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Academic year: 2021

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TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA COLEÇÃO DE ALGAS DO HERBÁRIO FMU TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): HUGO LEONARDO MENDONÇA BASCUNAN AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ALLAN CARLOS PSCHEIDT ORIENTADOR(ES):

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1. RESUMO

As algas são organismos simples, talófitos, fotossintetizantes e com morfologia bastante diversa, principalmente no que diz respeito aos seus ciclos de vida. Entre as macroalgas são reconhecidos três grandes grupos: Chlorophyta, Phaeophyceae e Rhodophyta. As macroalgas tem grande importância ecológica, ocorrendo nos mares e oceanos do mundo inteiro, bem como em ambientes dulcíola. Além do seu papel essencial para o equilíbrio dos ecossistemas, essas algas apresentam importância econômica para a indústria alimentícia, farmacêutica e de biotecnologia. Dos muitos herbários que existem, poucos possuem coleções de macroalgas em seu acervo, e por esse motivo, o presente trabalho tem o objetivo de facilitar a organização e a identificação dos espécimes depositados no acervo do herbário da FMU. Este trabalho contribui para o conhecimento dos grupos estudados e na necessidade de organizar e melhorar as coleções didáticas e científicas das macroalgas no Brasil, principalmente servindo de subsidio para o conhecimento das espécies nativas e a sua conservação.

Palavras Chave: Chlorophyta, Phaeophyceae, Rhodophyta, coleção didática, acervo.

2. INTRODUÇÃO

As macroalgas são reconhecidas em meio às Viridófitas por serem organismos talófitos fotossintetizantes, mas que não apresentam diferenciação entre raiz, caule e folha como as embriófitas (LEE, 2008). Para realizar fotossíntese, apresentam em seu cloroplasto o pigmento clorofila A e pigmentos acessórios. O estudo desses pigmentos foi de grande importância na classificação tradicional desses organismos, anteriormente ao advento da biologia molecular. Assim, os talos esverdeados, avermelhados ou acastanhados, são caracteres taxonômicos dos três grandes grupos: Chlorophyta (conhecidas como algas verdes, pelos talos esverdeados), Phaeophyta (conhecidas como algas pardas, pelos talos acastanhados) e Rhodophyta (conhecidas como algas vermelhas, pelos talos avermelhados).

Segundo Forzza (2015), existem 4.747 espécies de algas reconhecidas atualmente para o Brasil. Já Bicudo & Menezes (2010) estimaram em 5.614 o número de espécies para o território brasileiro, distribuídas em 3.689 espécies Epicontinentais e 1.925 espécies marinhas. A imprecisão do levantamento do número de espécies

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demonstra a necessidade de estudos com esses grupos, principalmente adotando novas metodologias e ferramentas de classificação como sequenciamento de DNA nuclear e plastidial.

Para promover o conhecimento dessas espécies e facilitar os estudos, as coleções didáticas são de vital importância para a Ciência e para a sociedade, no que diz respeito da conservação da biodiversidade. Essas coleções são encontradas fixadas em etanol, formaldeído ou herborizadas como parte do acervo de herbários no mundo. No Brasil existem 150 herbários reconhecidos pelo Index Herbariorum, dos quais 125 estão ativos, promovendo o intercâmbio de dados e de espécimes, totalizando aproximadamente 6 milhões de espécimes. Desse total apenas 59 herbários possuem vegetais avasculares, entre quais 45 com briófitas, 38 com fungos e apenas 19 com coleções de algas. Dos 19 herbários com coleções de algas, apenas 11 possuem espécimes de macroalgas (MENEZES et al., 2005). As coleções são fonte de informações importantes da diversidade biológica do país, demonstrando a base do conhecimento científico, do valor histórico e cultural da região, dando aos pesquisadores e à sociedade informações importantíssimas para o conhecimento da biodiversidade, avaliação de impactos ambientais, definição de áreas de preservação e etc. (CHAVAN & KRISHNAN, 2003).

Na indústria as algas são utilizadas como matéria-prima para espessantes, emulsificantes e geleificantes (RAVEN et al., 1996). Algumas espécies são consumidas na alimentação humana in natura ou processadas (JOLY, 1967) e fonte de ficocolóides (devido a presença de algina, agar e carragenana na parede das células). Entre os ficocolóides, o agar é mais utilizado na culinária, mas principalmente na indústria farmacêutica como meio de cultura para crescimento de microorganismos, fabricação de revestimento de cápsulas, de supositórios, constituinte de drogas anti-coagulantes, e até filmes fotográficos (ROCHA et al., 2007). Na biotecnologia as algas são usadas na confecção do gel de agarose utilizado em testes laboratoriais, como a eletroforese, cromatografia, separação de genes ou de fragmentos de genes, insulina recombinante, no estudo do protoplasto vegetal e da regeneração celular e outros diversos testes que são essenciais para resultados de muitas pesquisas (VALENTIN, 2010).

Com a amplitude de espécies presentes no território brasileiro e a necessidade do conhecimento cientifico, é de suma importância o conhecimento das espécies depositadas nas coleções e a organização das informações sobre esses espécimes

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coletados. Deste modo, as coleções biológicas são essenciais para o conhecimento científico (BONALDO, 2006) e o Herbário da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas, São Paulo) visa contribuir para a formação de pesquisadores aptos a reconhecer o valor da biodiversidade.

3. OBJETIVOS

Diante do exposto, o trabalho tem como por objetivos:

 Levantar a diversidade da coleção didática de macroalgas do Herbário FMU;  Classificar, identificar e organizar sistematicamente os espécimes de

macroalgas depositados no acervo do herbário FMU;

 Contribuir com o conhecimento dos espécimes coletados para a base científica da biodiversidade brasileira;

 Contribuir para a formação dos alunos do curso de Ciências Biológicas melhorando ainda mais a qualidade de ensino.

4. METODOLOGIA

Espécimes foram coletados em saídas de campo e expedições ao litoral brasileiro, principalmente na região nordeste e região sudeste do país. Fixados em etanol 70% ou herborizados, segundo metodologia usual, em estufa e depositados na coleção do Herbário da FMU, localizado no Prédio 13 do Complexo Educacional das Faculdades Metropolitanas Unidas, no bairro da Liberdade, São Paulo.

Estes espécimes foram identificados a partir de obras de referências, utilizando-se estereomicroscópio e fotografias de alta resolução. As macroalgas foram cuidadosamente colocadas sobre cartolina branca, para obtermos uma melhor visualização dos espécimes, acompanhada por uma régua de 15 centímetros de alumínio. A identificação das espécies ocorreu de acordo com as características de cada espécime, quais foram colocados em exsicatas e incorporados ao acervo. Salientando que a organização destas exsicatas facilite e ajude os estudos de alunos e professores da FMU e outras instituições, além de facilitar o acesso da sociedade ao conhecimento.

5. DESENVOLVIMENTO

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A utilização de referências foi essencial para a identificação, além das bases de dados eletrônicos AlgaeBase e Tropicos. A descrição dos exemplares foi baseada nos espécimes fixados, com auxílio de estereomicroscópio.

6. RESULTADOS

As algas identificadas representam a ampla diversidade dos três grandes filos que classificam as algas por seus principais pigmentos, onde são nomeados de Chlorophyta que possui, além da clorofila A, xantofila, luteína, zeaxantina, violaxantina e neoxantina como pigmentos acessórios, Rhodophyta que possui por betacarotenos e ficobilinas como pigmentos acessórios e a Phaeophyta que possui betacaroteno, violaxantina, e a fucoxantina como pigmentos acessórios. Foram identificados 14 táxons, listados (tabela 1) e fotografados.

Tabela 1. Táxons identificados no acervo do herbário da FMU. Filo Gênero/espécie Fotografias Chlorophyta Ulva intestinalis Linnaeus 1753:

1163

Ulva intestinalis Linnaeus 1753:

1163

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Ulva sp1.

Ulva sp2.

Caulerpa racemosa J.Agardh 1873: 35-36

Valonia ventricosa J.Agardh 1887: 96

Rhodophyta Amphiroa dilatata. J.V.Lamouroux 1816: 299

Amphiroa sp.

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Halymenia floresii C.Agardh 1817: XIX Gracilaria sp1. Gracilaria sp2. Gracilaria sp3. Gracilaria sp4.

Phaeophyta Padina sp. Adanson,1763: 13, 586.

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Tratamento Taxonômico Chlorophyta:

Caulerpa – Algas deste gênero são verde claras a escura, macias que lembram cachos de uva, possuem ramos cilíndricos equipados por râmulos pedunculados globulosos e peltados (SILVA, 2010). Foram encontrados três exemplares.

Ulva - Algas deste gênero possuem talo laminar distromático de forma expandida ou de fita, possuem crescimento difuso com uma organização parenquimatosa. São organismos diplobionticos com alternância de gerações isomórficas na maioria dos representantes (SILVA, 2010). Foram encontrados quatro exemplares.

Valonia- Algas deste gênero são em sua grande maioria esféricas, com apenas uma célula vesicular. Fixo ao substrato por uma célula rizoidal (SILVA, 2010). Foi encontrado um exemplar.

Sargassum sp2.

Sargassum sp3.

Sargassum sp4.

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Phaeophyta:

Dictyota – Algas em forma de fita, com variação de cor do marrom ao verde. Ramificação em um plano com variação entre os representantes de dicotômica, anisotômica, subdicotômica ou alternada, podendo haver formação de ramos adventícios sendo marginais ou superficiais (SILVA, 2010). Foram encontrados dois exemplares.

Padina – Algas deste gênero possuem talo foliáceo expandido com margens apicais enroladas, amarronzada, com pequenas manchas brancas causadas pela calcificação em algumas espécies. Apressório discoide de filamentos rizoidais agrupados com aparência esponjosa (SILVA, 2010). Foram encontrados dois exemplares.

Sargassum – Algas deste gênero são eretas com ramos principais e laterais, geralmente marrom escuro, filoides que aparentam ás folhas de angiospermas, com detalhe que pouco evidente que se assemelha a uma nervura central (SILVA, 2010). Foram encontrados quatro exemplares.

Rhodophyta:

Amphiroa – Algas deste gênero são fixas por um apressório discóide crostoso, possuem talos intergenículos cilíndricos com alta quantidade de carbonato de cálcio. Geralmente possuem ramificação dicotômica com presença de ramos adventícios (SILVA, 2010). Foram encontrados dois exemplares.

Glacilaria – Algas deste gênero possuem talo por muitas das vezes cartilaginoso, variando para cilíndrico, com vários tipos de ramificação em vários eixos, presas ao substrato por apressórios discóides (SILVA, 2010). Foram encontrados quatro exemplares.

Halymenia – Algas deste gênero possuem talo foliáceo de cor rosa ao vermelho, fixas por apressório discóide. Os ramos são distribuídos pinadamente, onde apresentam ramos pinados (SILVA, 2010). Foram encontrados três exemplares. Pyropia – Algas deste gênero possuem o talo foliáceo possuindo uma ou duas células de espessura com bordas dentadas ou enrugadas, emergindo individualmente do centro discóide. As células basais possuem rizóides (SILVA, 2010). Foi encontrado um exemplar.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A falta de estudos que priorizem as algas faz com que o número de espécies conhecidas seja impreciso. O acervo do herbário da FMU reúne os principais táxons conhecidos pela ciência, visto que as coletas ocorreram em praia e não em alto-mar, e estes táxons, com populações elevadas, facilmente são carregados pelas correntes. É grande a necessidade da identificação dos exemplares de macroalgas dos herbários brasileiros. Isso, além de facilitar o conhecimento e o acesso a ele, melhora a qualidade do ensino nas universidades que desempenham grande papel na formação de profissionais e no acesso da sociedade. A formação de especialistas em macroalgas é essencial para a conservação das espécies e também melhora da qualidade de vida em diversos aspectos, como alimentares, farmacêuticos e ambientais.

Com tudo é de grande importância salientar agradecimentos a FMU pela bolsa de iniciação científica e ao orientador do presente trabalho pela oportunidade e pelo suporte.

8. FONTES CONSULTADAS

BICUDO, C.E.M., & MENEZES, M. Introdução: As algas do Brasil. In: FORZZA, R.C.(Org). Catálogo de plantas e fungos do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. p. 49-60. Vol. 1.

BONALDO, A. B. Nota Técnica. As coleções Biológicas do Museu paraense Emílio Goeldi, 2006.

CHAVAN, V. & KRISHNAN, S. Natural history collections: a call for national information infrastructure. Current Science 84 (1): 34-42, 2003.

FORZZA, R. C. (Org.). Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 25 Mar. 2015

GUIRY, M.D. & GUIRY, G.M. 2015. AlgaeBase. World-wide electronic publication, National University of Ireland, Galway. Dísponivel em: http://www.algaebase.org; Acesso em 26 ago 2015.

JOLY, A. B. Gêneros de algas marinhas da costa Atlântico Latino Americana. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1967.

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LEE, R.E. Phycology - Basic characteristics of the algae. Cambridge University 2008.

MENEZES, M. M., MAIA, L. C., COSTA, D. P. & BICUDO, C. E. M. Coleções de plantas avasculares e fungos como base de conhecimento para a diversidade biológica brasileira: Uma reavaliação. CRIA. 2005, Disponível em: <www.cria.org.br/cgee/col>. Acesso 10 mar. 2015.

RAVEN, P. H., EVERT, R. F. & EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 5. ed. Editora Guanabara, 1996.

ROCHA, D. R, PEREIRA, R. C, KEPLAN, M. A. C & TEIXEIRA, V.L. Produtos naturais de algas marinhas e seus potenciais antioxidantes. Revista brasileira de farmacognosia 17(4): 631-639, 2007.

SILVA, I. B. Algas marinhas bentônicas dos recifes e ambientes adjacentes de Maracajaú, APA dos Recifes de Corais, RN, Brasil. 2010. S586a. Tese (Doutorado em Biodiversidade vegetal e Meio Ambiente). Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo, 2010.

VALENTIN, Y. Y. Macroalgas marinhas e biotecnologia, companheiras inseparáveis. In: Reunião Anual da SBPC, 2010, Natal. Anais... Natal, 2010

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