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Área: Administração. Categoria: PESQUISA

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Cascavel – PR – 22 a 24 de junho de 2009

PERFIL EMPREENDEDOR E EXPECTATIVA PROFISSIONAL DOS

ACADÊMICOS DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS ECONÔMICAS E

ECONOMIA DOMÉSTICA DA UNIOESTE, CAMPUS DE FRANCISCO

BELTRÃO

Área: Administração Categoria: PESQUISA

Aline Dario Silveira

Unioeste, Campus de Francisco Beltrão, alinedarios@ibest.com.br

Resumo

O empreendedor é conhecido como aquele que detecta oportunidades, cria novos negócios ou inova dentro de empresa já estabelecida. Características empreendedoras são valorizadas pelas empresas e pelos próprios profissionais. Experiências internacionais apontam as universidades e as escolas em geral como os principais estimuladores do empreendedorismo. Embora seja o Brasil o sexto país mais empreendedor, somente 14% de empreendedores brasileiros são graduados, indicando um campo potencial a ser ocupado pelo ensino superior, preparando e estimulando seus acadêmicos a empreender. O objetivo deste artigo é apresentar resultados de pesquisa sobre identificação do perfil empreendedor e expectativas profissionais dos acadêmicos do curso de Administração, Ciências Econômicas e Economia Doméstica da Unioeste – Campus de Francisco Beltrão. Metodologicamente caracteriza-se por ser uma pesquisa quantitativa e exploratória, cuja população foi composta pelos acadêmicos matriculados. A amostra foi definida estatisticamente. Foram aplicados dois questionários: um para identificar o perfil empreendedor e outro para levantar as expectativas profissionais. De modo geral, os resultados demonstram a predominância do estilo Coordenador (25%), Formatador (21%) e Investigador de Recursos (20%). Na opinião de 87% dos pesquisados, o curso promove a formação empreendedora de seus acadêmicos, sendo que 61% pretendem seguir carreira na área de formação e 15% esperam continuar no emprego atual. Julgam ser mais importante para a realização profissional ter o seu próprio negócio 39% dos pesquisados, porém somente 8% manifestaram essa intenção. Considera-se que conhecer o estilo empreendedor dos acadêmicos pode contribuir para que professores tracem estratégias de ensino, pesquisa e extensão que contribuam para o aprimoramento da formação profissional e de características empreendedoras.

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Cascavel – PR – 22 a 24 de junho de 2009

Perfil empreendedor e expectativa profissional dos acadêmicos de

Administração, Ciências Econômicas e Economia Doméstica da Unioeste,

campus

de Francisco Beltrão

Área: Administração Categoria: PESQUISA Resumo

O empreendedor é conhecido como aquele que detecta oportunidades, cria novos negócios ou inova dentro de empresa já estabelecida. Estas características empreendedoras são valorizadas pelas empresas e pelos próprios profissionais. Experiências internacionais apontam as universidades e as escolas em geral como os principais estimuladores do empreendedorismo. Embora seja o Brasil o sexto país mais empreendedor, somente 14% de empreendedores brasileiros são graduados, indicando um campo potencial a ser ocupado pelo ensino superior, preparando e estimulando seus acadêmicos a empreender. O objetivo deste artigo é apresentar resultados de pesquisa sobre identificação do perfil empreendedor e expectativas profissionais dos acadêmicos do curso de Administração, Ciências Econômicas e Economia Doméstica da Unioeste – Campus de Francisco Beltrão. Metodologicamente caracteriza-se por ser uma pesquisa quantitativa e exploratória, cuja população foi composta pelos acadêmicos matriculados nos referidos cursos. A amostra foi definida estatisticamente. Foram aplicados dois questionários: um para identificar o perfil empreendedor e outro para levantar as expectativas profissionais. De modo geral, os resultados demonstram a predominância do estilo Coordenador (25%), Formatador (21%) e Investigador de Recursos (20%). Na opinião de 87% dos pesquisados, o curso promove a formação empreendedora de seus acadêmicos, sendo que 61% pretendem seguir carreira na área de formação e 15% esperam continuar no emprego atual. Julgam ser mais importante para a realização profissional ter o seu próprio negócio 39% dos pesquisados, porém somente 8% manifestaram essa intenção. Considera-se que conhecer o estilo empreendedor dos acadêmicos pode contribuir para que professores tracem estratégias de ensino, pesquisa e extensão que contribuam para o aprimoramento da formação profissional e de características empreendedoras.

Palavras-chave: Empreendedorismo. Perfil empreendedor. Expectativas profissionais.

1. JUSTIFICATIVAS

“Empreendedorismo e inovação estão intimamente ligados e são ingredientes fundamentais para o desenvolvimento econômico”, afirma Dornelas (2003, p.9). Tanto o empreendedorismo quanto a inovação somente acontecem com pessoas de talentos, detentoras de conhecimentos e visão sobre oportunidades de novos negócios, atuando de forma flexível e

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ágil para atender as demandas do mercado, modificando os paradigmas dos processos organizacionais e seus conseqüentes resultados.

A inovação é considerada um dos principais fatores de competitividade organizacional, oriunda dos processos de criação de novos produtos e serviços, de alterações e otimização dos sistemas operacionais e administrativos aliada à capacidade de observação de tendências, identificação de nichos de mercados, entre outras. Ressalta Dornelas (2003, p.17), que a “inovação tem a ver com a mudança, fazer as coisas de forma diferente, de criar algo novo, de transformar o ambiente onde se está inserido”, não se limita, portanto, com o aspecto criativo da novidade, conceito relacionado à invenção. Afirma ainda que a motivação do inventor é a criação, a descoberta sem compromisso de criar algo com fins econômicos; já o empreendedor “utiliza suas habilidades gerenciais e conhecimento dos negócios para identificar oportunidades de inovar” (DORNELAS, 2003, p. 18).

O empreendedor é o inovador que gera novos negócios, seja dentro de organizações já estabelecidas, seja abrindo sua empresa. Configura-se, portanto, sua importância enquanto capital humano capaz de gerar riquezas e vantagens sustentáveis em um mercado cada vez mais globalizado, competitivo, com consumidores exigentes (DORNELAS, 2003).

Segundo estudo realizado em 2000 denominado Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apenas 14% dos empreendedores brasileiros tem curso superior (completo ou incompleto), constituindo-se, desta forma, uma oportunidade às universidades brasileiras para contribuir com o desenvolvimento econômico local (AIDAR, 2007).

Os acadêmicos, ao ingressarem em curso superior, intrinsecamente esperam que haja alterações positivas em suas vidas profissionais, pois acreditam que a instituição de ensino seja capaz de qualificá-los para as exigências atuais, senão futuras, do mercado empresarial.

A introdução da cultura empreendedora no ensino de terceiro grau pode ser considerada como o primeiro passo em direção a um objetivo maior: a formação de uma cultura na qual se tenha prioridade valores como: geração e distribuição de riquezas, independência, inovação, criatividade, auto-sustentação, liberdade e desenvolvimento econômico e social.

De acordo com Cales (2005), o Brasil é o sexto país mais empreendedor do mundo e 99% das empresas brasileiras são micro e pequenas, respondendo por boa parcela do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Desta forma, buscar informações que possam contribuir com o potencial empreendedor de uma localidade, em especial, conhecer futuros profissionais que possam impulsionar esta vocação se faz imprescindível.

2. OBJETIVOS

O objetivo principal deste artigo é apresentar os resultados de pesquisa de campo com acadêmicos do curso de Administração, Ciências Econômicas e Economia Doméstica, da UNIOESTE, campus de Francisco Beltrão sobre suas expectativas profissionais ao ingressarem no curso e identificar o perfil empreendedor dos mesmos.

3. DISCUSSÃO TEÓRICA

Degen (1989) e Salim et al. (2004) apontam algumas características em comum que os empreendedores de sucesso possuem, independentemente do ramo de atividade escolhido, como: identificar oportunidades, criatividade e iniciativa, persistência e comprometimento,

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disposição para assumir riscos, independência e autoconfiança, busca de informações, estabelecimento de metas, planejamento e monitoramento, qualidade e eficiência, gestão financeira, entre outras. O empreendedor geralmente é visto como uma pessoa ativa, de espírito inovador e motivado pelo desejo de realizar, o que o faz se diferenciar dos outros.

Dornelas (2003) desmistifica alguns mitos sobre os empreendedores. O primeiro mito é aquele que entende que os empreendedores são natos, nascidos para o sucesso. O autor comenta que, na realidade, os empreendedores de sucesso, além de inteligência possuem relevantes habilidades, experiência e contatos acumulados com o passar dos anos, aprimorando sua capacidade de visão e de perseguir oportunidades. O segundo mito refere-se ao conceito de que os empreendedores são jogadores que assumem riscos altíssimos, o que não é verdade, já que os riscos são calculados, compartilhando-os com outros e também porque evitam riscos desnecessários. O terceiro mito caracteriza os empreendedores como lobos solitários e que não conseguem trabalhar em equipe; muito pelo contrário, eles são ótimos líderes, criam equipes e desenvolvem excelentes relacionamentos com as pessoas de seu contato, como colaboradores, parceiros, clientes, fornecedores, entre outros.

Para Hampton (1991, APUD DORNELAS, 2001) o empreendedor é conhecido como aquele que cria novos negócios, assim como aquele que inova dentro de negócio já existente, ou seja, é aquele que detecta uma ou mais oportunidades e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados.

Dornelas (2003) elaborou diversos questionários para identificar o perfil empreendedor. Em um deles, classifica o perfil em vários estilos, quais sejam: implementador; coordenador; formatador; criativo; investigador de recursos; monitor/avaliador; e trabalhador em equipe.

O implementador caracteriza-se por gostar de fazer as coisas e se envolve em tarefas práticas. Tem um senso prático para as coisas, autocontrole e disciplina. É muito útil a uma organização porque é muito adaptável e aplicado. Geralmente as pessoas com este perfil são bem-sucedidas porque são eficientes e têm noção do que é factível e relevante.

O Coordenador tem como característica singular a habilidade que possui de fazer com que as pessoas trabalhem em direção a um mesmo objetivo. Sempre está pronto para liderar e sabe gerenciar as contribuições que vêm dos demais, sem causar prejuízos. Também caracteriza-se por ser maduro, confiante e saber delegar prontamente.

O estilo Formatador identifica as pessoas altamente motivadas, com muita energia e necessidade de realização. Possuem muita habilidade de direção. São assertivos, argumentativos e trabalham bem sob pressão. O estilo Criativo é a pessoa das idéias, inovadores e úteis em gerar novas propostas e em resolver problemas complexos.

O Investigador de recursos caracteriza aqueles que gostam de novidades e estão prontos para assumir desafios. São entusiásticos e gostam de explorar novas oportunidades. São as melhores pessoas para se fazer a ponte fora do grupo e as negociações necessárias, bem como obter informações. O estilo Monitor/avaliador é o que observa e registra todos os passos/progressos do grupo. Têm uma habilidade considerável de pensar criticamente. Julgam as coisas levando todos os fatores em consideração.

O Trabalhador em equipe é a pessoa que ser oferece para trabalhar pelo grupo, dando suporte ao mesmo. São flexíveis e adaptáveis a diferentes situações e pessoas. Percebem as coisas e são diplomáticos. O estilo Finalizador caracteriza as pessoas que são muito detalhistas e não gostam de começar algo que não possam concluir, nem de delegar pois preferem desenvolver as tarefas eles mesmos. Sempre imprimem um senso de urgência dentro de um grupo e são bons em lidar com os cronogramas das reuniões.

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para aplicá-los em seus negócios quanto pelas próprias pessoas que procuram desenvolver habilidades que os impulsionem a construir sua trajetória profissional. Como conseqüência, as instituições de ensino superior procuram contemplar esses aspectos em seus cursos.

De acordo com Drucker (1987) as diversas teorias que orientam os programas mais avançados de formação de empreendedores apregoam que o fundamental é preparar as pessoas para aprenderem a agir e a pensar por conta própria, com criatividade e utilizando a liderança e visão de futuro para inovar e ocupar o seu espaço no mercado. Também a partir das experiências internacionais bem-sucedidas, já se sabe que os principais atores para a realização dessa mudança cultural são as escolas em geral e as universidades. Estas são consideradas fundamentais porque vistas como fonte multiplicadora do saber por excelência e forte formadora de opinião.

As instituições educacionais podem colaborar na solução dessas dificuldades socioeconômicas, preparando pessoas para empreender, gerar empregos, criar riqueza para o país. Introduzir o empreendedorismo na escola implica conceituá-lo ao menos em três perspectivas, segundo Calaes (2005):

• Enfoque procedimental, baseada na capacidade individual de empreender, de tomar iniciativa e agir, buscando soluções inovadoras para problemas pessoais ou de outros, econômicos ou sociais, por meio de novos empreendimentos;

• Enfoque metodológico, entendido como processo de iniciar e gerir empreendimentos, isto é, o conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas relacionadas com a criação, a implantação e a gestão de novos projetos ou organizações. Nesta visão, o empreendedorismo é uma metodologia a ser aprendida;

• Enfoque Cidadão, que considera o movimento social de desenvolvimento do espírito empreendedor para gerar emprego e renda, a partir da motivação interna para mobilizar a ação, exercendo direitos e deveres, sentindo-se parte do contexto. Desta forma, o empreendedorismo é considerado como fator de cidadania.

O empreendedorismo pode ser entendido como uma filosofia capaz de moldar culturalmente o comportamento humano. Nesse sentido, Dornelas (2003, p.9) considera que o empreendedorismo é “uma forma de comportamento, que envolve processos organizacionais que permitem a empresa toda trabalhar em busca de um objetivo comum, que é a identificação de novas oportunidades de negócios, através da sistematização de ações internas focadas na inovação”.

Toda organização apresenta algum aspecto de empreendedora, segundo Dornelas (2003, p.45), “é uma variável e não uma denominação que se possui ou não [...] para se medir o grau de empreendedorismo deve-se levar em consideração as três dimensões-chave do empreendedorismo: inovação, propensão de assumir riscos e proatividade”. A inovação pode ser de natureza tecnológica ou do modelo de negócios, apresentando vários graus de ineditismo, podendo ser algo incremental ou radical. A propensão de assumir riscos refere-se à análise criteriosa dos riscos que a idéia apresenta; são riscos calculados que podem trazer altos retornos se for bem sucedida a iniciativa, caso contrário, sempre haverá um plano alternativo tendo em vista que houve um estudo anterior no qual os riscos foram calculados e o plano b foi considerado. A proatividade relaciona-se com a orientação para ação, ter iniciativa, antecipação de mudanças, surpreendendo o mercado e concorrentes. Estas iniciativas, geralmente manifestam-se de três formas, indicadas por Dornelas (2003, p. 47):

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empresa faz no momento presente;

• introduzir novos produtos e marcas à frente dos competidores, antecipando-se aos mesmos;

• agir de forma estratégica, eliminando operações que estejam nos estágios de maturidade ou declínio do ciclo de vida.

A análise histórica é outro método que pode ser utilizado para avaliar o grau de empreendedorismo de uma organização, comparando-se a freqüência do empreendedorismo com o seu grau de empreendedorismo, tendo em vista que é muito difícil para as organizações manterem um alto grau de empreendedorismo ao longo de muitos anos (DORNELAS, 2003).

Na próxima seção são apresentados os procedimentos metodológicos adotados para a realização da pesquisa de campo.

4. METODOLOGIA

A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com o emprego de processos científicos, partindo de uma dúvida ou problema (CERVO; BERVIAN, 2002). Delineou-se esta pesquisa como sendo aplicada, visto que seu principal objetivo é gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos, envolve verdades e interesses locais (GIL, 1991).

Do ponto de vista da abordagem do problema, pode ser considerada como pesquisa quantitativa, uma vez que ela traduz em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. A mesma requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas como percentagem, média, moda, mediana (GIL, 1991).

É considerada também como uma pesquisa exploratória, do ponto de vista de seus objetivos, segundo o autor supracitado, pois visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito. E do ponto de vista dos procedimentos técnicos, envolve a pesquisa bibliográfica e o levantamento. A primeira procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas, buscando conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. A segunda é aquela que envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer (CERVO; BERVIAN, 2002).

Como técnica de coleta de dados utilizou-se do questionário que, segundo Gil (1999) e Richardson (1999), pode ser definido como a técnica de investigação composta por um número de questões apresentadas por escrito as pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, interesses, expectativas, entre outros. Uma das maiores vantagens desse instrumento é que possibilita atingir grande número de pessoas. Nesta pesquisa foram aplicados dois tipos de questionário. O primeiro objetivou identificar o tipo de perfil empreendedor dos acadêmicos utilizando um instrumento desenvolvido por Dornelas (2003), tendo sido aplicado em outubro de 2008. O segundo teve o objetivo de levantar as expectativas profissionais dos acadêmicos e foi aplicado em março de 2009.

A população pesquisada foi constituída pelos acadêmicos regularmente matriculados nos cursos de Administração, Ciências Econômicas e Economia Doméstica da Unioeste, campus de Francisco Beltrão. A amostra, definida de forma probabilística foi calculada estatisticamente com nível de confiança de 95% e erro máximo de 5%, totalizou 240 alunos pesquisados na primeira fase e 220 na segunda fase. Destaca-se como principal limitação encontrada nesta pesquisa a ausência de alunos em sala de aula no momento da aplicação do

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questionário.

Os dados foram tabulados em planilhas eletrônica, tratados de forma estratificada por série ou ano de cada curso, porém neste artigo é apresentado somente os resultados globais. A análise quantitativa dos dados é feita de forma descritiva e os principais resultados apresentados em gráficos para melhor visualização.

A seguir apresentam-se os principais resultados da pesquisa de campo. 5. RESULTADOS

Dornelas (2003) elaborou um questionário com frases descritivas para caracterizar diversos estilos de perfil empreendedor: implementador, coordenador, formatador, criativo, investigador de recurso, motivador/avaliador, trabalhador em equipe e finalizador. É baseado neste autor que se insere as análises a seguir.

Os destaques da pesquisa de campo para o perfil empreendedor são: o coordenador (25%), o formatador (21%), o investigador de recursos (20%) e o trabalhador em equipe (11%), conforme gráfico1. 6% 25% 21% 6% 20% 6% 11% 6% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% Implementador Coordenador Formatador Criativo Investigador de Recursos Monitor/Avaliador Trabalho em Equipe Finalizador T ip o s d e P e rf is Percentual

Gráfico1: Perfil Empreendedor dos Acadêmicos – Resultado Geral

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O estilo Coordenador aparece em primeiro lugar, com 25%, e tem como característica singular a habilidade que possui de fazer com que as pessoas trabalhem em direção a um mesmo objetivo. Sempre está pronto para liderar e saber gerenciar as contribuições que vêm dos demais, sem causar prejuízos.

O estilo Formatador caracteriza 21% dos pesquisados. Tem como perfil a competitividade, a necessidade de realização e a habilidade de direção. São assertivos, trabalham bem sob pressão, embora possam tentar impor algumas formas ou padrões nas discussões e atividades em grupo.

Posicionado em terceiro lugar está o perfil Investigador de Recursos (20%), negociadores natos e gostam de explorar novas oportunidades e contatos. Embora não sejam muito bons em ter novas idéias mostram-se efetivos em saber desenvolver as idéias dos outros e prontos para ver possibilidades em tudo o que é novo.

Com 11%, em quarto lugar, destaca-se o estilo Trabalhador em equipe. Seu papel é o de prevenir problemas de relacionamento no grupo, fazendo com que os membros da equipe continuem trabalhando de forma eficiente. São sociáveis e preocupam-se com os demais, apresentando habilidades diplomáticas, como flexibilidade e adaptação a diferentes situações e pessoas.

Os estilos Implementador, Criativo, Motivador/Avaliador e Finalizador representam 24% dos pesquisados, contando 6% de indicação para cada um.

O Implementador gosta de fazer as coisas e de se envolver em tarefas práticas. Tem autocontrole e disciplina. Este perfil é útil a uma organização porque possui boas habilidades organizacionais e é competente em lidar com as tarefas com as quais se depara. Já o Criativo é a pessoa das idéias. Pessoas com este perfil são inovadores, independentes, inteligentes e originais, porém podem ser fracos na comunicação com outras pessoas de perfis diferentes. São mais úteis em gerar novas propostas e em resolver problemas complexos, deixando sua marca na criação de novos produtos e mercados.

O estilo Monitor/avaliador tem a habilidade considerável de pensar criticamente e procura englobar todas as variáveis na análise de uma situação, problema, idéias e sugestões. Avalia os prós e contras das opções. Por acompanhar os progressos do grupo como observador pode ter dificuldades de integrar-se nele ou de atuar como líder.

O perfil Finalizador tende a ser detalhista e perfeccionista, gosta de fazer por si mesmo as tarefas, do início ao fim. Por isso sua contribuição é enorme quando uma tarefa precisa de concentração e alto grau de precisão para ser feita. Essa característica também pode levá-lo a ser intolerantes com algumas pessoas sem disposição para a tarefa. Sabe lidar com reuniões e cronogramas, respeitando prazos.

Comparando-se os resultados gerais com o de cada curso, pode-se dizer que houve poucas alterações, conforme pode ser observado no gráfico 2.

Destaca-se o maior percentual de perfil Coordenador para o curso de Ciências Econômicas (29%), o Formatador para o curso de Administração (27%) e Economia Doméstica (24%). O perfil Implementador apresenta-se em maior índice no curso de Ciências Econômicas (8%) comparado aos demais e o Finalizador no curso de Administração (8%).

Os estilos Criativos e Monitor/Avaliador estão presentes de forma equilibrada nos três cursos. O perfil Trabalho em Equipe nos cursos de Administração (13%) e Economia Doméstica (14%) supera o índice obtido no curso de Ciências Econômicas (8%).

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Cascavel – PR – 22 a 24 de junho de 2009 5% 19% 27% 6% 18% 5% 13% 8% 8% 29% 16% 5% 21% 7% 8% 5% 2% 22% 24% 6% 20% 6% 14% 4% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Implementador Coordenador Formatador Criativo Investigador de Recursos Monitor/Avaliador Trabalho em Equipe Finalizador T ip o s d e P e rf is Percentual

Administração Ciências Econômicas Economia Doméstica

Gráfico 2: Perfil Empreendedor dos Acadêmicos por Curso Pesquisado

Fonte: Dados de pesquisa, 2009.

Ressalta-se que todos os perfis empreendedores estudados são relevantes, não havendo um mais importante que outro, mas sim estilos que caracterizam comportamentos e que podem indicar possibilidades maiores de sucesso para o profissional que tenha conhecimento do seu estilo pessoal e procura adequá-lo à realidade empresarial.

Dornelas (2003) comenta da importância de se considerar o perfil empreendedor em um contexto de trabalho em equipe. Ou seja, deve-se levar em conta as características de todas as pessoas integrantes da equipe porque é praticamente impossível uma pessoa apresentar todas as características empreendedoras, mas a soma dos perfis da equipe é fundamental para o sucesso dos empreendedores dentro da organização.

O perfil dos pesquisados aponta que 60% estão na faixa etária de 17 a 21 anos e 26% entre 22 e 26 anos, ou seja, a maioria (86%) é formada por jovens iniciantes em sua carreira profissional, buscando seu espaço no mercado de trabalho. Por isso, perguntou-se se houve algum benefício em sua carreira profissional após o ingresso no curso, sendo respondido afirmativamente por 52% dos pesquisados. Destes, 28% indicaram atribuição de maiores responsabilidades, 28% ingressaram em programas de estágio remunerado, 16% obtiveram aumento salarial, 8% foram promovidos, 7% mudaram de área e 4% indicaram outros impactos. Grande parte dos pesquisados (60%) manifestaram-se satisfeitos com o trabalho

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atual.

A motivação para a escolha dos cursos pesquisados como campo para formação e atuação profissional é indicada pelos acadêmicos pesquisados no gráfico 3.

15% 24% 41% 13% 5% 2% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%

Recomendação de outras pessoas para fazer o curso Oportunidade de fazer o que gosta Oportunidade de trabalho no mercado Conhecimentos específicos na gestão de negócios Outro Brancos

Gráfico 3: Razões para escolha do curso de graduação

Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

Destaca-se neste quesito que 41% optaram pelo curso pela oportunidade de colocação no mercado de trabalho, 24% por fazer o que gosta e 15% por recomendação de outras pessoas.

Em geral, as expectativas dos acadêmicos quanto à contribuição do curso na formação profissional são positivas, tendo em vista que 38% esperam qualificação profissional, 30% aprendizagem e conhecimento, 15% esperam ascensão profissional, 9% procuram atender necessidades pessoais e somente 8% capacitação para abrir negócio próprio, apesar de 87% dos pesquisados avaliarem que seus respectivos cursos estimulam a formação empreendedora dos acadêmicos.

A pretensão profissional após a graduação universitária é seguir carreira na área de formação do curso, para 61% dos pesquisados. Pretendem continuar no emprego atual, 15% deles. Para 15% dos acadêmicos a expectativa é de iniciar seu próprio negócio. Outras opções foram indicadas por 9% dos pesquisados, entre elas as que se destacam referem-se ao ingresso no serviço público.

Embora 92% dos pesquisados prefiram tomar decisões e 39% indiquem ser importante para a realização profissional ter seu próprio negócio, somente 8% expressaram planos de abrir seu próprio negócio.

É visto como indicador importante para realização profissional tanto trabalhar em empresa de renome (18%) como administrar uma empresa de médio/grande porte (18%) ou ter controle de um pequeno negócio, gerenciando-o integralmente (9%). Aidar (2007) considera que o empreendedorismo não está somente ligado a criação de empresas, mas também à capacidade de inovação e prospecção de novos negócios em empresas existentes.

É a figura do intra-empreendedor, que são “aqueles que assumem a responsabilidade pela criação de inovações de qualquer espécie dentro de uma organização” (PINCHOT, 1989 APUD AIDAR, 2007, p. 122). Dornelas (2003, p.38) define empreendedores corporativos como os “indivíduos ou grupos de indivíduos, agindo independentemente ou como parte do

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sistema corporativo, os quais criam as novas organizações ou instigam a renovação ou inovação dentro de uma organização já existente”.

Os resultados apontam que 45% dos pesquisados podem ter suas potencialidades empreendedoras aproveitadas em negócio já estabelecido. Já para 10% dos pesquisados o mais importante é ser um profissional liberal e outros 7% apontaram alternativas como ser funcionário público, fazer o que gosta e crescer na empresa onde atua.

Entre os fatores estimuladores para abertura de novo negócio são apontados pelos acadêmicos o conhecimento do ramo de atividade da empresa (31%), dispor de recursos próprios para investir (21%) e expectativa de crescimento do mercado (15%), conforme gráfico 4. 31% 21% 15% 11% 6% 4% 3% 3% 3% 2% 1% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

conhecimento do ramo de atividade do negócio dispor de recursos próprios para investir expectativa de crescimento do mercado conhecimento de técnicas de gestão empresarial suporte/apoio familiar branco facilidade de acesso a financiamentos e capital de risco ampla rede de relacionamentos baixa concorrência apoio de incentivo de órgãos do governo empréstimos a juros baixo

Gráfico 4: Principais fatores impulsionadores para empreender o próprio negócio

Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

Aidar (2007, p.4)) comenta que “muitos negócios abertos no Brasil apresentam características de auto-emprego”, ou seja, são criados para oportunizar renda para o empreendedor e sua família. Classifica o autor estes empreendedores como sendo de necessidade e não de oportunidade, que são aqueles que visionam novos negócios, com produtos e serviços inovadores e detectam nichos de mercado. Para Dornelas (2003), o desenvolvimento econômico está intrinsecamente ligado ao empreendedorismo de oportunidade. Destaca também a necessidade de criação de mecanismos que estimulem as iniciativas empreendedoras.

As principais barreiras para abertura de empresa, apontadas pelos acadêmicos pesquisados, são: não ter recursos próprios para investir (38%), desconhecimento do ramo de negócio (10%) e instabilidade do mercado e empréstimo a juros altos (ambos com 9%).

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A má gestão do capital de giro ou sua insuficiência estão entre as principais razões para encerramento prematuro da empresa juntamente com o desconhecimento das especificidades do ramo de negócio, planejamento das operações e com a falta de estudo de mercado, de acordo com Aidar (2007). Portanto, pode-se considerar que os acadêmicos estão cientes das principais barreiras para o êxito em empreender um negócio.

De forma geral, os resultados indicam que os acadêmicos pesquisados estão inclinados a desenvolver sua carreira profissional em empresas já estabelecidas, com possibilidades de se tornarem empreendedores corporativos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O questionário aplicado para identificar o perfil empreendedor constitui-se em indicador de estilo comportamental, podendo ou não se concretizar na ação profissional dos pesquisados. Porém, esta informação pode ser útil ao servir de referência tanto para o acadêmico, constituindo-se em uma ferramenta de autoconhecimento, quanto para o corpo docente ao estabelecer ações pedagógicas de reforço a esse perfil ou ao criar ambiente propício para a vivência de situações de aprendizagem que impliquem no exercício de tomada de decisões assim como no estímulo à inovação, seja de produtos e serviços, seja identificando nichos de mercados ainda não atendidos, entre outras.

Entretanto, para que situações de aprendizagem como as indicadas possam acontecer, primeiramente se faz necessário o reconhecimento da importância do empreendedorismo. Em segundo lugar, identificar como os cursos, por meio da atuação docente, podem contribuir para esta formação. Se necessário for, promover associações com outros cursos para discussão, socialização do conhecimento sobre temas relacionados e desenvolvimento de projetos em conjunto. Iniciativas estas que tendem a fortalecer os programas de incubadoras e empresas juniores das universidades.

Ao estimular o potencial empreendedor, a Universidade estará contribuindo com o desenvolvimento econômico e social ao deslocar o foco do destino da formação profissional: de empregados a empregadores, visto que ocorrerá uma diminuição da oferta de candidatos a ocupar uma vaga no mercado de trabalho e aumento de criadores de postos de trabalho, os empreendedores.

Ademais, deve-se levar em conta que o mercado de trabalho está mudando. A oferta de empregos vem declinando, conforme apregoa Rifkin (1996), pela crescente aplicação da tecnologia nos processos organizacionais de todos os setores econômicos. Um problema complexo que não será resolvido de forma simples. Contudo, a Universidade, inserida neste contexto, tem como um dos papéis a desempenhar a formação qualificada de profissionais capazes em contribuir com o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, social, entre outros, gerando impactos positivos no ambiente de atuação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AIDAR, M. M. Empreendedorismo. Coleção Debates em Administração. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

CALAES, R. Empreendedorismo na Educação. Revista Gestão em Rede. 68.ed. Curitiba: Reproset, 2005.

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CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

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Referências

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