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DA BLOCKCHAIN NO OFICIAL DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS

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Ano 7 (2021), nº 3, 401-425

CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS

Carla Bertoncini

1

Francis Pignatti do Nascimento

2

Matheus Dias Tavares

3

Resumo: O presente artigo versa sobre a relação da tecnologia blockchain com o Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais (cartório da cidadania) a fim de saber se esta nova tecnologia contribui com a concretização da cidadania em território brasi-leiro. Através do método de abordagem hipotético-dedutivo, de procedimental explicativo e da técnica de pesquisa bibliográ-fica-documental, objetiva-se: primeiramente, conhecer o blockchain. Em seguida, analisar esta tecnologia no Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais com foco na publicidade dos atos estatais. Discorrer como a referida inovação tecnológica pode contribuir para a efetivação da cidadania, haja vista que o Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais é um serviço

1 Doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (subárea de concentração Direito Civil) - PUC (2011). Mestre em Direito pela Instituição Toledo de Ensino - ITE (2001). Bacharel em Direito pela Instituição Toledo de Ensino - ITE (1992). Advogada. Professora adjunta do curso de Pós-graduação stricto sensu (Mes-trado/Doutorado) e do curso de graduação da Faculdade de Direito do Centro de Ci-ências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP e da UNI/FIO.

2 Tabelião de Notas e Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais no Estado de São Paulo. Possui graduação em Direito pelo Centro Universitário do Triângulo Mi-neiro na cidade de Uberlândia - Estado de Minas Gerais no ano de (2003). Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) Jacarezi-nho - Estado do Paraná no ano de (2018). Doutorando atualmente em Ciências Jurídi-cas pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) Jacarezinho - Estado do Paraná no ano de (2020).

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público prestado pelos Oficiais de Registro, profissionais do Di-reito dotados de fé pública, que exercem essa atividade em cará-ter privado por delegação do Poder Público (art. 236 da Consti-tuição Federal) após aprovação em concurso público de provas e títulos, cujos serviços estão sujeitos à permanente fiscalização do Poder Judiciário (art.236 da Constituição Federal), compe-tente para a aplicação de penas pela violação dos deveres legais impostos a esses profissionais.

Palavras-Chave: blockchain, Oficial do Registro Civil das Pes-soas Naturais, nova tecnologia.

INTRODUÇÃO

o mundo atual as novas tecnologias contribuem com as facilidades possibilitadas pelo desenvolvi-mento tecnológico. Serviços que antes dependiam de grande esforço, agora podem ser muito bem executadas com um simples clique. Esse pro-gresso deve ser reconhecido como promotora de benefícios bas-tante significativos para todos nós. Os Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais são incumbidos da prática dos atos de re-gistro de nascimento, adoção, casamento civil, conversão de união estável em casamento, casamento religioso com efeitos ci-vis, óbito e natimorto, além de averbações, anotações e expedi-ção de certidões. Os Oficiais de Registro Civil das Pessoas Na-turais do Estado de São Paulo também têm competência para os atos notariais de reconhecimento de firma, autenticação de cópia e lavratura de procurações (Lei Federal 8.935/1994, artigo 52, e Lei Estadual 4.225/1984) (BRASIL, 1994; SÃO PAULO, 1984), exceto para as delegações acumuladas com o Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica.

O Blockchain é um banco de dados distribuído que man-tém uma lista continuamente crescente de registros de dados,

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dificultando a manipulação e revisão. Literalmente, a palavra “blockchain” significa “cadeia de blocos” e é uma tecnologia para uma nova geração de aplicações transacionais que estabe-lece confiança, prestação de contas e transparência enquanto simplifica de forma eficiente os processos de negócio. Quem não deseja ter menos trabalho para realizar determinadas atividades? Essa é a proposta do blockchain, um sistema que pretende revo-lucionar os serviços que envolvem essa proposta, como bancos, empresas de pequeno, médio e grande porte, e os cartórios. É uma plataforma que permite realizar serviços cartorários em am-biente virtual, no qual todas as transações são validadas e regis-tradas em uma blockchain, formada por diversos cartórios bra-sileiros.

O Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais é a prin-cipal instituição no que tange a garantia de veracidade e confia-bilidade no que é informado, por meio dos documentos que são obtidos no local. Se você realiza qualquer tipo de serviço no car-tório, seja ele registro de nascimento, emissão de compra e venda de imóvel, troca de ações, dentre outros, haverá uma con-fiança naquilo que está informado. Ao ser realizado em blocos, as assinaturas que garantem a veracidade nos cartórios são subs-tituídas pela “corrente” que é formada, a união das informações por meio da união de blocos “o blockchain” garantirá um modo mais fácil de obter os dados que antes demandariam tempo em um cartório. Um teste realizado no Brasil resultou no primeiro registro de bebê de forma digital. Uma criança nascida em 8 de julho teve sua certidão emitida pela rede Notary Ledgers, usando tecnologia blockchain da IBM (International Business Machi-nes). Para que tudo seja oficial, a empresa fez uma parceria com o 5º Registro Civil de Pessoas Naturais da Cidade do Rio de Ja-neiro e o hospital onde o parto foi realizado, a Casa de Saúde São José, no caso. O teste piloto foi realizado durante três dias, e a ferramenta demora, no máximo, 15 minutos para emitir a certidão, de acordo com o CEO da Growth Tech.

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DO OFICIAL DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATU-RAIS: VETOR DE CONCRETIZAÇÃO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NO SÉCULO XXI

Direitos da personalidade dizem-se as faculdades jurídicas cujo objeto são diversos aspectos da própria pessoa do sujeito, bem assim da sua projeção essencial no mundo exterior (FRANÇA, 1996, p. 1033).

Os direitos da personalidade são aqueles inerentes à pes-soa e à sua dignidade (TARTUCE, 2020, p. 83). Longe de con-figurarem-se vazio sofisma jurídico, os direitos da personalidade cristalizam o propósito maior do Estado Democrático de Direito - não à toa a dignidade da pessoa humana é pedra basilar sobre a qual se erige a República Federativa do Brasil.

Embora conceitos distintos, direitos da personalidade e dignidade da pessoa humana são temas conexos e interdepen-dentes. É dizer, enquanto os primeiros definem-se como direitos subjetivos “que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais” (GAGLI-ANO; PAMPLONA FILHO, 2005, p. 150), a dignidade da pes-soa humana, a seu turno, é princípio medular do arcabouço jurí-dico, o qual configura “verdadeira cláusula geral de tutela e pro-moção da pessoa humana, tomada como valor máximo pelo or-denamento” (TEPEDINO, 2014, p. 50).

A despeito da carência de uma definição una na doutrina pátria, a dignidade da pessoa humana revela-se um norte a ser perseguido por todos os partícipes das relações jurídico-sociais. Mais do que mero artifício hermenêutico, a dignidade da pessoa humana é primado que inunda todos os aspectos da vida em so-ciedade e elege o ser humano como centro gravitacional do Di-reito.

De tal sorte, não seria equivocado afirmar que a digni-dade da pessoa humana é fim, sendo os direitos da personalidigni-dade

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o meio. Consoante a tal entendimento, a IV Jornada de Direito Civil aprovou o Enunciado n. 274 do CJF/STJ, o qual dispõe:

Os direitos da personalidade, regulados de maneira não exaus-tiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tu-tela da pessoa humana, contida no art. 1º, III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação (BRASIL, 2006).

Do excerto, dentre demais elucidações, infere-se serem os direitos da personalidade uma das instrumentalizações do próprio princípio da dignidade da pessoa humana - ferramentas pelas quais esta se concretiza no plano fático. Mais do que isso, o enunciado revela importante acepção quanto a tais direitos: suas tipificações são meramente exemplificativas.

Ainda que numerus apertus, é indispensável trazer à baila melhor categorização de tais direitos. Como leciona Diniz (2020, p. 142), são direitos da personalidade a integridade física, o direito a alimentos, liberdade de pensamento, honra, recato, segredo pessoal, imagem, identidade pessoal, familiar e social, dentre tantos outros. Nota-se, portanto, que são direitos dispos-tos em diferentes diplomas legais, seja o Código Civil, seja a Constituição Federal. Indisponíveis, imprescritíveis e absolutos, os direitos da personalidade impõem-se como verdadeira “espi-nha dorsal da ordem privada” (BITTAR, 2015, p. 73).

É imperioso ressaltar, contudo, que direitos da persona-lidade não se confundem com direitos da pessoa, também ditos direitos pessoais. Designados desde os tempos antigos, referidos direitos visam à "qualificação jurídica da pessoa, resultante das diferentes posições que ocupa na sociedade, hábeis a produzir diferentes conseqüências (...) é a posição jurídica da pessoa no meio social" (ROSENVALD; FARIAS, 2014, p. 336). Em ou-tras palavras, os direitos pessoais definem aquilo que se distin-gue como o estado civil da pessoa natural (CASSETTARI, 2018, p. 50).

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verificam-se três estados básicos a compor conjuntamente o es-tado civil da pessoa natural, quais sejam: i) o eses-tado político; b) o estado individual e c) o estado familiar. Concepção contempo-rânea que encontra ecos no direito romano (respectivamente, i)

status libertatis; ii) status civitatis; iii) status familiae), o estado

civil, lato sensu, é ficção jurídica indispensável à individualiza-ção da pessoa humana diante do corpo social, fato que lhe con-cede direitos e deveres, permitindo, pois, o regular exercício do Direito na sociedade.

Como qualificação inerente ao estado político, destaca-se a nacionalidade fielmente consagrado na Constituição Federal brasileira de 1988 (BRASIL, 1988), e, a partir desta, suas distin-tas implicações jurídicas, a exemplo dos diferentes direitos de que gozam os estrangeiros, os brasileiros natos e os naturaliza-dos. Quanto ao estado individual, destacam-se a categorização do sexo, da idade e, sobretudo, da capacidade (de fato) do indi-víduo, pressupostos determinantes das possibilidades de ação do homem, enquanto ser social. Já no tocante ao estado familiar, ganham relevo as relações de parentesco, bem como a situação conjugal dos indivíduos, condicionantes pertinentes a questões pessoais e patrimoniais, que ganham corpo na atuação dos Ofi-ciais do Registro Civil das Pessoas Naturais.

Assim sendo, extrai-se que a concretização do “su-praprincípio da dignidade da pessoa humana” (RIZZATTO NU-NES, 2002, p. 52) relaciona-se com a capacidade do ordena-mento em organizar também os direitos pessoais. A interdepen-dência visceral de tais direitos com os direitos da personalidade, a despeito da supracitada divergência conceitual entre eles, con-verge, assim, para uma correlação comum desempenhada no Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais.

No mundo atual, em que tudo é registrado, nada se faz na vida social sem que se tenha o nome assentado nas serventias extrajudiciais para a promoção do Registro de Pessoas Naturais, sendo o ponto inicial para a plena identificação civil. A Função

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Social dos Registros Civis ganha relevo na medida em que estes são necessários para o alcance de certos efeitos jurídicos com reflexos na cidadania. Somente o “registro” tem os meios hábeis a provar o estado do indivíduo, fixando de modo seguro os atos relevantes da vida humana, cuja conservação pública interessa inclusive a terceiros.

Nesse cenário, faz jus salientar que, em 10 de abril de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela constitucionali-dade da criação dos Ofícios da Cidadania. A decisão se deu no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5855 que contestava a possibilidade dos Cartórios de Registro Civil pres-tarem serviços por meio de convênios com órgãos públicos, con-forme previsto na Lei Federal nº 13.484/2017 e no Provimento n. 66/2018, da Corregedoria Nacional de Justiça. Com a medida, os RCPNs ganham ainda mais relevância no dia-a-dia dos brasi-leiros, passando, por exemplo, a poder emitir RG, CPF e CTPS dentro dos limites impostos pelas normativas e regulamentações existentes e em curso (STF – ADI n. 5855, Relator: Min. Ale-xandre de Moraes, Data de Julgamento: 10/04/2019; BRASIL, 2017; BRASIL, 2018).

DO OFICIAL DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATU-RAIS

A tarefa do Oficial do Registro Civil das Pessoas Natu-rais não é exclusividade do mundo contemporâneo. Sem incorrer em falsos anacronismos, Lopes (1997, p. 24) revela que as ori-gens da instituição podem ser traçadas até os longínquos tempos em que vigorava o Direito Justiniano, época em que os registros resumiam-se à simples comprovação das relações conjugais.

Foi na Idade Média, contudo, que o instituto passou a ga-nhar forma, cunhando muitas das feições que ainda hoje carac-terizam o que se conhece como o Registro Civil das Pessoas Na-turais (LOPES, 1997, p. 24), tais como a obrigatoriedade dos

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registros de nascimento, casamento e óbito.

Implantado no Brasil pelos colonizadores portugueses e oficializado à época do Império, o ofício vem sendo alvo de constantes modificações, evoluindo, finalmente, para a amál-gama de funções que exerce nos dias de hoje. A estrutura atual, cumpre ressaltar, erige-se, sobretudo, a partir da Lei n. 6.015, de 31 de novembro de 1973, com alterações determinadas pela Lei n. 6.140 de 28 de novembro de 1974 e Lei n. 6.216, de 30 de junho de 1975 (BRASIL, 1973; BRASIL, 1974; BRASIL, 1975).

Em tempos que dados pessoais despontam como a

com-modity mais valiosa (THE ECONOMIST, 2017, online), objeto

de disputa entre multinacionais, Estados e organizações interna-cionais, os Ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais reser-vam-se como verdadeiros repositórios das informações concer-nentes ao estado civil da pessoa humana. Ainda assim, não rara-mente, a atividade do Oficial do Registro Civil das Pessoas Na-turais é negligenciada pela população em geral, esquivando-se do fato de que esta é mecanismo imprescindível para o regular exercício da cidadania no Brasil (PEDROSO; LAMA-NAUSKAS, 2014, p. 45).

Mais do que simples compêndio de acontecimentos da vida dos indivíduos, os Ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais da República Federativa do Brasil podem ser conside-rados “uma base de dados viva”, cujo conteúdo faz revelar o

nascimento e fim de direitos e deveres do povo brasileiro.

Mediante a emissão de certidões, tais ofícios revestem de fé-pública os dados mantidos sob sua responsabilidade, confe-rindo segurança jurídica às relações humanas, ao passo que pro-vam o status do indivíduo perante a sociedade (PEDROSO; LA-MANAUSKAS, 2014, p. 45). São nascimentos, emancipações, reconhecimentos de paternidades, casamentos, divórcios, decla-rações de ausência, opção de nacionalidade, interdições e óbitos exemplos clássicos de registros, averbações, anotações

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desempenhados pelos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Na-turais. Tal complexidade, relevância e amplitude da temática fez surgir uma disciplina jurídica autônoma: o Direito Registral (LOUREIRO, 2019, p. 47).

Embora recorra amplamente ao diálogo das fontes, be-bendo dos mais variados mananciais do Direito - sejam do di-reito privado, sejam do didi-reito público, o Didi-reito Registral apre-senta características próprias que devem ser observadas para a melhor compreensão dos bens jurídicos por ele tutelados, bem como de seus respectivos procedimentos.

Ancorada no artigo 236 da Constituição Federal de 1988, o qual dispõe “Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público” (BRASIL, 1988), a atividade registral tem como escopo conceder cognos-cibilidade a determinados fatos e situações jurídicas a todos os membros de uma comunidade a fim de evitar o surgimento de conflitos (LOUREIRO, 2019, p. 47). É dizer, apesar de efeitos terceiros, a finalidade precípua do instituto é dotar de segurança jurídica os dados sob sua guarda. Como bem explica Loureiro (2019, p. 47): “A possibilidade de conhecer a verdadeira situa-ção jurídica de pessoas e coisas constitui elementos essencial à confiança no estabelecimento de relações jurídicas e, conse-qüentemente, segurança jurídica e paz social”.

No Brasil, como se infere do citado art. 236 CF/88, o constituinte decidiu por manter o exercício de tais atividades nas mãos de particulares (BRASIL, 1988). A escolha do Poder Ori-ginário cristaliza o caráter suis generis dos Registros Públicos: são de titularidade do Estado, mas exercidos por particulares em colaboração com o ente estatal, sem, contudo, fazer parte do qua-dro do funcionalismo público (GENTIL, 2020, p. 01).

Em sede de controle concentrado de constitucionalidade, o Ministro Relator Ayres Britto, na ADI 2.415, leciona:

Regime jurídico dos servidores notariais e de registro. Trata-se de atividades jurídicas que são próprias do Estado, porém exer-cidas por particulares mediante delegação. Exerexer-cidas ou

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traspassadas, mas não por conduto da concessão ou da permis-são (...). A delegação que lhes timbra a funcionalidade não se traduz, por nenhuma forma, em cláusulas contratuais. [...] As serventias extrajudiciais se compõem de um feixe de

compe-tências públicas, embora exercidas em regime de delegação a pessoa privada. Competências que fazem de tais serventias

uma instância de formalização de atos de criação, preservação, modificação, transformação e extinção de direitos e obrigações (STF – ADI n. 2415, Relator: Min. Ayres Britto, Data de Jul-gamento: 22/09/2011 – grifo nosso).

No tocante à natureza jurídica da atividade, sua qualifi-cação como serviço público é controversa. Não obstante, o STF tem firmado o entendimento de que, guardadas as muitas pecu-liaridades, a atividade registral é, sim, serviço público. Na ADI 2.602-0, o Ministro Relator Eros Grau assim os define: “Os ser-viços de registros públicos, cartorários e notariais são exercidos em caráter privado por delegação do poder público – serviço pú-blico não privativo” (STJ – ADI n. 2.602-0, Relator: Min. Eros Grau, Data de Julgamento: 24/11/2005).

De tal sorte, embora haja controvérsias doutrinárias em relação à temática, o Supremo Tribunal Federal, por meio da ADI 1.378 (STJ – ADI n. 1.378, Relator: Min. Celso de Mello, Data de Julgamento: 30/11/1995)4, de relatoria do Ministro Celso de Mello, repisou o entendimento de que, dada a sua na-tureza estatal, a atividade registral sujeita-se ao regime do direito público. O que não faz dos Oficiais de Registro, contudo, titula-res de cargos públicos - o que não os permite gozar, pois, das singularidades de que dispõem os servidores públicos.

A definição da atividade registral como serviço público

4“A atividade notarial e registral, ainda que executada no âmbito de serventias extra-judiciais não oficializadas, constitui, em decorrência de sua própria natureza, função revestida de estatalidade, sujeitando-se, por isso mesmo, a um regime estrito de direito público. A possibilidade constitucional de a execução dos serviços notariais e de re-gistro ser efetivada "em caráter privado, por delegação do poder público" (CF, art. 236), não descaracteriza a natureza essencialmente estatal dessas atividades de índole administrativa” (STJ – ADI n. 1.378, Relator: Min. Celso de Mello, Data de Julga-mento: 30/11/1995).

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tem implicações práticas que extravasam o plano da discussão meramente jurídica. Sua caracterização como tal faz por subsu-mir seu exercício aos princípios da Administração Pública, se-jam aqueles expressos no art. 37 do texto constitucional, sese-jam aqueles implícitos na Doutrina ou em outros dispositivos legais. Nesse sentido, faz-se oportuno trazer conceituação de serviços públicos, assim definidos por Di Pietro (2008, p. 24): “Serviço público é toda atividade que a Administração Pública executa, direta ou indiretamente, para satisfazer à necessidade coletiva, sob regime jurídico predominantemente público”.

A conceituação defendida pela professora paulista coa-duna-se à atividade registral, vez que se trata de função estatal delegada a pessoas físicas mediante concurso público de provas e títulos. De todo modo, as particularidades do serviço vão além de sua caracterização como público ou não. Por força do dis-posto no art. 236, §1º, CF/88, os serviços de registro ainda guar-dam outras características de distinção: submetem-se à fiscaliza-ção do Poder Judiciário e não do Poder Executivo (STF – ADI n. 2415, Relator: Min. Ayres Britto, Data de Julgamento: 22/09/2011 – grifo nosso).

Assim sendo, conquanto a Carta da República reserve à União competência privativa para legislar sobre registros públi-cos - art. 22, XXV, CF/88, o dever de fiscalização do Poder Ju-diciário faz surgir discrepâncias na aplicação do Direito Regis-tral pelos diferentes estados da Federação (BRASIL, 1988). Isso porque, em virtude das diferentes leis de organização judiciária em vigência no país, órgãos do Judiciário fazem emanar varia-das, e vezes diferentes, normas concernentes à atuação das ser-ventias extrajudiciais, dentre elas, o Registro Civil das Pessoas Naturais.

Para aclarar melhor a matéria, é preciso referenciar o art. 103-B, §4º, III da Constituição Federal, incluído pela Emenda Constitucional 45/2004 (BRASIL, 2004), e posteriormente mo-dificado pela recente EC nº 103, de 2019 (BRASIL, 2019). A

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instituição do Conselho Nacional de Justiça, por meio da refe-rida EC nº 45, acabou por submeter as serventias extrajudiciais sob as guardas da Corregedoria Nacional de Justiça, como se de-preende do art. 8º, X de seu Regimento Interno (BRASIL, 2009).

Segundo tal dispositivo, é dever do Corregedor Nacional de Justiça, ipsis litteris:

(...) X - expedir Recomendações, Provimentos, Instruções, Ori-entações e outros atos normativos destinados ao aperfeiçoa-mento das atividades dos órgãos do Poder Judiciário e de seus serviços auxiliares e dos serviços notariais e de registro, bem como dos demais órgãos correcionais, sobre matéria relacio-nada com a competência da Corregedoria Nacional de Justiça (BRASIL, 2009 – grifo nosso).

Nesse cenário, por força constitucional, em razão da or-ganização da Justiça Comum estadual, as serventias extrajudici-ais subordinam-se às normas expedidas pelas Corregedorias Ge-rais da Justiça dos diferentes Tribunais a que estão adstritas, bem como à Corregedoria Nacional de Justiça, competindo a esta a palavra final. Ressalva-se, porém, que o presente trabalho limi-tar-se-á às normas expedidas no âmbito do CNJ, não adentrando no mérito das normas emitidas pelas Corregedorias estaduais, as quais não dizem respeito a todos os Oficiais do Registro Civil das Pessoas Naturais do país.

Não obstante as normas expedidas pela Corregedoria Na-cional de Justiça sejam de extrema relevância, o regime legal aplicável aos registros públicos não se limita ao artigo 236 da Constituição Federal, ou aos provimentos do CNJ. Conexa a le-gislações esparsas, a atividade de registro encontra especial am-paro no Código Civil e, sobretudo, na supracitada lei de Regis-tros Públicos (Lei n. 6.015/73) (BRASIL, 1973) e na Lei dos Notários e Registradores (Lei n. 8.935/94) (BRASIL, 1994), as quais delineiam muito da razão de ser dos ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais.

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Kant dizia que a história é um progresso sem fim; acrescente-mos que é também um progresso sem fim das técnicas. A cada evolução técnica, uma nova etapa histórica se torna possível (SANTOS, 2013, p. 24).

Marcado pela constante revolução tecnológica, pelo ex-ponencial desenvolvimento dos meios de comunicação e marca-damente pela dependência do ambiente virtual, o desabrochar do século XXI revela um aparente paradoxo aos Registros Civis das Pessoas Naturais. Num mundo em que nada é feito para durar (BAUMAN, 2001, p. 21), a solidez e a pretensa perpetuidade das informações colhidas e mantidas pelos Oficiais do Registro Civil das Pessoas Naturais contrastam com a liquidez de nossa era.

A aparente contradição não tem impedido, contudo, que as atividades de registro se valham cada vez mais de serviços virtuais, trazendo o ofício milenar para o novo milênio.

Em 2014, por meio do Provimento nº 38 do Conselho Nacional de Justiça (BRASIL, 2014) - posteriormente revogado pelo Provimento CNJ nº 46, instituiu-se a Central de Informa-ções de Registro Civil das Pessoas Naturais – CRC (BRASIL, 2015). Apoiado em experiências prévias empenhadas pelas Cor-regedorias Gerais da Justiça dos Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina (CASSETTARI, 2020, p. 63), a inicia-tiva introduziu um sistema virtual novo que visa a conectar os Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais do país, órgãos do Poder Público e o Ministério das Relações Exteriores de modo a possibilitar intercâmbio de informações.

Acessível via internet, o sistema permite a localização e solicitação de certidões digitais e eletrônicas entre as serventias e o Poder Judiciário. Gerenciado pela Associação dos Registra-dores de Pessoas Naturais (ARPEN Brasil), o CRC tem possibi-litado a oferta de serviços de registro também aos cidadãos. Por meio do Portal do Registro Civil (REGISTRO CIVIL, online), qualquer interessado pode solicitar a 2ª via de suas certidões de

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nascimento, casamento e óbito, desde que os assentos originais se encontrem em serventia integrada ao CRC Nacional. O docu-mento é remetido ao endereço escolhido pelo usuário, podendo ser retirado no RCPN mais próximo, ou mesmo através de link disponibilizado pelo Portal.

Ainda que não integre todas as serventias do país, os efei-tos da implementação do novo sistema são notáveis e têm evi-denciado a propensão dos brasileiros em abraçar os documentos digitais. Segundo dados disponibilizados pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG/BR), conside-rando as solicitações realizadas junto ao Portal do Registro Civil, a emissão de certidões digitais já supera a emissão de certidões em papel. A ver:

Gráfico 1 – Certidões digitais

Fonte: CARTÓRIO em Números: Capilaridade, Serviços Eletrônicos, Cidadania e

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Gráfico 2 – Certidões eletrônicas

Fonte: CARTÓRIO em Números: Capilaridade, Serviços Eletrônicos, Cidadania e

Confiança. ANOREG/BR, 2020.

Gráfico 3 – Certidões em papel

Fonte: CARTÓRIO em Números: Capilaridade, Serviços Eletrônicos, Cidadania e

Confiança. ANOREG/BR, 2020.

Mais do que mero capricho, a entrada dos cartórios de Registro Civil no ambiente virtual decorre de uma obrigação

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imposta aos Oficiais de Registro pela própria natureza jurídica do exercício da função. Enquanto serviço público, repisa-se, a atividade submete-se aos princípios concernentes à Administra-ção Pública, dentre os quais destaca-se o Princípio da Eficiência - art. 37, caput, CF/88 (BRASIL, 1988). Nesse sentido, ao dis-correr sobre a força normativa dos princípios, Ávila (2015, p. 144), explica que:

Nessa perspectiva, afirma-se que os princípios possuem força normativa prima facie, no sentido de irradiarem uma força pro-visória, dissipável em razão de princípios contrários. (...) Os princípios são, portanto, normas que atribuem fundamento a outras normas, por indicarem fins a serem promovidos, sem, no entanto, promoverem meios para sua realização.

A “eficiência”, portanto, não é mero valor, mas autêntica norma jurídica. Tal princípio impõe um serviço público que pro-duza os melhores resultados em tempo razoável e ao menor custo operacional possível. Assim sendo, os cartórios devem ser eficientes no manejo dos emolumentos e, em contrapartida, na entrega dos serviços prestados. Nesse cenário, as novas tecnolo-gias provam-se verdadeira instrumentalização do Princípio da Eficiência.

Do ponto de vista financeiro, a aderência das serventias a sistemas eletrônicos representa uma economia espantosa. A tí-tulo de exemplo, ainda que no âmbito dos Registros de Imóveis, dados do Ofício Eletrônico revelam que, desde 2005, foram eco-nomizados mais de 8 bilhões de reais com gastos em papel, ser-viços de correios e impressões em decorrência da utilização de serviços online em detrimento a serviços físicos (OFÍCIO ELE-TRÔNICO, online).

Para além das vultosas somas de dinheiro que podem ser economizadas, a informatização das atividades registrais tam-bém revela-se eficiente quanto à própria possibilidade dos cida-dãos em exercerem seus direitos. Online, os serviços de registro podem agora ser requisitados em situações que seriam impensá-veis se apenas existente o atendimento físico.

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A assertiva comprova-se pela dinâmica adotada pelas serventias extrajudiciais durante a crise instaurada pela Covid-19. Os Registradores Civis desempenham função pública essen-cial, e, por isso, suas atividades não foram suspensas. Todo Ofi-cial possui independência funcional ao interpretar a lei e analisar o caso concreto, permitindo certa liberalidade de gestão. No mo-mento atual, em que a necessidade de distanciamo-mento social mostra-se ainda mais relevante e prudente - dada a absoluta ex-cepcionalidade das circunstâncias, bem como a profusão de nor-mas editadas com o intuito de enfrentar os desafios postos -os serviços cartorários por meio eletrônico se mostraram uma alter-nativa eficiente.

Por meio de seu Provimento n. 95 de 2020, o Conselho Nacional de Justiça, a fim de manter o funcionamento das ativi-dades notariais e registrais, consoante ao disposto no Decreto presidencial nº 10.282 de 20 de março de 2020, passou a dispen-sar a presença física das partes interessadas nos serviços de suas competências. Seu art. 6º é taxativo:

Durante a Emergência em Saúde Pública de Importância Naci-onal (ESPIN), contemplada no caput, todos os oficiais de re-gistro e tabeliães deverão recepcionar os títulos nato-digitais e digitalizados com padrões técnicos que forem encaminhados eletronicamente para a unidade de serviço de notas e registro a seu cargo e processá-los para os fins legais (BRASIL, 2020). A obrigatoriedade da recepção de títulos nato-digitais e digitalizados remete ao Provimento CNJ n. 94, também de 2020, bem como à legislação em vigor que dá suporte à matéria (BRA-SIL, 2020). Assim, ao passo que o referido Provimento n. 95 representa a consagração da entrada das serventias extrajudiciais no mundo virtual, também explicita uma outra questão: a capa-cidade do ordenamento jurídico em sustentar a entrada dos car-tórios no ambiente cibernético (BRASIL, 2020).

Apesar da aparente novidade do tema, o Provimento 95 apenas consolida uma dinâmica que vem se desenvolvendo há anos e que acena para mudanças drásticas no modus operandi

(18)

dos registros públicos (BRASIL, 2020). Da lei da Microfilma-gem nos anos de 1968 (BRASIL, 1968) - e sua respectiva equi-paração dos documentos microfilmados aos documentos cartu-lares - aos registros eletrônicos, o sistema registral brasileiro tem sido objeto de reiteradas inovações normativas que miram e abraçam as novas tecnologias como instrumentos de trabalho. Uma, em específico, merece especial atenção: a Medida Provi-sória 2.200. Instituidora da Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP - Brasil), a MP possibilitou, por meio de cripto-grafia assimétrica (BRASIL, 2001).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As novas tecnologias contribuem com as facilidades do desenvolvimento tecnológico. Esse progresso deve ser reconhe-cido como promotora de benefícios bastante significativos para todos nós. O Brasil tem o primeiro bebê registrado por Blockchain. A Constituição da República dedicou um amplo rol normativo e principiológico para consagrar o desenvolvimento nacional e incentivo às novas tecnologias como norteadores das políticas públicas brasileiras, iniciando pelo inciso II, do artigo 3º do texto constitucional, que traz justamente a garantia do de-senvolvimento nacional como objetivo fundamental da Repú-blica. A Emenda Constitucional 85/2015 traça normas que de-terminam que “o Estado promoverá e incentivará o desenvolvi-mento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnoló-gica e a inovação” (artigo 218/CFB).

A Blockchain é uma rede dotada de um altíssimo grau de transparência, publicidade, integridade e inviolabilidade, sendo praticamente impossível a alteração de qualquer transação ali re-gistrada. A plataforma permite realizar serviços cartorários em ambiente virtual, no qual todas as transações são validadas e re-gistradas em uma blockchain. Não resta dúvida de que as provas documentais geradas no sistema possuem validade jurídica,

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cabendo sua desqualificação apenas com robusta prova em con-trário. E essa lógica modifica substancialmente o que se entende por documentos, os meios de prova, haja vista que o artigo 10 da MP 2.200-2/2001 prevê que outras formas de assinaturas ou provas de autenticidade podem se reputar válidas, ainda que não prescritas na referida MP, o que dá pleno respaldo à utilização da rede para os fins aqui discutidos.

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