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Academic year: 2021

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TÍTULO: EFEITO DO TREINAMENTO DE KARATE NA FLEXIBILIDADE DE MEMBROS INFERIORES TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE JUNDIAÍ INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): MARCOS OTAVIO DE MATOS AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARCELO CONTE ORIENTADOR(ES):

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EFEITO DO TREINAMENTO DE KARATE NA FLEXIBILIDADE DE MEMBROS INFERIORES

1. RESUMO

Introdução: Cada vez mais as artes marciais são procuradas pela população com o objetivo de aprimorar o vigor físico através da melhora de diferentes capacidades motoras. Nesse contexto, a flexibilidade se destaca como componente fundamental para autonomia diária ou aumento da performance esportiva. Objetivo: Verificar a influência de exercícios adicionais de flexibilidade no treinamento de karatê na amplitude articular dos membros inferiores em jovens praticantes da modalidade. Método: Foram avaliados 10 praticantes (faixa etária de 11 a 14 anos) de Karate Shotokan do sexo masculino. Após realização de avaliação da flexibilidade da articulação coxo-femoral no plano sagital, utilizando tanto a fleximetria quanto o Protocolo Banco de Wells, os praticantes do grupo experimental foram submetidos a 22 sessões de exercícios de flexibilidade após treinos regulares de Karate, enquanto os praticantes do grupo controle fizeram apenas os treinos de Karate. Após esse período, foi realizada mais uma avaliação seguindo o padrão da primeira. Resultados: Foi possível observar, através da análise das médias, que, no grupo experimental, houve aumento nas três variáveis analisadas: Angulação da Perna Direita (Δ%=18,73%), Angulação da Perna Esquerda (Δ%=9,06%) e Banco de Wells (Δ%=12,63%). Já no grupo controle, duas das variáveis sofreram redução, ou seja, Angulação da Perna Direita (Δ% = - 1,93%) e Banco de Wells (Δ% = - 7,00%), foi observado aumento apenas em uma: Angulação da Perna Esquerda (Δ% = 0,60%) Conclusão: Pode-se concluir que o treinamento adicional de flexibilidade, mesmo por um período reduzido de tempo, contribui na melhora da respectiva capacidade física.

2. INTRODUÇÃO

Cada vez mais as modalidades esportivas são procuradas por pessoas com o objetivo de se manterem ativas e explorarem ao máximo a plenitude de suas capacidades físicas, a fim de melhorarem sua estética e facilitar a execução de tarefas rotineiras.

Soares et al. (2005) diz que, apesar ser muito importante para a realização de movimentos, o quesito flexibilidade nem sempre é tratado com a atenção com que deve. Tubino (2003 apud Soares, 2005, p. 247) ainda acresce “que

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a identificação das qualidades físicas dos esportes deve ser compreendida como passo fundamental para a eficácia da preparação física”.

Existem diversas maneiras (geralmente similares) de conceituar "flexibilidade" no âmbito corporal. Uma delas define flexibilidade como "intervenção que aplica tensão aos tecidos moles, induz o aumento na extensibilidade destes tecidos, sendo amplamente administrado para aumentar a mobilidade articular" (Harvey et al, 2002 apud Fernandes et al., 2002, pag. 69). Ainda segundo McGinnis (2002, apud Fernandes et al, 2002, pag. 70), "A flexibilidade articular refere-se à amplitude do movimento nos planos em que ela é projetada para mover-se".

Neto (2011) salienta que a peculiaridade dos exercícios e técnicas do Karatê são elementos vitais para a manutenção e melhora das características saudáveis do um indivíduo, onde podemos listar componentes como: força muscular, resistência aeróbica, conservação das articulações e, claro, flexibilidade. Um estudo de Coelho e Araújo (2000) registrou, após rotina de exercícios específicos de flexibilidade por 3 a 18 meses (diferentes amostras), aumento de 38% na facilidade de execução de 11 atividades rotineiras, entre elas: subir e descer escadas, caminhar, levantar da cama, alcançar objetos altos, entre outros. Segal, Hein e Basford (2004), ao analisarem indivíduos praticantes de Pilates, constataram alterações graduais significativas em indivíduos testados durante 2, 4 e 6 meses respectivamente.

Ainda segundo Carvalho et al. (1998) restrições articulares causadas por pouca flexibilidade geram movimentos de execução dificultada e com gasto de energia maior, características pouco desejadas em um treinamento de artes marciais. Um estudo de Dadebo, White e George (2004) aponta ainda que a associação de técnicas estáticas e dinâmicas de treinamento de flexibilidade sinalizam estar envolvidas na prevenção de lesões femorais.

Sasaki (1991) lista alguns benefícios da prática correta da modalidade: Manutenção da saúde e fortalecimento físico, incentivo ao aperfeiçoamento pessoal no sentido de tentar vencer os próprios limites, empenho e dedicação através de uso

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Apesar de a modalidade atrair um grande número de praticantes ao redor do mundo, ainda existem poucos estudos e literatura a respeito da mesma, número que se reduz ainda mais quando se trata especificamente do tema trabalhado nesse artigo.

O treino “padrão” de karatê usualmente é dividido em algumas partes, tais como:

1) Alongamento e aquecimento;

Nessa fase ocorre uma preparação do organismo para a realização de uma atividade física. São feitos exercícios de exploração de amplitude articular (flexões, extensões e rotações de articulações esferoides, extensão e flexão cárpica, extensão e rotação társica, movimentos de abdução extensão e flexão com os músculos do pescoço, entre outros exercícios simples), além de atividade aeróbica moderada para adaptação corporal.

2) Prática de fundamentos (chamado “kihon”);

Prática dos fundamentos técnicos da modalidade, como socos, chutes, quedas, cotoveladas e joelhadas, geralmente executados no ar ou com auxílio de um implemento artificial, como listas de borracha, sacos de areia e elásticos.

3) Prática de uma apresentação de luta com golpes pré-determinados (chamado “kata”);

Aplicação dos fundamentos aprendidos, onde se procura estabelecer uma conexão fluente entre os mesmos. Os movimentos são pré-determinados desde os primórdios da prática e são repassados em forma de tradição.

4) Prática de luta (chamado “kumite”);

Prática da luta em si. Pode ter seus elementos combinados previamente ou não, ficando a critério do professor responsável decidir quanto a melhor forma de se conduzir de acordo com sua turma.

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5) Relaxamento.

Atividades leves que envolvem controle de respiração e também descontração muscular, visando readaptar o corpo para a volta da normalidade pré-treino.

3. OBJETIVOS

Verificar a influência de exercícios simples de flexibilidade contidos no treinamento de karatê na melhora da amplitude articular dos membros inferiores em jovens praticantes da modalidade.

4. METODOLOGIA

Foram estudados 10 voluntários, amostra por acessibilidade, selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão:

1) Praticantes do sexo masculino; 2) Da modalidade Karatê Shotokan; 3) Na faixa etária entre 11 e 14 anos,

4) Que praticam a modalidade num período entre seis meses e cinco anos.

Foram excluídos indivíduos que apresentarem lesões em ossos, músculos, tendões e ligamentos nos últimos três meses. Os indivíduos foram separados em “grupo experimental” e “grupo controle”, contendo, respectivamente, 5 integrantes em cada.

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5. DESENVOLVIMENTO

Procedimentos experimentais Coleta dos dados

Foram feitos exercícios e coleta dos dados imediatamente após o término do treino, que tem duração de uma hora, acontecendo das 17h25 as 18h25. As coletas serão realizadas antes do início do experimento e após o término do período de três meses.

Exercícios realizados

Os voluntários foram submetidos a programa de treinamento especifico de flexibilidade concomitante ao treinamento convencional de Karate. As variáveis analisadas de flexibilidade foram mensuradas antes do inicio do treinamento e após sua finalização (que teve período de três meses).

Sessões de exercícios de alongamento que seguiram as recomendações do A.C.S.M. (2011), e realizados após um treino de uma hora de karatê, sendo usualmente com três séries de 30 segundos cada, além de 15 segundos de pausa entre cada série.

- Afastamento lateral (abdução) das pernas com flexão de tronco (em pé);

- Afastamento lateral (abdução) das pernas com flexão de tronco (sentado);

- Afastamento lateral (abdução) das pernas com flexão lateral do tronco (sentado) (30 segundos de cada lado, sem pausa).

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- Flexão coxo-femural assistida: Com auxílio de outro participante, o voluntário estará deitado em decúbito dorsal no solo, e fará flexão coxo-femural em uma das pernas. O voluntário auxiliar se certificará que o executor não tirará a perna que não está sendo exercitada do chão, e ainda zelará para que a perna que está sendo alongada permaneça assim até o fim do exercício. Executado durante 30 segundos para cada perna e, depois da realização, os voluntários se “alternarão” (ou seja, quem estava executando vai auxiliar e vice-versa), durante três séries.

Avaliações

- Banco de Wells, cujo “ponto zero” (ponto em que o avaliado encosta os pés no banco) corresponde a 23 cm. Foi utilizado um Banco produzido artesanalmente;

- Fleximetria: o avaliado repousa deitado em decúbito dorsal, com as pernas relaxadas sobre o solo. O movimento mensurado foi o de flexão coxofemoral no plano sagital. Foi utilizado o flexímetro Flexys Pró® da ICP.

Os pais de todos os indivíduos, além dos mesmos, foram informados sobre os objetivos da pesquisa, bem como os métodos aplicados, de acordo com a resolução 196/96 das condutas de pesquisa envolvendo seres humanos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996) e o projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola Superior de Educação Física de Jundiaí.

Procedimentos Estatísticos

Como procedimentos estatísticos os dados foram analisados descritivamente (média, desvio-padrão), analisando e cruzando diferentes variáveis intra e intergrupos.

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6. RESULTADOS

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisarmos os resultados obtidos, podemos constatar que, no grupo experimental, todas as médias das variáveis sofreram aumento (ainda que agudo). Alguns voluntários apresentaram diminuição em alguns índices, o que, todavia, não prejudicou o resultado geral do grupo.

No grupo controle, tivemos aumento de apenas uma variável, enquanto duas delas decaíram, resultado talvez previsto para o grupo. Pudemos observar que alguns deles apresentaram, individualmente, resultados que opunham a média. Nesse caso, além das variáveis genéticas, pode-se atribuir (principalmente aos que

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apresentaram aumento nas variáveis) ao fato de que as medições iniciais foram feitas em período “pós-férias” (início das atividades escolares) e as finais em período “pré-férias” (fim das atividades escolares e proximidade de um período competitivo). O período também pode justificar um aumento da angulação de perna esquerda, uma vez que a grande maioria dos voluntários são destros, então pouco necessitam da mesma para atividades rotineiras, mas muito para a prática e aperfeiçoamento técnico para a modalidade Karatê especificamente.

Os resultados obtidos nas avaliações comparativas apontam que, mesmo em curto prazo, o treinamento específico de flexibilidade pode ser benéfico, ainda que de forma discreta, para o aumento da mesma, uma vez que fica claro a diferença entre os dois grupos.

Apesar de o trabalho ter resultado em números próximos de sustentar a hipótese levantada, o baixo número de voluntários, o curto período do experimento e a baixa significância (p>0,05, segundo teste t de Student) deflagram que mais estudos são necessários antes de podermos considerar isso um fato científico.

8. FONTES CONSULTADAS

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Quantity and Quality of Exercise

for Developing and Maintaining Cardiorespiratory, Musculoskeletal, and Neuromotor Fitness in Apparently Healthy Adults: Guidance for Prescribing Exercise. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 43, n. 7, p.1334-1359, 2011. CARVALHO, A.C.G. et al. Relação entre flexibilidade e força muscular em adultos jovens de ambos os sexos. Rev. Bras. Med. Esporte. Vol. 4, nº 1, p. 2, 1998.

COELHO, C.W; ARAÚJO, C.G.S.; Relação entre aumento da flexibilidade e facilitações na execução de ações cotidianas em adultos participantes De programa de exercício supervisionado. Revista Brasileira de Cineantropometria &

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DADEBO, B.; WHITE, J.; GEORGE, K.P.; A survey of flexibility training protocols and hamstring strains in professional football clubs in England; British Journal of Sports

Medicine. Volume 38, Issue 4, pp. 388-394, 2004.

FERNANDES, André; MARINHO, Adriana; VOIGT, Lú; VICENTE, Lima;

Cinesiologia do Alongamento. 2ª edição, Rio de Janeiro: Sprint,2002.

MINISTÉRIO DA SAÚDE/FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE. Informe Epidemiológico do SUS. Suplemento 3, ano V, n. 2, abril a junho, 1996.

NETO, V. R. S. Os benefícios da prática do Karatê na vida dos idosos. Educação

Física em Revista. Vol. 5, nº1, p. 4, 2011.

SASAKI,Y. Karatê. São Paulo: Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo, pp. 14-16, 1991.

SEGAL, N.A.; HEIN, J.; BASFORD, J.R.; The effects of pilates training on flexibility and body composition: An observational study. Archives of Physical Medicine and

Rehabilitation. Vol. 85, Issue 12, pp. 1977 - 1981, 2004.

SOARES, W.D. et al. Determinação dos níveis de flexibilidade em atletas de karatê e jiu-jitsu. Motricidade. Vol. 1, nº 4, p. 247, 2005.

Referências

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