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RADIODIFUSÃO
Matérias de especial interesse • Emissoras do Rio Grande do Norte são as primeiras autorizadas a migrar para FM • Câmara dos Deputados, mais uma vez, não vota flexibilização do „A Voz do Brasil‟ • Anatel publica portarias com metodologias de cálculo de multas • Juíza federal determina que Ministério das Comunicações aprecie processo em 40 diasComo esperado, o Ministério das Comunicações publicou no Diário Oficial da última quarta-feira, dia 3, despachos autorizando as primeiras emissoras de rádio em ondas médias a realizarem adaptações de suas outorgas “para a execução do serviço de radiodifusão sonora em frequência modulada”.
As primeiras emissoras autorizadas, são todas do Rio Grande do Norte e, antes de começarem a operar na faixa de frequência modulada, ainda precisam pagar a diferença entre o valor das outorgas de AM e FM, que deve ser definida até o início de novembro.
A expectativa, agora, é que as emissoras dos estados do Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e Tocantins que manifestaram intenção em migrar sejam as próximas a serem autorizadas.
Emissoras do Rio Grande do Norte são as
primeiras autorizadas a migrar para FM
Importante destacar que a adaptação da outorga está condicionada não só a viabilidade técnica e ao pagamento do valor a ser estipulado pelo Ministério das Comunicações, mas também a comprovação da habilitação jurídica, mediante a apresentação dos seguintes documentos, previstos no Decreto nº 8.139:
i) certidões comprovando regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede da entidade;
ii) comprovante de regularidade com o Fistel;
iii) certidões de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); e
iv) Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT).
Faixa estendida de FM segue sendo
testada em São Paulo
Após a interrupção no último final de semana (para que a operação não ficasse desassistida pelos técnicos), os testes na faixa estendida de FM que vêm sendo realizados pela Rádio Panamericana S/A em São Paulo foram retomados no último dia 4. As irradiações estão ocorrendo na frequência de 84,7 MHz e objetivam comprovar a possibilidade da operação concomitante com o sinal de televisão analógica.
E as primeiras impressões foram bastante positivas, vez que, na estação de monitoração (distante cerca de 5 quilômetros do ponto de emissão) não foi observada qualquer anormalidade na operação do canal 5 de televisão e foi preservada a integridade dos canais 6 captados na região, apesar de, conforme
destacado pelo engenheiro Eduardo Cappia, “a situação espectral na Avenida Paulista se confirma como uma das mais difíceis de gerenciar”.
Com isso, o dispositivo que permitia ao Poder Executivo flexibilizar o horário do programa em casos excepcionais de interesse público também perderá eficácia.
Após as eleições, os radiodifusores devem voltar atenções ao trâmite do PL nº 595, de 2003, que também trata da flexibilização do horário de
transmissão e, da mesma forma, está aguardando inclusão para votação no Plenário da Câmara.
“Com isso, o dispositivo que permitia ao Poder Executivo flexibilizar o horário do programa em casos excepcionais de interesse público também perderá eficácia.”
Câmara dos Deputados, mais uma vez, não vota
flexibilização do ‘A Voz do Brasil’
Apesar do esforço concentrado programado para a primeira semana de setembro, mais uma vez a ausência de acordo impediu a votação, pelo Plenário da Câmara dos Deputados, da Medida Provisória nº 648, que flexibilizou o horário de veiculação do programa „A Voz do Brasil‟ durante o período da Copa do Mundo e, agora, deverá perder sua eficácia no próximo dia 1º de outubro, vez que não estão previstas votações até lá.
Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovaram, no último dia 3, a primeira etapa do leilão da chamada faixa dos 700 MHz, que atualmente é ocupada pelos canais 52 a 69 da televisão analógica e que passará a ser empregada para exploração da telefonia móvel e internet em banda larga de alta capacidade utilizando a tecnologia 4G.
Embora com ressalvas, os ministros do TCU consideraram satisfatórias as condições propostas pela Anatel e concordaram com a viabilidade técnica e econômica das regras constantes no edital, publicado no último dia 21.
Entre as recomendações aprovadas, destaque para a determinação à Anatel que, na hipótese de algum lote de radiofrequências não ser
arrematado, os custos das indenizações a serem pagas aos radiodifusores mediante a aquisição de equipamentos e infraestrutura necessária sejam distribuídos entre os vencedores dos demais lotes.
Entretanto, o edital não atendeu plenamente aos anseios das entidades representativas dos radiodifusores, tanto que a Abra solicitou sua admissão como interessada no processo que analisa as condições de venda da faixa perante o TCU e a Abert encaminhou 2 pedidos de esclarecimentos à Anatel, que deve respondê-los nos próximos dias. Em um deles, a Abert solicita explicações sobre os critérios e a fórmula de cálculo usada para chegar ao valor arbitrado e tido como
suficiente para cobrir os custos de limpeza da faixa e, em outro, questiona a Anatel como serão tratados e
gerenciados os eventuais aportes de recursos que se façam necessários para a limpeza e mitigação das interferências prejudiciais.
Vale lembrar que o edital previu em R$ 3,6 bilhões os investimentos que terão que ser feitos pelas operadoras vencedoras do leilão para limpeza da faixa, enquanto estimativas dos radiodifusores apontavam para cerca de R$ 4,5 bilhões.
Anatel publica portarias com metodologias de
cálculo de multas
Os novos parâmetros aprovados pelo Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para o cálculo das sanções de multa foram materializados em 6 portarias publicadas no Diário Oficial da União do último dia 3.
As portarias trazem, cada uma delas, um manual de aplicação contendo a metodologia de cálculo do valor base das sanções de multas aplicáveis em diferentes hipóteses e serviços. Assim, a Portaria nº 784 versa sobre o não atendimento a regulamentação de qualidade atinente aos STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado destinado ao Uso do Público em Geral), SMP (Serviço Móvel Pessoal), SCM (Serviço de Comunicação Multimídia) e TV Por Assinatura. No que interessa especificamente à radiodifusão, a Portaria nº 786 aprovou o novo “Manual de aplicação da metodologia de cálculo do valor base das sanções de multa aplicáveis decorrentes do uso irregular do espectro de radiofrequências na execução de serviços de radiodifusão”.
“A partir de agora, a sanção de multa por uso irregular do espectro de radiofrequências na execução de serviços de radiodifusão levará em conta o serviço prestado, a classe da emissora, a população alcançada e o seu respectivo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), além da gradação da infração, que pode ser leve, média ou grave.”
A partir de agora, a sanção de multa por uso irregular do espectro de radiofrequências na execução de serviços de radiodifusão levará em conta o serviço prestado, a classe da emissora, a população alcançada e o seu respectivo IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano), além da gradação da infração, que pode ser leve, média ou grave.
Outra Portaria relevante é a de nº 788, que trata das multas aplicáveis à execução sem outorga de serviço de telecomunicações ou pelo uso não autorizado do espectro de
radiofrequências, ou seja, do cálculo das multas aplicáveis às rádios ilegais.
Também a Portaria nº 789 é
importante, por versar sobre a multa aplicável quando da utilização de produtos não homologados ou certificados, assim como do seu uso incorreto ou de alteração de suas características técnicas.
Para receber a íntegra das portarias mencionadas, solicite pelo endereço eletrônico
rodolfommoura@gmail.com.
Emissora de FM é multada em mais de R$ 8 mil pelo
Ministério das Comunicações
Emissora executante do serviço de radiodifusão sonora em frequência modulada na cidade de São Paulo foi sancionada com multa no valor de R$ 8.620,39 por, supostamente, violar as alíneas „c‟ e „h‟ do artigo 38 do Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT).
Este artigo 38 elenca uma série de requisitos que devem ser observados por todas as emissoras de
radiodifusão, sendo que a alínea „c‟ é a que impõe que determinadas alterações contratuais necessitam de prévia anuência do Poder Executivo,
enquanto a „h‟ estipula que “as emissôras de radiodifusão, inclusive televisão, deverão cumprir sua finalidade informativa, destinando um mínimo de 5% (cinco por cento) de seu tempo para transmissão de serviço noticioso”.
Os clientes de Moura e Ribeiro Advogados Associados contam não só com orientação preventiva, mas também com a elaboração de defesas e recursos no âmbito administrativo por parte dos profissionais do escritório, que possuem larga experiência na área de radiodifusão.
Em decisão proferida no último dia 21, a juíza federal Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, deferiu antecipação dos efeitos da tutela pleiteada em ação ordinária para “determinar a ré
(Ministério das Comunicações) que se manifeste no prazo de 40 dias sobre os pedidos de análise da transferência direta da concessão”.
No caso concreto, a juíza, embora reconhecendo que “a Administração não tem condição de atender à sua demanda em tempo hábil”, entendeu que não seria “razoável que não se manifeste no prazo de 04 anos”, razão pela qual teve “por imprescindível o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela”.
Juíza federal determina que Ministério das
Comunicações aprecie processo em 40 dias
“A juíza, embora reconhecendo que „a Administração não tem condição de atender à sua demanda em tempo hábil‟, entendeu que não seria „razoável que não se manifeste no prazo de 04 anos‟, razão pela qual teve „por imprescindível o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela‟.”
“Um magistrado não pode, em nome da legalidade, fechar os olhos a essa situação. Não há como impedir o funcionamento de uma empresa apenas para punir condutas indevidas de seus administradores.”
Objeto de uma transferência indireta ainda no ano 2000, a entidade envolvida na ação foi surpreendida por uma transferência direta de sua outorga poucos meses depois, ensejando litígio judicial transitado em julgado após ter chegado até o Superior Tribunal de Justiça. Daí, desde 2010 vem a entidade tentando regularizar sua situação perante o Ministério das
Comunicações sem êxito, o que ensejou a recente contratação do escritório Moura e Ribeiro Advogados Associados, que tem prestado assessoria à entidade, inclusive ingressando com a ação judicial cujos efeitos da tutela foram antecipados no final de agosto.
Justiça autoriza que emissoras que tiveram sinal
suspenso retomem transmissões
O juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), Vicente Gomes, deferiu, no último dia 31, liminar em mandado de segurança suspendendo os efeitos da decisão anteriormente proferida pelo também integrante da corte amapaense Carlos Tork, que havia determinado, desde o dia 28, a suspensão do sinal de 17 emissoras de rádio e 2 de televisão integrantes do Sistema Beija-Flor de Comunicação, que tiveram suas instalações lacradas por oficiais de justiça acompanhados de agentes da Polícia Federal. Em sua decisão, justificou Vicente Gomes que “um magistrado não pode, em nome da legalidade, fechar os olhos a essa situação. Não há como impedir o funcionamento de uma empresa apenas para punir condutas indevidas de seus administradores”.
As emissoras, que seriam de propriedade da família do candidato ao Senado Gilvan Pinheiro Borges, entretanto, deverão se abster, até o julgamento do mérito do mandado de segurança, de “entrevistar, ouvir, debater, comentar ou mesmo citar nome de qualquer candidato que esteja com registro de candidatura aprovado pelo TRE para as eleições de 2014,. Excluídas as exibições e audiências dos programas eleitorais obrigatórios”, conforme destacado na decisão.
Tanto a liminar concedida pelo juiz Carlos Tork, como a proferida pelo juiz Vicente Gomes, ainda serão submetidas ao Pleno do TRE-AP, que poderá confirmá-las ou não em definitivo.