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A ORGANIZAÇÃO DOS CAMPONESES NA FORMAÇÃO DE NOVAS TERRITORIALIDADES RURAIS: O ASSENTAMENTO DONA HELENA

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A ORGANIZAÇÃO DOS CAMPONESES NA FORMAÇÃO DE NOVAS TERRITORIALIDADES RURAIS: O ASSENTAMENTO DONA HELENA

ALEXANDRE PEIXOTO NOGUEIRA; MARIA FRANCO GARCIA. UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BRASIL.

alexandrepfn@hotmail.com APRESENTAÇÃO ORAL

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E RURALIDADE

A Organização dos Camponeses na Formação de Novas Territorialidades Rurais: O Assentamento Dona Helena

Introdução

O atual quadro de concentração da estrutura fundiária brasileira é recorrente desde o processo de colonização portuguesa, baseada na distribuição de terras em grandes extensões1, como colocado por Prado Jr (2000) quando afirma que:

Sobravam terras e as ambições daqueles pioneiros não se contentavam evidentemente com propriedades pequenas; não era posição de modestos camponeses que aspiravam no novo mundo, mas de grandes senhores latifundiários (p.33)

Sob possíveis condições de perder o Brasil, Portugal foi forçado a buscar nas alternativas para ocupação, a exploração de atividades agrícolas tropicais ao gosto da burguesia européia, não se limitando ao simples comércio (VARELA, 2006). A perspectiva principal do negócio estava na cultura da cana-de-açúcar, pois se tratava de um produto de grande valor comercial na Europa. A concentração de terras e capitais se perpetua até os dias atuais. Um fator responsável, datado do século XIX, foi a criação da lei N° 601 denominada de Lei de Terras de 1850, que configurou a estrutura fundiária do

1 Segundo Prado Jr. (2000) esse processo iniciou-se com a divisão da costa brasileira em doze

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país, transformando a terra em mercadoria e acabando com a única via de acesso a ela então existente, o regime de posse ou a lei do usucapião2.

Com o fim dessa via de acesso à posse da terra através do uso garantiu-se a implementação dos direitos dos grandes latifundiários ao domínio das terras estruturadas na monocultura da época, a cultura cafeeira.

Sobre as conseqüências da Lei de Terras, Moreira e Targino (1997) colocam que: “Com a lei de Terras de 1850, a terra se valoriza e adquire importância mercantil e o estabelecimento da propriedade privada é reforçado no Brasil e por rebatimento na Paraíba” (p. 50)

Tal concentração se intensificou com a implantação, na década de 1960, do modelo de modernização econômica da agricultura que, impôs aos trabalhadores rurais a lógica segundo a qual, a simples posse da terra não garante a reprodução das unidades produtivas familiares (LAZZARETTI, 2000). Segundo Sampaio Jr. (2003), a modernização acelerada da agricultura e o elevado crescimento da indústria vieram acompanhados da continuidade da pobreza no campo e de um processo caótico de urbanização acelerada que generalizou o problema do subemprego para as grandes metrópoles do país.

O processo de modernização conservadora3 da agricultura brasileira foi levado a efeito tendo como suportes: a criação do sistema nacional de crédito rural; o estímulo às exportações de produtos agrícolas de grãos, em particular soja; o incentivo ao cultivo de algumas culturas através de estabelecimento de políticas creditícias e fiscais específicas, como foi o caso do Programa Nacional do Álcool (PROALCOOL)4; constituição dos complexos agro-industriais; e o fomento às industriais de equipamento e de matéria prima agrícolas (DELGADO, 1997).

Todo esse processo de modernização da agricultura brasileira moldada em elementos que favoreçam a expansão do capital no campo tem ocasionado a desarticulação da lógica tradicional camponesa baseada na mão-de-obra familiar como unidade de produção e da produção direta de parte dos meios

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Concedi mento da posse da terra após o seu uso produtivo por certo número de anos.

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Processo de industrialização da agricultura com a manutenção das suas estruturas, ou seja, com a permanência da concentração fundiária nas mãos das oligarquias rurais.

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O Programa Nacional do Álcool foi criado em 14 de novembro de 1975, com o objetivo de estimular a produção do álcool, visando o atendimento das necessidades do mercado interno e externo e da política de combustíveis automotivos. Foi um programa de substituição em larga escala dos derivados de petróleo. Foi desenvolvido para evitar o aumento da dependência externa de divisas quando dos choques de preço de petróleo

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necessários à subsistência, seja produzindo alimentos para o autoconsumo, seja produzindo alimentos ou outras mercadorias para a venda (SILVA, 1971), a partir da introdução de máquinas e insumos químicos. Assim, a agricultura capitalista se desenvolveu enquanto os camponeses, em sua maior parte, foram expropriados e/ou expulsos da terra.

Além da expansão da agricultura capitalista em detrimento da agricultura camponesa, as transformações ocorridas na base técnica de produção levaram mudanças significativas nas relações sociais de produção, em particular com o avanço do assalariamento no campo. Para tal, a burguesia rural utilizou formas espúrias de convencimento até o uso da força acima da lei, como destruição de lavouras, de materiais e até tentativas de assassinato (MOREIRA, 1997).

Sobre este processo desenvolvimento do capitalismo no campo Graziano da Silva (1989) diz que:

O desenvolvimento do capitalismo no campo, na medida em que incorporou máquinas, defensivos, fertilizantes e outros insumos modernos, modificou profundamente a base técnica da produção de algumas regiões do Brasil. O resultado foi uma alteração nas relações de trabalho existentes no campo (p.47).

Todo esse processo histórico e de políticas de ocupação do território brasileiro teve como seqüela a atual estrutura fundiária baseada na alta concentração de terras nas mãos de uma oligarquia rural que em avaria da agricultura camponesa vem a se expandir em todo território nacional na forma do agronegócio, agravando ainda mais os números da estrutura fundiária brasileira e consequentemente aprofundando as condições de sobrevivência dos camponeses na marginalidade social e econômica.

Como resultado de todo esse processo os camponeses e camponesas expropriados e os trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra utilizam, nas últimas décadas, das ocupações como seu principal instrumento de acesso à terra, como afirma Fernandes (2001):

No Brasil, a ocupação se converteu em uma forma importante de aceder à terra. Nas últimas décadas, a ocupação de latifúndios tem constituído a principal ação na luta pela terra. Por meio das ocupações, os sem-terra espacializam a luta, conquistando a terra e territorializando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST (p.01).

Ao apresentar a ocupação como forma de acesso a terra, esta é compreendida como ação de resistência essencial à formação campesina no

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interior do processo contraditório do desenvolvimento do capitalismo, pois como afirma Oliveira (1991):

O Capital não expande de forma absoluta o trabalho assalariado, sua relação de trabalho típica, por todo lugar, destruindo de forma total e absoluta o trabalho familiar campesino. Ao contrario, este, o capital, se cria e recria para que sua produção seja possível, e como ela pode ter também uma criação, de novos capitalistas (p.20).

Sobre o processo de ocupações Franco García, M. (2004) afirma que:

Através da ocupação de latifúndio e terras devolutas, a estrutura organizada do espaço se transforma. Entram em cena novas formas de gestão do território: os acampamentos e assentamentos rurais (p.65)

As ocupações de terras pelos movimentos sociais do campo, tem sido a única via de acesso dos camponeses para a futura conquista da posse da terra, pois o comportamento inerte dos governos diante do processo de democratização do acesso à terra só tem contribuído para tal ação, principalmente a partir da décadade 90, com o avanço das políticas neoliberais e conseqüentemente do desemprego estrutural, além de ser considerada uma forma de resocialização dos camponeses e de luta contra o capital (FERNANDES, 2001). Como afirma Franco García, M. (2004) “Eles são a expressão local e específica do conflito capital x trabalho e a concretização da resistência à exclusão social e espacial” (p.68).

Assim, a luta pela terra cresceu e dela começaram a participar os trabalhadores urbanos desempregados. São, em grande parte, famílias que nas décadas passadas foram expulsas da terra e que agora sem perspectivas de trabalho na cidade, retornam às suas origens engrossando as fileiras dos movimentos sociais do campo e procurando nos assentamentos rurais as condições dignas de vida.

O avanço dos movimentos sociais no campo e a intensificação de suas lutas, têm tornado cada vez mais evidente a necessidade de se elaborar uma estratégia de desenvolvimento para o campo que priorize as oportunidades de desenvolvimento social e não se restrinja a uma perspectiva estritamente econômica e setorial (MARQUES, 2000).

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A questão agrária paraibana insere-se, como não podia deixar de fazê-lo no processo de colonização e ocupação do Nordeste brasileiro. Isto reflete na organização do seu espaço agrário, que repousa sobre três pilares principais: a alta concentração da propriedade da terra, a exploração da monocultura canavieira e a pecuária extensiva.

A exploração das terras na Paraíba espacializa-se de forma que, a Zona da Mata se torna responsável pelo desenvolvimento da cultura canavieira, principalmente nas áreas de várzea por apresentarem condições favoráveis para esse tipo de atividade. O Agreste paraibano, desde o início da colonização, e o Sertão, em meados do século XVIII, ficam responsáveis pela cotonicultura,5 desempenhando um papel importante na economia do estado e no processo de expansão populacional além da pecuária extensiva e da policultura, constituindo a divisão regional do trabalho no estado (MOREIRA e TARGINO, 1997).

Esse quadro, na Paraíba, tem uma analise diferente devido ao movimento de luta dos camponeses. Segundo estudos realizados por Ieno Neto e Bamat (1998) nos últimos anos o número de assentamentos para fins de reforma agrária tem aumentado em um ritmo acelerado, contribuindo para transformação da paisagem de algumas regiões onde predominava a monocultura canavieira bem como a pecuária extensiva. Estas atividades vêem cedendo o lugar para as agriculturas camponesas6, produzindo consequentemente transformações políticas, econômicas, culturais e sociais nessas regiões, o que historicamente é muito importante, pois dignifica o trabalhador rural e mostra a possibilidade real da conquista da terra através da luta organizada, construindo assim, novas territorialidades.

Na Paraíba existe um total de 234 projetos de assentamentos rurais, sendo que, deste total, 205 projetos foram implementados pelo governo federal, através do INCRA, e apenas 26 assentamentos tiveram como agente interventor o governo estadual na figura do Instituto de terras e planejamento

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Cultura do algodão. Na década de 80 os algodoais paraibanos sofreram grandes destruições com a praga do bicudo e posteriori com a ocorrência da seca de 1993 (VARELA, 2006).

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Segundo Silva, 1980 é a agricultura baseada na utilização do trabalho familiar como unidade de produção, posse total ou parcial dos instrumentos de trabalho e produção direta de parte dos meios necessários à subsistência, seja produzindo alimentos para o autoconsumo, seja produzindo (alimentos ou produtos) para a venda.

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da Paraíba (Interpa) e ainda 3 projetos foram implementados através do convênio entre as duas instituições.

No entanto, mesmo com toda essa nova dinâmica territorial no campo, podemos constatar que existem grandes desafios no que diz respeito ao melhoramento da qualidade de vida das famílias rurais envolvidas que demandam programas de Reforma Agrária. Já que, as dificuldades não acabam apenas com a distribuição de terras, pois, a implantação dos projetos de assentamentos sem os devidos planos de desenvolvimento locais é um entrave para o real desenvolvimento dessas novas territorialidades no rural paraibano.

Novas territorialidades rurais: os assentamentos de Reforma Agrária O município de Cruz do Espírito Santo está localizado na microrregião de Sapé, na Mesorregião da Zona da Mata Paraibana.

O município conta com uma população de 15.138 habitantes e uma área territorial de 196 km² (IBGE, 2006). Limita-se ao norte com os municípios de Sapé e Santa Rita; ao sul com os municípios de Pedras de Fogo e São José dos Ramos; a leste com Santa Rita e a oeste com Sapé e São Miguel de Taipú. A região a qual o município está inserido é caracterizada por ser uma região eminentemente rural, onde tradicionalmente a cultura da cana-de-açúcar predomina na paisagem e tem organizado o espaço e os grandes latifúndios canavieiros tem determinado o modo de organização da produção.

Segundo o INCRA (2006) o município possui uma área de 18.877,14 ha e apenas 459,76 ha são áreas devolutas e 6.201,30 ha já foram destinadas a Reforma Agrária, abrangendo 838 famílias entre nove assentamentos.

Os noves assentamentos rurais localizados no município em questão foram implementados entre os anos de 1995 e 1998, são eles: Engenho Santana (1995) com uma área de 371,00 ha abrangendo 55 famílias; Campos de Sementes e Mudas (1996) com 207,00 ha e 45 famílias; Massangana I com 991,40 ha e 134 famílias assentadas; Massangana II possuindo uma área de 1.300,90 ha e 158 famílias; Massangana III (1996) com 816,00 ha e 132 famílias; Corvoada I (1996) com 152,00 ha e 41 famílias; Santana II (1996) com uma área de 370,00 ha e 55 famílias assentadas; Dona Helena (1996) com

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762,00 ha e 105 famílias e Canudos (1998) possuindo uma área de 1.231,00 ha e abrangendo 113 famílias assentadas.

Todos os assentamentos foram desapropriações realizadas pelo INCRA. A Tabela 01 mostra esta relação:

Tabela 01. Assentamentos de Cruz do Espírito Santo – 2006

Assentamentos Famílias Área(ha)

Engenho Santana 55 371,00

Campo de Sementes e Mudas 45 207,00

Massangana I 134 991,40 Massangana II 158 1.300,90 Massangana III 132 816,00 Corvoada I 41 152,00 Santana II 55 370,00 Dona Helena 105 762,00 Canudos 113 1.231,00 Total 838 6.201,30 FONTE: INCRA-PB, 2006.

Organizador: Nogueira, Alexandre Peixoto F. (2006).

O município possui também uma área de conflito7: a fazenda Santa Luzia. São quinze famílias participando do processo de desapropriação.

Ele é o segundo município com maior número de assentamentos rurais efetivados pelo INCRA na Paraíba, ficando atrás apenas de Alagoa Grande localizada na microrregião do Brejo paraibano, com doze assentamentos implementados pelo INCRA e uma área de conflito.

Através das lutas pela terra e a conquista de novas territorialidades é que o município de Cruz do Espírito Santo se remete a uma posição de destaque quando nos referimos à questão agrária no estado paraibano, pois esses processos constituem um cenário relevante na composição da paisagem e na possibilidade de quebra do tradicionalismo da organização da produção, baseada na monocultura canavieira, para uma produção de base familiar e de culturas diversas.

O alto número de assentamentos rurais no município de Cruz do Espírito Santo resulta uma mudança significativa da sua paisagem e do seu território. Onde predominava a monocultura da cana, e as relações de trabalho

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historicamente precárias a ela atreladas, hoje encontramos culturas diversificadas em unidades de produção de base familiar, onde conhecem práticas camponesas com tímidas inserções no mercado interno, local, como é o caso da Feira Agroecológica da Várzea paraibana.

Também, os assentamentos rurais de Cruz do Espírito Santo e especificamente o assentamento Dona Helena, representam uma particularidade no comportamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT)8 no que tange a luta pela terra, pois foi no processo de luta pela desapropriação e conquista das terras do Engenho Novo (antiga fazenda) que realizou-se o primeiro acampamento organizado pela CPT, o que vem a ser hoje o assentamento Dona Helena.

O Processo de Formação Territorial do Assentamento Dona Helena

Localizado no município de Cruz do Espírito Santo, o Engenho Novo pertencia à família Ribeiro Coutinho e abrigava dois tipos de trabalhadores rurais: os posseiros foreiros e os posseiros moradores9, que compunham a mão-de-obra extremamente explorada para realizar as atividades do Engenho.

Os posseiros moradores residiam na área do Engenho Novo e viviam como trabalhadores braçais utilizados para o plantio e corte da cana, por isso estavam diretamente ligados aos donos da área.

Os membros das famílias, da grande maioria dos trabalhadores rurais, que trabalhavam diretamente no corte de cana, tinham uma jornada de trabalho de seis dias por semana, de segunda a sábado e, consequentemente, também estavam sujeitos ao patrão.

Já posseiros foreiros, que junto com os demais trabalhadores rurais compunham a mão-de-obra barata disponível para o cultivo da cana-de-açúcar do engenho, tanto pagavam o foro10 em dinheiro ao arrendatário como trabalhavam como assalariados na cana-de-açúcar do Engenho. A área que era

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Sobre esta questão ver mais em Mitidiero (2006).

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Os posseiros são agricultores que juntamente com a família ocupam pequenas áreas de terras devolutas ou latifúndios improdutivos, isto é, terras que não cumprem a sua função social. O trabalhador foreiro é aquele que paga a renda (foro) anual e obrigado, muitas vezes, ao cambão (trabalho gratuito, dois ou três dias por semana); o morador é aquele trabalhador que recebe do proprietário um pequeno roçado para cultivar e tem obrigação de trabalhar para este sempre que for chamado – a prática usual é trabalhar três dias por semana (CARNEIRO, 1963)

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Foro é o pagamento feito pelos trabalhadores rurais ao proprietário da terra por explorarem-na. O foro pode ser pago tanto em dinheiro, quanto em trabalhos prestados ao proprietário da terra, ou ainda, tanto com dinheiro quanto com trabalho.

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deixada ao redor da casa, para o plantio de agricultura de subsistência correspondia apenas a duas contas11.

A área do Engenho Novo na qual viviam os posseiros foreiros situava-se próxima à cidade de Cruz do Espírito Santo, o que tornava mais fácil o acesso à cidade, ao comércio e às escolas, entre outros serviços oferecidos pela zona urbana, mostrando, assim, uma das características da relação cidade-campo que é, nesse caso, a necessidade com a qual os trabalhadores rurais do Engenho Novo têm, principalmente, ao acesso aos serviços básicos, como educação e assistência à saúde, por exemplo.

Essa dependência dos trabalhadores rurais pelos centros urbanos, mostra que a relação cidade-campo não pode ser excluída dos estudos agrários nem tanto dos estudos urbanos, pois, a formação de diferentes movimentos sociais que atuam no campo hoje, está intimamente ligado com o mundo urbano, como mostram diversas pesquisas: Lima (2006), Mitidiero (2002), Franco e Thomaz Jr. (2003a, 2003b), Thomaz Jr. (2001) Os movimentos sociais do campo compreendem em suas fileiras trabalhadores oriundos dos centros urbanos que, por não terem conseguido umas condições de vida dignas nas grandes cidades, retornam ao seu lugar de origem, o campo, fortalecendo a luta pela reforma agrária. Muitos desses trabalhadores ingressam nos movimentos sociais para lutar pela terra de onde um dia foram expulsos. O processo de desenvolvimento do capitalismo no campo brasileiro organizado pela chamada modernização dolorosa ou conservadora (MARTINS, 1983) desapropriou inúmeras famílias de camponeses, posseiros, arrendatários (THOMAZ Jr., 2001) colocando-os a beira de um sistema que os incluiu de forma precarizada, como coloca Franco (2004).

Podemos afirmar que a formação do campesinato brasileiro é marcada pela intensa mobilidade espacial e pelo acesso à terra historicamente bloqueada. A sua luta para entrar na terra e seu desejo de enraizamento, como coloca Thomaz Jr. (2002), constituem o rasgo diferencial em relação ao campesinato europeu, de origem feudal.

Antes de se tornarem assentados no que hoje é o Assentamento Dona Helena, os novos integrantes da luta pela conquista da terra, como mostram os

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A Conta foi a medida utilizada para quantificar a superfície das terras dos foreiros. Uma conta corresponde a 750m2 ou 0,075 hectares de acordo com as informações junto aos técnicos agrícolas da CPT que dão assistência ao assentamento Dona Helena (Trabalho de Campo, novembro, 2006).

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resultados de nossa pesquisa, trabalhavam como: posseiros, foreiros, bóias-frias ou assalariados, moradores ou roceiros de outros proprietários ou arrendatários.

Diferentes dos foreiros sitiados no Engenho Novo, aqueles provenientes de outras áreas não pagavam o foro em dinheiro, mas sim com trabalho prestado ao proprietário da terra. Trabalhavam em terras alheias destocando terrenos, tirando pedras, limpando a terra, depois plantavam por um, dois ou três anos e as devolviam ao dono, prontas para a criação do gado. Na maioria das vezes, esses trabalhadores rurais que iam chegando à área em disputa não tinham lugar nem para morar nem para trabalhar.

Como trabalhadores assalariados, eles geralmente trabalhavam em conjunto. Em outras situações, os homens se separavam das mulheres e dos filhos durante semanas ou meses, para trabalhar como assalariados em outras áreas. Suportando o cotidiano da família, ficavam as mulheres e os filhos mais jovens, que cuidavam do pequeno roçado e da casa.

Podemos constatar no processo de territorialização da luta em Dona Helena o que Moreira e Targino (1997), recolhem em pesquisa anterior sobre o fenômeno de migração masculina e o trabalho feminino e infantil:

Em relação ao efeito da migração sobre o emprego infantil e feminino, tem-se que, embora o êxodo rural venha ocorrendo de modo maciço no Estado, a migração afeta mais fortemente a população masculina em idade ativa. Ao sair do campo, as famílias fixam-se nas periferias urbanas ou nos aglomerados rurais, cabendo ao pai e aos filhos maiores a busca de oportunidades de trabalho seja na construção civil, seja em atividades de serviços de baixa remuneração, seja ainda, em atividades agrícolas como a canavieira. Os baixos níveis salariais percebidos obrigam à mulher e aos filhos menores engajarem-se na atividade agropecuária ou ampliarem o número de horas que já dedicavam à agricultura, seja como assalariados, seja na pequena produção familiar, no caso da família ser pequena proprietária (p. 254-255).

O desemprego em massa, vivido por esses trabalhadores, novos pretendentes da terra, foi um dos fatores predominantes para que reunissem coragem e partissem para lutar junto aos posseiros pela conquista da terra do Engenho Novo, contando com a ajuda de diversas entidades como a CPT e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais local.

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Sobre a situação da força de trabalho e o desemprego hoje, Franco García, M. (2004) afirma que:

A desvalorização global da força de trabalho, perante a menor oferta de emprego e o aumento da oferta da força de trabalho, se traduz pelo agravamento geral das condições de vida (p. 143).

São nessas condições que os trabalhadores rurais sem terra organizam-se e no dia 24 de Abril de 1994 levantam acampamento para resistirem na terra em disputa.

Fernandes (2000) define a ação de acampar como ocupar, coletiva e organizadamente, um espaço visando conquistar a terra. Nesse sentido, Franco García, M. (2004) afirma que:

O acampamento é esse lugar entre a ocupação e a posse do lote. É também um território de barracos de lona e de despejos, de organização e gestão coletiva, de assembléias, de trabalho comunitário, de militância ativa e de resistência (p. 71).

No dia 06 de maio de 1995, os trabalhadores entraram definitivamente na propriedade, recebendo o documento de posse no dia seguinte.

Da chegada de novos companheiros à conquista da terra

Todo o processo de luta e conquista da área que hoje é o assentamento Dona Helena, teve a ajuda de trabalhadores rurais de outras áreas, organizados pela CPT, fortalecendo a luta e resistência até o momento da posse definitiva por partes dos trabalhadores.

Essas pessoas que trabalhavam em outras localidades saíam, em geral, na segunda-feira de madrugada e voltavam no sábado à noite, muitas vezes, dormiam em lugares inapropriados, como lugares destinados a animais. O salário recebido era tão baixo que mal dava para dividir entre as despesas domésticas e as necessidades individuais.

A chegada massiva desses trabalhadores rurais no antigo Engenho Novo ocorreu em 24 de abril de 1994. Levantaram seu acampamento na área próxima à antiga sede da fazenda, montaram barracas de lona e de palha e logo em seguida prepararam seus roçados.

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(...) o momento mais perigoso da luta, marcado pelo enfrentamento com a polícia, com os patrões e seus prepostos (...) [em que] os envolvidos vivem a experiência de suspensão de códigos culturais habitualmente observados. Ao terem suas casas destruídas [ou fazendo opção por alguma área de conflito], as famílias enfrentam a nova situação de albergados em barracas de lona, em casa-de-farinha ou em alguma casa-grande desocupada, permanecendo juntos, compartilhando um mesmo espaço, dividindo tarefas. Como as instalações são precárias, as pessoas procuram se amoldar às novas condições da melhor maneira possível: é gente demais, é criança demais, é espaço de menos (p. 118).

Fernandes (2000) define a ação de acampar como ocupar, coletiva e organizadamente, um espaço visando conquistar a terra. Nesse sentido, Franco García, M. (2003) afirma que:

O acampamento é esse lugar entre a ocupação e a posse do lote. É também um território de barracos de lona e de despejos, de organização e gestão coletiva, de assembléias, de trabalho comunitário, de militância ativa e de resistência (p. 71).

Nesta situação inexiste a privacidade, a separação entre o público e o privado e a divisão de trabalho sexista rotineira. A forma de organização tanto do trabalho quanto das relações sociais dessas famílias modifica-se para enquadrar-se ao cotidiano do acampamento.

Sobre as relações familiares convividas pelas famílias acampadas, Franco García, M. (2004) diz que:

Durante o acampamento as famílias residem em barracos. A precariedade das suas condições limita o desenvolvimento da vida familiar no seu interior. Esta limitação repercute ampliando o espaço de convívio coletivo, propiciando as relações comunitárias por cima das familiares (p.72).

Assim, durante esta nova situação de ameaça coletiva, os laços de solidariedade entre trabalhadores e trabalhadoras tendem a se fortalecer, como mostram os resultados da presente pesquisa os assentados respondem sobre a união dos trabalhadores acampados. Antes da posse da terra, 80% dos entrevistados afirmaram que essa união era entre forte e/ou muito forte, no entanto, quando indagados sobre a união dos trabalhadores depois da conquista da terra, 43% afirmaram ser fraca ou mais ou menos e, apenas 4%

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afirmaram ser forte, o restante (3%) dos entrevistados não conseguiram se posicionar.

A união e o fortalecimento entre os trabalhadores rurais contra a situação e exploração social vivida eleva-se quando têm a tomada de consciência de que o inimigo comum, o patrão ou os proprietários de terras ociosas ou improdutivas, não cumprem a sua Justiça social. Criava-se a consciência de que o proprietário era aquele que sempre se beneficiara do trabalho de outrem para construir a sua riqueza, o seu conforto, em detrimento da situação de pobreza dos trabalhadores explorados.

Como já foi frisado, com a chegada de novos trabalhadores da cidade e de outras áreas rurais ampliou-se o número de integrantes no processo de luta pela terra e novos conflitos ocorreram. O proprietário do Engenho Novo utilizou a justiça para impedir a organização e o funcionamento do acampamento, que aí permaneceu por mais de um ano.

De acordo com Melo (1999), o antigo proprietário do Engenho Novo não aceitava negociar com o INCRA a desapropriação do imóvel. Mesmo o INCRA já tendo considerado o mesmo improdutivo parecia não haver solução para o conflito. Segundo Melo (1999):

Insatisfeito, o proprietário entrou na justiça com um mandato de despejo contra os trabalhadores e o juiz local deu ganho de causa ao mesmo, mandando o batalhão da polícia militar de Guarabira efetuar o despejo. Foi um momento difícil. O acampamento estava em pânico: as crianças choravam, os homens e as mulheres lamentavam, mas nada podiam fazer. (p. 06)

Naquele processo de despejo houve um confronto direto entre os trabalhadores e a polícia. Os camponeses foram retirados à força e levados até a área urbana e central de Cruz do Espírito Santo, ficando alojados no Salão Paroquial da Igreja Matriz.

No dia seguinte a essa ação, segundo Melo (1999), os trabalhadores rurais se reuniram para decidir novos encaminhamentos para a luta. Entre os posseiros encontrava-se o vice-prefeito da cidade de Cruz do Espírito Santo, que segundo Melo (1999):

(...) Por meio dele, os trabalhadores conseguiram uma sessão especial na Câmara dos Vereadores para ter permissão para

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ficar em terreno pertencente à prefeitura [de 2,0 hectares] enquanto se resolvia a questão da terra, o terreno fazia limite com a propriedade em questão. (p. 07)

Com a permissão da Prefeitura, os trabalhadores começaram a armar as suas barracas. Para a construção das barracas em mutirão A CPT providenciou madeira e lonas de plástico. No centro do acampamento foi construída uma barraca maior com vistas a abrigar todos que chegavam, assim como para realização de grandes reuniões, missas e orações. Numa barraca menor guardava-se a comida enviada por outros assentamentos e por pessoas que faziam campanhas em prol dos sem terra.

O fato desses trabalhadores rurais sem terra estarem autorizados pela Prefeitura para permanecerem acampados na área pública não diminuía a situação de tensão existente, pois, segundo coloca Moreira (1997), “todos os dias eles se deslocavam do acampamento para a propriedade vizinha onde continuaram a plantar seus roçados com lavouras de alimento” (p.333).

No dia 06 de maio de 1995, os trabalhadores entraram definitivamente na propriedade, recebendo o documento de posse no dia seguinte.

Neste período, foram cadastrados pelo INCRA 40 ex-acampados trabalhadores sem terra que vieram de outras áreas, 30 posseiros entre moradores e foreiros, 22 moradores do Conjunto Francisco Cunha, localizado próximo ao Engenho Novo e doze famílias da cidade, por indicação do STR local, totalizando 104 famílias assentadas.

O nome "Dona Helena" se refere a uma trabalhadora rural que faleceu durante o processo de conflitos e que teve grande atuação nas lutas dos trabalhadores rurais também de outras áreas. Por isso, em sua homenagem os camponeses solicitaram ao INCRA a mudança do nome da área para o nome atual de Assentamento Dona Helena.

Considerações Finais

A construção de novas territorialidades tem como resultado uma intervenção na paisagem e na organização das relações de trabalho existentes até então. A criação dos assentamentos rurais implicou alguma redistribuição fundiária e viabilizou o acesso à terra a uma população de trabalhadores rurais, mas não alterou radicalmente o quadro da concentração fundiária, não

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podendo considerar então, a política de implementação de assentamentos rurais como um profundo processo de reforma agrária.

As famílias assentadas imprimem nessa nova área relações sociais próprias, distintas daquelas existentes até então, desenvolvem relações não capitalistas, construindo assim, seu território através da prática dessas relações nessa porção do espaço.

No entanto, o capital ainda influencia sobre essa nova territorialidade, materializado na cultura canavieira e na dependência de algumas famílias à essa cultura e às usinas e engenhos que circundam o assentamento. Esse processo identificamos como a expansão e apropriação do território caracteristicamente camponês pelo capital, vindo a ocorrer devido as próprias necessidades de reprodução camponesa, o que torna-se difícil com as estruturas postas nessa política de reforma agrária vigente.

Essa inserção do capital nas novas territorialidades, especificamente a de Dona Helena, tem influenciado diretamente na organização espacial das parcelas, pois elas são organizadas a partir da plantação ou não da cana-de-açúcar, caracterizando uma adequação do modo de vida e trabalho das famílias assentadas às condições de plantiu dessa cultura.

O andamento dessa reforma agrária interpretada pelas ações governamentais de desapropriação e pelas suas políticas de assistência técnica e social nos assentamentos rurais, ficou muito aquém das necessidades das famílias assentadas nesse processo. No entanto, no que pese todos esses pontos de estrangulamento, os projetos de assentamentos são imprescindíveis dentro dessa realidade. Conforme afirmam os próprios assentados ao considerar que a situação, por mais precária que seja, é muito melhor do que a anterior, quando permaneciam impossibilitados ao acesso à terra.

Nesta perspectiva, o estudo sobre as novas territorialidades rurais se faz necessário para compreender o processo de reprodução de relações não capitalistas (relações camponesas) como o de reprodução do capital.

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Referências

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