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A Evolução Tecnológica nas Empresas Paranaenses: Uma Sondagem dos Últimos 10 anos

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Academic year: 2021

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A Evolução Tecnológica nas Empresas Paranaenses:

Uma Sondagem dos Últimos 10 anos

Regina Negri Pagani (CCAA / CEFET-PR) jrpagani@uol.com.br

Luiz Alberto Pilatti (CEFET-PR) luiz.pilatti@terra.com.br

João Luiz Kovaleski (CEFET-PR) kovaleski@pg.cefetpr.br

Abstract

This article brings an analysis about the technological evolution of the companies in Paraná state, Brazil, according to the Industrial Surveys accomplished by FIEP in partnership with SEBRAE-PR. It was collected data from the eight Surveys, since 1995 to 2003, concerning the technological aspects of the companies in each area of interest in the Surveys. The analysis shows that, although many investments have been made in this area, the companies in Paraná are still considered in relative technology delay when compared in national level, and in considerable delay when compared at international level.

Key words: technological evolution, industrial survey, companies in Paraná state.

Resumo

Este artigo traz uma análise sobre a evolução tecnológica das empresas paranaenses segundo as Sondagens Industriais realizadas pela FIEP em parceria com o SEBRAE-PR. Foi feito um levantamento de dados a partir das oito Sondagens, desde 1995 a 2003, no tocante às questões que abrangem os aspectos tecnológicos das empresas em cada uma das áreas de interesse nas Sondagens. A análise mostra que, embora muitos investimentos tenham sido feitos nesta área, as empresas paranaenses ainda se consideram em relativo atraso de tecnologia quando comparadas em nível nacional, e em atraso considerável quando comparadas a nível internacional.

Palavras-chave: evolução tecnológica, sondagem industrial, empresas paranaenses.

1. Introdução

A revolução industrial desencadeou um processo de evolução tecnológica na agropecuária, na indústria e nas comunicações. Houve um aumento repentino de aplicações tecnológicas que transformaram os processos de produção e distribuição, criaram uma enxurrada de novos produtos e mudaram, de maneira decisiva, a localização das riquezas e do poder no mundo. O poder e a riqueza ficaram com as elites, capazes de comandar o novo sistema tecnológico (CASTELLS, 1999).

A colocação e uso de novas tecnologias são determinados pela lógica da concorrência, onde o importante é garantir e aumentar sua fatia de mercado. Portanto, as empresas buscam, por meio de novas tecnologias, aumentar a competitividade de seus produtos no mercado através da redução de custos, do aumento de produtividade e da redução do tempo de produção (MAÑAS, 1993). Desta forma, uma empresa que não aceda às inovações tecnológicas não tem como competir em um mercado tecnologicamente avançado, onde os preços são inferiores e a qualidade dos produtos são superiores aos dela praticados.

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As empresas paranaenses passaram por grandes mudanças nos últimos anos, como conseqüência da revolução tecnológica ocorrida a nível global. As necessidades de sobrevivência e de crescimento fizeram com que essas mudanças ocorressem nos vários setores da economia, nos mais diversos ramos de atividade.

O objetivo deste trabalho é mostrar, a partir de informações contidas nas Sondagens Industriais realizadas pela FIEP/SEBRAE-PR, uma análise de como o empresariado paranaense tem reagido aos avanços tecnológicos ocorridos nos últimos anos, quais as áreas que mais foram beneficiadas por investimentos em novas tecnologias, e qual tem sido a tendência geral na busca de soluções para as principais dificuldades encontradas nas diversas áreas das empresas. A partir desta análise é possível nortear as ações, quer sejam governamental ou de iniciativa privada, para que, em parcerias ou de forma isolada, busque-se soluções mais eficazes objetivando aumentar a competitividade das empresas, não só no âmbito estadual, mas também a nível nacional e internacional.

2. Metodologia

A FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná, em parceria com o SEBRAE-PR – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, realiza anualmente, desde 1995, uma sondagem com a finalidade de servir de instrumento tanto para os gestores de empresas como para aqueles que, na esfera pública ou privada, têm influência sobre os rumos da atividade empresarial do Paraná. O questionário das sondagens engloba cinco áreas de interesse: Assuntos Internacionais; Produtividade; Competitividade; Estratégias de Venda e de Compra; Qualidade e Infra-estrutura. A maior parte das questões foi formulada em perguntas fechadas. Desde a sua primeira edição em 1995 até o presente, foram realizadas oito Sondagens, sendo que no ano de 1997 não houve sondagem.

A I Sondagem Industrial foi realizada ao final de 1995, procurando expor as expectativas dos empresários paranaenses para o ano de 1996. Devido a grande receptividade da I Sondagem como instrumento de medida do sentimento dos industriais em relação aos seus respectivos ambientes de negócio, foram então realizadas as demais Sondagens. A VIII edição, última Sondagem realizada ao final de 2003, mostra a visão de líderes industriais paranaenses para o ano de 2004. De 1995 a 2003, 2.435 questionários foram enviados e 411 foram respondidos em média por sondagem realizada, com uma margem de confiabilidade de 95%, e margem de erro de 10%.

As Sondagens são apenas indicadoras das opiniões dos empresários entrevistados e a elas não se adicionam quaisquer considerações ou juízos de valor. Os resultados, por refletirem a média do pensamento dos industriais paranaenses, e neste trabalho mais especificamente sobre as questões ligadas à tecnologia, podem servir de baliza a todos aqueles que têm o desafio de decidir sobre o encaminhamento adequado de suas ações.

Este artigo apresenta uma pesquisa documental feita no site da FIEP, tendo as oito Sondagens Industriais como base para o levantamento das informações. Foram coletados os dados referentes aos aspectos tecnológicos existentes nas cinco áreas de interesse das Sondagens. Esses dados foram agrupados por área, distribuídos por ano em tabelas e transformados em gráficos.

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3. A Tecnologia e a competitividade das empresas

A tecnologia é um componente básico da competitividade das organizações. Ela se faz presente nas organizações de várias maneiras: nos computadores, nas telecomunicações, nos robôs, nos estudos ergonômicos, dentre outros. O desafio de se manterem competitivas propõe às organizações uma nova forma de estruturação de uso de tecnologias de produtos e serviços novos, de negociação com as pessoas e com outras organizações existentes na sociedade. Valorizar a mudança tecnológica, tornando-a um componente da sua estratégia, é fundamental para uma empresa manter-se viva e competitiva (MAÑAS, 1993).

O conceito geral de tecnologia pode ser desdobrado em três componentes: a) tecnologia de operações, que compreende as técnicas usadas nas atividades do fluxo de trabalho da organização; b) tecnologia de materiais, que considera os materiais usados no fluxo de trabalho e estabelece ainda, que é possível que uma técnica altamente sofisticada seja aplicada a materiais relativamente simples; e c) tecnologia de conhecimento, onde as complexidades variáveis do sistema de conhecimentos usados no fluxo de trabalho são os principais pontos (HALL apud MAÑAS, 1993, p.54).

A globalização exige sintonia com países mais avançados tecnologicamente, e os administradores que pretendem estar globalmente sintonizados devem identificar e considerar a necessidade de prever mudanças tecnológicas e os seus impactos sobre suas atividades. Esses impactos são causados por inovações radicais, que produzem por sua vez transformações profundas na organização social, no trabalho e na vida cotidiana. Mas a indústria é a parte da sociedade mais diretamente invadida por essas transformações e onde elas ocorrem primeiramente (MAÑAS, 1993).

Os primórdios da revolução tecnológica no Brasil acorreu com a instalação de filiais de multinacionais no país. E para que fosse possível experimentar processos de industrialização e modernização dos sistemas produtivos nas empresas nacionais, foi necessário importar tecnologia de países mais desenvolvidos (MAÑAS, 1993).

Até 1990 as empresas brasileiras contavam com ambiente tecnológico protegido, inibindo estímulos de investimentos em tecnologia. Na década de 90, houve abertura de mercado e foi inserida a concorrência com novas empresas. Entretanto, a recessão e inflação dificultaram os investimentos. A estabilização econômica, a partir de 1994, proporcionou crescimento substancial nos dois anos seguintes. Essas condições econômicas, e a liberação do fluxo de capital atraíram investimentos e, particularmente, fusões e aquisições das companhias locais. A maior competição forçou as companhias a se reestruturarem para que pudessem sobreviver. O período esteve marcado por uma renovação intensa dos produtos e processos na maioria dos setores industriais do Brasil (PAGLIARUSSI, 2001).

Em se tratando de desenvolvimento de novas tecnologias, as indústrias que têm atividade intensa em P&D são aquelas controladas total ou parcialmente por capital estrangeiro, enquanto que as empresas de capital totalmente nacional tendem a importar tecnologia. Assim, o grupo que apresenta um processo de inovação mais constante e estruturado, resultante de investimentos em tecnologia, é o grupo das transnacionais (PAGLIARUSSI, 2001).

As organizações, a fim de facilitar a adoção de novas tecnologias e, consequentemente obterem sucesso nesse processo, devem considerar cinco etapas: a) caracterizar os recursos internos e externos; b) identificar os problemas de mercado com relação a clientes em

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potencial e/ou tecnologias promissoras; c) procurar sistematicamente uma base de recursos, a fim de identificar que abordagens são relevantes para os problemas analisados; d) avaliar as alternativas e selecionar a mais adequada às características do produto, custos, mercado, lucro; e e) desenvolver e implementar um plano de exploração de tecnologia (FOSTER apud MAÑAS, 1993).

4. A Tecnologia nas Empresas Paranaenses: uma Análise Segundo as Sondagens Industriais

No Paraná, a importação de tecnologia ainda ocorre em algumas empresas, como pode ser verificado no gráfico abaixo. Contudo, de 1996 a 2003, o número que empresas que importam tecnologia reduziu de 21,03% para 10,64%. Parte da tecnologia utilizada já é produzida internamente por empresas que investem em P&D individualmente. O número de empresas que investem em P&D cresceu de 40,59% em 1996 para 48,46% em 2003. O número de empresas que adotam parcerias com universidades e outras instituições de ensino para o desenvolvimento próprio de novas tecnologias também aumentou de 10,15% em 1996 para 15,37% em 2003: 0 10 20 30 40 50 60 1995 1996 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano % de pol ít icas tecnol ógi cas

P&D próprios Falta Apoio do Governo Buscam parceria com IE Importam Tecnologia

Fonte: Sondagens Industriais – FIEP. Nota: Dados trabalhados pelo autor.

Gráfico 4.1 – Políticas Tecnológicas adotadas pelas empresas.

As empresas paranaenses destinaram boa parte de seu lucro a investimentos no próprio negócio, em áreas diversas. As mais favorecidas foram produtividade, qualidade, desenvolvimento de produtos e modernização tecnológica. De 1996 a 1999, a maior parte dos investimentos nas empresas destinaram-se a modernização tecnológica. Em 1996, com o maior índice registrado, 59,47% dos empresários declararam estar investindo em modernização tecnológica nos mais diversos setores da empresa. A tabela abaixo aponta a distribuição desses investimentos:

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Ano Investimentos por ordem de prioridade

1995 Produtividade (60%), Qualidade (54%), Modernização Tecnológica (49%), Melhoria de Processo (41%)

1996 Qualidade (60,92%), Modernização Tecnológica (59,47%), Produtividade (58,50%), Aumento da Capacidade de Produtividade (46,36%)

1998 Modernização Tecnológica (49,33%), Produtividade (49,33%), Qualidade (48,43%), Desenvolvimento de Produtos (45,74%)

1999 Modernização Tecnológica (52,91%), Produtividade (52,47%), Qualidade (49,78%), Melhoria de Processo (45,29%)

2000 Produtividade (63,29%), Qualidade (62,76%), Modernização Tecnológica (56,99%), Desenvolvimento de Produtos (55,77%)

2001 Produtividade (59,76%), Qualidade (57,88%), Desenvolvimento de Produtos (57,36%), Modernização Tecnológica (56,34%)

2002 Qualidade (59,08%), Produtividade (57,62%), Desenvolvimento de Produtos (52,61%), Modernização Tecnológica (52,61%)

2003 Produtividade (54,95%), Qualidade (51,56%), Aumento da Capacidade Produtiva (51,04%), Desenvolvimento de Produtos (50,78%), Modernização Tecnológica. (50,26%)

Fonte: Sondagens Industriais – FIEP.

Tabela 4.1 – Principais investimentos nas empresas paranaenses de 1996 a 2003.

Em 1998, 51,57% das empresas atribuíram o aumento de produtividade aos investimentos em modernização tecnológica feitos no ano anterior. Objetivando repetir o resultado de 1998, confirmaram que este seria novamente o principal investimento em 1999. É possível observar um despertar para o desenvolvimento tecnológico entre os anos de 1996 e 1998, justamente o período que esteve marcado por uma renovação intensa dos produtos e processos na maioria dos setores industriais do Brasil O gráfico abaixo mostra a percentagem de empresas que atribuíram o aumento de produtividade aos investimentos em modernização tecnológica:

48,79 51,57 44,84 45,28 44,01 42,38 40,89 0 10 20 30 40 50 1995 1996 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano % de em presas 60

Fonte: Sondagens Industriais – FIEP. Nota: Dados trabalhados pelo autor.

Gráfico 4.2 - Empresas que atribuíram o aumento na produtividade aos investimentos em inovação tecnológica.

Da mesma forma, em 1996, 19,17% das empresas consideravam que a falta de modernização tecnológica era um empecilho para a enfrentar a concorrência interna. Para reverter esta situação nos anos que se seguiram o maior investimento para aumentar a produtividade foi justamente na área de modernização tecnológica. Como resultado, em 2003 o percentual de empresas que consideravam a falta de modernização como empecilho diminuiu para 14,58%.

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Em 1996 o MRP (Manufacturing Resource Planning) - Programação das Necessidades de Recursos, era o principal método utilizado para a modernização tecnológica na área produtiva da empresa, seguido pelo CAD (Computer Aided Design) - Projeto Assistido por Computador e pelo CAM (Computer Aided Manufacturing) - Manufatura Assistida por Computador. Em 1999 as empresas deixaram totalmente de utilizar o MRP, passando a utilizar principalmente o CAD. Já a utilização de máquinas e/ou equipamentos automáticos foi crescente, atingindo o apogeu de 75,52% em 2003: 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1995 1996 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano % de métodos utilizados

M áquinas/Equipamentos Automáticos CAD CAM M RP

Fonte: Sondagens Industriais – FIEP. Nota: Dados trabalhados pelo autor.

Gráfico 4.3 - Métodos utilizados para a modernização tecnológica na área produtiva da empresa.

Quanto aos métodos de absorção de novas tecnologias, em 2003 71,61% das empresas treinavam seus próprios funcionários, enquanto que apenas 20,04% das empresas preferiam fazer novas contratações. Já para 2004 este número deve aumentar para 76,06% contra apenas 15,89% de novas contratações. Estes dados traduzem a preocupação dos empresários em manter seu quadro de pessoal, e boa disposição em investir em qualificação dos funcionários da casa.

Quanto ao uso da internet e modalidades de conexão, a pesquisa foi feita apenas de 1999 a 2002. Em 1999, o uso de linha discada era de 64,57% contra 14,80% de linha dedicada. Atualmente, o uso de linha discada é de 56,99% contra 36,95 % de linha dedicada. Esta situação traduz o uso mais constante de internet nas empresas. Cresceu também o uso de homepages como fonte de informação aos clientes e marketing de produtos e serviços da empresa. Em média, em todas as Sondagens, 20% da empresas adotam o investimento em alta tecnologia como uma das estratégias de implementação de vendas. O gráfico abaixo detalha o uso da internet e modalidades de conexão pelas empresas paranaenses:

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0 10 20 30 40 50 60 70 80 1995 1996 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano % de moda lida d e s d e co n exão

Linha discada Homepage Linha dedicada Intranet Com. Eletrônico Outros

Fonte: Sondagens Industriais – FIEP. Nota: Dados trabalhados pelo autor.

Gráfico 4.4 – Modalidades de conexão e de uso da Internet.

Quanto às políticas tecnológicas adotadas pelas empresas, a grande maioria busca investir em P&D próprios. Em 1997, 40,59% das empresas investiam em P&D, enquanto que 21,03% importavam tecnologia estrangeira. No quadro atual, 48,46% investem em P&D contra apenas 10,64% que importam tecnologia. Observa-se ainda que em 1997, 28,23% alegavam falta de apoio governamental para o desenvolvimento de novas tecnologias. Naquele período, apenas 10,15% buscavam soluções alternativas como parcerias com universidades e centros tecnológicos. Atualmente o número de queixosos caiu para 25,53% e o número de empresas que buscam parcerias com instituições educacionais aumentou para 15,37%:

0 10 20 30 40 50 60 1995 1996 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano % de pol ít icas tecnol ógi cas

P&D próprios Falta Apoio do Governo Buscam parceria com IE Importam Tecnologia

Fonte: Sondagens Industriais – FIEP. Nota: Dados trabalhados pelo autor.

Gráfico 4.5 - Políticas tecnológicas adotadas pelas empresas.

Em 2001, 54,02% das empresas investiram em novas tecnologias como estratégia para enfrentar a concorrência nacional e internacional. Foi o maior índice registrado em todas as

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Sondagens. Neste período, depois de iniciado a processo de inovação tecnológica interna nas empresas, elas começam a se preocupar então com a concorrência internacional.

Em comparação ao resto dos estados brasileiros, 11,38% das empresas em 2003 não se consideram tão adiantadas como estavam em 1996, quando esse número foi de 13,41%. Houve um leve progresso nos anos de 1998 e 1999, voltando a decair em 2000 e 2003. Porém 61,90% se consideram cada vez mais em dia tecnologicamente, contra 50,98% em 1996. O número de empresas que se consideravam defasadas em 1996 era de 28,05%, e em 2003 o número é 22,22%: 0 10 20 30 40 50 60 70 1995 1996 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano % de empr esas

Adiantadas Em dia Defasadas

Fonte: Sondagens Industriais – FIEP. Nota: Dados trabalhados pelo autor.

Gráfico 4.6 - Estágio tecnológico das empresas paranaenses em nível nacional.

Quando comparadas a nível internacional, as empresas consideram que estão mais defasadas hoje do que em 1996. Houve um avanço em 1999, quando 42% se consideravam em dia, e uma queda em 2000 com 35,15%, tendo havido uma recuperação em 2003 com 38,23%, contudo não atingindo o índice de 1999, que foi de 42,27%. Em 2001, entretanto, foi o ano em que o maior percentual de empresas, 3,35%, se considerava tecnologicamente adiantada em nível internacional de comparação, sendo este um índice pequeno:

0 10 20 30 40 50 60 70 1995 1996 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Ano % de em presas

Adiantadas Em dia Defasadas Fonte: Sondagens Industriais – FIEP.

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Gráfico 4.6 - Estágio tecnológico das empresas paranaenses em nível internacional

5. Conclusão

É possível verificar ao longo das oito sondagens que as empresas dedicam grande atenção às questões tecnológicas. Houve um aumento no número de empresas que estão investindo em P&D e uma redução no número das que estão importando tecnologia.

Aumentou também o número de empresas que estão buscando parcerias com Instituições de Ensino, e procurando depender menos de apoio do governo.

Houve um despertar para o desenvolvimento tecnológico entre os anos de 1996 e 1998, período que esteve marcado por uma renovação intensa dos produtos e processos na maioria dos setores industriais do Brasil, devido à estabilização econômica a partir de 1994.

Em comparação ao resto dos estados brasileiros, as empresas não se consideram tão adiantadas como estavam em 1996 e principalmente em1998. Porém, se consideram tecnologicamente cada vez mais em dia e não tão defasadas como em 1996.

Quando comparadas a nível internacional, as empresas consideram que estão mais defasadas hoje do que em 1996, tendo havido um pequeno avanço em 1999, quando 42% se consideravam em dia, sofrendo uma queda em 2000 com 35,15%, tendo uma recuperação em 2003 com 38,23%, mas não atingindo o índice de 1999 que foi de 42,27%, o melhor índice das sondagens. Em 2001, no entanto, foi o ano em que o maior percentual de empresas, 3,35%, se considerava tecnologicamente adiantada em nível internacional de comparação. Mas mesmo sendo este o maior índice, não pode ser considerado como ideal ou indicador de situação favorável.

O aumento dos investimentos no setor tecnológico, não obstante uma certa constância, tem sido tímido e insuficiente para colocar a indústria paranaense em situação de igualdade frente a agressiva modernização pela qual tem passado seus concorrentes, principalmente os de nível internacional. E apesar de todos os esforços e investimentos em tecnologia, o Paraná ainda está em relativo atraso tecnológico em relação aos demais estados brasileiros, e em atraso considerável em relação aos concorrentes internacionais.

6. Referências

ALDRICH, Douglas F. (2000) - Dominando o Mercado Digital. São Paulo: Makron Books. CASTELLS, Manuel.(1999) - A sociedade em rede: a era da informação: economia, sociedade e cultura. Vol. I. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra.

MAÑAS, Antonio Vico. (1993) - Gestão de Tecnologia e Inovação. 2. ed. São Paulo: Érica. FIEP/SEBRAE-PR. (1995) - I Sondagem Industrial 1995-1996. Disponível em:

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___________________.(1996) - II Sondagem Industrial 1996-1997. __________ ___________________. (1998) - III Sondagem Industrial 1998-1999. __________ ___________________. (1999) - IV Sondagem Industrial 1999-2000. __________ ___________________. (2000) - V Sondagem Industrial 2000-2001. __________ ___________________. (2001) - VI Sondagem Industrial 2001-2002. __________ ___________________. (2002) - VII Sondagem Industrial 2002-2003. __________ ___________________. (2003) - VIII Sondagem Industrial 2003-2004. __________

PAGLIARUSSI, Renata Sanches. (2001) - Inovação tecnológica e produção de conhecimento nas grandes empresas. Revista ComCiência.[S.L.] Disponível em :

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