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IMPACTO DE DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS EM PARÂMETROS BIOQUÍMICOS DE RATOS WISTAR

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IMPACTO DE DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS EM PARÂMETROS

BIOQUÍMICOS DE RATOS WISTAR

Bruna Larissa Santo1 Priscila Silva Figueiredo2 Camila Corage Da Silva3 Wander Fernando De Oliveira Filiú4 Adriana Guercio Conceiçon5 Elisvânia Freitas Dos Santos6 Rita de Cássia Avellaneda Guimarães7

RESUMO: O objetivo do estudo foi avaliar o efeito de diferentes fontes de óleos no consumo de dieta, ganho de peso e exames bioquímicos de ratos Wistar. Foram utilizados 32 ratos machos da linhagem Wistar recém-desmamados (± 60g). Os animais foram divididos em 5 grupos de acordo com o óleo consumido: óleo de soja (GOS); óleo de macadâmia (GOM); óleo de cártamo (GOC); óleo de gergelim (GOG); e óleo de chia (GOCH). A dieta utilizada foi AIN-93G modificada somente na fonte lipídica, por 25 dias. As dosagens bioquímicas foram realizadas em aparelho automatizado Cobas® 6000 (Roche Diagnostics). Os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA/teste Tukey (p<0,05*). Os animais do grupo GOC apresentaram maior consumo de dieta e menor ganho de peso (p<0,05).Os níveis de colesterol total e HDL-c foram inferiores no grupo GOC. Os grupos GOS, GOC e GOCH apresentaram valores inferiores de colesterol total, triglicerídeos e glicose. A enzima AST foi menor nos grupos GOC, GOG e GOCH. Óleo de cártamo mostrou-se efetivo para um menor ganho de peso sem restrição alimentar. A predominância de ácidos graxos insaturados atuou positivamente em importantes parâmetros bioquímicos como colesterol total, triglicerídeos e glicose.

Palavras-chave: Óleos, Lipídeos séricos, Ganho de peso.

ABSTRACT: The objective was to evaluate the effect of different sources of oils in the diet intake, weight gain and biochemical tests of Wistar rats. 32 male rats of the Wistar weanling (± 60g) were used. The animals were divided into 5 groups according to the oil consumed: soybean oil (GOS); Macadamia oil (GOM); safflower oil (GOC); sesame oil (GOG); and chia oil (GOCH). The diet was AIN-93G modified only in the lipid source, for 25 days. Biochemical measurements were performed in automated apparatus Cobas® 6000 (Roche Diagnostics). Data were subjected to analysis of variance ANOVA / Tukey test (p <0.05 *). The beasts of the GOC group had higher dietary consumption and less weight gain (p <0.05). The total cholesterol and HDL-C were lower in the GOC group. The GOS, GOC, and GOCH groups had lower cholesterol, triglyceride and glucose levels. The enzyme AST was lower in GOC, GOG and GOCH groups. Safflower oil was effective for a smaller gain without food restriction weight. The predominance of unsaturated fatty acids acted positively on important biochemical parameters such as total cholesterol, triglycerides and glucose.

Key words: Oils, Serics Lipids, Weight gain.

1 UFMT 2 UFMT 3 UFMT 4 UFMT 5 UFMT 6 UFMT 7 UFMT

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1. INTRODUÇÃO

Lipídios encontrados na dieta possuem diversas funções importantes, incluindo fonte de energia (calorias); veículo de vitaminas lipossolúveis; fonte de ácidos graxos essenciais e precursores de eicosanoides (prostanoides e leucotrienos). No ciclo endógeno, dois tipos de lipoproteínas possuem papel fundamental na oferta energética do metabolismo lipídico: os quilomícrons e as lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) (BERG; TYMOCZO; STRYER, 2012).

O principal papel dos quilomícrons e das VLDL consiste no transporte de triglicerídeos endógenos e exógenos, respectivamente. As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são as principais responsáveis pelo transporte de colesterol oriundo do fígado para os tecidos periféricos, enquanto que as lipoproteínas de alta densidade (HDL) removem o colesterol dos tecidos periféricos e de outras lipoproteínas, encaminhando-o para o fígado, conhecido como transporte reverso do colesterol (LOTTENBERG; BUONACORSO, 2009).

A base estrutural dos lipídios são os ácidos graxos, os quais, embora possam se apresentar livres, comumente encontram-se esterificados sob a forma de triglicerídeos, colesterol e fosfolipídios (SILVA; MURA, 2012). Conforme o tipo e a característica do graxo que possa ser ingerido na dieta, pode haver influência no ganho de peso e composição corporal (SUMMERS et al., 2000; LAWTON et al., 2000; GARAULET et al., 2001).

Em geral, os ácidos graxos saturados tendem a elevar o colesterol sanguíneo em todas as frações de lipoproteínas. Entretanto, o consumo de alimentos fontes de ácidos graxos polinsaturados, associa-se ao menor risco de desenvolvimento de várias doenças, como aterosclerose e as cardiovasculares (CURI et al., 2002).

O consumo de ácidos graxos é realizado de modo geral principalmente através de fontes lipídicas, como óleos vegetais. O óleo de soja, por exemplo, é amplamente utilizado e apresenta ácidos graxos poli-insaturados, em torno de 38,72% de ácido linoleico (C18:2) (MISSÃO, 2006). Outro óleo rico em ácidos graxos poli-insaturados é oriundo da chia, cuja composição se destaca pela presença de ácidos alfa-linolênico e linoleico, associados à prevenção de doenças cardiovasculares (IXTAINA et al., 2011; AYERZA, 1995). Além do óleo de cártamo, o

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qual possui ácidos graxos saturados e polinsaturados (linoleico) (YEILAGHI et al., 2012).

Ácidos graxos monoinsaturados também têm apresentado benefícios cardiovasculares, através de redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol. Alguns exemplos de fontes são os óleos de macadâmia e de gergelim, que possuem alto teor de ácidos oleicos (BOROMPICHAICHARTKUL et al., 2009; CARVALHO et al., 2012).

Mediante o exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de cinco óleos vegetais – soja, chia, cártamo, macadâmia e gergelim - no consumo da dieta, ganho de peso e parâmetros bioquímicos de ratos Wistar.

2. METODOLOGIA

2.1 - Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA)

A pesquisa foi conduzida seguindo os critérios estabelecidos pela Lei número 11.794 de 8 de outubro de 2008, e pela Diretriz Brasileira para Cuidado e a Utilização de Animais para Fins Científicos e Didáticos de 2013 do Conselho de Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA). Para tanto, o projeto foi submetido à análise pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) com o parecer nº 763/2016.

2.2 - Experimento animal

Ratos machos da linhagem Wistar recém-desmamados com peso aproximado de 60g, no total de 32 animais, foram utilizados no presente estudo.

Os animais foram alojados em gaiolas coletivas, três animais por gaiola, e mantidos sob condições de ciclo de luz controlado (12/12h) e temperatura de 24 ± 1ºC. O consumo de água e dieta foi sob o sistema de livre acesso, ad libitum.

Os animais receberam dietas formuladas a partir da AIN-93G (REEVES; NIELSEN; FAHEY, 1993)modificada somente a fonte lipídica por 25 dias, como descrito na Tabela 1.

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Tabela1.Composição das dietas fornecidas aos animais durante o experimento.

Ingredientes (g/kg dieta) OS OM OC OG OCH

Amido de milho 421,9 421,9 421,9 421,9 421,9 Caseína ** 184,8 184,8 184,8 184,8 184,8 Sacarose 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Maltodextrina 132,0 132,0 132,0 132,0 132,0 Óleo de soja ** 64,4 0,0 0,0 0,0 0,0 Óleo de macadâmia** 0,0 64,4 0,0 0,0 0,0 Óleo de cártamo** 0,0 0,0 64,4 0,0 0,0 Óleo de gergelim ** 0,0 0,0 0,0 64,4 0,0 Óleo de chia ** 0,0 0,0 0,0 0,0 64,4 Celulose 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 Mix mineral ** 31,4 31,4 31,4 31,4 31,4 Mix vitamínico 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 L-cistina 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 Bitartarato de colina 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 Tertbutilhidroquinona 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Total (g) 1000,0 1000,0 1000,0 1000,0 1000,0 * As dietas foram preparadas de acordo com a formulação do American Institute of Nutrition (AIN-93G) com modificação na fonte do óleo. ** Foram calculados considerando a composição da caseína: proteínas 92%, cinzas 2%, lipídios 3%. OS: óleo de soja; OM: óleo de macadâmia; OC: óleo de cártamo; OG: óleo de gergelim; OCH: óleo de chia.

Para o experimento com as dietas, os ratos foram distribuídos de acordo como seguinte delineamento:

Grupo GOS (n=7): Grupo dieta óleo de soja;

Grupo GOM (n=6): Grupo dieta óleo de macadâmia; Grupo GOC (n=6): Grupo dieta óleo de cártamo; Grupo GOG (n=6): Grupo dieta óleo de gergelim; Grupo GOCH (n=7): Grupo dieta óleo de chia.

Realizou-se controle de peso, consumo alimentar e eficiência alimentar dos animais. O peso e consumo de ração foram monitorados 3 vezes/semana. A partir desses dados, calculou-se a eficiência alimentar de acordo com a seguinte equação: EA (%)= média de ganho de peso corporal x 100/ingestão de energia.

Ao final do experimento, os animais foram submetidos à eutanásia com dose letal dexilazina (15mg/kg) e ketamina (75mg/kg).

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2.3 - Análises bioquímicas

A coleta de sangue de todos os animais foi realizada ao final do experimento via punção cardíaca para análises bioquímicas. As dosagens bioquímicas de colesterol total, HDL-colesterol, VLDL-colesterol, triglicerídeos, glicose, aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotranferase (ALT) foram realizadas em aparelho automatizado Cobas® 6000 Analyzer Series da marca Roche Diagnostics

(USA) no Laboratório de Bioquímica da UFMS de acordo com as recomendações do fabricante.

2.4 - Análise estatística

Os dados foram analisados através do software Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS), versão 22.0. Todos os dados apresentaram distribuição

normal e foram submetidos à análise de variância (ANOVA), seguido do teste

post-hoc de Tukey (Tukey’s Multiple Comparison Test) p <0,05. Os resultados foram

expressos como média ± Desvio Padrão (M ± DP).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A ingestão alimentar e o ganho de peso dos animais do grupo GOC apresentaram diferença estatística (p<0,05) quando comparados aos demais grupos (Tabela 2), representando maior ingestão alimentar e menor ganho de peso. Em estudo realizado por Campanella et al. (2014), também constatou-se menor ganho de peso em ratos machos Wistar que receberam dieta normolipídica adicionada de óleo de cártamo. A menor média de peso corporal também foi encontrada no estudo de Zhang et al. (2010) em que dieta normolipídica suplementada com óleo de cártamo foi utilizada.

Os resultados do presente estudo encontrados para menor ganho de peso corporal podem vir de encontro ao proposto por Jucker et al. (1999) e Hsu et al. (2006), onde a suplementação do óleo de cártamo na dieta de ratos contribuiu ao menor depósito de gordura corporal, levando à redução da lipogênese devido à diminuição do estímulo da liberação da insulina. Esse tipo de suplementação demonstrou aumento da termogênese provocada pela dieta em outros estudos

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(SHIMOMURA et al., 1990). A termogênese induzida pela dieta é modulada por vários fatores (administração, período de consumo, interação de macronutrientes, conteúdo calórico, composição da dieta), dificultando a verdadeira influência do macro nutriente em questão, o lipídio (HERMSDORFF, 2007).

A eficiência alimentar do grupo que recebeu dieta com óleo de cártamo apresentou-se menor em comparação aos demais óleos, ou seja, os ratos deste grupo consumiram maior quantidade de dieta e ganharam menos peso corporal, conforme Tabela 2.

Tabela 2. Valores médios ± Desvio Padrão (DP) de ganho de peso, ingestão e eficiência

alimentar dos grupos experimentais por 25 dias.

Grupos Ganho de peso (g) Ingestão alimentar (g) Eficiência alimentar GOS 151,42 ± 11,41a 13,25 ± 0,45b 290,46

GOM 129,33 ± 11,70a 11,33 ± 0,50b 290,12

GOC 94,33 ± 22,80b 22,35 ± 0,75a 107,27

GOG 153,14 ± 16,76a 14,47 ± 2,42b 268,99

GOCH 154,33 ± 14,74a 13,77 ± 1,55b 284,29

*Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística entre os grupos (p<0,05). GOS: Grupo dieta óleo de soja; GOM: Grupo dieta óleo de macadâmia; GOC: Grupo dieta óleo de cártamo; GOG: Grupo dieta óleo de gergelim; GOCH: Grupo dieta óleo de chia.

Em relação aos parâmetros bioquímicos, os resultados observados para colesterol total foram inferiores no grupo GOC. O mesmo não diferiu estaticamente em comparação aos grupos GOS e GOCH (Tabela 3). Estes valores encontram-se de acordo com os parâmetros encontrados de colesterol total (67,4 ± 8,72mg/dL) para ratos machos Wistar provenientes do biotério central da Universidade Federal de Sergipe (MELO et al., 2012), podendo-se inferir que estes óleos não apresentaram nenhum efeito ou alteração significativos nos parâmetros séricos de colesterol total neste estudo.

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Tabela 3. Valores médios ± Desvio Padrão (DP) para os parâmetros sanguíneos dos grupos

experimentais por 25 dias.

Parâmetros GOS GOM GOC GOG GOCH p-valor Colesterol total (mg/dL) 64,0 ± 10,2ab 68,7 ± 8,8a 53,0 ±9,4b 73,8 ± 5,1a 61,4 ± 10,2ab 0,004 HDL-c (mg/dL) 51,4 ± 7,1a 55,4 ± 5,9a 38,4 ± 5,9b 60,7 ± 5,6a 52,1 ± 7,9a < 0,001 VLDL-c (mg/dL) 15,6 ± 2,1b 24,2 ± 5,8ab 21,6 ± 9,8ab 29,9 ± 2,9a 17,3 ± 2,3b 0,001 TG** (mg/dL) 81,6 ± 13,3b 121,0 ± 28,9a 80,3 ± 35,8b 149,5 ± 14,7a 82,7 ± 6,3b < 0,001 Glicose (mg/dL) 308,1 ± 28,0a 231,7 ± 78,2b 152,3 ± 23,1c 189,3 ± 32,4bc 164,3 ± 28,7c < 0,001 AST (UI/L) 222,4 ± 29,6a 191,0 ± 25,2ab 164,1 ± 42,2b 165,1 ± 29,4b 144,0 ± 23,1b 0,002 ALT (UI/L) 39,7 ± 5,7ab 46,8 ± 4,6a 47,7 ± 7,4a 34,0 ± 5,0b 39,3 ± 10,9ab 0,005

*Letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatística entre os grupos (p<0,05).** TG: Triglicerídeos; GOS: Grupo dieta óleo de soja; GOM: Grupo dieta óleo de macadâmia; GOC: Grupo dieta óleo de cártamo; GOG: Grupo dieta óleo de gergelim; GOCH: Grupo dieta óleo de chia.

Quanto aos valores para HDL-colesterol, o grupo GOC apresentou redução significativa (p<0,05) quando comparado aos demais grupos, estando inferior ao encontrado por Campanella et al. (2014), cujos níveis de HDL-colesterol (47mg/dL) nos ratos que receberam suplementação com óleo de cártamo em uma dieta normolipídica, elevaram-se. Diante do exposto, pode-se inferir que a dieta com óleo de cártamo apresentou baixa eficácia no aumento dos níveis plasmáticos de HDL-colesterol neste estudo. As diferenças encontradas entre ambos os experimentos podem ser justificadas devido ao tempo de estudo e/ou doses de óleo fornecidas, sugerindo-se um experimento mais detalhado e duradouro para melhor compreensão da influência do óleo de cártamo nos níveis de HDL-c, visto que esta fração é importante na prevenção e controle de doenças cardiovasculares.

O HDL é o maior no tamanho de partícula, em comparação às demais frações de colesterol, e está associado a um menor risco de aparecimentos de doenças

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como a doença arterial coronariana (CHATTERJEE; SPARKS, 2011). Através do transporte reverso do colesterol, o HDL leva os depósitos de colesterol arterial para serem processados no fígado, onde são convertidos em metabólicos úteis e, eventualmente, eliminados através das secreções biliares (YASUDA; ISHIDA; RADER, 2010). Além disso, segundo Gordon et al. (2011), o HDL atua na função imunológica, inflamação vascular, metabolismo de glicose, e no processo de coagulação.

Já os níveis plasmáticos de VLDL-colesterol apresentaram-se superiores nos grupos GOG, GOM e GOC, o que enfatiza maior redistribuição de ácidos graxos para os tecidos, como tecido adiposo, visto que os lipídios de origem hepática são transportados em parte através das VLDL, que possuem grande proporção de triglicerídeos, que na circulação periférica são hidrolisados pela lipase lipoproteica e posteriormente têm os ácidos graxos redistribuídos para os tecidos para armazenamento (XAVIER et al., 2013).

Indo de encontro ao observado nos níveis de VLDL-c, rico em triglicerídeos, os grupos GOM e GOG também apresentaram valores mais elevados destes tri-ésteres quando comparados aos demais. Similar a outro estudo cujo grupo que consumiu dieta com óleo de gergelim também obteve valores elevados para triglicerídeos (109,5 ± 25,67mg/dL) (GUIMARÃES et al., 2013).

Os níveis plasmáticos de glicose foram menores (p<0,05) nos grupos GOC, GOG e GOCH, em comparação aos demais grupos. Vale ressaltar que estes valores de glicose nos grupos GOC, GOG e GOCH encontram-se dentro do parâmetro bioquímico (faixa de 70 a 208 mg/dL) para ratos Wistar machos adultos normais com idades entre 8 e 16 semanas de acordo com Clifford e Giknis (2008). Pode-se dizer, portanto, que estes resultados são decorrentes da composição lipídica destes óleos, que possuem elevada quantidade de ácidos graxos insaturados (EKIN, 2005; VOSOUGHKIA et al., 2011).

Em relação aos parâmetros hepáticos, observa-se que os óleos de soja e macadâmia apresentaram maiores valores na dosagem da enzima AST. Porém, de acordo com Teixeira et al. (2009) a enzima ALT atua como um indicador mais sensível para danos hepáticos, que é encontrada inicialmente no fígado. E que, de acordo com o presente estudo, apresentou dosagens dentro da normalidade para ratos machos adultos em todos os grupos (Melo et al., 2012), podendo-se inferir, portanto, que os óleos avaliados não causaram danos hepáticos.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em nosso estudo foi possível observar menor ganho de peso corporal nos animais que consumiram óleo de cártamo na dieta. Além disso, o óleo de cártamo e os óleos de chia e soja atuaram positivamente em importantes parâmetros bioquímicos, especialmente nos níveis plasmáticos de colesterol total, triglicerídeos e glicose, podendo ser justificado pela predominância de ácidos graxos insaturados nestes óleos.

De modo geral, o óleo de cártamo inserido na dieta dos animais apresentou melhores resultados, principalmente no menor ganho de peso ao final do experimento, podendo-se inferir que atuou com ação termogênica.

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Recebido em: 30 de junho de 2015 Aceito em: 21 de dezembro de 2016

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Tabela  2.  Valores  médios  ±  Desvio  Padrão  (DP)  de  ganho  de  peso,  ingestão  e  eficiência  alimentar dos grupos experimentais por 25 dias
Tabela  3.  Valores médios ± Desvio Padrão (DP) para os parâmetros sanguíneos dos  grupos  experimentais por 25 dias

Referências

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