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A família Solanaceae nos “Inselbergues” do semi-árido da Bahia, Brasil

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IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 64, n. 2, p. 109-122, jul./dez. 2009

A família

Solanaceae nos “Inselbergues” do semi-árido da

Bahia, Brasil

Adriana de Olinda Moraes1, Efi gênia de Melo 1, Maria de Fátima Agra2 & Flávio França1 1Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório de Taxonomia Vegetal, km 3 BR 116N, Campus Universitário,

Laboratórios de Biologia (LABIO) sala 1, 44031-460 Feira de Santana, Bahia, Brasil. adrianadeolinda@yahoo.com.br

2Universidade Federal da Paraíba, Laboratório de Tecnologia Farmacêutica, Setor de Botânica, Cidade Universitária, Caixa-Postal 5009, 58051-970

João Pessoa, Paraíba, Brasil. Recebido em 02.VII.2009. Aceito em 04.XI.2009.

RESUMO - Realizou-se o levantamento da família Solanaceae nos “Inselbergues” do semi-árido do estado da Bahia. As coletas e observações de campo foram realizadas nos seguintes municípios: Feira de Santana, Iaçú, Milagres, Itatim, Santa Teresinha e Itaberaba, situados entre as coordenadas 12º 14’- 12º 52’S e 39º 03’- 40º 04’W, no período de abril de 2005 a março de 2006. Esta família encontra-se representada por cinco gêneros e 14 espécies: Brunfelsia unifl ora (Pohl) D. Don, Capsicum parvifolium Sendtn.,Capsicum sp.,Cestrum obovatum Sendtn.,Nicotiana glauca Graham, Schwenkia americana L.,Solanum agrarium Sendtn., S. americanum Mill, S. depauperatum Dunal, S. gardneri Sendtn., S. megalonyx Sendtn., S. paniculatum L., S. stipulaceum Roem & Schult e Solanum sp. O gênero Solanum L. foi o mais representativo, com oito espécies, que correspondem a cerca de 58 % do total das espécies de Solanaceae, Capsicum com duas espécies (14%) e Brunfelsia, Cestrum, Nicotiana e Schwenkia com uma espécie cada (7%).

Palavras-Chave: Solanum, Afl oramento rochoso, Caatinga, Nordeste.

ABSTRACT - The Solanaceae family from the inselbergs of semi-arid Bahia, Brazil. In this study we present a survey of the Solanaceae family from inselbergs in the semi-arid region of Bahia State. The plant collections and fi eld observations were carried out in the following municipalities: Feira de Santana, Iaçú, Milagres, Itatim, Santa Teresinha, and Itaberaba, situated between 12º 14’- 12º 52’S and 39º 03’- 40º 04’W, from April 2005 to March 2006. Solanaceae is represented by fi ve genera and fourteen species: Brunfelsia unifl ora (Pohl) D. Don, Capsicum parvifolium Sendtn., Capsicum sp., Cestrum obovatum Sendtn., Nicotiana glauca Graham, Schwenkia americana L., Solanum agrarium Sendtn., S. americanum Mill, S. depauperatum Dunal, S. gardneri Sendtn., S. megalonyx Sendtn., S. paniculatum L., S. stipulaceum Roem & Schult, and Solanum sp. The genus Solanum L is the most representative with eight species, corresponding to about 58 % of the total Solanaceae species, followed by Capsicum with two species (14%) and Brunfelsia, Cestrum, Nicotiana and Schwenkia with one specie each (7%).

Key Words: Solanum, Rock outcrops, Caatinga, Northeast.

INTRODUÇÃO

Os “Inselbergues” são formas de relevo isoladas sobre pediplanos (Jatobá, 1994), com aspecto de domos, castelos ou dorso de baleia, apresentando uma fl ora característica, geralmente submetida a condições físico-químicas extremas (França et al., 1997).

De acordo com França et al. (2006), a grande Depressão Sertaneja Meridional é a maior ecorregião

do Bioma Caatinga e apresenta um grande número de “Inselbergues” granítico-gnáissicos. Esses afl oramentos rochosos têm sido estudados desde 1995 com o início dos trabalhos do projeto intitulado como Flora dos “Inselbergues”, concentrado, inicialmente, na região de Milagres.

A fl ora dos “Inselbergues” no Bioma Caatinga mostra-se freqüentemente distinta daquela encontrada na caatinga circundante, pois se encontra severamente

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infl uenciada por aspectos ambientais ainda mais rigorosos, exigindo dos organismos ali presentes maior adaptação ao estresse hídrico e altas temperaturas (Porembsky et al., 1996; França et al., 1997).

De acordo com França et al. (2006), em geral, as espécies de “Inselbergues” apresentam uma ampla distribuição geográfi ca. Entretanto, também existem espécies que são restritas à caatinga como

Aristolochia

birostris

(Aristolochiaceae),

Crotalaria

holosericea

(Leguminosae),

Coccoloba

schwackeana

(Polygonaceae),

Hohenbergia

catingae

(Bromeliaceae) e

Leptoscela

ruellioides

(Rubiaceae), entre outras, que permite colocar a vegetação ali encontrada como um tipo peculiar dentro do grande Bioma Caatinga.

A preservação dos “Inselbergues” e o estudo de sua fl ora peculiar são de grande importância não só devido à sua biodiversidade, mas também em razão da presença de sítios arqueológicos com pinturas rupestres, que se encontram ameaçados principalmente pela pecuária extensiva e pela retirada de rochas para a pavimentação pública.

A família Solanaceae A. L. Jussieu é uma das maiores das angiospermas, com cerca de 3.000 espéciessubordinadas a 106 gêneros (Olmstead et al., 1999), com distribuição cosmopolita, principalmente Neotropical, tendo a América do Sul como um dos seus principais centros de diversidade e endemismo (Hunziker, 2001). É um grupo de grande relevância econômica, com diversas espécies cultivadas para a alimentação, como a batatinha (Solanum tuberosum L.), a pimenta malagueta (Capsicum frutescens L.), o tomate (Solanum lycopersicum L.); como ornamentais (Brunfelsia spp., Petunia spp., Solandra

grandifl ora); medicinais, como Atropa beladona, Mandragora offi cinalis, além daquelas espécies

de importância farmacológica, que apresentam alcalóides esteróidais, como a solasodina, que pode ser empregada na síntese de hormônios e esteróides (Agra & Bhattacharyya, 1999; Silva et al., 2005), entre outros.

O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento das espécies de Solanaceae encontradas nos “Inselbergues” graníticos-gnáissicos do semi-árido baiano, contribuindo para um maior conhecimento da fl ora de “Inselbergues” e da família Solanaceae no semi-árido brasileiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Os “Inselbergues” do semi-árido baiano amostrados abrangem os municípios de Feira de

Santana (Monte Alto 12º13’S, 39º04’W; Morro do km4 12º16´S, 39º03´W), Iaçú (Morro da Garrafa 12º45’S, 39º51’W; Large Preta 12º50’S, 39º58’W; Morro do Timóteo 12º41’S, 39º50’W; Morro do Coité 12º45’S, 39º53’W), Milagres (Morro Pé de Serra 12º 52’S, 39º48’W; Morro São Cristóvão 12º52’S, 39º51’W), Itatim (Morro da Pedra Grande 12º42’S, 39º45’W; Morro da Quixaba 12º44’S, 39º47’W; Morro do Bastião 12º45’S, 39º46’W; Morro do Agenor 12º42’S, 39º46’W; Morro das Tocas 12º43’S, 39º42’W; Morro do Letreiro 12º37’S, 39º44’W;), Santa Teresinha (Morro do Cruzeiro 12º48’S, 39º32’W e Itaberaba (Morro de Itibiraba 12º30’S, 40º04’W) (Fig. 1).

A vegetação desses “inselbergues” encontra-se, no geral, antropizada principalmente na base onde frequentemente apresenta-se uma mata convertida em pasto, predominantemente com uma orla externa de caráter arbustivo e internamente arbóreo podendo ocorrer locais mais úmidos e com a presença de húmus.

Nas encostas a vegetação difere conforme sua inclinação. Nas faces com inclinação acentuada foi observado apenas espécies rupícolas e nas com inclinação mais suave e solo disponível a vegetação assume um caráter mais arbustivo com pequenas árvores e a presença de moitas de monocotiledôneas (Monocotyledoneous mats) que podem ser caracterizadas por verdadeiras “poças” de solo e umidade na estação chuvosa. Em alguns “inselbergues” observou-se fi ssuras na rocha formando um ambiente constantemente sombreado e úmido, permitindo a formação de uma vegetação de porte arbóreo.

Foram realizadas oito expedições para coletas botânicas e observações de campo, no período de abril de 2005 a março de 2006. Para as coletas e herborizações, seguiu-se a metodologia descrita por Mori et al. (1989). O material coletado encontra-se depositado no Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS). Também foram estudadas as coleções depositadas no herbário HUEFS, de coletas anteriormente realizadas nas áreas de estudos.

O material foi identifi cado com apoio da literatura especializada (Dunal, 1852; Sendtner, 1846; Hunziker, 1969 & 1971; Carvalho, 1978; Rojas & D’Arcy, 1998; Plowman, 1998; Nee, 1999; Agra, 2000 & 2004; Barboza & Bianchetti, 2005). A terminologia empregada nas estruturas vegetativas e reprodutivas baseou-se em Lawrence (1973), Rizzini (1977) e Harris & Harris (1997).

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IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 64, n. 2, p. 109-122, jul./dez. 2009

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Chave para identifi cação das espécies de

Solanaceae nos “Inselbergues” da Bahia, Brasil

1. Antera com deiscência rimosa

2. Ervas a subarbustos; corola com apêndices entre os lacínios da corola ... Schwenkia americana 2. Arbustos a arvoretas; corola sem apêndices entre os lacínios da corola

3. Estames 4 ... Brunfelsia unifl ora 3. Estames 5

4. Flores acima de 4 cm; fruto capsular ...Nicotiana glauca 4. Flores menores que 3 cm; fruto baga

5. Flores bracteoladas; corola infundibuliforme; fi letes adnatos à corola ... Cestrum obovatum 5. Flores ebracteoladas; corola rotáceo-campanulada; fi letes não adnatos à corola

6. Planta glabrescente; folhas ovais a oval-lanceoladas; cálice cado ...Capsicum parvifolium 6. Planta pubescente a velutina; folhas oblongo-lanceoladas; cálice com cinco apêndices fi liformes ... Capsicum sp. 1. Antera com deiscência poricida

7. Planta inerme

8. Ervas ou arbustos, glabros a glabrescentes, com tricomas ples; infl orescências em cimeiras simples, paucifl oras; corola ca; bagas glabras

9. Ervas grabrescentes; folhas membranáceas; fl ores diminutas, até 5 mm diâm.; bagas com ca. 5 mm diâm. ...Solanum americanum 9. Arbusto glabro; folhas cartáceas; fl ores acima de 1 cm diâm.; bagas com de 1,5-2 cm diâm ... Solanum sp. 8. Arbustos com indumento tomentoso-velutino com tricomas lados; infl orescências em cimeiras dicotômicas, multifl oras; corola lilás, roxa ou cerúlea; bagas tomentosas ... Solanum stipulaceum 7. Planta aculeada

10. Ervas a subarbustos; acúleos aciculares nos ramos, folhas e infl rescências; lâminas foliares com tricomas simples e estrelados ... ... Solanum agrarium 10. Arbustos eretos ou escandentes; acúleos de várias formas, retos ou recurvos no ápice; lâminas foliares com tricomas estrelados 11. Arbustos eretos; cimeiras ramifi cadas, multifl oras ... ...Solanum paniculatum 11. Arbustos eretos ou escandentes; cimeiras escorpióides e fl oras

12. Arbustos eretos; lâminas foliares cartáceas, indumentos quiçados a ferrugíneos; corolas alvas ou lilases, baga menor que 1,5 cm diâm.

13. Acúleos aciculares; lâminas foliares com indumento velutino, cinéreo, tricomas porrecto-estrelados; corola alva; ovário bro; baga com epicarpo glabro ...Solanum gardneri 13. Acúleos comprimidos lateralmente e recurvos no ápice;

nas foliares com indumento tomentoso-velutino, ferrugíneo, comas estrelado-glandulares; corola lilás; ovário pubescente; baga com epicarpo glanduloso-viscoso ... ... Solanum megalonyx 12. Arbustos escandentes; lâminas coriáceas a cartáceas, com mento ferrugíneo; corola branca; baga maior que 1,5 cm diâm. ... ... Solanum depauperatum

Brunfelsia L., Sp. Pl., v.1, p. 191. 1753.

Arbusto a pequena árvore, ramo inerme, glabro ou pubescente. Folha alterna raro subverticilada, simples, sem estípula, inerme. Infl orescência terminal ou axilar; cimeira ou reduzida a uma única fl or, terminal ou axilar. Flor levemente zigomorfa, pentâmera, pedicelada. Cálice gamossépalo, tubuloso a campanulado, 5-dentado, agudo, acuminado ou truncado no ápice, glabro ou glandular-puberulento, acrescente no fruto. Corola gamopétala, hipocrateriforme, alva, amarela, púrpuro-avermelhada ou púrpura-violeta, com ou sem fragrância. Estame 4, didínamo, incluso a levemente exserto; o par posterior menor e o anterior maior, ultrapassando o estigma; antera basifi xa, oblonga, com deiscência rimosa. Estilete fi lamentoso, curvado no ápice; estigma subinteiro, bilobado, capitado ou levemente bífi do; ovário súpero, séssil, pluriovular. Fruto cápsula, subglobosa ou ovóide, protegida pelo cálice ampliado, acrescente. Semente pouco numerosa, oblonga, côncava, angular, reticulada, marrom-avermelhada.

De acordo com Plowman (1998), Brunfelsia consiste de aproximadamente 46 espécies, divididas em três secções: Brunfelsia sect. Brunfelsia com 22 espécies, restritas ao leste da Índia; Brunfelsia sect.

Guianenses com seis espécies, exclusivas da América

do Sul; e Brunfelsia sect. Franciscea com 18 espécies neotropicais, encontradas na América do Sul, e com duas espécies também ocorrendo na América Central. Com base no trabalho de Plowmann (1998), estima-se que cerca de 20 espécies ocorrem no Brasil. Na área de estudo, o gênero está representado apenas por Brunfelsia unifl ora (Pohl) D. Don.

Brunfelsia unifl ora (Pohl) D. Don, Edinburgh New Philos. J., v.7, p. 85. 1829.

(Fig. 2)

Arbusto a arvoreta, 1-5 m alt.; ramo glabro, cinéreo. Lâmina 5,3-6,9 x 2,3-2,6 cm, cartácea a coriácea, concolor, oval a lanceolada, ápice agudo a acuminado, base atenuada, puberulenta; pecíolo 3-4 mm compr., puberulento. Infl orescência terminal, reduzida, unifl ora. Cálice campanulado, tubo ca. 1,8 cm; lacínia ca. 1,3 cm compr., triangular, aguda a acuminada no ápice, glabro. Corola hipocrateriforme, lilás a violeta, tubo ca. 1,8 cm compr., cilíndrico, lacínia ca. 1,3 cm compr., oblanceolada a ovada, glabro em ambas as faces. Filetes menores ca. 1,8 cm compr., fi letes maiores ca. 2,0 cm compr.; anteras ca. 1 mm compr., orbicular-reniformes. Estilete ca. 1,8 cm compr., estigma bífi do, ovário glabro. Cápsula

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globosa, ca. 1,1 x 0,9 cm, envolvida pelo cálice acrescente, ca. 1,1 cm compr. Semente 6 x 3 mm, elíptica, reticulada, bege.

Brunfelsia unifl ora é a espécie sul americana

do gênero que apresenta a mais ampla distribuição, ocorrendo na Venezuela, Trinidade, Bolívia, Argentina e Brasil, onde foi registrada para os estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo (Plowman, 1998). No presente estudo a espécie foi registrada para três localidades, ocorrendo em ambientes úmidos, em altitudes de 250 m.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Feira de Santana, Monte Alto, 19.V.2005, A.P.L. Couto et al. 93

(HUEFS 95819).

Material adicional examinado: BRASIL, BAHIA, Rio do Pires, 5.XII.2000, F.H.F. Nascimento 425 (HUEFS

52455); 5.XII.2000, F.H.F. Nascimento 400 (HUEFS 52440); Tucano, 09.IV.2004, D. Cardoso 22 (HUEFS 82421).

Capsicum L., Sp. Pl., v.1, p. 188-189. 1753.

Arvoreta, arbusto ou erva; ramo inerme, glabro ou piloso. Folha alterna, simples, solitária ou aos pares, inteira ou curto-denteada, glabra ou pubescente, peciolada. Infl orescência axilar em fascículo paucifl ora ou reduzida a uma única fl or. Flor actinomorfa, monoclina, pedicelada. Cálice gamossépalo, campanulado ou ciatiforme, truncado e inteiro ou com 5-10 apêndices, curtos ou longos. Corola gamopétala, subrotácea a campanulada, alva, amarelada, azulada ou violeta; lóbulos 5, curto ou profundo. Estame 5, isodínamo; fi lete fi liforme, inserido na base do tubo corolino; antera basifi xa, elíptica, amarela ou púrpura, com deiscência rimosa. Estile fi liforme; estigma capitado; ovário glabro, 2-locular (com mais lóculos em cultivares), óvulos numerosos. Fruto baga, globosa, ovóide a cilíndrica, algumas vezes infl ada, sucosa a seca; epicarpo glabro, brilhante, branco, amarelo, vermelhão a roxo. Semente em grande número, suborbicular, discóide ou reniforme, comprimida, alva a bege; embrião curvado no endosperma carnoso.

Gênero americano com cerca de 25 espécies, desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, com a maior concentração de espécies na América do Sul. É um grupo de grande importância econômica, muitas de suas espécies são comestíveis e cultivadas em todo o mundo (Nee, 1986; Barboza & Bianchetti, 2005). Na área de estudo o gênero está representado por Capsicum parvifl orum Sendtn. e

Capsicum sp.

Capsicum parvifolium Sendtn., Fl. Bras., v.10,

p. 145. 1846.

(Fig. 3)

Arbusto 1-2,5 m alt.; ramo pubescente a glabrescente. Folha solitária. Lâmina 3-8,7 x 2-3,7 cm, membranácea, levemente discolor, oval a lanceolada, ápice agudo, base arredondada a cuneiforme, margem inteira, pubescente com tricoma simples, adpressos em ambas as faces; pecíolo 0,8-2,9 cm compr., pubescente. Infl orescência fasciculada, axilar, 3-10(20!) fl ores; pedicelo 1-1,5 cm compr., não geniculado na ântese. Cálice cupuliforme, aplanado, 5-denteado, externamente piloso, tricoma simples. Corola rotácea, vinosa central, tubo 1-2 mm compr., esverdeado, lacínia 1- 4 mm compr., triangular, aguda e pilosa no ápice. Filete ca. 1 mm compr.; antera 2-3 mm compr., elíptica, arroxeada. Estilete 2-6 mm compr.; estigma capitado, verde-brilhante; ovário ca. 2 x 1 mm, glabro. Baga 3-5 x 3-6 mm, globosa, rugoso na planta seca. Semente ca. 3 x 4 mm, reniforme, comprimida.

Capsicum parvifolium é uma espécie exclusiva

do nordeste brasileiro, encontrada nos Estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte (Barbosa & Bianchetti, 2005). Nos “inselbergues” baianos, a espécie foi encontrada em altitudes que variam de 250 a 320 m, ocorrendo em ambientes mais úmidos e sombreados.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Itatim, Morro

do Bastião, 26.I.1997, E. Melo et al. 1969 (HUEFS 26375); Morro da Pedra Grande, 09.IV.2005, M.F.B.L. Silva et al. 18 (HUEFS 96835); Morro da Quixaba, 12.II.2006, A.O Moraes et al. 159 (HUEFS 108078); 12.II.2006, A.O Moraes et al. 160 (HUEFS 10879). Feira

de Santana, Monte Alto, 30.IX.2003, C. F. Lucca et al.

18 (HUEFS 77217); 30.VI.2005, A. P. L. Couto et al. 106 (HUEFS 97224).

Capsicum sp.

Arbusto ramifi cado, 1,5-2,5 m alt.; ramo pubescente a velutino, verde-amarelado. Folha solitária. Lâmina 2,6-4,5 x 1,2-2,5 cm, membranácea, discolor, lanceolada a oblonga, ápice agudo a acuminado, base arredondada a truncada, margem inteira, vilosa; pecíolo 5-9 mm compr. Infl orescência fasciculada, 3-4 fl ores; pedicelo 0,5-1 cm compr., não geniculado, pubescente. Cálice campanulado, 2-3 mm compr., cinco apêndices fi liformes, 4-7 mm compr., pubescentes. Corola rotáceo-campanulada, branco-esverdeada; tubo campanulado, 1-2 mm compr.; lacínia 4-6 mm compr., triangular-aguda, puberulenta no ápice. Filete ca. 1 mm compr.; antera

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IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 64, n. 2, p. 109-122, jul./dez. 2009 ca. 4 mm compr., verde. Estilete ca. 3 mm compr.,

estigma levemente bilobado, ovário ca. 3 x 2 mm, oblongo. Baga 3-6 x 2-6 mm, globosa, rugoso na planta viva; cálice acrescente, 4-9 mm compr., não envolvendo o fruto. Semente ca. 3 x 3 mm, reniforme, comprimida, marrom.

Espécie com caracteres distintos, que não coincidem com os já descritos para as espécies brasileiras (Sendtner, 1846; Barbosa & Bianchetti, 2005), provável nova espécie.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Itatim,

25.I.1997, Morro da Bastião, E. Melo et al. 1920 (HUEFS 26326); 14.XII.1996, Morro da Quixaba, E. Melo et al. 1859 (HUEFS 25197); 12.II.2006, A.O.Moraes et al. 161 (HUEFS 25197).

Cestrum L., Sp. Pl., v. 1, p.191. 1753.

Árvore, arbusto ou raramente erva; ramo inerme, glabro ou piloso, com tricoma simples (glandular e eglandular), ramifi cado e/ou estrelado. Folha alterna, simples, solitária, inteira, geralmente glabra. Infl orescência axilar ou pseudo-terminal, pauci- a multifl ora, em racimo, espiga ou cimeira, freqüentemente ampla, simulando panícula. Flor actinomorfa, pentâmera, diurna ou noturna, pedicelada, geralmente fragrante, monoclina, bracteolada. Cálice gamossépalo, cupular ou tubular, inteiro ou ligeiramente lobado, diminuto, persistente. Corola gamopétala, tubular a infundibuliforme, 6 ou mais vezes maior que o cálice, alva ou amarelo-esverdeada, 5-lobada; lacínia aguda, menores que o tubo, às vezes refl exas na antese. Estame 5, incluso, adnato ao tubo da corola, em níveis variáveis, da base até a metade ou mais, dependendo da espécie; fi lete glabro, piloso ou denticulado no ponto de adnação da corola; antera pequena, próxima a fauce da corola, rimosa. Estilete cilíndrico, delgado, geralmente puberulento, papiloso próximo do ápice; estigma capitado ou lobado, geralmente exserto, a altura da antera ou lacínia da corola; ovário súpero, bilocular, diminuto, menor que o cálice, 1-32 óvulos. Fruto baga, ovóide, elipsóide ou obovóide, branca, vermelha, purpúrea a enegrescida. Semente em grande número, com forma variada inclusive no mesmo fruto; embrião reto.

De acordo com Hunziker (2001), Cestrum é um gênero neotropical, com 150 a 200 espécies, encontradas principalmente na América tropical, com centros de diversidade na região andina, entre a Venezuela e a Argentina. No Brasil ocorrem ca. de 50 espécies. Na área de estudo o gênero está representado por C. obovatum Sendtn..

Cestrum obovatum Sendtn., Fl. Bras., v. 10, p.

209. 1846.

Arbusto ou arvoreta, até 3 m alt.; ramo patente a semidecumbente, estriado, glabro a pubescente. Lâmina 1,2-8,2 x 0,4-3 cm, cartácea, ligeiramente discolor, face adaxial mais escura do que a abaxial, obovada, elíptica a orbicular, ápice obtuso a agudo, base aguda a acuminada, margem inteira, glabra a pubescente nas duas faces, com tricoma simples; pecíolo 0,2-1,3 cm compr. Infl orescência em cimeira, 1-3 fl ores, menores que 3 cm, sésseis. Cálice 2-4 x 1-3 mm, campanulado a cupuliforme, com venação proeminente, glabro a pubescente; lacínia 0,8-1,2 x 0,5-1 mm, lanceolada - triangular, acuminada no ápice. Corola infundibuliforme, amarelo-esverdeada, tubo 12-16 x 0,5-2 mm, cilíndrico, lacínia 5-7,5 x 0,7-2 mm, triangular-lanceolada, estreita, glabra. Filete adnato até o terço superior do tubo, porção livre de 1,2-1,4 cm comp., glabrescente a pubescente na base; antera 0,5-1 x 0,5-0,7 mm, rotunda. Estilete 1,2-1,5 cm compr., fi liforme, glabro; estigma capitado, papiloso; ovário 1-1,2 x 0,5-1 mm, globoso, ovóide a elipsóide glabro. Baga 0,7-1,2 x 0,35-0,7 cm subglobosa, ovóide a elipsóide, roxo-escura na maturação. Semente 4-6, poliédrica.

De acordo com Nee (2001), Cestrum obovatum é uma espécie exclusiva da fl ora brasileira. A espécie foi encontrada em duas áreas dos “inselbergues” estudados, ocorrendo em elevações acima de 280m.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Itatim, Morro

do Agenor, 28.I.1996, F. França et al. 1533 (HUEFS 22201); Iaçu, Morro da Garrafa, 22.VI.1997, F. França et

al. 2334 (HUEFS 27776).

Nicotiana L., Sp. Pl., v.1, p. 180. 181. 1753.

Erva anual ou perene, arbusto até arvoreta; ramo inerme, glabro ou víscido - pubescente. Folha alterna, simples, solitária, inteira, séssil ou peciolada; lâmina inteira membranácea a coriácea. Infl orescência terminal, paniculiforme ou racemiforme, multifl ora. Flor actinomorfa maior que 4 cm a levemente zigomorfa, monoclina, apoiada por folhas reduzidas em vez de bráctea. Cálice gamossépalo, tubuloso, geralmente 5 denteado, mais curto que a corola, persistente no fruto. Corola gamossépala, tubulosa, infundibuliforme ou hipocrateriforme, o tubo diferenciado em um tubo basal verdadeiro e uma garganta superior expandida; lacínia quase inteira a 5-fendida, ereta na antese, estendida ou recurvada. Estame 5, isodínamo ou com um estame mais curto que os demais ou em pares desiguais; fi lete inserto em vários pontos do tubo, geralmente incluso; antera com ou

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sem conectivo, com deiscência rimosa. Estilete prolongado até próximo do ápice; estigma levemente sulcado; ovário bilocular, óvulos numerosos. Fruto cápsula septicida - loculicida; cálice acrescente até próximo do ¼ apical. Semente em grande número, diminuta, subesférica, reniforme, sub-reniforme, esférico-angulada. Embrião reto, levemente curvo a fortemente curvo.

De acordo com Hunziker (2001), Nicotina apresenta cerca de 67 espécies, das quais 47 são americanas, 18 são da Austrália, uma ocorre na Ilhas do Pacífi co sul e uma na África (Namíbia). Essas plantas geralmente ocorrem em áreas semidesérticas, áridas e semi-áridas, em altitudes que variam do nível do mar a mais que 4.000 m. Na área de estudo o gênero está representado por apenas uma espécie

Nicotiana glauca Graham.

Nicotiana glauca Graham Edinburgh New Philos. J., v.5, p.175. 1828.

(Fig. 4)

Arbusto ereto, ca. 2,0 m de alt.; ramo glabro, glauco, estriado. Lâmina 5,7-6 x 3,4-3,8 cm., subcrassa, levemente discolor, elíptica a oval-elíptica, ápice aguda, base arredondada, obtusa a aguda, margem inteira, glabra; pecíolo 3,6-3,7 x 0,1 cm. Infl orescência em panícula laxa, 4-fl ores, sustentadas por folhas reduzidas, lanceoladas a lineares, 1-2 mm compr., com ápice acuminado; Flores monoclinas, pedúnculo 2,5-5,2 cm compr. Cálice tubuloso, foliáceo, tubo 7,0-8,0 mm compr., lacínia 2-3 mm compr., elíptica a lanceolada, pubérulo, tricoma simples, pluricelular, unisseriado. Corola tubulosa, amarela, tubo 3,2-3,6 cm compr., lacínia 3-4 mm, triangular a elíptico-lanceolada. Estame isodínamo. Filete 3,2 cm compr., fi liforme, antera 1,5-2,0 mm. Estilete ca. 2,9 cm compr.; estigma bilobado; ovário ca. 2,0 mm, oval-elíptico, glabro, bilocular, pluriovular, com disco basal. Cápsula 0,7-1,1 x 0,3-0,6 cm, elipsóide; cálice acrescente, 1-1,2 cm. Semente ca. 1 mm compr, em grande número, ovóide a subreniforme, marrom.

Nicotiana glauca Graham é uma espécie nativa

do norte da Argentina e Bolívia, amplamente distribuída nas áreas quentes e secas da América tropical, desde o sudeste dos Estados Unidos (Nee, 1986). Espécie pouco comum nos “inselbergues” estudados, somente coletada em uma das áreas amostradas.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Itatim, Morro

do Agenor, 28.I.1996, F. França et al. 1556 (HUEFS 22223).

Schwenkia L., Gen. Pl., ed. 6, p.577 [como 567].

1764.

Erva a subarbusto, ereto, ramifi cado; ramo inerme, monoplodial, simples, bifurcado e fasciculado, glabrescente a pubescente, tricoma simples, unisseriado e glandular-estipitado, reto e curvo. Folha alterna, simples, solitária, fasciculada, séssil ou peciolada. Infl orescência em panícula e racemo, glabra a pubescente, tricoma similar ao do ramo. Bráctea setácea, linear-lanceolada, lanceolada, oval-lanceolada, séssil ou peciolada, glabrescente a pubescente. Flor zigomorfa, pentâmera, pedicelada, monoclina. Cálice gamossépalo, tubuloso ou campanulado. Corola gamopétala, tubulosa, alva, amarela, lilácea ou roxa, lacínia claviforme, com lóbulo intermediário, oval, obcordados ou subtruncado. Estames 2-4, fértil, didínamo, incluso ou exserto; fi lete laminar, concrescido na base do tubo da corola; antera oblonga, basifi xa, biteca, rimosa; estaminódios-3 ou ausente. Estilete cilíndrico, terminal; estigma capitado a subcapitado, incluso ou exserto; disco hipógino cupuliforme; ovário súpero, bilocular, pluriovular. Fruto cápsula, septicida, 2-valvar, cálice persistente, parcial a completamente acrescente. Semente em grande número, poliédrica, com testa reticulada a reticulado-ondulada, cor castanho a marrom-escuro.

Schwenckia possui cerca de 25 espécies,

ocorrendo nas regiões tropicais e subtropicais da América Central, Antilhas até a Argentina (Hunziker 2001). O gênero possui dois centros de dispersão na América do Sul, um na Venezuela e outro no Brasil, encontrada em ambientes de clima quente, próximos à costa Atlântica (D’Arcy, 1991). Na África, o gênero está representado por duas espécies, onde uma é endêmica. No Brasil ocorrem 14 espécies e 2 variedades (Carvalho, 1978). Na área de estudo o gênero está representado por apenas uma espécie,

Schwenckia americana L.

Schwenkia americana L., Gen. Pl. ed. 6, p.577.

1764.

(Fig. 5)

Erva a subarbusto, ca. 0,8 m alt.; ramo pubescente, estriado, tricoma simples, unisseriado, e glandular-estipitado em toda planta; ramos estriados. Subáfi la ou com 2-3 folhas, fasciculadas. Lâmina 2,5-3 x 0,7 cm, membranácea, concolor, oblanceolada, ápice agudo, base atenuada, margem inteira a sinuosa; pecíolo ca. 3 mm compr. Infl orescência em panícula; pedúnculo 1,8-3,5 cm compr., bráctea 1-4 mm compr. , setácea, linear-lanceolada, séssil a subséssil, glabrescente. Flor

(7)

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 64, n. 2, p. 109-122, jul./dez. 2009 monoclina; pedicelo 1-4 mm compr. Cálice tubuloso,

glabrescente, tubo 2-3 x 1 mm, lacínia ca. 1,0 mm compr, triangular, internamente papiloso. Corola tubulosa, violácea, tubo 4-9 x 1-2 mm; lacínia 0,5-1 mm compr.; lóbulos intermediários ovais, diminutos. Estames 2, iguais; estaminódios-3, ca. 4 mm. Filete ca. 6 mm compr.; antera ca. 1 mm compr. Estilete ca. 9 mm compr.; estigma subcapitado, exserto; ovário ca. 2 mm compr., oval, glabro; disco ca. 0,5 mm espessura. Cápsula 3-4 x 2-3 mm; cálice acrescente, 3-4 mm compr. Semente ca. 0,5 mm compr., em grande número, subquadrangular, marrom.

Espécie com ampla distribuição, ocorrendo desde o Sul da América do Norte até a Argentina, também tem sido encontrada no leste da África (Hunziker, 2001). No Brasil a espécie foi registrada para todos os Estados e regiões (Carvalho, 1978). Na área de estudo foi coletada apenas em Itatim, em áreas abertas e ensolaradas, em altitudes de 580m.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Itatim, Morro

do Agenor, 21.IV.1996, F. França et al. 1625 (HUEFS 23127).

Solanum L., Sp.Pl., v.1, p.184,188. 1753.

Erva, arbusto (ereto ou escandente) ou árvore; ramo inerme ou aculeado, glabro ou pubescente, com diferentes tipos de tricomas (simples, ramifi cado, estrelado, dendrítico, equinóide e peltado). Folha alterna, solitária ou geminada, simples ou composta, inteira, lobada ou pinatissecta, inerme ou armada. Infl orescência terminal ou axilar, oposta a folha ou extra-axilar, cimeira monocasial ou dicasial, pauci - a multifl ora, helicóide ou escorpióide, simples ou ramifi cada. Flor actinomorfa, raro zigomorfa, geralmente pentâmera, raro tetra a hexamera, monoclina, andromonóica ou unissexual, séssil ou pedicelada. Cálice gamossépalo, campanulado, truncado ou com cinco lacínias ou cinco segmentos. Corola gamopétala, campanulada, estrelada ou rotáceo-estrelada, pouco ou profundamente lobada, alva, amarela, cerúlea, lilás, purpúrea ou roxa, ereta ou refl exa na antese. Estame geralmente isodínamo, raro desigual; fi lete menor que a antera, soldado na base; antera basifi xa, geralmente conivente, com deiscência poricida, que às vezes se estende lateralmente, conectivo inconspícuo ou espessado, apendiculado. Estilete colunar, cilíndrico ou infl ado no 2/3 basal, reto ou curvo, glabro ou tricomatoso, dimórfi co ou não; estigma globoso, discóide e achatado; ovário súpero, globoso ou elíptico, glabro ou pubescente, bilocular, pluriovular. Fruto baga de tamanhos variáveis, glabras ou tricomatosas.

Semente em grande número, discóide ou reniforme, comprimida; embrião espiralado.

Solanum é o maior e mais complexo gênero de

Solanaceae, com cerca de 1400 espécies e ampla distribuição (Bohs, 2004), principalmente nas regiões tropicais. No Brasil, estima-se a ocorrência de cerca de 250 espécies (Agra, 2007), encontradas em todas as regiões do país, tendo alguns grupos infra - genéricos com centros de diversidade na região sudeste. É o grupo melhor representado na área de estudo, onde foram encontradas oito espécies.

Solanum agrarium Sendtn., Fl. Bras.,v. 10, p.68.

1846.

(Fig. 6)

Subarbusto ereto ou decumbente; ramo com acúleo ca. 2-3 mm compr, acicular, amarelo a ferrugíneo, indumento hispídulo, ferrugíneo, tricoma simples e estrelado. Lâmina 2,6-4 x 2,4-2,5 cm, membranácea, levemente discolor, armada, oval a oval - elíptica, ápice acuminado ou agudo, base arredondada a truncada, margem inteira ou lobada, acúleo 1-3 mm compr., acicular, amarelo, em ambas as faces, acompanhando a venação, adaxial com tricoma simples, hialino e tricoma porrecto-estrelado; abaxial ferrugíneo - tomentosa com tricoma estrelado, 6-7-radiados; pecíolo 1,5-1,9 x 0,1 cm, com indumento e tricoma similar ao da face abaxial da lâmina. Infl orescência em monocásio, 2-3-fl ores, 1-basal monoclina, as demais estaminadas. Cálice campanulado, tubo ca. 2 mm compr., lacínia ca. 1mm compr. Corola estrelada, amarelo-esverdeada, lacínia ca. 9 x 2-3 mm, refl exas na antese. Filete ca. 2 mm compr., antera 4-5 mm compr. Estilete excedendo a antera, na fl or monoclina, ca. 0,9-1 cm compr., reduzido na fl or estaminada, 4-5 mm compr.; estigma verde-brilhante, glanduloso; ovário glabro. Baga ca. 1,9 x 1,4 cm, globoso, glabro, ereto, epicarpo variegado no fruto imaturo e amarelo quando maduro; cálice ampliado, 4-5 mm, persistente. Semente 2-3 x 2 mm, em grande número, reniforme a sub-reniforme, bege.

Espécie com distribuição na América do Sul, encontrada na Venezuela e no Brasil. No nordeste brasileiro foi encontrada nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia (Agra, 1999). Nas áreas amostradas foi registrada em apenas uma coleta.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Feira de Santana, Monte Alto, 12.VII.2003, A.C. Pereira et al. 17

(HUEFS 77813).

30121 E.indd 115

(8)

Material adicional examinado: BRASIL, BAHIA, Feira de Santana, 14.VII.2002, S. S. Santos et al.139

(HUEFS 61809); Glória, 07.VI.2004, M.V.M. Oliveira et

al.739 (HUEFS 85391).

Solanum americanum Mill, Gard. Dict., ed. 8,

n. 5. 1768.

(Fig. 7)

Erva ca. 0,5 m alt.; ramo inerme, glabro a glabrescente. Lâmina 4,6-9 x 1,4-2,3 cm, membranácea, concolor, inerme, oval a oval-lanceolada, ápice agudo a acuminado, base arredondada a atenuada para o pecíolo, margem sinuosa ou inteira, glabrescente, tricoma simples, adpresso; pecíolo 4-5 mm compr., glabrescente. Infl orescência em monocásio, paucifl ora; pedúnculo 1-1,7 cm compr., canaliculado. Flor monoclina; pedicelo 0,9- 2 cm compr. Cálice campanulado, tubo 1-2 mm compr.; lacínia, ca. 1 mm compr., deltóide, externamente piloso, glabro internamente. Corola estrelada, branca, tubo ca. 1 mm compr., lacínia ca. 1 mm compr., pilosa externamente, glabra internamente. Filete ca. 1 mm compr., antera ca. 1 mm compr., oblonga, poro largo, às vezes abrindo lateralmente. Estilete ca. 2 mm compr.; estigma globoso; ovário pubérulo com diminutos tricomas glandular-estipitados. Baga 3-5 x 3-5 mm, pêndula, sucosa, globosa; epicarpo negro na maturação. Semente ca.1mm compr., em grande número, sub-reniforme, diminuta, bege.

Espécie encontrada em todos os países de clima tropical e temperados mais quentes, onde foi introduzida da América do Sul (D’Arcy 1991). No Brasil, encontra-se amplamente distribuída, de forma ruderal, habitando preferencialmente lugares com solos humosos. A espécie foi coletada apenas no inselbergue Monte Alto.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Feira de Santana, Monte Alto, 12.VIII.2003, A. C. Pereira et al.

26 (HUEFS 77822).

Solanum depauperatum Dunal, Prodromus,

v.13, n. 1, p. 227. 1852. (Fig. 8)

Arbusto escandente, 1,0-2,5 m alt.; ramo armado, acúleo 0,1-0,2 cm compr., amarelo - ferrugíneo, indumento tomentoso - ferrugíneo, tricoma estrelado multiangulado. Lâmina 9,5-10 x 4-4,5 cm, cartácea a coriacea, discolor, elíptica a oval - elíptica, ápice acuminado, base arredondada, cartácea a coriacea, aculeada na nervura principal, em ambas as faces; acúleo ungüiculado, recurvo no ápice, ferrugíneo, glabrescente adaxial, com tricoma estrelado estipitado; tomentosa, amarelada a ferrugínea

abaxial, tricoma estrelado, estipitado; pecíolo canaliculado adaxial e costado-sulcados abaxial. Infl orescência em monocásio terminal, reduzido, 1-3 fl ores; a basal monoclina, as demais estaminadas, apicais. Cálice campanulado, tubo ca. 2 mm compr., lacínias 3-4 mm compr. Corola rotácea - estrelada, branca, tubo 2-3 mm; lacínia 8-9 mm compr., linear-lanceolada. Filete 1-2 mm compr.; antera ca. 6 mm compr., linear. Estilete ca. 0,7 cm compr. na fl or monoclina, 4-5 mm compr. na estaminada; estigma verde-escuro; ovário pubescente. Baga 3,5 x 3,3 cm., globoso, hirsuto, tricoma estrelado ; cálice ampliado, 4-5 mm compr. Semente 3-2 x 2-1 mm, em grande número, reniforme a discóide, bege.

Espécie neotropical, exclusiva da fl ora brasileira, encontrada nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nos “inselbergues” amostrados, a espécie só foi coletada no Monte Alto a 250m de altitude.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Feira de Santana, Monte Alto, 11.II.2003, A.O.Moraes et al. 139

(HUEFS 108058).

Material adicional: BRASIL, BAHIA, Santa Teresinha,

27.XII.2000, L.P. Queiroz et al. 6395 (HUEFS 48678); 27.IX.2000, L.P.Queiroz et al. 6392 (HUEFS 48675).

Solanum gardneri Sendtn., Fl. Bras. v.10, p.69.

1849

(Fig. 9)

Arbusto 1-1,5 m alt.; ramo armado, pubescente, cinéreo, acúleo 0,5-1 cm compr., acicular, reto, amarelo a ferrugíneo. Lâmina 2,1-3,2 x 0,9-1,2 cm, cartácea, discolor, elíptica a oval-elíptica, ápice agudo, base arredondada, margem inteira, com ou sem acúleo ca. 2 mm, acicular, verde e tomentosa na face adaxial, cinérea a amarelada, com tricoma estrelado, séssil, velutina a lanuginosa na face abaxial, com tricoma estrelado estipitado; pecíolo 5-6 x 1 mm, indumento similar ao da face abaxial da lâmina. Infl orescência em monocásio, 3-5 fl ores, as basais monoclinas, as apicais estaminadas. Cálice campanulado, tubo 2 mm compr., lacínia 1-2 mm compr., tomentoso - velutino. Corola rotáceo-estrelada, branca a esverdeada, lacínia refl exa na antese, tubo ca. 3 mm compr., lacínia 7-8 mm compr., recurva, externamente tomentosa, internamente glabra. Filete ca. 1 mm compr., glabro; antera 5-6 mm compr., atenuada para o ápice, poro diminuto. Estilete 4-6 mm compr., na fl or monoclina, reduzido na estaminada, 4-5 mm compr.; estigma verde, ovário glabro. Baga ca. 6 x 4 mm, subglobosa, glabra; cálice ampliado, ca. 0,7 cm compr. Semente 2-3 x 2 mm, sub-reniforme.

(9)

IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 64, n. 2, p. 109-122, jul./dez. 2009 Espécie neotropical, com distribuição na

Venezuela e no Brasil, principalmente no nordeste brasileiro, onde foi coletada em Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia (Agra, 1999). Foi coletada em dois dos “inselbergues” amostrados.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Itatim, Morro

do Bastião, 25.I. 1997, E. Melo et al. 1947 (HUEFS 26353); Pedra Grande, 9.IV.2005, M. F. B. L. Silva et al. 35 (HUEFS 96852), 02.VI.2005, A. O. Moraes et al. 09 (HUEFS 97926).

Solanum megalonyx Sendtn., Fl. Bras. v.10,

p.92. 1846.

(Fig. 10)

Arbusto 1-2,5 m alt.; ramo armado, tomentoso-ferrugíneo, acúleo 4-9 cm compr., ferrugíneo a marrom, comprimido lateralmente e recurvo no ápice. Lâmina 4,3-7,4 x 2-6 cm, membranácea a cartácea, discolor, elíptica a oval-elíptica, ápice agudo, base arredondada, margem inteira a lobada, com ou sem acúleo na venação, acúleo ca. 5 mm, tomentoso, ferrugíneo adaxialmente, com tricoma porrecto - estrelado, séssil, com o raio central 2-pluricelular, velutino, amarelo-ferrugíneo abaxialmente, tricoma estrelado, longo estipitado; pecíolo 1,4-2 cm compr., tomentoso - ferrugíneo. Infl orescência em cimeira monocasial escorpióide, 5-10 fl ores, as basais monoclinas as apicais estaminadas; pedúnculo 1,8-2,7 cm compr., indumento semelhante ao do pecíolo. Cálice sub-campanulado, tubo 2-5 mm compr., lacínia 6-10 mm compr., oblonga a oblongo-lanceolado, tomentoso externamente e glabro internamente. Corola rotácea-estrelada, lilás, fendida até próximo do ½ do seu tamanho; tubo ca. 1,5-2 mm compr., lacínia 0,9-2 cm compr., oblongo-lanceolada, aguda no ápice, externamente tomentoso, internamente glabra. Filete ca. 1 mm compr., antera 8-9 mm compr., atenuada, poro diminuto. Estilete 1,0-1,1 cm compr. nas fl ores monoclinas, reduzidos nas estaminadas, 4-5 mm compr.; estigma verde; ovário hirsuto. Baga 1,2 x 1,2 cm globosa, epicarpo glanduloso - viscoso com tricoma glandular-estipitado; lobo do cálice ampliado, ca. 1,0 cm. Semente 2-3 x 1-3 mm, em grande número, reniforme, bege.

Espécie exclusiva da fl ora brasileira, somente encontrada nos estados da Bahia, Norte de Minas Gerais e Sergipe, ocorrendo em campos rupestres, restingas arbustivas e na orlas de mata do cipó, em altitudes que variam de 0 a 800m (Agra, 2001). A espécie foi coletada em quatro “inselbergues”, em altitudes de 280 a 430m.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Iaçu, Morro da

Garrafa, 22.II.1997, E. Melo et al. 2040 (HUEFS 26446);

Itatim, Morro do Agenor, 17.XII.1995, E. Melo et al.

1414 (HUEFS 24850); Morro das Tocas, 29.VI.1996, E. Melo et al. 1613 (HUEFS 23208); Pedra Grande, 09.IV.2005, M.F.B.L. da Silva et al. 22 (HUEFS 96839).

Solanum paniculatum L., Sp. Pl., v.1, p.267.

1762.

(Fig. 11)

Arbusto ereto, ramifi cado, 1-2,5 m alt.; ramo armado, tomentoso a velutino, cinéreo, acúleo 1-3 mm compr., cônico, ereto. Lâmina 4,9-17,4 x 3,3-9,9 cm, cartácea, discolor, oval-lanceolada, oblonga, ápice agudo a acuminado, base cordada, arredondada, truncada ou obliqua, margem inteira, repanda ou lobada, inerme ou com acúleo esparso, face adaxial verde-escuro, glabrescente, tricoma porrecto-estrelado, séssil, esparso; face abaxial cinéreo, tomentosa; tricoma porrecto-estrelado, estipitado; pecíolo 0,8-1,1 x 0,1-0,2 cm. Infl orescência em cimeira ramifi cada, 30-multifl oras; pedúnculo 3-1,2 cm compr.,cinéreo, tomentoso, tricoma similar aos da face abaxial da lâmina foliar. Cálice campanulado, tubo ca. 4 mm compr., lacínia1-2 mm compr, triangular - lanceolado, externamente tomentoso, cinéreo, glabro internamente. Corola rotáceo - estrelada, lilás a cerúlea, tubo ca. 5 mm compr., lacínias 5-8 mm compr., externamente tomentosa, internamente glabra. Filete 1-2 mm compr.; antera 5-6 mm compr., linear, atenuada para o ápice. Estilete 0,9-1,0 cm compr. nas fl ores monoclinas, reduzido 4-5 mm nas fl ores estaminadas, tricoma estrelado - pubescente no 1/3 basal, tricoma esparso; estigma verde; ovário glabro, pluricelular. Baga 0,6-1,1 x 0,8-1,8 cm, em grande número, pêndula, globosa; cálice com lobo de 4-6 mm compr., ampliado. Semente 2-3 x 1-2 mm, em grande número, subreniforme, bege.

Espécie neotropical, encontrada no Brasil, Paraguai e Argentina (Nee, 1991). No Brasil, a espécie possui ampla distribuição, desde o norte até o sul do país, em altitudes variando ao nível do mar até 1.000 m (Agra, 2007). Espécie comum em cinco dos “inselbergues” amostrados.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Itatim, Morro

do Agenor, 26.XI.1995, F. França et al. 1455 (HUEFS 22120); 03.III.1996, E. Melo et. al 1546 (HUEFS 22658); 29.IX.1996, F. França et. al 1856 (HUEFS 23875); Morro da Quixaba, 15.XII.1996, E. Melo et. al 1901 (HUEFS);

Feira de Santana, Monte Alto, 02.XII.2003, J. G.

Carvalho- Sobrinho et al. 170 (HUEFS 77189); 11.II.2003, A.O. Moraes et al. 141 (HUEFS 108060); Iaçu, Large Preta, 12.III.2005, F. França et al. 5160 (HUEFS 92826);

Itaberaba, Morro de Itibiraba, 04.V.2005, E. Melo et al.

3870 (HUEFS 96259).

30121 E.indd 117

(10)

Solanum stipulaceum Roem & Schult, Syst. Veg., v.4, p. 662. 1819.

(Fig. 12)

Arbusto 2-3 m alt.; ramo inerme, dicotômico, tomentoso, cinéreo. Folha solitária. Lâmina 8,1-10,7 x 2,1-3,3 cm, cartácea, discolor, inerme, elíptica a linear-elíptica, ápice agudo a acuminado, base atenuada, margem inteira, velutina em ambas as faces, indumento cinéreo, mais compacto na face abaxial, tricoma porrecto-estrelado; pecíolo 1,5-2,9 x 0,1 cm, indumento similar à face abaxial da lâmina. Infl orescência em cimeira bípara, ramifi cada, multifl ora; pedúnculo 2,5-3,5 cm compr., tomentoso; pedicelo 2- 6 mm comprimento. Cálice campanulado, tubo 2-4 mm; lacínia ca. 2 mm compr., triangular, tomentoso - cinéreo externamente, glabro internamente. Corola rotáceo-estrelada, tubo ca. 4 mm compr; lacínia ca. 9 mm compr., linear-oblonga, laxo - tomentosa externamente, glabra internamente. Filete ca. 2 mm compr., antera ca. 3 mm compr., oblongo-elíptica, abrindo por largo poro terminal. Estilete ca. 5 mm compr., estigma verde, ovário tomentoso. Baga 0,8-1,0 x 0,7-0,9 cm, ereto, globoso, epicarpo tomentoso, tricoma estrelado, decíduo; cálice ampliado, 2-5 mm compr., espessado. Semente ca. 2 x 1 mm, reniforme a subreniforme, bege.

Espécie ocorre em vegetação seca e na beira de estradas do leste brasileiro, entre 500 a 1000m de altitude (Roe, 1972). Coletada em dois “inselbergues”.

Material examinado: BRASIL. BAHIA: Itatim, Morro

do Agenor, 31.III.1996, E. Melo et al. 1543 (HUEFS 22655); Morro do Letreiro, 03.VII.2005, A. O. Moraes et

al. 46 (HUEFS 97963).

Solanum sp.

Arbusto 1-1,5 m alt.; ramo inerme, glabro. Folhas concentradas nos ramos jovens. Lâmina 5,5-11,7 x 2,9-4,9 cm , cartácea, discolor, inerme, oval, oblanceolada a lanceolada, ápice agudo, base cuneiforme, margem inteira, pubescente com tricoma simples, unicelular e cinéreo em ambas as faces concentrado nas nervuras primária e secundária e na margem; catáfi los ca. 1 mm compr.; pecíolo cilíndrico, 0,5-1,3 cm compr., com indumento semelhante ao da lâmina. Flor solitária; pedicelo 5-8 mm compr., pubescente. Cálice campanulado, verde, tubo ca. 3 mm compr., lacínia 1-2mm compr., triangular, pubescente na face externa, internamente glabro. Corola rotáceo-estrelada, branca, tubo ca. 4mm compr., lacínia ca. 5mm compr., linear-lanceolado, pubescente no ápice, internamente glabra. Filete ca. 1 mm compr.; antera ca. 3 mm compr., elíptica, poro estreito. Estilete ca. 4 mm compr., estigma levemente lobado, ovário glabro. Baga 7-9 x 4- 5 mm, globoso, verde-amarelado, cálice ampliado 3- 4 mm compr. Semente ca. 2 x 2 mm, em grande número, reniforme, bege.

Espécie encontrada somente no inselbergue Morro do Agenor em altitudes variando de 300 a 580m, na encosta sobre regossolo e no platô. Com caracteres distintos que não coincidem com os já descritos para as espécies brasileiras, pode se tratar de uma espécie nova para a ciência.

Material examinado: BRASIL, BAHIA, Itatim, Morro

do Agenor, 7.XII.1995, E. Melo et al. 1412 (HUEFS 24848); 21.IV.1996, E. Melo et al. 1619 (HUEFS 23214).

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IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 64, n. 2, p. 109-122, jul./dez. 2009 Figs. 2-7. 2. Brunfelsia unifl ora: fl or e detalhe dos estames didínamos (A.P.L. Couto et al. 93- HUEFS); 3. Capsicum parvifolium:

fruto isolado (C. F. Lucca et al. 18- HUEFS); 4. Nicotiana glauca: ramo fl orido e frutifi cado (F. França et al. 1556 - HUEFS); 5 a,b. Schwenkia americana: a. hábito, b. semente (F. França et al. 1625 - HUEFS); 6. Solanum americanum:fl or (C. Pereira et al. 26 - HUEFS). 7. Solanum agrarium: detalhe da infl orescência (A.C. Pereira et al. 17 –HUEFS).

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Figs. 8-12. 8. Solanum depauperatum: fruto (A.O.Moraes et al.139- HUEFS). 9. Solanum gardneri: detalhe da fl or, evidenciando a

corola com as lacínias refl exas na ântese (A. O. Moraes et al. 09- HUEFS); 10. Solanum megalonyx: detalhe da infl orescência (E. Melo et al. 2040- HUEFS); 11 a,b. Solanum paniculatum: a. detalhe da infl orescência; b. semente (F. França et al 1856- HUEFS); 12. Solanum stipulaceum: fl or (A. O. Moraes et al. 46- HUEFS).

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IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 64, n. 2, p. 109-122, jul./dez. 2009

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifi co e Tecnológico (CNPq) pelo apoio fi nanceiro e bolsa concedida a M. F. Agra (Produtividade em Pesquisa) e a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela bolsa concedida a A. O. Moraes (Iniciação Científi ca); a Márcia Vignoli-Silva pela identifi cação e auxilio na descrição de Cestrum obovatum; a Luciano de Bem Bianchetti pelo auxilio com as espécies de Capsicum; a Diogo S. B. Rocha pela elaboração do mapa e a Carla T. Lima pelas ilustrações.

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