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Palavras-chave: Incerteza Ambiental. Empreendedorismo Social. Desempenho Organizacional. Cooperativas.

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ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE

INCERTEZA AMBIENTAL,

EMPREENDEDORISMO SOCIAL E

DESEMPENHO ORGANIZACIONAL: UM

ESTUDO NAS COOPERATIVAS

AGRÍCOLAS NA REGIÃO SUL DO

BRASIL

Bianca Costa Amorim (Uniasselvi) bianca.costa.amorim@gmail.com Renata Preto Alvarez (Ufsc) renatapreto.94@gmail.com Daniel Penz (Senac) penz.daniel@gmail.com Joao Artur de Souza (Ufsc) jartur@gmail.com Solange Maria da Silva (Ufsc) solange.silva@ufsc.br

O Empreendedorismo Social tem chamado atenção de pesquisadores, pois relaciona-se com dois objetivos organizacionais distintos e aparentemente concorrentes: criar valor social e gerar valor econômico. Este estudo teve por objetivo, então, averiguar o relacionamento entre o Ambiente Organizacional, Empreendedorismo Social e Desempenho em cooperativas agrícolas da região Sul do Brasil. A presente pesquisa possui caráter descritivo, de levantamento ou survey, que utiliza uma abordagem quantitativa dos dados. Como ferramenta foi utilizada Modelagem de Equação Estrutural (MME), com o auxílio do software SmartPLS 3.0. Verificou-se que o ambiente explica em 21% o empreendedorismo social que, por sua vez, explica em 37% na percepção da satisfação com o desempenho e em 8% na percepção da importância do desempenho. Um dos principais achados do estudo está relacionado à forma como as cooperativas interpretam de maneira diferente o desempenho. Neste estudo, evidenciou-se que a amostra pesquisada dá maior importância para a percepção de satisfação do desempenho, em detrimento da importância do desempenho.

Palavras-chave: Incerteza Ambiental. Empreendedorismo Social. Desempenho Organizacional. Cooperativas.

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1. Introdução

O Empreendedorismo Social (ES) tornou-se um tema relevante nas pesquisas sobre

empreendedorismo (DEY 2006; SHORT; MOSS;

LUMPKIN, 2009; ZAHRA et al., 2009; SASSMANNSHAUSEN; VOLKMANN 2013). Reconhecendo a importância desta temática, um amplo corpo de literatura de pesquisa e atividades acadêmicas trouxe um progresso considerável na compreensão do Empreendedorismo Social (SASSMANNSHAUSEN; VOLKMANN 2013).

Empreendedorismo social é o desenvolvimento de uma missão social e que gera valor social e econômico (DESS, 1998). As empresas atuam no livre mercado e estão sujeitas às restrições e fascínios que ele oferece. Dessa maneira, entende-se que o empreendedorismo social está sujeito às rápidas mudanças ocorridas no ambiente empresarial e atua no sentido de minimizar os impactos negativos e aproveitar os aspectos positivos.

Neste intento, ampliar o entendimento no que tange ambientes organizacionais nos proporciona a busca de novas oportunidades no que diz respeito à adoção de estratégias e seu alinhamento com a incerteza percebida (GRUPTA; CHIN, 1993). Para Bantel (1998), identificar aspectos-chave do ambiente se apresenta como fator relevante no ajuste da empresa com o meio em que está inserida. No entendimento de Nixon, Cooper e Woo (2000), aspectos ambientais influenciam a mudança estratégica empresarial e a habilidade da empresa em se adequar às mudanças fundamentais para sua sobrevivência.

A partir do exposto chega-se à pergunta de pesquisa, que norteia este estudo: Qual o relacionamento entre o Ambiente Organizacional, Empreendedorismo Social e Desempenho nas cooperativas agrícolas da região Sul do Brasil?

Este estudo tem por objetivo averiguar o relacionamento entre o Ambiente Organizacional, Empreendedorismo Social e Desempenho em cooperativas agrícolas da região Sul do Brasil.

Esta pesquisa denota sua relevância ao relacionar três construtos distintos, são eles: ambientes organizacionais, empreendedorismo social e desempenho. Lawrence (1981) entende que, para as organizações manterem uma posição competitiva, diante da incerteza e obter sucesso financeiro ou até mesmo buscar sua sobrevivência, torna-se foco sua habilidade em monitorar, compreender e se adaptar às condições ambientais. A atuação dos

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empreendedores em mercados imperfeitos denota sua habilidade em atrair recursos e sua efetividade representa sua capacidade de se manter competitivo (DESS, 1998).

2. Empreendedorismo Social

Para fundamentar o conceito de Empreendedorismo Social, Dess (1998) busca as origens do empreendedorismo como fator econômico, destacando cinco aspectos principais: a adoção de uma missão para criar e sustentar valor social; o reconhecimento e a busca constantes de novas oportunidades para atender tal missão; engajamento em um processo de inovação e aprendizado contínuos; agir com ousadia, sem ser limitado a recursos disponíveis; exibir um elevado senso de responsabilidade aos envolvidos no processo e para os resultados criados.

A principal característica do Empreendedorismo Social é o comprometimento com os aspectos sociais. O cuidado para com as pessoas e a possibilidade de provê-las com oportunidades são componentes críticos em direção à progressão de um mundo melhor (CARRAHER; WELSH; SVILOKOS, 2016). Dees (1998) relata que, a partir de um contexto desafiante, o Empreendedorismo Social adota uma missão social que procura atacar as causas dos problemas e produzir mudanças fundamentais no setor social.

No entendimento de Helm e Andersson (2012), o Empreendedorismo Social, em seu sentido mais amplo, é um modelo de gestão estratégica que é aplicado nas organizações que possuem objetivos sociais. Os autores acrescentam que a adoção do modelo de gestão estratégica traz consigo novas perspectivas e lacunas para o estudo do empreendedorismo social. Esta pesquisa se filia ao conceito de Helm e Andersson (2012).

3. Ambientes Organizacionais

A análise do ambiente externo proporciona para a organização a identificação de oportunidades e restrições ambientais e, dessa maneira, a organização pode se alinhar e sua sobrevivência vai depender da sua habilidade de ajuste (BARNARD, 1968). No entendimento de Sharfman e Dean (1991), a diversidade dos aspectos ambientais se apresenta sob as perspectivas da complexidade, dinamicidade e disponibilidade de recursos.

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O ambiente hostil, para Covin e Slevin (1998), é marcado por forte competição e oportunidades de mercado. Os autores proferem que um ambiente oposto ao hostil é um ambiente benigno, que proporciona oportunidades rentáveis e controláveis pela organização. Para Zahra e Garvis (2000), a hostilidade indica a não favorabilidade de forças externas para os negócios da empresa.

No entendimento de Luo (2001), dinamismo se refere à variabilidade e imprevisibilidade dos componentes ambientais, esta variável ambiental eleva os custos de transação, de mudança e saída de investimentos e ainda, as dificuldades em estabelecer controle organizacional, planejamento de gestão e integração global. A complexidade, para o autor, refere-se à diversidade e heterogeneidade dos componentes ambientais. Ambientes diversificados e heterogêneos aumentam as dificuldades para as empresas em adaptarem-se às contingências ambientais, desta forma, impulsionam os custos dos negócios no exterior e despesas de adaptação e inovação.

Esta pesquisa se alinha ao conceito de Martins (2012), que pontua a relevância do ambiente organizacional, que é tido como fonte de constantes incertezas. O autor segue a corrente teórica de Damanpour (1996), Cochia e Machado-da-Silva (2004) e Barella e Bataglia (2008), que entendem que, quanto mais complexo e dinâmico for o ambiente, maior será a incerteza ambiental percebida.

4. Desempenho

Pautado na premissa de Kaplan e Norton (1997, p. 21), “tudo o que não é medido não é gerenciado”, as organizações buscam ampliar maneiras de estruturar e desenvolver métricas para avaliar seu desempenho. Elas podem ser convencionais, como relatórios contábeis e financeiros ou a partir de características específicas da empresa. No entendimento de Kaplan e Norton (1997), os gestores possuem o desafio de estabelecer, além dos tradicionais indicadores contábeis e financeiros, sistemas que expressem a melhoria contínua e inovação para as organizações, características estas cada vez mais exigidas pelo mercado atual.

Os sistemas de medição de desempenho vêm se desenvolvendo ao longo do tempo e a literatura apresenta algumas métricas, tais como o Tableau de Bord, Administração por

Objetivos, Gerenciamento pelas Diretrizes, Balanced Scorecard, entre outros

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empresas se apresenta como um fator importante, pois a partir percepção dos gestores aos fatores externos à empresa, pode-se otimizar sua eficácia e efetividade (MARTINS, 2012).

Para Simons (2000), os sistemas de medição de desempenho podem estar pautados em informações financeiras e não financeiras. Pelham e Wilson (1996), por sua vez, classificam o desempenho em perspectivas objetivas e subjetivas.

A partir das perspectivas apresentadas, este estudo se baliza no conceito apresentado por Martins (2012) e utiliza medidas subjetivas de avaliação de desempenho, pois busca aferir a performance, tomando como base a percepção ou expectativa de desempenho no entendimento dos gestores das cooperativas agrícolas estudadas.

5. Metodologia

A pesquisa presente pesquisa possui caráter descritivo, por meio de survey, que utiliza uma abordagem quantitativa dos dados e tem por objetivo investigar a influência do Ambiente Organizacional no Empreendedorismo Social e Desempenho, em cooperativas agrícolas da região sul do Brasil. Em relação ao problema a pesquisa, o estudo faz uso de uma abordagem quantitativa.

No que se refere ao instrumento de pesquisa, é composto por 56 perguntas, sobre Empreendedorismo Social foi utilizado o questionário de Helm e Andersson (2010). O questionário original foi disponibilizado na língua inglesa, foi feito a tradução do instrumento para o português e, na sequência, a tradução reversa para a língua original. Para avaliar o ambiente organizacional e desempenho foi utilizado o instrumento de pesquisa de Martins (2012).

Os questionários de Ambientes Organizacionais e Desempenho, advindos de Martins (2012), foram testados e utilizados em empresas brasileiras, entretanto, o questionário de Empreendedorismo Social, de Helm e Andersson (2010), ainda necessitava de um pré-teste no contexto brasileiro. Dessa forma, o instrumento de pesquisa foi aplicado em duas cooperativas, estas obtiveram o claro entendimento e não houve a necessidade de ajustes. Para avaliar a confiabilidade do questionário foi calculado o alfa de cronbach e os coeficientes gerados se mostraram adequados.

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A população objeto deste estudo compreende as cooperativas agrícolas localizadas na região sul do Brasil. Destaca-se que o mapeamento da população ocorreu por meio de contato com as associações das cooperativas da região. A partir da definição da população, foi realizado contato por meio de correio eletrônico com os gestores dessas entidades. A amostra do estudo compreendeu as 70 empresas que aceitaram participar do estudo, que responderam ao questionário de autopreenchimento disponibilizado via correio eletrônico com auxílio da plataforma do Google Docs, no período de agosto a setembro de 2016.

Com os dados coletados e tratados utilizou-se a técnica de Modelagem de Equações Estruturais (MEE), com apoio do software SmartPLS 3.0, utilizou-se uma sequência de etapas apresentadas na Figura 1.

Figura 1 - Descrição das etapas da equação estrutural

Fonte: Adaptado de Nascimento (2016)

Para assegurar que a amostra pesquisada não é insuficiente utilizou-se o manual de técnicas para uso de PLS de Wong (2013), que prevê o número de variáveis relacionadas com a variável latente como parâmetro. Para este formato, Wong (2013) relata que a amostra recomenda é de 70 casos. Para esta pesquisa, o número de cooperativas que responderam o instrumento de pesquisa foi 70, ou seja, o estudo está alinhado aos pressupostos teóricos.

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Inicialmente, foi rodado o modelo de ambientes organizacionais, verificou-se a colinearidade, as cargas fatoriais e a Variância Média Extraída (AVE). No entendimento de Hair et al. (2014) as cargas fatoriais inferiores a 0,7 e a AVE inferior a 0,5 ou que não possuam colinearidade devem ser excluídas e o modelo rodado novamente. Após a exclusão, chegou-se a um modelo mais refinado, conforme exposto na figura 2.

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Fonte: dados da pesquisa

As variáveis econômicas foram as que se mostraram mais acentuadas, especialmente devido aos fatores cambiais, crescimento econômico e recessão econômica a qual a organização está submetida.

Os custos de produção/vendas mostraram forte relação, especialmente devido à variação da inflação sobre as matérias primas, em especial, combustíveis e variação do valor do produto. Outra variável que se destacou nesta dimensão foi o surgimento de novas tecnologias, o que denota a atenção do setor com as inovações e as melhorias genéticas, que estão surgindo e afetam diretamente a produtividade e a rentabilidade.

Quanto às mudanças sociais verificou-se forte relação com mudanças de hábitos culturais, ou seja, valores e costumes. Outra variável que atraiu forte relação foi a da distribuição da riqueza, o que demostra o interesse social da organização. A pergunta que mede a preocupação com o meio ambiente não apresentou carga, o que demonstra a falta de interesse dos entrevistados na temática ambiental.

A exploração do modelo de Empreendedorismo Social evidenciou a falta da percepção de risco no setor. Infere-se que a falta da percepção de risco se dá em função do que se denomina de multifunção, que é representada pela solidez no setor das cooperativas agrícolas, cujos proprietários são também consumidores, fornecedores e diretores. A multifunção proporciona uma sustentação extra à organização, que compartilha seu risco com todos os associados, minimizando através do compartilhamento os efeitos da propensão ao risco.

Quanto à exploração da dimensão inovação, a pesquisa evidenciou que os respondentes percebem sua organização com forte ênfase para testar novos produtos, bem como no desenvolvimento de novos processos organizacionais. Evidenciou-se também que a organização não introduziu novos produtos, mas aperfeiçoou os produtos que já trabalhava.

No que tange à proatividade, a exploração dos dados evidenciou como uma dimensão percebida pelos respondentes, especialmente ao abordar a disposição para implantação de novos produtos, processos, técnicas ou serviços. A figura 3 apresenta o modelo estrutural de empreendedorismo já com as exclusões necessárias para que o modelo seja válido.

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Fonte: dados da pesquisa

Como pode se verificar na figura 3, o construto de Empreendedorismo Social foi validado com as dimensões: inovatividade e proatividade. Com os construtos estimados e válidos fez-se o relacionamento entre eles.

Uma vez acessados os modelos estruturais de cada construto, verificado sua colinearidade, cargas fatoriais e AVEs, a etapa seguinte é verificar o Alfa de Cronbach (AC) e a Confiabilidade Composta (CC) para avaliar a confiabilidade do modelo. Hair et al. (2014) orienta que para o modelo ser considerado confiável necessita possuir AC > 0,7 e CC > 0,7. Conforme indica os valores da tabela 1, o AC possui valores superiores a 0,7, excetuando a dimensão mudança social, que gerou um valor de 0,669, o que para Babbie (1992) é considerado moderado. Quanto a CC, os valores foram superiores a 0,83, o que denota forte confiabilidade do modelo.

Tabela 1 – Coeficientes estatísticos

AVE Confiabilidade

Composta R

2 Alpha

Cronbach f square Q

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10 Econômicas Competição Setorial 0,785 0,916 0,517 0,863 1,07 0,382 Custos de Produção/vendas 0,845 0,916 0,795 0,816 3,871 0,650 Mudanças sociais 0,751 0,858 0,589 0,669 1,431 0,413 Ambiente Empreededorismo social 0,568 0,836 0,21 0,753 0,267 0,101 Desempenho Satisfação 0,857 0,973 0,37 0,966 0,587 0,308 Desempenho Importância 0,818 0,964 0,084 0,955 0,092 0,063

Fonte: dados da pesquisa

A etapa seguinte é avaliar o coeficiente de determinação de Pearson (R2) e a validade discriminante. Para a área das ciências sociais e comportamentais, Chin (1998) sugere que os valores de R2 até 0,67 são considerados um modelo substancial, como é o caso das variáveis econômicas, da competição setorial e dos custos de produção/vendas. O R2 de até 0,19 é tido como moderado, como é o caso das demais variáveis. A partir destes pressupostos, verifica-se que o modelo proposto possui alta/moderada qualidade do modelo ajustado.

Para verificar a Validade Discriminante (VD) de acordo com o critério de Fornell e Larcker, deve-se comparar as raízes quadradas dos valores das AVEs de cada constructo com as correlações de Pearson entre os construtos. Para este critério, as raízes quadradas das AVEs devem ser superiores às correlações dos construtos analisados. Os valores encontrados nesta pesquisa são positivos em 0,47.

A etapa seguinte é a verificação dos coeficientes de caminho (Г), a partir da realização do teste t Student. Para tanto faz-se o cálculo entre as amostras originais de cada variável e suas amostras obtidas pelas técnicas de reamostragem (bootstrapping) (SILVA, 2015). O autor afirma que os valores superiores a 1,96 são considerados significantes a 5%. Conforme se observa na tabela 2, os valores do teste t são significantes em todos os relacionamentos estudados.

Tabela 2 – teste de significância estatística

Coeficiente de caminho Média subamostras Desvio padrão Teste t p-valor Ambiente -> ES 0,472 0,143 3,216 0,001 ES -> desempenho 0,290 0,095 3,067 0,002

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importância ES -> desempenho Satisfação

0,604 0,091 6,67 0,000

Fonte: dados da pesquisa

Posteriormente, avaliou-se a Validade Preditiva (Q2) e o Tamanho do efeito (f2). Para Hair et al. (2014), os valores devem ser superiores a zero. A validade preditiva do modelo proposto gerou Q2 superiores a 0, conforme observa-se na tabela 2, os valores estão alinhados com a literatura.

No que tange ao Tamanho do Efeito (f2), o relacionamento entre Ambientes Organizacionais e Empreendedorismo Social possui utilidade moderada, com um índice de 0,267. Já o relacionamento de Empreendedorismo Social com desempenho satisfação possui grande utilidade, com um escore de 0,587. E a relação de Empreendedorismo Social com desempenho importância de 0,092, o que denota pouca utilidade. O modelo estrutural do relacionamento entre os construtos de Ambiente organizacional influenciando o Empreendedorismo Social e desempenho nas cooperativas agrícolas do sul do Brasil pode ser observado a partir da figura 4.

Figura 4 - Relacionamento entre os construtos

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A partir do relacionamento alcançado pelo modelo pode-se observar que o ambiente organizacional se correlaciona em 46% com o empreendedorismo social nas cooperativas estudadas. Ambiente organizacional se correlaciona em 61% na percepção da satisfação com o desempenho e em 29% na percepção da importância do desempenho.

Os dados evidenciam que o ambiente organizacional explica em 21% o empreendedorismo social que, por sua vez explica em 37% na percepção da satisfação com o desempenho e em 8% na percepção da importância do desempenho.

7. Considerações finais

Este estudo teve por objetivo averiguar o relacionamento entre o Ambiente Organizacional, Empreendedorismo Social e Desempenho em cooperativas agrícolas da região Sul do Brasil. No que se refere à incerteza ambiental percebida nas organizações, observou-se que os gestores não se sentem pressionados por questões da atuação do governo. As variáveis econômicas foram as que se mostraram mais acentuadas, especialmente devido aos fatores cambiais, crescimento econômico e recessão econômica, aos quais, a organização está submetida.

Os custos de produção/vendas mostraram forte relação, especialmente devido à variação da inflação sobre as matérias primas, em especial, combustíveis e variação do valor do produto. Outra variável que se destacou nesta dimensão foi o surgimento de novas tecnologias, o que denota a atenção do setor com as inovações e as melhorias genéticas, que estão surgindo e afetam diretamente a produtividade e a rentabilidade.

No que se refere ao Empreendedorismo Social, observou-se que falta a percepção de risco no setor, pois esta não alcançou os coeficientes adequados e precisou ser retirada do modelo. É possível inferir que a falta de percepção de risco está diretamente relacionada à segurança gerada pela formação da organização social em prol comum, com o compartilhamento da segurança, distribuição dos benefícios e eventual divisão das perdas.

Quanto à exploração da dimensão inovação, a pesquisa evidenciou que os respondentes percebem que sua organização possui forte ênfase para testar novos produtos, bem como no desenvolvimento de novos processos organizacionais. Evidenciou-se também

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que ainda que possuam abertura para a entrada de produtos novos as organizações optaram pelo aperfeiçoamento dos produtos já existentes.

No que tange à proatividade, a exploração dos dados evidenciou como uma dimensão percebida pelos respondentes, especialmente ao abordar a disposição para implantação de novos produtos, processos, técnicas ou serviços. Os respondentes percebem que a organização aproveita as oportunidades e explora as oportunidades que lhe surgem em seu campo de atuação, porém não a fazem de forma pioneira, mas sim, seguindo tendências e padrões já estabelecidos pelo mercado.

A partir do relacionamento alcançado pelo modelo, pode-se observar que o ambiente organizacional se correlaciona em 46% com o empreendedorismo social nas cooperativas agrícolas estudadas que, por sua vez, se correlaciona em 61% na percepção da satisfação com o desempenho e em 29% na percepção da importância do desempenho.

Os dados demonstram que o ambiente explica em 21% o empreendedorismo social que, por sua vez, explica em 37% na percepção da satisfação com o desempenho e em 8% na percepção da importância do desempenho.

Um dos principais achados do estudo está relacionado sobre como a amostra pesquisada interpreta de maneiras diferentes o desempenho. Neste estudo, evidenciou-se que as cooperativas dão maior atenção para a percepção de satisfação do desempenho, em detrimento da importância deste indicador.

Como limitações da pesquisa aponta-se a dificuldade de obtenção dos dados primários. Sugere-se para futuras pesquisas a replicação deste trabalho com uma amostra maior. Outra sugestão é aumentar o escopo da pesquisa, analisando cooperativas de diferentes países.

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Referências

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