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Preço do GNV dispara e afeta taxistas e motoristas de apps

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GÁS NATURAL

Câmara

vai discutir

mudanças no

IR, diz Lira

IMPOSTO DE RENDA

A Câmara dos Deputados

vai discutir a partir da próxima

semana a reforma tributária

sobre renda, que inclui a fusão

do PIS e Cofins e mudanças no

Imposto de Renda para

pes-soas físicas e jurídicas,

afir-mou ontem o presidente da

Casa, Arthur Lira (PP-AL). Lira

participou da 22ª edição da

CEO Conference Brasil, do

banco BTG Pactual, na manhã

desta terça-feira. Ele

comen-tou a reunião realizada na

tar-de tar-de segunda-feira passada

na casa do presidente do

Se-nado, Rodrigo Pacheco

(DEM-MG), em que, com a

participa-ção do ministro Paulo Guedes

(Economia), foi definido o

fa-tiamento da reforma

tributá-ria. "Vamos tocar a partir da

próxima semana, já com a

in-dicação de relatores, a

refor-ma da renda, com projetos de

lei", disse Lira. A opção se dá

pelo quórum menor para

aprovação do texto -maioria

simples, presente a maioria

absoluta dos deputados.

Se-gundo ele, serão discutidos a

CBS (fusão do PIS e Cofins), o

Imposto de Renda de pessoa

física e jurídica, dividendos, o

IPI seletivo, o passaporte

tri-butário, "ou com algum viés aí

para as micro e pequenas

em-presas também", afirmou.

Também será debatido o texto

da PEC (Proposta de Emenda

à Constituição),com a reforma

do consumo, onde será feita a

discussão de ICMS (imposto

estadual) e ISS (imposto

mu-nicipal).

PÁGINA 2

Preço do GNV dispara e afeta

taxistas e motoristas de apps

O preço do GNV (gás natural veicular) bateu recorde histórico no

país, afetando diretamente a vida de taxistas e motoristas de aplicativo

que usam o combustível. No Rio, principal mercado consumidor, o

au-mento de custos está levando motoristas a abandonar a praça,

segun-do o sindicato da categoria. Em um mês, o preço médio segun-do GNV subiu

17%, segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e

Biocombustíveis), como reflexo do reajuste de 39% no preço do gás

na-tural promovido pela Petrobras no dia primeiro de maio. Os dados da

agência mostram que o motorista brasileiro nunca pagou tão caro pelo

combustível, que na semana passada valia, em média, R$ 3,80 por

me-tro cúbico. É o segundo maior valor da série histórica da ANP, iniciada

em 2004, perdendo apenas para a semana anterior (R$ 3,83).

PÁGINA 2

Em depoimento à CPI da Covid ontem, a secretária de Gestão do

Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, fez

defesa ferrenha do uso da hidroxicloroquina, medicamento sem

efi-cácia comprovada para tratamento da Covid-19, e admitiu que a

pas-ta federal orientou médicos de todo o país para que adopas-tassem o

tra-tamento precoce. Conhecida como "capitã cloroquina", Mayra

tam-bém apresentou versões que conflitam com as apresentadas à

comis-são na semana passada pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello,

em particular sobre a crise em Manaus e a plataforma TrateCov.

Mayra, que é médica, prestou depoimento munida de um habeas

corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que lhe

ga-rantia o direito de ficar em silêncio sobre os fatos de dezembro do

ano passado e janeiro, quando houve o colapso do sistema de saúde

de Manaus, na segunda onda da pandemia.

PÁGINA 7

CPI DA COVID

PREVI

‘Capitã Cloroquina’ desmente

Pazuello sobre crise em Manaus

A Previ, bilionário fundo de pensão dos funcionários do Banco do

Brasil, anunciou ontem a renúncia de seu presidente, José Maurício

Pereira Coelho. A saída, no entanto, ocorrerá em 14 de junho. A

deci-são foi anunciada pouco menos de dois meses após a troca no

coman-do coman-do banco promovida pelo presidente Jair Bolsonaro, em

interfe-rência criticada pelo mercado que culminou com a renúncia de dois

membros do conselho de administração da instituição. Na Previ, a

avaliação é que José Maurício, como o executivo é conhecido, vinha

sendo pressionado a deixar o cargo para abrir vaga para acomodar

aliados do governo. Ele ficou três anos à frente da Previ e tinha ainda

um ano de mandato pela frente. A conturbada nomeação do atual

presidente do BB, Fausto Ribeiro, já havia provocado duas baixas na

cúpula do banco, com as renúncias de Carlos da Costa André e Mauro

Ribeiro Neto, que ocupavam, respectivamente, as vice-presidências

de Finanças e Relações com Investidores e Corporativa. O presidente

anterior, André Brandão, renunciou no dia 18 de março.

PÁGINA 5

Presidente do fundo de pensão do BB renuncia

Saúde vai

vacinar pessoal

de portos e de

aeroportos

CORONAVÍRUS PÁGINA 7

CCJ da Câmara

aceita proposta

de reforma

administrativa

FUNCIONALISMO PÁGINA 2 ABRASIL

ANO V • Edição simultânea: Rio de Janeiro e São Paulo • Quarta-feira, 26 de maio de 2021 • Nº 1076 • R$ 1,00

www.diariodoacionista.com.br Salário mínimo R$ 1.100,00 Ufir R$ 3,7053 Taxa Selic (05/05) 3,5% Poupança (26/5) 0,16% TR (prefixada) (29/8/2017) 0,0098 IGP-M 1,51% (abr.) IPCA 0,31% (abr.) CDI

0,22 até o dia 25/mai

OURO BM&F/grama R$ 323,50 EURO Comercial Compra: 6,5353 Venda: 6,5359 EURO turismo Compra: 6,6214 Venda: 6,8014 DÓLAR Ptax - BC Compra: 5,3137 5,3143 DÓLAR comercial Compra: 5,3365 Venda: 5,3371 DÓLAR turismo Compra: 5,3543 Venda: 5,5343 CIELO ON NM 4.09 +7.63 +0.29 COGNA ON ON NM 4.17 +6.65 +0.26 P.ACUCAR-CBDON NM 37.98 +5.47 +1.97 AZUL PN N2 42.01 +4.11 +1.66 YDUQS PART ON NM 31.47 +3.69 +1.12

BANCO INTER UNT N2 207.72 −6.97 −15.57 USIMINAS PNA N1 19.44 −3.09 −0.62 COSAN ON NM 21.87 −2.89 −0.65 SID NACIONALON 44.15 −2.39 −1.08 B3 ON EB NM 17.00 −2.58 −0.45 VALE ON NM 107.05 −2.49 −2.73 PETROBRAS PN N2 25.84 −2.08 −0.55 B3 ON EB NM 17.00 −2.58 −0.45 ITAUUNIBANCOPN EJ N1 29.00 −1.05 −0.31 MAGAZ LUIZA ON NM 20.02 +0.10 +0.02

Maiores Altas Maiores Baixas Mais Negociadas Fechamento %

Preço % Oscil. Preço % Oscil.

Bolsas no mundo

INDICADORES

Dow Jones 34.312,46 -0,24 NASDAQ Composite 13.657,173 -0,03 Euro STOXX 50 4.040,28 +0,11 CAC 40 6.390,27 -0,28 FTSE 100 7.029,79 -0,31 DAX 15.465,09 +0,18 Preço % Oscil.

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Economia

Bovespa cai e não

consegue alcançar

recorde histórico

WELLTON MÁXIMO/ABRASIL Em um dia de tensões no mercado internacional e do-méstico, o dólar fechou com pequena alta, depois de iniciar o dia em queda. A Bolsa de Va-lores de São Paulo (Bovespa) não conseguiu manter a alta de segunda-feira e caiu, sem con-seguir alcançar o recorde histó-rico registrado em janeiro.

O dólar comercial encerrou ontem vendido a R$ 5,337, com alta de R$ 0,012 (0,23%). A moeda chegou a cair para R$ 5,29 na mínima do dia, por volta das 9h30, mas passou a subir após a abertura dos ne-gócios nos Estados Unidos, até fechar próxima da máxima da sessão.

No mercado de ações, o dia também foi marcado pela

re-versão de expectativas. O índi-ce Ibovespa da B3 iniciou o dia em alta, mas reverteu o movi-mento ainda durante a manhã e encerrou o dia aos 122.988 pontos, com recuo de 0,84%.

Em todo o planeta, o mer-cado financeiro teve um dia de turbulências. A divulgação da inflação nos Estados Unidos, prevista para o fim desta se-mana, aumenta a volatilidade do mercado da maior econo-mia do planeta. Caso a infla-ção venha mais alta que o es-perado, aumentam as apostas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-america-no) elevará os juros básicos no primeiro semestre de 2022. Taxas mais altas em econo-mias avançadas pressionam o dólar e a bolsa em países emergentes, como o Brasil.

Quarta-feira, 26 de maio de 2021

GÁS NATURAL

Preço do GNV dispara e afeta

taxistas e motoristas de apps

NICOLA PAMPLONA/FOLHAPRESS

O

preço do GNV (gás

natural veicular) ba-teu recorde histórico no país, afetando diretamente a vida de taxistas e motoristas de aplicativo que usam o combustí-vel. No Rio, principal mercado consumidor, o aumento de cus-tos está levando motoristas a abandonar a praça, segundo o sindicato da categoria.

Em um mês, o preço médio do GNV subiu 17%, segundo pesqui-sa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), como reflexo do reajuste de 39% no preço do gás natural promovi-do pela Petrobras no dia primeiro de maio.

Os dados da agência mostram que o motorista brasileiro nunca pagou tão caro pelo combustível, que na semana passada valia, em média, R$ 3,80 por metro cúbico. É o segundo maior valor da série histórica da ANP, iniciada em 2004, perdendo apenas para a se-mana anterior (R$ 3,83).

A escalada vem motivando protestos entre os motoristas, que cobram do governo pro-messa de reduzir o preço do gás feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, logo no início do mandato do presidente Jair Bol-sonaro.

Guedes prometeu um "cho-que de energia barata" com a re-dução do papel da Petrobras no mercado de gás e a aprovação do novo marco regulatório do setor, mas dois anos depois, a estatal

ainda permanece a principal for-necedora do país.

O reajuste de 39% anunciado em abril reflete a recuperação das cotações internacionais do petró-leo após a queda do início da pandemia e tem forte impacto da desvalorização do real frente ao dólar, que afetou não só o valor cobrado pelo combustível mas também o custo de transporte em gasodutos.

O percentual foi classificado como "inadmissível" por Bolso-naro. O repasse aos consumido-res depende da legislação de ca-da estado. No Rio, por exemplo, é automático. Em São Paulo, deve ocorrer no dia 31 de maio, quan-do as tarifas das distribuiquan-doras de gás canalizado são reajustadas.

"Muitos colegas estão deixan-do os táxis paradeixan-dos e buscandeixan-do outra alternativa de trabalho por-que não conseguem mais ganhar o suficiente para sustentar suas famílias", diz o diretor de Comu-nicação do Sindicato dos Taxistas Autônomos do Município do Rio de Janeiro, Vagner Monteiro.

Segundo ele, para evitar des-perdício de combustível, os taxis-tas da cidade passaram a ficar mais tempo parados em pontos, ao invés de passar o dia circulan-do em busca de passageiros, pro-cedimento conhecido pela cate-goria como "rolé".

"Tivemos que mudar a manei-ra de tmanei-rabalhar", diz ele, que cal-cula uma perda de 40% no fatura-mento diário dos profissionais. "Aqui, o usuário está acostumado em pegar o táxi em qualquer

lu-gar, sem precisar ir a um ponto." Diante da forte competição com aplicativos de transporte, as tarifas de táxi no Rio estão congeladas há três anos. Mon-teiro diz não ver espaço para re-passe da alta de custos na situa-ção atual. "A concorrência não permite isso. Se tiver algum rea-juste agora, vai ser um problema muito maior."

Os motoristas de aplicativo, por sua vez, promoveram um protesto contra o aumento na se-mana passada, com carreata que terminou em frente à sede da Pe-trobras, no centro da cidade. Nos discursos, muitas críticas à estatal e ao governo.

"O custo do GNV inviabilizou o negócio", diz Denis Moura, di-retor-executivo da Associação dos Motoristas Particulares Autô-nomos do Rio. A situação é com-plicada pelos descontos ofereci-dos pelas empresas do setor para recuperar mercado perdido para a pandemia.

"Nos grupos (de aplicativos de mensagens), o que temos obser-vado é que vários motoristas es-tão buscando outra atividade", afirma ele. O transporte de passa-geiros por aplicativos tem sido desde a crise iniciada em 2014 uma das principais alternativas ao desemprego no país.

Em lados opostos no embate sobre o direito a prestar o serviço, taxistas e motoristas de aplicativo concordam que a perda de renda tem efeitos na qualidade do servi-ço, podendo ser um catalisador de acidentes nas cidades.

"Tem colegas trabalhando 14 horas, 15 horas por dia. Isso gera uma série de problemas em ca-deia", diz o taxista Monteiro. "Cai a qualidade do trabalho dos mo-toristas, cai a qualidade do carro, aumenta insegurança. O resulta-do é péssimo", diz Moura.

Os dois reclamam de falta de ação do governo federal para re-solver a questão. Criticam tam-bém as alíquotas do ICMS cobra-do pelos estacobra-dos sobre as vendas do combustível. "Não pode um produto que sai a pouco mais de R$ 1 da refinaria chegar na ponta a quase R$ 5", diz o representante dos motoristas.

Monteiro frisa que os taxistas não têm ascendência sobre o go-verno como os caminhoneiros, que vêm sendo alvos de pacotes de ajuda para enfrentar a escala-da do preço do diesel, que tam-bém está no maior patamar des-de o início da pesquisa da ANP.

A política de preços da Petro-bras para o gás natural acompa-nha a cotação do petróleo Brent, referência internacional negocia-da em Londres, e a taxa de câm-bio -que hoje torna os preços in-ternos mais caros do que em 2008, quando o petróleo bateu US$ 100 por barril.

A empresa está propondo às distribuidoras um novo contrato, indexado pela cotação do gás na-tural nos Estados Unidos, defen-dendo que é um modelo mais previsível. A avaliação do merca-do, porém, é que a mudança, por si só, não garante redução dos preços.

M

ERCADOS

Comissão aprova

admissão de reforma

CÂMARA DANIELLE BRANT/FOLHAPRESS A Proposta de Emenda à Constituição da reforma admi-nistrativa teve a admissibilidade aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câma-ra dos Deputados ontem. AgoCâma-ra, o texto terá o mérito analisado por uma comissão especial.

O relatório favorável à ad-missibilidade da PEC foi apro-vado por 39 votos a 26.

O parecer, elaborado pelo deputado Darci de Matos (PSD-SC), foi lido no dia 17, mas a oposição pediu vista. A proposta deveria ter sido

dis-cutida na última quinta-feira, mas a presidente da CCJ, Bia Kicis (PSL-DF), concordou em adiar o debate para segunda. Com isso, a votação ficou para esta terça.

Partidos de esquerda apre-sentaram um voto separado contra a admissibilidade da PEC, que não foi apreciado.

Na comissão especial, que será presidida pelo deputado Fernando Monteiro (PP-PE), a PEC deve ser relatada pelo de-putado Arthur Maia (DEM-BA). O colegiado terá até 40 sessões para propor mudanças ao mérito do texto.

Confiança sobe

3,7 pontos em maio

CONSUMIDOR VITOR ABDALA/ABRASIL O Índice de Confiança do Consumidor, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve alta de 3,7 pontos na passagem de abril para maio deste ano. Com essa, que foi sua segunda alta consecuti-va, o indicador chegou a 76,2 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos.

O consumidor brasileiro elevou sua confiança em rela-ção tanto ao presente quanto ao futuro. O Índice da Situação Atual cresceu 4,2 pontos e

che-gou a 68,7 pontos. Já o Índice de Expectativas subiu 3,2 pon-tos e atingiu 82,4 ponpon-tos.

“Houve ligeira melhora da percepção das famílias sobre o momento atual, que atingiu nível mínimo em março, e au-mento das perspectivas em re-lação aos próximos meses. Mas mesmo otimistas com re-lação a situação econômica do país nos próximos meses, a ex-pectativa das finanças pessoais não avança e o ímpeto para consumo continua muito bai-xo”, afirma a pesquisadora da FGV Viviane Seda Bittencourt.

Câmara vai discutir

mudanças no IR

IMPOSTO DE RENDA

DANIELLE BRANT/FOLHAPRESS A Câmara dos Deputados vai discutir a partir da próxima se-mana a reforma tributária sobre renda, que inclui a fusão do PIS e Cofins e mudanças no Impos-to de Renda para pessoas físicas e jurídicas, afirmou ontem o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Lira participou da 22ª edição da CEO Conference Brasil, do banco BTG Pactual, na manhã desta terça-feira. Ele comentou a reunião realizada na tarde de segunda-feira passada na casa do presidente do Senado, Ro-drigo Pacheco (DEM-MG), em que, com a participação do mi-nistro Paulo Guedes (Econo-mia), foi definido o fatiamento da reforma tributária.

"Vamos tocar a partir da próxima semana, já com a in-dicação de relatores, a reforma da renda, com projetos de lei", disse Lira. A opção se dá pelo quórum menor para aprova-ção do texto -maioria simples, presente a maioria absoluta dos deputados.

Segundo ele, serão discuti-dos a CBS (fusão do PIS e Co-fins), o Imposto de Renda de pessoa física e jurídica, dividen-dos, o IPI seletivo, o passaporte tributário, "ou com algum viés aí para as micro e pequenas em-presas também", afirmou.

Também será debatido o texto da PEC (Proposta de Emenda à Constituição),com a reforma do consumo, onde se-rá feita a discussão de ICMS (imposto estadual) e ISS

(im-posto municipal).

Lira afirmou que a mudança no Imposto de Renda depende de contas. "Você não pode au-mentar impostos na reforma tri-butária, claro, nós não temos essa visão. Não aceitamos. Mas também nós não podemos, nesse momento, abrir mão de arrecadação", ressaltou.

Ele disse que a discussão "passa por reduzir a carga tribu-tária das empresas e, lógico, ta-xar dividendos, que é uma coisa que acontece no mundo todo".

"Aí fica a escolha de saber se vai fortalecer a empresa ou se vai repassar alguma coisa para a pessoa física e aí pagar imposto como todo mundo", afirmou.

Lira confirmou a divisão anunciada por Pacheco na se-gunda-feira, de uma reforma fracionada em que a parte infra-constitucional ficaria com a Câ-mara e a PEC começaria a tra-mitar pelo Senado.

Mais tarde, no mesmo even-to, Pacheco afirmou que outra parte que será analisada pri-meiro pelos senadores é a cria-ção do Refis, programa de refi-nanciamento de dívidas tribu-tárias das empresas.

"Também (ficará com o Se-nado) um grande programa de regularização tributária, o novo Pert, Programa Especial de Re-gularização Tributária, ou o no-vo Refis, ou um passaporte tri-butário, como se queira cha-mar, baseado em parcelamen-to, ou baseado em transação tri-butária ou em ambos, que é o projeto que já tramita no Sena-do", disse.

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Quarta-feira, 26 de maio de 2021

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Economia

Presidente do fundo de

pensão do BB renuncia

JULIO WIZIACK E NICOLA PAMPLONA/FOLHAPRESS

A

Previ, bilionário fundo de pensão dos funcioná-rios do Banco do Brasil, anun-ciou ontem a renúncia de seu presidente, José Maurício Perei-ra Coelho. A saída, no entanto, ocorrerá em 14 de junho.

A decisão foi anunciada

pou-co menos de dois meses após a troca no comando do banco promovida pelo presidente Jair Bolsonaro, em interferência cri-ticada pelo mercado que culmi-nou com a renúncia de dois membros do conselho de admi-nistração da instituição.

Na Previ, a avaliação é que Jo-sé Maurício, como o executivo é conhecido, vinha sendo

pressio-nado a deixar o cargo para abrir vaga para acomodar aliados do governo. Ele ficou três anos à frente da Previ e tinha ainda um ano de mandato pela frente.

A conturbada nomeação do atual presidente do BB, Fausto Ribeiro, já havia provocado duas baixas na cúpula do banco, com as renúncias de Carlos da Costa André e Mauro Ribeiro

Neto, que ocupavam, respecti-vamente, as vice-presidências de Finanças e Relações com In-vestidores e Corporativa.

O presidente anterior, André Brandão, renunciou no dia 18 de março, sob pressão do gover-no após anunciar o fechamento de 112 agências do BB e um pro-grama de desligamento de 5 mil funcionários.

Logo ao assumir, Ribeiro ten-tou acalmar os críticos da inter-ferência do governo ao afirmar, em carta, ter o compromisso de oferecer retornos adequados aos acionistas. No texto, porém, frisou que atuará de forma ali-nhada às diretrizes do governo federal.

Na cúpula da Previ, há o te-mor de que a vaga de José Mau-rício seja usada para agraciar al-gum partido aliado do governo no Congresso. O estatuto da fundação, porém, impõe limites às nomeações: o presidente, por exemplo, precisa ser filiado ao fundo por dez anos, no mínimo.

Além disso, o regulamento garante aos pensionistas meta-de das vagas na diretoria e nos comitês internos de deliberação e auditoria. As regras de gover-nança ajudaram a fundação a passar com menos perdas pelo período de intervenção petista nos fundos de pensão.

No final de 2018, seis meses após sua chegada, José Maurício

conseguiu reverter o déficit do ano anterior. Nos anos seguin-tes, os resultados foram supera-vitários, especialmente no prin-cipal plano de aposentadoria, que conta com R$ 230 bilhões aplicados.

Houve ganhos mesmo du-rante a pandemia. Pelas proje-ções, este ano a Previ deve am-pliar o resultado positivo, fe-chando com superávit de R$ 20 bilhões, melhor desempe-n h o d e s d e 2 0 1 3 , q u a desempe-n d o o s fundos de pensão de estatais mergulharam em uma crise de má alocação de recursos que c u l m i n o u n o e n v o l v i m e n t o deles em operações da Polícia Federal.

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Quarta-feira, 26 de maio de 2021

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País/São Paulo

Homicídios caem, mas

latrocínios e estupros

crescem em abril

VIOLÊNCIA

ELAINE PATRICIA CRUZ/ABRASIL

Em abril, o estado de São Paulo registrou queda de 18,9% no número de homicí-dios dolosos (com intenção de matar), com 214 casos, 50 a menos que em abril do ano passado. Quanto ao número de vítimas desses homicídios, a queda foi de 16,9%, passan-do de 272 para 228.

Segundo a Secretaria de Se-gurança Pública, responsável pelos dados, ambos os núme-ros são os menores da série histórica, iniciada em 2001.

Por outro lado, dois outros indicadores criminais cresceram no mês de abril: la-trocínios e estupros. No caso dos latrocínios, ou roubo segui-do de morte, foram registradas 13 ocorrências em abril deste ano, uma a mais que em abril

do ano passado. Já as ocorrên-cias de estupro tiveram um grande crescimento: passaram de 661 registros em abril do ano passado para 915 este ano, au-mento de cerca de 38,43%.

OUTROS INDICADORES

O estado de São Paulo tam-bém registrou aumento nos indicadores de furtos em ge-ral, que passaram de 20.797 casos no ano passado para 32.479 neste ano, e no número de roubos em geral, que pas-sou de 14.468 para 16.772 ocorrências.

Quanto ao número de rou-bos a banco, nenhuma ocor-rência foi registrada em abril deste ano. Segundo a secreta-ria, foi a primeira vez, desde 2001, que nenhum boletim desse tipo foi registrado. Em abril do ano passado, uma ocorrência foi notificada.

CPI DA COVID

RENATO MACHADO E JULIA CHAIB/FOLHAPRESS

E

m depoimento à CPI da Covid ontem, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, fez defesa ferrenha do uso da hidroxicloro-quina, medicamento sem eficácia comprovada para tratamento da Covid-19, e admitiu que a pasta federal orientou médicos de todo o país para que adotassem o trata-mento precoce.

Conhecida como "capitã clo-roquina", Mayra também apre-sentou versões que conflitam com as apresentadas à comissão na semana passada pelo ex-mi-nistro da Saúde Eduardo Pazuel-lo, em particular sobre a crise em Manaus e a plataforma TrateCov.

Mayra, que é médica, prestou depoimento munida de um ha-beas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que lhe garantia o direito de ficar em silêncio sobre os fatos de dezem-bro do ano passado e janeiro, quando houve o colapso do siste-ma de saúde de Manaus, na se-gunda onda da pandemia. Ela, porém, respondeu a todas as per-guntas que foram feitas ao longo de quase oito horas.

Mayra é investigada em ação que corre em segredo na Justiça do Amazonas. Ela confirmou ter informado à Secretaria de Saúde do estado que era inadmissível não adotar a orientação da pasta sobre a utilização desses medica-mentos -ineficazes no enfrenta-mento da doença, segundo estu-dos.

A secretária foi questionada sobre o tema pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). O se-nador leu trecho de um ofício en-caminhado por ela ao Amazonas no qual estimulava a gestão mu-nicipal a usar as drogas orienta-das pelo Ministério da Saúde.

"Aproveitamos a oportunida-de para ressaltar a comprovação científica sobre o papel das medi-cações antivirais orientadas pelo Ministério da Saúde, tornando dessa forma inadmissível, diante da gravidade da situação de saúde em Manaus, a não adoção da re-ferida orientação", diz trecho do documento lido por Renan.

Mayra ainda afirmou à CPI que a "orientação para tratamento precoce é para todos os médicos brasileiros, não só para Manaus".

Ela defendeu a hidroxicloro-quina e disse que, como médica, mantém a orientação "de que a gente possa usar todos os recur-sos possíveis para salvar vidas". Por outro lado, afirmou que nun-ca recebeu ordens para propagar o medicamento. "Nunca recebi ordens, e a indicação desses me-dicamentos não é iniciativa mi-nha pessoal,"

Ela depois ainda disse que a cloroquina e outros medicamen-tos foram criminalizados. "A gen-te gen-teve um grande prejuízo à hu-manidade de pessoas que pode-riam não ter sido hospitalizadas e não terem ido a óbito se a gente não tivesse criminalizado duas medicações antigas, seguras e ba-ratas, que poderiam ter sido dis-ponibilizadas e prescritas pelo médico", disse.

Divulgado como solução para a pandemia pelo presidente Jair Bolsonaro, o chamado tratamen-to precoce, que inclui geralmente cloroquina, azitromicina e iver-mectina, não tem qualquer efeito, de acordo com as autoridades de saúde mais respeitadas no mun-do, os países que combateram com sucesso o vírus e a comuni-dade científica.

Na CPI, a defesa da cloroquina feita por Mayra foi rebatida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico.

"Não tem nenhum estudo que possa demonstrar que foi feita a primeira, segunda, terceira e quarta fases. Além disso, doutora, todos esses estudos têm que ser acompanhados do ponto de vista farmacológico, farmacodinâmico e farmacocinético, para saber co-mo a droga no organisco-mo do pa-ciente desenvolve sua ação. Hi-droxicloroquina não é antiviral em estudo sério nenhum no mundo", afirmou.

"Essa insistência de permane-cer no erro não é virtude, doutora, é defeito de personalidade. Não é da senhora, não, eu estou me re-ferindo até ao presidente da Re-pública", completou.

A senadora Eliziane Gama (Ci-dadania-MA) questionou poste-riormente se a secretária se inco-modava de ser chamada de "capi-tã cloroquina".

"Não acho o termo adequado, porque não sou uma oficial de carreira militar. Sou uma médica conceituada no meu estado. En-tão prefiro ser chamada de Mayra Pinheiro", respondeu.

Em seu depoimento, a secretá-ria também contradisse versões dadas por Pazuello, em especial sobre o colapso do sistema de saúde de Manaus. Apresentou, por exemplo, uma data diferente em que o Ministério da Saúde to-mou conhecimento de proble-mas de falta de oxigênio, que

re-sultou na morte de pessoas asfi-xiadas.

A secretária afirmou que o Mi-nistério da Saúde soube dos pro-blemas de escassez do insumo em Manaus por meio de um email da empresa White Martins, que havia sido repassado pelas autoridades locais para a pasta.

Ela negou que tenha sido in-formada do problema da falta de oxigênio no período em que este-ve atuando em Manaus, em mis-são do ministério -Mayra esteve no estado de 2 a 5 de janeiro.

"Não houve uma percepção que faltaria. De provas, é que nós tivemos uma comunicação por parte da secretaria estadual que transferiu para o ministro um email da White Martins dando conta de que haveria um proble-ma de abastecimento", afirmou.

"O ministro teve conhecimen-to do desabastecimenconhecimen-to de oxigê-nio em Manaus creio que no dia 8 (de janeiro), e ele me perguntou: 'Mayra, por que você não relatou nenhum problema de escassez de oxigênio?'. Porque não me foi in-formado", disse à CPI.

Em depoimento à comissão, Pazuello afirmou que foi informa-do informa-do problema apenas na noite do dia 10 de janeiro.

A CPI tem documentos que mostram, porém, que a White Martins enviou email à Secretaria de Saúde do Amazonas no dia 7 de janeiro no qual informou que não tinha quantidade suficiente de oxigênio para suprir a deman-da do estado. No mesmo email, a companhia apontou o nome de outro concorrente, Carboxi, que poderia ter a carga necessária, se-gundo mensagem a que o jornal Folha de S.Paulo teve acesso.

Outra contradição da secretá-ria diz respeito ao aplicativo Tra-tecov. Ela afirmou à CPI que a fer-ramenta foi alvo de uma extração de dados, e não um hackeamen-to, como havia informado

Pazuel-lo na semana passada.

Segundo Mayra, a constatação de que houve uma extração de dados foi o que levou o ministério a tirar a plataforma do ar, mas fri-sou que não houve alterações ne-le porque o sistema era seguro.

Já Pazuello disse que isso havia ocorrido em razão de um hackea-mento e que o aplicativo havia si-do manipulasi-do.

"Ele [o hacker] pegou esse diagnóstico, botou, alterou, com dados lá dentro, e colocou na rede pública. Quem colocou foi ele; tem todo o boletim de ocorrência. Eu vou disponibilizar para os se-nhores", disse Pazuello.

Nesta terça, Mayra disse que o laudo da perícia no aplicativo mostra não ter havido hackea-mento, mas que ele foi retirado do ar para que houvesse uma investi-gação.

"Ele não conseguiu hackear. Hackear é quando você usa a se-nha de alguém. Foi uma extração indevida de dados. O termo usa-do [por Pazuello] foi um termo de leigos", afirmou. "O que ele [a pes-soa que inspecionou o aplicativo] fez foram simulações indevidas, fora de contexto epidemiológico", disse Mayra.

Segundo a secretária, o Trate-Cov servia como uma plataforma para auxiliar médicos no diagnós-tico da Covid. De acordo com se-nadores, no entanto, o aplicativo também receitava cloroquina pa-ra crianças e adolescentes.

A fala sobre o Tratecov é uma das 11 contradições da secretária que foram apontadas pelo relator. Renan também indicou uma declaração em que Mayra disse que não era possível prever a quantidade de oxigênio que de-veria ser usado na crise em Ma-naus. Em outro momento do de-poimento, Mayra afirmou que era, sim, possível fazer o cálculo por meio do prognóstico de hos-pitalizações.

Saúde antecipa vacinação de

pessoal de portos e aeroportos

O Ministério da Saúde vai an-tecipar a vacinação contra a Co-vid-19 de trabalhadores portuá-rios e do transporte aéreo. A medida ocorre após os primei-ros registprimei-ros detectados no país da variante indiana do novo co-ronavírus.

Segundo a pasta, as doses para esse grupo começam a ser envia-das a partir desta terça-feira. A previsão é que 202 mil pessoas que trabalham nesses locais

se-jam vacinadas em todos os esta-dos e no Distrito Federal.

O total de pessoas no grupo, porém, é um pouco maior –227 mil pessoas–, o que indica que as doses devem ser enviadas em mais de uma etapa.

Nos últimos meses, a vacina-ção desses trabalhadores já estava prevista no plano contra a Covid, mas depois de outros grupos, co-mo membros das forças de segu-rança, trabalhadores de

transpor-te metroviário e caminhoneiros. Em nota, o ministério diz que a antecipação faz parte da estraté-gia para conter a circulação da doença "e proteger os brasileiros mais expostos ao vírus, principal-mente após a identificação de uma nova variante".

A pasta se refere a casos da va-riante B.1.617 do coronavírus, ho-je predominante na Índia e cujos primeiros registros no Brasil fo-ram confirmados na última

quin-CORONAVÍRUS

Número de acidentes

com motos cai 20%

PESQUISA

A implementação de medi-das de segurança como a área de parada de motocicletas nos semáforos que fica à frente dos demais veículos, conhecida co-mo Frente Segura, colaborou para diminuir em 20,53% o nú-mero de ocorrências com moto na capital paulista de 2017 a 2019, na comparação com os três anos anteriores ao da im-plementação. O dado foi apre-sentado ontem, no Painel de Se-gurança Viária (PSV) da Cidade de São Paulo, realizado pelo Instituto Cordial. 

Segundo o instituto, o PSV é uma iniciativa de articulação in-tersetorial que busca criar espa-ços de discussão e desenvolver estudos no campo da segurança viária baseada em evidências, articulando atores e organiza-ções para aprofundar o debate sobre as relações entre os sinis-tros de trânsito e as característi-cas do sistema viário das cida-des, contribuindo para a orienta-ção de políticas públicas e ações voltadas à mobilidade segura. 

“Esse percentual de redução corresponde um custo benefício 25 vezes maior do que os custos com cada acidente. Ou seja, é uma intervenção barata e efeti-va. Dados como esse ajudam a Frente Segura a entrar como uma ação mais recorrente nos trabalhos de recapeamento da

cidade", disse o diretor de opera-ções do Instituto Cordial, Luis Fernando Meyer.  As informa-ções podem servir ainda como modelo para que outras cidades implantem a Frente Segura co-mo medida para evitar acidentes no trânsito. Meyer destacou que é preciso ainda analisar as parti-cularidades de cada cidade no que diz respeito ao desenho das ruas, o comportamento dos con-dutores e o volume de tráfego de motocicletas.

"Com certeza para cidades que ainda não têm análises, po-dem usar esse tipo de resultado como indício muito forte de que é uma medida boa e mesmo as-sim é importante que se analise os impactos das intervenções feitas", ressaltou. 

PANDEMIA 

Apesar de as análises ainda não envolverem dados do perío-do perío-do isolamento social, aperío-dota- adota-do para conter a pandemia de covid-19, que teve como conse-quência menos circulação de veículos nas ruas, os analistas apontam para uma tendência nacional de aumento de aciden-tes e mortalidade no trânsito, principalmente em função do aumento da velocidade nas vias e das mudanças na opção de transporte a ser utilizado para a locomoção.

Isolamento social

segue estável em SP

CORONAVÍRUS

O índice de isolamento social permanece em estabilidade, apesar do aumento gradativo da taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Inten-siva) para pacientes com Covid-19 no estado de São Paulo, de acordo com dados do governo paulista.

Nas últimas três semanas, o isolamento permaneceu entre 40% e 41% nos dias úteis, com exceção de sexta-feira (7), quando chegou a 39%. Aos fi-nais de semana, as mudanças também foram pequenas: nos últimos três domingos, ficou entre 46% e 48%, e nos sábados, entre 42% e 43%.

Na segunda-feira passada, a média foi de 41%, um ponto per-centual a mais do que o registra-do na segunda passada (17) e na anterior (10), com 40%. Três se-manas atrás (3), o valor se man-teve em 40%.

Os hospitais, porém, inter-nam mais pacientes diaria-mente. Nesta terça-feira (25), o

estado tem 80,5% dos leitos de UTI ocupados, valor superior ao registrado na terça passada (18), quando o nível estava em 78,5%. Duas semanas atrás (11), era de 78,4%.

A Grande São Paulo tem lo-tação de 77,3%, um leve au-mento em relação à semana passada, quando era de 76,8%, e a anterior, quando o valor chegou em 76,5%.

O estado ultrapassou 3,2 mi-lhões de casos confirmados de Covid-19 nesta terça. Até agora, são 108.575 mortes pela doença, com taxa de letalidade em 3,4%.

O trânsito na capital também não mudou de forma significati-va, mantendo cerca de 6,2 mi-lhões de carros nas ruas nas últi-mas três segundas-feiras, se-gundo dados da CET (Compa-nhia de Engenharia de Tráfego). A média foi de 58 km de lenti-dão nesta segunda, enquanto na semana passada 55 km e na an-terior, 56 km de congestiona-mento.

OUTONO: Nuvens durante o dia.

À noite o céu fica nublado e pode chuviscar.

Manhã Tarde Noite

06:38 17:28

10º

25º

5%

MÔNICA BERGAMO/FOLHAPRESS

O senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid-19, e a equipe técnica que o acompanha na comissão apontaram ao menos 11 contradições da secretária de Gestão do Trabalho e da Educa-ção do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, a "capitã cloroquina", no depoimento que ela deu ontem.

Eles fizeram uma tabela em que desmentem afirmações feitas pela médica.

Entre as contradições apontadas estão, por exemplo, falas relacionadas ao chamado "trata-mento precoce" contra a Covid-19 -uso de medica-mentos comprovadamente ineficazes contra o no-vo coronavírus.

Em seu testemunho, Pinheiro afirmou que a prática é utilizada por médicos de todo o mundo, que oferecem o tratamento assim que o paciente recebe o diagnóstico positivo.

"Não há qualquer dado a esse respeito, sobretu-do após a recomendação da OMS [Organização Mundial da Saúde] em sentido contrário ao uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina", aponta o documento elaborado por Calheiros e a equipe técnica.

Os senadores da CPI afirmam que Mayra se notabilizou como defensora de um "tratamento precoce" , como a hidroxicloroquina -daí o

ape-lido "capitã cloroquina".

Sobre o isolamento social, a médica afirmou que a prática causou mais pânico na cidade de Manaus (AM), atrapalhou a evolução natural da doença e impediu o efeito rebanho de imunização. "[Ela] contradisse sua declaração ao ser per-guntada se teria conhecimento, recebido estudo técnico ou análise dessa tese e de seu impacto so-bre a saúde pública, afirmando que não rece-beu", contrapõe a tabela. "Também afirmou que tal tese nunca foi cogitada pelo Ministério da Saúde e que desconhece qualquer médico que de-fendesse igual teoria."

Sobre a crise de oxigênio na capital amazonen-se, ela afirmou à comissão que seria impossível pre-ver a quantidade de oxigênio a ser usada e a conse-quente falta do fornecimento. O documento rebate: "[A fala da médica cai em] contradição com o que afirmou ao Ministério Público Federal: 'É possível realizar esse cálculo a partir do prognóstico de hos-pitalizações, pois se estima a quantidade de insu-mo a partir do número de internados'."

O documento elaborado pela equipe técnica ainda destaca que a cloroquina, recomendada por Mayra Pinheiro, não tem recomendação de uso pela Conitec, comissão que analisa a inclusão de medicamentos e protocolos de tratamentos no SUS, por não haver evidência de benefício no com-bate à infecção pelo novo coronavírus..

Renan aponta contradições de Mayra Pinheiro à CPI

Capitã Cloroquina desmente

Pazuello sobre crise no AM

ta-feira. Na ocasião, a Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão disse ter detectado a variante em seis amostras coletadas em tripu-lantes do navio MV Shandong da ZHI, com bandeira de Hong Kong, ancorado em alto-mar na costa de São Luís.

Desde então, outros estados têm redobrado o monitoramento em busca de possíveis casos sus-peitos. Segundo o ministério, a vacina destinada a esses trabalha-dores é a da AstraZeneca/Oxford, produzida pela Fiocruz. Ao todo, serão distribuídos lotes para a pri-meira dose de 100% dos funcio-nários portuários e 78% dos aero-portuários. A pasta não informou como será feita a divisão das do-ses nem quando deve ocorrer a nova remessa.

(8)

Polícia impõe sigilo de 5

anos a informações sobre

operação no Jacarezinho

28 MORTOS

A Polícia Civil do Rio de Ja-neiro impôs um sigilo de cinco anos a informações sobre a ope-ração que deixou 28 mortos na comunidade do Jacarezinho no dia 6 de maio, a mais letal da história do estado. Com isso, apenas o Ministério Público te-rá acesso aos dados. Criticada por várias entidades, a classifi-cação como "reservado" vale para diversos documentos, in-cluindo a justificativa para a ação enviada à Promotoria na-quele dia, o relatório final da operação que descreve o que ocorreu e até os custos e os no-mes dos policiais envolvidos.

Na última sexta-feira, a for-ça-tarefa criada pelo Ministério Público pediu que a polícia en-viasse uma série de arquivos e imagens aéreas da ação em um prazo de dez dias, incluindo laudos de necropsia e fotos dos ferimentos nos corpos produ-zidos pelo IML (Instituto Médi-co Legal).

O sigilo desses dados foi in-formado pela própria Polícia Ci-vil depois que veículos de im-prensa solicitaram documentos via LAI (Lei de Acesso à Infor-mação). A medida foi determi-nada pelo delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Pla-nejamento e Integração Opera-cional da corporação. Entre os motivos para a classificação, Oliveira cita que a divulgação pode "comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de in-frações", segundo o UOL.

Esse é um dos argumentos que constam no decreto esta-dual que regulamenta a LAI no Rio de Janeiro, que também elenca "prejudicar ou causar ris-co a planos ou operações estra-tégicos dos órgãos de segurança do estado" como justificativa pa-ra a imposição de sigilo a docu-mentos estaduais. Tanto a lei fe-deral quanto o decreto determi-nam que "as informações sobre condutas que impliquem viola-ção dos direitos humanos prati-cadas por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de

clas-sificação em qualquer grau de sigilo nem ter seu acesso nega-do". Sobre isso, a polícia afirmou que "falar em violação aos direi-tos humanos antes da conclu-são das investigações é precipi-tado e busca politizar a discus-são" e que "os órgãos responsá-veis pela investigação têm am-plo acesso a todas as informa-ções, sem qualquer sigilo". Vá-rias organizações da sociedade civil, porém, veem tentativa de ocultar dados. A ONG Human Rights Watch publicou nota res-saltando que no caso do Jacare-zinho "há evidências de execu-ções extrajudiciais, abusos con-tra pessoas detidas e destruição de provas mediante a remoção de corpos do lugar dos tiroteios". "Existe um claro conflito de interesse quando a Polícia Civil, que investiga se os próprios agentes violaram a lei, agora de-cide decretar sigilo de informa-ções sobre a operação com o ar-gumento de que a sua publica-ção pode comprometer a inves-tigação ou atividades de inteli-gência", afirma.

A entidade lembra ainda que, no dia da operação, mes-mo antes das apurações, a cor-poração declarou que não hou-ve nenhum abuso: "É difícil acreditar que a motivação para decretar o sigilo seja verdadei-ramente proteger uma investi-gação cuja conclusão eles já an-teciparam". Por fim, sugere que o sigilo seja revisto por autori-dade independente.

A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) também divulgou comunicado dizendo que está estudando medidas jurídicas para derrubar a classificação. A organização já havia entrado com uma notícia-crime no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra o governador Cláudio Castro (PSC) após o massacre.

"A operação no Jacarezinho foi a mais letal na história do es-tado e está sob investigação, agora prejudicada pelo sigilo decretado pelo seu maior res-ponsável, o governo estadual. Está claro que o objetivo de tor-nar sigilosas as informações é impedir uma investigação isen-ta", escreve.

EUA

Americanos lembram um ano

da morte de George Floyd

E

xatamente um ano após George Floyd ser morto por um policial em Min-neapolis, sua família foi até a Casa Branca ontem para con-versar com o presidente Joe Bi-den sobre racismo e pedir uma reforma no sistema policial.

Atos foram marcados em di-versas cidades americanas para homenagear Floyd, que em 26 de maio do ano passado foi mor-to sufocado por um policial branco que ajoelhou em seu pescoço por quase 10 minutos -o cas-o fez ecl-odir uma -onda de protestos antirracistas nos EUA.

O encontro com Biden foi fe-chado para os jornalistas, mas na saída seu irmão deixou claro que a prioridade da família é lutar pa-ra que cenas de violência policial contra negros não se repitam.

"Se vocês podem fazer leis fe-derais para proteger a ave (na-cional), que é a águia, vocês po-dem fazer leis federais para pro-teger pessoas negras", afirmou Philonise Floyd depois da reu-nião com Biden e com a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris -a primeira pessoa negra a ocupar o posto na história.

Na sequência, os familiares repetiram um dos lemas co-muns nos protestos contra o ra-cismo e, com os punhos levanta-dos ainda no jardim da Casa Branca, gritaram: "Digam seu

nome nome! George Floyd!". Quem liderou a homenagem foi Gianna, 7, filha de George, ao la-do de seus tios e primos.

Mais cedo, a família Floyd já tinha visitado o Congresso ame-ricano, onde se reuniu com a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e com outros deputados democratas. Nos dois encon-tros, Philonise cobrou apoio à chamada Lei George Floyd de Justiça no Policiamento, a prin-cipal iniciativa federal na área.

Em março, a Câmara dos Re-presentantes dos EUA aprovou a nova legislação, que proíbe táti-cas policiais controversas, como o estrangulamento, e facilita o caminho para ações judiciais contra agentes que violarem di-reitos de suspeitos. Mas a medi-da parou no Senado, onde pre-cisa de 60 dos 100 votos da Casa para ser efetivada.

Os senadores estão divididos hoje entre 50 votos para os de-mocratas e 50 para os republica-nos -com desempate nas mãos da vice-presidente Kamala Har-ris-, e analistas são céticos quanto ao apoio de ao menos dez republicanos a um projeto como este. A oposição critica, especialmente, o ponto que fa-cilita a abertura de processos contra policiais.

Biden chegou a anunciar que esperava que a lei fosse

aprova-da nas duas Casas até esta terça, mas desistiu da ideia dada a len-tidão das negociações. Em co-municado divulgado após o en-contro com a família de Floyd, ele cobrou a aprovação da lei.

"A batalha pela alma da Amé-rica tem sido uma constante dis-puta entre o ideal americano de que todos somos criados iguais e a dura realidade de que o ra-cismo há muito nos separa. Nos nossos melhores momentos, o ideal americano vence. É isso que deve acontecer de novo", disse o presidente.

Apesar das grandes manifes-tações que tomaram os EUA contra a violência policial após a morte de Floyd, poucas propos-tas de mudança de fato saíram do papel até o momento no país. O ex-presidente Barack Obama, o primeiro negro a ocupar a Ca-sa Branca, disse que mesmo as-sim vê com esperança o atual momento e que mais pessoas hoje percebem o racismo do que há um ano.

Em Minneapolis, a Câmara Municipal chegou a prometer no ano passado desmantelar o Departamento de Polícia e re-construir o sistema de seguran-ça com a ajuda da comunidade, mas a proposta acabou naufra-gando.

O prefeito Jacob Frey, do Par-tido Democrata, é contrário à

ideia, e vereadores, que antes defendiam a ideia, recuaram diante da pressão de moradores. Às 13h do horário local (15h no horário de Brasília), Frey e outras lideranças locais partici-param de um ato em um parque na cidade na cidade, na qual os participantes ficaram em silên-cio por 9 minutos e 29 segundos -foi exatamente esse o tempo que o policial Derek Chauvin fi-cou ajoelhado sobre Floyd. No final de abril, o ex-agente foi considerado culpado pelo as-sassinato e condenado em três categorias de homicídio. A pe-na, que ainda não foi anunciada, pode chegar a 40 anos de prisão. No cruzamento onde George foi morto, que foi transformado em um memorial em sua home-nagem, manifestantes ajoelha-ram e também ficaajoelha-ram em silên-cio por quase 10 minutos. De manhã, um carro passou atiran-do nas proximidades atiran-do local, deixando os manifestantes apreensivos. Apesar da correria, porém, apenas uma pessoa ficou ferida sem gravidade pelos tiros.

A homenagem a Floyd tam-bém foi feita em Nova York, com a participação do prefeito, o de-mocrata Bill De Blasio. Cidades como Los Angeles, Houston e Portland também tiveram mani-festações em homenagem a Floyd nesta terça.

Militares detêm líderes do governo de transição

Menos de um ano após o gol-pe que depôs o presidente do Mali, oficiais militares detive-ram na segunda-feira passada os três principais nomes do go-verno, aprofundando a instabili-dade política que atinge o país situado na África Ocidental.

O presidente interino Bah Ndaw, o primeiro-ministro Moctar Ouane e o ministro da Defesa Souleymane Doucoure foram levados a uma base mili-tar em Kati, próxima à capital, Bamaco.

As detenções se seguiram a uma remodelação do governo que excluiu de seus ministérios dois oficiais que participaram ati-vamente do golpe em agosto do ano passado, o que teria provoca-do a insatisfação provoca-dos militares.

De acordo com o vice-presi-dente interino, coronel Assimi Goita, Ndaw e Ouane foram des-tituídos de seus cargos por não o terem consultado sobre as mu-danças no governo, o que teria violado os termos da carta de transição.

Goita, que liderou o golpe que levou à queda do presidente Ibrahim Boubacar Keita no ano passado e é agora o presidente em exercício, disse que os últi-mos acontecimentos não alte-ram o planejamento das elei-ções previstas para o próximo ano. O coronel disse que "se viu obrigado a agir para defender a república".

O cenário político no Mali, entretanto, é visto com descon-fiança pela comunidade inter-nacional. A ONU (Organização

das Nações Unidas), a União Eu-ropeia, a União Africana, a Co-munidade de Estados da África Ocidental, os Estados Unidos e outros países europeus divulga-ram um comunicado conjunto em que pedem a libertação ime-diata das autoridades detidas e condenam "energicamente a tentativa de golpe".

Lideranças da Cedeao disse-ram que estavam a caminho de Bamako nesta terça para acom-panhar as próximas etapas da política malinês.

MALI

OUTONO: Nuvens durante o dia. À noite o céu

fica com muitas nuvens, mas não chove. Manhã Tarde Noite

28º

13º

5%

06:24 17:16

8

Rio de Janeiro/Mundo

Referências

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