• Nenhum resultado encontrado

Lógica Fuzzy e suas aplicações na avaliação do ambiente construído

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Lógica Fuzzy e suas aplicações na avaliação do ambiente construído"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

SBQP 2009

Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído

IX Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios 18 a 20 de Novembro de 2009 – São Carlos, SP – Brasil

Universidade de São Paulo

Lógica Fuzzy e suas aplicações na avaliação do

ambiente construído

Fuzzy Logic and its applications in the evaluation of the built environment

Odair Barbosa de MORAES

Engenheiro Civil, Professor Adjunto do Curso de Arquitetura e Urbanismo – Campus Arapiraca - UFAL | e-mail: odair.moraes@gmail.com | CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/5600137317327250 |

RESUMO

A avaliação é imprescindível para o planejamento e o estabelecimento de objetivos, assim como para o aprimoramento de ações. No entanto, a avaliação é carregada de incertezas, que tendem a aumentar com a complexidade dos sistemas avaliados, como é o caso do ambiente urbano. Embora as incertezas tenham ficado de fora do tratamento científico tradicional, nota-se uma mudança nesse pensamento, com a qual as incertezas passam a ser reconhecidas como úteis e inerentes ao conhecimento humano. Este artigo aborda as incertezas tratadas pela Lógica Fuzzy (LF) que busca modelar as incertezas relacionadas à vagueza e imprecisão da linguagem humana. Dada a sua flexibilidade e não-contradição aos modelos existentes, a LF tende a agregar mais informação à análise dos fenômenos. Na avaliação do ambiente construído abrem-se diversas perspectivas complementares que buscam agregar informações qualitativas. Discutimos algumas destas perspectivas, por meio de alguns exemplos de quantificação de incertezas, modelagem utilizando raciocínio aproximado e reconhecimento de padrão. Conclui-se que a LF apresenta-se como uma alternativa complementar na ampliação do conhecimento existente com possibilidades de contribuir para o aprimoramento dos processos de avaliação do ambiente construído.

Palavras-chave: Lógica Fuzzy. Avaliação Pós- Ocupação. Método

ABSTRACT

Evaluation is an important part of planning and goal setting, as well as for improvement of actions. However, assessment is fraught with uncertainties, which tend to increase with the complexity of the systems evaluated, such as the urban environment. Although the uncertainties have been outside of traditional scientific approach, there is a shift paradigm, with which uncertainties are recognized as useful and relevant to human knowledge. This paper introduces the uncertainties considered by Fuzzy Logic (FL) that models uncertainties related to vagueness and imprecision of human language. Given its flexibility and non-contradiction to existing models, FL adds more information to analysis. Several perspectives are disclosed in assessing built environment with FL which seeks to add further qualitative information. Quantification of uncertainties, modeling approximate reasoning and pattern recognition are introduced with some examples. Finally, FL is presented as complementary alternative view to expand the existing knowledge with opportunities to contribute to improvement of the built environment evaluation.

(2)

1

INTRODUÇÃO

O processo de avaliação faz parte da permanente reflexão sobre a atividade humana. A avaliação é imprescindível para o planejamento e o estabelecimento de objetivos, assim como para o aprimoramento de ações (GADOTTI, 2002). No processo de avaliação, independentemente da abordagem, nos valemos de modelos para melhor entender a realidade, sejam eles formalizados, empíricos ou analíticos, ou não formalizados, em geral intuitivos baseados na experiência.

Para Goldbarg e Luna (2000) a noção intuitiva de modelo se apóia no desejo do homem de entender o mundo que o cerca, nas imposições de sobrevivência e na necessidade de conquistar o domínio de seu meio ambiente. Para estes autores, o fenômeno de modelagem faz parte da busca de uma visão bem estruturada da realidade.

Destacamos que um modelo não é uma substituição da realidade, mas sim um veículo para uma visão bem estruturada desta realidade. Logo, todo modelo possui suas simplificações e, portanto limitações relacionadas à sua capacidade de representação do fenômeno analisado. Portanto, todo modelo apresenta algum tipo de incerteza relativo a essa capacidade.

No entanto, o modelo em seu processo de tradução contextual deve ser capaz de identificar os elementos fundamentais da questão e transportá-los para uma representação capaz de ser manipulada por artifícios ou métodos de solução (GOLDBARG; LUNA, 2000).

Neste processo de representação da realidade, diferentes abordagens têm sido propostas. Segundo Trzesniak (1998), podemos diferenciar estas abordagens considerando a forma como as relações entre causa e efeitos são modeladas. Pertencem à categoria das abordagens determinísticas aquelas em que causa e efeito estão ligados diretamente: a presença (ou uma variação) da primeira necessariamente implica o surgimento (ou uma alteração) no último, freqüentemente obedecendo a uma lei matemática conhecida. Já no caso das estocásticas, a vinculação entre causa e efeito torna-se indireta, a presença (ou uma variação) da primeira reflete-se não no efeito, mas na probabilidade de ele surgir (ou se modificar). Note-se que, enquanto na abordagem determinística não há possibilidade de incerteza, na abordagem estocástica há a presença de um tipo de incerteza: a incerteza sob a forma de casualidade.

Embora os questionamentos a respeito de incertezas sejam preocupações de filósofos e de pesquisadores ao longo dos tempos - a busca da verdade, do que é e do que existe, é uma questão debatida desde a Grécia Antiga -, Klir e Yuan (1995) afirmam ter sido somente no final do século XX, com as várias mudanças paradigmáticas em ciência e matemática, que a incerteza tomou um lugar de destaque. Morin (2002) também afirma que uma das maiores conquistas deste período foi o reconhecimento das incertezas.

Em ciência esta mudança tem se manifestado pela transição gradual da visão tradicional, na qual se afirma que a incerteza é indesejável e deve ser evitada de alguma forma, para uma visão alternativa, tolerante com a incerteza e na qual se afirma que a ciência não pode evitá-la, admitindo a existência de sua utilidade.

Ainda segundo Klir e Yuan (1995), essa transição teve inicio quando os físicos passaram a trabalhar os processos no nível molecular. Embora as leis da Mecânica Newtoniana fossem precisas e relevantes, o estudo desses processos envolvia um número de variáveis e uma complexidade tal que novas teorias tiveram que ser desenvolvidas, as quais foram feitas utilizando-se bases estatísticas.

(3)

Além da incerteza sob a forma de casualidade, tratada pela abordagem estocástica, existem outros tipos de incerteza como a vagueza ou imprecisão da linguagem humana, o conflito e a não-especificidade. Matematicamente, estes tipos de incerteza têm sido modelados, dentre outras teorias, com o que se convencionou chamar de Lógica Fuzzy.

Podemos visualizar assim três abordagens que, salientamos, não são excludentes, mas podem ser complementares uma vez que tratam diferentes facetas do fenômeno em análise (Figura 1)

Figura 1 Dinâmicas/abordagens dos modelos

Fonte: adaptado de Cheng (2001)

Essa complementaridade, não só de abordagens como também de métodos, torna-se inevitável quando buscamos entender sistemas complexos como o ambiente construído. Há nestes sistemas uma variedade de relações e de variáveis que demandam diferentes tipos de modelos. Dessa forma, a Lógica Fuzzy busca complementar e agregar informação ao conhecimento existente por meio do tratamento matemático de incertezas relacionadas à vagueza, má-definição e imprecisão de conceitos presentes na linguagem humana e que também estão presentes nos processos de avaliação como veremos a seguir.

2

AVALIAÇÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO E INCERTEZAS

A avaliação do ambiente construído tem consistido numa importante ferramenta para a retroalimentação dos projetos, tanto na escala da edificação quanto na escala urbana. Tem-se buscado por meio da avaliação uma melhoria nos projetos relacionados às cidades, contribuindo assim para melhoria no ambiente construído que propicie ganhos na qualidade de vida de seus moradores.

Embora neste processo seja reconhecida a importância da opinião dos moradores/usuários, poucos são os métodos que considerem essa opinião no processo de avaliação. Diversos pesquisadores têm reconhecido a importância dessa informação justificada principalmente pelo fato de ser o morador/usuário o principal experimentador do habitat avaliado, cuja avaliação, apesar de impregnada de subjetividades, é capaz de identificar aspectos apenas detectáveis com a vivência e ainda mais, refletindo o grau de identificação do morador com o seu ambiente, um indicador da manutenção das condições ambientais (SALAT, 2006; SANTOS; MARTINS, 2002).

(4)

Dentre os métodos de avaliação do ambiente construído que consideram as informações provenientes do morador/usuário destacamos a Avaliação Pós-Ocupação (APO). A APO caracteriza-se por ser uma ferramenta para retroalimentação do processo de planejamento e projeto. Suas bases teóricas são oriundas da área denominada Psicologia Ambiental e possuem fortes influências dos procedimentos das áreas de Ciências Sociais. Este método possui grande foco nas relações ambiente-comportamento como base de informações para o aprimoramento de projetos. Além disso, apresenta uma grande flexibilidade de métodos, sendo que em princípio não há restrição de escalas, podendo ser aplicada desde espaços internos, residenciais e edifícios de escritórios até a escala urbana de bairros ou cidades. Salientamos que embora a APO seja uma avaliação centrada nas necessidades dos moradores/usuários, ela não exclui a avaliação técnica. Segundo Ornstein; Roméro (1992) a APO é uma área de conhecimento que combina avaliação técnica e o ponto de vista do usuário, pretendendo se configurar como uma avaliação global do meio a ser estudado. Ela é projetada para sistematicamente avaliar o desempenho das construções depois que foram construídas e ocupadas por algum tempo. Esta abordagem difere de outras avaliações de desempenho dos edifícios, pois é focada nos requerimentos dos ocupantes das construções, incluindo saúde, segurança, funcionalidade e eficiência, conforto psicológico, qualidade estética e satisfação (PREISER, 2002).

As lições aprendidas de estudos de APO podem prover indicadores úteis para os processos de planejamento, programação e projeto. Ressalta-se a sua importância uma vez que identifica os fatores negativos e positivos dos projetos. No caso dos fatores positivos estes devem ser cadastrados e recomendados em futuros projetos semelhantes; já no caso dos negativos definem-se recomendações para que sejam minimizados e possibilitem a correção dos problemas detectados e utilizando também os resultados destas avaliações para realimentar o ciclo do processo de produção e uso de ambientes de futuros projetos (FEDERAL FACILITIES COUNCIL (FFC), 2002; ORNSTEIN; ROMÉRO, 1992; PREISER, 2002).

Quando incorporamos, na avaliação, as informações do proveniente do morador/usuário, inevitavelmente, incorporamos também à avaliação aspectos subjetivos e conseqüentemente incertezas que devem ser reconhecidas para a correta análise dos resultados.

Esta idéia presente na APO de subjetividade no conceito de qualidade e de satisfação do usuário é reforçada também pela abordagem de Galster (1987) sobre a satisfação residencial. Ele defende a idéia de que o significado de satisfação não pode ser dissociado do fato de que as pessoas baseiam sua opinião em parâmetros de comparação entre seu ambiente atual e suas aspirações, influenciando, nessa opinião, características como classe social e faixa etária.

Embora a APO já trabalhe a informação proveniente do morador/usuário, o ferramental disponível para análise destes dados ainda apresenta limitações. Para efeito deste artigo, enfatizaremos as limitações da análise de dados provenientes de questionários/formulários, por seu este um dos mais freqüentes instrumentos de coleta de dados de opinião dos moradores/usuários em estudos de APO. Ele é utilizado para obter índices de satisfação ou rejeição no caso de indicadores, côo também para identificar pontos positivos e negativos dos projetos. As escalas utilizadas neste tipo de instrumento geralmente são escalas ordinais, portanto qualitativas, as quais, durante o processo de análise de dados são atribuídos códigos numéricos, e equivocadamente tratadas como tal, ou seja, como escalas quantitativas. Contudo, existem diferenças entre escalas qualitativas e quantitativas, tais como distância entre pontos e validade de operações matemáticas, que restringem as possibilidades de análise de dados e que quando não reconhecidas podem agregar incertezas às conclusões obtidas (HAIR et al, 1995; MORAES, 2008; SIEGEL, 1977).

(5)

Tratar conceitos vagos ou mal-definidos como números ou classes de objetos com limites bem definidos pode nos levar a conclusões equivocadas. Neste sentido, a Lógica Fuzzy provê uma série de ferramentas, baseadas no conhecimento existente para aprimorar a análise de dados considerando estes aspectos de incerteza.

3

LÓGICA FUZZY

A Lógica Fuzzy surge como uma alternativa, uma extensão da Lógica Clássica, para trabalhar as questões vagas, incertas ou mal definidas, presentes no raciocínio humano. Ela foi proposta inicialmente para resolver problemas de automação e controle, porém, houve uma expansão do conhecimento nesta área e atualmente, encontramos diversas aplicações em diferentes áreas tais como geoprocessamento, medicina e apoio à tomada de decisão (CHENG, 2001).

O termo Lógica Fuzzy tem sido utilizado em dois sentidos: num sentido restrito, quando se refere aos processos de inferência tal qual a Lógica Clássica ou num sentido amplo, quando se refere a um conjunto de teorias e métodos baseados na Teoria dos Conjuntos Fuzzy (DVORAK et al., 2003).

A proposição da Lógica Fuzzy parte da aceitação de que são muito freqüentes as classes de objetos encontrados no mundo real que não apresentam critérios precisos de pertinências como exemplo, a classe de pessoas altas, a classe de pessoas bonitas, a classe de pessoas jovens, a classe de velocidades altas, a classe de temperaturas confortáveis entre outros exemplos, carregados de subjetividade que fazem parte da linguagem cotidiana (ZADEH, 1965).

Podemos exemplificar a diferença nas abordagens clássica e fuzzy com a representação do objeto na Figura 3. Observe a representação à direita, apesar de apresentar maior nitidez do objeto, não é necessariamente a mais adequada. A representação à esquerda, apesar de mais vaga, tem maior proximidade com o objeto real. A parte cinzenta, ou nebulosa, do objeto é o que chamamos de fuzzy.

Figura 2 Exemplo de objeto fuzzy, à esquerda e representação simplificada à direita

4

Formalizando a Lógica Fuzzy – Função característica

Outro exemplo pode ser dado com a modelagem da proposição: “a água está quente”. Podemos modelar esta proposição em função da temperatura da água em graus Celsius. Pela metodologia clássica, podemos definir “Quente” em relação à temperatura da água,

(6)

como sendo o intervalo entre 50 e 90ºC. Ou seja, “Quente” é um subconjunto Q ⊆ T, onde Q = {x | x ∈ [50, 90]}.

Neste caso específico um valor de temperatura de 50°C é considerado quente e um valor imediatamente inferior de 49,9°C é considerado não-quente, ou frio. Para entendermos melhor a contribuição da Lógica Fuzzy, introduziremos a seguir o conceito de função característica.

A Teoria Clássica dos Conjuntos caracteriza-se pela relação de pertinência dos elementos em relação ao conjunto, estabelecendo duas possibilidades claras e bem definidas, ou um elemento pertence ao conjunto, ou não pertence. Esta relação pode ser representada por uma função característica que assume um valor igual a “1”, caso o elemento pertença ao conjunto, ou igual a “0”, caso ele não pertença. Esta função também pode ser chamada de função de pertinência ou função do grau de verdade. Esses conjuntos, também conhecidos como conjuntos clássicos, são denominados conjuntos crisp e, dado um conjunto universo X e um subconjunto A de X, podemos escrever:

   ∈ ∉ = A x s e A x s e x A , 1 , 0 )

( , onde A(x) será a função de pertinência de A.

Observe então o subconjunto de temperatura “Quente” representado por sua função característica na Figura 4, à esquerda. Esta modelagem tem muitas aplicações e utilidades específicas. Contudo em muitos casos, sofre de perda e distorção da informação. Em situações semelhantes, poderíamos afirmar que valores de temperatura próximos a 50°C podem ser considerados quentes, mas não totalmente. Neste ponto, a Lógica Fuzzy desempenha um papel importante.

Para a Lógica Fuzzy, a relação de pertinência é relaxada. Neste caso, podemos assumir que um elemento x pode pertencer a um subconjunto A, de forma parcial, ou seja, possuindo um grau de verdade entre 0 (zero) e 1 (hum). Assim, a função de pertinência que assumia apenas os valores “0” ou “1” toma a forma de uma função contínua que assume qualquer valor entre eles. Ou seja, existiram infinitos graus de verdade entre o falso absoluto (“0”) e a verdade absoluta (“1”). Esta função fornecerá o grau de verdade, ou o grau de pertinência do elemento em relação ao conjunto. Poderemos tratar então de uma forma menos rígida e mais próxima do cotidiano, conceitos imprecisos ou mal

Tomando o exemplo da temperatura acima, podemos associar a cada medida o grau de certeza de que ela pertence ao subconjunto “Quente” (Figura 4, à direita).

-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Temperatura (Graus Celsius)

G rau de c er tez a ( R el ev ânc ia) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Temperatura (Graus Celsius)

G rau de c er tez a ( R el ev ânc ia)

Figura 3: Modelagem clássica, à esquerda e fuzzy, à direita, da definição de Quente

Nesta representação, há uma transição gradual entre o “Não-quente” e o “Quente”, permitindo que valores próximos aos limites possuam um grau de certeza, ou de pertinência

(7)

ao subconjunto “Quente”, que representará o grau de verdade com que cada valor de temperatura pode ser considerado “Quente”.

Por conseguir modelar de uma forma mais adequada estas e outras questões é que a Lógica Fuzzy têm cada vez mais ocupado espaço. Nas últimas décadas tem ocorrido um grande desenvolvimento desta área tanto em questões teóricas como de aplicações (GUPTA, SARIDIS; GAINES, 1977, NAKAMURA; 1995).

Em aplicações relacionadas ao ambiente construído podemos citar os trabalhos de Cheng e Harris (2000) mais preocupados com questões ligadas ao conforto e Rheingantz (2002) com foco na construção de um instrumento de avaliação qualitativa de desempenho de edifícios. No trabalho desenvolvido por Moraes (2008), cujo objetivo foi de estabelecer um método de análise de dados para áreas urbanas recuperadas, utilizando a Lógica Fuzzy para o tratamento das variáveis de opinião do morador foram identificadas ferramentas potenciais para aplicação na avaliação do ambiente, as quais serão discutidas a seguir.

5

POSSIBILIDADES DE APLICAÇÕES DA LÓGICA FUZZY

Nesta seção discutiremos algumas ferramentas desenvolvidas na Lógica Fuzzy, identificadas como potenciais possibilidades de aplicação na avaliação do ambiente urbano, focadas no tratamento de dados de opinião dos moradores. São elas: utilização de medidas de incerteza para quantificar consenso, conflito ou vagueza de afirmações e conceitos, utilização de equações relacionais fuzzy para a obtenção de indicadores por meio de raciocínio aproximado e a utilização do reconhecimento de padrão fuzzy para a mesma finalidade.

5.1 Quantificação de incertezas

Segundo Klir; Harmanec (1997) o tratamento matemático da incerteza pode ser visto em basicamente cinco teorias: da probabilidade, da possibilidade, da evidência, dos subconjuntos fuzzy, e na teoria clássica dos conjuntos. Neste leque de teorias podem ser evidenciados três tipos de medida de incerteza: vagueza (fuzziness), não-especificidade e conflito.

A vagueza é um tipo de incerteza inerente à linguagem humana, residente na incapacidade, ou inabilidade, de tornar claros ou precisos definições e conceitos utilizados e facilmente entendidos no cotidiano (tratada exclusivamente na teoria dos subconjuntos fuzzy). A não-especificidade está relacionada à nossa inabilidade para discriminar qual, entre várias alternativas, é a real, ou verdadeira, em uma dada situação e o conflito está presente sempre que estamos diante de algum tipo de discrepância ou inconsistência em nossa informação ou evidência.

Enquanto a vagueza não pode ser reduzida por se tratar de uma deficiência da linguagem humana ou de determinada definição, ambos a não-especificidade e o conflito podem ser reduzidos por observações adicionais, experimentos, ou outras ações relevantes de produção de informação.

A incerteza devido a não-especificidade é o tipo mais amplamente reconhecido de incerteza. É formalizado em quatro das cinco teorias de incerteza citadas por Klir; Harmanec (1997), somente a exceção da teoria da probabilidade.

Como afirmado, a vagueza é discutida apenas na Lógica Fuzzy, dessa forma, só faz sentido aplicar essa medida ao modelar conceitos levando em consideração a sua imprecisão. Tomando o exemplo da modelagem da afirmação “a água está quente” em função da sua

(8)

temperatura da Figura 4, podemos afirmar que a vagueza do modelo à esquerda é igual a “0” (zero), pois estamos diante de um modelo crisp, sem qualquer tipo de incerteza. Enquanto o modelo à direita apresenta alguma vagueza.

Considere agora os modelos da Figura 5. Ambos são modelos fuzzy, no entanto, o modelo à direita apresenta menos vagueza que o modelo à esquerda, pois o da direta é mais próximo do modelo crisp apresentado. Logo, espera-se que a medida de vagueza do modelo à direita seja menor que a do modelo à esquerda. De fato a discussão sobre a vagueza demanda outras definições como a medida de distância. Estes aspectos podem ser melhor compreendidos em Klir; Yuan (1995).

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Temperatura (Graus Celsius)

G rau de c er tez a ( R el ev ânc ia) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 G rau de c er tez a ( R el ev ânc ia)

Temperatura (Graus Celsius)

Figura 5: Exemplos de modelagem fuzzy para a definição de Quente

Ressalta-se que este tipo de quantificação é importante quando comparamos modelos de conceitos ou critérios utilizados em métodos de avaliação.

A não-especificidade pode ser encontrada em situações nas quais expressamos incerteza também por meio de conjuntos crisp. A incerteza, neste caso não-especificidade, associada com o conhecimento que uma alternativa procurada está entre um conjunto de alternativas foi primeiro quantificada para conjuntos finitos por Hartley. Para medir a não-especificidade de subconjuntos fuzzy, a medida de Hartley foi generalizada via seus cortes-α. A medida resultante foi nomeada U-Uncertainty. Outras versões da medida de não-especificidade podem ser vistas nas teorias de Dempster-Shafer (Teoria da evidência) e da possibilidade. No caso específico de avaliações do ambiente construído, ressalta-se a importância nessa medida para a análise das afirmações acerca dos pontos positivos e negativos de um projeto baseados em medidas de opinião dos moradores. A análise tradicional, baseada em médias e desvios-padrão, por vezes, pode nos levar a conclusões equivocadas. Tome por exemplo as duas distribuições de freqüência de opiniões: Abastecimento de água e Esgoto sanitário da Figura 6.

Note que, enquanto o abastecimento de água possui uma tendência de ser considerado “Bom”, o esgoto sanitário não apresenta uma definição clara. Utilizando a abordagem tradicional de conversão dos conceitos em números e cálculo de médias e desvios-padrão temos os resultados da Tabela 1.

Note ainda que enquanto a avaliação do abastecimento de água pode ser considerada adequada, a avaliação do esgoto sanitário não reflete a distribuição apresentada. Isso ocorre, pois as medidas utilizadas não são adequadas para o tratamento de dados em escalas qualitativas. Nestes casos, a moda aliada a medida de não-especificidade mostra-se mais adequada pois, em uma distribuição de freqüências, a moda representará o valor mais freqüente e a medida de não especificidade o grau de incerteza dessa moda. Ou seja, será menor quanto maior for a freqüência de apenas uma das alternativas. Ou melhor, se há um

(9)

conceito predominante, a não-especificidade será próxima de zero. Um estudo mais detalhado da aplicação desta medida pode ser visto em Moraes; Abiko (2006).

Figura 6: Exemplos de distribuições de freqüências de opinião dos moradores

Avaliação Valor Abastecimento de água Esgoto sanitário

Péssimo 1 3,4% 29,3% Ruim 2 5,0% 10,3% Regular 3 26,1% 25,0% Bom 4 60,5% 32,8% Ótimo 5 5,0% 2,6% Média 3,59 2,69 Moda 4,00 4,00 Mediana 4,00 3,00 Variância 0,65 1,62 Desvio padrão 0,81 1,27

Tabela 1 - Abordagem tradicional da análise de dados de avaliação do morador

Já a incerteza na forma de conflito está presente na teoria da probabilidade, na teoria de Dempster-Shafer, e em menor grau na teoria da possibilidade. Apesar de existirem muitas propostas de mensuração do conflito na literatura, o assunto ainda é bastante controverso.

5.2 Obtenção de indicadores utilizando equações relacionais fuzzy

Obter indicadores baseados em pesquisas de opinião consiste numa tarefa complexa visto que cada pessoa avalia um dado objeto, ou espaço, baseada em valores individuais: logo, cada indivíduo pondera as qualidades do referido objeto ou espaço de uma forma diferente. Assim, dificilmente, uma avaliação global corresponderá a uma somatória de avaliações parciais e esta agregação se dará de forma semelhante.

Além disso, a avaliação do morador geralmente é dada por meio de conceitos, ou seja, numa escala qualitativa que, de acordo com o exposto anteriormente, impõe limitações ao processo de agregação dos dados, pois as operações aritméticas não são permitidas neste tipo de escala.

As duas ferramentas identificadas na literatura para modelar este processo de avaliação do morador são baseadas em padrões de respostas. Dessa forma, dividimos as respostas em

(10)

avaliações parciais (avaliação de itens que compõem o espaço ou projeto) e avaliações finais (avaliação global do espaço ou projeto). Na primeira ferramenta, baseada em relações

fuzzy, agrupam-se os resultados por avaliações finais e modelamos os padrões de

avaliações parciais de cada grupo, como base nas freqüências de respostas. A partir daí, são utilizadas matrizes para modelar as relações entre as avaliações parciais e finais, baseados em matrizes de padrões de entrada e de saída, ou seja, de avaliações parciais e finais. Este método utiliza princípios de inferência para relacionar as entradas e as saídas do modelo simulando o raciocínio humano (Figura 7).

n av a li õ es p ar c iai s             mn m m n n i i i i i i i i i        2 1 2 22 21 1 12 11               mp m m p p o o o o o o o o o        2 1 2 22 21 1 12 11 m g ru p o s d e av al iaç ão

n avaliações parciais p avaliações finais

              np n n p p r r r r r r r r r        2 1 2 22 21 1 12 11 = = p avaliações finais m g ru p o s Avaliação Parcial

Avaliação ParcialοοR = R = AvaliaAvaliaçãçãooFinalFinal

n av a li õ es p ar c iai s             mn m m n n i i i i i i i i i        2 1 2 22 21 1 12 11               mp m m p p o o o o o o o o o        2 1 2 22 21 1 12 11 m g ru p o s d e av al iaç ão

n avaliações parciais p avaliações finais

              np n n p p r r r r r r r r r        2 1 2 22 21 1 12 11 = = p avaliações finais m g ru p o s Avaliação Parcial

Avaliação ParcialοοR = R = AvaliaAvaliaçãçãooFinalFinal

Figura 4 Modelo de inferência baseado nas relações fuzzy

Este modelo não oferece limitações com relação à escala de medida utilizada, pois as operações são feitas utilizando-se os graus de verdades das proposições, que no caso de dados qualitativos podem ser representados pelas suas freqüências normalizadas.

Uma outra vantagem deste método é a obtenção de uma matriz que relaciona avaliações parciais e finais, de forma a identificar as variáveis que têm maior possibilidade de influenciar nas avaliações finais.

5.3 Obtenção de indicadores utilizando reconhecimento de padrão fuzzy

O outro modelo identificado é o de reconhecimento de padrão fuzzy. Neste modelo, como no anterior, as respostas são agrupadas de acordo com as avaliações finais. De posse de suas freqüências são modelados os padrões de resposta para cada grupo de avaliação final. A classificação de um novo indivíduo será dada pela comparação de suas características com as características dos padrões estabelecidos (Figura 8).

Este modelo requer a definição de uma medida de comparação. Podem ser utillizadas medidas de distância ou de semelhança.

Definidos os padrões e suas características, dado um novo indivíduo e também suas características, por meio do cálculo da medida de comparação, este indivíduo deverá ser classificado em um determinado padrão (avaliação final). Neste modelo, diferentemente do modelo das equações fuzzy, não é possível obter diretamente as características que influenciam na avaliação final. Contudo é possível desenvolver outras ferramentas para isto, tais como um teste chi-quadrado ou medidas de similaridade, como o já citado índice de conformidade.

(11)

Figura 5 Exemplo do método de reconhecimento de padrão

6

CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES

O século XX foi um século onde as incertezas, em suas variadas formas, se fizeram presentes de forma intensa. As discussões sobre os impactos das ações do homem no meio ambiente nos conduziram a conclusões incertas sobre o futuro da Terra. Novos modelos de desenvolvimento estão sendo debatidos na tentativa de contornar os resultados negativos dessas ações que, durante um longo período consideraram que o homem mantinha um controle unilateral sobre a natureza.

Esta necessidade de consideração das incertezas refletiu-se também na proposição de novos modelos de análise. Da revisão da literatura, constatamos que a alternativa da abordagem fuzzy, bastante explorada em áreas como automação e controle, em simulações do raciocínio humano, é ainda pouco explorada em áreas relacionadas ao ambiente urbano e apresenta um grande potencial para melhorar a compreensão dos processos de avaliação, principalmente, daqueles processos que envolvem a avaliação dos moradores.

Reafirmamos que a modelagem utilizando a Lógica Fuzzy não pode, e não deve, ser vista como uma forma de obter resultados que se contrapõe a Lógica Clássica. Dado que a primeira é uma extensão da segunda, os resultados obtidos pela Lógica Fuzzy deverão ser os mesmos obtidos pela Lógica Clássica nos casos em que se utilizam conjuntos clássicos em modelos fuzzy. A modelagem apresentada nesta pesquisa possui vantagens em relação aos métodos tradicionais, que destacamos: a quantificação da incerteza sob forma de não-especificidade, a obtenção de indicadores baseados em variáveis qualitativas, a modelagem do raciocínio no morador baseada nas respostas dadas pelos mesmos e em todos os casos, a utilização de escalas qualitativas na análise, sem a necessidade de conversão em escalas quantitativas.

A revisão da literatura sobre Lógica Fuzzy revelou ainda um vasto campo de pesquisa que se abre para o desenvolvimento de novas ferramentas de análise de dados. Dentre as diversas demandas que se apresentaram durante este trabalho, destacamos: (i) a implementação de ferramentas sob a forma de aplicativos para facilitar o processo de análise dos dados; (ii) estudos de avaliação do significado e importância de outras medidas de incerteza, encontradas na literatura; (iii) estudos de avaliação de regras de composição e de operadores no método das equações relacionais fuzzy; (iv) desenvolvimento de ferramentas para identificação das variáveis mais importantes do ponto de vista do morador,

(12)

bem como, de ferramentas de avaliação do seu desempenho e; (v) desenvolvimento de ferramentas de agregação fuzzy dos dados quantitativos e qualitativos.

Finalmente, ressaltamos que, embora as operações utilizadas na modelagem fuzzy sejam simples, dada a quantidade de variáveis a serem levadas em consideração, bem como a repetição das operações, o desenvolvimento de ferramentas computacionais que auxiliem neste processo é de fundamental importância, sob pena de dificultar a divulgação e disseminação das ferramentas propostas.

7

REFERÊNCIAS

BARROS, Laécio Carvalho de. BASSANEZI, Rodney Carlos. Tópicos de lógica fuzzy e

biomatemática. Campinas: UNICAMP/IMECC, 2006.

CHENG, Liang-Yee. Informações subjetivas no estudo do conforto ambiental: Uma Introdução às Abordagens Baseadas na Teoria dos Sistemas Nebulosos. IN: ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 6, 2001, Campinas. Apostila

do mini-curso. Campinas: ANTAC, 2001.

CHENG, Liang-Yee. HARRIS, Ana Lúcia N.C.. A teoria de sistemas nebulosos na análise da qualidade do espaço interior. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 8, 2000, Salvador. Anais.... Salvador: ANTAC, 2000, v.1 p.797-804.

DVORAK, Antonin et al.. The concept of LFLC 2000 - its specificity, realization and power of applications. Computers in Industry. S.l.: Elsevier, v. 51, n. 3, p 269-280, 2003.

FFC – FEDERAL FACILITIES COUNCIL. Learning from our Buildings: A

State-of-the-Practice Summary of Post-Occupancy Evaluation. Washington D.C.: National Academy

Press, 2002, Disponível em: <https://www.nap.edu/catalog/10288.html>. Acesso em: 25 nov. 2006.

GADOTTI, Moacir. Prefácio. In: DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. 7. ed. rev. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. 109p.

GALSTER, George C.. Identifying the correlates of dwelling satisfaction: an empirical critique. Environment and behavior. Beverly Hills: Sage, v. 19, n. 5, p. 539-568, set. 1987. GOLDBARG, Marco César; LUNA, Henrique Pacca L.. Otimização combinatória e

programação linear: modelos e algoritmos. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 649p.

GUPTA, M. M.; SARIDIS, G. N.; GAINES, B. R. Fuzzy automata and decision processes. New York: North-Holland, 1977.

HAIR, J.F.Jr.; ANDERSON, R.E.; TATHAM, R.L. e BLACK, W.C. Multivariate Data

Analysis with readings. 4a. ed. Englewood Cliffs, N. J.: Prentice Hall, 1995, 745p.

KLIR, George J.; HARMANEC, David.; Types and measures of uncertainty. In: KACPRZYK, Janusz; NURMI, Hannu; FEDRIZZI, Mario (ed.). Consensus under fuzziness. Norwell, Massachusetts: Kluwer Academic Publishers, p. 29-51, 1997.

KLIR, George J.; YUAN, Bo; Fuzzy sets and fuzzy logic: theory and applications. Upper Saddle River: Prentice-Hall, 1995. 574p.

(13)

MORAES, Odair Barbosa de. Método de análise de dados para avaliação de áreas

urbanas recuperadas – Uma abordagem utilizando a Lógica Fuzzy. 2008. 304p. Tese

(Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

MORAES, Odair Barbosa de; ABIKO, Alex. Kenya. Dweller perception using fuzzy logic for slum upgrading. Proceedings of the Institution of Civil Engineers. Municipal Engineer, v. 161, p. 151-161, 2008.

MORAES, Odair Barbosa de; ABIKO, Alex Kenya. Considerações sobre a utilização de medidas de incerteza em dados de percepção do morador. ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 11, 2006, Florianópolis. Anais.... Florianópolis: ANTAC, 2006, p. 1243-1252.

MORIN, Edgard. Reformar o pensamento: repensar a reforma, a cabeça bem feita. Lisboa: Instituto Piaget. 2002. 137p.

NAKAMURA, K. Applications of fuzzy logical thinking in Japan: current and future.

Proceedings of 1995 IEEE International Conference on Fuzzy Systems. IEEE, 1995, 3,

pp. 1077-1082.

ORNSTEIN, Sheila, ROMERO, Marcelo (colab.). Avaliação pós-ocupação (APO) do

ambiente construído. São Paulo: Studio Nobel: EDUSP, 1992, 223p.

PREISER, Wolfgang. The evolution of Post-Occupancy Evaluation: toward building performance and universal design evaluation. In: FFC. Learning from our Buildings: A

State-of-the-Practice Summary of Post-Occupancy Evaluation. Washington D.C:

National Academic Press, 2002, p. 9-22. Disponível em: <https://www.nap.edu/catalog/10288.html>. Acesso em: 25 nov. 2006.

RHEINGANTZ, Paulo Afonso. Lógica "fuzzy" e variáveis lingüísticas aplicadas na avaliação de desempenho de edifícios de escritório. Ambiente Construído, Porto Alegre, v.2 n.3, p. 41-56, 2002.

ROMÉRO, Marcelo de Andrade, ORNSTEIN, Sheila Walbe. Avaliação Pós-Ocupação:

métodos de técnicas aplicados à habitação social. Porto Alegre: ANTAC, 2003. 294p.

SALAT, Serge (ed.). The sustainable design handbook – China. France: CSTB, 2006. SANTOS, Luís Delfim; MARTINS, Isabel. A qualidade de vida urbana. O caso da cidade do Porto. Porto: Faculdade de Economia do Porto, Working Papers da FEP, 2002. Disponível em: <http://www.fep.up.pt>. Acesso em: 20 ago. 2003.

SIEGEL, Sidney. Estatística não-paramétrica para as ciências do comportamento. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil, 1977, 350p.

TRZESNIAK, Piotr. Indicadores quantitativos: reflexões que antecedem seu estabelecimento. Ci. Inf., Brasília: S.n., v. 27, n. 2, p. 159-164, maio/ago. 1998.

ZADEH, L, A.. Fuzzy Sets. Information and Control. New York: Academic Press: Elsevier, n. 8, p. 338-353, 1965.

Referências

Documentos relacionados

Em contrapartida, as correspondentes ao contingente de 65 anos ou mais, embora oscilem, são as mais elevadas, podendo superar os 4% ao ano entre 2025 e 2030 e, ao longo de todo

Desempenho dos modelos de Rs em escala de 1º decêndio para Iguatu-CE, avaliados pela Porcentagem, Erro Médio, Erro Padrão de Estimativa e Erro Percentual Médio.

O objetivo do trabalho foi entender o posicionamento dos agricultores familiares com relação ao fluxo de serviços ecossistêmicos viabilizados na produção a base de pasto em

conjuntos de medidas estruturais) no Município de Porto Alegre, vem aditar no VII Termo Aditivo a prorrogação de prazo por 30 dias consecutivos, a contar de 23 de junho de

segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para

Esta pesquisa visou avaliar a qualidade protéica de misturas feitas à base de farinha de trigo e concentrado protéico de folha de mandioca (CPFM), nos níveis de 5 e 10 % em relação

Receptor e televisor Define o Controlo de Áudio do Sistema para ligado • Liga (se estiver em modo de espera) • Muda para a entrada HDMI apropriada Televisor

__________ não prejudica o desenvolvimento e implementação dos cursos EaD, porque o acesso e conhecimento destas tecnologias utilizadas para facilitar o ensino e também o