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DEVOÇÃO MARIANA NA REGIÃO DE SANTA MARIA E SILVEIRA MARTINS/RS E O TURISMO CULTURAL RELIGIOSO 1

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DEVOÇÃO MARIANA NA REGIÃO DE SANTA MARIA E SILVEIRA MARTINS/RS E O TURISMO CULTURAL RELIGIOSO1

COELHO, Eva Regina Barbosa 2; 1

Extraído do tema desenvolvido na Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação Profissionalizante em Patrimônio Cultural – PPGPPC - da UFSM, em 2011;

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Curso de Turismo do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil; E-mail: evaregina@unifra.br;

RESUMO

Este artigo relata a pesquisa cujo objetivo foi formular uma proposta de guia de visitação turistico, cultural e religioso para a região de Santa Maria e Silveira Martins/RS, envolvendo locais e festas marianas previamente selecionados por sua importância histórica na formação da identidade católica da região e repercursão turistica. Metodologicamente usou-se a pesquisa exploratória com recursos bibliográficos, documentais, observações, e levantamentos fotográficos. O resultado foi a constatação de que a região estudada possui uma identidade religiosa católica marcada pela devoção mariana o que possibilitou proposição de um guia de visitação, envolvendo dados históricos, turisticos e informações gerais dos locais selecionados.

Palavras-chave: Patrimônio Histórico-Cultural; Devoção Mariana; Turismo Cultural Religioso.

1. INTRODUÇÃO

A proposta aqui apresentada consistiu em, a partir do estudo da influência da devoção popular à Virgem Maria na formação da identidade religiosa católica na região de Santa Maria e Silveira Martins, no centro do Rio Grande do Sul/BR, reunir subsídios para construir um guia turístico, cultural e religioso, envolvendo os principais pontos de peregrinação e devoção a Nossa Senhora, na referida região.

A pesquisa apresenta como objeto de estudo o turismo religioso em Santa Maria e Silveira Martins/RS, tendo como recorte, a peregrinação aos locais de culto à Virgem Maria. Partindo-se da ideia de que são vários os locais dedicados à veneração de Maria, foram escolhidos os seguintes: a) em Santa Maria: a Catedral

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Metropolitana, dedicada a Nossa Senhora da Imaculada Conceição; a Igreja de Nossa Senhora das Dores; a Basílica Menor de Nossa Senhora Medianeira, onde se realiza a Romaria Estadual de Nossa Senhora Medianeira; o Santuário da Mãe Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, onde ocorre a Romaria da Primavera; b) em Silveira Martins: Santuário da Saúde, com a Romaria de Nossa Senhora da Saúde; e o Santuário de Nossa Senhora de Pompéia, com a Romaria de Nossa Senhora de Pompéia e Nossa Senhora Menina, propondo-se reuni-los num guia turístico de característica religiosa e cultural.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, numa abordagem dedutiva, a partir de uma pesquisa exploratória associada ao levantamento bibliográfico e documental, durante o processo de revisão conceitual e estudo dos locais de devoção mariana escolhidos; as técnicas da observação, levantamento fotográfico foram empregadas durante a preparação da Festa do Santuário da Saúde, em Silveira Martins/RS (13 de novembro de 2010), durante a Festa propriamente dita (21 de novembro de 2010) e também durante a Romaria de Nossa Senhora Medianeira de Santa Maria/RS (14 se novembro de 2010). Os materiais coletados foram analisados e reunidos num texto final e as informações básicas foram organizadas num guia turístico religioso e cultural, sugerido para Santa Maria e Silveira Martins/RS.

3. DESENVOLVIMENTO

O turismo, como fenômeno, transformou-se em importante fator de desenvolvimento para as localidades em todos os sentidos (econômico, social e cultural). Por isso, acredita-se que a melhor maneira de uma cidade preparar-se para receber os visitantes ou turistas, além da necessária infra-estrutura básica, seja conhecendo os seus atrativos turístico-culturais principais para melhor organizá-los e e oferecê-los à visitação. A valorização dos bens histórico-culturais como atrativos promove a identidade local, despertando as potencialidades turísticas da região, e a

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auto-estima da comunidade e favorecendo o turismo cultural. Em primeiro lugar, fez-se a revisão dos principais conceitos necessários à compreensão do tema e, a seguir, foram identificadas e analisadas as influências responsáveis pela formação da identidade religiosa católica na região de Santa Maria e Silveira Martins/RS. O estudo apontou os vários grupos formadores da população da região, dos quais, neste relato, destacam-se as contribuições dos portugueses, dos açorianos e dos italianos.

3. 1 Patrimônio e Turismo Cultural

O conceito de patrimônio, com um sentido de herança e legado histórico- cultural, é analisado a partir de seu significado como valor cultural, vinculado a um determinado grupo e sua história. Com este significado é que se pretende caracterizar neste texto toda a conquista cultural de um povo a qual, sendo transmitida de geração para geração, permite a preservação da memória e a identidade do grupo.

Sempre existiram dificuldades em se distinguir entre os bens culturais quando se pretende “construir uma representação da nação que, levando em conta a pluralidade cultural, funcione como propiciadora de um sentimento comum de pertencimento, como esforço de uma identidade nacional [...]”, segundo Fonseca, ( 2005, p.22). O fato é que na maioria dos casos, ocorrerá a seleção de determinados bens que parecerá arbitrária, subjetiva, porque será o resultado de conceitos e valores predominantes. A dificuldade maior tem sido, ao que parece, a questão do valor atribuído ao bem cultural e a necessidade de preservá-lo ao ser declarado patrimônio, isto é, representativo de um determinado momento da evolução cultural de um grupo ou sociedade. Para Fonseca (2005), há a necessidade de distinguir o valor que será atribuído ao bem que se considera patrimônio cultural e, para explicar, recorre à afirmação do crítico Guilio Carlo Argan, que afirma

Uma vez que as obras de arte são coisas às quais está relacionado um valor, há duas maneiras de tratá-las. Pode-se ter preocupação pelas coisas: procurá-las, identificá-las, classificá-las, restaurá-las, comprá-las, vendê-las;

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ou então, pode-se ter em mente o valor, pesquisar em que ele consiste, como se gera e transmite, se reconhece e se usufrui (ARGAN, apud FONSECA, 2005, p. 36).

Esta diferença entre o sentido da coisa e o seu valor intrínseco será levada em conta neste trabalho, enquanto se referir ao patrimônio cultural. Existe a necessidade, portanto, de o valor cultural ser entendido também pelo cidadão comum que, embora não tenha a facilidade para reconhecer a importância da técnica de construção de determinado bem, esta pessoa saiba o que este representa para a história da comunidade na qual está inserido. Portanto, quando se diferencia a coisa do valor, do qual está imbuída a coisa, remete-se a ideia de que a

coisa parece relacionar-se à materialidade do bem, enquanto o valor se refere à

imaterialidade do bem, incluindo aí sua historicidade e importância afetiva para o grupo que o possui.

O conjunto de bens selecionados aqui como bens culturais religiosos de Santa Maria/RS e Silveira Martins, caractrizam-se por sua ligação com a história e o povoamento da cidade; são locais de indiscutível qualidade artística e estética e, além disso, referenciam-se à formação da identidade religiosa católica que a cidade e a região adquiriram ao longo do tempo, dadas as contribuições culturais de seus povoadores. Estes argumentos justificam sua escolha como motivação do turismo cultural-religioso para a região.

Reconhecendo o crescimento vertiginoso do turismo e suas múltiplas manifestações, Fuster (apud MOESCH, 2000, p. 11) explica que

O turismo é de um lado, conjunto de turistas, do outro, os fenômenos e as relações que esta massa produz em consequência de suas viagens. Turismo é todo o equipamento receptivo de hotéis, agências de viagens, transportes, espetáculos, guias interpretes que o núcleo deve habilitar para atender às correntes (...). Também são os efeitos negativos e positivos que se produzem nas populações receptoras.

De acordo com De La Torre Padilha (1997, p. 23), “as pessoas viajam para conhecer outros locais, países, culturas diferentes; saem [...] para usufruir locais históricos ou paisagens de beleza singular; para peregrinar a centros de devoção

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religiosa” ou ainda para assistir programas ou eventos culturais, folclóricos, religiosos, comerciais. Esta “necessidade turística” forma o que se convencionou chamar de segmentação turística de mercado. A segmentação turística destacada neste texto é o turismo cultural religioso, o qual “configura-se pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas” (BRASIL, 2006, p.36), caracterizando-se pela “realização de peregrinações e romarias, participação em festas religiosas, visitação a templos e outras edificações relgiosas”, conforme destaca o mesmo texto.

O turismo religioso, muitas vezes, aparece ligado às romarias3 ou às peregrinações4 e, em alguns casos, como sinônimos destas práticas sociais. No entanto, segundo Steil (2003), são categorias diferentes, com relações entre si. A primeira ideia que ocorre é quanto à própria condição de ser do turismo, que implica em consumo e lazer, enquanto a peregrinação lembra sacrifício, o ir e voltar do lugar sagrado ou da festa do “santo padroeiro” com a fé realimentada. Portanto, para Steil (2003) a diferença entre turismo/peregrinação/romaria, “está no grau de imersão e de externalidade que cada uma destas manifestações pode proporcionar’’, pois “enquanto peregrinação e romaria tendem a ser vivenciada como um ato religioso de imersão no sagrado, o turismo [...] caracteriza-se por uma externalidade do olhar”.

Por outro lado, vários autores reconhecem o papel educativo do turismo que tem a cultura como principal motivo. Funari e Pinsky (apud COSTA, 2009, p. 44), por exemplo, reconhecem que toda a forma de turismo é uma experiência cultural, enquanto Costa (2009) entende que o objeto do turismo cultural é o conjunto de recursos culturais materiais e imateriais de uma região ou grupo visitado. Portanto, convém destacar que, devido ao foco deste trabalho - o turismo religioso, os objetos de estudo aqui discutidos foram os santuários (patrimônio material) e as festas religiosas (patrimônio imaterial), o que caracteriza o segmento como turismo cultural religioso.

3.2 Herança Cultural Religiosa Católica e Devoção Mariana na Região

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Romarias: deslocamentos mais curtos aos locais sagrados, que envolvem uma participação comunitária

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As cidades de Santa Maria e Silveira Martins resultaram da participação cultural e étnica de vários grupos que, além de aspectos materiais, legaram valores como a religiosidade popular, resultado, principalmente, da participação dos portugueses, açorianos e italianos, que colaboraram para a formação da identidade religiosa católica dos povoadores da região. Castells (1999, p. 22) afirma que “identidade é o processo de construção de significado com base em atributo cultural ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados, o (s) qual (is) prevalece (m) sobre outras fontes de significado”. O que aconteceu em Santa Maria, e região, com relação à herança cultural dos vários grupos que aqui se instalaram, corresponde ao pensamento de Castells no que se refere à predominância de alguns aspectos construtivos identitários, entre estes, o catolicismo, uma das ramificações da doutrina cristã.

A devoção mariana pode ser expressa por meio de participação nos eventos em honra de Maria, peregrinações aos santuários marianos, a reza do terço, a veneração as imagens, o respeito à figura e ao que representa Maria na liturgia católica e no mistério da Igreja. Como uma das manifestações da religiosidade católica da região em foco, pode ser considerada herança do colonizador português, reforçada com a colaboração dos açorianos e dos italianos na formação cultural local. Processo no qual se destaca a participação das ordens e congregações religiosas como a dos jesuítas5, entre os colonizadores portugueses e dos palotinos6 entre os povoadores italianos, principalmente. Convém lembrar também a participação dos negros, dos indígenas missioneiros, dos espanhóis, dos alemães no processo de formação da cultura e da religiosidade local.

3.3 Igrejas, Santuários e Festas Marianas em Santa Maria/RS

O estudo deteve-se na revisão histórica e estética das igrejas e santuárias estacados para comporem o guia de visitação turística e cultural. Uma igreja, neste

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Jesuítas: religiosos da Companhia de Jesus, fundada pelo sacerdote espanhol Inácio de Loyola e aprovada pelo Papa Paulo III, em 1540.

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Palotinos, sacerdotes da Congregação Palotina foi criada em 1835, pelo sacerdote italiano Vicente Pallotti com o nome de Sociedade do Apostolado Católica.

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contexto é considerada um local de realização dos cultos e das práticas de uma determinada religião, enquanto um santuário é um lugar tido como sagrado por uma determinada população regional, nacional ou de vários países (ROSENDHAL, 2002, p. 39), ou são aqueles locais dos quais se serve a Igreja Católica para conseguir graças espirituais. As características principais que dizem respeito à história da criação dos locais selecionados, suas peculiariadades arquitetônicas e artísticas, assim como os detalhes da localização, informações básicas sobre o local e telefones úteis, comporão o guia de visitação. As festas de devoção mariana foram observadas, fotografadas e descritas, com destaque para a origem da devoção mariana de veneração local, o histórico das primeiras festas e romarias além dos contatos dos promotores das festas e romarias marianas citadas no catálogo.

O entendimento de cada santuário e igreja como atrativo turístico por parte das comunidades que os envolvem será decorrência de um processo resultante da experiência e da compreensão dos benefícios que o turismo em torno de atrativos religiosos pode trazer para a cidade. A troca de conhecimento, a valorização da cultura local, a promoção de outros bens culturais, virão, na certa, na rasteira deste. Entende-se que a valorização deste patrimônio é resultado da experiência, da relação do turista e da comunidade com o patrimônio e com outros aspectos culturais, o que implica em conhecimento, entendimento do objeto de visitação e a troca de experiências relacionadas a essa experiência cultural.

Os resultados, em muitos casos semelhantes, apontam que o Turismo Cultural tem se convertido em uma das formas de valorização e promoção dos bens culturais desde que realizado com um planejamento racional e equilibrado. Ao se apropriar do conhecimento histórico sobre os seus bens culturais e patrimoniais, a comunidade vai limitando seu uso quando necessário e oferecendo estes bens à visitação, na medida em que considera apropriada. É com esta visão moderna, atual, do turismo como fonte de cultura e fruição, que se deve pensar na oferta do patrimônio edificado como atrativo turístico: na medida em que comunidade e visitante possam usufruir o bem, conhecê-lo, valorizá-lo, sentir-se orgulhoso por também fazer parte de sua história e de sua preservação.

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As festas religiosas católicas, como a Romaria da Medianeira de Santa Maria e a Festa de Nossa Senhora da Saúde, de Silveira Martins, analisadas neste trabalho destacam-se por sua importância como parte do patrimônio imaterial da comunidade e pela sua relação com o turismo. Embora o patrimônio do povo brasileiro seja riquíssimo em criações materiais, o conjunto de ritos, crenças, festas religiosas ou populares, costumes, saberes e linguagens, as chamadas criações imateriais, também parte importante da cultura do povo, pode ser considerado imensurável e está muito mais susceptível à mudança e ao desaparecimento do que o próprio patrimônio material.

Os elementos culturais são assumidos como memória de um passado que precisa ser preservado em favor da permanência da identidade do grupo. Determinados valores de uma comunidade, compartilhados e transmitidos a cada geração, garantem a continuidade cultural sem que necessariamente haja consciência disto por parte do grupo. Nos eventos religiosos estudados, tanto no meio urbano (Romaria da Medianeira), como no meio rural (Festa e Romaria de Nossa Senhora da Saúde), as repetições conscientes dos rituais sagrados e profanos em honra da padroeira não almejam apenas sua preservação como tal. A mobilização periódica dos indivíduos e da comunidade, sob uma liderança leiga local ou de um padre, serve também “para resolver problemas e encontrar o caminho da regeneração, da renovação e da revitalização” (DIAS, 2006, p. 98).

As festas, tanto as urbanas como as rurais, em honra de Maria, se caracterizam pelo colorido das flores, pela alegria e devoção, pela dimensão mística do ato e pelo sabor das comidas típicas. Reúnem-se os parentes, os amigos e vários grupos representantes de comunidades vizinhas. Devotos, peregrinos curiosos e turistas misturam-se aos grupos locais, participando de todos os momentos sagrados e profanos da festa.

3. 4 Seguindo Maria: Turismo Cultural Religioso para Santa Maria e Silveira Martins/RS

A proposta de guia de visitação aqui apresentada destina-se a todos os visitantes e devotos que se interessam pelos aspectos culturais e por conhecer um

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pouco mais do lugar sagrado visitado. O guia presenta-se no formado de revista de 12 páginas, incluindo capas, de 15 centímetros de largura por 21 centímetros de altura, sem a preocupação de estipular onde o visitante deve iniciar ou concluir sua visitação. Por ser necessário oferecer um roteiro com algum critério de identidade, optou-se por apresentá-lo materialmente, a partir da ideia sugerida pelo título

Seguindo Maria, isto é, peregrinar ir até seu encontro, visitá-la em sua casa, o seu

santuário. Desta maneira, e de acordo com a ideia cronológica, o folheto apresenta os santuários, igrejas e respectivas festas e romarias em Santa Maria e Silveira Martins, agregando dados sobre a origem, aspectos arquitetônicos e artísticos, informações sobre a festa da padroeira, contatos telefônicos além de informações e telefones úteis em caso de emergência e locais para visitação cultural na região.

4. CONCLUSÃO

Ao se organizar um guia turístico com características culturais que destaque a identidade religiosa católica da cidade de Santa Maria e Silveira Martins, privilegiando os locais de devoção mariana, acredita-se que se estará proporcionando, além das facilidades ao peregrino e ao turista, a compreensão das origens de tal veneração. Um guia de visitação com características histórico-culturais promoveria estes aspectos da região, pois ao mesmo tempo em que fornece as chamadas informações turísticas e dados complementares, divulga a identidade e o patrimônio histórico da região despertando para sua valorização e para a promoção do turismo cultural. A região formada pelas cidades de Santa Maria e Silveira Martins/RS resultou da participação cultural e étnica de vários grupos que, além de aspectos da cultura material, legaram sua cultura imaterial e, dentre estes valores imateriais, encontram-se os religiosos, dos quais se destacam os valores identitários do catolicismo.

Estas considerações levam a acreditar que Santa Maria e Silveira Martins, aqui destacadas, têm em comum uma expressiva identidade religiosa católica, marcada pela devoção a Maria e expressa pelas atitudes do seu povo, dos peregrinos e visitantes que escolhem seus santuários para manifestar sua fé. A esta comunidade e seus visitantes é que se destina a proposta, ou seja, a opção de uma

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visita direcionada, cujo modelo pode se estender aos demais locais de devoção mariana da região. Acredita-se que um catálogo de divulgação com as características propostas pode se tornar fator importante não só de divulgação dos bens ali relacionados, como também de motivação para a própria comunidade conhecer suas origens e história, passo importante para autovalorização.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo cultural: Manual de orientações. Brasília: Ministério do Turismo, 2006.

CASTELLS, Manuel. O poder da identidade: a era da informação, economia e cultura. 3. ed.Tradução de Klauss B.Gerhardt. SP: Paz e Terra, 1999. v. 2. 530 p.

COSTA, F. R. Turismo e patrimônio cultural: interpretação e qualificação. São Paulo: SENAC; São Paulo: SESC, 2009. 251 p.

DE LA TORRE PADILHA, O. El turismo: fenómeno social. 2. ed. México: Fondo de Cultura, 1997. 160p.

DIAS, Reinaldo. Turismo e patrimônio cultural: recursos que acompanham o crescimento das cidades. São Paulo: Saraiva, 2006. 257p.

FONSECA, M. C. Londres. O patrimônio em processo. 2. ed. Rio de Janeiro: UFRJ; MinC: IPHAN, 2005. 294 p.

MOESCH, M. M. A produção do saber turístico. São Paulo: Contexto, 2000. 140 p.

ROSENDAHL, Z. Espaço e religião: uma abordagem geográfica. 2. ed. Rio de Janeiro: UERJ, NEPEC, 2002. 92p.

STEIL, C.A. Peregrinação, romaria e turismo religioso: raízes etimológicas e interpretações antropológicas. In: ABUMANSSUR, Edin Sued (Org.). Turismo religioso: ensaios antropológicos sobre religião e turismo. Campinas (SP): Papirus, 2003. p. 29-51.

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