1 NÚCLEO DE ESTUDOS AVANÇADOS DE DIREITO INTERNACIONAL E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ATA DA APRESENTAÇÃO DO DIA 18/08/2012
REUNIÃO DO DIA 18/08/2012
TEMA
CRISE NA SÍRIA: ANÁLISE HISTÓRICA E ECONÔMICA
APRESENTADOR (ES)
Professor Doutor Luís Alexandre Carta Winter
RESENHA
A Síria é um estado simples, dividida em treze ou quatorze departamentos (não tem autonomia) e sua divisão segue o modelo francês. Os departamentos dependem do poder central e boa parte deles possui a repetição do nome da capital (ex. Cidade de Damasco e Departamento de Damasco; deve-se atentar para o local onde aconteceu o fato).
Está localizada no Oriente Médio (Ásia) e as cidades principais são Alepo, Damasco e Homs. Faz divisa com a Turquia, Iraque, Jordânia, Líbano e parte de Israel. Seu território constitui 185.180 km² e uma população de 22,5 milhões de habitantes. Composição: árabes sírios, curdos, circassianos, armênios e turcos. Damasco é uma das mais antigas cidades do mundo, sendo ela a mais antiga em ocupação continua (mais de 4.500 anos).
Economia: Agricultura, petróleo e gás. PIB -107 bilhões de dólares (menor se comparado ao Estado do Paraná -180 bilhões de dólares), sendo a renda per capta de 1/3 do Paraná.
Moeda: Libra síria.
Sua história teria início em 3.000 anos antes de Cristo, com dois reinos Ebla e Mari. Disputada por grandes Impérios, diversos povos dominaram essa região de terras férteis. Até o século I a.C passou para o domínio dos selêucidas, após a morte de Alexandre III. Os generais entraram em conflito pela divisão do império e um dos generais que herdou essa parte se chamava Seleuco, daí o nome. Após esse período a região passou a ser dominada pelo Império Romano.
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O Império Romano do ocidente acaba e permanece o Bizantino, com o monoteísmo, os sete primeiros concílios, através de disputas para decidir quais livros seriam colocados no novo testamento, acabaram por facções que influenciaram no Cristianismo.
O Cristianismo entra em uma sociedade mais avançada e amolda-se a símbolos que são revistos e apresentados de uma nova forma (Ex. A Virgem Maria reune qualidades das deusas Juno/ Hera (maternidade) e de Minerva/Palas Athena (sabedoria). A novidade era Cristo. Os imperadores romanos cultuavam o ‘Deus Sol Invictus’, representado por um círculo raiado comemorado no dia 25 de Dezembro, assim foi colocado uma cruz dentro do sol e passam a comemorar o nascimento de Jesus nessa data.
As facções surgem diversificando Cristo na sua condição de natureza divina e/ou humana, algumas facções atribuem a ele a condição apenas de homem, enquanto outras a condição de Deus. O Professor Luís Alexandre chama a atenção que a escolha torna-se uma questão de fé. Surge uma nova força, Maomé, o último e maior profeta. Um homem instruído, cameleiro, que teve contatos com outras civilizações e na sua jornada, recebe o anjo Gabriel que lhe transmitiu as verdades a serem colocadas no Alcorão. Expande o islamismo. É adotada uma estrutura de política na qual obtinham o controle aos povos subjugados, foi possibilitado a opção de manter a sua religião, mas teriam que pagar impostos. O problema foi o da sucessão do profeta.
No sec. VII, a Síria passa a ser dominada pelos impérios islâmicos (Omíadas, Abássidas e Mamelucos (xiitas que ocupavam o Egito)). Do século XVI ao séc. XX ficou sob o domínio do Império Turco –Otomano. Ao fim da 1ª Guerra Mundial, foi dividido entre as administrações da França e Inglaterra, decidida pela Liga das Nações.
É importante notar as diferenças entre os xiitas e sunitas. Os sunitas são mais fanáticos que os xiitas. A verdade só poderia vir através de Deus, quando morre Maomé, as questões são paralisadas e permanece o caráter de
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imutabilidade das leis. É difícil que na modernidade essa rigidez se altere, sendo que os sunitas são menos flexíveis do que os xiitas.
Em 1948 foi criado o Estado de Israel, tornando-se uma causa comum aos árabes. A Síria participou ativamente contra os combatentes de Israel e em 1967 perde as Colinas de Golã para esse Estado.
Hoje o país é governado pelo partido Baath (crescimento de seita derivada dos Alauristas). Em 1970 o primeiro ministro da Síria dá um golpe e coloca os Alauitas no poder. É aliado da Rússia, com exército igual à quase o dobro das forças brasileiras.
População de hoje corresponde a 92% islamita, 12% alauitas e 70% sunitas.
Os Estados Unidos da América e a Al-Qaeda querem a queda do regime Sírio, Bashar al-Asaad não tem o controle sobre a nação,na verdade ele está preso a um sistema em que é controlado pelo exército e possui apoio do comércio.
O fundamentalismo não acabou, mas as potências ocidentais começaram a considerar contra o domínio do Baath na Síria, como insurgentes aqueles que estão na situação de guerra; tendo eles certos direitos e sob a condição de serem abarcados pela lei internacional, são tratados como prisioneiros de guerra. Já o governo Sírio considera-os terroristas, estando sujeitos às leis do próprio país.
Professor Luís Alexandre termina sua exposição com as questões: Como ficam a proteção as minorias? Pensar que a luta mostra-se aí, não só motivada pela fé, mas pela vida, pela sobrevivência de um povo que já sofreu e sofre ainda com conflitos.
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Próxima Apresentação: 25/08/2012: Prof.Dr.Eduardo Biacchi Gomes e Prof.Dr. Calogero Pizzolo (Universidade de Buenos Aires) - Tema: Direito Constitucional Transnacional.
Livro Recomendado: FRIEDRICH, Nietzsche. Assim falava Zaratrusta. Filme Recomendado: Lawrence da Arábia, direção: David Lean.
MEMBROS PRESENTES ALLANA M. BENEDETE ALECIELI FERREIRA ALINE MONTENEGRO AMANDA C. B. RODRIGUES AMANDA LUIZA DA S. O. PINTO ANA CAROLINE CARVALHO ANA CLÁUDIA P. SILVA ANNE MIKI NARITA AUGUSTO DERGUIT
AUGUSTO SANTOS FALCÃO BERNARDO LIMA DE ATHAYDE CAIO LEMGRUBER TABORDA CAMILLE ANDRESSA VACCARI
CARLOS EDUARDO ALVES DE OLIVEIRA CÍNTIA LANZONI
CYNTHIA COSTA SALOMÃO DAMARES PAEZ PEREZ DANIEL FAVRETTO
DANIELLE DE FREITAS CASETTA
DÉBORA REGINA GONÇALVES DA SILVA EDUARDO BIACCHI GOMES
EDUARDO GOES
EDUARDO GRASSI GOGOLA EDUARDO SICELI GOMES ELLEN CRISTINE FERREIRA EVA JANAINA P. FERNANDES EVELYN CRISTINA L. COUTO FABIANO BARRETO
FERNANDA P. LARA GELENSKI FILIPE AUGUSTO BAROLO FLÁVIA CRISTINA A. L. FÁVERO GEANNE BRESSAN MALAVATI GIOVANA VOIS RIBEIRO IGOR K. RESUTIN
IGOR SILVEIRA DE ARAÚJO PRESTES JEANE LEIRIA BARBOSA
LEANDRO DE QUADROS CANDAL LETÍCIA M. R. SALLES
LIA LOANA CURIOL OLIVA LIVIA C. VASCO
5 MARCOS DA CUNHA E SOUZA
MARIA GIULIA GAEDE SENESI MARINA COSTA
MATTEUS B. DE PAULA MACEDO MIRIAN FERNANDES DE BOIT DA SILVA NICOLE M. TREVISAN
PABLO MURILLO PASSOS DA SILVA PATRÍCIA MAYRHOFFER SARGI PAULA C. DE S. TURMANN PAULO EDUARDO VIZZOTTO PAULO JOSÉ MELLO
PRISCILLA PLACHA SÁ RAFAEL S. GONÇALVE S
RAFAEL TODESCHINI FRANCOVIG RAQUEL POLSTER
RENAN SANTHIAGO
RICARDO SANTOS DE SOUZA RICHARD BECKERS
RODOLFO DINIZ BIAZI RUAN CARLOS J. SANTOS SILVANA A. C. TAKIGUCHI
THAMIRES DE ARRUDA LONQUE VENICIUS RODRIGUES PAES
YAN LUKAS TSUPAL TENORIO GOMES
Redigido e revisado pela monitora do NEADI Nicole Marie Trevisan sob a orientação do Prof. Dr. Luís Alexandre Carta Winter.