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Influência do etanol na penetração de diferentes cimentos endodônticos em túbulos dentinários : análise com microscopia confocal a laser

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Academic year: 2021

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Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Odontologia de Piracicaba

Carlos Henrique Meloni

Influência do etanol na penetração de

diferentes cimentos endodônticos em túbulos

dentinários: análise com microscopia confocal

a laser

Piracicaba 2016

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Carlos Henrique Meloni

Influência do etanol na penetração de

diferentes cimentos endodônticos em túbulos

dentinários: análise com microscopia confocal

a laser

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Clínica Odontológica, na Área de Endodontia.

Orientador: Prof. Dr. José Flávio Affonso de Almeida

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO CARLOS HENRIQUE MELONI E ORIENTADA PELO PROF. DR. JOSÉ FLÁVIO AFFONSO DE ALMEIDA

Piracicaba 2016

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Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.

Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Piracicaba Marilene Girello - CRB 8/6159

Meloni, Carlos Henrique,

M492i MelInfluência do etanol na penetração de diferentes cimentos endodônticos em túbulos dentinários : análise com microscopia confocal a laser / Carlos

Henrique Meloni. – Piracicaba, SP : [s.n.], 2016.

MelOrientador: José Flávio Affonso de Almeida.

MelDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

Mel1. Dentina. 2. Etanol. 3. Microscopia confocal. I. Almeida, José Flávio Affonso de,1979-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Ethanol influence on the penetration of diferents sealers in dentinal

tubules : analysis with confocal laser microscopy

Palavras-chave em inglês:

Dentin Ethanol

Confocal microscopy

Área de concentração: Endodontia

Titulação: Mestre em Clínica Odontológica Banca examinadora:

José Flávio Affonso de Almeida [Orientador] Carlos Eduardo da Silveira Bueno

Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes

Data de defesa: 25-02-2016

Programa de Pós-Graduação: Clínica Odontológica

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por estar sempre ao meu lado, forjando o meu caráter e me guiando pelo caminho da vida.

Aos meus pais Antonio Carlos Meloni e Eusenira Maria Moreira de Souza Meloni que sempre foram exemplo de força e garra para mim, pelo carinho, dedicação e apoio dado em todas as conquistas de minha vida

Em especial, a minha amada esposa, Vanessa Sbravatti Marino Meloni, pela paciência e apoio no decorrer do curso, por me fazer feliz e estar ao meu lado

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. José Flávio Affonso de Almeida, pela amizade, dedicação e compreensão. Meus sinceros agradecimentos pelos conselhos e conversas em decisões importantes de minha vida profissional e pessoal. Meu muito obrigado por tudo!

À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas,na pessoa do diretor Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques.

Aos professores da disciplina de Endodontia da FOP –UNICAMP: Profª. Adriana de Jesus Soares, Prof. Dr. Alexandre Augusto Zaia, Profª. Dra. Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes, Prof. Dr. Caio Cézar Randi Ferraz, e Prof. Dr. José Flávio Affonso de Almeida, pelos conhecimentos transmitidos.

Às amigas Ana Cristina do Amaral Godoy, Maria Helidia Neves Pereira e Elisangela Barbosa Vendimiatti, e ao amigo Maicon Passini pela dedicação, apoio e paciência.

Aos funcionários responsáveis pelo Laboratório de Microscopia Confocal Adriano, Eliene e Flávia, pela paciência e dedicação durante a minha utilização dos equipamentos.

Agradecimento especial ao Prof. Dr. Carlos Augusto Pantoja que dispensou o seu precioso tempo para me auxiliar a elaborar todo o projeto do meu mestrado.

Aos colegas do laboratório de endodontia Aline Cristine Gomes Matta, Ana Carolina Pimentel Corrêa, Aniele Carvalho Lacerda, Daniel Herrera, Érika Clavijo, Fabrício Rutz, Felipe Nogueira Anacleto, Maria Rachel Figueiredo Penalva Monteiro, Marlos Ribeiro, Thais Mageste Duque, Tiago Rosa.

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As minhas tias Robertina Vicentina Rossi, Adriana de Souza Brugnerotto e Antonia de Fátima Meloni, pelo carinho e disposição em todos os momentos em que precisei.

A minha cunhada Pamella Sbravatti Marino, pela paciência e dedicação durante os dias de minha ausência.

As minhas amigas Bárbara Soares e Maíne Guimarães pelo auxílio em todos os momentos.

Ao meu irmão Raphael Felipe Meloni e a minha cunhada Ariane Salustiano Meloni pelos bons momentos de descontração.

Aos amigos da Equipe de Endodontia de Campinas, pelo convívio e companheirismo.

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RESUMO

A obturação tridimensional dos canais radiculares continua a ser um fator chave para o sucesso do tratamento endodôntico. O objetivo deste estudo foi avaliar através da Microscopia Confocal a Laser (MCL), a penetração de quatro cimentos endodônticos, em função de dois protocolos de secagem diferentes: com etanol 100% e sem etanol, apenas com pontas aspiradoras e cones de papel absorvente. Oitenta dentes humanos unirradiculados superiores anteriores receberam tratamento endodôntico e foram obturados com os seguintes cimentos endodônticos: AH Plus, Sealapex, Pulp Canal Sealer e Endométhasone-N. Dividindo-os em oito grupos (n = 10) de acordo com o protocolo de secagem e o cimento endodôntico utilizado na obturação. Os canais foram obturados pela técnica de Schilder, adicionando a cada cimento obturador o marcador fluorescente Rodamina B. As raízes foram seccionadas perpendicularmente ao longo eixo do dente, com objetivo de se obter fatias de 1mm a 2, 6 e 10 mm do ápice radicular. Estas amostras foram levadas a MCL para obtenção de seis imagens de cada secção, que foram registradas e exportadas para o software IMAGE J, para avaliação: (1) porcentagem do perímetro da parede do canal coberta com cimento; (2) máxima profundidade de penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários; (3) porcentagem da área da dentina penetrada pelo cimento. Testes complementares de escoamento e de solubilidade foram realizados com os cimentos endodônticos para verificar possíveis alterações com o acréscimo de Rodhamina B e presença de umidade respectivamente. Os resultados foram submetidos ao Teste de Kruskal-Wallis, não encontrando diferença estatisticamente significante entre os protocolos de secagem para avaliação da máxima profundidade de penetração e porcentagem da área da dentina penetrada pelo cimento. Quanto à porcentagem do perímetro em que houve penetração do cimento endodôntico, foi encontrada diferença estatisticamente significante apenas para os cimentos AH Plus e Pulp Canal Sealer EWT no terço cervical, e para o cimento Endométhasone-N no terço apical Concluindo que o protocolo de secagem com a solução alcóolica 100% não influenciou na em uma maior área de penetração dos cimentos endodônticos no interior dos túbulos dentinários e que o corante Rodamina B não interferiu na propriedade de escoamento do cimento endodôntico.

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ABSTRACT

The three-dimensional filling of root canals remains a key factor for the success of endodontic treatment. The objective of this study was to evaluate through the Laser Confocal Microscopy (LCM), according to two different drying protocols: ethanol 100% and without ethanol, with only vacuum cleaners points and absorbent paper points. Eighty single-rooted human maxillary anterior teeth received endodontic treatment and were filled with the following sealers: AH Plus, Sealapex, Pulp Canal Sealer and Endométhasone-N. Dividing them into eight groups (n = 10) in accordance with the protocol and drying the sealer used for filling.. The canals were filled by Schilder technique, adding every sealer fluorescent marker Rhodamine B. The roots were cut perpendicular to the long axis of the tooth, in order to obtain slices of 1 mm to 2, 6 and 10 mm from the root apex. These samples were taken to obtain six MCL each section images which have been recorded and exported to the IMAGE J software for evaluation: (1) the percentage of the perimeter wall of the channel covered with cement; (2) maximum depth of penetration of the sealer inside the dentinal tubules; (3) percentage of the dentin area penetrated by cement. Additional tests of flow and solubility were carried out with sealers to check for possible changes to the Rodhamina B increase and the presence of moisture respectively. The results were submitted to the Kruskal-Wallis test, finding no statistically significant difference between the drying protocols to evaluate the maximum depth of penetration and percentage of dentin area penetrated by cement. As for the percentage of the perimeter where there was penetration of sealer, there was a statistically significant difference only for AH Plus and Pulp Canal Sealer EWT cements the cervical third, and the Endométhasone-N cement in the apical third conclusion that the drying protocol alcoholic solution 100% did not influence in a greater penetration area of the sealers inside the tubules and the dye Rhodamine B did not affect the flow property of the sealer.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 14 3 PROPOSIÇÃO ... 27 4 MATERIAL E MÉTODO ... 28 5 RESULTADOS ... 38 6 DISCUSSÃO ... 52 7 CONCLUSÃO ... 56 REFERÊNCIAS* ... 57 APÊNDICE ... 62 ANEXO ... 73

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1 INTRODUÇÃO

O completo preenchimento do sistema de canais radiculares faz parte dos principais fatores relacionados ao sucesso do tratamento endodôntico (Hülsmannet al., 2005). O material mais utilizado para o preenchimento do canal principal é a guta-percha, entretanto possui a desvantagem de não ser aderente às paredes dos canais radiculares. Por essa razão, torna-se imprescindível o emprego do cimento endodôntico juntamente com a guta-percha para a obturação dos canais radiculares, pois na fase da obturação, visa-se à eliminação de espaços vazios, originalmente ocupados pela polpa dental, que podem servir de nichos para proliferação de micro-organismos que resistiram ao preparo do canal (Saunders & Saunders, 1994, Epley et al., 2006, Lopes & Siqueira, 2011).

Encontram-se disponíveis no mercado diversos tipos de cimento endodôntico, porém neste estudo utilizou-se cimentos a base de óxido de zinco e eugenol (Pulp Canal Sealer EWT e Endométhasone-N), de hidróxido de cálcio (Sealapex) e de resina epóxica (AH Plus). No interior dos canais radiculares o cimento deve permanecer estável, ou seja, este material deve ser pouco solúvel junto aos flúidos dentinários, pois esta solubilidade tende a influenciar no escoamento do material e no selamento proporcionado pelo cimento obturador (Sleder et al. 1991).

Alguns fabricantes de cimentos endodônticos recomendam que as paredes dos canais radiculares devam permanecer úmidas, para permitir a penetração do cimento ou para a formação da camada híbrida nos casos da obturação com cimentos resinosos. Porém, não são fornecidos passos clínicos bem definidos de como realizar a secagem ideal da superfície dentinária, após a utilização de diversas substâncias químicas no interior do canal radicular durante o tratamento endodôntico. Estas substâncias irrigadoras são utilizadas no interior do canal radicular com o objetivo de promover dissolução de tecidos orgânicos, reduzir o número de micro-organismos, lubrificar e quelar os detritos inorgânicos formados durante o preparo mecânico (Krause et al., 2007; Shokouhinejad, 2008; Chávez de Paz et al., 2010; Khedmat&; Liu et al., 2010; Prado et al., 2011). Podendo influenciar diretamente no grau de umidade das paredes dentinárias, o que pode ter efeito significativo na penetração do cimento obturador no interior dos túbulos dentinários,

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dependendo do grau de hidrofilia do cimento endodôntico utilizado (Zmener et al., 2005; Ayad et al., 2010).

O uso de soluções alcóolicas têm se mostrado eficaz no processo de secagem do sistema de canais radiculares, pois estas substâncias promovem a desidratação das paredes dentinárias, favorecendo a interação do cimento endodôntico com as paredes dentinárias, dependendo das propriedades hidrofílicas ou hidrofóbicas do cimento obturador. (Zmener et al., 2005; Stevens et al., 2006). Uma vez que, canais secos com álcool mostraram significativamente valores mais elevados de resistência de união, entre os cimentos endodônticos e a parede dentinária, do que os secos com pontas de papel absorvente (Dias et al, 2014). Pois acredita-se que quando os túbulos dentinários estivessem livres de umidade haveria uma melhora no escoamento do cimento e consequentemente, aconteceria uma maior penetração do material obturador por todos os espaços vazios.

Para avaliar a penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários a microscopia confocal de varredura a laser tem possibilitado uma avaliação mais detalhada da interação existente entre a superfície dentinária e o cimento (Ordinola-Zapata et al., 2009). Uma das principais vantagens oferecidas pela microscopia confocal refere-se a capacidade de análise em profundidade, o que possibilita a obtenção de uma série de imagens em diferentes planos (Pantoja, 2013). Para utilizar esta ferramenta se fez necessário à adição ao cimento endodôntico 0,1% de Rodamina B, da massa total do material obturador.

Por esta razão realizou-se um teste coadjuvante a este estudo na tentativa de observar se o corante fluorescente iria interferir no escoamento do cimento endodôntico, realizando o teste de escoamento, segundo a ISO 6876/2012, para os cimentos utilizados. Outro teste complementar foi o teste de solubilidade, realizado também segundo as regras da mesma norma, com objetivo de correlacionar se cimentos endodônticos mais solúveis penetrariam com maior facilidade no interior dos canais, perante o processo de secagem com e sem a solução alcóolica.

Diante de todo o exposto, os objetivos deste trabalho foram verificar a influência da solução alcóolica a 100% na penetração de diferentes cimentos endodônticos no interior dos túbulos dentinários, analisando através da microscopia confocal de varredura a laser os seguintes parâmetros: (1) porcentagem do perímetro das paredes dos canais cobertos pelo cimento endodôntico; (2) máxima

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penetração do cimento no interior dos túbulos dentinários; (3) porcentagem da área de dentina penetrada pelo cimento endodôntico.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PENETRAÇÃO DO CIMENTO ENDODÔNTICO

Cunningham et al. (1982) com objetivo de avaliar o efeito do etanol sobre a capacidade do hipoclorito de sódio penetrar no interior dos túbulos dentinários,realizaram um estudo que adicionava o etanol em diferentes proporções ao hipoclorito de sódio, uma vez que o etanol atuaria como depressor da tensão superficial da dentina, aumentando assim significativamente a penetração deste irrigante .Foram preparadas misturas com 50 e 30 por cento de álcool. As amostras estiveram em contato com a solução por um período de 15 e 30 minutos. A distância movida por cada solução foi medida com auxílio de paquímetros, permitindo dizer qual foi movimento máximo no interior dos túbulos dentinários após a irrigação com a solução com álcool. Concluíram que a adição do etanol ao hipoclorito de sódio age como um depressor da tensão superficial da dentina aumentando significativamente a capacidade do irrigante se espalhar pela superfície dentinária.

Abou-Rass et al. (1982) afirmaram que a molhabilidade das soluções irrigadoras é de suma importância para penetração dessas substâncias no interior dos túbulo dentinários e nos canais laterais. De acordo com os autores a molhabilidade de uma solução depende da sua tensão superficial,que nada mais é que a condição intramolecular da superfície de um líquido em contato com uma superfície sólida , quando esta atração intramolecular é destruída, a tensão superficial diminui. Diante disso, os autores realizaram um estudo com objetivo de avaliar a redução da tensão superficial promovida pelas soluções irrigadoras. Cinco soluções irrigadoras foram utilizadas neste estudo: água destilada, álcool isopropílico 70%, hipoclorito de sódio 2,6% , hipoclorito de sódio 5,25, EDTA 17%. A tensão superficial foi reduzida pela adição do polissorbato. Cada 3 mL da solução de irrigadora foi misturado com 1 mL de Renograffin-60, afim de proporcionar radiopacidade à solução. Foram utilizadas cinqüenta raízes mesiais de molares inferiores, as raízes foram irrigadas com estas soluções e incubadas por um período de 5 minutos e 7 dias, após esta etapa os dentes foram radiografados para medir a penetração de cada uma das soluções no interior das raízes. Concluíram que a adição de polissorbato à água destilada, ao álcool, ao hipoclorito de sódio, e ao EDTA reduziu a tensão superficial das soluções entre 15 e 20% e que não houve

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aumento significativo de penetração da solução em fluxo de 7 dias quando comparado com aplicação de 5 minutos.

Sleder et al (1991) compararam a solubilidade de um cimento de óxido de zinco e eugenol por 32 semanas em uma simulação in vitro.Após a obturação com guta-percha e o cimento endodôntico as amostras foram imediatamente imersas em solução salina para avaliar solubilidade dos cimentos. As soluções eram trocadas semanalmente para permitir dissolução contínua dos cimentos e evitar equilíbrio entre a solução e os cimentos. Após as 32 semanas as amostras foram removidas das soluções e imersas em tinta naquim por 3 dias e transformadas em amostras transparentes para análise em microscopia para quantificar o quanto da tinta namquim havia penetrado. Não encontrando resultados estatisticamente diferentes o que demonstrou os dois cimentos possui a mesma capacidade de vedação apical.

Saunders & Saunders descreveram em 1994 que o sucesso do tratamento endodôntico não está apenas ligado a forma de limpeza dos canais radiculares mas também como é realizada a obturação do sistema de canais, assim como a restauração da porção coronária do dente. Diante disso enumeraram as principais causas do insucesso da endodôntico: extravasamento apical do material obturador; ausência de um adequado selamento coronário; ausência de uma completa obturação endodôntica; infiltração coronária associada ao tratamento endodôntico de molares, a não remoção do smear layer pós instrumentação endodôntica.

Wilcox & Wiemann (1995) avaliaram se o processo de desidratação, promovida pelo etanol 95%, nas paredes dos canais radiculares permite um melhor escoamento do cimento endodôntico. Pois acreditava-se que a umidade residual interferia na penetração do cimento endodôntico. Quarenta dentes unirradiculares foram preparados e divididos em e divididos em 4 grupos de 10 dentes de acordo com o método de inserção do cimento endodôntico e a substância irrigadora final: Grupo 1: Hipoclorito de sódio e lêntulo, Grupo 2: Hipoclorito de sódio e lima #35, Grupo 3: Álcool 95% e lêntulo ; Grupo 4: Álcool 95% e lima # 35. Os canais foram obturados imediatamente após a inserção do cimento. Os dentes foram descalcificados, desidratados e analisados por dois avaliadores que com auxilio de uma régua milimetrada avaliaram a quantidade de cimento presente no terço coronal, médio e apical dos canais.. Os resultados mostraram (a) não há diferenças significativas entre os quatro grupos, (b) todas as áreas teve aferidor presente, (c) o

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coronal terceiro tinha> 50% de cobertura selador em quase todos os dentes, e (d) a média e apical mostrou o mais variabilidade na cobertura vedante

Calt & Serper (1999) avaliaram se o curativo intracanal com hidróxido de cálcio afeta na penetração dos cimentos endodônticos no interior dos túbulos dentinários. Quarenta e dois dentes unirradiculares foram instrumentados, selecionando seis dentes que serviram como grupo controle. Os dentes remanescentes foram distribuídos em dois grupos. Os canais radiculares do primeiro grupo foram preenchidos com o hidróxido de cálcio pasta; já o segundo grupo foi preenchido com Temp Canal, e todas as amostras foram incubadas por um período de 7 dias. As amostras foram irrigadas por uma única vez com hipoclorito de sódio ou com hipoclorito de sódio, EDTA, seguido novamente por hipoclorito de sódio para remover a pasta de hidróxido de cálcio. Todos os dentes foram obturados pela técnica de condensação lateral com os seguintes cimentos CRCS, AH26, e Ketac Endo. Os espécimes foram analisados por microscópica eletrônica de varredura. O exame microscópico revelou que a única irrigação feita com hipoclorito de sódio não foi suficiente para remoção da pasta de hidróxido de cálcio impedindo assim que os cimentos endodônticos penetrassem nos túbulos dentinários. Entretanto, nas amostras irrigadas com EDTA e hipoclorito de sódio houve penetração de todos os cimentos endodônticos nos túbulos dentinários.

Kokkas et al (2004), avaliaram o efeito da camada de smear layer sobre a profundidade de penetração de três cimentos endodônticos diferentes. Foram selecionados e 64 dentes unirradiculares recentemente extraídos que tiveram o preparo químico mecânico realizado. Em seguida as amostras foram divididas em dois grupos: grupo A – a camada de smear layer não foi removida; Grupo B – a camada de smear layer foi removida com a irrigação de 3mL de EDTA 17% por 3 minutos. Em seguida, as raízes foram obturadas com os seguintes cimentos endodônticos: AHPlus,Apexit, eRoth811. Logo após, as amostras foram preparadas e analisadas em microscopia eletrônica de varredura. Concluíram que a remoção de smear layer permitiu significativamente a penetração de todos os cimentos endodônticos testados.

Lopes & Siqueira (2011) afirmaram que os cimentos a base de óxido de zinco-eugenol necessitam de água para acelerar a sua reação de presa, já que o endurecimento se dá por uma reação ácido-base, onde o óxido de zinco age com base e o eugenol como ácido, formando um sal quelato de eugenolato de zinco e

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água, entretanto a umidade excessiva dos canais pode acelerar este processo de presa e dificultar na penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários. Já os cimentos a base de hidróxido de cálcio, tem o tempo de presa acelerado significativamente, quando entram em contato com os resíduos de umidade no interior do canal, uma vez que o óxido de cálcio reage com a água formando hidróxido de cálcio.

D’Alpino et al. (2005) realizaram um trabalho com objetivo de revisar conceitos fundamentais envolvidos com imagens fluorescentes na área de materiais dentários. Pois a utilização de corantes fluorescentes, como a Rodamina B, tem sido amplamente utilizada para avaliação da difusão e interface do material restaurador. O uso de imagens fluorescentes contribuiu substancialmente para a interpretação dos resultados de um determinado estudo, bem como para comparação de resultados entre a base de conhecimento existente. Preconizando a utilização de 0,1% de Rodamina B, da massa total do material a ser corado.

Engel et al. (2005) avaliaram se os agentes tensoativos podem alterar a molhabilidade dentinária permitindo aumento da penetração do cimento endodôntico nos túbulos dentinários e que isto pode melhorar a vedação apical. O objetivo deste estudo foi avaliar se a irrigação final com álcool isopropílico 70% ou Peridex afetaria na microinfiltração apical ou na penetração do cimento Roth 801 no interior dos túbulos dentinários. Para isto foram selecionadas e instrumentadas sessenta raízes, que foram irrigadas com substâncias capazes de remover a smear layer. As amostras foram divididas aleatoriamente em três grupos que receberam uma lavagem final com hipoclorito de sódio 6% (NaOCl), álcool isopropílico 70% ou Peridex. A obturação foi concluída usando compactação de lateral e o cimento endodôntico Roth 801 pigmentado. A micro-infiltração foi medida por filtração de fluidos e a penetração do cimento endodôntico utilizando microscopia de luz. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos para infiltração ou penetração do cimento endodôntico.

Stevens et al. (2006) investigaram a penetração do cimento endodôntico Roth 801 nos túbulos dentinários, após a lavagem final com álcool etílico a 95%. Quarenta incisivos superiores foram selecionados e tratados endodônticamente com sistema Pro File até a lima 40.06. Os dentes foram divididos aleatoriamente em grupos conforme a lavagem final utilizada: G1 – irrigação com hipoclorito de sódio a 5,25%, remoção do smearlayer com EDTA 17%, lavagem final com hipoclorito de

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sódio 5,25% e secagem com pontas de papel absorvente; G2 – irrigação com hipoclorito de sódio 5,25%, remoção de smear layer com EDTA 17%, enxágüe final com álcool etílico 95% e secagem com pontas de papel absorvente. Após a secagem os dentes foram obturados com a técnica de condensação lateral utilizando o cimento endodôntico Roth 801. Os dentes foram submetidos a testes de infiltração marginal e a teste de penetração do cimento endodôntico através da análise das amostras em microscopia.confocal. Concluindo que a irrigação final com álcool etílico 95% aumentou significativamente a penetração do cimento endodôntico, porém não houve diferença estatisticamente significante para o teste de micro-infiltração.

Gharib et al. (2007) propuseram um estudo para avaliar a interface dentina cimento e comparar a porcentagem de penetração de cimentos endodônticos no interior dos túbulos dentinários para cada terço da raiz radicular: cervical, médio e apical obturados com cones de Resilon e pelo cimento Epiphany misturados com Rhodamina B. Foram utilizados10 dentes anteriores, tratando-os endodonticamente e seccionando-os em porções de 2mm dos terços: cervical, médio e apica,que foram preparadas e analisadas em microscopia confocal de varredura a laser. Os dados foram analisados demonstrando uma que houve uma menor média de profundidade de penetração no terço apical comparado com o terço médio e coronal.

Patel et al. (2007) compararam a penetração em túbulos dentinários do Real Seal com a de um com cimento endodôntico (Tubliseal) por meio de microscopia confocal.Vinte pré-molares recentemente extraídos foram selecionados e instrumentados, os dentes foram divididos em dois grupos: Grupo - 10 dentes foram preenchidos com guta-percha e Tubliseal, utilizando técnica de condensação lateral; grupo - 2, 10 dentes foram preenchidos com Real Seal. Ambos os materiais obturadores foram marcados com Rodhamina B. Os dentes foram seccionados paralelamente ao seu eixo longo resultando em 20 amostras por grupo, e preparados para análise em microscopia confocal, para avaliar a profundidade de penetração do material no terço cervical, médio e apical. Concluíram que a profundidade de penetração de RealSeal foi significativamente maior do que de Tubliseal.

Moon et al. (2010) avaliaram o efeito de diferentes soluções irrigadoras finais na penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários em

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canais curvos. Foram selecionados canais mésio-vestibulares de 45 molares inferiores que foram instrumentados e irrigados com hipoclorito de sódio (NaOCl). As amostras foram divididas em 3 grupos de acordo com a irrigação final utilizada: Grupo N (controle,) NaOCl 3,5%; Grupo E, EDTA 17%; e grupo PT, EDTA 17% seguido por NaOCl 3,5%. Todos os dentes foram obturados com guta-percha e AH Plus, marcado com corante fluorescente. Foram realizadas secções transversais a 2 mm (apical) e 5 mm (coronal) para serem examinadas no microscópio confocal de varredura, para determinar a máxima penetração e a máxima profundidade de penetração do cimento. As secções apicais em cada grupo mostraram significativamente menor porcentagem de máxima profundidade de penetração do que as secções coronárias. Em relação ao nível apical o grupo E e PT resultou numa maior porcentagem de penetração do que o grupo controle.Entretanto, o uso do EDTA não demonstrou diferença estatística significativa para a penetração do cimento endodôntico em canal curvo.

Ordinola-Zapata et al. (2009) compararam a porcentagem de profundidade de penetração nos túbulos dentinários em canais obturados com a técnica de condensação lateral utilizando os seguintes cimentos endodônticos: Sealer 26, GuttaFlow e Sealapex. Foram obturados trinta dentes unirradiculares,seccionando-os em 3 e 5 mm a partir do ápice, preparando as amostras para análise por meio de microscopia confocal. O cimento Sealapex mostrou a penetração mais profunda em ambos os níveis avaliados, não encontrando significância para penetração entre Sealer 26 e GuttaFlow em todos os níveis.

Osório et al.(2010) realizaram um estudo com microscopia de força atômica para examinar os efeitos dos protocolos de desidratação do etanol na superfície da dentinária. Os protocolos testados foram: (1) lavagem com água-(controle); (2) 100% etanol-lavagem (1 min); (3) 100% etanol-lavagem (5 minutos); e (4) substituição progressiva de etanol (50-100%). Rugosidade da superfície, diâmetro de fibrilas e espaços interfibrilares foram determinados com microscopia de força atômica. Não encontrando uma diferença estatisticamente significante na penetração do cimento endondôntico perante a estes protocolos de secagem.

Chandra et al. (2012) realizaram um estudo in vitro com objetivo de avaliar a profundidade de penetração de 4 diferentes cimentos endodônticos no interior dos túbulos dentinários através de microscopia confocal. Oitenta dentes

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unirradiculares foram instrumentados e divididos em 4 grupos. As amostras foram obturadas com AH Plus, RealSeal, EndoRez e RoekoSeal, respectivamente. O material de preenchimento dos canais em todos os grupos foi Resilon. Os dentes foram seccionados no terço cervical, médio e apical e analisados em microscopia confocal para determinar a profundidade de penetração do cimento. Os resultados mostraram que a máxima penetração foi exibida pelo RealSeal, seguido por AH Plus, RoekoSeal, e EndoRez.

Nikhil & Singh (2013) compararam a porcentagem de penetração do cimento endodôntico a partir de três técnicas diferentes de inserção do material no interior do canal radicular. Trinta dentes unirradiculares foram selecionados e tratados endondonticamente com sistema Pro Taper Universal até o instrumento F3. Os dentes foram divididos em 3 grupos conforme o método de inserção do cimento: ultrassom (Gr-1), lentulo (Gr-2), e Endoactivator (Gr-3).Os dentes foram obturados com guta-percha, AH plus acrescido de Rodamina B, para posterior análise em microscopia confocal. As raízes foram seccionadas a 3 e 6 mm do forame apical. Foram obtidas imagens a partir de microscopia confocal, que foram avaliadas através do software IOB, que permitiu a delimitar a área de penetração do cimento endodôntico.Concluíram que a técnica de inserção do cimento endodôntico influencia diretamente na penetração do cimento no interior dos túbulos dentinários, uma vez que o grupo ultrassom (Gr-1) apresentou melhor porcentagem e profundidade da penetração do que grupo lentulo espiral (Gr-2), seguido pelo grupo endoactivator (Gr-3).

Pantoja (2013) realizou um trabalho dividido em 2 capítulos, sendo que no capítulo 1 o objetivo foi de avaliar a influência do etanol na rugosidade, na energia livre de superfície da dentina radicular e na interação entre o cimento AH Plus e a superfície dentinária. Foram selecionadas 100 raízes de dentes humanos anteriores superiores e padronizadas com comprimento de 18 mm. As raízes foram cortadas longitudinalmente, obtendo-se 200 amostras dentinárias, divididas aleatoriamente em 4 grupos (n = 50), de acordo com os métodos de secagem: (1) úmido: apenas aplicação de ponta aspiradora, (2) pontas de papel absorvente: ponta aspiradora + pontas de papel absorventes, (3) solução de etanol 70%: etanol 70% (1 minuto) + ponta aspiradora + pontas de papel absorvente, (4) solução de etanol 100%: Solução alcóolica 100%(1 minuto) + ponta aspiradora + pontas de papel absorvente. As amostras dentinárias foram avaliadas com o auxílio do rugosímetro e goniômetro,

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dentro dos seguintes parâmetros de avaliação: (1) rugosidade superficial; (2) energia livre de superfície e (3) ângulo de contato formado entre o cimento AH Plus e superfície dentinária. No capítulo 2, o objetivo foi avaliar a influência do etanol no preenchimento dos túbulos dentinários. Foram selecionadas 40 raízes de dentes humanos anteriores superiores, com comprimento radicular padronizado em 18 mm, e divididas aleatoriamente nos mesmos 4 grupos descritos anteriormente. Após a instrumentação, as raízes foram obturadas pela técnica de Schilder, com guta-percha e cimento AH Plus misturado com o marcador fluorescente Rodamina B. Para a visualização em microscopia confocal de varredura a laser foram confeccionadas 4 secções transversais (1 mm de espessura), em cada terço radicular. Foram avaliados os seguintes parâmetros: (1) porcentagem do perímetro da parede do canal coberta com cimento; (2) máxima profundidade de penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários; (3) porcentagem da área da dentina penetrada pelo cimento e (4) valor da intensidade do marcador fluorescente Rodamina B. Os resultados encontrados foram analisados estatisticamente pelos testes ANOVA / Tukey, com nível de significância de 5%, em ambos os capítulos. Observando que nos grupos em que se utilizou o etanol, quando comparados aos demais, foram encontrados menor rugosidade de superfície da dentina, maior energia livre de superfície e menor ângulo de contato formado entre o cimento AH Plus e a superfície dentinária.

Dias et al. (2014) com objetivo de avaliar se a umidade da dentina interfere na penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários, realizaram um estudo com álcool isopropílico 70% como enxágüe final, comparando a resistência de união e a penetração do cimento endodôntico. Oitenta canais unirradiculares foram preparados e divididos em 2 grupos (n = 40) de acordo com o protocolo de secagem: G1 - pontas de papel; G2 - álcool isopropílico 70% . Em seguida, as raízes foram divididas em 4 subgrupos (n = 10) de acordo com o cimento e material de obturação: AH Plus e percha; SEAL Root híbrido e guta-percha; Epiphany SE e guta-percha e Epiphany SE e Resilon . Raízes foram seccionadas e analisadas em microscopia eletrônica de varredura. Os dados foram analisados pelo Teste de Tukey, com um nível de significância de 5%. Concluíram que no geral, canais secos com álcool isopropílico mostraram significativamente valores mais elevados de resistência de união do que os com pontas de papel

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absorvente, assim como na avaliação de penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários.

Nikhil et al. (2015) compararam a porcentagem e a profundidade de penetração nos túbulos dentinários de canais radiculares obturados com MTA Fillapex e AH plus, a partir de três técnicas diferentes de inserção do cimento endodôntico. Para isso foram selecionados 60 dentes anteriores superiores extraídos recentemente. Os dentes foram tratados endondonticamente com o sistema Pro-Taper Universal até a lima F5 e divididos aleatoriamente em três grupos: G1 : inserção do cimento com Ultrassom (Woodpecker DTe-D5 Ultrasonic scaler, China); G2: inserção do cimento com lentulo (Dentsply, Maillefer); G3: inserção do cimento com lima endodôntica girando no sentido anti-horário (X smart, Densply, Maillefer, Ballaigues, Switzerland). Cada grupo foi ainda dividido em dois subgrupos com base no cimento endodôntico utilizado. Cada raiz foi seccionada a 1 mm a 3 mm e 6 mm do ápice. Cada secção foi polida e examinadas com microscopia confocal, com os respectivos comprimentos de onda de absorção e de emissão para o corante Rhodomina B. Após a obtenção das imagens, as áreas, ao longo das paredes do canal no qual os cimentos penetraram nos túbulos dentinários, foram delineadas, calculando posteriormente, a porcentagem de penetração de cimento endodôntico em cada secção. Também foi determinada a profundidade máxima de penetração, ou seja, o ponto de penetração mais profundo, medido a partir da parede do canal radicular. Concluíram que o MTA Fillapex apresentou melhor porcentagem e profundidade de penetração nos túbulos dentinários radiculares quando comparado com o AH Plus e que a inserção ultrassônica de cimentos endodônticos aumentaram significativamente a percentagem e profundidade de penetração dos cimentos nos túbulos dentinários.

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2.2 TESTE DE SOLUBILIDADE DOS CIMENTOS ENDODÔNTICOS

Fidel et al. (1995) analisaram a solubilidade e desintegração, seguindo a Especificação n° 57 da ANSI/ADA dos cimentos endodônticos que contêm hidróxido de cálcio. Os cimentos testados foram: Sealer 26, CRCS, Sealapex e Apexit. Os resultados mostraram que o Sealer 26 e o Apexit apresentaram-se como os menos solúveis, seguidos pelo CRCS e pelo Sealapex.

Carvalho-Júnior et al. (2003) compararam segundo a Especificação nº. 57 da ANSI/ADA a estabilidade dimensional, a solubilidade e a desintegração dos cimentos obturadores: Ketac-Endo, Endofill , NRickert e Sealer 26. No teste de solubilidade utilizaram água deionizada, evidenciando que quanto à solubilidade, os cimentos Endofill e Ketac-Endo apresentaram valores maiores que o recomendado. Assim, concluíram que o fato de obturar o canal radicular com um cimento que apresente baixa solubilidade e baixa contração, pode maximizar a penetração de fluidos no interior do sistema de canais, deixando de selar o espaço hermeticamente.

Camps et al. (2004), baseados na norma ISO 6876, avaliaram a solubilidade e alteração dimensional dos cimentos endodônticos Pulp Canal Sealer e Cortisomol, em diferentes proporções pó-líquido. As amostras foram armazenadas em água destila a 37ºC por um período de 30 dias, e as mensurações de massa realizada ao longo desse período. Concluindo que não houve diferença estatisticamente significante nos valores obtidos nas proporções pó e líquido para Cortisomol e Pulp Canal Sealer para os testes empregados. Com relação à solubilidade, Cortisomol mostrou diminuição com o aumento da proporção pó-líquido; Pulp Canal Sealer não mostrou diferença estatisticamente significante nos valores das diferentes proporções. Observando que os dois cimentos testados estão dentro especificações da Norma para a propriedade solubilidade.

Donnelly et al. (2007) avaliaram a absorção de água e solubilidade de cimentos endodônticos segundo a metodologia proposta pela ISO 6876. Comparando os cimentos à base de metacrilato EndoREZ, Epiphany e Inno Endo, com os cimentos Pupl Canal Selaler EWT, Ketac-Endo (controles positivos), Gutta Flow e AH Plus (controles negativos). Por meio de comparação das massas das amostras hidratadas e desidratadas concluíram que o Epiphany apresentou a maior

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absorção de água, seguido pelo Ketac-Endo, Inno Endo, EndoREZ, AH Plus, GuttaFlow e Pulp Canal Sealer EWT. A solubilidade maior foi observada nos cimentos à base de metacrilato.

Marin-Bauza et al. (2010) avaliaram as seguintes propriedades: tempo de endurecimento, escoamento, radiopacidade , estabilidade dimensional, solubilidade, de oito cimentos: AH Plus, Epiphany SE, Hybrid Root Seal, Polifil, Apexit Plus, Sealapex, Endomethasone e Endofill, de acordo com as especificações 57 da ANSI/ADA. Para determinar o escoamento, 0,5 mL do cimento foi colocado em uma placa de vidro com auxílio de uma seringa de insulina, após 180s, colocou-se um peso de 120g sobre o material, decorridos 10 min, os diâmetros dos cimentos foram mensurados. Para o teste solubilidade, matrizes de teflon foram preenchidas com os cimentos, presas a duas laminas de vidro e armazenadas à 37°C, após o tempo necessário para a presa do cimento, as amostras foram pesadas, colocadas em água destilada e deionizada por um período de 7 dias, após o processo de secagem, foram pesadas. Concluindo que todos os cimentos estão de acordo com a ANSI/ADA para o teste de escoamento e solubilidade.

2.3 TESTE DE ESCOAMENTO DOS CIMENTOS ENDODÔNTICOS

McComb et al. (1976) testaram as propriedades físicas: radiopacidade, tempo de trabalho, escoamento, solubilidade, adesão à dentina e compressão de nove marcas de cimentos endodônticos. Para o teste de escoamento os cimentos foram colocados sobre uma superfície lisa, colocado por cima uma outra placa de vidro e um peso totalizando 120g, após 10min o peso foi removido e o diâmetro dos cimentos foram mensurados. Como resultado os autores observaram que no teste de escoamento o cimento Roth 511 foi o que apresentou melhor desempenho.

Negm et al. (1985) afirmaram que a propriedade de escoamento do cimento é uma característica importante, uma vez que o cimento preenche os espaços deixados pelo material de obturação sólido, promovendo assim uma obturação hermética. Os autores analisaram a viscosidade e o tempo de trabalho de três cimentos à base de resina: AH 26, Silver Free AH26 e Diaket, para isto eles utilizaram um aparelho chamado extrusion vicometer que simula situações clinicas. Os autores concluíram que o AH 26 teve um maior escoamento.

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25

Siqueira et al. (1995) realizaram os testes de escoamento determinado pela ADA para comparar a taxa de escoamento de vários cimentos endodônticos. Os cimentos contendo hidróxido de cálcio (Sealapex, Apexit e Sealer 26) foram comparados ao cimento de Grossmann. O cimento que apresentou menor taxa de escoamento foi o Sealapex, enquanto o Sealer 26 apresentou escoamento superior aos outros cimentos testados.

Siqueira Junior et al. (2000) compararam a atividade antimicrobiana e o escoamento dos seguintes cimentos endodônticos: Pulp Canal Sealer EWT, cimento de Grossman, Therma Seal, Sealer 26, AH Plus e Sealer Plus. Para realização do teste do escoamento as porções padronizadas dos cimentos foram colocadas entre placas de vidro as quais foram pressionadas por um peso total de 500g. Os diâmetros formados pelo escoamento dos cimentos foram mensurados. Concluindo que os cimentos AH Plus e Pulp Canal Sealer EWT obtiveram escoamentos significantemente superiores aos outros cimentos testados.

Scelza et al. (2006), seguindo a metodologia preconizada peal ISO 6786, realizaram o teste de escoamento e solubilidade dos seguintes cimentos endodônticos; Sealapex, Pulp Canal Sealer, Tubliseal, AH Plus, AH 26, Top Seal, Sealer Plus, Sealer 26 e Endofill. Foram confeccionados 5 corpos de prova para cada teste. Concluíram que o cimento Tubliseal foi o que apresentou maior escoamento seguido do Endofill, Sealapex, Pulp Canal Sealer, AH Plus, TopSeal, AH 26, Sealer 26 e Sealer Plus. Em relação à solubilidade, em ordem decrescente, têm-se os seguintes cimentos: Endofill, Sealapex, Pulp Canal Sealer, AH 26, Tubliseal, Sealer Plus, AH Plus, Top Seal e Sealer 26. Vale ressaltar que somente o Sealapex e Endofill apresentaram um limite superior ao estipulado pelo ISO 6786, quanto ao teste de solubilidade.

Almeida et al (2007) realizaram o teste de escoamento de alguns cimentos endônticos para avaliar a obturação de canais laterais de dentes tratados endodônticamente. Foram testatos cinco cimentos endônticos: AH Plus, Epiphany, Pulp Canal Sealer EWT, Endométhasone-N e Sealapex. O teste de escoamento foi realizado segundo a norma ISO 6876 e ADA 57. Observando que o cimento AH Plus, Epiphany e Pulp Canal Sealer (EWT) respeitaram as especificações das duas normas - ADA 57 e ISO 6.876. Entretanto o cimento Sealapex cumpriu apenas as especificações da ADA 57. Já o cimento Endométhasone não cumpriu qualquer especificação. Concluindo que o cimento que apresentou maior escoamento foi o

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cimento Epiphany, seguido pelo cimento Pulp Canal Sealer EWT, AH Plus, Selapex e Endométhasone-N.

Bernardes et al. (2010) avaliaram o escoamento de três cimentos endodônticos: o AH Plus, Sealer 26 e MTA Obtura. Seguindo as especificações nº57 da ADA. Foram realizadas cinco repetições com cada cimento. Concluíram que o AH Plus foi o cimento que apresentou maior escoamento comparado aos demais testados, porém tanto o Sealer 26 quanto o MTA Obtura apresentaram escoamento exigido pela ADA.

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27

3

PROPOSIÇÃO

Os objetivos deste estudo foram:

1 - avaliar a influência de diferentes métodos de secagem dos canais radiculares na penetração dos quatro cimentos endodônticos, no interior dos túbulos dentinários, através de microscopia confocal a laser;

2 – Averiguar, através do teste de escoamento se a Rodamina B interfere nesta propriedade dos diferentes cimentos endodônticos testados.

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3 MATERIAL E MÉTODO

Esta pesquisa foi desenvolvida após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (Protocolo n° 55/2014) (Anexo 1) da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

3.1 COLETA E SELEÇÃO DAS AMOSTRAS

Foram selecionados, por exame visual, 80 dentes anteriores uniradiculares, humanos extraídos por razões diversas, coletados a partir de doação de cirurgiões dentistas das cidades de Santa Bárbara d’Oeste-SP e Piracicaba-SP, com formação radicular completa, raízes com comprimento radicular e grau de curvatura (0-10°) semelhante. Dentes com complicações anatômicas, reabsorção radicular externa ou curvatura moderada e severa foram excluídos deste estudo.

Os espécimes permaneceram armazenados em uma solução de timol 0,2% e temperatura de 4ºC até a utilização dos mesmos.

Com auxílio de um disco de carborundum (KG Sorense, Barueri, SP, Brasil) acionado em motor elétrico, baixa rotação, os dentes (n=80) foram seccionados transversalmente, na junção cemento-esmalte com a finalidade de estabelecer um comprimento único para todas as raízes de 18mm, a partir do ápice.

3.2 PREPARO QUÍMICO MECÂNICO

A substância química auxiliar utilizada foi 0,5 ml de Clorexidina gel a 2% (Endogel® - Essencial Pharma, ltapetininga, Brasil) para cada troca de instrumento, seguida de irrigação com 10 mL de soro fisiológico.

Após a localização da embocadura do canal radicular realizou-se a negociação do mesmo. Cada canal radicular foi explorado com auxílio de uma lima tipo K #10 (Hi-Five®), em toda a sua extensão, baseado no comprimento da raiz, até alcançar o forame apical. O diâmetro inicial do forame apical deveria ser o equivalente o menor a uma lima tipo K #20. Caso o diâmetro ultrapasse ao diâmetro desta lima, a amostra seria dispensada e substituída por uma outra que se enquadrasse neste critério.

Os canais foram instrumentados pela técnica coroa-ápice, com limas reciprocantes de níquel-titânio do sistema Reciproc R25 (#25.08) (VDW, Monique,Alemanha). Vale ressaltar que a técnica de instrumentação realizada nesse estudo foi dividida em duas fases:

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1) Preparo da primeira fase, através do pré-alargamento do terço cervical e médio.

2) Preparo da segunda fase, com canal patente realizou-se a ampliação apical e foraminal.

A recapitulação do canal foi realizada durante toda a instrumentação, com a passagem de uma lima tipo K # 15 (Dentsply Maillefer, Switzerland) além do forame apical. Ao término da instrumentação, os canais foram lavados com solução de EDTA 17% durante 3 minutos sob agitação com um cone de guta-percha compatível ao diâmetro final. Em seguida, o canal foi irrigado com 10 mL de soro fisiológico.

3.3 SECAGEM DAS AMOSTRAS E OBTURAÇÃO ENDODÔNTICA

Concluída a instrumentação endodôntica, foram realizados dois processos de secagem diferentes: (A) Pontas Aspiradoras (PA) + Pontas de Papel Absorventes (PPA); (B) Pontas Aspiradoras (PA) + Solução Alcóolica 100% (SA) + Pontas de Papel Absorvente (PPA).

As raízes foram distribuídas aleatoriamente em 8 grupos conforme o protocolo de secagem e cimento obturador utilizado: GRUPO 1: Pontas Aspiradoras (PA) + Pontas de Papel Absorventes (PPA) e obturação com AH Plus; GRUPO 2: Pontas Aspiradoras (PA) + Solução Alcóolica 100% (SA) + Pontas de Papel Absorvente (PPA) e obturação com AH Plus; GRUPO 3: PA + PPA obturação com Sealapex; GRUPO 4: PA + SA + PPA e obturação com Sealapex; GRUPO 5: PA + PPA e obturação com Pulp Canal Sealer EWT; GRUPO 6: PA + SA + PPA e obturação com Pulp Canal Sealer; GRUPO 7: PA + AS e obturação com Endométhasone-N; GRUPO 8: PA + SA + PPA e obturação com Endométhasone-N

O protocolo de secagem com Pontas Aspiradoras (PA) + Pontas de Papel Absorventes (PPA), foi realizado com auxílio de pontas de aspiração, do tipo Capillary Tips (Ultradent, Indaiatuba, SP, Brasil) por 5 segundos e em seguida foram feitas inserções sucessivas dos cones de papel absorvente FM (Endo Points Industrial do Amazônia, Manacapuru, AM, Brasil) no interior do canal radicular até que o último se apresentasse totalmente seco.

O protocolo de secagem Pontas Aspiradoras (PA) + Solução Alcóolica 100% (SA) + Pontas de Papel Absorvente (PPA) foi realizado com auxílio de pontas

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de aspiração Capillary Tips, em seguida foi executada uma irrigação final com 5 mL de Solução alcóolica 100% em um intervalo de tempo de 1 minuto no interior do canal radicular, em seguida foi realizada uma nova aspiração da solução por 5 segundos e em seguida foram feitas inserções sucessivas dos cones de papel absorvente FM no interior do canal radicular até que o último se apresentasse totalmente seco.

Para posterior análise com Microscopia Confocal a Laser (MCL) (Leica Microsystems GmbH, Mannheim, Germany) foi adicionando aos diferentes tipos de cimentos avaliados 0,1% Rhodamina B fluorescente (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO) de acordo com o estudo de Ordinola-Zapata et al. (2008).

A obturação das raízes ocorreu imediatamente após a secagem, não havendo intervalos entre as etapas. Para todos os grupos empregou-se a técnica de cone único para obturação. Os cimentos foram manipulados segundo as orientações do fabricante e levados no interior do canal com auxílio de uma lima K #15 até o comprimento de trabalho.

Posteriormente inseriu-se o cone de guta percha R25. A condensação da guta-percha no interior dos canais bem como a remoção do excesso do material obturador foi feita de acordo com os princípios preconizados pela técnica de Schilder, utilizando condensadores de Paiva aquecidos para compactação vertical. Foram realizadas tomadas radiográficas, para verificar se havia espaços vazios entre o material obturador e o canal radicular.

Os excessos de cimento foram removidos das cavidades de acesso, que foram seladas com obturador provisório Coltosol (Vigodent, Coltene - RJ, Brasil). As raízes foram armazenadas em um estufa a 37º C a uma umidade relativa do ar de 95% pelo período de tempo estabelecido por cada fabricante, para que o respectivo cimento endodôntico tomasse presa por completo.

3.4 PREPARO DAS AMOSTRAS PARA ANÁLISE EM MICROSCOPIA CONFOCAL DE VARREDURA A LASER

As raízes foram fixadas em placas de acrílico com o auxílio de cera pegajosa e levadas a uma cortadeira de precisão (Isomet 1000; Buehler, Lake Bluff, IL). Foram realizados cortes transversais por meio de um disco diamantado de alta concentração (11-4244, BuehlerLtd., Lake Bluff, IL, USA) a uma velocidade de 300rpm. Foram realizadas 3 secções a partir do ápice da raiz: terço apical (2mm),

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31

terço médio (6mm) e terço cervical (10 mm), para a confecção de discos de dentina com espessura de 1 mm.

A guta-percha presente no interior do canal de cada espécime foi removida com o auxílio de um espaçador digital, para evitar que, uma quantidade deste material obturador pudesse ficar impregnada na dentina durante os procedimentos de polimento.

Em seguida as amostras foram polidas manualmente com lixas de carboneto de silício umidificadas com água destilada na gramatura 400, 600, 1200 e 2400 (Carbimet conjunto de discos, 305178180, Buehler UK) por 1 minuto com cada lixa, em ambas as faces da amostra.

3.5 OBTENÇÃO DAS IMAGENS E ANÁLISE COM MICROSCOPIA CONFOCAL A LASER

Os espécimes foram montados em lâminas de vidro e examinados com MCL na objetiva de 5X. O comprimento de onda de absorção e emissão para fluorescência da Rodamina B foram de 540 a 590 µm.

As diferentes secções foram visualizadas a partir de 10µm de profundidade, e cada uma delas foi fotografada em 5 camadas de profundidade diferente para posterior união das imagens, formando uma imagem única com maior resolução. As imagens foram criadas em uma resolução de 1024 x 1024 pixels e salvas na extensão TIFF.

Figura 1 - Esquema representativo da divisão das amostras em 5 camadas de profundidade, a partir de 10 µm

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Cada secção foi dividida em seis imagens para posterior montagem e análise no software Image J V1.48v (Wayne Rasband National Institute of Health, USA).

Figura 2 Esquema representativo da divisão das amostras em 6 imagens diferentes na análise de MCL.

Com as ferramentas de medidas do Image J foram obtidos dados referentes à: porcentagem do perímetro da parede do canal coberta com cimento; máxima profundidade de penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários e porcentagem da área da dentina penetrada pelo cimento.

Em cada imagem da secção foi delineada a circunferência da parede do canal radicular, medindo o seu perímetro total e o perímetro da região em que houve penetração dos cimentos endodônticos no interior dos túbulos dentinários, para que com esses dados fossem calculadas as porcentagens do perímetro da parede do canal recoberta com cimento endodôntico.

A B

Figura 3 Imagens representativas da obtenção das medidas da porcentagem do perímetro da parede do canal recoberta com cimento endodôntico. (A) imagem da determinação do perímetro total do canal radicular; (B) imagem da determinação da porção do canal radicular em que houve penetração do cimento endodôntico.

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33

Para obtenção dos dados da máxima profundidade de penetração do cimento no interior dos túbulos dentinários foi executada a medição em cada imagem de quatro pontos padronizados, a partir da parede do canal, sendo que a maior distância encontrada foi o valor da máxima profundidade de penetração. Estes valores foram expressos em mm, pois a escala dada pelas imagens de Microscopia Confocal (750µm) foi ajustada ao programa Image J, o que possibilitou a conversão destes valores em milímetros.

Figura 4 - Figura representativa da determinação da máxima profundidade de penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários.

Em seguida foi delimitado para cada espécime a área total da fatia radicular, a área total do canal radicular correspondente e área total do cimento que penetrou no interior dos túbulos dentinários, para calcular a porcentagem da área de penetração do cimento endodôntico no interior dos túbulos dentinários de cada secção analisada em microscopia confocal.

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A B

C

Figura 5 Imagem representativa da obtenção das medidas da área de penetração do cimento endodôntico. (A) Determinação da área total da fatia de dentina, (B)

Determinação da área total do canal radicular, (C) Determinação da área de penetração do cimento endodôntico.

3.6 TESTE DO ESCOAMENTO

Para análise com microscopia confocal a laser, foi adicionado a cada cimento Rhodamina B fluorescente (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO), diante disso se fez necessário a realização do teste de escoamento para cada cimento endodôntico estudado, pois o corante poderia alterar as propriedades de escoamento do cimento em questão.

O teste de escoamento foi realizado segundo as especificações da norma ISO 6876 (2012), lançando mão dos seguintes materiais para realização do teste:

(1) Espátula 24 (Golgran, São Paulo, Brasil). (2) Paquímetro Digital (Tesa, Suiça);

(3) Peso 100g

(4) Placa de vidro (J.O.N. LTDA, São Paulo, Brasil); (5) Placa de vidro 40x40x4mm (peso aproximado 20g) (6) Seringa de Tuberculina (BD,

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35

Cada cimento foi manipulado na consistência ideal, de acordo com as orientações do fabricante a uma temperatura ambiente de 25ºC e umidade relativa do ar próxima a 100%. A massa total do cimento foi determinada para que a proporção de Rodhamina B adicionada ao material fosse de 0,1% da massa total do cimento endodôntico de acordo com o estudo de Ordinola-Zapata et al. (2008).

Toda manipulação do cimento foi realizada em uma capela de fluxo laminar, para manutenção destas condições. Em seguida, os grupos de cimentos foram subdivididos em dois grupos: G1-cimento endodôntico; G2 –cimento endodôntico + Rodhamina B.

Decorridos 180s do início da manipulação, com auxílio de uma seringa de tuberculina 0,05mL, o material foi depositado no centro de uma placa de vidro lisa e limpa. Após o posicionamento do cimento no centro da placa, foi colocado

A B

Ventisol C

Figura 6 - (A) seringa de tuberculina com cimento endodôntico; (B) Umidificador; (C) Aparato empregado para teste do escoamento.

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cuidadosamente, sobre ele, um conjunto composto por uma placa de vidro e um peso adicional, de modo que este aparato totalizasse120g. (Figura 2 – C).

Após 10 minutos do início da manipulação do cimento, o peso adicional de 100g foi removido e com o auxilio de um paquímetro digital, foram mensurados o maior e o menor diâmetro apresentados. Caso o disco formado pela compressão do material não fosse uniforme, havendo uma diferença maior que 1mm entre uma medida e outra, o teste era repetido com uma nova amostra.

Foram realizadas três repetições para cada cimento estudado, a média obtida foi aproximada para o milímetro mais próximo, o valor anotado e posteriormente comparado com as outras amostras, através do teste estatístico Kruskal-Wallis

3.7 TESTE DE SOLUBILIDADE

O teste de solubilidade foi realizado segundo as especificações da norma ISO 6876 (2012), lançando mão dos seguintes materiais para realização do teste:

(1) Moldes circulares de teflon com diâmetro interno de (20 ± 1) mm e uma altura de (1,5 ± 0,1) mm;

(2) Quatro placas planas de vidro; (3) Película de papel celofane (4) Fio de Nylon

(5) Frascos – coletor universal

Cada matriz de teflon foi posicionada sobre lâmina de vidro, recoberta por uma película de papel celofane, e preenchido com o cimento a ser testado. Um fio de nylon foi incluído na massa de cimento e outra lâmina de vidro, também envolta por celofane, foi posicionada sobre o molde.

O conjunto foi pressionado manualmente até que as placas tocassem a superfície do molde uniformemente, e transferido para uma estufa com temperatura de 37 °C e umidade relativa de 100%,permanecendo cada amostra em repouso pelo período de tempo determinado pelo fabricante, para que o cimento tomasse presa.

Após o período de secagem os corpos de prova foram removidos dos moldes e pesados, em balança de precisão ajustada a 0,0001 g para obtenção do peso inicial.

(37)

37

A B

Figura 7 - (A) Molde circular de teflon; (B) Frasco contendo a amostra suspensa em água destilada.

Os corpos de prova foram suspensos, por meio da fixação dos fios de nylon no interior de recipientes plásticos com tampa contendo 50mL de água destilada e deionizada, não permitindo o contato entre os corpos de prova e a superfície interna do frasco.

Os recipientes foram levados à estufa a 37º C por um período de 24 horas. Feito isso, os corpos de prova foram encaminhados para outra estufa de secagem a 110º C, para que toda a água contida na amostra evaporasse.

Após este processo de secagem as amostras foram pesadas novamente para obtenção do peso final. A solubilidade do material é dada pela perda de massa dos corpos de prova em relação à massa original, esses valores foram calculados em porcentagem através de uma regra de três simples. Comparando as possíveis diferenças entre os quatro grupos de cimentos testados através do Teste de Kruskal-Wallis

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4 RESULTADOS

5.1 PORCENTAGEM DO PERÍMETRO EM QUE HOUVE A PENETRAÇÃO DO CIMENTO ENDODÔNTICO

Para o grupo de espécimes que foram secos com pontas de papel absorvente e para o grupo de espécime que foram secos com etanol absoluto foi realizada a medição do perímetro da parede do canal radicular, com objetivo de calcular a porcentagem desta parede que foi em que houve a penetração do cimento endodôntico, em cada secção.

Diante destes dados aplicou-se o Teste de Mann-Whitney, com o intuito de verificar as possíveis diferenças entre ‘com álcool’ e ‘sem álcool’, para cada um dos três conjuntos de dados, ou seja, para cada terço do canal radicular. Os resultados estão expressos na tabela a seguir

Tabela 1 Comparação da porcentagem do perímetro em que ocorreu a penetração de cada cimento endodôntico perante o protocolo de secagem com álcool e sem álcool.

Terço Cervical Terço Médio Terço Apical

Mediana ± DP

p Mediana ± DP p Mediana ± DP p

com álcool sem álcool com álcool sem álcool com álcool sem álcool AH PLUS 76,21 ± 19,08 99,25 ± 3,20 0,031* 84,08 ± 24,38 91,66 ± 10,86 0,248 77,43 ± 26,42 80,31 ±22,21 0,208 Sealapex 86,97 ± 10,08 84,10 ± 13,42 0,600 89,91 ± 8,28 96,71 ± 19,64 0,916 84,31 ± 28,49 63,00 ± 19,24 0,074 P. Canal 65,89 ± 12,97 89,37 ± 10,90 0,009* 72,19 ± 12,07 70,40 ± 19,74 0,401 52,00 ± 14,08 47,10 ± 16,49 0,999 Endo. 87,16 ± 12,13 82,22 ± 10,60 0,521 92,69 ± 10,24 93,11 ± 11,43 0,685 100,00 ± 12,13 61,93 ± 21,65 0,004* *p<0,05

Encontrando diferença estatisticamente significante entre o protocolo de secagem com Solução alcóolica 100% e sem álcool, apenas para as variáveis terço cervical, com os cimentos: AH Plus e Pulp Canal Sealer, e no terço apical o cimento Endométhasone-N.

Comparando em seguida a porcentagem da parede do canal recoberta por cada cimento estudado perante o protocolo de secagem sem álcool. Aplicando o

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Tabela 2 Comparação da porcentagem da parede do canal recoberta por cada cimento estudado perante o protocolo de secagem sem álcool, a partir do Teste de

Kruskal-Wallis.

Terço Cervical Terço Médio Terço Apical Mediana ± DP p Mediana ± DP p Mediana ± DP P AH Plus 99,25 ± 3,20 0,006* 81,52 ± 10,86 0,022* 60,72 ±22,21 0,191 Sealapex 80,30 ± 13,42 80,08 ± 19,64 46,69 ± 19,24 P. Canal 84,79 ± 10,90 55,81 ± 19,74 38,49 ± 16,49 Endo. 83,77 ± 10,60 82,34 ± 11,43 42,84 ± 21,65 *p<0,05

Com o protocolo de secagem sem álcool encontrou-se uma diferença estatisticamente significante no terço cervical e no terço médio para penetração dos cimentos endodônticos (p<0,05). Diante disso, aplico-se o Teste de Mann-Whitney, para identificar quais grupos de cimentos diferenciam-se dos demais, quando comparados par a par, para terço cervical e médio.

Encontrando, para o terço cervical, diferença estatisticamente significante entre os seguintes cimentos: AH Plus com Sealapex (p=0,002), AH Plus com Pulp Canal Sealer EWT (p=0,003) e AH Plus com Endométhasone N (p=0,018). Já para o terço médio foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os cimentos AH Plus com Pulp Canal Sealer EWT (p=0,009) e Pulp Canal Sealer EWT com Endométhasone-N (p=0,012). As comparações entre as médias estão expressas na figura a seguir:

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A B

C

Figura 8 - Gráfico representa as diferenças entre as médias da porcentagem do perímetro do canal recoberto com cimento endodôntico em cada terço (A –Terço Cervical; B – Terço Médio; C – Terço Apical) perante o protocolo de secagem sem álcool - 1 (AH Plus), 2 (Sealapex), 3 (Pulp Canal Sealer EWT), 4 (Endométhasone-N).

Para comparação da porcentagem da parede do canal recoberta por cada cimento estudado perante o protocolo de secagem com álcool, aplicou-se o Teste de

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41

Tabela 3 Comparação da porcentagem da parede do canal recoberta por cada cimento estudado perante o protocolo de secagem com álcool

Terço Cervical Terço Médio Terço Apical

Mediana ±

DP p

Mediana ±

DP p Mediana ± DP p com álcool com álcool com álcool

AH PLUS 76,21 ± 19,08 0,029* 73,02 ± 24,38 0,005* 37,73 ± 26,42 0,007* Sealapex 86,97 ± 10,08 84,44 ± 8,28 72,52 ± 28,49 P. Canal 65,89 ± 12,97 58,96 ± 12,07 38,74 ± 14,08 Endo. 87,16 ± 12,13 84,02 ± 10,24 87,16 ± 12,13 *p<0,005

Com o protocolo de secagem com álcool encontrou-se uma diferença estatisticamente significante nos três terços das raízes avaliadas para penetração dos cimentos endodônticos (p<0,05). Diante disso, aplicou-se o Teste de

Mann-Whitney, para identificar quais grupos de cimentos diferenciam-se dos demais,

quando comparados par a par, para terço cervical, médio e apical.

Encontrando, para o terço cervical, diferença estatisticamente significante entre os seguintes cimentos: Sealapex com Pulp Canal Sealer EWT (p=0,009) e Pulp Canal Sealer EWT com Endométhasone-N (p=0,008). Já para o terço médio foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os cimentos Sealapex com Pulp Canal Sealer EWT (p=0,003) e Pulp Canal Sealer EWT com Endométhasone-N (p=0,003). E para o terço apical foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os cimentos: AH Plus com Endométhasone-N (p=0,011) e Pulp Canal Sealer EWT com Endométhasone-N (p=0,001). As comparações entre as médias estão expressas na figura a seguir:

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A B

C

Figura 9 Gráfico representa as diferenças entre as médias da porcentagem do perímetro do canal recoberto com cimento endodôntico em cada terço (A –Terço Cervical; B – Terço Médio; C – Terço Apical) perante o protocolo de secagem com álcool - 1 (AH Plus), 2 (Sealapex), 3 (Pulp Canal Sealer EWT), 4 (Endométhasone-N).

5.2 MÁXIMA PROFUNDIDADE DE PENETRAÇÃO DO CIMENTO ENDODÔNTICO NO INTERIOR DOS TÚBULOS DENTINÁRIOS

Com os dados obtidos a partir da medição da profundidade máxima de penetração do cimento no interior dos túbulos dentinários aplicou-se o Teste de Mann-Whitney, com o intuito de verificar possíveis diferenças entre o protocolo de secagem com álcool e sem álcool, para as variáveis de interesse (cimentos endodônticos: AH Plus, Sealapex, Pulp Canal Sealer EWT e Endométhasone-N N), em cada um dos três conjuntos de dados (terço cervical, médio e apical). Os valores

Referências

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