• Nenhum resultado encontrado

Universidade Federal de Juiz de Fora Faculdade de Fisioterapia. Clara Michele Madureira Yamim Mariane Pires Vaz de Mello

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Universidade Federal de Juiz de Fora Faculdade de Fisioterapia. Clara Michele Madureira Yamim Mariane Pires Vaz de Mello"

Copied!
61
0
0

Texto

(1)

Clara Michele Madureira Yamim Mariane Pires Vaz de Mello

FUNÇÃO VENTILATÓRIA E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON

Juiz de Fora 2011

(2)

FUNÇÃO VENTILATÓRIA E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Fisioterapia da Universidade de Juiz de Fora, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientadora: Prof.ª Rosa Maria de Carvalho

Juiz de Fora 2011

(3)
(4)

Primeiramente à Deus pela oportunidade.

À querida professora e amiga Rosa Maria de Carvalho pelos infinitos ensinamentos e pela paciência.

Às professoras Cláudia Helena Cerqueira Marmora e Marineia Vicentina da Cruz pela disponibilidade.

Ao professor Luiz Cláudio por nos fazer entender um pouco mais sobre o “universo da estatística”.

(5)

Introdução: Doença de Parkinson (DP) é uma das principais causas de incapacidades físicas e respiratórias em indivíduos de ambos os sexos e raças. A escala de graus de incapacidade de Hoehn e Yahr (HY) indica o estado geral do paciente acometido pela DP. Além da sintomatologia motora que ocorre na maioria dos pacientes com DP, têm destaque as disfunções respiratórias. Os distúrbios ventilatórios podem ser justificados pelas inúmeras alterações posturais, como a limitação da extensão do tronco, e se manifestam através de diminuição de volumes e fluxos ventilatórios além de comprometimento da força dos músculos respiratórios. Com a evolução da doença, essas complicações irão interferir na qualidade de vida (QV) dos pacientes. Objetivos: Avaliar a função ventilatória e a percepção de qualidade de vida de pacientes com DP e verificar como estes aspectos se relacionam com o grau de incapacidade. Metodologia: Estudo transversal com pacientes com DP que avaliou: grau de incapacidade através da escala HY; função ventilatória através de espirometria e manovacuometria; qualidade de vida através do questionário PDQ-39. Os dados foram analisados através do pacote estatístico SPSS versão 14.0; foram utilizados o teste t de Student para comparação das variáveis independentes, o teste de correlação de Spearman entre as variáveis numéricas e o teste Qui-quadrado entre variáveis qualitativas. Resultados: Participaram desta pesquisa 30 pacientes com diagnostico de DP (11 mulheres e 19 homens), com idade média de 66,63 anos (±10,31), 7,23 anos (±4,82) de tempo médio de diagnóstico e pontuação de 0 a 4 na HY. Quanto à função ventilatória apresentaram em termos de média de porcentagem do predito para Capacidade vital forçada (CVF%): 79%; Pico de fluxo expiratório (PFE%): 55%; Pressões respiratórias máximas inferiores a 65%. Quanto à qualidade de vida, os domínios mais comprometidos foram “Desconforto corporal” (50), “Mobilidade” (36,25), “Bem estar emocional (35,40) e “AVD’s” (33,30). Foi observada forte correlação entre HY e PFE (p= 0,017), HY e pressões expiratórias máximas (p<0,01), HY e os domínios “Mobilidade” (p= 0,003) e “Comunicação” (p=0,030), PFE e pressões expiratórias máximas ( p<0,001). Foi verificado também que quanto maior o grau de incapacidade maior o comprometimento da CVF. Conclusão: Pacientes com DP

(6)

Palavras chaves: doença de Parkinson; espirometria; músculos respiratórios; qualidade de vida.

(7)

Introduction: Parkinson disease (PD) is a leading cause of physical disability and respiratory diseases in individuals of both sexes and races. The degree of disability scale, Hoehn and Yahr (HY) indicates the general condition of the patient affected by PD. Besides motor symptoms that occurs in most patients with PD have respiratory dysfunction is evident. Ventilatory disturbances can be explained by postural changes such as limited body extension and are manifested through reduction of ventilatory volumes and flows as well as impairment of respiratory muscle strength. As disease progresses, these complications will affect the quality of life (QOL) of patients. Objectives: To evaluate the ventilatory function and perception of quality of life of patients with PD and determine how these aspects relate to the degree of disability. Methodology: Cross-sectional study with PD patients that evaluated: degree of disability through the HY scale, ventilatory function by spirometry and respiratory pressures, quality of life through the questionnaire PDQ-39. The data were analyzed using the statistical package SPSS version14.0; Were used Student t test for comparison of independent variables, the Spearman correlation test between numerical variables and chi-square between qualitative variables. Results: We analyzed 30 patients with diagnosis of PD (11 women and 19 men) with a mean age of 66.63 years (± 10.31), 7.23 years (± 4.82) in median time to diagnosis and score 0-4 in the HY. As for ventilatory function presented in terms of average percentage of predicted forced vital capacity (FVC%:) 79%, peak expiratory flow (PEF%): 55%, maximal respiratory pressures lower than 65%. Regarding quality of life, the most affected domais were "bodily discomfort" (50), "Mobility" (36.25), "Emotional well being” (35.40) and “ADL" (33.30). There was a strong correlation between HY and PEF (p = 0.017), HY and maximum expiratory pressures (p<0.01), HY and domains "Mobility" (p=0.003) and "Communication" (p=0.030), PEF and maximal expiratory pressures (p<0.001). Was found that the greater the degree of disability greater impairment of FVC. Conclusion: PD patients have impairment of respiratory flows and volumes, respiratory muscle strength and quality of life, suffering influences from the degree of disability.

(8)
(9)

AVD´s: Atividades de vida diária CVF: Capacidade vital forçada DP: Doença de Parkinson EQ-5D: EuroQol instrument FR: Frequência respiratória

FSQ: Funcional Status Questionnaire GI: Avaliação do grau de incapacidade

HU/CAS-UFJF: Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora HY: Hoehn e Yahr

P1: Pesquisadora 1 P2: Pesquisadora 2

PDQ-39: Parkinson’s Disease Questionnaire-39

PDQL: Parkinson’s Disease Quality of Life Questionnaire Pemáx: Pressão expiratória máxima

Pepc: Pressão de pico expiratória máxima Pept: Pressão de platô expiratória máxima PFE: Pico de fluxo expiratório

Pimáx: Pressão inspiratória máxima Pipc: Pressão de pico inspiratória máxima Pipt: Pressão de platô inspiratória máxima PSN: Perfil de Saúde de Nottingham QV: Qualidade de vida

SF-36: Medical Outcomes Study 36-item Short Form SIP: Sickness Impact Profile

SNA: Sistema Nervoso Autônomo SNC: Sistema Nervoso Central

(10)
(11)

1 INTRODUÇÃO... 11 2 OBJETIVOS... 17 2.1 Objetivo Geral... 17 2.2 Objetivos Específicos... 17 3 METODOLOGIA... 18 3.1 Sujeitos do Estudo... 18 3.2 Avaliação... 18 3.3 Análise Estatística... 21 4 RESULTADOS... 22 5 DISCUSSÃO... 29

6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS... 34

REFERÊNCIAS... 35 APÊNDICES... ... APÊNDICE 1 Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) ... APÊNDICE 2 Formulário padronizado ...

39 39 42 ANEXOS... ANEXO 1Parecer do comitê de ética em pesquisa... ANEXO 2 Questionário de qualidade de vida PDQ-39 ... ANEXO 3 Escala de grau de incapacidade de Hohen e Yahr (modificada) ...

45 45 47 60

(12)

1. INTRODUÇÃO

A Doença de Parkinson (DP) é uma das principais causas de incapacidades físicas (GOULART et al., 2004; WEIKERSHEIMER, 2010) e respiratórias (ALVES et al., 2010) em indivíduos de ambos os sexos e raças. A prevalência aumenta progressivamente com a idade do paciente sendo que, atualmente, 1% da população acima de 60 anos é acometida por esta patologia (MARSDEN, 1994). Homens e mulheres são afetados na proporção de 2:1 respectivamente (GOULART et al., 2005). Estima-se que, por volta do ano 2020, haverá mais de 40 milhões de pessoas no mundo com diagnóstico confirmado de DP (MORRIS, 2000).

A DP se caracteriza por afecções nos núcleos da base, estruturas que constituem o sistema extrapiramidal e cuja função é assegurar a motricidade automática, os reflexos posturais e a harmonia da motricidade voluntária. Do ponto de vista anatomopatológico, ocorre lesão no Paleoestriado (globo pálido e substância negra) que gera diminuição do número de neurônios e despigmentação da substância negra, comprometendo os movimentos automáticos primários e o mecanismo ativador do tônus muscular. Os padrões complexos de atividade motora também se tornam prejudicados, uma vez que, em associação com o sistema córtico-espinhal, os núcleos da base têm importante papel no controle desses padrões.

Em consequência da lesão ocorrerá degeneração de neurônios dopaminérgicos (LENT, 2005) e consequente queda do nível de do pamina, neurotransmissor inibitório, gerando uma hiper-excitação de determinados grupos musculares que podem evoluir para rigidez (MACHADO, 2002; WEIKERSHEIMER, 2010).

A etiologia da DP ainda não é totalmente conhecida. Didaticamente são descritos fatores idiopáticos, pós-encefálicos e o parkinsonismo. Na classe idiopática, ou seja, quando a causa da doença é indefinida, se enquadram a maior parte dos pacientes. Na classe dos fatores pós-encefálicos acredita-se que a doença ocorre como seqüela de Encefalite Letárgica devido a infecções virais no SNC. Atualmente este tipo de afecção é mais raro, porém a DP pode aparecer associada a distúrbios do sistema nervoso autônomo (SNA). Já o parkinsonismo pode ser

(13)

devido à indução de drogas ou toxinas, podendo-se destacar fenotiazínicos, butirofenonas, metoclopramida, reserpina e tetrabenzina. Estas substâncias podem levar a uma Síndrome Parkinsoniana reversível (ASSOCIAÇÃO BRASIL PARKINSON, 2010; WEIKERSHEIMER, 2010).

James Parkinson, em 1817, foi o primeiro que descreveu o quadro e o denominou de “Paralisia Agitante” devido às principais manifestações da síndrome, ou seja, acinesia (bradicinesia), tremor e rigidez muscular (GOULART et al., 2004; MÁRMORA, 2009; WEIKERSHEIMER, 2010). Já Oliver Sacks a descreve como “doença do sono”, quando desencadeada pela Encefalite Letárgica, doença esta que assumiu proporções epidêmicas depois da Primeira Guerra Mundial. Durante décadas, os pacientes oscilaram entre o sono profundo e um estado de vigília entorpecido, ficando condenados a viver na imobilidade e a dialogar como sonâmbulos com o mundo exterior. O uso da droga Levodopa, em 1969 e 1972, provocou o “despertar” destes pacientes que, em grande número, se mantinham em instituições pelo mundo inteiro (SACKS, 1997).

Estudos mais recentes mostram que apesar da DP ser uma doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso central (SNC), não afeta a capacidade intelectual. Outros sintomas como as alterações na fala, na escrita e da postura; diminuição da mobilidade com alterações na marcha (freezing) (GOULART et al., 2004; MÁRMORA, 2009); desequilíbrio; acúmulo de saliva nos cantos da boca (GOULART et al., 2004) e expressão facial congelada (MÁRMORA, 2009); foram acrescentados na caracterização da DP. Além de todos os sintomas supracitados, a literatura ainda descreve alterações neurocomportamentais como depressão, demência e propensão ao isolamento (CUTSON et al., 1995), assim como comprometimento cardiorrespiratório (CANNING, 1997) que alteram de forma significativa a funcionalidade e a independência dos pacientes com DP (GOULART et al., 2004).

A sintomatologia no início pode ser de difícil detecção, mas se destacam o cansaço exacerbado, alterações na grafia, isolamento sem motivos claros, piscar os olhos com freqüência reduzida, movimentação mais lenta e fala menos articulada, face rígida e tremores no corpo podendo este ser de repouso e exacerbarem-se quando o indivíduo encontra-se em situação de estresse e podem desaparecer

(14)

durante o sono (ASSOCIAÇÃO BRASIL PARKINSON, 2010; WEIKERSHEIMER, 2010).

Em 1967, foi desenvolvida a escala de graus de incapacidade de Hoehn e Yahr (HY – Degree of Disability Scale), que indica o estado geral do paciente acometido pela DP de forma eficaz e rápida. Originalmente a escala HY compreende cinco estágios de classificação que permitem avaliar a severidade da doença e classificar o paciente de acordo com o nível da sua incapacidade. Os pacientes classificados nos estágios I, II e III apresentam incapacidade leve à moderada, já nos estágios IV e V a incapacidade é grave (ASSOCIAÇÃO BRASIL PARKINSON, 2010; GOULART et al., 2004). A escala HY possui ainda uma versão modificada, sendo que esta é mais específica e classifica os pacientes de 0 a 5 de acordo com o grau de incapacidade.

Além da sintomatologia motora que ocorre na maioria dos pacientes com DP, têm destaque as disfunções respiratórias. A literatura descreve déficits ventilatórios na DP tanto de caráter restritivo, quanto de caráter obstrutivo, sendo estes vinculados à morbidade e também à mortalidade dos pacientes (PARREIRA et al., 2003). Cabe ressaltar que o envelhecimento fisiológico do sistema respiratório já traz consigo alterações estruturais, perda de elasticidade, dilatação alveolar, diminuição do estímulo neural para os músculos respiratórios e alterações de volumes, capacidades e fluxos respiratórios que, juntamente com os déficits ventilatórios na DP, vão agravar a função ventilatória destes pacientes (CARDOSO et al., 2002).

Os distúrbios ventilatórios podem ser justificados pelas inúmeras alterações posturais, como a limitação da extensão do tronco. Além disso, a perda da flexibilidade da musculatura respiratória e conseqüente diminuição da complacência pulmonar, assim como alterações na ativação e coordenação muscular (PARREIRA et al., 2003), também estão relacionadas ao comprometimento ventilatório. O déficit na extensão de tronco pode gerar alterações no eixo da coluna vertebral, que repercute na inspiração e expiração modificando volumes, capacidades e fluxos respiratórios (CARDOSO et al., 2002). Estudo de Cardoso e Pereira (2002), mostrou que a diminuição da perimetria inspiratória e expiratória em pacientes com DP, caracteriza a diminuição da mobilidade torácica, repercutindo no aumento do trabalho muscular e na limitação progressiva da ventilação.

(15)

Existem discordâncias na literatura em relação à presença de redução da força muscular inspiratória e expiratória em pacientes com DP. Em estudo que avaliou a força muscular respiratória de 40 pacientes com DP, não foram observadas alterações desta função (CARDOSO et al., 2002). Alves e Colaboradores (2005) defendem que a redução da Pimáx, pode estar relacionada com a fadiga muscular e com o comprometimento neurológico desses pacientes.

Além das alterações ventilatórias secundárias às manifestações neurológicas da DP, o tratamento a base de levodopa gera obstrução das vias aéreas superiores, diminuição da complacência da caixa torácica e discinesias musculares produzindo dispnéia, hipoventilação, atelectasia e retenção de secreções pulmonares (ALVES et al., 2005).

Embora esteja claro que as alterações ventilatórias severas são frequentes nos pacientes com DP, muitos destes não relatam sintomas respiratórios, o que pode ser justificado pelo sedentarismo adotado pela maioria dos pacientes com DP. Em função da tendência a pouca atividade física, não há solicitação de esforço suficiente para provocar as manifestações de disfunções respiratórias (PARREIRA, 2003).

Com a evolução da doença, os sinais e sintomas, juntamente com as complicações provenientes das alterações apresentadas irão interferir no nível de incapacidade e, consequentemente, na qualidade de vida (QV) dos pacientes nos aspectos físico, econômico, social e mental/emocional (GASPARINI et al., 2003; GOULART et al., 2005; GOULART et al., 2007), podendo levar ao isolamento e a pouca participação social (GOULART et al., 2007). Desta forma, a manutenção e/ou o resgate da QV destes pacientes deve ser um dos principais focos do tratamento (GOULART et al., 2005).

A QV pode ser considerada como um conceito multidimensional que reflete a avaliação subjetiva da satisfação pessoal do indivíduo em relação à sua vida e a outros aspectos como relacionamento familiar, independência, moradia e atividades de lazer. Além disso, pode se referir também à percepção que o indivíduo tem da sua doença e de todos seus efeitos sobre a sua própria vida (GOULART et al., 2007).

(16)

Dentre os instrumentos atualmente disponíveis para avaliar a QV nos portadores de DP, estão os genéricos e os específicos. No primeiro grupo podemos citar o Medical Outcomes Study 36-item Short Form (SF-36), o Perfil de Saúde de Nottingham (PSN) (GOULART et al., 2007; PARREIRA et al., 2003), o Sickness Impact Profile (SIP), o Funcional Status Questionnaire e o EuroQol instrument (EQ-5D) (GOULART et al., 2007) como os mais utilizados. Já no grupo dos específicos, os mais citados na literatura são o Parkinson’s Disease Quality of Life Questionnaire (PDQL) (GOULART et al., 2005; GOULART et al., 2007) e o Parkinson’s Disease Questionnaire-39 (PDQ-39) (GOULART et al., 2005; GOULART et al., 2007; PARREIRA et al., 2003). Este último tem sido indicado como o instrumento mais apropriado para a avaliação da QV (GOULART et al., 2007) e compreende 39 itens que são divididos em 8 domínios: “Mobilidade”, “Atividades de vida diária” (AVD’s), “Bem estar emocional”, “Estigma”, “Apoio social”, “Cognição”, “Comunicação” e “Desconforto físico”. A pontuação total no PDQ-39 varia de 0 (nenhum problema) a 100 (máximo nível de problema) (GOULART et al., 2005; GOULART et al., 2007), sendo a diminuição da QV indicada pelos altos escores. Estudos mostram que há uma pior percepção destes pacientes em relação às dimensões “Mobilidade”, “Atividades de vida diária”, “Apoio social”, “Cognição” e “Bem estar emocional” (GOULART et al., 2007; SCALZO et al., 2009).

Embora a terapia farmacológica seja a base do tratamento da DP, o tratamento fisioterapêutico também é considerado de grande importância. Indicada para os idosos de um modo geral, independente da presença ou não de doenças, a fisioterapia, ao promover a atividade física, mantém ativos os músculos e preserva a mobilidade, prevenindo complicações e, até mesmo, a dependência total do indivíduo, preservando e melhorando a qualidade de vida (LITVOC e BRITO, 2004; BRASIL, 2006; HANNA et al., 2006; MAZO et al.,2007).

Na literatura há contradições em relação ao momento certo de pacientes com DP iniciarem o tratamento fisioterapêutico. Alguns autores defendem a intervenção fisioterapêutica em todos os estágios da escala de Hoehn e Yahr, enquanto outros acreditam que esta intervenção só é necessária nos estágios IV e V, que são os mais graves da DP (GOULART et al., 2004; ELLIS, 2005). De um modo geral a fisioterapia para patologias degenerativas como a DP, enfoca principalmente os déficits motores ligados à doença, como manutenção ou melhora das condições

(17)

musculares, através de exercícios de alongamento e fortalecimentos globais, além de exercícios posturais e de equilíbrio (HAASE, 2008). Com o avançar da doença, o tratamento fisioterapêutico deve ser mais focalizado nos sintomas principais, como as alterações na marcha, no equilíbrio, o congelamento e as limitações para as AVD’s (ELLIS, 2005; SANTOS, 2010). Cabe, no entanto, ressaltar a importância da intervenção fisioterapêutica voltada para as disfunções respiratórias apresentadas por estes pacientes (VERCUEIL, 1999; DE PANDIS, 2002; ALVES, 2005), associando a todas as atividades supracitadas os exercícios respiratórios, oferecendo aos pacientes condições ideais ou próximas disso. O enfoque terapêutico global deve, então, visar à tentativa de manutenção da funcionalidade desses pacientes com consequente manutenção das condições de qualidade de vida.

(18)

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O presente estudo teve por objetivo avaliar a função ventilatória e a percepção de qualidade de vida de pacientes com DP.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a relação entre função ventilatória e percepção de qualidade de vida em pacientes com DP.

Avaliar a relação entre o grau de incapacidade e o comprometimento da função ventilatória em pacientes com DP.

Avaliar a relação entre o grau de incapacidade e o comprometimento da percepção de qualidade de vida em pacientes com DP.

(19)

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo transversal, aprovado (parecer nº 0072/2010) pelo Comitê de ética em pesquisa – CEP-HU CAS/UFJF – (Anexo 1), que foi realizado nas dependências do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora -HU/CAS-UFJF – unidades Santa Catarina e Dom Bosco, no período de agosto à novembro de 2010.

3.1 SUJEITOS DO ESTUDO

Participaram deste estudo pacientes de ambos os sexos e de todas as idades, com diagnóstico médico de DP, que estavam em acompanhamento clínico regular e que, após tomarem conhecimento de todos os procedimentos de avaliação a que seriam submetidos, através de explicação detalhada, concordaram em participar da pesquisa através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE – (Apêndice 1). Foram fatores de exclusão a presença de doenças crônicas prévias do sistema respiratório como Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, assim como alterações cognitivas e motoras que impossibilitassem a realização do protocolo de avaliação.

3.2 AVALIAÇÃO

Os pacientes foram avaliados de acordo com os procedimentos a seguir descritos:

- Avaliação do grau de incapacidade (GI) – realizada a partir da aplicação, por uma das pesquisadoras, da escala de Hoehn e Yahr modificada (Anexo 3).

(20)

- Prova de função ventilatória - avaliada através do Espirômetro Pulmo Win V2.30E®, que é um equipamento computadorizado conectado a um circuito que termina em bocal, através do qual os pacientes, sentados e descansados, foram instruídos a realizar uma inspiração seguida de expiração máximas, sendo então medidos a capacidade vital forçada (CVF), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), a relação entre VEF1 e CVF (VEF1/CVF) e o pico de fluxo expiratório (PFE)(PERREIRA et al., 2002).

 A CVF, medida em litros, é o volume máximo de ar que pode ser exalado com o máximo de esforço, após uma inspiração máxima. Solicitou-se que o paciente inspirasse profundamente, prendesse o ar por um a dois segundos e depois exalasse, no bocal, com o máximo esforço.

 O VEF1 é o volume máximo que um indivíduo consegue expirar no primeiro segundo da CVF. Esse valor exprime o fluxo aéreo da maior parte das vias aéreas, sobretudo aquelas de maior calibre.

 A VEF1/CVF significa o resultado da fração que representa o VEF1 em relação à CVF, devendo estar normalmente em torno de 80% da CVF.  O PFE representa o fluxo máximo de ar atingido durante a manobra de

CVF.

- Avaliação das pressões respiratórias estáticas máximas - Foram avaliadas de acordo com o protocolo proposto por Black e Hyat (1969). As avaliações foram realizadas com o indivíduo na posição sentada sem inclinação de tronco, utilizando clipe nasal para impedir escape aéreo pelas narinas. Os pacientes receberam explicação prévia acerca da realização da manobra. Para as avaliações foi utilizado um transdutor de pressão (manovacuômetro computadorizado) da marca EMG System do Brasil Ltda. (São José dos Campos, São Paulo, Brasil), com placa de conversão analógico/digital de 16 bits de resolução, filtros de hardware passa alta com frequência de corte de 20 Hz e passa baixa com frequência de corte de 500 Hz

(21)

(realizado por filtro analógico do tipo Butterworth de dois pólos), e frequência de amostragem de 240 Hz.

Para as mensurações, foi utilizado um bocal tipo mergulhador, com orifício de escape aéreo de 2 mm de diâmetro, objetivando impedir o fechamento glótico durante as manobras de Pimáx, bem como a utilização dos músculos bucais durante as manobras de Pemáx.

A partir de uma expiração completa, foi solicitada a realização um esforço inspiratório máximo, sendo o comportamento do esforço inspiratório registrado digitalmente; em seguida, a partir de uma inspiração máxima, foi solicitado um esforço expiratório máximo, sendo esses dados também registrados. Foram realizadas três manobras consecutivas. Durante as medidas de Pemáx, o paciente foi solicitado a sustentar as bochechas com uma das mãos, no intuito de evitar a influência da pressão gerada pela insuflação das mesmas durante a manobra. O paciente descansou por 1 minuto ou mais entre cada uma das tentativas, de acordo com a percepção individual de cansaço.

Foram consideradas para análise posterior dois parâmetros de definição de pressão máxima, tanto para Pimáx quanto para Pemáx, a saber, pressão de pico e pressão de platô. Tais parâmetros foram calculados a partir de algoritmo matemático específico, desenvolvido no software matemático Matlab® R2009a1 (The MathWorks®, Natick, Massachusetts, USA), sendo definidas como pressão de pico o maior valor pressórico atingido em qualquer momento do teste, e pressão de platô o maior valor de pressão sustentado, durante o intervalo de um segundo, em qualquer momento do teste (COELHO, 2011).

- Qualidade de Vida (QV) – avaliada através da aplicação, por uma das pesquisadoras, do questionário de qualidade de vida PDQ-39 (Anexo 2).

Cada pesquisadora – pesquisadora 1 (P1) e pesquisadora 2 (P2) - ficou responsável por um segmento do protocolo de avaliação para o qual foi previamente treinada: a P1 coube a aplicação do questionário de QV e medidas de Pimáx e Pemáx, enquanto P2 realizou a prova de função pulmonar, a avaliação do GI e o preenchimento do formulário padronizado (Apêndice 2).

1 Licença obtida a partir do projeto FAPEMIG no

(22)

3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados foram analisados com auxílio do pacote estatístico SPSS versão 14.0. Verificou-se a normalidade dos dados pelo teste Kolmogorov-Smirnov e posteriormente foi utilizado o teste t de Student para verificar a significância de diferenças de médias. Foi verificada a associação entre variáveis com aplicação do coeficiente de Spearman entre as variáveis numéricas. Foi utilizado também o teste Qui-quadrado para testar a significância das associações entre variáveis categóricas. Foram considerados significantes valores de p≤0,05.

(23)

4. RESULTADOS

Participaram desta pesquisa 30 pacientes com diagnostico de DP (11 mulheres e 19 homens), com idade média de 66,63 anos (±10,31) e 7,23 anos (±4,82) de tempo médio de diagnóstico. Destes, 26 realizavam tratamento fisioterápico regular, 5 eram tabagistas, 10 relataram sentir falta de ar e 12 apresentavam tosse por algum motivo.

A seguir, a tabela 1 apresenta o número de pacientes e a respectiva porcentagem do total, por grau de incapacidade expresso em pontuação na Escala de HY modificada.

Tabela 1 - Pontuação pela Escala de Hoen e Yahr modificada

Pontuação Nº de Pacientes (%) 0 6 (20) 1,0 7 (23,3) 1,5 5 (16,7) 2,0 8 (26,7) 2,5 1 (3,3) 3,0 2 (6,7) 4,0 1 (3,3) TOTAL 30 (100)

No que diz respeito à função ventilatória, as tabelas 2 e 3 apresentam, respectivamente, os resultados dos valores preditos para espirometria e manovacuometria, expressos em medianas (mínimo/máximo).

(24)

Tabela 2 - Espirometria

Variáveis da espirometria Medianas (mínimo/máximo)

CVF (%) 79 (44/111)

VEF1/CVF (%) 117 (88/137)

VEF1(%) 85,5 (47/141)

PFE (%) 55 (23/118)

CVF: capacidade vital forçada; VEF1/CVF: relação entre VEF1 e CVF; VEF1: volume expiratório forçado no 1º segundo; PFE: pico de fluxo expiratório

Tabela 3 - Manovacuometria

Variáveis da manovacuometria Medianas (mínimo/máximo)

Pipc 64,17 (6,11/234,20)

Pipt 48,13 (1,92/200,48)

Pepc 62,05 (20,15/156,75)

Pept 58,41 (19,39/131,00)

Pipc: pressão de pico inspiratória máxima; Pipt: pressão de platô inspiratória máxima; Pepc: pressão de pico expiratória máxima; Pept: pressão de platô expiratória máxima

No que diz respeito à QV, avaliada através da aplicação do PDQ-39, os resultados encontrados para cada um dos oito domínios, estão expostos por meio de medianas (mínimo/máximo) na tabela 4.

(25)

Tabela 4 - PDQ-39

Domínios Pontuação

“Mobilidade” 36,25 (0/97,50)

“AVD´S” 33,30 (0/100)

“Bem estar emocional” 35,40 (4,10/95,80)

“Estigma” 6,25 (0/100)

“Apoio social” 0 (0/75)

“Cognição” 31,25 (0/100)

“Comunicação” 20,80 (0/75)

“Desconforto corporal” 50,00 (8,30/100) AVD’S: atividades de vida diária

Quando analisadas as correlações entre o grau de comprometimento, expresso pela pontuação na escala HY, e a função pulmonar, foi observada forte correlação inversa entre HY e PFE (figura 1), mostrando que quanto maior o grau de incapacidade, menor o valor de PFE.

(26)

Figura 1 - Gráfico de correlação entre a pontuação na escala de Hoen e Yahr (HY) e Pico de fluxo expiratório (PFE)

120 100 80 60 40 20 PFE (%) 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 H OH EN E YA H R R Sq Linear = 0,157

Ao dividirmos os pacientes em dois grupos, de acordo com o grau de incapacidade avaliado pela escala de HY modificada – Incapacidade leve (pontuação 0 a 1,5) e Incapacidade moderada a grave (pontuação 2,0 a 4) - valores de CVF inferiores a 60% do esperado foram mais comumente observados no grupo Incapacidade moderada a grave (Tabela 5).

Tabela 5 - HY e CVF

CVF (%) > 60% CVF (%) < 60%

Incapacidade leve 15 (83,33) 3 (16,67)

Incapacidade moderada a grave 7 (58,33) 5 (41,67)

HY: escala de Hoehn Yahr mdificada; CVF: Capacidade vit al forçada

Em relação à manovacuometria, HY se correlacionou inversamente com Pepc (figura 2), e com Pept (figura 3). Desta forma, pacientes com maiores pontuações nessa escala apresentaram menores valores de pressões expiratórias. Observou-se também tendência à correlação inversa entre HY e Pipc (p = 0,093), assim como HY e Pipt (p = 0,092).

HY

PFE

(27)

Figura 2 - Gráfico de correlação entre a pontuação na escala de Hoen e Yahr modificada (HY) e Pressão de pico expiratória máxima (Pepc)

4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 HOHEN E YAHR 160,00 140,00 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 Pe pi co% R Sq Linear = 0,147

Figura 3 - Gráfico de correlação entre a pontuação na escala de Hoen e Yahr modificada (HY) e Pressão de platô expiratória máxima (Pept)

4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 HOHEN E YAHR 150,0 120,0 90,0 60,0 30,0 0,0 Pe pl at ô% R Sq Linear = 0,178

No que diz respeito à correlação entre a pontuação na escala HY modificada e a percepção de qualidade de vida dos pacientes nos diferentes domínios do PDQ-39, pode-se observar significância estatística para “Mobilidade” e “Comunicação” (figuras 4 e 5), ou seja, quanto maior o grau de incapacidade, mais

HY Pepc Pept HY p= 0,008 p= 0,006

(28)

comprometidos os domínios. Observou-se também tendência à correlação entre HY e “AVD’s” (p=0,077).

Figura 4 - Gráfico de correlação entre a pontuação na escala de Hoen e Yahr (HY) e o domínio “Mobilidade” 100 80 60 40 20 0 Mobilidade 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 H OH EN E YA H R R Sq Linear = 0,293

Figura 5 - Gráfico de correlação entre a pontuação na escala de Hoen e Yahr (HY) e o domínio “Comunicação” 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 Comunic 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 H OH EN E YA H R R Sq Linear = 0,169 HY “Mobilidade” HY “Comunicação” p= 0,003 p= 0,030

(29)

Já em relação à manovacuometria, foi possível observar forte correlação entre PFE e Pepc, assim como PFE e Pept (figuras 7 e 8, respectivamente).

Figura 7 - Gráfico de correlação entre o Pico de fluxo expiratório (PFE) e a Pressão de pico expiratória máxima (Pepc)

120 100 80 60 40 20 PFE (%) 160,00 140,00 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 Pe pi co% R Sq Linear = 0,497

Figura 8 - Gráfico de correlação entre o Pico de fluxo expiratório (PFE) e a Pressão de platô expiratória máxima (Pept)

120 100 80 60 40 20 PFE (%) 150,0 120,0 90,0 60,0 30,0 0,0 Pe pl at ô% R Sq Linear = 0,438 Pepc PFE Pept PFE p < 0,001 p < 0,001

(30)

5. DISCUSSÃO

No presente trabalho, buscou-se avaliar função ventilatória – espirometria e manovacuometria - e qualidade de vida de 30 pacientes com DP classificados, de acordo com o nível de comprometimento da capacidade funcional através da escala de HY.

Verificou-se, em relação à espirometria, que os valores médios de CVF e de PFE dos pacientes avaliados encontram-se, respectivamente, em torno de 79% e 55% do esperado para indivíduos dessa faixa etária e características antropométricas equivalentes. Esta diminuição de volume e fluxo na população estudada parece estar relacionada às características posturais de pacientes com DP, como é o caso da flexão de tronco, à rigidez da musculatura e à diminuição da amplitude dos movimentos de tórax. Além disso, podem também estar presentes nestes pacientes, artrose e outras alterações torácicas como cifoescoliose que, como descrito por Izquierdo (1994), Brown (1994), e Sabaté (1996) levam a limitação na extensão de tronco e da amplitude articular do tórax e da coluna vertebral, podendo culminar em fibrose pleural e comprometimento secundário da complacência pulmonar. A bradicinesia parece ser um fator interferencial que repercute também nos movimentos respiratórios.

Vercueil (1999) enfatiza que o tempo de evolução e que o estágio da DP, principalmente quando acima de III na escala HY, são fatores determinantes do surgimento de complicações respiratórias nestes pacientes. No presente estudo, a CVF dos pacientes está em torno de 79% em relação aos valores previstos, evidenciando diminuição da expansibilidade pulmonar, sendo esta característica de um quadro pulmonar restritivo, típico da DP, como constatado por O’Sullivan & Schmitz (1993). De forma semelhante, Cardoso e Pereira (2002) e De Bruin e Colaboradores (1993) encontraram diminuição em volumes pulmonares de pacientes com DP, sendo que esse último atribui este fato à evolução da doença, e complicações do quadro. Izquierdo (1994), em estudo que analisou a função respiratória em 63 parkinsonianos, atribui ainda a presença de microatelectasias a diminuição da complacência pulmonar. De forma semelhante, em nosso estudo a

(31)

CVF se mostrou frequentemente mais diminuída nos pacientes que apresentaram maior grau de incapacidade funcional (Tabela 5).

Ao correlacionar o PFE com o grau de incapacidade funcional foi possível perceber forte correlação inversa (Figura 1). Na literatura pesquisada não foi possível encontrar estudos que analisem especificamente esta correlação, sendo nosso estudo possivelmente pioneiro neste aspecto. Com o agravamento da DP, Ferreira e Colaboradores (2010) descrevem que a fraqueza da musculatura respi-ratória, especialmente da musculatura expirespi-ratória, pode ocasionar redução da pressão expiratória máxima, fluxos expiratórios menores e aumento do volume residual. No presente estudo, o PFE dos pacientes avaliados encontra-se reduzido, correspondendo a 55% dos valores preditos e fortemente correlacionado com a redução da força da musculatura expiratória (Figuras 7 e 8). Cardoso e Pereira (2002), justificam a redução do PFE nos pacientes portadores de DP, pela dificuldade na realização da expiração rápida e forçada, pela retração pulmonar e diminuída expansibilidade torácica (PARREIRA et al., 2003), que geram a diminuição da complacência pulmonar.

No que diz respeito à avaliação da força da musculatura respiratória, o presente trabalho encontrou valores de pressões inspiratórias e expiratórias máximas cujas medianas se encontram abaixo de 65% do predito (Tabela 3). Para essa avaliação foi utilizada uma metodologia de análise através de algoritmo matemático desenvolvido por Coelho (2011), que definiu, tanto para a fase inspiratória quanto para a expiratória, duas modalidades de pressões respiratórias máximas: a pressão de pico (Pipc e Pepc) e a pressão de platô (Pepc e Pept). A pressão de pico corresponde ao maior valor pressórico atingido em qualquer momento do teste, enquanto que a pressão de platô é o maior valor de pressão sustentado durante um segundo, em qualquer momento do teste. Através desta metodologia foi observada, no presente estudo, diferença significativa entre os valores de Pipc e Pipt, assim como Pepc e Pept. Sabe-se que os portadores de DP possuem acometimentos no âmbito neurológico que repercutem em alterações musculares como bradicinesia e fraqueza, o que pode justificar os baixos valores das pressões respiratórias encontrados e a dificuldade destes pacientes em manter as pressões de pico atingidas por um período de 1 segundo, o que se reflete nas diferenças significativas em relação às pressões de platô.

(32)

Existe uma grande variação no que diz respeito a valores de pressões respiratórias máximas descritas na literatura para pacientes com DP. No estudo de Silva e Colaboradores (2008), os valores da Pemáx de portadores de DP, com tempo de evolução da doença de até cinco anos, não apresentaram diferença quando comparados com a um grupo controle composto por indivíduos saudáveis. Contudo, este autor encontrou diminuição significativa deste parâmetro quando os pacientes com DP apresentavam mais de cinco anos de evolução da doença, justificando este fato com a gravidade do quadro neurológico. No presente estudo não foi levado em consideração o tempo de evolução da DP, mas constatou-se que, quanto maior o comprometimento funcional, mais reduzidas as pressões expiratórias máximas.

Enriquez e Colaboradores (1994) também encontraram valores menores para Pemáx em um grupo de pacientes com DP com idade média de 67,7 anos, quando comparados a um grupo de não parkinsonianos. Brown (1994) enfatiza que na DP, durante o esforço expiratório há dificuldade de contração muscular rápida e manutenção da atividade da musculatura intercostal, justificando assim a diminuição da Pemáx em portadores de DP. Alves e Colaboradores (2005), em estudo que analisou a função ventilatória de um indivíduo com DP de 47 anos, encontrou, antes da aplicação de tratamento fisioterapêutico, valor de Pimáx referente a 53% do predito, atribuindo isto ao comprometimento da coordenação muscular durante realização das manobras específicas da manovacuometria ou, ainda, devido a fadiga muscular ou gravidade do quadro neurológico. Silva e Colaboradores (2008) relata comprometimento das pressões expiratórias máximas em pacientes com cinco a dez anos de tempo de diagnóstico. Por outro lado, Pereira e Cardoso (2002), em estudo que comparou a força muscular inspiratória e expiratória de 40 pacientes com DP com outros 40 não parkinsonianos, não encontrou diferença significativa, independente do tempo de evolução da doença.

Em pacientes portadores de patologias crônicas, como é o caso da DP, é de fundamental importância manter e melhorar a qualidade de vida. Para avaliar de forma padronizada o impacto que a DP causa na QV destes pacientes, são utilizados os questionários de qualidade de vida. Segundo Goulart e Colaboradores (2004), esses instrumentos visam a diagnosticar, em cada indivíduo, a natureza e o estágio de comprometimento da doença, avaliar os efeitos do tratamento e verificar

(33)

os fatores etiológicos envolvidos. Esses autores destacam ainda que a grande variedade de finalidades das medidas de QV dificulta a elaboração de um único instrumento que satisfaça a todos os objetivos, o que justifica a existência de inúmeros questionários, sendo estes classificados como genéricos ou específicos. No presente estudo, foi escolhido o instrumento de medida específico PDQ-39 (Anexo 2) que é mais sensível para detectar alterações específicas do estado de saúde do paciente com DP, focalizando os aspectos que representam maior impacto da doença (GOULART et al., 2004).

Os marcantes comprometimentos motores, a limitação física progressiva e a deficiência no desempenho funcional fazem dos aspectos físicos um dos grandes responsáveis pela piora da QV dos pacientes portadores da DP (GOULART et al., 2004). Foi observado nos pacientes que participaram do presente estudo, em relação à avaliação da qualidade de vida, maior comprometimento dos domínios “Desconforto corporal”, “Mobilidade”, “Bem estar emocional” e “AVD’s” (Tabela 4). Goulart e Colaboradores (2007) encontraram em 33 pacientes portadores de DP uma pior percepção da QV nas dimensões “AVD”, “Mobilidade”, “Bem estar emocional” e “Desconforto corporal”. Herlofson & Larsen (2003), em estudo que avaliou 66 pacientes em estágios mais avançados da patologia, detectou que 50% destes apresentavam fadiga e, nestes havia também o compro metimento nos domínios “Bem estar emocional” e “Mobilidade”.

No presente estudo, foi observada correlação entre HY e os domínios “Mobilidade”, “Comunicação” e “AVD’s” (Figuras 4 e 5), corroborando com as afirmações de Goulart e Colaboradores (2004) a respeito do impacto das limitações impostas pela DP na QV. Silva e Colaboradores (2010), em estudo que avaliou a relação entre a incapacidade funcional e a QV de 10 pacientes com DP, embora não tenha descrito os valores de pontuação do PDQ-39, observou a existência de relação entre a pontuação na escala de HY e os domínios “AVD’s”, “Comunicação” e “Desconforto corporal”. A correlação entre HY e “AVD’s” encontrada nos estudos citados acima, pode ser justificada pelos principais sintomas motores da DP, como rigidez, bradicinesia e tremor que acarretam limitações nas AVD’s já na fase inicial da patologia. Já a correlação entre HY e “Mobilidade” pode ser explicada através da ocorrência de alterações na postura e na marcha, que contribuem para elevado risco de quedas. Segundo Goulart e Colaboradores (2004), todas essas alterações

(34)

acarretam redução no nível de atividade, o que gera, conseqüentemente, mais imobilidade.

As alterações na voz e na fala são freqüentes na DP. Este trabalho, além de verificar, nos pacientes avaliados, comprometimento do domínio “Comunicação” do PDQ-39 (Tabela 4), encontrou correlação entre este e o grau de comprometimento funcional (Figura 5). Segundo Gamboa e Colaboradores (1997), reduzida intensidade vocal, articulação imprecisa, menor variação de frequência fundamental e de intensidade, qualidade vocal alterada e diminuição da velocidade de fala são alterações encontradas em pacientes com DP. Para esse autor, a intensidade vocal depende basicamente do aumento da pressão de ar subglótica, controlada pela adução glótica e pelo fluxo aéreo expiratório que, e m pacientes com DP , se encontram comprometidos em decorrência da presença de bradicinesia e rigidez muscular. Dias e Colaboradores (2003) refere ainda o tremor vocal como conseqüênci a desses fatores e Ferreira e Colaboradores (2010)

acrescenta que a integridade estrutural e a harmonia funcional entre os músculos laríngeos e respiratórios são muito importantes para a correta e inteligível produção vocal. Este último autor reforça ainda que a redução da força muscular respiratória reflete em menor suporte respiratório para emissão vocal e, por consequência, na diminuição da intensidade vocal e dos tempos máximos de fonação.

Segundo Gasparini e Colaboradores (2003), a dificuldade de comunicação, muitas vezes compromete o relacionamento familiar e a relação com a sociedade nestes pacientes. Silva e Colaboradores (2010) descrevem que o declínio da QV destes pacientes no âmbito social está relacionado com o tempo de evolução da DP. O isolamento social pode levar estes pacientes a apresentarem um quadro de depressão, dificultando ainda mais o prognóstico.

(35)

CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na população estudada há diminuição de volumes e fluxos respiratórios, assim como da força muscular respiratória, relacionando-se com o grau de incapacidade medido pela escala de HY. A qualidade de vida está comprometida e sofre influência da função ventilatória e do grau de incapacidade.

Um aspecto importante a ser considerado é o efeito da medicação utiliza da pelos pacientes com DP, em especial a Levodopa, nos parâmetros avaliados. No presente estudo não foi levado em consideração o horário de administração deste medicamento, o que acreditamos que possa ser um fator de interferência nos resultados.

Sabe-se ainda que o envelhecimento fisiológico cursa com redução da função ventilatória e da força muscular respiratória. Alguns autores não relatam diminuição de força muscular respiratória em pacientes com DP e outros atribuem este comprometimento ao tempo de diagnóstico. Sugere-se que novos estudos sejam realizados com padronização dos horários de avaliação, levando em consideração o tempo de diagnóstico da DP e comparando com indivíduos saudáveis da mesma faixa etária. Além disso, o acometimento da função ventilatória relacionado à qualidade de vida e ao grau de incapacidade precisa ser melhor explorado, uma vez que o presente trabalho parece ter sido pioneiro nesta abordagem.

Por fim, acredita-se na importância da intervenção terapêutica precoce para estes pacientes. Neste sentido, ressaltamos a eficácia da fisioterapia para a manutenção e recuperação das condições motoras e ventilatórias a fim de verificar se através desta, haveria um menor comprometimento das variáveis bem como uma melhor percepção da qualidade de vida.

(36)

REFERÊNCIAS

ALVES, L. A. et at. Fisioterapia respiratória na Doença de Parkinson idiopática: relato de caso; Fisioterapia e pesquisa, Londrina v.12, p.46-9, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASIL PARKINSON. O que é Parkinson. Disponível em: <http://www.parkinson.org.br >. Acesso em: 06 abr 2010.

BLACK, L.F.; HYATT, R.E. Maximal respiratory pressures: normal values and relationship to age and sex. Am. Rev. Res. Dis. v.99, p. 696-702, 1969.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Cadernos de

atenção básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, 2006.

BROWN, L.,K. Respiratory dysfunction in Parkinson's disease. Chest Med. v. 15, p. 715-727, 1994.

BRUIN, P.; LEES, A.; PRIDE, N. Effects of treatment on airway dynamics and

respiratory muscle strength in Parkinson's disease. Rev Respir Dis. v. 148, p. 1576-1580, 1993

CANNING, C.G. et. al. Parkinson’s disease: an investigation of exercise capacity, respiration function, and gait. Arch Phys Med Rehabil. v.78. p.199-207, 1997. CARDOSO, S. R. X.; PEREIRA, J.S. Analise da função respiratória na doença de Parkinson. Arquivos de Neuropsiquiatria, Rio de Janeiro, v.60, n.1, mar. 2002. COELHO, C. M. Pressões respiratórias estáticas máximas: parâmetro de análise e influência do estímulo visual. Dissertação de mestrado – Programa de

pós-graduação Strictu Sensu da Faculdade de Educação Física e Desportos, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2010.

CUTSON, T. M.; LAUB, K. C.; SCHENKMAN M. Pharmacologycal and

nonpharmacologycal interventions in the treatment of Parkinson’s disease. Phys Ther .v. 75, p. 363-372, 1995.

DE PANDIS, M.F. et al. Modification of respiratory function parameters in patients with severe Parkinson’s disease. Neurol Sci. v. 23, p.S69–S70, 2002.

DIAS, A. E.; LIMONG, J. C. P. Tratamento dos distúrbios da voz na doença de Parkinson: o método Lee Silverman.Arq Neuropsiquiatr. v.61, n.1, p.61-66, 2003.

(37)

ELLIS, T. et. al. Efficacy of a physical therapy program in patients with Parkinson’s Disease: a randomized controlled trial. Arch Phys Med Rehabil. v. 86, p. 626-32, 2005.

ENRIQUEZ, E. et. al. Obstructive and restrictive pulmonary dysfunction increases disability in Parkinson disease. J.neurol. v.172, p.47-55, 1994.

FERREIRA, F. V.; CIELO C. A.; TREVISAN, M. E. Aspectos respiratórios, posturais e vocais da doença de Parkinson: considerações teóricas. Rev. CEFAC, São Paulo, v.12, n.5, Set./Out. 2010.

GAMBOA, J.; et al. Acustic voice analysis in patients with Parkison’s disease treated with dopaminergic drugs. Journal of voice, v.11, n. 3, p. 314-320, 1997.

GASPARINI, G.; DIAFÉRIA, G.; BEHLAU, M. Queixa vocal e análise perceptivo-auditiva de pacientes com doença de Parkinson. Revista Ciências médicas e biológicas, Salvador, v. 2, n. 1, p. 72-76, Jan./Jun. 2003.

GOULART, F. et al. Análise do desempenho funcional em pacientes portadores de doença de Parkinson, Acta Fisiátrica, Belo Horizonte, v.11, n.1, p.12-16, 2004. GOULART, F. et al. O impacto da doença de Parkinson na Qualidade de Vida: Uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Fisioterapia. Belo Horizonte. v.8, n.3, p.267-272, Maio 2004.

GOULART, F. et al. O Impacto de um programa de atividade física na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson. Rev. bras. fisioter. Belo Horizonte, v. 9, n.1, p.49-55, 2005.

GOULART, F.; PEREIRA, L.X.; Uso de escalas para avaliação da doença de Parkinson em fisioterapia. Fisioterapia e pesquisa. Belo Horizonte, v.11, n.1, p.49-56, Jan. 2005.

GOULART, F.R.P. et al. Percepção da qualidade de vida de indivíduos com doença de Parkinson através do PDQ 39. Revista brasileira de Fisioterapia. São Carlos. v.11, n.5, p.397-402, Set. 2007.

HAASE, D.C.B.V; MACHADO, D.C; OLIVEIRA, J.G.D. Atuação da fisioterapia no paciente com doença de Parkinson. Fisioter. Mov. v. 21, n.1, p.79-85, 2008.

(38)

HANNA, K. M. et al. Exercício físico e função cognitiva: uma revisão. Revista brasileira Med Esporte. São Paulo, v.12, n.2, Mar/Abr. 2006

HERLOFSON, K.; LARSEN, J. P. The influence of fatigue on health-related quality of life in patients wiht Parkinson’s disease. Acta Neurologica Scandinavica. 107: p.1-6, 2003.

IZQUIERDO, A. et. al. Airway dysfunction in patiernts with Parkinson's disease. Lung. v. 172, p. 47-55, 1994.

LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Atheneu, p.59, 2005.

LITVOC, J.; BRITO, F.C. Envelhecimento: prevenção e promoção da saúde. São Paulo: Atheneu, 2004.

MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2.ed. São Paulo: Atheneu, p.252-254, 2002.

MÁRMORA, C. Tratamento fisioterapêutico do paciente com as doenças dos núcleos da base. Juiz de Fora: Vídeo [2009]. 20 slids, acompanha texto.

MARSDEN, C.D. Parkinson’s disease. J. Neurol. Neurosurg. Psychiatry. v.57, p.672-681. Jun. 1994.

MAZO, G. Z.; LIPOSCKI, D. B.; ANANDA, C.; PREVÊ, D. Condições de saúde, incidência de quedas e nível de atividade física dos idosos. Revista brasileira de fisioterapia. São Carlos, v. 11, n.6, p.437-442, Nov/Dez. 2007

MORRIS, M.E. Movement disorders in people with Parkinson’s disease: A model for Physical Therapy intervention. Phys Ther. v. 80, p. 578-597, 2000.

O'SULLIVAN, S.; SCHMITZ, T. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, p.549-564, 1993.

PARREIRA, V.F. et al. Padrão respiratório em pacientes portadores da doença de Parkinson e em idosos assintomáticos. Acta fisiátrica. Belo Horizonte.v.10, n.2, p.61-6, 2003.

PEREIRA, C. A. C. et al. Diretrizes para Testes de Função Pulmonar. J. Pneumologia. São Paulo, v. 28, n. 3, 2002.

(39)

SABATÉ, M. et. al. Obstructive and restrictive pulmonary dysfunction increases disability in Parkinson disease. Arch Phys Med Rehabil. v. 77, 29-34, 1996. SACKS, Oliver. Tempo de despertar. São Paulo: Companhia das letras. p.23-70. 1997

SANTOS, V. V. et.al. Physical Therapy in Parkinson’s Disease: a Brief Review. Rev Bras Neurol. v. 46 (2), 17-25, 2010.

SCALZO, P. et. al. Depressive Symptoms and Perception of Quality of life Parkinson’s disease. Arq Neuropsiquiatr, v.67, 203-208, 2009.

SILVA, A. Estudo comparativo dos testes de função respiratória em indivíduos saudáveis e em indivíduos portadores de doença de Parkinson idiopática. Trabalho de conclusão de curso – Centro de ciências biológicas e da saúde, Universidade da Amazônia, Belém, 2008.

SILVA, F. S. et. al. Evolução da doença de Parkinson e comprometimento da qualidade de vida. Rev Neurocienc. v.18, n.4, 463-468, 2010.

VERCUEIL, L. Breathing pattern in patients with Parkinson’s disease. Journal Respiration Physiology, USA, v.118, p.163-172, 1999.

WEIKERSHEIMER, T.K.; Conhecendo o Parkinsonismo: algumas reflexões e teorias, Rio de Janeiro, p.05-30, 1997.

(40)

Apêndice 1

NOMEDOSERVIÇODOPESQUISADOR

PESQUISADOR RESPONSÁVEL:ROSA MARIA DE CARVALHO

ENDEREÇO:R.DR.LUIZ A.VIEIRA PENA 126

CEP:.36026-300 –JUIZ DE FORA –MG

FONE:(32)88242352

E-MAIL:ROSACARVALHOJF@YAHOO.COM.BR

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O(a) Sr.(a) está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa “Função Ventilatória e Qualidade de Vida de pacientes com Doença de Parkinson”. Neste estudo pretendemos avaliar a função ventilatória e a qualidade de vida de pessoas com Doença de Parkinson .

O motivo que nos leva a estudar este tema é a necessidade de maior compreensão da função ventilatória na Doença de Parkinson e como esta influencia a qualidade de vida dos pacientes. Com isso pretendemos definir melhor o tratamento fisioterapeutico indicado para estes pacientes.

Para este estudo adotaremos os seguintes procedimentos:

1. Será aplicado, por um dos pesquisadores, um questionário de qualidade de vida, de linguagem simples, composto por 39 questões em cada uma das quais deverá ser marcada uma opção de resposta.

2. Será realizado um teste de função pulmonar no qual o(a) senhor(a) deverá respirar em um bocal conectado a um computador que fará a medida de sua capacidade pulmonar.

3. Será realizado um teste de força da musculatura respiratória, onde o(a) senhor(a) também deverá respirar em um bocal conectado a um computador.

(41)

4. O(a) senhor(a) deverá também responder a um questionário simples com questões relacionadas a sua identificação e dados sobre o diagnóstico da doença de Parkinson e seu tratamento.

A pesquisa da forma que será realizada é classificada como de risco mínimo ao indivíduo (risco este compatível ao que pode ocorrer todos os dias quando, por exemplo saímos de casa). Caso estes ocorram serão ressarcidos pelos pesquisadores responsáveis. Esperam-se somente benefícios a partir deste estudo, como contribuições relacionadas a definição do tratamento fisioterapeutico para a Doença de Parkinson.

Para participar deste estudo você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Você será esclarecido (a) sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se a participar. Poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido pelo pesquisador

O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.

Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão. O (A) Sr (a) não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, no Serviço de Fis ioterapia do HU/CAS-UFJF e a outra será fornecida a você.

Não haverá riscos, se por ventura houver, será ressarcido pelo pesquisador responsável.

Eu, ____________________________________________, portador do documento de Identidade ____________________ fui informado (a) dos objetivos do estudo “Função Ventilatória e Qualidade de Vida de pacientes com Doença de Parkinson”, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o desejar.

(42)

Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

Juiz de Fora, _________ de __________________________ de 2010.

Nome Assinatura participante Data

Profª Rosa Maria de Carvalho Assinatura pesquisador Data

Nome Assinatura testemunha Data

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o

CEPHU-COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA HU/UFJF

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO UNIDADE SANTA CATARINA

PRÉDIO DA ADMINISTRAÇÃO SALA 27

CEP36036-110

(43)

Apêndice 2

Dados pessoais:

Nome: Nº de identificação:

Data de nascimento: Idade:

Sexo:

Endereço: Telefone:

Diagnóstico: Data do diagnóstico:

Médico responsável: Medicação em uso: Dados complementares: Tabagista: ( ) Não ( ) Sim Cigarros/dia: Tempo:

(44)

( ) Sim Tosse: ( ) Não ( ) Sim Obs: Faz tratamento Fisioterapêutico:

( ) Não , há quanto tempo parou?

( ) Sim, Tempo: Local:

PA: FR: FC:

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA:

MOBILIDADE: ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIAS (AVD’S): BEM-ESTAR EMOCIONAL: ESTIGMA: SUPORTE SOCIAL: COGNIÇÃO: COMUNICAÇÃO : DESCONFORTO FÍSICO: TOTAL:

GRAU DE INCAPACIDADE HOHEN E YAHR: ESPIROMETRIA:

(45)

CVF: VEF1: PFE: IT: FR:

MANOVACUOMETRIA:

(46)
(47)
(48)

Anexo 2

Health Services Research Unit

DEPARTMENT OF PUBLIC HEALTH AND PRIMARY CARE

UNIVERSITY OF OXFORD

Portuguese for Brazil

PDQ-39

Parkinson's Disease

Quality of Life Questionnaire

Version 1.1

December 1997

POR SER PORTADOR DA DOENÇA DE PARKINSON, com que freqüência o senhor/a sentiu os seguintes, durante o último mês?

(49)

Por ser portador da doença de Parkinson, durante o último mês, com que freqüência...

Assinale um quadradinho para cada questão

Nunca De vez em quando

Às Vezes Freqüentemente Sempre ou é impossí vel

para mim

1. Teve dificuldades para

participar de atividades recreativas que gosta de fazer?

2. Teve dificuldades para

cuidar de sua casa (por ex., fazer pequenos consertos, trabalho de casa, cozinhar)?

3. Teve dificuldades para

carregar sacolas de compras?

4. Teve problemas para andar

um quilômetro (10 quarteirões)?

5. Teve problemas para andar

100 metros (1 quarteirão)?

6. Teve problemas para se

movimentar pela casa com a facilidade que gostaria? 7. Teve dificuldades para se

movimentar em locais públicos?

8. Necessitou de alguém para

acompanhá-lo ao sair?

(50)

preocupado com medo de cair em público?

10. Ficou sem sair de casa mais do que gostaria?

Verifique se assinalou um quadradinho para cada questão, antes de passar à pagina seguinte.

Por ser portador da doença de Parkinson, durante o último mês, com que freqüência...

Assinale um quadradinho para cada questão

Nunca De vez em quando

Às Vezes Freqüentemente Sempre ou é impossí vel

para mim

11. Teve dificuldades para se lavar?

12. Teve dificuldades para se vestir?

13. Teve dificuldades para abotoar roupas ou amarrar sapatos?

14. Teve problemas para

escrever de maneira legível?

15. Teve dificuldades para cortar a comida?

16. Teve dificuldades para segurar uma bebida sem

(51)

derramar?

Verifique se assinalou um quadradinho para cada questão, antes de passar à pagina seguinte.

Por ser portador da doença de Parkinson, durante o último mês, com que freqüência...

Assinale um quadradinho para cada questão

Nunca De vez em quando

Às Vezes Freqüentemente Sempre ou é impossí vel

para mim

17. Sentiu-se deprimido/a?

18. Sentiu-se isolado/a e só?

19. Sentiu que poderia começar

a chorar facilmente?

20. Sentiu-se com raiva ou amargurado/a? 21. Sentiu-se ansioso/a?

22. Sentiu-se preocupado/a com seu futuro?

Por ser portador da doença de Parkinson, durante o último mês, com que freqüência...

(52)

Nunca De vez em quando

Às Vezes Freqüentemente Sempre ou é impossí vel

para mim

23. Houve necessidade de

esconder sua doença de Parkinson das outras pessoas?

24. Evitou situações em que

tivesse que comer ou beber em público?

25. Sentiu-se envergonhado/a

em público por ter a doença de Parkinson?

26. Sentiu-se preocupado/a com

as reações de outras pessoas?

Verifique se assinalou um quadradinho para cada questão, antes de passar à pagina seguinte

Por ser portador da doença de Parkinson, durante o último mês, com que freqüência...

Assinale um quadradinho para cada questão

Nunca De vez em quando

Às Vezes Freqüentemente Sempre ou é impossí vel

para mim

27. Teve problemas de

(53)

pessoas mais próximas? 28. Faltou apoio que precisava

por parte do seu/sua esposo/a ou

companheiro/a?

Se não tem espos/ao ou companheiro/a,

assinale aqui

29. Faltou apoio que precisava por parte de sua família ou amigos?

Por ser portador da doença de Parkinson, durante o último mês, com que freqüência...

Assinale um quadradinho para cada questão

Nunca De vez em quando

Às Vezes Freqüentemente Sempre ou é impossí vel para mim 30. Adormeceu inesperadamente durante o dia? 31. Teve problemas de

concentração, por ex., ao ler ou ao assistir à televisão?

32. Sentiu que sua memória

estava ruim?

33. Teve sonhos

perturbadores ou alucinações?

(54)

Verifique se assinalou um quadradinho para cada questão, antes de passar à pagina seguinte.

Por ser portador da doença de Parkinson, durante o último mês, com que freqüência...

Assinale um quadradinho para cada questão

Nunca De vez em quando

Às Vezes Freqüentemente Sempre ou é impossí vel

para mim

34. Teve dificuldades para falar?

35. Sentiu-se incapaz de comunicar-se com clareza com as pessoas?

36. Sentiu-se ignorado por outras pessoas?

Por ser portador da doença de Parkinson, durante o último mês, com que freqüência...

(55)

Nunca De vez em quando

Às Vezes Freqüentemente Sempre ou é impossí vel

para mim

37. Teve cãibras musculares

dolorosas ou espasmos?

38. Teve dores nas

articulações ou em outras partes do corpo?

39. Sentiu-se

desconfortavelmente quente ou frio?

Verifique se assinalou um quadradinho para cada questão.

Coding system for questions

All questions on the PDQ-39 are coded in the same way. We recommend that data is entered using the following codes:

Referências

Documentos relacionados

Vale ressaltar que o PNE guarda relação direta com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que tem como objetivo o desenvolvimento econômico e social, além de

O caso de gestão a ser estudado irá discutir sobre as possibilidades de atuação da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil e Educação Inclusiva (PROAE) da

Depois de exibido o modelo de distribuição orçamentária utilizado pelo MEC para financiamento das IFES, são discutidas algumas considerações acerca do REUNI para que se

Em 2008 foram iniciadas na Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID) as obras para a reestruturação de seu espaço físico. Foram investidos 16 milhões

Não obstante a reconhecida necessidade desses serviços, tem-se observado graves falhas na gestão dos contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada, bem

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

No Brasil, a falta de uma fiscalização mais rigorosa é uma das razões que possibilitam que certas empresas utilizem os estágios como forma de dispor de uma mão-de-obra

A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação