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Academic year: 2021

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TÍTULO: INTERDISCIPLINARIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE BRAGANÇA PAULISTA

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): VANESSA MORAES DEL COL, TALITA MARTINS

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARIA CRISTINA MUÑOZ FRANCO

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FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE BRAGANÇA PAULISTA

TALITA MARTINS

VANESSA MORAES DEL COL

PROFª MS MARIA CRISTINA MUÑOZ FRANCO

INTERDISCIPLINARIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESAFIOS

E POSSIBILIDADES

PEDAGOGIA/ CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

BRAGANÇA PAULISTA

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FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE BRAGANÇA PAULISTA

TALITA MARTINS

VANESSA MORAES DEL COL

PROFª MS MARIA CRISTINA MUÑOZ FRANCO

INTERDISCIPLINARIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DESAFIOS

E POSSIBILIDADES

Relatório final do projeto e iniciação científica realizada pelos alunos dos cursos de ciências Biológicas, orientados pela professora Ms Maria Cristina Muñoz Franco.

PEDAGOGIA/ CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

BRAGANÇA PAULISTA

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Introdução:

O uso de recursos áudio visuais por muitos professores para tratar questões ambientais e a abordagem superficial e sem aproveitamento do potencial problematizador e interdisciplinar desses instrumentos despertou a atenção para analisar alguns materiais utilizados em praticas de educação ambiental.

A pesquisa de iniciação científica em educação ambiental intitulada Interdisciplinaridade e “Educação Ambiental: desafios e possibilidades” realizados por um grupo multidisciplinar de alunos dos cursos de licenciatura em ciências biológicas e pedagogia da Faculdade de Ciências e Letras de Bragança Paulista (FESB) teve como objetivo identificar potencial interdisciplinar de alguns materiais audiovisuais utilizados nas práticas de educação ambiental, assim como estabelecer algumas possibilidades do uso dos mesmos e sugerir a construção de sequências didáticas que possam auxiliar a prática pedagógica dos educadores para atender aos princípios da interdisciplinaridade prevista para a educação ambiental.

Para o desenvolvimento da presente pesquisa, a primeira etapa foi a revisão bibliográfica sobre marcos legais da EA, os princípios de interdisciplinaridade e as perspectivas curriculares de EA com ênfase na crítica, que será utilizada como base epistemológica deste trabalho. O vídeo analisado nesta pesquisa foi “A história das coisas” (2008).

Sem a pretensão de estabelecer uma análise que esgote a totalidade de representações possíveis para o corpus em questão, a sequência deste trabalho tenta descrever as potencialidades interdisciplinares inerentes a algumas questões socioambientais e as formas com que essas possibilidades podem ser utilizadas pelos professores para a realização de práticas de educação ambiental significativas. Tal proposta apresenta-se como uma prática de pesquisa, ao mesmo tempo em que se constitui como uma ação de educação ambiental na qual os alunos pesquisadores estão inseridos, como um processo de retroalimentação do processo educativo.

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1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA

Segundo Held e Matos a educação ambiental no Brasil, em sentido crítico de produção apresenta-se como preponderante. Nesse espaço envolve-se com a ideologia de Marx, ou seja, não há uma separação entre produção de ideias e condições sociais e históricas em que são produzidas. A visão crítica dentro da Educação Ambiental aponta implícita ou explicitamente conceitos marxistas, marxianos ou libertárias. Os moldes libertários podem ser caracterizados, como no entendimento de regência do Estado, na busca pela autonomia do indivíduo e da sociedade. Ainda sobre um reforço dos autores citados acima está fortemente fixado aos conceitos marxianos, demonstrando ênfases na Teoria Crítica construída, sendo um ponto extrema importância definição da criticidade e das demais formas e aspectos presentes de Educação Ambiental. A Teoria Crítica está empregada nas filosofias de Kant, Hegel. Como apontam esses autores levantando questões sobre a verdade; da razão; da beleza; da autonomia da crítica; da emancipação; das condições de reprodução e transformação sociais; da cultura; do indivíduo; do materialismo histórico; da complexidade das mediações e relações que compõem os modos de produção, da filosofia da ciência. (HELD, 1983; MATOS, 1993).

Na pesquisa realizada por Guimarães ele nos mostra sobre a compreensão diferencia de um pensar em conjunto, sobre sentir as diferentes formas de pensar e imaginar. Articulando pela prevalência da parte na compreensão do mundo integrada as medidas de educação ambiental crítica.

A violência sinaliza para a perda da afetividade, do amor, da capacidade de se relacionar do um com o outro (social), do um com o mundo (ambiental), denotando a crise socioambiental que é de um modelo de sociedade e seus paradigmas; uma crise civilizatória. (GUIMARÃES, 2004).

Ainda seguindo o apontamento do trabalho de Guimarães entendemos que ambientalmente e criticamente se relacionaria, nesse caso, com o enfrentamento de aspectos culturais arraigados bem como com a necessidade de aprendizagem de novas formas de se organizar e participar politicamente. Tais processos de aprendizagens são possíveis através da experimentação e reflexão contínua vivenciadas no âmbito escolar através da participação dialética na Gestão Escolar e no processo de construção do Projeto Político Pedagógico.

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Sendo assim, o primeiro passo é o entendimento que não cabe a um grupo de experts a centralização do poder político no âmbito escolar, mas, esse pertence à comunidade escolar como um todo. Nesse sentido, a Educação Ambiental Crítica se daria na interação com Gestão Escolar que se paute no processo de aprendizado para ruptura da usurpação de poder e na redefinição da própria democracia para a baseada na participação dialética. A dimensão da participação dialética se institui quando é possível que a parte modifique o todo. Essa parece menos provável do que a participação em que ou o todo conforma a parte, ou esta apenas se reforma. Portanto, sem a participação dialética, ou seja, sem possibilidade de ruptura criando novo toda a democracia pode constituir mecanismos de controle e ser bastante conservadora das relações de usurpação de poder. Tais características sociais repercutem no cotidiano escolar e esse o reproduz inclusive na Gestão. (GUIMARÃES, 2004).

Nesse sentido, analisamos realizando uma análise sobre o trabalho de Ferreira verificou-se que cabe a Educação Ambiental Crítica contribuir através de métodos para a Gestão Escolar, promovendo a prática da democracia participativa dialética. Tal iniciativa corresponde ao aprendizado social necessário para transformações sociais que extrapolam meramente o âmbito educacional. “Nessa Gestão todos os indivíduos participariam de forma igualitária de processos decisórios dentro do ambiente escolar” fonte. Esse processo se define, como um aprendizado socioambiental para a construção do conhecimento e aprofundamento e em um participativo dialético dentro da organização escolar. (FERREIRA, 2009).

O grande gargalo nesses processos é justamente seu aspecto dialético em que a parte pode alterar o todo formando um todo diferenciado. O objetivo de um processo de aprendizagem assim constituído é o de promover a vivência e efetivação de práxis coletivas diferenciadas pautadas por preceitos democráticos profundos. Avaliar se tal objetivo é alcançado também se insere dentro de um processo diferenciado no qual as práticas conservadoras não correspondem. (FERREIRA, 2009) “A Educação Ambiental Crítica estaria, portanto, impregnada da utopia de mudar radicalmente as relações sociais e da humanidade para com a natureza.” (REIGOTA, 2006, p.11).

“Ao se basear na busca pela transformação social ficaria explícita a diferenciação perante uma Educação Ambiental genérica.” (LAYRARGUES, 2004, p.15).

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2. CURRÍCULO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O estudo do currículo nos leva a diversos caminhos e com isso varias opções para ser percorrido.

Para compreender o caminho que estamos, precisamos conhecer o que já foi estudado e como foram os pensamentos de séculos atrás, pois vejamos.

No inicio do século XX estudiosos questionavam o trabalho educacional voltado para “uma formação demasiadamente teórica e humanista, longe da realidade social que vivenciam e de difícil interação com as demandas sociais existentes” (BRASIL, pag.117)

Com a influencia de Frederick TAYLOR, o educador Bobbitt seguiu a mesma linha de pensamento que assim (BRASIL, pag.117):

Associava escola ao trabalho da fábrica e a vida como um importante instrumento de formação de indivíduos preocupados com a eficiência e a organização do trabalho no sentido de potencializar a sua produção. Nesta perspectiva, cada qual deve ter sua função definida no tempo e no espaço, não há intenção nem tempo para discussão, apenas concentração dividir nas suas atividades, visando sempre à produtividade.

E no Brasil o conhecemos como teoria educacional tecnicista implantada nas nossas escolas na década de 60, durante o governo militar que funcionou, pois a educação não era para todos como se apresenta hoje em dia.

A outra abordagem vem do americano John Dewey (BRASIL, pag118):

Com uma visão mais progressista, discutiu a relação de formação dos indivíduos na escola para o progresso de construção da democracia na sociedade. Nesta, a perspectiva centrava se na pessoa e no seu bem estar no mundo, visando potencializar os indivíduos e suas necessidades, respeitando os seus potenciais conhecimentos e seus ritmos de aprendizagem assim como, sua visão de mundo e suas opções na vida, tudo em função de um discurso democrático.

Comparando as duas linhas de pensamentos, podemos notar que embora buscando a transformação das escolas, com a abordagem tecnicista e a progressista “não chegaram a

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questionar a transformação da sociedade discriminatória na qual tais valores hierárquicos se disseminavam. Ou seja, questionavam a escola e o conhecimento escolar no processo de formação do individuo,” FONTE mas estavam longe de preparar estes indivíduos para o enfrentamento das relações de poder na sociedade capitalista da qual fazem parte

Com isso podemos notar que se estamos assim é porque nosso pensamento foi implantado nas escolas para nos todos seguirmos esta linha capitalista.

Mas claro que isso não pode continuar, pois onde iremos parar com esta mente capitalista e consumista que nunca estamos satisfeito com nada que o que comprarmos não dura mais que 6 meses e já queremos trocar e nunca reaproveitar. Aqui que podemos implantar a Educação Ambiental com um pensamento consciente que iremos transformar um pensamento retrógrado (SATO, 2008, p 2):

A Educação Ambiental que desejamos deve ser um convite permanente e absolutamente includente à vida: à nossa própria vida – tornando-nos sujeitos ativos na nossa história; à vida da comunidade que nos acolhe e a partir de onde construímos nosso pertencimento e identidade; e à vida do planeta, num reconhecimento de que suas riquezas, para além de ―recursos (geralmente de caráter fortemente econômico), constituem-se de elementos e entidades de naturezas e dinâmicas diversas, porém complexas e intimamente ligadas a todos e a cada um de nós. A Educação Ambiental que desejamos é necessariamente complexa, coletiva, subversiva e contra-hegemônica.

Pois se continuarmos com um pensamento limitado onde o que estamos fazendo não atinge o próximo não estaremos exercendo nosso papel de cidadão consciente, temos que pensar no próximo sempre. As maneiras que estamos vivendo imposta no passado por ações capitalistas. Estas nos levaram a destruição do nosso planeta, no passado éramos educados para a produção errada dos produtos sem pensar na vida do nosso planeta e agora como já produzimos muito além da conta.

Notado esta alta produção exorbitante de tudo que existe a conscientização é imposta nas escolas com trabalho transversal sobre o meio ambiente um dos princípios básicos para uma mudança e é uma forma que todas as matérias possam ter a abordagem deste tema muito importante para todos.

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No âmbito da legislação, o antigo Conselho Federal de Educação (CFE) emitiu o Parecer 226/87, enfatizando que a Educação Ambiental deve ser iniciada, na escola, numa abordagem interdisciplinar, levando a população a um posicionamento em relação a fenômenos ou circunstâncias do ambiente, e a lei 9.795 de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, tem como um de seus princípios “o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade” 1 . Por fim, meio ambiente é um dos Temas Transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que, em seu texto introdutório, recomendam que os mesmos sejam trabalhados de forma transversal e interdisciplinar nos currículos escolares (SOARES, 2006, p.2)

Com varias maneiras de abordagem de uma educação conscientes cabe a todos nos não ficarmos apenas na teoria do nosso conhecimento sobre e colocarmos em práticas o que tanto se tem falado sobre Educação ambiental que se tornou uma briga importante parar ser defendida.

Nesse sentido, a dimensão coletiva da Educação Ambiental se apresenta como estratégia metodológica, como natureza do conhecimento necessário e como opção política de processo de formação. Naturalmente, apresenta-se, assim, um caminho mais complexo e mais difícil, mas inevitável, se considera a real dimensão complexa das questões socioambientais e a necessária e eticamente justificável participação de todos na busca de compreensão destas questões e de solução para elas (SATO, 2008, p.11).

É um desafio conseguir mudanças de aspectos tão desafiadores, mas é um processo político que deve existir.

O que podemos perceber nos textos que nos analisamos foi que a proposta é para emergir um pensamento critico para todos aquele que não tem uma intricidade com a natureza e comece a analisar perceber e viver de um modo diferente

3. INTERDISCIPLINARIDADE

O que vem a ser a Interdisciplinaridade? E porque a citamos quando falamos sobre educação ambiental?

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Ao falarmos sobre educação ambiental não há como não citar a palavra interdisciplinar, que torna o tema ambiental totalmente indispensável para o aprendizado do indivíduo, ocorre que apesar de saber deste importante significado, ainda existem muitas dificuldades para os educadores colocar em prática a questão interdisciplinar, isso devido aos conteúdos cansativos e repetitivos que abordam o eixo ambiental.

Portanto este projeto vem colocar aos educadores novas ideias. Ou seja, um novo olhar educacional para a Educação Ambiental, tratando deste tema de forma real e clara, para que nossos educandos possam enxergar o real significado ambiental.

De fato não podemos deixar de ressaltar que a transversalidade ambiental nas demais matérias e em seus conteúdos segundo nos mostra, Oliveira (2005) os conceitos de transdiciplinaridade e transversalidade veem com o propósito de desfazer esta falsa impressão de disciplina.

Pois ao permitirmos que a educação ambiental seja tratada como uma disciplina exata, estamos á mercê de ignorar sua transversalidade, o que reduz sua importância perante o olhar social, de fato a transdiciplinaridade é aquilo que está além das disciplinas segundo Oliveira (2005).

No entanto a interdisciplinaridade não quer dizer a pedra filosofal da educação, mais sim uma forma adequada para se reorganizar o conhecimento.

Sendo assim no momento atual tem sido deslocada para a complexidade (OLIVEIRA, 2005), devido a dificuldade existente para que este tema se integre ás demais disciplinas.

Oliveira (2005, p.336) nos mostra que “a complexidade é vislumbrada apenas como um horizonte de possibilidade para se construir novos territórios do pensamento e da ação crítica ambiental como de todas as esferas do conhecimento”.

Entretanto não nos restam dúvidas de que a modernidade e também grande evolução das ciências tem tornado as transformações nos indivíduos como sociedade cada vez mais aparentes, no entanto segundo Philippi Jr, Pelicioni e Coimbra (1982), nos diz o quão importante é voltar os olhares para a simplicidade. Pois é desta forma que iremos dar início ao pensar globalmente e agir localmente.

Portanto é indispensável que a educação ambiental reveja paradigmas, onde muitas vezes acaba se submetendo a práticas comportamentais e conceitos meramente impostos, que não abordam o ponto central do nosso problema.

Dessa Forma Philippi Jr, Pelicioni, Coimbra (1982, p.179) coloca que “Três abordagens distintas se identificam numa proposta ou projeto de Educação Ambiental: a

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natureza de um tratamento interdisciplinar, no contexto da Educação Ambiental e, por fim, perspectivas de aplicação”.

Neste momento nosso mundo encontra-se globalizado consequentemente exigindo a interdisciplinaridade, que se trata de uma busca incansável ao tentar estabelecer vínculos diretos entre o universo da pesquisa por meio da estrutura de formação multidisciplinar.

Portanto para que realmente haja a interdiciplinaridade cabe a nós tanto como educadores quanto sociedade mudarmos de fato nosso ponto de vista perante essa situação. É fundamental estabelecer uma prática dialógica onde todas as disciplinas devem estabelecer uma linguagem comum e descomplicada.

De fato a luta baseia-se meramente em gerar uma harmonia entre o homem e o meio em que vive. Mostrando o quanto é importante o real conhecimento de a Educação Ambiental ser expandida por todas as disciplinas para que logo mais todos se conscientizem de que não apenas convivemos com o meio ambiente e sim de que precisamos dele para sobreviver.

4. SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Para desenvolvermos a compreensão sobre a importância de sequencias didática para praticas de educação ambiental, vai nos embasar nas ideias do teórico Antoni Zabala, o qual desenvolve a Idea de sequencia didática em sua obra A prática educativa: como ensinar, de 1998.

Quando se fala superficialmente de sequencias didáticas logo nos vem á mente exercícios consecutivos e até mesmo igualitários. Sim! Esta concepção não está incorreta nem muito menos podemos classifica-las como algo ruim. Porém até que ponto ela nos ajuda á formar seres pensantes e ativos na sociedade?

Zabala (1998) explica que a ordenação articulada das atividades seria o elemento diferenciador das metodologias, e que o primeiro aspecto característico de um método seria o tipo de ordem em que se propõem as atividades. Para o autor o parcelamento da prática educativa tem certo grau de artificialidade, explicável pela dificuldade em encontrar um contexto interpretativo adequado, que deveria permitir o estudo conjunto de todas as práticas nos processos educativos.

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É frequente encontrar argumentos dos professores sobre a impossibilidade de realizar mudanças em alguma das variáveis metodológicas, seja a atribuição do tempo os agrupamentos ou a avaliação, no entanto essas questões poderiam ser solucionadas desde que o educador fique atento à ordem a que se propõem as atividades, sentindo-se á vontade o suficiente para alterá-las se necessário for.

A sequência considera a importância das intenções educacionais na definição dos conteúdos de aprendizagem e o papel das atividades que são propostas. Alguns critérios para análise das sequências reportam que os conteúdos de aprendizagem agem explicitando as intenções educativas, podendo abranger as dimensões: conceituais; procedimentais e procedimentais e de atitudes (Zabala, 1998).

Para Zabala (1998, p.54) “a opção de começar pelas sequencias justifica-se, devido a importância capital das intenções educacionais na definição dos conteúdos de aprendizagem e, portanto, do papel das atividades que se propõem”.

Certos questionamentos parecem de extrema relevância: na sequência há atividades que nos permitam determinar os conhecimentos prévios, atividades cujos conteúdos sejam propostos de forma significativa e funcional, atividades em que possamos inferir sua adequação ao nível de desenvolvimento de cada aluno, atividades que representem um desafio alcançável, provoquem um conflito cognitivo e promovam a atividade mental, sejam motivadoras em relação à aprendizagem dos novos conteúdos, estimulem a autoestima e o autoconceito, ajudem o aluno a adquirir habilidades relacionadas com o aprender a aprender, sendo cada vez mais autônomo em suas aprendizagens (Zabala, 1998).

É fácil cair na tentação de acreditar que todos e cada um dos meninos e meninas participam numa autentica construção pessoal de significados. Dado que o ritmo da classe, e, sobretudo a obtenção de conclusões, tem como protagonista o professor ou a professora, pode se cair facilmente numa situação em que os alunos se limitam apenas a reproduzir as explicações finais – objeto de avaliação- e considerem as atividades prévias como uma simples liturgia necessária para dar um tom atual á intervenção educativa (ZABALA, 1998, p 70).

A motivação como nos mostra Zabala, é a alma da sequência o professor deve assegurar seu papel de dinamizador, estabelecendo desafios coletivos.

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Dessa forma podemos dizer que as atividades devem ser abrangentes de tal forma que consigam trabalhar os campos cognitivos, afetivos e condutais, tendo ciência de que a conduta do individuo não é apenas formada sobre aquilo que a sociedade estabelece correto e sim das relações cotidianas que o mesmo estabelece. Pois é importante considerar que o mesmo está em sua fase de construção e por isso toda informação que obtiver será armazenada, cabe a nós interferir nestes conhecimentos de forma que sejam levados em conta àqueles que são considerados positivos (Zabala, 1998).

O segredo está na participação dos alunos nos processos de ensino. Os alunos devem ajudar outros alunos, ser considerados agentes educadores dos companheiros. Todas as grandes experiências que existem no mundo de atenção à diversidade não implicam em redução das classes. O papel do professor é provocar ajudas, dinamizar a classe para que se trabalhe em pequenos grupos flexíveis, às vezes em pares. O que sabe mais ajuda o que sabe menos. As técnicas passam por montar classes dinâmicas, onde existam relações interativas que provoquem conhecimento. Isso implica uma mudança no papel do professor. O professor não é aquele que tem o conhecimento e o transmite. O professor é aquele que veicula interações, provoca intercâmbio na aula e ajuda na busca de conhecimentos (Zabala, 1998).

5. MATERIAIS E MÉTODOS:

Para o desenvolvimento dessa pesquisa foram realizadas reuniões com o grupo de pesquisa em pré aula e aos sábados para alinhamento teórico do grupo com leitura e discussão de textos sobre marcos legais da EA, perspectiva crítica da Educação Ambiental e interdisciplinaridade.

As alunas foram orientadas a realizar fichamentos de alguns textos estudados para, na sequencia elaborarem o texto que compõe o elemento de ‘revisão bibliográfica’ presente neste documento, com base nas regras da ABNT.

O grupo de pesquisa realizou análise critica e registro dos principais pontos do filme “A história das coisas” com vistas à identificação ou não das possibilidades de intervenções interdisciplinares.

O vídeo utilizado nesta pesquisa foi produto do projeto realizado em 2008 sem fins lucrativos, denominado “A história das coisas”, fundado pela americana Annie Leonard, uma pesquisadora sobre comércio internacional, cooperação internacional, desenvolvimento sustentável e saúde ambiental. Um dos objetivos do projeto foi criar vídeos de curta

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metragem, que são facilmente compartilháveis e que exploram algumas das principais características que mostram os efeitos de uma economia que valoriza o acúmulo de riquezas e de “coisas”. Annie Leonard ficou mundialmente conhecida pelo vídeo "A história das coisas" produzido em parceria com o Free Range Studios, exibido milhões de vezes no YouTube e traduzido para vários idiomas. (http://www.cientistadidatico.com.br/2012/08/projeto-historia-das-coisas-de-annie.html)

Após análise, o gripo de pesquisa identificou 15 tópicos presentes no vídeo que possibilitam que os professores, ao fazer uso deste material áudio visual durante pratica de educação ambiental, desenvolvam sequencias didáticas capazes de aprofundar a discussão e proporcionar a construção de saberes significativos. A tabela abaixo indica os tópicos destacadas pelas alunas:

Tempo do vídeo Tema de destaque 0:40 Ciclo de produção

2: 29 Relações econômicas e meio ambiente 2;50 Exploração da matéria prima

3:52 Quantidade de recursos “planetas” para suprir o modelo de consumo 5:14 Uso de químicos e ação na saúde

6: 12 Leite materno

6;51 Trabalho única opção industrias 8: 40 exteriorização dos custos

10:30 Incentivo ao consumo – sociedades consumistas 11: 09 Lixo e consumo

12:10 Origem do modelo econômico e consumo 12:45 Obsolescência planejada e perceptiva 15:06 Publicidade e efeitos da mídia 17:17 Lixo

20:50 Criar algo novo – sociedade mais sustentável - equidade Tabela 1 – Destaque identificados no vídeo “A história das coisas”

Com base nos tópicos de destaque, as alunas elegeram seis (06) tópicos e desenvolveram sequencias didáticas que fazem uso do vídeo “A história das coisas” como elemento disparador e que podem ser realizados pelos professores de forma interdisciplinar, para abordar a cultura do consumismo que vem caracterizando a contemporaneidade.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como uma sugestão metodológica, serão apresentadas sequências didáticas elaboradas pelo grupo de pesquisa como sugestão interdisciplinar que pode ser colocada em prática pelos professores.

Todas as sugestões abaixo partem do pressuposto que os professores assistam ao vídeo “A história das coisas” com seus alunos, utilizando como um disparador para que, na sequência seja realizada atividades que proporcionem o aprofundamento em algumas questões que influenciam nas causas e consequências de problemas socioambientais.

As sequencias didáticas foram planejadas a partir de problemáticas que são apresentadas em forma de questão para os alunos.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – ENSINO FUNDAMENTAL II (3º e 4º ciclos) PROBLEMÁTICA: QUAL A IMPORTÂNCIA DO LEITE MATERNO?

 Realizar pesquisa sobre quais animais na natureza mamam (são mamíferos).

 Expor os resultados da pesquisa e realizar discussão em sala de aula.

 Fazer recortes de revistas, e montar um mural expositivo com as imagens de mamíferos.

 Leitura e discussão do texto “O leite materno” disponível em http://www.leitematerno.org/porque.htm

 Assistir ao vídeo “A importância do Leite Materno” - fonte https://www.youtube.com/watch?v=eXe0A2-UPl0

 Realizar debate sobre a leitura do texto e vídeo indagando sobre a importância da amamentação, destacando os elementos que podem comprometer a qualidade do leite materno e trazer riscos a saúde.

 Realizar pesquisa sobre substancias sintéticas e nocivas que podem estar presentes no leite materno.

 Construção de panfletos de orientação, que serão distribuídos para as mães (família) sobre a importância da amamentação, alertando para evitar consumo de substancias que favorecem a presença de substâncias sintéticas e nocivas no leite materno.

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PROBLEMÁTICA: TODO LIXO É LIXO?

 Incentive a turma a refletir sobre a produção e o destino dos resíduos sólidos com base nas experiências pessoais de cada um. A partir do diálogo, produzir uma lista com materiais que vão para o lixo, mas poderiam ser reciclados.

 Para onde vai o LIXO da nossa casa/indústrias/agricultura? Organizar a sala em grupos e solicitar pesquisas sobre o caminho do lixo em nossa casa, das indústrias e da agricultura.

 Socialização dos resultados da pesquisa através de apresentação dos grupos.

 Quanto de LIXO produziu por ano? Apresentação de dados sobre produção de lixo no Brasil e no mundo.

 Qual a diferença entre: lixão e aterro sanitário e aterro controlado?

Mostrar um filme sobre as diferenças existente e formar um circulo após a apresentação para debater o que foi visto e registrar as principais ideias.

 Qual a diferença entre: incineração compostagem e reciclagem? A professora irá mostrar qual a diferença entre elas e caso a escola tenha uma horta a classe poderá criar uma composteira.

 Pesquisa sobre o tempo de decomposição dos lixos e ciclo de produção de alguns materiais.

 Análise do ambiente escolar para verificação se possui lixeiras para coleta seletiva (se não possuir, produção de uma carta de solicitação para a direção da escola e providenciar a instalação de coletores seletivos) e fazer contato com catadores para recolher o material da escola.

 Produção de cartazes para o uso correto das lixeiras seletivas e apresentação dos cartazes produzidos.

 Como usar os 3 (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) para diminuir o LIXO? leitura do livro sobre o assunto e produção de relatório.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – ENSINO MÉDIO

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 Solicitar aos alunos que façam uma lista durante três dias, marcando tudo que compraram.

 Socialização das listas e construção de tabela, indicando quais lixos foi gerada a partir dos itens consumidos.

 Realizar a pesquisa sobre: o que é consumo e consumismo.

 Expor resultados da pesquisa e realizar debate.

 Ler o artigo sobre o artigo “Breve reflexão acerca do consumismo e a produção de lixo” - disponível em: http://www.cenedcursos.com.br/consumismo-producao-lixo.html

 Realizar debate sobre o artigo “Breve reflexão acerca do consumismo e a produção de lixo”.

 Desenvolver resenha sobre a leitura do artigo.

 Assistir ao vídeo Ilha das Flores – Disponível em : http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=647

 Aplicar dinâmica sobre o consumo e o lixo.

 Apresentar aos alunos a proposta dos 3 R’s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

 Ouvir a música 3R’s, do Jack Johnson apresentando a tradução da letra da musica, disponível em http://letras.mus.br/jack-johnson/482038/traducao.html

 Diálogos sobre a mensagem presente na música.

 Realizar pesquisa sobre quais os programas que o município desenvolve para diminuição do lixo gerado através do consumo.

 Fazer gráfico sobre os resultados e expor um debate sobre o assunto.

PROBLEMÁTICA: É POSSÍVEL TER UMA VIDA LIVRE DE PRODUTOS QUÍMICOS?

 A polêmica em torno dos transgênicos divulgada na mídia reflete uma incerteza quanto à saúde humana e o meio ambiente. Realizar um diálogo de sondagem, a fim de identificar quais os conhecimentos prévios deles sobre o assunto.

 Realização de pesquisa com os alunos para levantamento de quais os tipos de químicos que consumimos e tabulação das respostas.

 Apresentação de slides com informações sobre os tipos de substancias químicas que consumimos diariamente.

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 Para discutir sobre agrotóxicos e suas consequências a classe fará a leitura do texto “ Consumo de Agrotóxico e Seus Efeitos” que será disponibilizado para cada aluno e faremos uma discussão, esta será baseada em torno do avanço científico, tecnológico, e das implicações para o meio ambiente e a sociedade, causadas por esses defensivos agrícolas, considerando o aspecto interdisciplinar deste tema.

 Os rótulos são fontes seguras de informação sobre os alimentos?É difícil entender o que dizem os rótulos dos alimentos? Pedir para que os alunos tragam embalagens de produtos que são utilizados em suas casas. E assim realizaremos anotações sobre as embalagens e ir até a informática para pesquisar as nossas duvidas

 Tendo em vista o conhecimento referente à toxidade e a concentração dos agrotóxicos, analisaremos os benefícios e malefícios dessa tecnologia, por meio de um debate e iremos construir um quadro duas colunas, cada uma correspondendo a uma linha de pensamento (benefícios e/ou malefícios).

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a concretização deste projeto foram analisadas diversas literaturas sobre registros legislativos da Educação Ambiental, formação de interpretação e compreensão sobre bases de interdisciplinaridade e um grande aprofundamento sobre as perspectivas curriculares de Educação Ambiental. Durante o decorrer das pesquisas foram utilizadas dinâmicas e métodos de ensino que facilitaram a absorção do conteúdo, a ferramenta principal a ser trabalhada foi o vídeo “A história das coisas” (2008).

O projeto de iniciação cientifica possibilitou a interação do grupo para a construção de um trabalho aprofundado em pesquisas sobre educação ambiental, apresentando como principal objetivo classificar o método interdisciplinar com a utilização de ferramentas audiovisuais aplicadas durante aulas que tratam sobre tal meio de educação, possibilitando um direcionamento amplificado com a construção de sequências didáticas que direcionam caminhos para os educadores na multiplicação da prática pedagógica.

A finalização deste trabalho proporcionou amplo conhecimento e troca de saberes entre os participantes, alcançando a meta estipulada para entrega de suas conclusões em nível de pesquisa.

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Foi possível desenvolver indagar um campo desconhecido, amplifica-lo e prontifica-lo para aplicação de um método dinâmico e direcionado para expansão de um simples material a ser apresentado durante as aulas.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

GUIMARÃES, Mauro, 2004. Educação Ambiental Crítica. In LAYRARGUES, P.P(org) Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: MMA. pp 24-34.

OLIVEIRA, Haidèe Torres.; Encontros e Caminhos: Transdiciplinaridade. Brasília SP 2005, pp. 334 – 349.

PHILIPPI JR, Arlindo; PELICIONI, Maria Cecília Focesi; COIMBRA, José de Ávila Aguiar. Visão de Interdisciplinaridade na Educação Ambiental: 1982, pp.179 – 185.

SATO, Michelèle: Educação Ambiental: Porto Algre 2005, pp. 121 – 134. ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: Como Ensinar. São Paulo: Artmed, 1998. 1

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente, saúde. Brasília, 1997. (ensino de 1ª a 4ª série)

2

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente, saúde. Brasília, 1997. (ensino de 5ª a 8ª série)

3

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Referências

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