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TÍTULO: NÍVEL DE OBESIDADE INFANTIL RELACIONADO A PAIS TÍTULO:
CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:
SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA SUBÁREA:
INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS PADRE ALBINO INSTITUIÇÃO:
AUTOR(ES): MARCELO PICOSSI VILLA, GUSTAVO REBOLLO GUERREIRO, WELLINGTON DOS SANTOS MORENO
AUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): MARIA ANGELA FIGUEIREDO TUMA ORIENTADOR(ES):
Resumo
O reconhecimento inadequado dos pais a respeito do estado nutricional de seus filhos é uma ameaça ao controle do peso saudável e pode levar a uma dificuldade na instituição de práticas de alimentação saudável e atividade física no ambiente familiar. Definições de "sobrepeso" e "obesidade" podem diferir entre leigos e clínicos, e essas discrepâncias podem significar barreiras socioculturais na comunicação entre profissionais de saúde e o público. De fato, uma proporção considerável dos pais tem dificuldade em identificar que seus filhos estão com sobrepeso ou obesos (Francescatto,2014),embora a obesidade tenha sido apontada como uma das principais preocupações dos pais em relação à saúde de seus filhos(Garbutt,et all, 2012). Outro dado que merece destaque é o fato de que a obesidade nos jovens é responsável por um risco maior à saúde do que quando desenvolvida na idade adulta. O que significa que o sobrepeso em crianças e adolescentes eleva o risco de doenças relacionadas, independentemente do peso final quando adultos (Mcardle, et al.,2011).
Introdução
Ao longo de grande parte da História, a humanidade lutou continuamente
contra a escassez de alimentos, pelo que a obesidade foi considerada em vários períodos um sinal de prosperidade e riqueza (Mazzone e Fantuzzi, 2006). No decorrer de todo o século XIX, a média de altura e de peso entre a população do mundo ocidental aumentou de forma significativa. No século XX, à medida que a população ia atingindo o seu potencial genético em termos de altura, o peso começou a aumentar de forma superior à altura, tendo como consequência o aumento da prevalência de obesidade (Caballero, 2007).
Em crianças, o peso considerado saudável varia em função da idade e do sexo. A obesidade em crianças e adolescentes não é definida em função de um
número absoluto, mas sim por um percentil. Assim, uma criança com idade superior
a dois anos é considerada obesa quando o seu IMC é igual ou superior ao percentil 95 para o seu sexo e idade.
As causas que explicam o fenômeno da obesidade infantil encontram respaldo nos fatos de que após o período de atividade escolar as crianças estão cada vez mais sedentárias e optam por assistir televisão e entreter-se com jogos eletrônicos, soma-se ainda a alimentação incorreta que dá preferência a alimentos hipercalóricos e pouco nutritivos e saudáveis (Dumith e Rombaldi, 2008).Os hábitos alimentares e de exercício físico são adquiridos e consolidados na infância.
Outro dado que merece destaque é o fato de que a obesidade nos jovens é responsável por um risco maior à saúde do que quando desenvolvida na idade adulta. O que significa que o sobrepeso em crianças e adolescentes eleva o risco de doenças relacionadas, independentemente do peso final quando adultos (Mcardle, et al.,2011).
Portanto, devido a forte influência da família na qualidade de vida da criança, surgiu a necessidade de relacionar os níveis de obesidade dos pais para com seus filhos a fim de comparar não só as influências genéticas mas também os hábitos alimentares e físicos.
O papel dos pais é fundamental na prevenção da obesidade infantil, o que depende da habilidade desses em identificar e manejar os problemas de peso de
seus filhos (Akerman, 2007). Nesse sentido, os profissionais de saúde deveriam
auxiliar os pais a desenvolver uma percepção adequada a respeito do estado nutricional de seus filhos e dos riscos futuros à saúde decorrentes do excesso de
peso (Katzmarzyk, 2014). A atenção primária é, portanto, um cenário favorável para
abordar comportamentos de estilo de vida relacionados à saúde, principalmente se aliado a um envolvimento colaborativo e de parceria com a família (Santiprabhob, 2014).
Em função da relevância do tema e diversos estudos apontarem relação da obesidade infantil com os progenitores esta pesquisa tem como Objetivo Geral estimar a prevalência de obesidade de pais e seus filhos e verificar e correlacionar o nível de atividade física de ambos.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal e quantitativa.
Esta pesquisa avaliou 205escolares e 57 pais. Foram admitidos na pesquisa,
escolares da rede particular de ensino, na faixa etária de 6 a 10 anos. Todos os
participantes da pesquisa ou seus responsáveis assinaram previamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
O projeto foi submetido à aprovação pelo Comitê de Ética de Pesquisa através da Plataforma Brasil sob nº CAAE: 58176716.2.0000.5430.
Para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade, foi realizada a aferição de peso, estatura e circunferência abdominal e cálculo de índice de Massa Corporal (IMC) dos escolares e seus pais e os resultados analisados de acordo com protocolos científicos estabelecidos.
A avaliação do índice de Massa Corporal e da medida da circunferência Abdominal (IMC) dos pais obedeceram aos protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para a avaliação do IMC dos escolares foi utilizado o software WHO AnthroPlus (2007) desenvolvido pela OMS, em percentis e para a avaliação do excesso de gordura abdominal a tabela proposta por FREEDMAN,1999,em percentis (SOC.BRAS.PEDIATR.,2012).
A avaliação do nível de atividade física dos pais será realizada através do questionário International Physical Activity Questionnaire versão curta (IPAQ) (CELAFISCS; Vespasiano, et. al, 2012) e para avaliação do nível de atividade física dos escolares será utilizado o questionário foi modificado e adaptado dos principais questionários (Aaron et al, OMS - WHO HBSC e PAQ-NHANES) e já validado por Barbosa e Silva, 2009.
A análise dos dados obedecerá a um tratamento estatístico e os resultados comparados a outros resultados disponíveis na literatura científica, a fim de estabelecer as relações entre a prática de atividade física dos pais e a obesidade em crianças e contribuir para a prevenção e tratamento da obesidade infantil.
Resultados Preliminares
Os resultados da avaliação do índice de Massa Corporal (IMC) para os 204 alunos, que mostra que 49% deles apresentam grau de sobrepeso e obesidade, sendo que 22,6% sobrepeso, 20% obesidade e 6,4% obesidade grave.
Para 57 pais, o resultado da avaliação do IMC mostrou que 3,50% estão abaixo do peso, 21,05% estão com o peso normal e 43,85% estão acima do peso, sendo que 22,80% obesidade I, 8,77% obesidade II .
O resultado da avaliação da circunferência abdominal dos escolares mostrou que: 41,7% estão em situação irregular, ou seja, possui a circunferência abdominal aumentada, e 58,3% estão em sua normalidade.
A avaliação da medida da circunferência abdominal dos pais mostrou que 24,6% apresentam valores aumentados e 28,1% valores aumentado substancialmente e 47,3% possuem a circunferência abdominal de valor normal.
Referências
FRANCESCATTO, C. et al. Mothers' perceptions about the nutritional
status of their overweight children: a systematic review. J Pediatr (Rio J).
2014;90(4): 332-43. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.01.009
GARBUTT, J. et al. What are parents worried about? Health problems and
health concerns for children. Rev. Clin Pediatr. 2012;51(9): 840-7. DOI: http://dx.doi.org/10.1177/0009922812455093
CABALLERO, B. The global epidemic of obesity: An overview. Epidemiol Rev
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AKERMAN, A. et al. Perception versus reality: an exploration of children's
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KATZMARZYK, P. et al. An evolving scientific basis for the prevention
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SANTIPRABHOB J, et al. Outcomes of group-based treatment program
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DUMITH, C.S.; Mendes Junior, A.R.M.; Rombaldi, J.A. Aptidão física
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TAYLOR, R.W. et al. Evaluation of waist circumference, waist-to-hip ratio, and the conicity index as screening tools for high trunk fat mass, as measured by dual energy x-ray abssorptiometry in chldren aged 3- 19 y 1-3. American Journal Clinical Nutririon, v.72, p.490-500, 2000.
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Classificação do IMC Nº de alunos Percentual (%)
Magreza 3 1,5
Eutrofia 101 49,5
Sobrepeso 46 22,6
Obesidade 41 20,0
Obesidade grave 13 6,4
Classificação do IMC Nº de pais Percentual (%)
Abaixo do peso 2 45,16
Acima do peso 25 28,22
Obesidade I 13 18,54
Obesidade II (severa) 5 3,22