado essa transferência tinha bases emp íricas ou era norteada por uma ou duas opiniões de especial istas. Porém, com D E LPH I, melhorou-se a qualidade dos jul­

gamentos, além de se ter obtido uma maior consistência dos mesmos.27

Em 1 97 1 , em sua tese de mestrado, R ichard Longhurst, da Cornel l University, tentou verificar a influência da nutrição, d o salário famil iar e dos cuidados pré natais na gravidez, com relação ao peso e desenvolvimento do futuro bebê. Essa pesquisa foi um exemplo, em que os dados existentes indicaram que a subnutrição em mães tem algum grau de impacto na capacidade intelectual das crianças.14

Depois de ter sido aplicado a previsões a longo prazo, muitos se­ tores da sociedade começaram a utilizar a técnica DE LPH I . No aspecto social , destaca-se

"Some Potencial Societal Developments: 1 970-2000", desenvolvido por Rau l DeBrigard e Olaf Helmer, sob os ausp ícios do " l nstitute for the Future". Fam íl ia, lazer, urbaniza­ ção, educação, valores, economia e impacto tecnológico foram, entre outros, os itens inves­ tigados por um painel de 34 pessoas e foi atingida u ma convergência de opiniões em alguns

1 7 deles.

Para atualizar a literatura ex istente e ainda prever futuras ques­ tões da área, o método D E LPH I foi aplicado numa pesquisa em Direito do Trabalho.1 6

Uma aplicação da técnica DE LPH I para previsões a longo prazo foi um estudo de previsão sobre os acontecimentos mundiais de 25 a 50 anos, realizado em 1 964 ("Report on a Long Range Forecasting Study"). Seis grupos de especialistas foram selecionados para cada área abordada. Cada painel respondeu a quatro questionários sequen­ ciais com dois meses de intervalo aproximadamente. As seis áreas cobertas foram inovações cient íficas, crescimento da popu lação, automação, melhoria do espaço, prevenção de guerra e futuros sistemas de defesa. Esse trabalho despertou grande interesse pela técnica DE LPH 1 �8 '28

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. 1 6 .

elaborou um questionário para estudar as prováveis mudanças dos valores americanos no ano 2000. No geral, o consenso dos respondentes - cientistas de alto n ível - dizia respeito às rnudançis substanciais nos valores americanos, não atribuindo à tecnologia as causas desta m •rl:Jnça. Posteriormente Welty publicou um estudo baseado no de Rescher e ao invés de especialistas, convocou os melhores sociólogos e concluiu que numa pesquisa desse tipo, sobre valores culturais, especialistas têm pouco a oferecer a não ser o prestígio que

. d d 1 7 possam vir ar ao estu o.

A aplicação de DE LPH I na Educação parece ter-se concentrado em três grandes áreas de interesse: objetivos educacionais, planejamento de currículos e desenvolvimento de critérios de avaliação. As primeiras tentativas dessa área foram caracte­ rizadas nos trabalhos de Adelson, Hersch e Helmer. Posteriormente, estudos de James Jacobson, Norman P.Uhl, Robert Judd, Delayne Hudspeth e ainda um projeto pelo Coordi­ nating Board of Advanced Education and Acreditation in New Hampshire, vieram demons­ trar a utilidade de DELPHI no processo decisório educacional. Uma das aplicações mais evidentes de DELPH I na Educação é relacionada à avaliação do aluno, do professor ou dos currículos. Escalas de avaliação têm sido desenvolvidas onde os pesos atribuídos aos pontos das escalas são resultantes do grau de concordância obtida através de DE LPH 1. 29

Fax e Brookshine da University of Northern Colorado aplicaram DELPHI para conseguir listar elementos necessários para uma instrução universitária efeti­ va. Conseguiram uma lista de 1 95 itens, que, através da incidência de citações, ficou reduzi­ da a quinze.

Um estudo intitulado "lnnovation in Education" foi realizado pelo lnstitute of Government and Public Affairs da UCLA em 1 966, e posteriormente pu­ blicado por Adelson, Alkin, Carey e Helmer. Esse estudo foi uma tentativa de gerar algumas perspectivas de mudanças na educação americana; um estudo pioneiro, cujos resultados de­ monstraram que a metodologia DE LPH I pode ser potencialmente útil no planejamento edu­ cacional. As inovações propostas cobriam métodos de ensino, administração escolar,

currícu-1 s los, etc.

Nos anos 74/75, dois estudos na área de Educação foram desen­ volvidos. O primeiro deles, patrocinado pela Research Foundation of the State University of New York, era um estudo sobre pesquisas e métodos educacionais no ano 2000. O segun­ do era um estudo sobre o futuro da biblioteca e do ensino de ciência da informação nos próximos quinze anos. Este foi relatado por Kenneth E. Vance30 da School of Library Science, University of Michigan. As questões versavam sobre possíveis mudanças nos

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vos dos programas, currículos, métodos de ensino, recrutamento, seleção, administração, financiamento de programas e outros aspectos ligados à educação.

Em 1 975, Mary Kingsbury, da University of North California, usou a técnica em dois estudos: um deles relacionado ao futuro da atuação de crianças em bibliotecas públicas e outro voltado aos programas de escolas de n ível médio1 7 (school media programs).

O primeiro estudo aplicando a técnica DE LPH I a planejamento de currículos, aconteceu por volta de 1 968/1 969. Relatado por Robert Judd,24 conseguiu muito sucesso, pois levou uma congregação acadêmica conservadora a efetuar mudanças no currículo e na estrutura organizacional. Os administradores, de maneira geral, tendem a resis­ tir à aplicação de DE LPH I buscando um consenso para as mudanças necessárias em seu currículo, o que prejudica a evolução do estudo nessa área.

Através do Curriculum Committee of the Special l nterest Group Education in Science of ASIS, o método DELPHI foi utilizado em 1 970 para determinar as características dos programas em Ciência da Informação dos Estados Unidos e Canadá em ter­ mos de desenvolvimento de currículos e cursos oferecidos. Dezesseis especialistas da área, re­ presentando universidades, indústrias e governo, participaram do estudo e o consenso foi al­ cançado. Assim, alguns elementos foram destacados na fundamentação do currículos de Ciên­ cia da Informação bem como cursos que constituíram o núcleo do programa do Mestrado. Também foi interesse do comitê determinar o que os educadores e profissionais no campo da Ciência da I nformação consideravam relevante na área. A importância desse estudo foi de­ monstrada não somente pela estrutura do atual currículo de Ciência da Informação, bem como na identificação de suas falhas.31

Como DELPHI atingiu popularidade nas várias disciplinas de ciências sociais, os bibliotecários começaram a se conscientizar de seu potencial para pla­ nejamento em bibliotecas. Em 1972/73, Delayne Hudspeth32 da Ohio States University, num seminário para avaliar programas de treinamento em bibliotecas, alertou os biblio­ tecários sobre a possível aplicação da técnica aos problemas de avaliação e pesquisas em bibliotecas. Segundo ele, a técnica é apropriada quando usada em planejamento a longo prazo para bibliotecas. 1 7

A técnica DELPHI foi utilizada nos estágios preliminares de um projeto LSCA TIT L E 1 1 em 1 972 com o objetivo de estabelecer uma rede de intercâm­ bio de materiais dentre diferentes tipos de bibliotecas na área de Cleveland. Os participan­ tes, representando o público, escola, academia e bibliotecas especializadas, responderam a

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. 1 8 .

eventos considerando a necessidade e utilidade de distribuição dos materiais de Biblioteca baseando-se no tempo de requisição e recebimento de cada item. Este estudo exemplifica o uso de D ELPH I no campo do planejamento.1 7

Em seus estudos por volta de 1 976/1 978, Esther Dye/ 7 tinha como objetivo os modelos ideais de cooperação em serviços de bibliotecas infantis. Os par­ ticipantes foram cuidadosamente escolhidos com base em suas especializações, as quais foram definidas através da reputação nacional, contribuições literárias, participações em atividades profissionais, etc.

Foi desenvolvido pela AALS Council of Deans and Directors, mais um estudo sobre o futuro das bibliotecas e o ensino da Ciência da Informação. Ado­ tada a técnica DELPHI, para colher informações dos membros da Association of American Library School, iniciou-se o estudo listando-se eventos que poderiam afetar as bibliotecas. Pedia-se também as probabilidades dessas ocorrências. O objetivo primeiro desse estudo foi o de planejar mudanças necessárias e desejáveis, antecipando-se assim aos futuros

acon-. 33

tec1mentos.

Em 1 970, Harold Borko34 do "lnstitute of Library Research of the University of California" ( UCLA) conduziu um estudo DELPHI, considerando a im­ portância dos projetos de pesquisa para aperfeiçoamento da Biblioteca e do ensino da Ciên­ cia da Informação. Ele demonstrou uma preparação mais cuidadosa e uma análise mais estatística do que os demais estudos. A base de Borko foram os relatórios especiais escri­ tos por educadores de biblioteconomia e nos quais ele identificou problemas, sugerindo então oitenta projetos de pesquisa que poderiam contribuir na solução desses mesmos pro­ blemas. Nem todos eram independentes e foi possível combinar alguns, eliminar outros e eventualmente preparar uma lista de 36 alternativas. Numa segunda fase, aproveitando-se o prognóstico já feito, foi indagada a importância (em escalas) de cada um dos 36 projetos de pesquisa propostos. O primeiro questionário foi enviado a 1 70 pessoas e 1 04 chegaram até a segunda fase. Os especialistas eram professores de biblioteconomia e bibliotecários dos Estados Unidos e Canadá. Esse estudo foi importante pois identificou o número de áreas no campo da Ciência da Informação nas quais a pesquisa é necessária.

O problema de informação tem despertado grande interesse no· período pós-guerra. Em muitos campos, o aumento crescente da informação tem trazido sérios problemas de eficiência. Reconhecendo este fato, a Swedish Agency for Administrative Development and Planning35

'36 (SAFAD) empregou, em 1 972, o método D ELPH I para obter informações sobre o futuro tanto da Informação/Documentação, quanto das

(19)

Biblio-n

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1

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.19.

tecas da Suécia. Reduzir incertezas sobre futuros eventos na área da Informação/Documen­ tação e identificar cursos alternativos de ação era uma das preocupações da instituição. E, paralelamente, tentar adequar as Bibliotecas ao crescimento da Informação/Documentação. ComD alguns resultados, destacaram-se recomendações sobre o papel que a Biblioteca exer­ ce na sociedade, a mecanização de vários serviços bibliotecários de rotina, o tratamento manual no processo de análise de informação, e ainda o estabelecimento de um Sistema de Informação a nível nacional.

Kunicki,37 do lnstitute for Scientific Technical and Economic lnformation, relata em 1 978 a aplicação do método DE LPH I em estudos de previsão sobre a atividade da informação na Polônia no ano 2000.

Um estudo sobre a situação presente e futura do Sistema de I nfor­ mação e de Documentação científica na Austria,38 foi desenvolvido pela Austrian Academy of Sciences, de abril de 1 976 a março de 1 978, adotando o método DE LPH 1. Houve uma breve análise da explosão da informação, suas consequências, tendências para o ano 2000, etc. O estudo foi realizado através de questões versando sobre o impacto de novos desen­ volvimentos, educação de profissionais da área, treinamento de usuários, organização, etc. Foram desenvolvidas quatro etapas e o estudo finaliza com uma investigação das crises potenciais e seus entraves bem como algumas sugestões pessoais para aperfeiçoar o Sistema de Informação/Documentação, sugestões essas baseadas em experiências de cada partici­ pante.

Constatando essa grande propagação de DELPHI, Brockhauss e Nickelsen 39 fizera� uma análise sobre suas aplicações e sua metodologia num projeto in­ ternacional de pesquisa, em que focalizaram os seguintes itens: as propostas e o grau de sucesso obtido nelas; a frequência de seu uso em vários campos; o futuro do método; a sua relação com outras metodologias; tipos de organização que têm financiado o DE LPH I e ainda outras considerações afetando a aplicabilidade do método. O estudo então envolveu as aplicações, utilidades e futuras aplicabilidades do método DELPH

1.

Para tal, foi neces­ sário obter informações de pessoas familiarizadas com o método. Assim, três grupos foram formados: o primeiro com aquelas que planejaram, dirigiram ou conduziram estudos; o segundo, com aquelas que já haviam participado como membros do painel, e o terceiro ' grupo, com pessoas às quais DELPHI não era desconhecido, embora nunca houvessem se envolvido diretamente nos estudos.

Através de contatos, indicações e notícias relacionados ao estudo püblicados no World Future Society Bulletin e em outros, foram identificados 1 500

(20)

indi-

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-. 20-.

víduos, dos quais 800 concordaram em participar de tal estudo. Os questionários foram envia­ dos a dezoito pa íses e as conclusões a que chegaram foram as seguintes: mais da metade dos estudos DELPH I tem se voltado à pesquisa aplicada e obtido grande sucesso em previ­ sões e planejamento; um terço relacionado a problemas operacionais e a menor percentagem de aplicabilidade refere-se à pesquisa pura.

O estudo também revelou que o maior número de aplicações do método DELPHI tem sido desenvolvido em Ciências F ísicas e Engenharia e em menor grau, em Ciências Biológicas e Medicina, como mostra a tabela:

ESTUDOS DE LPHI

ÁREAS NÚMERO DE ESTUDOS P ERCENTAGEM

Ciências F ísicas e Engenharia 1 53 26

Ciências Sociais 1 40 23

Economia 1 39 23

Educação e Administração Pública 1 1 6 1 9

Ciências Biológicas e Medicina 50 1 9

TOTAL 598 1 00

Ainda como conclusão do estudo, espera-se que haja maior apli­ cação também na_s ciências sociais, educação e administração pública, já que o uso do méto­ do é cada vez mais frequente nos Estados Unidos e demais pa íses.

No Brasil, a técnica DE LPH I foi utilizada pela Faculdade de Eco­ nomia e Administração dà Universidade de São Paulo no Projeto Próálcool.

Kossobudzk/9 da Universidade Federal do Paraná, utilizou a técni­ ca em sua tese de doutoramento, defendida na University of Southern California, em 1 974 - "The Relation of field dependence - field independence and Delphi response patterns". No momento, elabora um projeto de pesquisa, com Relinda Kohler, intitulado "A técnica Delfos e sua aplicação aos problemas da Biblioteconomia", a ser desenvolvido na Univer­ sidade Federal do Paraná.

Kwasnicka,40 da Faculdade de Economia e Administração da Uni­ versidade de São Paulo, do Departamento de Administração, sob a orientação do

(21)

profes:

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1 • L. 1 1

1

, 21 .

sor Ruy Aguiar da Silva Leme, utilizou a técnica DE LPHI em sua tese de doutoramento defendida em 1 981 .

Fischernuma visão crítica41à DELPHI, apontou alguns itens que merecem um exame: a falta de padrões estatísticos tornam a técnica suspeita para ser um instrumento científico confiável; a falta de um estado de arte aos participantes do es­ tudo sobre a área a ser investigada; a ênfase na seleção de especialistas não significa melhor qualidade de julgamentos; os critérios para determinação do grau de especialidade do indi­ víduo não são muito confiáveis; a ausência de justificativas nas previsões feitas em detrimen­ to das respostas estat ísticas; o risco de se confundir, num questionário, opinião com espe­ culação; a diminuição natural dos respondentes a cada rodada pode significar que os re­ sultados finais se baseiam em sub-grupos não representativos, etc.

Poucos estudos têm se utilizado do computador on line. A maioria emprega questionários, utilizando-se do correio para o envio. Reconhecendo ser baixa a · média de respostas, os pesquisadores do The Future Group, uma das maiores instituições proponentes de D E LPH I, têm abandonado os questionários via correio em favor das entre­ vistas pessoais.

Um outro aspecto da técnica a ser discutido é o famoso CON­ SENSO - objetivo a que se propõe o DE LPHI. Hill e Fowles41 questionam "Qual consenso é suficiente ?" "Quais elementos podem indicar quando existe um consenso de especialis­ tas suficiente para se fazer uma previsão confiável ?" A literatura existente sobre DELPH 1 se omite a respeito. Alguns estudos dizem somente que o consenso em relação a um parti­ cular evento foi ou não alcançado. Nenhuma explanação é feita no sentido de se saber os critérios de avaliação de extensão de tal consenso. Bender, por exemplo, utilizou um cri­ tério onde o consenso foi definido da seguinte forma: " Uma concordância entre 60% dos respondentes onde o evento tenha 50 a 90% de probabilidade de ocorrência num período

42

de 1 O anos."

Tal como Fischer, Hill e Fowles4 1 alegam ser a confiabilidade da técnica D E LPH I criticamente enfraquecida pela falta de testes estatísticos padrão reconhe­ cidos. Ao lado disso, uma orientação metodológica firme se faz necessária para que não se conte frequentemente só com avaliações puramente particulares por parte de quem aplica, quer seja na seleção dos participantes, na estruturação dos demais questionários, na sele­ ção das opiniões divergentes, etc. Segundo esses autores, a técnica DELPHI, como um ins­ trumento de previsão, é ainda deficiente. O próprio criador da técnica, Olaf Helmer, fran­ camente reconhece que, não obstante a proliferação do método, os esforços para

(22)

posicioná-f .

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. 22 .

l o sob uma base teórica sólida são ainda totalmente inadequados. No entanto, a técnica

pode ser valorosa apesar de suas fragil idades.

Mesmo diante de limitações, a técnica D E LPH I tem utilidade

e força. Ela coleta e organiza opiniões de forma sistemática, obtém informações e estabe­

lece prioridades, organiza opiniões divergentes e atinge um consenso.

9

A técnica tem a vantagem de não necessitar de grande número

de pessoas, reunindo os seus pensamentos com o m ínimo de distorção.

O processo DE LPH I é assim um meio eficiente de extrair opiniões

de um grupo de pessoas bem informadas. Em geral, exige muito menos esforço responder

a um questionário bem planejado do que, por

.

exemplo, participar de uma conferência,

escrever um trabalho. Um questionário D E LPH I, desde que bem conduzido, pode ser al­

tamente motivador.

O uso da técnica não é somente no dom ínio da predição do futu­

ro, como já foi dito anteriormente, mas melhor ainda, na área do valor e da análise. D E LPH 1

fornece um mecanismo que pode trazer focos de prioridade e preferências de especialistas

influenciando o desenvolvimento do assunto que está sendo considerado.

35

O método D E LPH I está parti cu larmente melhor adequado à i nves­

tigação de áreas nas quais não exista um modelo real e para as quais, os dados não sejam

suficientes. Uma . avaliação objetiva de todos os argumentos pode mostrar que um estudo

DE LPH I bem conduzido levará a uma análise compreensiva de um novo campo, à

desco-.

berta de razões para tendências específicas, à observação de conexões e influências e até

a prognósticos de tendências.

38

Todos futuristas reconhecem que D E LPH I é uma tentativa louvá­

vel de se sistematizar o que tradicionalmente tem sido feito ao acaso e de maneira desorde­

nada.

Algumas dificuldades, que afetam a confiabil idade da técnica

D ELPH I tornando-a instável, são talvez superadas. A grande precisão com relação ao pro­

cedimento e execução pode reforçar satisfatoriamente o método e a questão da validade

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rmânece.

Segundo Kwasnicka,

40

(23)

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. 23 .

manter a atenção diretamente no assu nto objeto do estudo, fornecer condições para tra­ balhar com indiv íduos de diferente formação e de diferente localização, minimizar o pro­ blema das tendências de segu ir um I íder e outras barreiras psicológicas à comunicação, pro­ ver igual oportunidades para todos serem ouvidos como indiv íduos, produzindo preciosos dados registrados.

Proponentes do D E LPH I têm demonstrado algumas evidências para sustentar sua validade. Uma prova está justamente nas inúmeras variações e adapta­ ções realizadas nos ú ltimos anos.

(24)

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1

.

l

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.

. 24 .

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Muitos dos artigos consultados explicam a estrutura e características de Delphi, como

por exemplo, os números 1 1 , 1 3 e 23 da Referência Bibliográfica.

A origem do nome Delphi foi abordado em vários artigos, como também em fontes

de referência. Basicamente os itens 1 2, 1 9, 20, 21 e 22 da Referência Bibliográfi­

ca foram os consultados.

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·

o desenvolvimento do estudo D E LPH I foi também abordado em vários artigos con­

sultados, como por exemplo os números 8, 1 1 , 1 2, 1 9, 38, 52, 54 da Referência

Bibliográfica.

(25)

1

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Esse estudo foi citado em vários artigos; além desse foi abordado nos itens 1 9 e 23 da Referência Bibliográfica.

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applica-40

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41 HILL e FOWLES também abordaram esses pontos críticos levantados por Fischer.

42

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SACKMAN tendo como base estudos sócio psicológicos de tendências de indivíduos em se acomodarem à opinião grupal, concluiu que o consenso Delphi é um con­ senso falso, significando que "a opinião grupal na última etapa não representa realmente o consenso verdadeiro". Num relatório publicado pela RAND em 1 975 intitulado "Delphi Technique", Sackman apontou as limitações de Delphi.

(28)

2

OBJETIVO

. 28 .

A presente dissertação tem como objetivo verificar a viabilidade da técnica DELPH I para análise de Sistema de Informação, do ponto de vista do usuário. A partir de pareceres de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A., procurar-se-á extrair um consenso de opiniões que refletirá o pensamento desses especialistas, sobre diferentes aspectos relativos à estru­ tura, à natureza, às funções e aos serviços de Sistemas de Informação.

(29)

1 •

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l

3 AMBIENTE DE ESTUDO

. 29 .

O I nstituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, um dos maiores institutos de pesquisas do Brasil, nasceu de um núcleo agregado à Escola Politécnica de São Paulo - Gabinete de Resistência dos Materiais, em 1 889.

A rápida expansão de suas atividades justificou sua transforma­ ção em Instituto de Pesquisas Tecnológicas em 1 934, quando então foi fundada a Univer­ sidade de São Paulo.

O I PT começou a criar novas áreas de capacitação tecnológica, desempenhando um papel crescente em diversos campos: no desenvolvimento de pesquisa ·tecnológica, na formação de recursos humanos, na organização de um sistema de metro­

logia legal e de sistemas de padrões industriais, na criação e desenvolvimento de um centro de documentação tecnológica, no controle e proteção de marcas e patentes, e na capacita­ ção e difusão da informação tecnológica. A transformação em entidade autárquica do Es­ tado de São Paulo, em 1 944, foi o resultado de sua ampla participação no processo de de­ senvolvimento científico e tecnológico do país.

Novamente uma reformulação na estrutura administrativa e o IPT passou a ser Sociedade Anônima com a denominação de Instituto de Pesquisas Tecno­ lógicas do Estado de São Paulo S.A., vinculado à Secretaria da I ndústria, Comércio, Ciên­ cia e Tecnologia do Governo.

As áreas de atuação em diversos setores tecnológicos passaram a influir decisivamente no desenvolvimento da engenharia e da indústria, como demons­ tram seus programas: grandes obras de infra-estrutura; desenvolvimento de processos indus­

. triais; desenvolvimento de equipamentos, máquinas; instrumentos e sistemas de controle;

habitação; energia; desenvolvimento de materiais normalização e qualidade industrial; recursos humanos; informação tecnológica, etc.

O IPT conta atualmente com mais de 3000 funcionários e seu corpo técnico é composto de engenheiros civis, mecânicos, eletricistas, metalúrgicos, agrô­ nomos, florestais, geólogos, qu ímicos, f ísicos, arquitetos e outras especializações. Tende a ampliar seu quadro na proporção do ritmo acelerado do progresso nacional.

Referências

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