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INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL Curso de formação em homeopatia para cirurgiões-dentistas

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INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL

Curso de formação em homeopatia para cirurgiões-dentistas

Constituição homeopática: uma proposta didática ilustrada.

Por

Flávia Macedo Couto Kátia Piedade de Macedo

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INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL

Curso de formação em Homeopatia para Cirurgiões-dentistas

Constituição homeopática: uma proposta didática ilustrada.

Trabalho apresentado ao Instituto Hahnemaniano do Brasil como parte dos requisitos para a conclusão do Curso de Formação em Homeopatia para Cirurgiões-dentistas

Autoras: Flávia Macedo Couto e Katia Piedade de Macedo

Orientadora: Jane da Silva Azevedo

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Ficha Catalográfica

Couto, Flávia Macedo Macedo, Katia Piedade de

Constituição homeopática: uma proposta didática ilustrada./ Flávia Macedo Couto, Katia Piedade de Macedo -- Rio de Janeiro / RJ. Instituto Hahnemanniano do Brasil, 2015.

33 f. : il. ; 31 cm.

Orientador: Jane Silva de Azevedo.

Monografia – IHB, Capacitação em homeopatia para cirurgiões dentistas, 2015.

Referências bibliográficas: f. 33.

1. Homeopatia. 2. Saúde Bucal. 3. Constituições homeopáticas. 4. Recursos visuais didáticos. 5. Ilustração. 7. Monografia

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Folha de aprovação

COUTO, FLÁVIA MACEDO MACEDO, KATIA PIEDADE DE

“Constituição homeopática: uma proposta didática ilustrada.”

Monografia submetida apresentada ao Instituto Hahnemaniano do Brasil como parte dos requisitos para a conclusão do Curso de Formação em Homeopatia para Cirurgiões-dentistas.

Aprovada em: Rio de Janeiro, 30 de julho de 2015.

_________________________________________________ Jane Silva de Azevedo

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Sumário 1.Introdução ... 10 2. Objetivos ... 12 3. Materiais e métodos ... 13 4. Revisão Bibliográfica ... 14 4.1. Histórico ... 14 4.2. Constituições ... 19 4.2.1. Sulfúrica ... 19 4.2.2. Carbônica ... 20 4.2.3. Fosfórica ... 20 4.2.4. Fluórica ... 21 4.3. As constituições na odontologia ... 22 4.3.1. Sulfúrica ... 22 4.3.2. Carbônica ... 22 4.3.3. Fosfórica ... 23 4.3.4. Fluórica ... 23 5. Ilustrações ... 25

5.1. Representação dos tipos constitucionais ... 25

5.1.1. Sulfúrico... 25

5.1.2. Carbônico ... 26

5.1.3. Fosfórico ... 27

5.1.4. Fluórico ... 28

5.2. Representação de características odontológicas dos tipos constitucionais ... 29

6. Discussão ... 30

7. Conclusão ... 32

(6)

Resumo

A homeopatia se utiliza dos tipos constitucionais no auxilio do diagnóstico e escolha medicamentosa. Este trabalho objetiva rever o histórico das classificações tipológicas, caracterizar as constituições utilizadas na escola homeopática e propor um material ilustrado para o estudo das constituições homeopáticas a partir de uma revisão de literatura e parceria com um ilustrador profissional. As predisposições patológicas e a morfologia foram relacionadas pela primeira vez por Hipócrates e desde então diversos estudiosos propuseram e modificaram classificações tipológicas. Adotou-se neste trabalho como classificação as seguintes constituições: sulfúrica, carbônica, fosfórica e fluórica. Foi construído um modelo ilustrado voltado para o ensino das constituições homeopáticas.

(7)

Abstract

Homeopathy uses the homeopathic constitutional types in aid of diagnosis and medication choice. This paper aims to review the history of typological classifications, characterize the constitutional types used in homeopathic school and propose an illustrated material for the study of the homeopathic constitutional types from a literature review and partnership with a professional illustrator. The pathological predispositions and morphology were related for the first time by Hippocrates and since then many scholars have proposed and modified typological classifications. This work used the following constitutional types: Carbonic, Phosphoric, Phosphorous and Sulfuric. An illustrated model for

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Lista de ilustrações

Figura 1 – Indivíduo Sulfúrico Figura 2 – Indivíduo Carbônico Figura 3 – Indivíduo Fosfórico Figura 4 – Indivíduo Fluórico

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Lista de tabelas

Tabela 1: Teoria dos Temperamentos Tabela 2.1: Classificação segundo Nebel

Tabela 2.2: Classificação segundo Nebel continuação Tabela 3: Classificação de Henri Bernard

Tabela 4: Arcadas dentárias e incisivos centrais de acordo com os tipos constitucionais

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10 1. Introdução

A homeopatia busca o equilíbrio do indivíduo como um todo.

A administração de medicamentos homeopáticos na sua forma ponderal é capaz de produzir no indivíduo são, sintomas semelhantes aos já existentes no indivíduo doente, mas seu uso na forma ultra diluída e dinamizada é capaz de curar esses sintomas no indivíduo doente.

Um pilar fundamental da filosofia homeopática é a sensibilidade individual, ou seja, uma resposta diferente a um mesmo estímulo. Por conta disto, a forma total de adoecer de cada indivíduo é considerada, a partir da sua totalidade de sintomas, na eleição do medicamento homeopático apropriado.

Ao relacionarmos os conjuntos dos sintomas que ocorrem em associação sindrômica – conhecidos por diáteses – com a constituição do indivíduo entraremos em um dos ramos da homeopatia denominado Homeopatia Constitucional.

A constituição individual, para Ribeiro (2008) resulta da complexa interação das células germinativas que originam condições metabólicas, estruturais e funcionais de forma individualizada. Para Carillo Jr, o biótipo individual resulta da manifestação externada desses processos metabólicos que são definidos por fatores genéticos e influenciados por fatores intrínsecos e extrínsecos.

A constituição terá, então, uma importância especial para a Homeopatia constitucional na eleição do medicamento homeopático. Para auxiliar neste processo de seleção medicamentosa a partir do uso da morfologia individual foram criadas classificações biotipológicas.

A primeira associação das predisposições patológicas e morfologia se deu há aproximadamente 400 anos a.C. na escola Hipocrática. A partir de então diversos estudiosos irão propor e/ou modificar algumas dessas classificações. Podemos destacar os estudos de Nebel, posteriormente desenvolvidos por Vannier nomeando os tipos constitucionais enquanto carbônico, fluórico e fosfórico. Outro autor de destaque é Bernard, que adicionou o tipo constitucional Sulfúrico e realocou o fluórico enquanto variação do fosfórico.

O conhecimento constituições carbônica, fosfórica, fluórica e sulfúrica pode auxiliar a compreensão de sintomas e na forma de adoecimento de cada indivíduo, permitindo uma facilitação na preservação ou reestabelecimento da

(11)

11 saúde (1). Por isso, as características morfofisiológicas, comportamentais e psicológicas das constituições são estudadas na formação dos profissionais homeopatas.

Neste sentido, podemos pensar em recursos didático-visuais que podem auxiliar neste processo de aprendizagem. O uso de imagens para o aprendizado de ideias científicas é considerado um recurso didático importante. Isto ocorre por conta de as representações verbais não serem tão facilmente lembradas quanto sua respectiva representação visual (2). Segundo Vasconcelos & Souto (2003), a ilustração tem por função tornar as informações mais claras, estimulando a compreensão e a interação entre leitores e o texto científico.

(12)

12 2. Objetivos

Diante do exposto, este trabalho se propõe a:

• Analisar o historicamente o estabelecimento da relação entre morfologia e processos de saúde;

• Caracterizar os tipos constitucionais;

• Caracterizar os tipos constitucionais no contexto odontológico e

• Criar ilustrações como uma proposta de material didático para o estudo

(13)

13

3. Materiais e métodos

O presente trabalho se deu a partir de uma revisão de literatura. Para tanto, foi realizada uma busca bibliográfica em duas etapas. A primeira nas bases de dados eletrônicas e a segunda em bibliotecas.

A primeira busca bibliográfica ocorreu através dos seguintes termos: “homeopatia AND constituição”, “homeopatia AND odontologia AND constituição” “homeopathic AND constitution” e “homeopathic AND constitution AND dentistry” nas bases de dados Bireme, Scielo,Pubmed e BVS Homeopatia. A segunda busca foi feita no acervo pessoal das autoras, na biblioteca do Instituto Hahnemanniano do Brasil e na biblioteca do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A partir da revisão bibliográfica foi construído, a partir da parceria com um ilustrador, um material de apoio de cunho didático na forma de ilustrações.

(14)

14

4. Revisão Bibliográfica

4.1. Histórico

O contexto filosófico é de extrema importância para a compreensão do pensamento médico antigo, assim como a contribuição de escritores médicos na formação do pensamento filosófico.

A escola fundada por Hipócrates (460-377 a.C) procurava entender a doença de acordo com o contexto e especificidades de cada doente levando a uma ênfase no prognóstico. Apontava também, para uma abordagem da totalidade do indivíduo na qual o ambiente e fatores pessoais são associados aos sintomas. Assim, a escola hipocrática começa a constituir um novo modelo de ciência, cuja principal atividade médica é a observação. Nesta escola, encontraremos a primeira associação de predisposições patológicas e morfologia(3).

Além de definir dois biótipos fundamentais, Hipócrates, o pai da medicina, propõem a teoria humoral, segundo a qual, os humores são formados pela combinação de elementos primários do corpo (terra, água, fogo e ar) pareados segundo a qualidade de cada um (quente-frio, seco-úmido)(3). Os quatro tipos de humores que irão formar a natureza do homem, resultantes dessa combinação são: sangue (quente e úmido), fleuma (fria e úmida), bílis negra (fria e seca) e bílis amarela (quente e seca) procedentes, respectivamente, do coração, cérebro, baço e fígado. O desequilíbrio destes tem por consequência as doenças (Dias, 2003).

Ainda na antiguidade podemos citar Galeno (131-201) que com base na teoria humoral hipocrática criou a teoria dos temperamentos. Os quatro temperamentos mais importantes corresponderiam aos que predominassem um único humor, assim sua nomenclatura é dada a partir do nome de seu humor correspondente de acordo com tabela 1(4).

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15

Temperamento Predomínio Característica Predisposição

Flegmático ou

Linfático Muco ou Fleuma

Cabelos loiros, pele fina e pálida, caminhar indolente e melancolia constante. Escrófula e doenças da infância Sanguíneo Sangue

Pele clara e corada, baixa estatura e pescoço

curto

Pletora, congestões, obesidade e hemorragias

Bilioso ou

Colérico Bílis amarela

Cabelos escuros e olhar sombrio Afecções do fígado, vias digestivas, hipocondria e misantropia Nervoso ou

Melancólico Bílis negra

Fisionomia variável, inquietude e comportamento

extravagante

Convulsões

Tabela 1: Teoria dos Temperamentos

Já na Idade Média, veremos que ocorrerá uma recusa da teoria humoral como paradigma explicativo da saúde e da doença por parte de Paracelso. Os quatro elementos clássicos (Água, ar, fogo e terra) passam a ter caráter acessório frente a três substâncias primárias (Sal, Enxofre e Mercúrio(Dias, 2003). Assim como Hipócrates, relacionou o microcosmos (Corpo Humano) com o macrocosmos (elementos da natureza) (4), no entanto incluiu ao macrocosmo a porção extra terrena do universo, pela forte religiosidade presente em sua época.

Este espírito religioso fortemente presente na teoria de Paracelso dará lugar a um espírito filosófico unido a uma busca por explicações lógicas a partir do século XVI. Assim, já em 1866, Grauvogl descreveu, inspirado na bioquímica, os seguintes três estados:

 Oxigenóide – apresenta reações e trocas químicas aceleradas,uma

resistência diminuída às toxinas e aumento das oxidações;

(16)

16  Carbo-nitrogenóide – de oxidação lenta, hipóxia tecidual e retenção

de compostos carbo-nitrogenados.

Sua classificação não distingue características morfológicas, no entanto, correlaciona-se com as diáteses ou miasmas de Hahnemann.

O sistema músculo-esquelético passa a ser considerado como responsável pela manutenção da morfologia no início do século XX. O responsável por tal consideração é AntonieNebel que acrescentou a noção de funcionamento endócrino à noção constitucional de Grauvogl, determinando tipos hiper, normo e hipocrínicos além de se preocupar com a susceptibilidade a tuberculose. Nebel adotou uma nomenclatura a partir dos sais de cálcio da matéria médica associados aos íons carbono, fósforo e flúor. A nomenclatura e suas respectivas características podem ser vistas nas tabelas 2.1 e 2.2 (4).

Os estudos de Nebel foram desenvolvidos posteriormente por Léon Vannier. Vannier manteve as características morfológicas e psíquicas estabelecidas no estudo anterior e relacionou a evolução da constituição fosfórica à tuberculose e a da fluórica à sífilis (4).

Ele também indicou a correspondência de cada constituição a um estado bioquímico bem determinado. Os termos Carbônico, Fosfórico e Fluórico são utilizados para denominar os tipos constitucionais, essa nomenclatura é justificada pela correspondência dos sinais objetivos de cada constituição a um medicamento da matéria médica (4).

Tipo

Características

Indivíduo Desenvolvimento Articulações Tendência a

Carbocálcico Sólido No sentido da largura

Rígidas - extensão dos membros menor

do que 180º

-

Fosfocálcico Frágil No sentido do comprimento

Normais - extensão dos membros igual a

180º

Cifose

Fluorcálcico Distrófico -

Frouxas - extensão dos membros maior

do que 180º

Escoliose

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17 Tipo Características Dentes Abóbada palatina Funcionamento endócrino Resistência a tuberculose

Carbocálcico Brancos e bem implantados

Em arco de

círculo Normocrínico Resistente

Fosfocálcico Mais longos do que largos

Discretamente

ogival Hipercrínico Pouco resistente

Fluorcálcico Amarelados e

mal implantados Bastante ogival Hipocrínico Muito resistente Tabela 2.2: Classificação segundo Nebel continuação.

O tipo carbônico é descrito por Vannier como correspondente a indivíduos rígidos e eretos, de marcha cadenciada podendo esta ser lenta ou rápida e de gestos sóbrios. Já o tipo fosfórico tem indivíduos frágeis, delgados, altos, esbeltos com uma marcha elegante e gestos graciosos além de uma atitude expressiva. E, finalmente, os fluóricos são indivíduos instáveis de marcha irregular e de gestos largos e desordenados. Vannier descreveu além dessas características gerais dos indivíduos de cada tipo as características estática, cinemática e dinâmica que serão melhor esclarecidas a frente (4).

Henri Bernard, em 1947, impulsionou a biotipologia ao indicar que o estudo

das constituições deveria compreender forma, funções e

psiquismosimultaneamente. Além disso, acreditava que se acrescentariam características variáveis a partir de modificações lentas ou súbitas, fugazes ou prolongadas (4).

Os três tipos básicos usados na classificação de Henri Bernard são: carbônicos, sulfúricos e fosfóricos. Os sulfúricos se dividem nos tipos secundários escleróticos, neutros e magros enquanto o fluórico passa a ser entendido como uma variação do fosfórico e o carbônico é deslocado da posição e equilíbrio e passa a ser considerado hipocrínico. As características dos tipos descritos por Bernard estão na tabela 3 (4).

(18)

18

Tipos

Carbônico Sulfúrico

Gordo

Sulfúrico

Neutro Sulfúrico Magro Fosfórico

C

aracter

íst

ica

s

Endoblástico Mesoblástico Mesoblástico Mesoblástico Ectoblástico

Brevelíneo

Normolíneo (tendência a

obesidade)

Normolíneo Normolíneo Longelíneo

Hipocrínico (Hipotireóideo ) Normocrínico (tendência ao hipersupra-renalismo) Normocrínico Normocrínico (tendência ao hipertireoidismo) Hipercrínico (Hipertireóideo) Tendência a esclerose Tendência a esclerose - Tendência a desmineralizaçã o Tendência a desmineralização Defesa específica Defesa equilibrada (tendência a defesa específica) Defesa equilibrada Defesa equilibrada (tendência a defesa inespecífica) Defesa inespecífica

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19 4.2. Constituições

Autores clássicos, como Vannier e Nebel, estabeleceram as seguintes três constituições: Fosfórica, Fluórica e Carbônica. Para Bernard, o fluórico não é entendido como um tipo constitucional propriamente dito, mas como uma variação do tipo fosfórico na qual há indivíduos sensíveis ao elemento flúor. O autor também indica a Constituição Sulfúrica aos tipos básicos por ele estabelecidos.

Neste trabalho, serão destrinchados a seguir os quatro tipos constitucionais mencionados acima. Para tal serão descritas características morfofisiológicas, comportamentais e psicológicas.

4.2.1. Sulfúrica

No tipo constitucional sufúrico, os indivíduos apresentam estatura mediana e são normolíneos, ou seja, apresentam uma equivalência no tamanho da metade inferior do corpo, considerada a partir da púbis até a sola do pé,com a metade corpórea superior, da púbis até a cabeça. Seus membros tem aspecto e peso geralmente harmônicos ou proporcionais e tem uma elasticidade normal formando ângulos de aproximadamente 170º (5).

Apresentam uma face retangular e simétrica, harmoniosa (5,6).

São atléticos, muito ativos e gostam de praticar atividades físicas, apresentam tecido muscular e conjuntivo bem desenvolvidos, tendo assim, uma estrutura forte e musculosa (7).

Durante seu desenvolvimento tem tendência a autointoxicação com alterações metabólicas levando a falhas nutritivas (5).

Quando está em equilíbrio, o sulfúrico é moderado em suas ações, otimista, racional, seguro de si, confiante e corajoso (5–7). Ele pode descompensar pela obstinação (6) e no desequilíbrio pode ficar muito irritado, nervoso e ao menor esforço fica fatigado, impaciente e reflexivo.

(20)

20 4.2.2. Carbônica

Os indivíduos do tipo constitucional carbônico são brevilíneos, ou seja, apresentam os membros encurtados em comparação ao tronco e são Robustos (Dulcetti Junior, 1992; Nardy, 2008). Os carbônicos apresentam uma hipoelasticidade – articulações pouco flexíveis. Para Nardy (2008), essa hipoelasticidade representa uma amplitude de movimento em uma angulação menor do que 160º enquanto Dulcetti Junior (1992) considera a angulação menor do que 180º.

Há nos carbônicos a predominância do tecido adiposo (Lade, 2005; Nardy, 2008). Estes indivíduos tendem a apresentar peso superior a média (Nardy, 2008) e seus órgãos viscerais são proporcionalmente mais espaçosos e seus corpos são macios e arredondados (Lade, 2005).

Sua face apresenta o terço inferior maior (braquicéfalos) (Dulcetti Junior, 1992).

São indivíduos lentos o que é refletido em suas patologias cujas evoluções de dão de forma lenta e tendem a cronicidade como por exemplo retenção híbrida, artrite e doenças degenerativas (Nardy, 2008).

Para Lade (2005) são indivíduos sociáveis, calmos, afetuosos que gostam de comer e do conforto físico. Nardy (2008) também os menciona como calmos, além de ordeiros, bem humorados, com um grande autocontrole sobre o medo e geralmente tímidos. Além de passivos e lentos, são, segundo Dulcetti Junior (1992), metódicos e obstinados.

4.2.3. Fosfórica

Os indivíduos fosfóricos são longilíneos (Dulcetti Junior, 1992; Nardy, 2008), portanto apresentam os membros longos em relação ao tronco. Possuem estrutura esguia (Lade, 2005) além disso, apresentam estatura superior a média, baixo peso em relação à altura, membros delgados e as mãos finas com dedos mais largos do que a palma (Nardy, 2008).

Sua face tem a forma de triângulo isóscele no vértice inferior (Nardy, 2008), com crânio grande e pele delicada (Lade, 2005) e sua extensão de membros

(21)

21 superiores é completa, correspondendo a uma angulação de 180º (Nardy, 2008).

O sistema nervoso é desenvolvido e seu temperamento sensível (Lade, 2005). Apresentam uma baixa resistência física e mental, esgotando-se ao menor esforço intelectual (fadiga) (Dulcetti Junior, 1992; Nardy, 2008).

É artístico (Dulcetti Junior, 1992; Lade, 2005) e ciclotímico (transtorno de humor mais leve do que o transtorno bipolar com tendência a depressão e alterações de humor em poucos dias) (Nardy, 2008). Segundo Lade (2005) é inibido com uma tendência a preocupar-se e frequentemente sente medo. Já para Nardy (2008) tendem a reprimir-se e a irritabilidade. Dulcetti Junior (1992) aponta para a angústia existencial e ansiedade do indivíduo fosfórico além de ser emotivo.

4.2.4. Fluórica

De estatura variável, porém tendendo a uma estatura inferior à média, os indivíduos do tipo constitucional fluórico apresentam uma hiperelasticidade em diferentes graus, seus tecidos são flácidos e seus ligamentos e músculos são elásticos. Sua elasticidade é percebida nos membros superiores a partir de sua extensão que apresenta uma angulação maior do que 180º (Nardy, 2008).

Os fluóricos são assimétricos, sua face, cabeça e corpo tem forma semelhante a um triangulo escaleno ou a um polígono irregular (Nardy, 2008).

Apresenta alterações morfológicas comumente relativas a tamanho e número como, por exemplo, a microcefalia e a polidactilia (Nardy, 2008).

Em relação a seu temperamento, o fluórico se apresenta como um indivíduo impulsivo, instável e desordeiro (Dulcetti Junior, 1992). Assim como o fosfórico,o indivíduo fluórico é ciclotímico além de paradoxal e de caráter imprevisível. Apresenta déficit de atenção podendo ser hiperativo ou hipoativo. Crítico, imprudente, caprichoso e cínico com tendências destrutivas. O fluórico tende a genialidade (Nardy, 2008).

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22 4.3. As constituições na odontologia

4.3.1. Sulfúrica

O indivíduo sulfúrico tende a uma harmonia, sua face é retangular, os dentes seguem este formato e são brancos (5). Apresenta poucas cáries e incipientes, associadas ao consumo de carboidrato (5,6).

Sua arcada dentária é circular, com o palato ligeiramente ogival e cavidades pulpares amplas (5).

Sua harmonia também ocorre nos processos de erupção e posicionamento dentário. O sulfúrico apresenta uma cronologia e seqüência de erupção normais e tem normoclusão (5,6).

Segundo Nardy, pode ser facilmente impressionável ante a necessidade de um tratamento odontológico se apresentando como indeciso ante ao atendimento odontológico (IHB, 2008). Além disso, tende a supuração, o que clinicamente pode aparecer na forma de hiperemia pulpar e estomatite aftosa (5).

4.3.2. Carbônica

Há concordância entre os autores a respeito da forma e cor dos elementos dentários do indivíduo carbônico. Para Nardy, Dulcetti e Carillo, os carbônicos possuem dentes quadrangulares e brancos. Com relação a disposição na arcada, Carillo descreve os elementos como perfeitamente em contato enquanto Dulcetti os descreve como em normoclusão, mas podendo apresentar algumas alterações oclusais.

Dulcetti descreve os elementos como possuidores de raízes robustas podendo apresentar até hipercementose. Nardy além de citar a

hipercementose, aponta para outros aspectos clínicos relacionados a uma alteração da deposição óssea, tais como a hipercalcificação pulpar, dentinária e de condutos radiculares, pólipos pulpares e por fim uma tendência a

anquilose. Quando ocorrem odontalgias, costumam agravar pelo frio (Lacerda,1990).

Sua lentidão característica também reflete nos aspectos odontológicos. A erupção dentária dos carbônicos se dá de forma lenta podendo sofrer retardos

(23)

23 assim como seus processos cariosos (5), que além de lentos tem uma

predominância na região cervical (6).

O carbônico também tende a apresentar hipertrofia de amigdalas e adenoide (5). Também há uma tendência ao aparecimento de aftas e vesículas e suas gengivas se apresentam vermelhas e inchadas (Lacerda,1990).

Sua personalidade é refletida na sua postura com relação ao atendimento odontológico, os carbônicos são passivos frente ao mesmo e cooperam com o tratamento (IHB, 2008). Já a criança carbônica somatiza suas através do habito de sucçãos de dedos.

4.3.3. Fosfórica

O indivíduo fosfórico apresenta seus elementos dentários na cor branco translúcido (5), de formato retangular no sentido vertical (alongado) (6). O palato é ogival e a arcada em formato de elipse, sendo maior no eixo antero-posterior (5), além disso, sua erupção é retardada.

Há uma tendência a desmineralização (5,6) podendo aparecer ocasionalmente dentinogênese imperfeita, cáries, osteítes, osteomelielite mandibular, atraso em cicatrizações ósseas e consolidações de fraturas e gerando uma propensão a ocorrerem reabsorções radiculares devido a movimentação ortodôntica (5).

As odontalgias se apresentam de forma aguda e ocorrem processos

inflamatorios agudos das gengivas com repetição sintomática (Lacerda,1990). Também podem apresentar artrite nas ATMs, nevralgia facial, trismo

idiopático, halitose com sialorréia e hiperplasia de adenóides. (Nardy, 2008; Lacerda, 1990). Ocasionalmente se apresentam como respiradores bucais e são pouco cooperativos diante do tratamento odontológico (Lacerda,1990).

4.3.4. Fluórica

A assimetria do indivíduo fluórico se estende a sua face. O palato é acentuadamente ogival com alterações oclusais e arcadas assimétricas ou em forma de "V” (5,6).

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24 coloração mais escurecida e de formato arredondado a triangular. (Lacerda, 1990; Dulcetti Junior, 1992; Nardy, 2008)

A frouxidão ligamentar do fluórico se estende a sua cavidade oral, assim este indivíduo tende a luxações, subluxações, periodontites e alterações ligamentares como, por exemplo, uma mobilidade ligamentar assintomática. (5,6).

Este indivíduo tende a apresentar cáries múltiplas oclusais, interproximais e rampantes e hipoplasia de esmalte. Apresentam o sistema de canais radicular com múltiplos canais e condutos acessórios além de alterações morfológicas. Suas raízes são incompletas e há uma tendência a necrose pulpar e fístulas.

O fluórico também tende a distrofias ósseas, exostoses e disfunção de ATM. (5,6).

Para Lacerda, os indivíduos fluóricos também podem apresentar indivíduos dentes de hutchinson, hemangiomas, língua geográfica e lábios leporinos. São indivíduos indiferentes ao tratamento odontológico (IHB,2008)

(25)

25 5. Ilustrações

5.1. Representação dos tipos constitucionais

As ilustrações representam caracteristicas, traços e tendências corporais, faciais e de personalidade do indivíduo de cada tipo constitucional.

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26 5.1.2. Carbônico

(27)

27 5.1.3. Fosfórico

(28)

28 5.1.4. Fluórico

(29)

29

5.2. Representação de características odontológicas dos tipos constitucionais

Sulfúrico Carbônico Fosfórico Fluórico

Arca das de nt á ria s Inc is iv o Ce nt ra l

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30 6. Discussão

A associação entre morfologia e predisposições patológicas originou-se ainda na escola Hipocrática, em torno de 400 a.C. Ao longo dos anos e do desenvolvimento das ciências médicas foram desenvolvidas diferentes classificações. O caminho percorrido pelos estudiosos auxilia no entendimento das classificações utilizadas ainda hoje na medicina homeopática.

Assim, a constituição tem diferentes definições e classificações influenciadas por diferentes escolas filosóficas. Sendo a mais aceita, segundo Carillo Jr, a de uma “estrutura total, física ou psíquica do indivíduo, seja em consequência de fatores hereditários ou adquiridos, comportando-se não só como elemento estático como também apresentando modalidades reacionais dinâmicas, regidas por complexo sistema regulador, podendo influir no desencadear ou decorrer de doenças”.

O estudo das constituições homeopáticas, estabelecidas como Fluórica, Fosfórica, Carbônica e sulfúrica ao se avaliar classificações e modificações ocorridas no trabalho de diferentes autores está presente na prática de ensino na formação de profissionais homeopatas.

O entendimento das diferentes constituições permite que o profissional exercite sua capacidade observação. Para Karl, 2010, o foco da homeopatia encontra-se no sujeito e em sua individualidade. Sendo assim, é preciso escutar o paciente, no conteúdo e forma de sua fala e expandir essa escuta aos gestos, postura, vestuário, personalidade, tipo físico, entre outras características que nos permitem entender a individualidade de cada um. Essa individualidade auxiliará na escolha medicamentosa, que ocorrerá a partir de sinas e sintomas e de como o indivíduo lida com os mesmos e como os sente.

A classificação de acordo com o tipo constitucional pode, portanto, ser de grande valia no estabelecimento de determinados traços particulares do indivíduo avaliado.

No entanto, o entendimento e diferenciação dos tipos constitucionais pode se tornar difícil para os estudantes da medicina homeopática e também seus profissionais já formados. Além da dificuldade inicial de identificação, a grande miscigenação que há na população brasileira faz com que os indivíduos apresentem uma combinação de diferentes tipos constitucionais.

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31 Uma base sólida dos tipos constitucionais puros permite ao observador entender melhor o indivíduo que busca seu auxilio, assim, a prática clínica é fundamental para construir e solidificar esse conhecimento. Para que seja possível se fazer o uso dos tipos constitucionais nesta prática é preciso estuda-los dentro do currículo de formação do profissional homeopata.

O uso de imagens como recurso didático tem fundamental importância na construção e contextualização de ideias científicas. (Martins et al 2005). As imagens são mais facilmente lembradas do que suas representações verbais. Assim, muitas escolas utilizam imagens na transmissão de ideias e, no caso do estudo das constituições, muitas vezes utiliza-se referências de indivíduos ou personagens de vinculação pública na mídia, objetivando exemplificar os diferentes tipos.

Porém as referências buscadas na mídia muitas vezes não correspondem a alguns critérios de análise de recursos visuais para didática. A qualidade da ilustração depende da sua fonte e a relação com o conteúdo nem sempre é completa, sendo necessário pontuar naquela imagem o que se quer ilustrar e o que não corresponderia a representação do conteúdo. Além disso, perde-se a possibilidade de inovar com originalidade e criatividade, fatores que podem atrair a atenção do aluno.(8)

Foi produzido, portanto, um conjunto de ilustrações referentes aos diferentes tipos constitucionais planejado e construído com o objetivo de ilustrar de forma didática o conceito das diferentes constituições.

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32 7. Conclusão

As constituições tem papel fundamental na prática da clínica médica e odontológica homeopática. Este trabalho propôs um modelo ilustrado como material didático a ser utilizado no ensino das constituições homeopáticas. As ilustrações propostas são baseadas em uma revisão de literatura e foram definidas a partir da concepção dos autores e do ilustrador envolvido. Portanto, se faz necessária a execução de outros trabalhos que visem avaliar a aceitação e utilidade dos modelos aqui propostos.

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33 8. Referências bibliográficas

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Referências

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