Violação de CP em Os ilações de
Neutrinos
Campinas
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca do Instituto de Física Gleb Wataghin
Lucimeire de Oliveira Silva da Rocha - CRB 8/9174
Costa, Rafael Noberto Almeida da,
C823v
Cos
Violação de CP em oscilações de neutrinos / Rafael Noberto Almeida da
Costa. – Campinas, SP : [s.n.], 2014.
Cos
Orientador: Marcelo Moraes Guzzo.
Cos
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de
Física Gleb Wataghin.
Cos
1. Violação de CP (Física nuclear). 2. Oscilação de neutrinos. 3. Partículas
(Física nuclear). I. Guzzo, Marcelo Moraes,1963-. II. Universidade Estadual de
Campinas. Instituto de Física Gleb Wataghin. III. Título.
Informações para Biblioteca Digital
Título em outro idioma: CP violation in neutrino oscillations
Palavras-chave em inglês:
CP violation (Nuclear physics)
Neutrino oscillations
Particles (Nuclear physics)
Área de concentração: Física
Titulação: Mestre em Física
Banca examinadora:
Marcelo Moraes Guzzo [Orientador]
Juan Carlos Monteiro Garcia
Pedro Cunha de Holanda
Data de defesa: 14-02-2014
Programa de Pós-Graduação: Física
Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
Apresentamos neste trabalho um review des revendo a os ilações de neutrinos quando é
levado em onta a violação da simetria de arga paridade (CP). Por onta disso abordaremos a
origemda violaçãode CP no Modelo Padrão das Partí ulasElementares, desdea sua des oberta
no sistema dos mésons káons neutros (
K
0
), até a sua in lusão dentro do Modelo Padrão, a qual
foi desenvolvida por Kobayashi e Maskawa. Depois de entendermos a violaçãode CP passamos a
tratardasos ilaçõesdeneutrinose omoestaviolaçãoéin luídanomodelo. Abordamosomodelo
utilizando os dados mais re entes dos parâmetros para as os ilações de neutrinos, in luindo a
re ente mediçãodoângulode mistura
θ
13
. Utilizandoestes dadose osresultados obtidos apartir domodelode os ilaçõesde neutrinos inferimosum limite paraafase de violaçãode CP,dado pornós omo sendo
δ
CP
“ 19
`19
o
´9
o
om1σ
de C.L.Abstra t
In this work was make areview des ribing the neutrino os illationswhen istaken in a ount
the harge parity symmetry violation (CP). Be ause of that we will approa h the origin of CP
violationinStandardModelofElementaryParti les,sin eitsdis overyintheneutralkaonsmeson
system (
K
0
), until its in lusion within the Standard Model, made by Kobayashi and Maskawa.
After we understand the CP violation we treat the neutrino os illations and how this violation
is in luded in the model. We approa h the model using the most re ent data of the parameters
from neutrino os illations, in luding the re ent data measured to the mixingangle
θ
13
. Utilizing this data, and the data obtained from the model of neutrino os illation, we infer a limit to theCP violation phase, given by usas being
δ
CP
“ 19
`19
o
Resumo vii
Abstra t vii
Agrade imentos xiii
Lista de Figuras xv
Lista de Tabelas xvii
Introdução 1
1 A Simetria CP e o Modelo Padrão 5
A Simetria CP e o Modelo Padrão 5
1.1 Dinâmi a do Sistema
K
0
´ ¯
K
0
. . . 6
1.1.1 OsAutoestados
K
1
eK
2
. . . 61.1.2 A Diferença de Massa
∆M
K
e o Me anismode Regeneração deK
1
eK
2
. 9 1.1.3 A Violaçãode CP e osEstadosK
S
eK
L
. . . 101.2 Violação de CP no Modelo Padrão . . . 11
1.2.1 OMe anismoCabibbo-GIM . . . 12
1.2.2 A matrizde Cabibbo-Kobayashi-Maskawa . . . 13
2 Os ilações de Neutrinos: Prin ípios Bási os 17 Os ilações de Neutrinos: Prin ípios Bási os 17 2.1 Neutrinos - Umpou ode história . . . 17
2.1.1 A Matriz MNS . . . 19
2.1.2 OModelo SolarPadrão eos PrimeirosExperimentos om Neutrinos Solares 20 2.2 Os ilaçõesde Neutrinos Resultamem Massa . . . 27
2.2.1 Massa de Neutrinos . . . 29
2.2.2 Lagrangianade Massa para Neutrinos? . . . 32
2.2.3 OMe anismoSeesaw . . . 37
3 A Me âni a das Os ilações de Neutrinos 41 A Me âni a das Os ilações de Neutrinos 41 3.1 Probabilidades de Os ilações de Neutrinos noVá uo. . . 43
3.1.1 OProblemada Hierarquia . . . 47
3.2 Os ilaçõesde Neutrinos naMatéria . . . 48
3.3 Os ilaçõesde Neutrinos naTerra . . . 50
3.3.1 Violaçãode CP nas Os ilaçõesTerrestres . . . 52
4 Análise Quantitativa da Violação de CP em Os ilações de Neutrinos 55 Análise Quantitativa da Violação de CP em Os ilações de Neutrinos 55 4.1 Contrastando om as possibilidades doLBNE . . . 61
que a reditaram nas minhas apa idades e me
Ao longo do desenvolvimento deste trabalho muitas guras importantes na minha vida
a adêmi a e pessoal tiveram uma parti ipação muito signi ativa para a on lusão do mesmo.
Entre elas desta o o meu orientador Mar elo, mais importante do que ser meu guia e mentor
ele também me in entivou a seguir om este trabalho de forma quase que independente desde o
iní io do mesmo. A sua atenção, olaboração e in entivos foram muito mais que ru iais para a
on lusão deste. E mais,osensinamentos propor ionadospelaexperiên iade trabalhar sobresua
orientação om erteza vão ser levados por todoo meu futuro. Desde já e para todos os dias que
estão porvir, muito obrigado Mar elo.
Dentro da minha vida a adêmi a não posso deixar de desta ar importantes amigos que z
e que estiveram presentes em muitos momentos da minha vida. Entre os muitos que onhe i,
algunstiveram parti ipaçãoespe ialnode orrer deste trabalho. ComooTony, quesempreesteve
presente para organizar os hurras os de nal de semestre e assim tornando possível ter pelo
menos um dia erto onde nos reuníamos om todos os amigos Físi os e não Físi os também
para omer, beber e afogar as magoas. Ao Mateus om suas ideias muitas vezes inspiradoras e
ompanheirismo,prin ipalmentenahorado afé. AoDanilo,Murilo,Léozito,Giá omoePoronga
(também onhe ido omo Eri oJaponeis), que tiveram quemorar sob o mesmoteto queeu por
umlongotempoeassimtiveramqueouvirminhasre lamaçõesdodiaadia,ótimosdias,porsinal,
quando morei om eles, vou sentir muita falta disso. Ao Cajuru, sempre pronto para ir tomar
uma erveja, ou duas, ou muito mais. Ao Baiano, ompanheiro master de sala e super amigo
que sei que posso ontar sempre. O mesmo se repete para o Pedróvisk, ou simplesmente Pedro,
que alémde tudo já mesalvoude muitas enras adas. Ao Paulo, por ompartilhar dos momentos
Zen. Ao Davi, sempre pronto para fazer piadas e tonar o dia mais alegre. E por último, mas
semprepropor ionaruma ótima onversa.
Certoquenaminhavidaa adêmi atambém onhe iaGiselle,masestatemqueseragrade ida
a parte, pois foi elaum pilar extremamente importe nesta trajetória. Elame deu forças quando
estava ando fra o, me deu moral para en araro mundo, me deu arinhopara liberar o stress e
medeu amorpara tornar meumundoainda mais feliz. Elafoi apessoa om a qualresolvipassar
orestodaminhavidaeporissohojeelaéminhaesposa. Agradeçoportodooapoioetudo mais,
teamo Gi.
Não posso deixar de itar minha mãe, quesempre a reditou emmime sempreinsistiu queeu
deveriaseguirem frente omperseverançaemuitoesforço,sem oseu apoionão teria hegadonem
nametadedeste aminho,muitoobrigadomãe. AosmeusamigosErikeThiagoporestaremjuntos
omigodesdequandoeumedei ontaqueeragenteeporsuas onstantes presençasnosmomentos
maisimportantesdaminhavida,amovo êsmeuirmãos. AoWesleyeaDéia,portambémestarem
presentes em todos os momentos importantes da minha vida desde quando entraram na mesma,
amo vo ês dois também. A todos os meus irmão (são muitos por sinal), tias, primos e também
aos meus avós, portor erem pormim.
E nalmente agradeço aos fun ionários dapósdo Instituto de Físi a por seus trabalhos
pres-tados ena atenção propor ionada. E agradeço a CAPES porter nan iado este trabalho.
Figura1.1 Esquema do tipo Stern-Gerla k para o sistema dekaons. Na gura um pro esso
produz
K
0
, depois de um tempo su ientemente longo apenas a omponente
K
2
sobrevive,estaentra em ontato oma matéria,onde a omponente
¯
K
0
éabsor-vida, assim o sistema é regenerado [11℄. . . 9
Figura1.2 DiagramasdeFeynmanparaainteraçãodosquarks
u
,d
es
nasinteraçõesfra as, em aa orreção no vérti e dada por Cabibbo aria´ig
w
2
?
2
γ
µ
p1 ´ γ
5
q cos θ
c
e em b´ig
w
2
?
2
γ
µ
p1 ´ γ
5
q sin θ
c
[12℄. . . 12Figura1.3 Diagrama de box para o de aimento de
K
0
Ñ 2µ
. . . 13Figura2.1 FamosafotograaobtidapelogrupodePowell,quelevouaodes obrimento do Méson Pi,também onhe ido om píon [27℄. . . 18
Figura2.2 Espe tro de neutrinos solares previsto peloSSM [35℄. . . 20
Figura2.3 Grá o da região ex luída pelo experimento Chooz [53℄, observe que a região ini ialmente denida omo permitida para o orrer os ilação pelo Kamiokande foi ompletamente ex luídapelo Chooz. . . 26
Figura2.4 Diagramas deFeynman para asinterações de CC e NC para neutrinos. . . 28
Figura3.1 Espe tro de (massa)
2
dos três neutrinos. . . 47Figura4.1 Variação de
∆P
em funçãodeδ
para diferentes valores deL
{
E
.
. . . 56Figura4.2 Variação de
∆P
em funçãodeL
para diferentes valores deE
eδ.
. . . 57Figura4.3 Variação de
∆P
em funçãodeL
para diferentes valores deE
eδ.
. . . 58Figura4.4 Variação de
∆P
P
`
P
¯
omδ
. . . 58Figura4.5 (a)Variação de
∆P
P
`
P
¯
omL
E
,(b) urvas denível de∆P
P
`
P
¯
omL
E
,as regiões maislara possuem maiorprobabilidade. . . 60
Figura4.6 Regiõesde probabilidadepara
∆P
P
`
P
¯
omδ
CP
eenergiaEvariando. Quanto1 Condições de Sakharov para a Bariogêneses ter o orrido. . . 1
2 Massa dos quarks para aes ala de energiadaordem dobóson
Z
0
[5℄. . . 3
2.1 Reações de produção de neutrinos no Sol[36℄. . . 22
2.2 Reaçõesque levarama on lusãodaexistên iadosnúmerosleptni os,nestareaçãotemos
o número leptni o muni o (LM), o qual atribuímos
LM
“ `1
aoµ
´
e
ν
µ
eLM
“ ´1
ao
µ
`
e
ν
¯
µ
. Argumentos semelhantes são utilizados para expli ar os números leptni oseletrni os e tauni os. . . 31
2.3 Representação de ada família dentro doMP,os números entre parênteses representam a
arga orrespondente ao grupo de gauge na ordem emque apare e na Eq. (2.9). . . 34
Dentro da Físi a ontemporânea um dos temas de prin ipal destaque é a violação de
arga-paridade (VCP) na área de Físi a de Partí ulas. Isto porque a VCP é um dos elementos have
para podermos entender melhor a Bariogêneses, sendo a ligação entre esta e aquela atribuídaàs
três ondições de Sakharov [1℄, asquais podem ser enumeradas omo:
Tabela 1: Condições de Sakharov para a Bariogêneses ter o orrido.
1.
Violação donúmero
barini o
pBq
Algumas interações de partí ulas elementares devemviolaro
número barini oB, para que assim B do Universo tenha
mudado om o tempo.
2. Violação de C eCP
Ce CP devemser violados de formaque não haja uma
igualdade perfeita entre os pro essos om
∆B
‰ 0
,de outraformanenhuma assimetriapoderia evoluir para um estado
ini ialmentesimétri o.
3.
Evoluçãofora do
equilíbrio
Esta ondição éne essária, poisde outra formaa simetria
CPT iria riar ompensações entre os pro essos que
aumentaram e diminuíramB.
As duas primeiras ondiçõesse fazem ne essárias para que aBariogêneses leve à formaçãoda
assimetriabarini aobservada nouniverso e aVCP. A ondição de evolução fora do equilíbrio se
faz ne essária para abranger tanto a expansão douniverso quanto a teoria de que ini ialmenteo
Universo era muito quente edenso.
Para entendermos melhor esta ligação temos que teori amente a assimetriabarini a do
uni-verso eaVCP estãodiretamente one tadas,esta onexãoporsuavezsurgedospro essosquenão
onservamnúmerobarini o. Estes pro essossurgemnafase ondeoUniverso aindapossuía altas
temperaturas, no entanto estão quase em equilíbrio térmi o. Destes pro essos surgiram aqueles
instante é onhe ido omo a transição de fase Eletrofra ae o ex esso é quanti ado omo [2℄
η
B
η
γ
„
µ
B
T
„
τ
0
τ
u
δ
ms
,
(1)onde
η
B
eη
γ
são as densidades de bárions e fótons,µ
B
é o poten ial quími o,τ
0
é o tempo ara terísti odospro essosviolandoB,τ
u
éaidadedouniverso eδ
ms
éaassimetriami ros ópi a destes pro essosδ
ms
“
σ
pin Ñ outq ´ σp ¯
in
Ñ ¯
out
q
σ
pin Ñ outq ` σp ¯
in
Ñ ¯
out
q
.
A assimetria é ara terizada por
σ
pin Ñ outq ‰ σp ¯
in
Ñ ¯
out
q
, impli ando que há VCP (vejaseção1.1.3 e/ou Eq.(3.13)),uma simetriaque aprin ípiodeveria ser respeitada. Istolevaaofato
de (1)não ser nulo, resultado garantido pela assimetriabarini aobservada hoje emdia.
Dentro deste ontexto entendemos que a VCP é um dos elementos have para entendermos
melhora Bariogêneses e omoela de fatoo orreu. Hoje nós onhe emos três fontes ujasimetria
CP é violada, estes são os mésons estranhos neutros
K
0
,
B
0
e
D
0
. Estes mésons possuem um
sistemainteressante, poisasua partí ulaneutramistura om suaantipartí ula. Tomaremos omo
exemploo aso domésonK,denominadokáon, no ontexto okáons neutrospossuemsua mistura
representada
K
0
´ ¯
K
0
, aqual estudaremos om mais detalhenoCapítulo 1.
Comistotemosa iên iade queexistemnomínimotrês sistemasqueviolamCP,todos dentro
do Modelo Padrão (MP), que por onta disso nos referimos à estas VCPs, omo violação de CP
do Modelo Padrão (entenda omo sendo a violação de CP nos mésons). Todavia ao tentarmos
one tarestespro essosdeVCPdoMP omaassimetriabarini ades obrimosquesuamagnitude
nãoésu ienteparaexpli aresta. Comumenteaquanti açãodequantoaVCP doMP ontribui
paraaassimetriabarini apodeserfeitaemumaprimeiraaproximaçãoutilizandoodeterminante
de Jarlskog [4℄, dado por
D
“ pm
2
t
´ m
2
u
qpm
2
t
´ m
2
c
qpm
2
c
´ m
2
u
qpm
2
b
´ m
2
d
qpm
2
b
´ m
2
s
qpm
2
s
´ m
2
d
q ˆ J
q
,
(2)representado por
J
q
“ c
12
c
2
13
c
23
s
12
s
13
s
23
sin δ,
(3)sendo
c
ij
es
ij
respe tivamenteo osseno eoseno doângulode misturaθ
ij
dos quarkseδ
é afase responsável pela violação de CP, ujos valores são apresentados na Tabela 2. Utilizando destesdados al ulamoso valordo invariantede Jarskog,obtendo
J
q
“ p3 ˘ 1q ˆ 10
´5
.
(4)Tabela 2: Massa dos quarkspara a es ala de energia daordem dobóson
Z
0
[5℄
Nome Simbolo Massa (MeV)
Ângulo Valor Up u
m
u
“ 1, 27
`0,5
´0,42
θ
12
13, 04
˘ 0, 05
o
Down dm
d
“ 2, 9
`1,24
´1,19
Strange sm
s
“ 55
`16
´15
θ
13
0, 201
˘0, 011
o
Charmm
c
“ 619 ˘ 84
Top tm
t
“ p171, 7 ˘ 3, 0q10
3
θ
23
2, 38
˘ 0, 06
o
Bottom bm
b
“ p2, 89 ˘ 0, 09q10
3
Como a Bariogêneses o orreu teori amente natransição de fase eletrofra a, uja temperatura
era da ordem de
T
EF
“ 100GeV
[2℄, estimamos que a ontribuição do MP para a assimetria barini a omo sendo representada por[2,3,6℄D
T
12
„ 10
´21
.
Do Modelo Cosmológi o Padrão (MCP) a assimetriaemquestão é quanti ada omo sendo
η
B
η
γ
910
´10
,
logo ao omparar a ontribuição que a violação de CP obtida dos mésons forne e à assimetria
on lusão imediata que os mesmos não são su ientes para expli ar esta assimetria onstatada.
Sendo assim surge uma ne essidade em bus ar outras alternativas, ou fontes e até mesmo uma
físi aalém doMP para expli ar esta assimetriaque intriga a área de Físi a de Partí ulas.
Na bus a pornovasfontes de VCP enxergamos nosistema de neutrinos, oqual foi aprimeira
eviden ia de uma físi a além do Modelo Padrão, um possível andidato. Isto porque no MP os
neutrinos são introduzidos omo férmions totalmente sem massa, para o qual nenhum termo de
massainvariantedegaugepodeserobtido. As onsequên iasdissoéqueosneutrinosnãopoderiam
misturareassim não existirianenhuma possibilidadede violaçãode CP nosetorleptni o. Como
osexperimentosatuaisnãodeixamdúvidasde queneutrinosos ilame onsequentementepossuem
massa (Veja seção 2.1) eles são a primeira evidên ia lara de físi a além do MP e andidato a
A Simetria CP e o Modelo Padrão
Ofo odesta dissertação é estudara violação dasimetria arga-paridade, ou simplesmente
violaçãodeCP (VCP), emos ilaçõesde neutrinos. Poréméimportanteentender omoelasurgiu,
ou melhor, omo ela foi identi ada, ou en ontrada e quais são as onsequên ias de existir tal
assimetria. Com este objetivovamosestudar ini ialmenteasprimeiraspartí ulas a apresentarem
este fenmeno,estas hoje são onhe idas omomésonskáonsneutros
K
0
´ ¯
K
0
, quesão partí ulas estranhas.Os primeiros a estudarem o sistema formado por estes mésons foram M. Gell-Mann e A.
Pais em 1955 [8℄. A motivação para eles realizarem tal estudo estava ligado ao fato de que
partí ulas estranhas na InteraçãoForte onservamestranheza, enquanto naInteraçãoFra a não.
Isto quer dizer que partí ulas estranhas não podem ser suas próprias antipartí ulas, desta forma
osautoestados dokáon neutro om respeito a estas interaçõessão diferentes um dooutro. Desta
formadenominamos os autoestados de Interação Forte
K
0
e
¯
K
0
, que podem se misturar através
das Interações Fra a formando o sistema
K
0
´ ¯
K
0
, onde
¯
K
0
édenido omo o onjugado CP de
K
0
:
ˇ
ˇ ¯
K
0
“ CP
ˇ
ˇ
K
0
.
(1.1)Éimportanteressaltarqueestadeniçãonãofoiapli adapelosautores,poisnaépo a
a reditava-sequeasimetriadaparidade era umaboasimetriaesomenteapartirde 1956 om T.D.Lee eC.
N. Yang [9℄, osquais propuseram quea Paridade não seria onservada empro essos de interação
fra a,oquefoi onrmadoporWuem1957[10℄,queasimetriaCPfoiadotada omoumasimetria
danatureza. Porém vamos usar desta denição para expli ara ideia dotrabalhode Gell-Manne
6 1.1 Dinâmi a do Sistema
K
0
´
K
¯
0
1.1 Dinâmi a do SistemaK
0
´ ¯
K
0
1.1.1 Os AutoestadosK
1
eK
2
A primeiraperguntaquefazemos quandotratamosde partí ulasneutrasé omodiferen iamos
a partí ula da sua antipartí ula. Primeiramente admitiremos que para esta partí ulaneutra em
questão a mesma se difere da antipartí ula. Para o aso dos káons neutros sabemos que os
autoestados de interação forte
K
0
e
¯
K
0
de aem através da interação fra a em
2π
, porém emprin ípionãosabemos quem foi quede aiu. Desta forma,pararepresentartalinteraçãopodemos
tomar um estado geral que possa des rever tal dúvida, este então seria um estado que mistura
estes autoestadosdokáon, oqual podemosdenotar omo[11℄
Ψ
ptq “ aptq
ˇ
ˇK
0
` bptq
ˇ
ˇ ¯
K
0
,
(1.2)onde
Ψ
ptq
é um estadoque depende dotempo. Destaforma podemos evolui-lo usandoa equaçãolivredeS hrödinger,ouseja,admitindoquenão hajainterações omomeio,desta formateremos
iℏ
B
t
Ψ
“ HΨ.
(1.3)Porém não sabemos qual é a forma da matriz
H
, apenas que ela deve ser uma matriz2
ˆ 2
nesta representação. Para des obrir sua forma realizamos um Gendanken Experiment, neste
onsideramosque podemos ontrolar aForça Fra a, desta formatemos a possibilidade de ligá-la,
oudesliga-laquando quisermos. Considerando-a ini ialmentedesligadaestes káons não de aeme
a estranheza é igual para as duas partí ulas. Assima matriz
H
neste sistema seria apenas umamatrizde massa diagonalereal
1 ,
H
“
¨
˚
˝
M
K
0
0
M
K
˛
‹
‚
.
(1.4)Podemos assegurar a igualdade dos elementos diagonais (massas) através da Simetria CPT,
pois uma partí ulae sua antipartí ula devem possuir a mesma massa, ouseja,
K
0
e¯
K
0
são dois 1autoestadosde massadegenerados. Agoranós ligamosaForçaFra a,logoaestranheza doskáons
não é mais amesma e temosnovamente ode aimentodeles
K
0
Ñ ππ,
K
¯
0
Ñ ππ,
adinâmi aentãoosmisturaformandoassimosistema
K
0
´ ¯
K
0
. Aformamaislógi aderepresentar
talmisturaseriaintroduzindoumtermonãodiagonalnamatrizHamiltoniana,oqualdenotaremos
por
∆,
om esta mudança rees revemos a matriz omoH
“
¨
˚
˝
M
K
∆
∆
M
K
˛
‹
‚
.
(1.5)A mesma pode ser fa ilmente diagonalizada, onde obtemos uma representação om dois
auto-vetores, um simétri o e outro antissimétri o, om autovalores
M
1
eM
2
respe tivamente, assim denotaremosos autovetores omo|K
1
i
”
1
?
2
p
ˇ
ˇ
K
0
`
ˇ
ˇ ¯
K
0
q
(1.6a)|K
2
i
”
1
?
2
p
ˇ
ˇ
K
0
´
ˇ
ˇ ¯
K
0
q.
(1.6b)Desta forma nós temos que os autoestados de interação forte,
K
0
e
¯
K
0
, se misturam através da
interação fra aformando, o que poderíamos hamar de autoestados de interaçãofra a,
K
1
eK
2
. O interessante agora é que podemos diferen iá-los experimentalmente, pois apartir da Eq. (1.1)nós temos
CP
ˇ
ˇ
K
1
p2q
“ `p´q
ˇ
ˇ
K
1
p2q
,
(1.7)ou seja, o onjugado CP de
K
1
é par e o deK
2
é impar. Como os káons podem de air em dois, outrês píons e estes possuem CP par eímpar respe tivamente[12℄,CP
|ππi “ ` |ππi
CP
|πππi “ ´ |πππi ,
8 1.1.1 Os Autoestados
K
1
eK
2
então ao admitirmos que CP é onservado, ou seja, o CP do estado ini ial e nal é o mesmo,deveremos observar osde aimentos
K
1
Ñ 2π
(1.8a)K
2
Ñ 3π.
(1.8b)Portanto,quandoobservarmos
2π
éoK
1
de aindoesefor3π
éoK
2
de aindo,masnãoapenasnisso elesdiferem,poispor(1.7)podemosper eberqueelesnãosãoantipartí ulasumdooutro,poiselessão autovetores de CP, então é de seesperar que eles possuam tempos de vida diferentes. Ainda
mais, omoamassade três píons
3M
π
« 420MeV
eamassadeK
2
,quedeveserM
K2
« 500MeV
(próximo das massas deK
0
e
¯
K
0
), são muito próximas, resulta em um espaço de fase muito
pequeno para este de aimento, om isso a energia liberada é muito pequena. Este fato interfere
emseutempodevida,poisumavezqueasmassasde
K
1
eK
2
devemsermuitopróximas,analeles são misturas dos mesmos estados, resulta que este deve ter um tempode vida onsideravelmentemaiorem omparação.
De fato esta diferença foi en ontrada por Leederman e olaboradores em 1956 [13℄ e estes
publi aramo resultado
τ
1
” τpK
1
q „ 1 ˆ 10
´10
s
10
´6
s
ą τ
2
” τpK
2
q ą 3 ˆ 10
´9
s.
Este resultado, apesar de não ser muito pre iso,já mostravaque otempo de vida de
K
2
era pelo menos dez vezes maior que o deK
1
, omprovando assim a previsão de Gell-Mann e Pais. Hoje nós sabemos, de fato, queo tempo de vida deles émuito diferente, omo podemos observarpelosdados mais re entes publi adospeloPDG [14℄:
τ
1
” τpK
1
q “ p0, 8958 ˘ 0, 0005q ˆ 10
´10
s
Este é um resultado interessante, o qual abre portas para muitas espe ulações do tipo O que
é uma partí ula?, ontudo nosso objetivo não é entrar neste tipo de dis ussão e sim des rever
fenomenologi amenteaviolaçãode CP.Porématéagoranósapenasdis utimososistemadekáons
neutros om onservação de CP. Então onde surge a violaçãode CP neste sistema?
1.1.2 A Diferença de Massa
∆M
K
e o Me anismo de Regeneração deK
1
eK
2
O problema quedeu origem ades oberta da violaçãode CP surgiu em1955 om Paise
Pi i-oni[15℄, neste trabalhoos autoresdis utiram qual dos autoestados,
K
1
eK
2
, seria mais pesado2
,
se de fato eles existissem. A ideia surgiu por ausa da formade omo
K
0
e¯
K
0
interagem om a
matéria,pois
K
0
prati amentenão interage,enquanto
K
¯
0
possui altaprobabilidadede ser
absor-vido. Esta ara terísti anohabilita onstruirumGendankenExperimentdotipoStern-Gerla k,
oqual pode ser representado pela Figura1.1.
Figura1.1: Esquemado tipo Stern-Gerla k para o sistema de kaons. Na gura um pro esso produz
K
0
,
depoisde umtempo su ientementelongo apenasa omponente
K
2
sobrevive,esta entra em ontato om a matéria,onde a omponente¯
K
0
é absorvida, assim o sistema é regenerado [11℄.
O experimento onsiste em possuir uma fonte, a qual produz, digamos,
K
0
. Este
K
0
nada mais
é que uma superposição dos estados
K
1
eK
2
,ou espe i amenteK
0
“
1
{
?
2
p|K
1
i
` |K
2
i
q
. Como sabemoso tempode vidadeK
2
é muito maiorque odeK
1
,desta formadepoisde umt
su ien-tementelongo esteK
1
vaide air erestaráapenas oK
2
(estafoi basi amentea ideiautilizadapor Leederman em 1956 para obter otempo de vida deK
2
[13℄). Este por sua vez vai en ontrar um2
10 1.1.3 A Violação de CP e os Estados
K
S
eK
L
aparatoonde interagirá, ontudo sabemos queK
2
é dado pela Eq. (1.6b) e omo¯
K
0
é absorvidoentão vairestar apenas
K
0
,desta formaa omponente
K
1
vaiser regenerada, (previsãorealizada por Pais e Pi ioni em 1955 [15℄) e o pro esso pode ser repetido. A ideia por trás segue dainterpretaçãode que quando
K
2
atravessa um meioele é emsua maior parte um estadoK
1
2
,mas om uma pequena omponente deK
1
1
.
Estas duas partes vão adquirir uma fase minimamente di-ferentes aopassarpelomeio, assimaosaírem domeioosistema temque ser analisadonovamenteemtermos de
K
1
eK
2
.
Porsua vezo
K
1
regeneradoporesta teoriapossuíraumaamplitudequedependedadiferença de massas entre eleeK
2
. Logo é possível obter a amplitude de espalhamento frontal, a qual vai ser propor ional ao módulo quadrado de∆M
K
“ M
2
´ M
1
. Porém om apenas o módulo não é possível veri ar qual deles émaior, para issopre isamos saber qual éa fase epara obtermos eladevemosvariaraespessuradapla a, omissoobtemosodeslo amentodefasede
K
0
N
e¯
K
0
N
(porN
entende-se omosendoonú leon onstituintedamatéria),apartirdestadeterminaçãoobtemos que∆M
K
ą 0
,ou seja,M
2
ą M
1
.
Oimpressionantesobre esta diferença éa sua magnitude, pois hoje temos do PDG [14℄∆M
K
“ p3, 449 ˘ 0, 001q ˆ 10
´12
M eV,
mostrando que a diferença entre
M
1
eM
2
é muito pequena. Contudo, o ponto não é mostrar o su essoda teoria,mas simas onsequên ias fenomenológi as queela apresentou.1.1.3 A Violação de CP e os Estados
K
S
eK
L
Pelo resultado apresentado para
∆M
K
, vemos que ele envolve um grau de pre isão elevado. De fato os experimentos da épo a não possuíam o grau de pre isão ne essário para obter umvalormuitopre iso. Com issoquase dez anosdepoisdos estudosrealizados porGell-Mann,Paise
Pi ioni um grupo experimental, que estava tentando medir este
∆M
K
apresentou um resultado inesperado [16℄. Eles observaram um ex esso onsiderável deK
1
, o que a abou gerando alguma polêmi a, pois isso poderia signi ar que teríamosK
2
de aindo em2π
, resultado que violaria a simetriaCP, a qualera admitida ser uma simetriaque a natureza deveria obede er.poderia ser um de aimentode
K
2
Ñ 2π
. E de fatoeles onstataramaanomaliae publi aramem 1964 oresultado [17℄Γ
pK
2
Ñ π
`
π
´
q
Γ
pK
0
2
Ñ all charged modesq
“ p2, 0 ˘ 0, 4q ˆ 10
´3
.
Esta des oberta gerou muita polêmi a e muitas alternativas foram propostas para expli ar este
ex esso, as quais foram todas des artadas experimentalmente, o que levou os físi os da épo a à
omeçar a a eitaro fatode que asimetriaCP estava sendo violada.
Interpretamosoresultado apresentado porCronineFit hdizendoqueoestadode
K
2
ontém uma pequena mistura de uma omponente CP par, ou seja, deK
1
. Este estado, onstituinte de uma omponente|K
2
i
eumapequena omponente|K
1
i
,denominamosde|K
L
i
,oqualrepresenta o estado om tempo de vida longo (L
do inglês Long). Com a mesma interpretação temos oestado
|K
S
i
representando o estado om tempo de vida urto (S
do inglês Short), o qual é onstituído de uma omponente|K
1
i
om uma pequena mistura de|K
2
i
. Ambos estados|K
L
i
e|K
S
i
são matemati amenteapresentados omo|K
L
i
”
1
a1 ` |¯ǫ|
2
p|K
2
i
` ¯ǫ|K
1
i
q
(1.9a)|K
S
i
”
1
a1 ` |¯ǫ|
2
p|K
1
i
´ ¯ǫ|K
2
i
q.
(1.9b)Observe que os estados de
K
S
eK
L
não são mais simétri ose nem se transformam um no outro porCP,todaviaelesforam onstruídosdeformaasereminvariantesseapli armosasimetriaCPT( arga,paridade e tempo). Esta invariân iaé garantida pelofato de
ǫ
¯
ser imaginário(lembre quese
a
é imaginárioentãoT a
“ ´aT
).1.2 Violação de CP no Modelo Padrão
Até agora apresentamos uma des rição puramente fenomenológi a. É importante também
queaviolaçãodaparidade émáxima,pelofatodenãotemosneutrinosde mãodireita
3
noModelo
Padrão (MP).
1.2.1 O Me anismo Cabibbo-GIM
O objetivo desta seção é mostrar omo a violação de CP pode ser in orporada noMP e para
isso vamos partir dos trabalhos de Cabibbo [20℄; Glashow, Iliopoulos e Maiani [21℄; Kobayashi e
Maskawa [23℄. Na épo ade Cabibbo, meados dos anos 60, o sistemade quarks estava sendo
im-plementado, porém só existiam três quarks, o up, down e strange, respe tivamente referen iados
omo
u
,d
es
. Eles também eram tomados omo sendo objetos matemáti os e não partí ulasfísi as reais. Dentro deste enário Cabibbo props, utilizandodas regras de Feynman adaptadas
para osquarks, queos vérti es
d
Ñ u ` W
´
(Figura1.2a) arregaria um fator
cos θ
c
e osvérti ess
Ñ u`W
´
(Figura1.2b) arregariaumfatorsin θ
c
,ondeθ
c
é onhe ido omoângulodeCabibboa b
Figura 1.2: Diagramasde Feynman para a interação dos quarks
u
,d
es
nas interações fra as, em a a orreção no vérti e dada por Cabibbo aria´ig
w
2
?
2
γ
µ
p1 ´ γ
5
q cos θ
c
e emb´ig
w
2
?
2
γ
µ
p1 ´ γ
5
q sin θ
c
[12℄.A teoria de Cabibbo orrigiua amplitude de de aimento de muitas partí ulas. No entanto estes
vérti es deram origem ao de aimento de
K
0
Ñ 2µ
, representado pela Figura1.3. Este, por sua vez, possuía uma amplitude de de aimento propor ional àsin θ
c
cos θ
c
, o que levava as taxas de de aimento deK
0
à um valormaior doque olimite experimental permitido.
Este problemaperdurou poralgumtempo,até queno omeçodos anos de 1970 Glashow,
Illiopo-louseMaianipropuseramumasolução. Esta onsistianaintroduçãode umnovoquark
4
nomeado
3
Teori amente existe a possibilidade da existên ia de neutrinos estéreis[18,19℄, os quais são de mãodireita,
porémnãovamosentrarnestadis ussão.
4
Figura1.3: Diagrama debox para o de aimento de
K
0
Ñ 2µ
.harm e referen iado omo
c
. A ideia é simples, porém om grandes onsequên ias, e onsistiaem onstruir um novo diagrama,semelhante ao da Figura 1.3 e apenas tro ando o quark
u
peloquark
c
, estes vérti es (d
Ñ c ` W
´
es
Ñ c ` W
´
) geram os termos´ig
w
2
?
2
γ
µ
p1 ´ γ
5
qp´ sin θ
c
q
e´ig
w
2
?
2
γ
µ
p1 ´ γ
5
q cos θ
c
, assim geraria um termo que anularia o termo gerado pelo diagrama da Figura1.3,ouemoutraspalavras,umdiagramaseriaanuladopelooutro, omo ustodeadi ionarum novoquark.
Ome anismo a abousendo referen iado omo Cabibbo-GIM, ujainterpretaçãoésemelhante
aosistema
K
0
´ ¯
K
0
, pois teríamos
d
es
omo sendo osautoestados de interação forte,e quandoelesestão interagindofra amenteosmesmossão estadosmisturados. Estas misturasseriamentão
dadas por
d
1
“ d cos θ
C
` s sin θ
C
,
s
1
“ ´d sin θ
C
` s cos θ
C
ouna formade matriz
ˆd
1
s
1
˙
“
¨
˚
˝
cos θ
C
sin θ
C
´ sin θ
C
cos θ
C
˛
‹
‚
ˆd
s
˙
.
(1.10) 1.2.2 A matriz de Cabibbo-Kobayashi-MaskawaOme anismoCabibbo-GIMserviu omobaseparaotrabalhodeMakotoKobayashieToshihide
Maskawa, o qual des reveu omo a violação de CP (VCP) pode ser in orporada no MP e foi
noMP a partirda lagrangianahadrni a para os quarks
L
had
“ L
cin
` L
mass
` L
f orte
` L
1
,
(1.11)onde
L
cin
éaparte inéti ainvariantede gaugeeela ontém asinterações omos ampos invari-antes de gauge.L
mass
éotermode massa generalizado,oqualin luiosa oplamentosde Yukawa omodubletoϕ
domodelodeWeinberg[24℄,desdequeeles ontribuemparaasmassasdosquarksatravés de quebra espontânea de simetria. Por último
L
f orte
é uma parte dainteração forte que onserva a ter eira omponente do isospinI
3
[23℄. Espe i amente a VCP surge daL
mass
, por ausa dos a oplamentos omϕ.
O ponto é que após uma quebra espontânea de simetria sãoob-tidos matrizesde massas fermini asnas bases de autoestados de gauge [25℄. Estas matrizespor
suavez,não possuemnenhummotivoparaseremdiagonais,simétri ase/ouhermitianas. Todavia
elas podem ser diagonalizadas através de transformações bi-unitárias [25,26℄, ou seja, para uma
matrizde massa
M
, devem existirmatrizesunitáriasU
1
eU
2
, talqueU
1
:
M U
2
“ M
d
(1.12)onde
M
d
é uma matriz diagonal de valores positivos5
. Com isso nós temos que a relação entre
autoestadosde gauge e massa édada omo
¯
ψ
L
1
M ¯
ψ
R
1
“ p ¯
ψ
1
L
U
1
qpU
1
:
M U
2
qpU
2
:
ψ
¯
R
1
q,
(1.13)desta formateremosque a orrentefra a arregada para quarksserá dada por[25℄
J
qµ
`
“ ¯q
AL
γ
µ
τ
`
q
AL
(1.14)“ ¯p
1
AL
γ
µ
n
1
AL
“ ¯p
AL
γ
µ
rU
ppq
:
U
pnq
s
AB
n
BL
onde
q
AL
“
¨
˚
˝
p
1
A
n
1
A
˛
‹
‚
L
p
1
A
“ pu
1
, c
1
...
q
n
1
A
“ pd
1
, s
1
...
q
p
1
L
“ U
p
p
qp
L
n
1
L
“ U
p
n
qn
L
,
alinha no ampoindi a que eleéum autoestado de gauge e
τ
`
é similara soma das matrizesde
Pauli
σ
1
` iσ
2
.Obtemos assim uma novamatriz
U
denida porU
“ U
ppq
:
U
pnq
,
(1.15)que por sua vez faz a mistura de quarks. Para o aso de duas famílias é a matriz de mistura
de (1.10). O fato é que (1.15) não possui uma forma úni a, ou denida, além disso se quisermos
observarVCPoselementosde
U
nãopodemsertodosreais[25℄. ComofoimostradoporKobayashie Maskawa [23℄, setivéssemos apenas duas famíliasnão poderíamosrepresentar VCP por (1.15).
Basi amentese esta matrizfor daforma
n
ˆ n
, elapossui2n
2
parâmetros, osquaissão reduzidos
para
n
2
quando as ondições de unitariedade são impostas.
p2n ´ 1q
fases podem ser removidaspelas redenições dos estados dos quarks, restando
pn ´ 1q
2
parâmetros. Destes,
n
pn ´ 1q{2
sãoânguloso quenos deixa om
pn ´ 1q
2
´ npn ´ 1q{2 “ pn ´ 1qpn ´ 2q{2
fases xas independentes [11,25℄. Logo para duas famíliasas fases independentes estão ausentes
e somente om três famílias é possível obter uma fase xa independente. Esta fase então levaria
O resultado nal seria então es rito emtermos datrês famílias
ˆ u
d
1
˙
,
ˆ c
s
1
˙
,
ˆ t
b
1
˙
.
resultando namatriz de mistura
¨
˚
˚
˚
˚
˝
d
1
s
1
b
1
˛
‹
‹
‹
‹
‚
“
¨
˚
˚
˚
˚
˝
V
ud
V
us
V
ub
V
cd
V
cs
V
cb
V
td
V
ts
V
tb
˛
‹
‹
‹
‹
‚
¨
˚
˚
˚
˚
˝
d
s
b
˛
‹
‹
‹
‹
‚
.
(1.16)Esta matrizpode ser parametrizadade várias formas,a adotadapor Kobayashi e Maskawa segue
abaixo, em seguida temosa parametrização re entemente adotadapeloPDG [14℄;
¨
˚
˚
˚
˚
˝
c
1
´s
1
c
3
´s
1
s
3
s
1
c
2
c
1
c
2
c
3
´ s
2
s
3
e
i
δ
c
1
c
2
s
3
` s
2
c
3
e
i
δ
´s
1
s
2
c
1
s
2
c
3
´ c
2
s
3
e
i
δ
c
2
s
2
s
3
` c
2
c
3
e
i
δ
˛
‹
‹
‹
‹
‚
(1.17a)¨
˚
˚
˚
˚
˝
c
12
c
13
´s
12
c
13
s
13
e
´iδ
´s
12
c
23
´ c
12
s
23
s
13
e
i
δ
c
12
c
23
´ s
12
s
23
s
13
e
i
δ
s
23
c
13
s
12
s
23
´ c
12
c
23
s
13
e
i
δ
´c
12
s
23
´ s
12
c
23
s
13
e
i
δ
c
23
c
13
˛
‹
‹
‹
‹
‚
.
(1.17b)O modelo de Kobayashi e Maskawa foi muito bem su edido em expli ar a VCP no sistema
K
0
´ ¯
K
0
e hoje nós temos que o ânguloδ
“ p1, 20
0
˘ 0, 08
0
q
e este efeito é demasiadamente
pequeno, daordem de
„ 10
´3
[11,14℄.
2
Prin ípios Bási os
2.1 Neutrinos - Um pou o de história
Podemos dizer que os neutrinos omeçaram sua história dentro da nossa teoria de partí ulas
elementaresem1930,quandoPaulisugeriuqueparaexpli aroespe trode energiadode aimento
beta uma outra partí ula era emitida juntamente om o elétron, desta forma para onservar
arga esta partí ula deveria ser neutra, porém ele sugeriu hamar esta partí ula de nêutron.
Todavia o nome foi adotado por Chadwi k em 1932, quando o mesmo dete tou uma partí ula
neutra om umamassapróximaadopróton,oqueobviamentenãopoderiaseramesmapartí ula
proposta por Pauli. Contudo no ano seguinte Fermi apresentou sua teoria do de aimento beta,
a qual in orporava a partí ula sugerida por Pauli e esta por sua vez deveria ter uma massa
extremamente pequena ou, omo foi adotada, om massa nula. Fermi por sua vez hamou tal
partí ulade neutrino [12℄.
Como a teoria de Fermi obteve um enorme su esso em des rever os dados experimentais, os
neutrinos ganharam um bom indi ativo de sua existên ia. Mesmo que eles tenham demorado
mais de vinte anos para serem dete tados experimentalmente, eviden iando a di uldade dos
mesmosserem dete tados. Mas não era apenas a teoria de Fermi que dava sustentabilidade para
aexistên iados neutrinos,poisnos experimentos osmológi os,emparti ular ompíons e múons
de raios ósmi os que apresentavam padrão de de aimento que indi avam a existên ia de uma
partí ulaneutra ujaamassa deveriaser muitopequena. Istoporque ostraçosdeixadosporestas
partí ulas,osquaiserampe uliaresdede aimento,apresentavamapenasumapartí ula arregada
noprodutonal, omopode ser vistoapartirdafamosafotograaquelevouaodes obrimentodo
analisava estes traços e para eles uma possível expli ação para os mesmos seria se estivessem
o orrendo as reações de de aimento[12℄
π
Ñ µ ` ν
(2.1a)µ
Ñ e ` 2ν.
(2.1b)Figura2.1: Famosafotograaobtidapelogrupode Powell,quelevouaodes obrimentodoMéson
Pi,também onhe ido om píon [27℄.
A primeira evidên ia experimental da existên ia dos neutrinos veio om o Grupo de Clyde
Cowan e Frederi k Reines em 1956 [28℄. Esta foi a omprovação de que os neutrinos não eram
partí ulas tí ias olo adas a mão para podermos manter a onservação de energia. Com este
avançooestudonaáreadeneutrinosdamaisumpassoeopróximoédadonoanoseguinte,quando
Ponte orvosugeriua possibilidadedaos ilaçãode neutrinos [29℄. Evidentementesua sugestão foi
fortementebaseada noestudo de Gell-MannePaispara omos káons, ouseja,a possibilidadede
os ilaçãode um neutrino om um antineutrino,
ν
´ ¯ν
. A prin ipalmotivação para esta es olha éporque nestaépo aera onhe idoapenasum tipode neutrino,não três, omohoje temos iên ia.
Ponte orvo seguiu om seus estudos na área de neutrinos e assim no ano seguinte publi ou
outro artigo sobre os mesmos. Desta vez ainda mais baseado na ideia de Gell-Mann e Pais, pois
agoraele sugeriuque a denição destas partí ulas misturadas seriam[30℄
ν
“
?
1
2
pν
1
` ν
2
q,
(2.2a)¯
ν
“
?
1
2
pν
1
´ ν
2
q,
(2.2b)au-toestados de massa. O ponto interessante deste artigo foi que Ponte orvo se atentou ao fato de
que os experimentos emreatores produziam basi amente antineutrinos. Por onta disso foi
pos-sível argumentarque osefeitos de os ilaçãode neutrinos poderiamser observados depoisde uma
distân ia R do reator. Esta distân ia seria o ponto onde metade destes antineutrinos teriam se
transformadosemneutrinos, oubasi amente
ν
¯
Ñ ¯νp50%q`νp50%q.
A on lusãoóbviadesteefeitoseria um de rés imo na se ção de hoque de aptura de antineutrinos pela metade. Ele on lui
argumentando queeste efeitopoderia ser observado em es ala astronmi a, o qualfoi o on eito
havepara resolvero problema dos neutrinos solares [32℄.
2.1.1 A Matriz MNS
Coma hegadadadé adadesessentasurgiramasprimeirasevidên iasdequedeveriamexistir
dois tipos de neutrinos [33℄. Os mesmos eram distintos pois estavam atrelados à hipótese da
onservação do número leptni o, o que os distinguiam omo neutrinos do tipo eletrni os e
muni os. Nesta interpretaçãoos de aimentosem(2.1)passaram aser representados por
π
`p´q
Ñ µ
`p´q
` νp¯νq
µ
(2.3a)µ
`p´q
Ñ e
`p´q
` ¯νpνq
µ
` νp¯νq
e
,
(2.3b)onde
ν
p¯νq
e
eν
p¯νq
µ
são respe tivamente o neutrino e antineutrino do elétron e do múon1
. Com
a omprovação de que existia dois tipos de neutrinos, em 1962 Ziro Maki, Masami Nakagawa e
Shoi hiSakataaprimoraramaideiadeos ilaçãodePonte orvoepropuseramomodelodeos ilação
de sabor de neutrinos em duas famílias [34℄. Este é matemati amente idênti o ao modelo de
os ilação em duas famílias de quarks des rito na seção1.2.1 2
. Assim temos a seguinte matriz, a
qual ou onhe ida omo matriz MNS,
ˆ ν
e
ν
µ
˙
“
¨
˚
˝
cos δ
´ sin δ
sin δ
cos δ
˛
‹
‚
ˆν
1
ν
2
˙
,
(2.4) 1É interessante notar que em 1942 Sakatapropsaexistên ia de umoutro par de léptons[31℄em adição ao
elétroneosupostoneutrinodaépo a.
2
onde osautores nomearam osautoestadosde massa
ν
1
eν
2
omo true neutrinos, enquanto queν
e
eν
µ
foramnomeados weak neutrinos. Deste estudoos autorestambémestimaram um limiteparaamassadoautoestadode massa
ν
2
omosendom
2
ď 3ˆ10
´6
M eV
,entretanto onsiderando
amassa de
ν
1
omom
1
« 0
.2.1.2 O Modelo Solar Padrão e os Primeiros Experimentos om
Neu-trinos Solares
O Experimento de Homestake
Em 1963 omeçaa nas er o que hoje onhe emos omo Modelo Padrão Solar (SSM do inglês
StandardSolar Model) omBah all[35℄,ograndetrunfo destemodelofoi preverumgrandeuxo
deneutrinosoriundosdossolquedeveria hegaratéaTerra. Algumasprevisõesdomodelopodem
Combase nestateoriaRaymondDavis[36℄eseu grupodesenvolveramoprimeiroexperimento
om neutrinos solares e publi aram seus resultados em 1968. Para realizar o experimento foi
utilizadoa mina de ouro de Homestake na Dakota doSul. O experimento onsistia basi amente
de um grandetanque de per loroetilenopara ontaraquantidade de neutrinos que hegavamaté
aTerra utilizando dareação
ν
e
`
37
Cl
Ñ e
´
`
37
Ar.
Entretantooresultado obtidofoi umtantoinesperado,poisao onfrontarosdados om omodelo
haviaumde itde aproximadamenteum quartonouxode neutrinoseletrni osesperado.
Con-tudo,devidoapre isãonão sermuitoboadevidoadi uldadededete çãodos neutrinos, ausado
pela sua baixa interatividade e di uldades experimentais, omo a radioatividade do argnio (o
Arpossuium tempode vidamédio de 35dias), muita gentefoilevada a duvidardos resultados e
osmesmos a abaram não ganhando muita notoriedade naépo a.
Ao longo das dé adas seguinte ogrupo de Davis ontinuou a publi ar atualizaçõesdos dados
obtidos e apartir dadé ada de setenta muitos modelos omeçaram a surgir para tentar expli ar
o dé it observado. Nesta épo a o modelo de os ilações de neutrinos era mais um entre os
apresentados [37℄. Oultimo resultado apresentado pelo grupo foi em1995, onde publi aram [36℄
Φ
Cl
“ 2, 56 ˘ 0.16 ˘ 0, 16SNU,
enquanto queo SSM predizuma taxa de
Φ
Cl
pSSMq “ 7, 6
`1,3
´1,1
SN U,
onde
SN U
(vem do inglês Solar Neutrino Unit) é denido omo1SN U
“ 10
´36
partí ula alvo
apturada por segundo [40℄.
O Experimento de KamiokaNDE
mento lo alizado na montanha de Kamioka no Japão, ujo ou onhe ido omo KamiokaNDE.
O mesmo utilizava uma té ni a diferente da utilizada no experimento de Homestake, pois ele
era baseado na dete ção da radiação de Cherenkov para registrar os eventos [38℄. Este método
era muito mais e iente que o utilizado pelo grupo de Davis om relação ao número de eventos
dete tados, pois possibilitavadete ta-los quase que no mesmo instanteque os mesmos o orriam,
minimizando os efeitos de radiação sofridos pelo outro. No entanto este dete tor só seria apto a
observar eventos resultantes das reações de
8
B
, as quais geram neutrinos energéti os om maior energia, omo pode ser notado na Tabela 2.1. Todavia eles não eram energéti os o su iente,tornando-os difí ilde diferen iar dos eventos de ba kground ea ne essidade de um upgrade era
ne essária.
Tabela2.1: Reaçõesde produção de neutrinos noSol [36℄.
Reação
E
ν
pMeV q
σ
pcm
2
q
Cadeia Próton-Próton: Fase I:p
` p Ñ d ` e
`
` ν
e
ď 0, 420
0p
` e
´
` p Ñ d ` ν
e
1, 442
16
ˆ 10
´46
p
` d Ñ
3
He
` γ
ď 18, 8
3, 9
ˆ 10
´42
3
He
`
3
He
Ñ
4
He
` p ` p
3
He
` p Ñ
4
He
` e
`
` ν
e
Fase II:3
He
`
4
He
Ñ
7
Be
` γ
0, 861
p90%q
2, 4
ˆ 10
´46
7
Be
` e
´
Ñ
7
Li
` ν
e
7
Li
` p Ñ
4
He
` e
`4
He
Fase III:7
Be
` p Ñ
8
B
` γ
ď 15
1, 14
ˆ 10
´42
8
B
Ñ
8
Be
˚
` e
`
` ν
e
8
Be
˚
Ñ
4
He
`
4
He
` γ
Ci loCarbono-Nitrogênio:p
`
12
C
Ñ
13
N
` γ
ď 1, 20
1, 17
ˆ 10
´46
13
N
Ñ
13
C
` e
`
` ν
e
p
`
13
C
Ñ
14
N
` γ
p
`
14
N
Ñ
15
O
` γ
ď 1, 73
6, 8
ˆ 10
´46
15
O
Ñ
15
N e
` e
`
` ν
e
p
`
15
N e
Ñ
12
C
`
4
He
importantedentrodaastronomia,poisestejuntamente omoutro,oIrvane-Mi higan-Brookhaven
(IMB), dete taram a supernova de 1987. A dete ção foi indireta, pois o evento foi identi ado
depois que um grandeuxo de neutrinos ara terísti o de supernovasfoi dete tado[39℄.
Ainda nesta épo a era onhe ido, a partir do grupo de Davis, que a taxa de interação de
neutrinos oriundos do sol era experimentalmente de
2, 1
˘ 0.3SNU
, enquanto que o SSM previaumtaxade
7, 9
˘ 2, 6 p3σq
[41℄,ojá itadoproblemado neutrinosolar. Todavia, omapubli açãodos resultados do KamiokaNDE-II, ao invés de es lare er o problema, torna-o ligeiramente mais
omplexo,pois a taxaobtida pelo mesmofoi de
0, 46
˘ 0, 13pstat.q ˘ 0, 08psyst.q
[41℄,porém nãoemunidades de SNU, mas om relação ao SSM, ou seja, uma razão e se a mesma razão for feita
em omparação omoresultadode HomestaketeríamosaindaqueoKamiokaNDE-IIé
60%
maiorqueeste [42℄.
Comapubli açãodosresultadosdoKamiokande-IIomodelodeos ilaçõesdeneutrinos omeça
a obter maior destaque a partir do omeço da dé ada de 1990 [42,43℄. Importante ressaltar que
nesta épo a existiam outros experimentos, omo o SAGE e o GALLEX [43℄, além do upgrade
doKamiokande-II, o Kamiokande-III. Inúmeros outros experimentos surgiramnesta dé ada, dos
quaisdesta aremosalgunsaseguir,entre elesapróximageraçãodoKamiokande omeçaaoperar
em1996, esta nova geração ou onhe ida omo Super-Kamiokande (SK) [44℄. Este foi um dos
experimentos responsáveis por dar o pare er nal om relação a onrmação experimental da
os ilaçãode neutrinos em2002, onde o grupo do SK obteve om
98, 9%C.L.
( onden e level) osvaloresparaadiferençademassaquadradade neutrinossolares
∆m
2
ointervalo
3
à19
ˆ10
´5
eV
2
,
enquantoqueoangulodemisturaestavanointervalode
tan
2
2θ
« 0, 25 ´ 0, 65
[45℄. Nãoéonosso objetivo dar uma des rição de todos os experimentos om neutrinos, prin ipalmente porque apartir dos anos 90 o número de experimentos om neutrinos res eu onsideravelmente, por isso
falamosum pou o apenas dos primeiros,queforam pioneirosemsuas bus as.
O Experimento LSND
O LSND (Liquid S intillator Neutrino Dete tor) era um experimento de Short Base Line
e seu fun ionamento é ini iado em 1993 om o objetivo de pro urar por os ilações de
ν
¯
µ
Ñ
¯
ν
e
[46℄. Como omentado anteriormente, as os ilações de neutrinos não estavam omprovadasexperimentalmente, porém tudo indi ava este aminho por issoo LSND eoutros a eleradores de
SBL,alémdeoutrosexperimentos,pro uravamporevidên ias on retasdestefenmeno. Contudo
o LSND foi o úni o experimento de a elerador de SBL da épo a que obteve alguma evidên ia
positivadofenmenoemquestão [19℄. Odadosporeles apresentados apontavamparaum ex esso
de eventos de
87, 9
˘ 22, 4 ˘ 6
,que porsua vez orrespondia àuma probabilidadede os ilaçãodep2, 64 ˘ 0, 67 ˘ 0, 45q ˆ 10
´3
.
Claro que o LSND não fo ou apenas nas os ilações de
ν
¯
µ
Ñ ¯ν
e
, mas também na sua ontra parteν
µ
Ñ ν
e
, os resultados desta análise foram publi ados em 1998 [47℄. Estes, por sua vez, apresentavam um valor para∆m
2
« 0, 2eV
2
, o qual era totalmente diferente dos valores que
estavamsendoobtidospelosexperimentossolareseatmosféri os. Destaformaestesresultadospara
seremexpli adosdentro do ontexto dasos ilaçõesde neutrinos ne essitavamque existissemmais
doque três geraçõesde neutrinos. Com issoas teorias om neutrinos estéreis [49,71℄ omeçaram
aganhar um maior destaque.
Outros Experimentos
Estes foramuns dos prin ipaisexperimentos dosé ulo passado. Claramenteexistiram outros,
quenãoobtiveramtantodestaquenaépo aquantoosaquides ritos, ounão obtiveramresultados
de muito destaque. Por onta disso vamos apenas men ioná-los dentro das ategoria de
expe-rimentos om Reatores, om a eleradores de SBL e de Long Base Line (LBL - esta ategoria é
atribuídaà experimentos uja distân ia entre a fonte e o dete tor é da ordem de algumas
ente-nas de quilmetros). Desta amos experimentos om a eleradores pois eles possibilitam explorar
uma área onde a natureza não favore e ertos experimentos, prin ipalmente os om neutrinos
atmosféri os. Istoporque ao orrên ia edete ção de experimentos om estes neutrinos são muito
baixas devido aoque hamamosde huveiros atmosféri os, tornando taisexperimentos
ompli a-dos de serem realizados eanalisados. Todavia, ema eleradores podemos ontrolaros pro essos e
om algumalvo,resultando em algodotipo
p
` alvo Ñ π
˘
` X
π
˘
Ñ µ
˘
` ν
µ
p¯ν
µ
q
µ
˘
Ñ e
˘
` ν
e
p¯ν
e
q ` ¯ν
µ
pν
µ
q,
(2.5)
então temos uma erta semelhança om o pro esso que produz os neutrinos atmosféri os, logo
podemos utilizar tais experimentos para estudar os fenmenos de os ilações utilizando um feixe
ontrolado.
Experimentos om Reatores;
Experimentos om reatores nu leares para estudar neutrinos não são novidade, tanto que
podemos desta ar o primeiro, e um dos mais famosos, destes experimentos realizado por
CowaneReinesem1956[28℄utilizandoosreatores doSavanaahRiverPlant,oquallevouà
onrmaçãoexperimentaldaexistên iadosneutrinos. Parao asodas os ilaçõesosreatores
possuem a vantagem de poderem sondar os valores de
∆m
2
mais baixos, pois neles são
produzidosfeixes de
ν
¯
e
omE
„ MeV
, ideais para talpro ura.No entanto os primeirosexperimentos om reatores, partindo de Gosgen [50℄ realizadoem
1986,passando porKrasnoyarsk[51℄de 1994e Burgey[52℄de 1995, até Chooz[53℄de 1999,
não onseguiram en ontrar nenhuma evidên ia positiva de os ilações de neutrinos. Estes
resultados negativos por sua vez, a res entaram limites, ou regiões de ex lusão. Este foi o
asopara estesexperimentos, ondemforamobtidosregiõesondemparâmetrossão ex luídos
se onsiderado aos ilaçãoentre doisneutrinos, omooapresentado naFigura2.3,resultado
da olaboraçãodoChooz. Este resultado porsua vez foi umasurpresa, vistoqueeleex luiu
ompletamenteo resultadoobtidopeloKamiokandeem1994[54℄,resultado estequedenia
uma regiãona qualera permitidaa o orrên ia de os ilaçõesde neutrinos.
Experimentos om a eleradores de SBL;
Figura 2.3: Grá o da região ex luída pelo experimento Chooz [53℄, observe que a região ini ialmente
denida omopermitidapara o orrer os ilaçãopelo Kamiokandefoi ompletamente ex luídapelo Chooz.
90,elenão foi pioneiroeentre seus ante essores desta amos umdos primeirosexperimentos
nestaárea, oqualfoirealizadodentrodoCERN.Oexperimentoemquestãofoidesenvolvido
pela olaboração CDHS [55℄ em 1984 e o resultado obtido por eles foi um limite om
90%
de CL para o anal
ν
µ
Ñ ν
µ
. Este resultado limitava a probabilidade de sobrevivên iaP
µµ
ą 0, 95
om um valor mínimo∆m
2
min
“ 0, 25eV
2
. Neste ponto é importante ressaltar
queexperimentos de SBL,ao ontráriodosde reatores, não sãosensíveisavalores baixosde
∆m
2
,juntamente omabaixapre isão(
90%
CL)éexpli áveloresultadoobtidoporCDHS,muito altopara os valores de
∆m
2
en ontrados hoje emdia.
Resultados semelhantes foram obtidos por outros experimentos, todos om
90%
de CL,porém em outros anais, omo a olaboração E531 em 1986 [56℄, que obteve para o anal
ν
µ
Ñ ν
τ
a probabilidadelimiteP
µτ
ă 2, 5 ˆ 10
´3
e∆m
2
min
“ 0, 9eV
2
. Entre osque aram
mais famosos temos o resultado publi ado pela olaboração NuTev em 1995 [57℄, obtendo
para o anal