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Academic year: 2021

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TÍTULO: RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO EM MULHERES COM ALTERAÇÕES

CITOLÓGICAS DIAGNOSTICADAS NO CENTRO INTEGRADO DA MULHER EM VÁRZEA GRANDE- MT

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: BIOMEDICINA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): THAMIRIS SILVA BALDRIGHI

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): LUCIANA MARQUES DA SILVA, ROSA MARIA ELIAS

ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): LAYS CARLOTTO REZENDE, LETICIA VERISSIMO DOS SANTOS, VIVIANE

CRISTINA DE OLIVEIRA

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RESUMO

Os dados da Organização Mundial da Saúde mostram que aproximadamente 530 mil casos novos de câncer de colo uterino são registrados por ano no mundo, sendo que 256 mil mulheres evoluem a óbito por este tipo de câncer. No Brasil, a previsão de novos casos para 2014 foi de 15.590 casos, com um risco estimado de 15,3 casos para cada 100 mil mulheres. O diagnóstico precoce de câncer de colo uterino (CCU) é a principal ferramenta contra esta patologia. Dados do Instituto Nacional de Câncer - INCA, mostram que a maioria das mulheres diagnosticadas com CCU não apresentam um estádio avançado, mas estão classificadas como de baixo grau identificadas com alterações citológicas. Neste trabalho identificamos o número de casos de mulheres com suspeita de CCU, segundo o grau da lesão, a idade e os casos considerados de estadiamento avançado, em mulheres atendidas no Centro Integrado da Mulher (CIM), em Várzea Grande-MT. Foram registrados 8.819 casos de mulheres com suspeita de CCU, durante o período analisado, cerca de 4 947 em 2013 e 3.872 em 2014. O maior numero de registros foi entre mulheres na faixa etária de 21 a 35 anos, 2.645. Com relação ao diagnóstico, 13 mulheres com até 21 anos apresentavam células escamosas atípicas (ASC) não podendo excluir lesão intra-epitelial de grau I (CID), 22 entre 21 e 35 anos apresentavam grau I enquanto que 12 de grau II/III, seguido por 10 mulheres entre 35 e 45 anos de grau I, e 4 de grau II/III e acima dos 45 anos 6 mulheres apresentavam grau I, e 8 grau II/III. Já no diagnóstico de células escamosas atípicas de significado indeterminado, foram encontradas 41 mulheres portadoras com até 21 anos, seguido por 58 entre 21 e 35 anos, e 41 mulheres acima dos 45 anos de idade. Houve uma maior incidência no ano de 2013 e a maioria das mulheres que chegaram em uma das unidades apresentavam grau leve ou nenhuma alteração, dando início precoce a se necessário um tratamento, aumentando a chance de cura. O Tratamento indicado para pacientes que apresente alguma alteração citopatológica varia, entretanto de colposcopia pode ser a primeira conduta na citologia com ASC.

INTRODUÇÃO

O câncer de colo uterino é uma neoplasia que tem o Papilomavírus humano (HPV) como principal fator de exposição. O HPV é transmitido durante o contado sexual, penetrando na pele e mucosa, dando início a seu ciclo infeccioso. Após o período de incubação, que varia de meses à anos depois que o vírus penetrou o epitélio endocervical e o epitélio escamoso ectocervical, ou por meio de regiões com microfissuras, causadas por um esforço muscular durante a relação sexual, surgem os sinais clínicos, como as verrugas genitais, que são semelhantes ao couve-flor, caracterizando o câncer cervical uterino (1).

São esperados para 2015, 320.000 mil novos casos de câncer do colo uterino no mundo, sendo que no Brasil, a estimativa da taxa de incidência desta patologia, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, é de 15.590 mil casos ( 2).

O destaque que o câncer de colo uterino (CCU) tem recebido no Brasil se deve ao aumento epidemiológico que essa doença vem apresentando a cada ano. É o terceiro tipo de tumor mais frequente na população feminina, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil segundo o INCA. Conforme os números crescem, o tema conquista espaço na mídia, ganha

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atenção politica, e surgem então, técnicas para a prevenção primaria, que é a principal estratégia do governo, fundamentado no sistema SUS (3).

Ações de prevenção primária e detecção precoce são estratégias capazes de reduzir tanto a incidência como a mortalidade por CCU, embora seja aparentemente eficaz, em países em desenvolvimento continua sendo um desafio para o Ministérios da Saúde, que lista vários fatores que impõe barreiras entre a mulher e o acesso a rede de serviços. Apenas o agravamento da doença e o surgimento dos sintomas, obrigam a mesma a buscar assistência medica mais tarde, sendo mínimas as chances de cura, e aumentando assim, a morbidade por este tipo de câncer ( 4 ).

Informações sobre o estadiamento do tumor figuram como uma informação essencial na ficha de tratamento do paciente, pois classifica o estado de comprometimento do tumor. (Figura 1) geralmente é padronizado pelo sistema TNM, sendo que "T" representa o tamanho do tumor primário, "N" indica o nível dos linfonodos regionais, e o "M" expressa a presença ou ausência de metástases a distância; "estádio I, estádio II, estádio III, estádio IV e estádio ignorado" , são utilizados para padronizar o grau de comprometimento (5).

Figura:1 Estadiamento do câncer de útero. IA: Microinvasor; IB: Invasivo confinado ao colo; Ib1: Lesão clinicamente visível de até 4cm; Ib2: Lesão clinicamente visível maior que 4cm; IIA: Tumor invade terço superior da vagina, mas não compromete o terço inferior; IIB: Tumor invade o paramétrio, mas não a parede pélvica nem o terço inferior da vagina; IIIA: Envolvimento do terço inferior da vagina, sem comprometimento da parede pélvica; IIIB: Envolvimento da parede pélvica ou hidronefrose; IVA: Tumor invade a mucosa da bexiga ou do reto; Metástase a distância ( 9).

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Os estádios III e IV, são classificados como os mais agressivos, e que apresentam maior nível de letalidade. O diagnóstico TIII indica que o tumor se estendeu à parede pélvica, comprometeu o terço inferior da vagina, ou causou hidronefrose ou exclusão renal - dependendo da

classificação TIIIA ou TIIIB - e TIV indica que o tumor invadiu a mucosa vesical ou retal, ou que se estendeu além da pélvis Alguns estudos afirmam que a maior parte das brasileiras com CCU é de baixa escolaridade, e que a falta do conhecimento sobre o câncer ainda é um dos maiores impasses no método de vacinação contra o HPV- Papiloma Vírus Humano. Além disso, a vergonha e o medo de fazer o exame citológico do colo de útero, também conhecido como ''papanicolau'', é uma das justificativas mais frequentes, para a não-realização do exame (6). O retardo do contato entre a mulher sexualmente ativa e as ações de rastreamento, interfere na progressão do tumor, tornando o tratamento mais agressivo e diminuindo a sobrevida. O câncer do colo uterino é considerado de bom prognóstico quando diagnosticado precocemente, porém a taxa de mortalidade é quase letal quando identificado tardiamente (7).

Os métodos de rastreamento precoce das lesões no colo uterino são de suma importância, logo que se diagnosticada e tratada em estágio inicial, a chance de regressão é tamanha. Este estudo teve como objetivo identificar mulheres segundo a faixa etária de idade diagnosticadas com alterações citológicas, que deram entrada no Centro Integrado da Mulher (CIM) em Várzea Grande - MT, com suspeita de câncer do colo uterino, apresentando no laudo classificações de Atipias de Células Escamosas (ASC) que se subdividiram em: Células escamosas atípicas de significado indeterminado possivelmente não neoplásico (ASC-US) e células escamosas atípicas de significado indeterminado não podendo afastar lesão de alto grau (ASC-H) apresentando o estádio da paciente (NIC) (8, 9).  

 

METODOLOGIA

Realizamos um estudo epidemiológico retrospectivo no Centro Integrado da Mulher (CIM) em Várzea Grande - MT. Em uma primeira etapa foram coletados dados de fichas controle no banco de dados no CIM, no período de 2013 e 2014, procurando extrair informações quanto ao estádio em que se encontrava a mulher que deu entrada em alguma das 11 unidades públicas de saúde distribuídas na cidade de Várzea Grande, com alterações citológicas e suspeita de câncer do colo uterino. Dentre os achados, foram classificados mulheres adultas com idade acima de 20 anos diagnosticadas com ASC, dando ênfase nos casos de mulheres que deram entrada nas unidades apresentando um NIC avançado (TIII e TIV).

RESULTADOS

Foram registradas a entrada de 4.947 mulheres no período de 2013, enquanto que no ano de 2014 3.872 se apresentaram na unidade alegando alguma queixa que estivesse relacionada a um sintoma característico de CCU. (figura 2).

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Figura 2- Análise sobre a incidência de casos de mulheres que deram entrada no CIM, nos anos de 2013 e 2014

A figura 3 mostra a grande diferença daquilo que se é esperado quando se fala em câncer, houve um maior numero de casos entre os 21 e 35 anos, 2.645 (30%), ou seja logo que se inicia a vida sexual ativa, desmanchando a ideia de que o CCU é detectado principalmente em um estagio avançado da doença.

Nos resultados otidos com relação as idades quando comparadas de 2013 para 2014, como mostra a figura 3, vemos que 468 mulheres com até 21 anos buscaram atendimento em 2013 enquanto que em 2014 cerca de 361, indicando uma diferença de 25%. 1463 para 1182, de 2013 para 2014 respectivamente denotando 20% a menos de casos em 2014, em mulheres entre 21 e 35 anos, assim como entre os 35 a 45 anos 2014 mostrou um declínio de 22%. Entre os 45 e 60 anos de idade houve outro pico em 2013 cerca de 1280 casos registrados, caindo para 1001 em 2014, 22%. Acima de 60 anos houve uma diferença de 25%, sendo que foram registrados apenas 421 casos em 2013 e 317 em 2014, contribuindo para o esclarecimento da taxa mais incidente segundo a faixa etária.

IDADE CASOS CASOS

2013 2014 0-21 anos 468 361 21-35 anos 1463 1182 35-45 anos 1150 892 45-60 anos 1280 1001 >60 anos 421 317

56%

44%

Incidência  nos  anos  de  2013  e  2014  

2013   2014  

(6)

S/I 166 118

Figura 3: Registro de suspeita de câncer de útero por faixa etária nos anos de 2013 e 2014 em Várzea Grande-MT.

Com relação ao diagnóstico que apresentavam ao chegarem à unidade, 13 mulheres com até 21 anos apresentavam células escamosas atípicas (ASC) não podendo excluir lesão intra-epitelial de grau I (CID), 22 entre 21 e 35 anos apresentavam grau I enquanto que 12 de grau II/III, seguido por 10 mulheres entre 35 e 45 anos de grau I, e 4 de grau II/III e acima dos 45 anos 6 mulheres apresentavam grau I, e 8 grau II/III. Já no diagnóstico de células escamosas atípicas de significado indeterminado, foram encontradas 41 mulheres portadoras com até 21 anos, seguido por 58 entre 21 e 35 anos, e 41 mulheres acima dos 45 anos de idade.

Colunas1 DIAGNÓSTICO I CID DIAGNÓSTICO II 0-21 anos 13 I 11 21-35 anos 22 I 21-35 anos 12 II/III 58 35-45 anos 10 I 35-45 anos 4 II/III 19 45-60 anos 5 I 45-60 anos 1 II/III 31 >60 anos 6 I >60 anos 7 II/III 10

Figura 4: Diagnóstico I - Células escamosas atípicas de significado indeterminado não podendo afastar lesão de alto grau, apresentando estádio da doença e diagnóstico II - Células escamosas atípicas de significado indeterminado possivelmente não neoplásico, com relação às idades registradas.

CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo sugerem que uma expressiva parcela das mulheres de Várzea Grande toma os cuidados primários como sugere o SUS, aumentando a sobrevida. Das 199 mulheres diagnosticadas com alguma alteração apenas 12% apresentavam grau avançado, sendo que a maioria tinha entre 21 e 35 anos de idade.

 

BIBLIOGRAFIA    

1. Inês M, Rosa D a. O papilomavirus humano e lesões do colo uterino. 2007;0–198.  

Thamires - 28/8/2015 05:21

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2. Cornelio LF, Ramalho LF. HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA MULHER. 2005;  

3. Da Cruz LMB, Loureiro RP. A comunição na abordagem preventiva do c??ncer do colo do ??tero: Importancia das influncias histirico-culturais e da sexualidade feminina na adeso s campanhas. Saude e Soc. 2008;17(2):120–31.  

4. Albuquerque KM De, Frias PG, Andrade CLT De, Aquino EML, Menezes G, Szwarcwald CL. Cobertura do teste de Papanicolaou e fatores associados à não-realização: um olhar sobre o Programa de Prevenção do Câncer do Colo do Útero em Pernambuco, Brasil. Cad Saude Publica. 2009;25:s301–9.  

5. Lima CA, Palmeira JAV, Cipolotti R. Fatores associados ao câncer do colo uterino em Propriá, Sergipe, Brasil. Cad Saude Publica. 2006;22(10):2151–6.  

6. Cesar J a., Horta BL, Gomes G, Houlthausen RS, Willrich RM, Kaercher A, et al. Fatores associados à não realização de exame citopatológico de colo uterino no extremo Sul do Brasil. Cad Saude Publica. 2003;19(5):1365–72.  

7. Ayres ARG, Silva GAE. Prevalência de infecção do colo do útero pelo HPV no Brasil: revisão sistemática. [Cervical HPV infection in Brazil: systematic review.]. Rev Saude Publica [Internet]. 2010;44(5):963–74. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20877926   8. Leal EAS, Leal Júnior ODS, Guimarães MH, Vitoriano MN, Nascimento TL Do, Costa OLN. Lesões precursoras do câncer de colo em mulheres adolescentes e adultas jovens do município de Rio Branco - Acre. Rev Bras Ginecol e Obs. 2003;25(2):81–6.  

9. Thuler LCS, Mendonça GA. Estadiamento inicial dos casos de câncer de mama e colo do útero em mulheres brasileiras. Rev Bras Ginecol e Obs. 2005;27(11):656–60.  

Referências

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