• Nenhum resultado encontrado

Mapa do fim da fome II

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "Mapa do fim da fome II"

Copied!
38
0
0

Texto

(1)

(2) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas. Coordenação: Marcelo Cortes Neri cps@fgv.br. Equipe do CPS: Luisa Carvalhaes Coutinho de Melo Alessandra Pieroni Corsi Andre Luiz Neri Ângela da Costa Ribeiro Hessia Guillermo Costilla Hugo Segrilo Simas Raquel Luzente de Lima Renata de Almeida Pedro Samanta dos Reis Sacramento. 1.

(3) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. Mapa do Fim da Fome – Zoom nas Favelas Cariocas / Marcelo Neri ...[et al.]. - Rio de Janeiro: FGV/IBRE, CPS, 2004. [37] p.. 1. Pobreza. 2. Desigualdade. 3. Fome. 4. Bem Estar Social. 5. Favelas. I. Neri, Marcelo Côrtes. II. Fundação Getulio Vargas, Instituto Brasileiro de Economia. Centro de Políticas Sociais.. ©CPS/IBRE/FGV 2004. 2.

(4) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. Mapa do Fim da Fome II no Rio de Janeiro: Zoom nas Favelas Cariocas. 1. Introdução O Rio é um estado voltado mais para fora do que para dentro. Os nomes dos principais jornais locais, “Jornal do Brasil” e “O Globo”, refletem o interesse cosmopolita fluminense. O título dos jornais de outros estados faz, em geral, referência à respectiva unidade da federação. O Rio é vocacionado para questões nacionais. A recíproca também é verdadeira. Os olhos do Brasil e do mundo também se voltam com freqüência para o Rio. Isto desde os tempos quando o Rio era Corte. A presença da sede da Rede Globo reforça a visibilidade da vitrine carioca. As imagens do Rio, nem sempre aquelas que causam orgulho local, como a da violência nas favelas cariocas são transmitidas ao vivo e a cores para o resto do país1. Este trabalho estabelece uma base para ações locais que visam combater a miséria através do reforço do estoque de riqueza dos pobres e da provisão de serviços e de políticas públicas. O presente estudo descreve o nível e a evolução do acesso a diversos tipos de ativos, condições de trabalho e de vida nos âmbitos nacional e fluminense dando destaque às especificidades dos municípios, distritos e regiões administrativas do estado. Especial ênfase é dada no texto à análise das grandes favelas cariocas tais como Complexo do Alemão, Jacarezinho e Rocinha bem como de reassentamentos urbanos como os da Cidade de Deus e Maré. O foco nessas comunidades serve para exemplificar o potencial uso dos bancos de dados em áreas críticas. Os cidadãos fluminenses estão convidados a olhar a partir das informações e mapas disponibilizados o seu lugar de moradia desde uma perspectiva própria. O plano do trabalho é o seguinte: a seção dois apresenta uma visão geral dos bancos de dados. e. mapas. que. acompanham. o. estudo.. Buscamos. prover. informações. mais. desagregadas e atualizadas possíveis no nível das diversas localidades do estado e na evolução desses indicadores na última década. O leitor encontrará no apêndice ao fim do trabalho (também em arquivos amigáveis no CD e no site) um conjunto grande de estatísticas com informações desagregadas sobre todas as Regiões Administrativas Cariocas, demais municípios fluminenses e seus distritos assim como para os níveis estadual e nacional. As seções três, quatro e cinco, centrais nesta divulgação, analisam alguns aspectos das condições de trabalho, moradia e de vida nas grandes favelas cariocas. A seção 6 em particular detalha a comunidade da Rocinha, analisamos rapidamente as principais características sócio-demográficas e as atividades empresariais lá exercidas. A seção sete. 1 Por exemplo, ainda é muito comum hoje, mesmo depois da decadência futebolística fluminense, moradores de outros estados torcerem ativamente por um clube do Rio. A diferença é que esta paixão pelo futebol carioca tem sido, no período recente, motivo de desapontamento.. 3.

(5) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. busca contextualizar as análises através de uma retrospectiva da crise social recente nas grandes metrópoles brasileiras vis a vis a adoção de novas políticas sociais. A seção oito apresenta alguns números relativos a redistribuição de recursos para o aliviamento da miséria sob perspectivas diversas. Além da transferência renda, medimos quantas horas cada um deveria contribuir em termos de trabalho voluntário como numerário, ou o estoque de capital necessário para erradicar a miséria. As principais conclusões são deixadas para a última seção. 2. O Banco de Dados Informações geo-referenciadas permitem a localização física das áreas sujeitas às condições sociais mais adversas. O objetivo desta iniciativa é mapear problemas, a fim de possibilitar aos diversos níveis de governo e da sociedade civil traçarem metas sociais, informando ao cidadão comum sobre a extensão das carências em sua localidade e dos recursos necessários para aliviá-la. O Centro de Políticas Sociais (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) vem monitorando as condições de vida da população em diferentes cidades brasileiras de forma a subsidiar com informações espacialmente desagregadas o debate social. A nossa percepção é que as pessoas estão tão preocupadas com o que acontece no seu entorno imediato quanto com o que acontece no país ou no mundo. A quem quiser refletir sobre o combate à miséria na sua localidade acesse o site www.fgv.br/cps ou o CD Rom. O usuário encontrará banco de dados sócio-demográfico acompanhado de software amigável de geração de mapas com números abertos por municípios, e em alguns casos seus distritos ou regiões administrativas. Por exemplo, os moradores de Itaipu em Niterói, ou de Barra Seca no pobre município de São Francisco de Itabapoana, pode se informar sobre as condições de vida em sua vizinhança. O objetivo desta iniciativa é informar aos cidadãos sobre as carências e riquezas de sua comunidade. Este dado é útil para planejar políticas públicas e ações da sociedade civil a nível local. O presente banco de dados apresenta um perfil da população fluminense, conferindo especial ênfase à população pobre, que representa 19,45% da população do Estado, em 2000. Podemos encontrar as principais características da população, através de diversos atributos sócio-demográficos, com objetivo de caracterizar a população do Estado, seus municípios, distritos e subdistritos. Todas esses indicadores estão organizados de forma amigável em um amplo banco de dados, contendo tabelas e mapas que constituem um instrumento poderoso para que sociedade e governos possam elaborar programas bem focados de alívio social, de combate à fome, à miséria e à exclusão social. Utilizamos no estudo informações das seguintes bases de dados: Censo Demográfico, Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (PNAD) e Pesquisa Mensal do Emprego (PME). No CD podemos encontrar maiores informações sobre essas bases de dados e detalhamento das principais variáveis utilizadas. No esquema a seguir obtemos uma visão geral das 4.

(6) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. informações processadas a partir do Censo Demográfico, nossa principal base de dados, que foi organizado mapas temáticos: mapa social, mapa do trabalho, mapa de ativos e mapa da pobreza.. ATIVOS. SOCIAL BÁSICO. MAPAS. TRABALHO. MISÉRIA. i) Mapa Social O Censo Demográfico nos permite traçar um “Mapa Social”, com objetivo de caracterizar a população fluminense com informações referentes à quantidade de homens na população, anos médio de estudo, população em idade ativa, renda, e jornada semanal de trabalho. Através deste mapa social básico identificamos o perfil sócio-econômico básico da população no Estado. ii) Mapa do Trabalho O Mapa do Trabalho tem como objetivo traçar um perfil sócio-econômico da população ocupada em idade ativa do Estado, encontramos a proporção de homens na população, anos médio de estudo, renda, e jornada semanal de Trabalho. iii) Mapa de Ativos O Censo Demográfico 2000 também nos permite criar um Mapa de Ativos onde podemos avaliar a posse de bens da população fluminense, o seu poder aquisitivo, e o acesso a bens públicos. Os ativos podem ser estruturados em três classes de capital: capital físico, capital humano e capital social. A estratégia é analisar três diferentes tipos de impactos que o reforço desses três grupos de ativos podem exercer no nível de bem-estar social. Primeiramente, temos o efeito da posse de ativos no sentido de aumentar a. 5.

(7) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. capacidade de geração de renda dos indivíduos no longo prazo. O segundo efeito induzido pela posse de ativos é o de aumentar a habilidade dos indivíduos pobres em suavizar os padrões de vida ao longo do tempo, seja amortecendo choques adversos de renda, seja alavancando oportunidades. Este efeito está relacionado à interação entre a trajetória da renda e comportamentos financeiros nos segmentos de poupança, seguro e crédito. Por último, os efeitos diretos exercidos pela posse de ativos sobre a qualidade de vida das pessoas. v) Mapa da Pobreza O Mapa da Pobreza nos dá um quadro da miséria no Estado, nos informa a parcela da população cuja renda familiar per capita está baixo da linha arbitrada (indicado por P0). Nesse mapa encontramos, também, o P1, que mostra quanta renda adicional cada pobre deveria receber para satisfazer as suas necessidades básicas, o P2 eleva ao quadrado a insuficiência de renda dos pobres, priorizando as ações públicas aos mais desprovidos. O P1 nos permite diferenciar o muito pobre do pouco pobre, além disso, confere maior peso aos mais pobres, mas o impacto de uma transferência de renda sobre o índice independe do nível de renda daqueles que recebem a transferência. No caso do P2, independente da linha arbitrada, a prioridade é sempre voltada aos de menor renda. Obs: No CD encontramos um detalhamento maior desses índices de pobreza. “O objetivo é informar aos cidadãos comuns sobre as carências e as riquezas de sua comunidade.” 3. O Trabalho nos Morros Cariocas Os dois temas mais presentes em pesquisas de opinião feitas nos últimos anos sobre os principais problemas brasileiros são acima de tudo metropolitanos: desemprego e violência, invariavelmente. Neste processo, a violência Carioca tem habitado as páginas policiais nacionais, em especial a das grandes favelas como Complexo do Alemão, Maré, e Rocinha. Em que medida a atual onda de violência nos morros cariocas é acompanhada por um mau desempenho trabalhista? O Censo 2000 permite analisar a performance trabalhista nas principais favelas cariocas. Note que em função de diferenças metodológicas, estes dados não são comparáveis àqueles de outras bases de dados como a Pnad, a PME e mesmo do Censo 1991, inviabilizando análises temporais. Trabalhamos aqui com as três favelas citadas acima mais Cidade de Deus e Jacarezinho que constituem 5 das 32 regiões administrativas cariocas. Optamos por realizar um contraste deste grupo de RAs com o de RAs de renda mais alta compostas por Lagoa, Barra da Tijuca, Botafogo, Copacabana e Tijuca. Utilizamos. 6.

(8) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. aqui o banco de dados do Mapa do Fim da Fome II para fazer um zoom sobre a situação do trabalho nos morros cariocas. A renda média do trabalho é cerca de 5,3 vezes maior no grupo das áreas mais ricas. Agora ao contrário do estereótipo do malandro do morro Carioca, a jornada de trabalho média lá é cinco horas semanais superior a do asfalto. O resultado destes dois vieses, torna os diferenciais de salário-hora superiores aos observados na renda mensal: 11,8 reais-hora contra 1,99 reais-hora. Um fator é a diferença de cerca de onze anos de idade média entre os dois universos analisados, os jovens tem menos experiência o que prejudica os salários e mais predisposição a trabalhar mais horas. Outro é a diferença na taxa de informalidade que libera os mercados do piso de salário e do teto de horas impostos pela legislação trabalhista explicando parte dos contrastes. A taxa de cobertura previdenciária entre os ocupados que moram nos bairros de alta renda é de 74,5% contra 68,9% das comunidades de baixa renda Informalidade trabalhista e fundiária parecem caminhar lado a lado. Já as taxas de participação não são muito diferentes nas áreas observadas. Cerca de 70% das pessoas em idade ativa em ambas áreas estão economicamente ativas, isto é trabalhando ou procurando trabalho. A taxa de desemprego representa relevante diferencial entre morro e asfalto: 9,9% nos bairros de alta renda contra 19,1% nas favelas em questão, resultado qualitativamente consistente ao de uma série de pesquisas de campo nos morros cariocas pela Ence/IBGE. O excesso de oferta de mão de obra gera uma pressão baixista sobre o rendimento do trabalho local. Obviamente, as taxas de participação, informalidade e desemprego tanto quanto as taxas de salários são variáveis endógenas, mesmo no curto prazo. O fator fundamental é a desigualdade de escolaridade: média de 11,9 anos completos de estudo de um trabalhador nos bairros de luxo contra 6,2 anos nas comunidades de baixa renda. Como existe retorno crescente de educação, cada ano a mais de escolaridade rende mais aos ocupados dos bairros de alta renda: 180,5 reais por cada ano de estudo de um ocupado nos bairros ricos contra 65,9 reais dos pobres. Os vieses observados na renda, jornada e retorno do estudo das pessoas em favelas pode ser sintetizada através do diferencial de salário-hora por ano de estudo de cerca de 307% entre os dois grupos de localidades. Um fato que chama a atenção é que apesar de todas adversidades enfrentadas pelo trabalhador das comunidades de baixa renda, a renda do trabalho desempenha lá um papel mais fundamental: cerca de 81% de todas as fontes de renda nestas áreas advém do trabalho contra 63% das áreas de renda mais alta. Apesar das agruras da vida privada das favelas cariocas, a maior carência parece ser a de estado. Finalmente, é importante precisar se apenas atributos pessoais como gênero, raça, idade, escolaridade, etc explicam a totalidade dos diferenciais de renda, ou se existe discriminação contra o favelado, no sentido de que pessoas com atributos observáveis similares tem acesso a oportunidades de trabalho e de renda diferentes. Uma forma de fazer isso é comparar a renda familiar per capita de todas as fontes de moradores das 7.

(9) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. favelas com os de outras regiões com os mesmos atributos observáveis (sexo, raça, e polinômios de idade e escolaridade). Os resultados confirmam que os diferenciais controlados de renda per capita de pessoas nas cinco comunidades de baixa renda analisadas são até 115.8% menores do que na região administrativa da Lagoa, aquela que apresenta a maior renda. Ou seja, os dados comprovam a existência de um viés de renda contra o favelado. MAPA TRABALHISTA Subdistritos do Rio de Janeiro População Ocupada. Subdistrito. Grandes Favelas Cariocas Rio de Janeiro Jacarezinho Maré Complexo do Alemão Rocinha Cidade de Deus Bairros de Renda Alta Cariocas Lagoa Barra da Tijuca Botafogo Copacabana Tijuca Estado do Rio de Janeiro. Renda em Reais Mensais 405 368 395 396 434 440. Jornada em Horas Semanais 46.0 46.0 46.6 45.0 45.8 45.8. 2145 2766 2664 1913 1761 1631 736. 40.8 41.2 42.3 40.3 40.7 40.0 43.4. SalárioHora 1.99 1.81 1.91 1.99 2.14 2.17. 11.82 15.18 14.21 10.73 9.77 9.22 3.83. Educação dos Ocupados 6.2 6.6 6.0 6.1 5.7 7.2. Salário por Ano de Escola 65.9. 11.9 12.3 11.2 12.3 11.8 11.8 8.2. 180.5. 55.6 65.3 65.2 76.4 60.8. 224.7 238.5 155.4 149.1 137.7 89.3. Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados Censo Demográfico de 2000/IBGE,. MAPA TRABALHISTA Subdistritos do Rio de Janeiro População Ocupada. Subdistrito. % da Taxa de Renda do Desemprego Trabalho. Taxa de Participação. Grandes Favelas Cariocas Rio de Janeiro Jacarezinho Maré Complexo do Alemão Rocinha Cidade de Deus. 80.6 76.5 82.1 81.9 82.0 74.7. 19.1. 70.1. 21.5 18.2 19.5 17.2 22.3. 69.4 70.6 68.5 72.5 67.9. Bairros de Renda Alta Cariocas Lagoa Barra da Tijuca Botafogo Copacabana Tijuca Estado do Rio de Janeiro. 62.9 63.0 74.8 63.1 50.8 61.0 68.1. 9.9. 71.2. 8.7 10.4 9.2 10.3 11.4 17.1. 71.6 71.0 72.7 70.4 69.5 66.7. Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados Censo Demográfico de 2000/IBGE,. 8. Idade. Tx de Formalidade. 27.3 29.1 27.0 27.2 26.0 29.0. 68.92 67.77 67.77 65.77 73.60 71.34. 38.3 38.8 31.9 39.5 43.0 38.8 31.0. 74.53 75.20 70.42 76.48 72.94 76.75 64.5.

(10) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. “Apesar da adversidade trabalhista nas favelas, a renda do trabalho é mais importante lá do que no asfalto.” “Ao compararmos a renda de moradores das favelas com os de outras regiões com os mesmos atributos observáveis, comprovamos a existência de um viés contra os primeiros”. Diferenciais de Renda Familiar Per Capita (base Jacarezinho) População entre 15 e 65 anos de idade. Complexo do Alemão Jacarezinho Maré Santa Cruz Guaratiba Cidade de Deus Rocinha Pavuna Bangu Portuária Campo Grande Anchieta Realengo Penha São Cristovão Madureira Inhaúma Ramos Rio Comprido Irajá Ilha de Paquetá Jacarepaguá Santa Teresa Ilha do Governador Méier Centro Vila Isabel Tijuca Barra da Tijuca Botafogo Copacabana Lagoa. Estimativas Não Controladas -1.74% 0.00% 7.88% 9.69% 10.44% 14.52% 18.31% 26.00% 34.76% 36.34% 38.41% 45.15% 49.80% 51.47% 57.02% 61.27% 64.08% 68.55% 68.75% 76.40% 78.78% 82.65% 85.54% 96.06% 101.43% 113.17% 147.78% 155.25% 172.05% 182.60% 183.49% 205.29%. B. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *. Estimativas Controladas** 3.39% 0.00% 12.98% 1.72% 5.96% 9.69% 25.11% 11.73% 18.14% 27.67% 18.78% 22.63% 25.31% 25.65% 32.39% 28.96% 31.01% 35.64% 35.89% 37.36% 51.89% 46.82% 47.54% 53.75% 50.03% 66.26% 75.43% 78.91% 103.61% 97.29% 99.32% 115.80%. Fonte: CPS/FGV/IBRE a partir dos microdados do Censo Demográfico 2000. B: Todos os dados estão em comparação com o Jacarezinho (variável omitida na regressão). * Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95%. ** Controlada pelas variáveis: sexo, cor ou ça, idade, educação, uf e tamanho de cidade.. 9. B. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *.

(11) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. 4. Cidade de Deus: O Reassentamento Cidade de Deus, o filme brasileiro com maior número de indicações da história do Oscar, tem como cenário uma comunidade que protagonizou uma valiosa experiência sobre efeitos de reassentamentos urbanos a partir da remoção de favelas. O relativamente longo período da existência da comunidade, cuja criação remonta a 1966, na cidade do Rio de Janeiro, permite extrair lições úteis para o desenho de um menu de políticas alternativas de provisão de infra-estrutura pública em áreas desfavorecidas — sem a remoção de famílias para outras áreas, como preconiza o programa Favela-Bairro, em execução na cidade — ou de regularização fundiária, em pauta no debate político, função da crise metropolitana brasileira em curso. Mais metropolitano e favelizado estado da federação, o Rio de Janeiro é um privilegiado laboratório de políticas habitacionais. A realocação de comunidades marginalizadas é um exercício complexo de economia política que pode ser enxergado a partir de diferentes perspectivas dos diversos tipos de atores envolvidos no processo. Em primeiro lugar, a dos antigos vizinhos da favela, no coração da Zona Sul carioca, que perceberam um ganho de capital derivado da valorização imobiliária. Em segundo, as perspectivas do setor público, aí incluindo aspectos políticos e financeiros imediatos e futuros, como custos de remoção ou mudanças prospectivas na arrecadação de impostos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Por último, e mais importante na perspectiva da pobreza, a ótica dos reassentados, que se confunde com a narrativa perseguida no filme. É a partir dessa última perspectiva que iremos analisar as condições de habitação, trabalho e vida dos moradores da Cidade de Deus. Em particular, até que ponto a comunidade compartilha dos mesmos problemas sociais de outras favelas de grande porte da cidade do Rio de Janeiro, como Rocinha, Complexo do Alemão, Jacarezinho e Maré21. Essas comunidades constituem cinco das 32 regiões administrativas cariocas e podem ser analisadas em detalhe a partir do Censo 2000 do IBGE2. A comparação desses retratos sociais fornece impressões iniciais sobre possíveis implicações dos reassentamentos. Comecemos por alguns indicadores ligados à habitação, relacionados à própria origem da Cidade de Deus. A proporção de moradias em terreno próprio (82,8%) é maior que a média das outras quatro comunidades (73,2%) e mesmo de outras do Estado do Rio de Janeiro. O volume de financiamento habitacional (6,9%) é bem superior ao das quatro comunidades (1,5% da média), o que legitima a idéia de que acesso a crédito e maior formalidade dos direitos de propriedade fundiária caminham de mãos dadas. O acesso das famílias a bens duráveis de alto valor, mais sujeito a restrições de crédito, é maior na Cidade de Deus que nas demais comunidades — máquinas de lavar (55,4% contra 38,3%), automóveis (19,3% contra 12,8%), televisores (99,1% contra 97, 4%) e gravadores de videocassete (61% contra 53,6%) —, o que permitiu à quase-totalidade de seus habitantes. 10.

(12) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. assistir à cerimônia do Oscar e permitirá a mais da metade deles assistir ao filme no conforto de seus lares33. Além de financiamento habitacional e títulos de propriedade, um sinal da presença do Estado na vida dos moradores da Cidade de Deus é o acesso a alguns serviços públicos. A comparação, no entanto, revela números próximos aos das outras comunidades analisadas: rede geral de água (98,2% contra 97,7%), canalização no domicílio (98,3% contra 96.2%) e. iluminação (99,1% contra 99,4%). O lixo coletado é o único item a. apresentar maior discrepância favorável à comunidade: (79,1% contra 52,4% das outras quatro comunidades). Como vimos na tabela da seção anterior, das cinco comunidades analisadas a da Cidade de Deus tem a maior renda média do trabalho: R$439 contra R$396 da média das outras quatro, embora a jornada de trabalho fique em nível idêntico: 45,8 horas semanais. O diferencial salarial pode ser explicado pela maior escolaridade média dos ocupados (7,2 anos completos de estudo), também a mais alta entre as quatro comunidades analisadas (6,1 anos). Como a taxa histórica brasileira demora cerca de uma década para que escolaridade média suba um ano, a Cidade de Deus está cerca de uma década à frente da das demais favelas, mas 10 anos atrás da totalidade do estado. No item taxa de desemprego, os 22,3% registrados pela comunidade representam o recorde entre as grandes favelas cariocas (média de 19,1%) e de todas 32 regiões administrativas da cidade ou dos 92 municípios do estado. A alta taxa de desemprego não resulta de maior atividade econômica, de vez que a Cidade de Deus tem a menor taxa de participação no mercado de trabalho entre as favelas consideradas (67,9% contra 70,2% da média). A diferença fundamental na renda percebida no grupo de comunidades é a maior participação de transferências pelo estado, que é mais importante na Cidade de Deus (25,3% contra 19,4%). As condições de moradia da comunidade estão mais próximas às observadas nas grandes favelas cariocas do que no resto da cidade. No entanto, a. carência de Estado. aparece um pouco menos ali do que nas demais favelas. Obviamente, simples comparações de retratos de comunidades diversas tiradas num dado ponto do tempo não são capazes de determinar relações de causalidade entre reassentamentos e condições de moradia e de trabalho dos envolvidos. Para isso, era preciso ter uma seqüência de fotografias, de modo a permitir comparar as mesmas pessoas. 2 Apesar de não ser considerada favela — tecnicamente falando, por ser objeto de planejamento urbano —, os habitantes da Maré a tratam pelo nome de favela. 3 Dos habitantes da Cidade de Deus, 24,2% têm renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo, índice idêntico à média das demais comunidades de baixa renda analisadas. Consistentemente com as imagens do filme, a Cidade de Deus é a região administrativa carioca com maior presença de pessoas que se consideram negros ou pardos (62%), mas — diferentemente do nome — é a terceira em proporção de pessoas sem religião.. 11.

(13) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. antes e depois da mudança4, ou preferivelmente um filme que acompanhasse a história de vida dessas pessoas5.. Serviços e Transferências Públicas Acesso a Serviços Públicos Água rede Canalização do geral micílio. 98.2%. Cidade de Deus. Transferências. Iluminação elétrica. Lixo coleta do. % da Renda Não Trabalho. 99.1%. 79.1%. 25.3%. 98.3%. 97.7%. 96.2%. 99.4%. 52.4%. 19.4%. Maré. 99.5%. 97.5%. 99.6%. 85.0%. 17.9%. Rocinha. 95.3%. 96.4%. 98.3%. 10.7%. 18.0%. Complexo do Alemão. 97.6%. 92.9%. 99.9%. 48.8%. 18.2%. Jacarezinho. 98.5%. 97.9%. 99.7%. 64.8%. 23.5%. 81.8%. 92.9%. 98.9%. 83.0%. 31.9%. Média das demais 4 favelas. UF (Rio de Janeiro). Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados do Censo Demográfico 2000/IBGE.. Duráveis e Moradia Acesso a Bens Duráveis. Financiamento Habitacional. Regularização Fundiária. Tem Tem automó Tem videoc Tem televisão máquina de la vel assete var. Domicílio próprio pagando. Terreno próprio. Cidade de Deus. 55.4%. 19.3%. 99.1%. 61.0%. 6.9%. 82.8%. Média das demais 4 favelas Maré. 38.3% 38.0%. 11.9% 14.3%. 97.4% 97.1%. 53.6% 49.6%. 1.5% 4.2%. 73.1% 67.3%. Rocinha. 35.6%. 8.9%. 96.9%. 54.1%. 0.4%. 71.7%. Complexo do Alemão. 38.3%. 15.2%. 97.6%. 53.9%. 0.8%. 82.6%. Jacarezinho. 41.2%. 9.0%. 98.0%. 56.7%. 0.7%. 71.0%. 52.1%. 34.2%. 97.4%. 57.6%. 5.7%. 70.6%. UF (Rio de Janeiro). Fonte: CPS/IBRE/FGV a partir dos microdados do Censo Demográfico 2000/IBGE.. “Mais metropolitano e favelizado estado da federação, o Rio de Janeiro é um privilegiado laboratório de políticas habitacionais.” 5. Fome, Favelas e Modernidade A Irlanda constituía o melhor exemplo de um país europeu onde a miséria imperava, desde muito tempo. No século 19, cerca de um milhão de irlandeses morreram de fome, desencadeando a onda imigratória em direção aos Estados Unidos. As batatas originárias do novo mundo e transplantadas diretamente às hortas e pratos irlandeses foram vítimas de um misterioso fungo. Como 90% da dieta irlandesa era de batatas, as vítimas da fome se 4 A programa Favela Bairro, recentemente empreendida pelo Instituto Pereira Passos é um excelente exemplo deste tipo de metodologia. 5. Janice Perlman realiza agora nova pesquisa de campo, entrevistando novamente moradores (e seus familiares) de algumas favelas cariocas, o que faz há cerca de 35 anos. Entre eles, ex-moradores da favela da Catacumba, removida da Lagoa Rodrigo de Freitas para a Cidade de Deus. Há cerca de um ano encontrei Janice no aeroporto de uma cidade do Nordeste, onde estava em busca de ex-moradores que tinham regressado à terra natal.. 12.

(14) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. acumulavam com a velocidade que o fungo se espalhava. Cabe lembrar que a Irlanda fazia parte da nação mais rica do mundo na época, a Grã-Bretanha, o berço da revolução industrial que ficou de braços cruzados. Da. fome. irlandesa. podemos. aprender. algumas. lições.. Em. primeiro. lugar,. solidariedade é fundamental, e não automática. Solidariedade é algo que não se compra na prateleira dos supermercados, e que se desaprende no dia-a-dia das flutuações dos mercados. A criação sem precedentes de riqueza, como no auge da revolução industrial, pode caminhar lado a lado com miséria crônica. Em segundo lugar, não devemos colocar todos os ovos (ou batatas) na mesma cesta. Em terceiro lugar, cuidado com as coisas que se traz de fora, o que é bom para outros países, não é necessariamente bom para o Brasil. Da experiência irlandesa contemporânea a que eu gostaria de enfatizar é à busca da modernidade na política social. A Irlanda dispõe hoje de um sistema explícito de metas de redução de pobreza e políticas deliberadas de inclusão digital. Os miseráveis querem mais do que políticas miseráveis. O princípio que “de graça até injeção na testa”, não deveria se aplicar às políticas públicas ou às ações privadas. Os pobres apreciam o que é bom e moderno, muito além da imaginação da elite. Um dos melhores exemplos da demanda dos pobres por qualidade foram as iniciativas empresariais de Magic Johnson, o ídolo do basquete que abriu com estrondoso sucesso luxuosas salas de cinema multiplex em subúrbios negros de Los Angeles. A experiência de abertura da franquia de McDonalds na favela da Rocinha no Rio de Janeiro é um exemplo local deste mesmo tipo de fenômeno. A violência irlandesa, ou nas ações do Exército Republicano Irlandês (IRA), tem sido hoje pacificada. Talvez como fruto de políticas sociais e econômicas de ponta implantadas nos últimos anos. As semelhanças entre as condições de vida e de morte dos irlandeses ilustradas nos injustiçados filmes “Gangues de Nova York” e no “Cidade de Deus” são marcantes. Uma propriedade interessante de ações de inclusão digital, assim como outras políticas voltadas para o público infanto-juvenil, é que foco e persistência caminham de mãos dadas com o alto retorno observado. Não é mera coincidência que o Complexo do Alemão e as favelas da Maré e do Jacarezinho, que ganham destaque nas páginas policiais dos tablóides nacionais, formam o podium da exclusão digital carioca. Nessas comunidades mais de 96% dos domicílios são sem computador contra 41% do bairro da Lagoa, que lidera o ranking da inclusão digital doméstica carioca. Mesmo quando restringimos a análise aos incluídos digitais, aqueles que moram na Lagoa apresentam 6,5 anos a mais de estudo completo e de idade do que dos habitantes das três favelas mencionadas. Rodrigo Baggio teve há sete anos um sonho habitado por jovens negros utilizando computadores em favelas. Não era um sonho num sentido figurativo, como aqueles celebrizados por Martin Luther King (I have a dream) e John Lennon (The dream is over), mas um sonho de verdade. Na manhã seguinte e a cada dia desde então, Rodrigo tratou de. 13.

(15) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. tornar este sonho a realidade de cada vez mais jovens. O começo da história foi no Morro Dona Marta, uma favela carioca. É preciso campanhas de doação de computadores usados em massa para os jovens das favelas e das periferias metropolitanas, como a do Natal Sem Fome sonhada por Betinho há mais de uma década. Sugestão: uma campanha natalina com o jingle ‘Troque seu computador e doe o velho para uma criança pobre, sem parentes, sem carinho, sem rango, sem cobre; deixe na história da sua vida uma notícia nobre.’ (com música de Eduardo Dusek ao fundo). “As maiores fortunas do mundo derivam da nova economia. Agora, como levá-la aos mais jovens e desfavorecidos?” 6. Zoom na Rocinha i) Perfil sócio demográfico Detalhamos aqui um perfil dos moradores da Rocinha tendo como base os dados do Censo Demográfico de 2000. Apresentamos na tabela a seguir as principais características dos moradores de uma das comunidades de baixa renda mais conhecidas, através dos seguintes. atributos. sócio-demográficos:. gênero,. faixa. etária,. posição. na. família,. escolaridade, raça, religião, estado civil, natureza da união. Incluímos também algumas variáveis de natureza econômica como setor de atividade e contribuição previdenciária. Realizamos. a. seguir. uma. breve. análise. desta. população. comparando. às. características sócio-demográficas dos cariocas e dos cariocas em situação de miséria. Temos 56307 moradores na Rocinha, destes, 38,49% ocupam a posição de filhos nos domicílios, e 31,64% são chefes. Quando olhamos os domicílios dos cariocas em situação de miséria vemos que neste caso aqueles que ocupam a posição de filhos representam 48,12%. Um dado importante é a questão etária, o maior grupo na Rocinha é daqueles que têm entre 20 e 24 anos (12,12%), o número de pessoas idosas, é relativamente baixo, ou seja, na Rocinha temos majoritariamente mais crianças e jovens. Entre os miseráveis o grupo mais representativo é o das crianças de 0 a 4 anos (15,52%), seguido pelo grupo daqueles que têm entre 5 a 9 (13,78%) e de 10 a 14 anos (11,45%). Quando olhamos o total de cariocas (pobres e não pobres), notamos que, diferente da Rocinha e dos lugares pobres, o grupo etário mais significativo é o dos idosos (12,76%). Na Rocinha e no município do Rio como um todo, a maioria das pessoas se denominou de cor branca, 53,86% e 58,4% respectivamente, já entre os cariocas miseráveis, a maior parte deles (44,03%) se autodenominaram de cor parda e 39,78% de cor branca. Um dos quesitos mais importantes a ser analisado é a posição na ocupação, nos 3 universos em análise a maior parcela da população é composta por inativos: 39,35% entre. 14.

(16) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. os miseráveis; 37,26% entre o total dos cariocas, e 28,96% na Rocinha. Na Rocinha o grupo dos empregados com carteira também é bastante representativo: 26,93%. Uma outra variável social de grande importância é o nível de educação, a maioria dos cariocas (33.34%) tem de 8 a 11 anos de estudo, na Rocinha o grupo mais numeroso, 31,75%, têm de 4 a 7 anos de estudo; por outro lado, na Rocinha, aqueles que não têm nenhum grau de instrução representam o segundo grupo mais relevante. Quando nos voltamos para o grupo dos cariocas miseráveis, a situação muda, a maior parte deles não têm grau de instrução, comprovando a forte ligação existente entre miséria e baixa educação. Sendo assim, as variáveis que mais distinguem estes três grupos são a escolaridade, a faixa etária e a raça. Resumidamente, a Rocinha é composta por crianças e jovens, que ocupam a posição de filhos no domicílio, a maioria se denomina de brancos e depois de pardos, por um lado temos um grupo numeroso que têm um nível de educação relativamente razoável (de 4 a 7 anos ) contrastando com um grupo também significativo cujo nível de educação é extremamente baixo (sem instrução ou menos de 1 ano de estudo). Vimos também que a maior parte dos moradores da Rocinha são inativos e trabalhadores com carteira assinada. Podemos dizer que a Rocinha apresenta certas características similares ao conjunto do município e outras que a assemelham às localidades pobres do município. Apresentamos abaixo a tabela completa dos Retratos Sociais da Rocinha e também detalhamos numa outra tabela esse Retrato detalhado por faixas etárias.. 15.

(17) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. R E T R A T O SO C IA L U n iv e r s o : M e m b r o s e fe tiv o s n o d o m ic ílio T o ta l. T o ta l Sexo M a s c u lin o F e m in in o P o s iç ã o n a F a m ília C h e fe C ô n ju g e F ilh o (a ) P a i, m ã e , so g ro (a ) N e to (a ) Ir m ã o , irm ã O u tro p a r e n te A greg ado F a ix a e tá r ia 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 6 0 o u m a is C or ou raça B ra n c a P re ta A m a r e la P arda In d íg e n a O u tra s R e lig iã o S e m r e lig iã o C a tó lic a E v a n g é lic a E s p ir itu a lis ta A fr o -b r a s ile ir a O r ie n ta is O u tra s A n o s d e E s tu d o S e m in s tru ç ã o o u m e n o s 1 a 3 4 a 7 8 a 11 1 2 o u m a is ig n o r a d o N a tu r e z a d a ú ltim a C a s a m e n to c iv il e S ó c a s a m e n to c iv il S ó c a s a m e n to r e lig io s o U n iã o c o n s e n su a l N u n c a v iv e u Ig n o r a d o E s ta d o C iv il C a s a d o (a ) D e s q u id a d o (a ) D iv o r c ia d o (a ) V iú v o (a ) S o lte iro (a ) Ig n o r a d o P o s iç ã o n a O c u p a ç ã o D esem p re g a d o In a tiv o F u n c io n á r io P ú b lic o E m p r e g a d o c o m c a r te ir a E m p r e g a d o s e m c a r te ir a C o n ta -p r ó p r ia E m preg ad or N ã o -r e m u n e r a d o P r ó p r io c o n s u m o Ig n o r a d o C o n tr ib u ia p a r a C o n tr ib u i N ã o C o n trib u i Ig n o r a d o. M u n ic íp io d o R io d e J a n e ir o M ise rá v e l. N º d e P essoa s. C o m p o siç ã o V e rtic a l (% ). N º d e P essoa s. C o m p o s iç ã o V e rtic a l (% ). R o c in h a T o ta l N º d e P esso as. C o m p o s iç ã o V e rtic a l (% ). 5798361. 1 0 0 .0 0. 844582. 1 0 0 .0 0. 56307. 1 0 0 .0 0. 2721064 3077297. 4 6 .9 3 5 3 .0 7. 389290 455293. 4 6 .0 9 5 3 .9 1. 27719 28588. 4 9 .2 3 5 0 .7 7. 1919541 1169197 2212764 85900 167602 79918 127580 35859. 3 3 .1 0 2 0 .1 6 3 8 .1 6 1 .4 8 2 .8 9 1 .3 8 2 .2 0 0 .6 2. 238258 129110 406439 5361 39019 8144 15435 2817. 2 8 .2 1 1 5 .2 9 4 8 .1 2 0 .6 3 4 .6 2 0 .9 6 1 .8 3 0 .3 3. 17817 11102 21672 347 1804 1270 1689 608. 3 1 .6 4 1 9 .7 2 3 8 .4 9 0 .6 2 3 .2 0 2 .2 6 3 .0 0 1 .0 8. 447063 433332 441613 501546 507406 463798 439121 454426 431442 380790 315859 242069 739896. 7 .7 1 7 .4 7 7 .6 2 8 .6 5 8 .7 5 8 .0 0 7 .5 7 7 .8 4 7 .4 4 6 .5 7 5 .4 5 4 .1 7 1 2 .7 6. 131098 116359 96686 84316 67660 59926 59761 59046 48271 34239 24226 17303 45690. 1 5 .5 2 1 3 .7 8 1 1 .4 5 9 .9 8 8 .0 1 7 .1 0 7 .0 8 6 .9 9 5 .7 2 4 .0 5 2 .8 7 2 .0 5 5 .4 1. 6138 5399 4680 5404 6826 6048 5343 4499 3617 2698 1996 1164 2495. 1 0 .9 0 9 .5 9 8 .3 1 9 .6 0 1 2 .1 2 1 0 .7 4 9 .4 9 7 .9 9 6 .4 2 4 .7 9 3 .5 4 2 .0 7 4 .4 3. 3400298 541996 12916 1785680 15345 42127. 5 8 .6 4 9 .3 5 0 .2 2 3 0 .8 0 0 .2 6 0 .7 3. 336002 123577 1760 371874 2477 8892. 3 9 .7 8 1 4 .6 3 0 .2 1 4 4 .0 3 0 .2 9 1 .0 5. 30326 4888 0 20501 40 553. 5 3 .8 6 8 .6 8 0 .0 0 3 6 .4 1 0 .0 7 0 .9 8. 771806 3546767 1067722 203284 101947 56917 49918. 1 3 .3 1 6 1 .1 7 1 8 .4 1 3 .5 1 1 .7 6 0 .9 8 0 .8 6. 174943 435348 201431 8204 11957 2545 10156. 2 0 .7 1 5 1 .5 5 2 3 .8 5 0 .9 7 1 .4 2 0 .3 0 1 .2 0. 7608 38925 8446 240 345 181 562. 1 3 .5 1 6 9 .1 3 1 5 .0 0 0 .4 3 0 .6 1 0 .3 2 1 .0 0. 945416 661100 1405515 1933383 833395 19551. 1 6 .3 0 1 1 .4 0 2 4 .2 4 3 3 .3 4 1 4 .3 7 0 .3 4. 266938 155195 248005 158276 13052 3118. 3 1 .6 1 1 8 .3 8 2 9 .3 6 1 8 .7 4 1 .5 5 0 .3 7. 15245 11147 17875 10391 1224 426. 2 7 .0 7 1 9 .8 0 3 1 .7 5 1 8 .4 5 2 .1 7 0 .7 6. 1447715 640399 34500 1092097 1703255 880396. 2 4 .9 7 1 1 .0 4 0 .5 9 1 8 .8 3 2 9 .3 7 1 5 .1 8. 92167 74141 4199 196280 230339 247457. 1 0 .9 1 8 .7 8 0 .5 0 2 3 .2 4 2 7 .2 7 2 9 .3 0. 5621 5901 840 17072 15336 11537. 9 .9 8 1 0 .4 8 1 .4 9 3 0 .3 2 2 7 .2 4 2 0 .4 9. 1770445 132100 149077 329628 2536716 880396. 3 0 .5 3 2 .2 8 2 .5 7 5 .6 8 4 3 .7 5 1 5 .1 8. 152898 10902 9303 24499 399524 247457. 1 8 .1 0 1 .2 9 1 .1 0 2 .9 0 4 7 .3 0 2 9 .3 0. 11741 612 494 1475 30448 11537. 2 0 .8 5 1 .0 9 0 .8 8 2 .6 2 5 4 .0 7 2 0 .4 9. 441442 2160433 167543 1114682 435192 497620 88320 11247 1486 880396. 7 .6 1 3 7 .2 6 2 .8 9 1 9 .2 2 7 .5 1 8 .5 8 1 .5 2 0 .1 9 0 .0 3 1 5 .1 8. 136522 332360 1805 51660 42597 30211 272 1336 362 247457. 1 6 .1 6 3 9 .3 5 0 .2 1 6 .1 2 5 .0 4 3 .5 8 0 .0 3 0 .1 6 0 .0 4 2 9 .3 0. 4921 16304 322 15164 4456 3416 134 23 31 11537. 8 .7 4 2 8 .9 6 0 .5 7 2 6 .9 3 7 .9 1 6 .0 7 0 .2 4 0 .0 4 0 .0 6 2 0 .4 9. 1606548 709544 880396. 2 7 .7 1 1 2 .2 4 1 5 .1 8. 60937 67306 247457. 7 .2 2 7 .9 7 2 9 .3 0. 17096 6450 11537. 3 0 .3 6 1 1 .4 6 2 0 .4 9. F o n te : C P S /F G V p r o c e s s a n d o o s m ic r o d a d o s d o C e n s o D e m o g r á f ic o 2 0 0 0 / I B G E. 16. ..

(18) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps R E T R A T O S O C I A L - P o p u la ç ã o T o t a l - R o c in h a - C o m p o s iç ã o V e r t ic a l ( % ) U n iv e r s o : M e m b r o s e f e t iv o s n o d o m ic íli o F a i x a s E t á r ia s. N º d e P e sso a s. T o ta l Sexo M a s c u lin o F e m in in o P o s iç ã o n a F a m í lia C h efe C ô n ju g e F ilh o ( a ) P a i, m ã e, so gro(a ) N eto(a ) Irm ã o , ir m ã O u t ro p a r e n te A g rega d o F a ix a e tá r ia 0 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 6 0 o u m a is C or ou raça B ra n c a P reta P a rd a In d í g e n a O u t ra s R e l ig iã o S e m r e li g iã o C a tó lic a E v a n g é lic a E s p ir itu a lis ta A f r o - b r a s ile ir a O r ie n ta is O u t ra s A n o s d e E stu d o S e m in s t ru ç ã o o u m e n o s d e 1 a n o 1 a 3 4 a 7 8 a 11 1 2 o u m a is ig n o r a d o N a t u r e z a d a ú l tim a u n iã o C a s a m e n to c iv i l e re lig io s o S ó c a s a m e n to c i v il S ó c a s a m e n to r e lig i o s o U n ião con sen su al N u n c a v iv e u Ig n o r a d o E s ta d o C iv i l C a s a d o (a ) D e s q u id a d o ( a ) D iv o r c ia d o ( a ) V iú v o (a ) S o lt e ir o ( a ) Ig n o r a d o P o s iç ã o n a O c u p a ç ã o D e s e m p re g a d o In a ti v o F u n c io n á r io P ú b lic o E m p re g a d o c o m c a rte ir a E m p re g a d o s e m c a r te i ra C o n ta - p ró p r ia E m p re g a d o r N ã o -r e m u n e r a d o P r ó p ri o c o n s u m o Ig n o r a d o C o n t r ib u ia p a r a p r e v id ê n c ia C o n tri b u i N ã o C o n t rib u i Ig n o r a d o. 0 a 4. 5 a 9. 10 a 14. 15 a 19. 20 a 24. 25 a 29. 30 a 34. 35 a 39. 40 a 44. 45 a 49. 50 a 54. 55 a 59. 6 0 o u m a is. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 1 0 0 .0 0. 4 9 .2 3 5 0 .7 7. 5 0 .9 4 4 9 .0 6. 5 0 .3 6 4 9 .6 4. 4 8 .6 3 5 1 .3 7. 4 7 .5 9 5 2 .4 1. 5 1 .6 8 4 8 .3 2. 5 0 .9 1 4 9 .0 9. 4 9 .7 3 5 0 .2 7. 4 8 .9 2 5 1 .0 8. 4 8 .3 5 5 1 .6 5. 4 7 .0 7 5 2 .9 3. 5 1 .3 5 4 8 .6 5. 4 1 .6 7 5 8 .3 3. 4 1 .3 2 5 8 .6 8. 3 1 .6 4 1 9 .7 2 3 8 .4 9 0 .6 2 3 .2 0 2 .2 6 3 .0 0 1 .0 8. . . 8 4 .5 1 . 1 3 .7 8 0 .1 6 1 .3 5 0 .2 0. . . 8 9 .6 6 . 7 .3 7 0 .3 0 2 .5 0 0 .1 9. 0 .3 6 0 .2 6 9 1 .3 0 . 4 .3 2 0 .8 8 2 .3 9 0 .4 7. 5 .4 8 1 0 .5 1 6 6 .3 6 . 4 .4 2 4 .9 2 7 .1 6 1 .1 5. 2 6 .8 7 2 6 .0 5 3 1 .0 1 0 .0 6 1 .6 0 5 .4 6 5 .7 1 3 .2 5. 4 3 .6 5 3 4 .2 6 1 1 .5 1 0 .1 3 0 .1 3 2 .7 1 5 .2 6 2 .3 3. 5 2 .7 0 3 3 .1 1 7 .7 3 0 .1 9 . 3 .3 9 1 .4 8 1 .4 2. 5 5 .5 2 3 3 .9 2 6 .4 0 . . 2 .2 7 1 .1 8 0 .7 3. 5 8 .6 7 3 3 .8 7 4 .4 8 0 .2 8 . 0 .9 4 1 .4 9 0 .3 0. 6 5 .4 6 3 0 .5 0 2 .1 1 0 .7 4 . 0 .9 3 0 .3 0 .. 6 5 .3 8 2 9 .7 6 2 .1 5 1 .4 5 . 0 .6 5 0 .3 0 0 .2 5. 7 0 .3 6 1 9 .0 7 . 6 .7 0 . 2 .1 5 0 .5 2 1 .2 0. 6 8 .3 0 2 0 .6 0 0 .3 6 7 .5 8 . 0 .8 8 2 .3 2 .. 1 0 .9 0 9 .5 9 8 .3 1 9 .6 0 1 2 .1 2 1 0 .7 4 9 .4 9 7 .9 9 6 .4 2 4 .7 9 3 .5 4 2 .0 7 4 .4 3. 1 0 0 .0 0 . . . . . . . . . . . .. . 1 0 0 .0 0 . . . . . . . . . . .. . . 1 0 0 .0 0 . . . . . . . . . .. . . . 1 0 0 .0 0 . . . . . . . . .. . . . . 1 0 0 .0 0 . . . . . . . .. . . . . . 1 0 0 .0 0 . . . . . . .. . . . . . . 1 0 0 .0 0 . . . . . .. . . . . . . . 1 0 0 .0 0 . . . . .. . . . . . . . . 1 0 0 .0 0 . . . .. . . . . . . . . . 1 0 0 .0 0 . . .. . . . . . . . . . . 1 0 0 .0 0 . .. . . . . . . . . . . . 1 0 0 .0 0 .. . . . . . . . . . . . . 1 0 0 .0 0. 5 3 .8 6 8 .6 8 3 6 .4 1 0 .0 7 0 .9 8. 6 3 .3 4 4 .6 4 3 0 .5 3 . 1 .4 7. 5 3 .6 6 6 .8 7 3 8 .0 3 . 1 .4 3. 5 1 .0 7 9 .4 9 3 8 .9 7 . 0 .4 7. 5 0 .9 6 9 .4 7 3 9 .2 9 0 .1 3 0 .1 5. 5 8 .4 5 5 .6 3 3 4 .4 7 0 .1 6 1 .2 9. 5 4 .1 5 8 .0 7 3 6 .9 9 . 0 .7 9. 5 5 .2 3 8 .0 1 3 6 .1 4 . 0 .6 2. 4 9 .7 9 1 0 .9 6 3 8 .0 5 0 .2 4 0 .9 6. 4 8 .1 6 1 1 .7 2 3 9 .8 1 . 0 .3 0. 4 9 .6 3 1 2 .7 5 3 5 .9 5 0 .4 1 1 .2 6. 4 9 .7 5 1 0 .8 2 3 7 .9 3 . 1 .5 0. 5 2 .2 3 1 2 .2 9 3 4 .6 2 . 0 .9 5. 5 0 .4 6 1 4 .2 7 3 3 .0 3 . 2 .2 0. 1 3 .5 1 6 9 .1 3 1 5 .0 0 0 .4 3 0 .6 1 0 .3 2 1 .0 0. 2 3 .1 7 5 8 .9 6 1 2 .4 5 0 .1 5 0 .2 8 0 .1 0 4 .9 0. 1 4 .5 6 6 4 .3 5 1 8 .2 3 . 0 .7 6 0 .3 3 1 .7 8. 1 0 .5 1 7 0 .3 4 1 8 .2 7 0 .4 3 . 0 .3 4 0 .1 1. 1 6 .4 9 6 9 .7 8 1 3 .1 6 . 0 .2 8 0 .1 1 0 .1 9. 1 7 .1 4 7 0 .4 5 1 0 .8 0 0 .5 9 0 .2 8 0 .2 5 0 .5 1. 1 5 .2 8 7 0 .4 2 1 2 .7 5 0 .5 1 0 .6 8 0 .1 7 0 .2 1. 1 1 .1 5 7 0 .4 3 1 6 .6 2 0 .5 4 0 .6 6 0 .1 5 0 .4 5. 9 .9 6 7 2 .8 8 1 4 .6 3 0 .8 9 0 .7 8 0 .4 4 0 .4 2. 9 .9 5 7 3 .2 1 1 4 .7 6 0 .5 5 0 .8 0 0 .2 8 0 .4 4. 6 .4 1 7 5 .8 7 1 5 .0 5 . 1 .3 0 0 .5 9 0 .8 2. 7 .6 2 6 6 .9 8 2 1 .7 9 0 .8 0 1 .2 0 0 .5 0 1 .0 5. 5 .5 8 7 1 .0 5 2 0 .0 2 0 .7 7 2 .5 8 . .. 5 .2 1 7 2 .1 8 1 8 .8 4 1 .0 0 0 .9 6 1 .8 0 .. 2 7 .0 7 1 9 .8 0 3 1 .7 5 1 8 .4 5 2 .1 7 0 .7 6. 1 0 0 .0 0 . . . . .. 7 2 .6 6 2 6 .9 3 0 .1 7 . . 0 .2 4. 8 .1 6 4 2 .2 2 4 8 .1 6 0 .4 9 . 0 .9 6. 2 .9 6 1 1 .2 3 4 9 .2 2 3 4 .1 6 0 .1 1 2 .3 1. 5 .6 7 1 5 .2 9 4 0 .4 6 3 2 .5 5 5 .6 3 0 .4 0. 7 .3 9 1 7 .4 8 4 1 .0 9 2 8 .1 6 4 .5 0 1 .4 1. 9 .6 2 1 9 .1 8 3 4 .7 9 3 0 .0 4 5 .6 5 0 .6 9. 1 3 .2 5 2 4 .2 1 3 6 .6 5 2 3 .0 7 1 .8 2 1 .0 2. 1 1 .5 8 2 0 .3 8 4 1 .1 9 2 5 .1 3 1 .3 8 0 .3 0. 1 9 .6 8 2 4 .9 1 3 5 .5 8 1 7 .2 3 1 .8 5 0 .7 4. 2 3 .5 5 2 8 .7 1 3 2 .2 1 1 4 .8 8 0 .6 0 .. 2 8 .1 8 2 6 .4 6 3 2 .6 5 9 .1 9 3 .6 1 .. 3 8 .0 4 2 4 .2 5 2 8 .9 8 7 .0 1 1 .0 0 0 .7 6. 9 .9 8 1 0 .4 8 1 .4 9 3 0 .3 2 2 7 .2 4 2 0 .4 9. . . . . . 1 0 0 .0 0. . . . . . 1 0 0 .0 0. . . . 0 .4 3 9 9 .5 7 .. 0 .4 1 1 .3 3 0 .5 9 1 3 .4 0 8 4 .2 7 .. 2 .6 2 7 .4 4 1 .4 2 4 2 .0 3 4 6 .4 8 .. 8 .9 9 1 2 .6 0 3 .2 4 5 4 .4 6 2 0 .7 0 .. 1 3 .3 1 1 6 .9 6 2 .7 1 5 4 .1 6 1 2 .8 8 .. 1 5 .6 9 1 9 .6 7 1 .6 7 5 4 .7 9 8 .1 8 .. 2 3 .0 3 2 1 .9 5 0 .7 2 4 6 .3 9 7 .9 1 .. 2 4 .1 3 2 6 .3 2 0 .5 9 4 4 .3 3 4 .6 3 .. 3 1 .7 6 2 5 .9 0 1 .9 0 3 7 .3 7 3 .0 1 .. 3 3 .5 1 2 1 .5 6 3 .8 7 3 5 .6 5 5 .4 1 .. 3 8 .1 2 1 9 .8 4 6 .8 5 3 0 .9 0 4 .2 9 .. 2 0 .8 5 1 .0 9 0 .8 8 2 .6 2 5 4 .0 7 2 0 .4 9. . . . . . 1 0 0 .0 0. . . . . . 1 0 0 .0 0. 0 .2 6 . . . 9 9 .7 4 .. 3 .5 9 . . . 9 6 .4 1 .. 1 3 .0 1 . 0 .3 1 . 8 6 .6 8 .. 2 5 .2 8 1 .2 2 0 .8 4 0 .4 8 7 2 .1 9 .. 3 3 .0 0 1 .1 8 1 .6 8 0 .6 2 6 3 .5 0 .. 3 9 .6 3 1 .7 3 2 .1 6 1 .9 6 5 4 .5 0 .. 4 4 .6 5 3 .9 0 2 .3 8 2 .1 8 4 6 .8 9 .. 4 9 .6 7 1 .7 8 1 .9 6 7 .6 4 3 8 .9 2 .. 5 6 .9 1 3 .4 6 0 .5 0 4 .9 6 3 4 .1 7 .. 4 2 .6 1 4 .2 1 4 .3 8 2 0 .7 9 2 7 .9 2 .. 3 9 .4 4 3 .5 7 1 .4 4 2 7 .9 8 2 7 .6 2 .. 8 .7 4 2 8 .9 6 0 .5 7 2 6 .9 3 7 .9 1 6 .0 7 0 .2 4 0 .0 4 0 .0 6 2 0 .4 9. . . . . . . . . . 1 0 0 .0 0. . . . . . . . . . 1 0 0 .0 0. 1 .6 2 9 6 .7 5 . 0 .0 6 1 .0 9 0 .4 7 . . . .. 1 7 .9 5 5 3 .0 5 1 .5 0 1 4 .5 4 1 0 .4 7 2 .3 5 . . 0 .1 5 .. 1 5 .6 2 2 2 .2 4 1 .3 0 4 4 .7 3 1 0 .9 7 4 .8 5 0 .2 2 . 0 .0 6 .. 1 4 .2 2 1 9 .9 4 0 .6 8 4 6 .7 4 1 1 .5 7 6 .0 2 0 .4 6 0 .1 7 0 .2 0 .. 1 0 .7 6 1 8 .2 3 0 .5 2 4 8 .0 6 1 2 .4 8 9 .1 9 0 .5 6 0 .1 7 . .. 1 2 .0 0 2 0 .3 4 0 .2 2 4 6 .4 5 8 .5 1 1 1 .9 8 0 .4 7 . . .. 8 .0 2 1 8 .6 9 0 .5 5 4 5 .3 7 1 2 .5 8 1 4 .6 3 0 .1 9 . . .. 8 .5 6 2 6 .6 9 1 .0 0 3 5 .7 7 1 5 .7 9 1 1 .8 6 0 .3 0 . . .. 8 .5 2 3 0 .0 1 . 3 2 .9 7 9 .7 2 1 8 .5 9 . 0 .2 0 . .. 7 .5 6 4 7 .8 5 1 .4 6 2 6 .6 3 5 .5 8 9 .4 5 0 .8 6 . 0 .6 0 .. 2 .2 0 6 9 .9 4 0 .3 2 1 0 .4 2 8 .0 2 8 .4 6 0 .6 4 . . .. 3 0 .3 6 1 1 .4 6 2 0 .4 9. . . 1 0 0 .0 0. . . 1 0 0 .0 0. 0 .0 6 1 .5 6 .. 1 6 .7 7 1 2 .2 3 .. 4 8 .9 5 1 3 .2 0 .. 4 9 .9 0 1 5 .9 4 .. 5 3 .1 3 1 7 .8 7 .. 5 1 .5 2 1 6 .1 1 .. 5 1 .7 6 2 1 .5 4 .. 4 2 .5 1 2 2 .2 4 .. 4 3 .0 4 1 8 .4 9 .. 3 4 .2 8 1 0 .3 1 .. 1 5 .7 1 1 2 .1 4 .. F o n t e : C P S /F G V p r o c e s s a n d o o s m ic r o d a d o s d o C e n s o D e m o g r á fic o 2 0 0 0 / I B G E. 17.

(19) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. RETRATO SOCIAL - População Total - Rocinha Universo: M embros efetivos no domicílio Nº de Pessoas. Total Sexo M asculino Feminino Posição na Família Chefe Cônjuge Filho(a) Pai, mãe, sogro(a) Neto(a) Irmão, irmã Outro parente Agregado Faixa etária 0a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 50 a 54 55 a 59 60 ou mais Cor ou raça Branca Preta Parda Indígena Outras Religião Sem religião Católica Evangélica Espiritualista Afro-brasileira Orientais Outras Anos de Estudo Sem instrução ou menos de 1 ano 1a3 4a7 8 a 11 12 ou mais ignorado Natureza da última união Casamento civil e religioso Só casamento civil Só casamento religioso União consensual Nunca viveu Ignorado Estado Civil Casado(a) Desquidado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Ignorado Posição na Ocupação Desempregado Inativo Funcionário Público Empregado com carteira Empregado sem carteira Conta-própria Empregador Não-remunerado Próprio consumo Ignorado Contribuia para previdência Contribui Não Contribui Ignorado. Faixas Etárias. 56307 27719. 0a4 6138 3127. 5a9 5399 2719. 10 a 14 4680 2276. 15 a 19 5404 2572. 20 a 24 6826 3528. 25 a 29 6048 3079. 30 a 34 5343 2657. 35 a 39 4499 2201. 40 a 44 3617 1749. 45 a 49 2698 1270. 50 a 54 1996 1025. 55 a 59 1164 485. 60 ou mais 2495 1031. 28588. 3011. 2680. 2404. 2832. 3298. 2969. 2686. 2298. 1868. 1428. 971. 679. 1464. 17817 11102 21672 347 1804 1270 1689 608. . . 5187 . 846 10 83 12. . . 4841 . 398 16 135 10. 17 12 4273 . 202 41 112 22. 296 568 3586 . 239 266 387 62. 1834 1778 2117 4 109 373 390 222. 2640 2072 696 8 8 164 318 141. 2816 1769 413 10 . 181 79 76. 2498 1526 288 . . 102 53 33. 2122 1225 162 10 . 34 54 11. 1766 823 57 20 . 25 8 .. 1305 594 43 29 . 13 6 5. 819 222 . 78 . 25 6 14. 1704 514 9 189 . 22 58 .. 6138 5399 4680 5404 6826 6048 5343 4499 3617 2698 1996 1164 2495. 6138 . . . . . . . . . . . .. . 5399 . . . . . . . . . . .. . . 4680 . . . . . . . . . .. . . . 5404 . . . . . . . . .. . . . . 6826 . . . . . . . .. . . . . . 6048 . . . . . . .. . . . . . . 5343 . . . . . .. . . . . . . . 4499 . . . . .. . . . . . . . . 3617 . . . .. . . . . . . . . . 2698 . . .. . . . . . . . . . . 1996 . .. . . . . . . . . . . . 1164 .. . . . . . . . . . . . . 2495. 30326 4888 20501 40 553. 3888 285 1874 . 90. 2897 371 2053 . 77. 2390 444 1824 . 22. 2754 512 2123 7 8. 3990 384 2353 11 88. 3275 488 2237 . 48. 2951 428 1931 . 33. 2240 493 1712 11 43. 1742 424 1440 . 11. 1339 344 970 11 34. 993 216 757 . 30. 608 143 403 . 11. 1259 356 824 . 55. 7608 38925 8446 240 345 181 562. 1422 3619 764 9 17 6 301. 786 3474 984 . 41 18 96. 492 3292 855 20 . 16 5. 891 3771 711 . 15 6 10. 1170 4809 737 40 19 17 35. 924 4259 771 31 41 10 13. 596 3763 888 29 35 8 24. 448 3279 658 40 35 20 19. 360 2648 534 20 29 10 16. 173 2047 406 . 35 16 22. 152 1337 435 16 24 10 21. 65 827 233 9 30 . .. 130 1801 470 25 24 45 .. 15245 11147 17875 10391 1224 426. 6138 . . . . .. 3923 1454 9 . . 13. 382 1976 2254 23 . 45. 160 607 2660 1846 6 125. 387 1044 2762 2222 384 27. 447 1057 2485 1703 272 85. 514 1025 1859 1605 302 37. 596 1089 1649 1038 82 46. 419 737 1490 909 50 11. 531 672 960 465 50 20. 470 573 643 297 12 .. 328 308 380 107 42 .. 949 605 723 175 25 19. 5621 5901 840 17072 15336 11537. . . . . . 6138. . . . . . 5399. . . . 20 4660 .. 22 72 32 724 4554 .. 179 508 97 2869 3173 .. 544 762 196 3294 1252 .. 711 906 145 2894 688 .. 706 885 75 2465 368 .. 833 794 26 1678 286 .. 651 710 16 1196 125 .. 634 517 38 746 60 .. 390 251 45 415 63 .. 951 495 171 771 107 .. 11741 612 494 1475 30448 11537. . . . . . 6138. . . . . . 5399. 12 . . . 4668 .. 194 . . . 5210 .. 888 . 21 . 5917 .. 1529 74 51 29 4366 .. 1763 63 90 33 3393 .. 1783 78 97 88 2452 .. 1615 141 86 79 1696 .. 1340 48 53 206 1050 .. 1136 69 10 99 682 .. 496 49 51 242 325 .. 984 89 36 698 689 .. 4921 16304 322 15164 4456 3416 134 23 31 11537. . . . . . . . . . 6138. . . . . . . . . . 5399. 76 4528 . 3 51 22 . . . .. 970 2867 81 786 566 127 . . 8 .. 1066 1518 89 3053 749 331 15 . 4 .. 860 1206 41 2827 700 364 28 10 12 .. 575 974 28 2568 667 491 30 9 . .. 540 915 10 2090 383 539 21 . . .. 290 676 20 1641 455 529 7 . . .. 231 720 27 965 426 320 8 . . .. 170 599 . 658 194 371 . 4 . .. 88 557 17 310 65 110 10 . 7 .. 55 1745 8 260 200 211 16 . . .. 17096 6450 11537. . . 6138. . . 5399. 3 73 .. 906 661 .. 3341 901 .. 3018 964 .. 2839 955 .. 2318 725 .. 1872 779 .. 1147 600 .. 859 369 .. 399 120 .. 392 303 .. Fonte: CPS/FGV processando os microdados do Censo Demográfico 2000/ IBG E. 18.

(20) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. ii) Os Empresários da Rocinha O principal objetivo desta seção trabalho é subsidiar a aplicação de políticas locais de incremento das atividades micro-empresariais nas áreas de baixa renda. Em particular, empreendemos um estudo de caso dos micro-empresários da favela Rocinha. Mais forte do que a escassez nas favelas de recursos privados, sejam capital físico, humano ou social, é a escassez de serviços e políticas públicas. Neste sentido o universo aqui analisado constitui num laboratório privilegiado acerca dos constrangimentos e carências que devem ser combatidos através da ação pública e de suas possíveis interações com ações privadas. Perfil dos microempresários da Rocinha Segundo a tabela 1 abaixo, podemos verificar que os microempresários da Rocinha geralmente pertencem mais ao sexo masculino (existem 8,2% mais homens do que mulheres), são casados ou apresentam união livre (65.4%) e apresentam faixa etária de 26 a 50 anos, visto que 70,23% da população concentra-se nesta faixa de idade. Esta participação dos indivíduos em prime-age é bastante similar às encontradas segundo a PNAD. De acordo com esta última pesquisa, 69.31% dos conta próprias e 68.71% dos empregadores de empresas com até cinco empregados se situavam nesta faixa etária. TABELA 1 DADOS GERAIS População (%) Sexo Masculino Feminino. 54.10 45.90. 15 Anos ou Menos 16 a 20 Anos 21 a 25 Anos 26 a 30 Anos 31 a 35 Anos 36 a 40 Anos 41 a 45 Anos 46 a 50 Anos 51 a 55 Anos 56 a 60 Anos 61 a 65 Anos 66 a 70 Anos Mais de 70 Anos. 0.60 4.71 6.21 12.22 15.03 18.24 12.32 12.42 8.12 4.61 3.51 1.10 0.90. Solteiro Casado/União Livre Separado/Divorciado Viúvo. 23.50 65.40 7.80 3.30. Idade. Estado Civil. Fonte : Rocinha. De acordo com a tabela 2 abaixo, nota-se que entre os microempresários da Rocinha predomina a baixa escolaridade, pois o analfabetismo abrange 11,81% da população e 66,56% da população era alfabetizado mas possuia apenas o 10 grau (completo ou incompleto). De acordo com a PNAD de 1996 existia entre os 19. conta-próprias cariocas.

(21) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. 6,34% de analfabetos e 51.53% de alfabetizados com até o 10 grau completo. Estas mesmas estatísticas sobem respectivamente para 2.41% e 49.17% entre empregadores com até cinco empregados. O baixo nível de educação dos micro-empresários da Rocinha pode ser também captada pela baixa participação relativa daqueles com 20 grau completo: 8.9% entre os microempresários da Rocinha contra 12.66% e 24.89% com superior incompleto entre os conta-próprias e empregadores com até cinco empregados Cariocas. A escassez de capital humano entre os micro-empresários da Rocinha pode se apresentar como um importante redutor da taxa de retorno dos outros tipos de capital utilizados pelos microempresários. Os microempresários da Rocinha normalmente possuem imóvel próprio (82,68%). Embora a pesquisa não apresentem a participação de direitos formais de propriedade que poderiam facilitar o uso do imóvel como colateral de empréstimos. Apenas 14.21% habitam imóveis alugados. Quanto à ocupação dos microempresários da Rocinha, eles geralmente são biscateiros ou dedicam-se à produção doméstica (33,4%), são micro ou pequeno proprietário (43,8%), ou ainda são autônomos, do tipo, chofer, caminhoneiro, pedreiro, corretor, técnico, professor particular (14,63%), conforme a tabela 2. A variável econômica síntese da pesquisa talvez seja a renda familiar desses microempresários. Nota-se que a renda mensal familiar concentra-se na faixa de 200 a 800 reais, visto que enquanto 45,81% dos microempresários da Rocinha se insere nesta faixa, somente 15,57% dos microempresários recebe de 1000 a 1500 reais como renda mensal familiar e apenas 17,56% ganha mais de 1.500 reais. (vide tabela 2) Quanto às características de fecundidade: 80,10% dos microempresários da Rocinha tem filhos: 78,35% tem até 3 filhos e 87,7% dos seus domicílios são constituídos por até 5 pessoas. Em resumo, os atributos pessoais predominantes entre os micro-empresários da Rocinha são os seguintes: (i). 54.1% são homens;. (ii). 70.23% encontram-se na faixa de idade de 26 a 50 anos;. (iii). 65.4% são casados/união livre;. (iv). 80.1% têm filhos;. (v). 82.68% moram em imóvel próprio;. (vi). 78.37% possuem apenas até o primeiro grau completo;. (vii). 66.87% pertencem à faixa de renda familiar até 1.000 reais;. (viii). 33,4% são biscateiros ou dedicam-se à produção doméstica, 43,8% são micro ou. pequeno proprietários, 14,63%. são autônomos do tipo, chofer, caminhoneiro, pedreiro,. corretor, técnico, professor particular.. 20.

(22) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. TABELA 2 DADOS PESSOAIS E FAMILIARES. População (% ) Nível Escolar Analfabeto 1º Grau Completo 1º Grau Incompleto 2º Grau Completo 2º Grau Incompleto 2º Grau Técnico Incomp./Comp Superior Incomp./Comp. 11.81 53.75 12.81 4.10 10.41 2.30 4.80. Funcionário de Alto/Médio Escalão Funcionário de Baixo Escalão Profissional Liberal com Curso Superior Autônomos (corretor, técnico, prof. particular) Autônomos ( chofer, caminhoneiro, pedreiro) Biscateiro, Produção domética Médio ou grande proprietário Pequeno proprietário Micro proprietário Empregados domésticos Outros. 1.24 2.18 0.73 4.67 9.96 33.40 0.21 16.29 27.59 1.04 2.70. Até 200 reais 200 a 400 reais 400 a 600 reais 600 a 800 800 a 1000 1000 a 1500 1500 a 2000 Mais de 2000. 9.28 14.97 16.47 14.37 11.78 15.57 9.08 8.48. Até 2 Pessoas 3 Pessoas 4 Pessoas 5 Pessoas 6 Pessoas 7 Pessoas ou mais. 22.40 26.20 23.10 16.00 5.00 7.30 80.10 33.42 28.66 16.27 11.14 10.51. Ocupação. Renda Mensal Familiar. Nº de Pessoas no Domicílio. Tem Filhos Quantos Filhos. 1 2 3 4 5. Filho Filhos filhos Filhos Filhos ou mais. Tipo de Domicílio Imóvel próprio Imóvel alugado Imóvel de familiares Outros Fonte : Rocinha. 21. 82.68 14.21 2.80 0.30.

(23) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. Perfil dos Empregados em Microempresas da Rocinha A fim de completar a análise dos recursos humanos das microempresas da Rocinha analisamos o perfil dos empregados e dos familiares ocupados nestes empreendimentos. 56,9% das microempresas da Rocinha não recebe qualquer ajuda da família, segundo a tabela 3. Ou seja, 43,1% dos microempresários são auxiliados por suas respectivas famílias, revelando a importância relativa da célula básica do tecido social, a família, como insumo das atividades microempresariais locais. 38,42% do total de microempresários recebem auxílio familiar por intermédio do trabalho de seus membros, principalmente do cônjuge (20%) e de seus filhos (16,20%) e somente 3,3% dos microempresários recebe dinheiro da família como forma de ajuda. As microempresas da Rocinha geralmente não contam com a ajuda de mais nenhum funcionário em seus empreendimentos, além de seus próprios familiares (76,82%). 18,1% das microempresas da Rocinha possuem 1 ou 2 pessoas auxiliando suas atividades, enquanto 5.1% possui três ou mais funcionários. A maior parte dos funcionários contratados pelas microempresas da Rocinha são fixos (81,7%) e quando decidem empregar trabalhadores ocasionais, os microempresários normalmente contratam apenas um funcionário (73,81%). Além disso, nota-se que normalmente as microempresas decidem contratar apenas 1 funcionário fixo (53,61%) ou no máximo de 2 a 5 funcionários fixos (39,7%), mas muito dificilmente elas contratam mais de 5 funcionários (1,3%). A faixa etária dos funcionários das microempresas da Rocinha situa-se entre 19 a 35 anos de idade, pois tal faixa de idade representa 54,44% dessa população. Portanto, como somente 22,22% dos funcionários das microempresas situam-se na faixa etária de 35 a 50 anos, podemos dizer que os funcionários são relativamente jovens. Nesse sentido, ao compararmos os dados referentes à idade dos microempresários e de seus funcionários (respectivamente, tabelas 1 e 3), podemos concluir que os funcionários das microempresas sejam mais jovens que os seus patrões, uma vez que : (i) de um lado, 44,34% dos funcionários situam-se na faixa de idade até os 25 anos, tal porcentagem cai para 11,52%, ao considerarmos os proprietários das microempresas. (ii) por outro lado, 47,03% dos funcionários situam-se na faixa de idade de 26 a 50 anos, tal porcentagem sobe para 70,03%, ao considerarmos os proprietários das microempresas. Em suma, a análise do trabalho adicional em relação ao desenvolvido pelos proprietários revela a importância do trabalho dos cônjuges e de filhos, evidenciando a importância do chamado capital social aqui representado através da família na operação destes empreendimentos. As microempresas da Rocinha geralmente não contam com a ajuda de mais nenhum funcionário em seus empreendimentos, além de seus próprios familiares (76,82%), sendo 18.3% destes funcionários ocasionais e em geral jovens 22.

(24) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. (44,34% até 25 anos de idade).. Apenas 5.1% das microempresas possue três ou mais. funcionários. TABELA 3 DADOS DOS FUNCIONÁRIOS DAS MICROEMPRESAS. População (%) Ajuda Familiar Não tem Dinheiro Trabalho Filhos Cônjuge Pais Outros Parentes Outra forma de Ajuda Compra Produto p/negócio Entrega encomendas Divulgação Outros nº de Pessoas que Ajudam na Atividade além do Familiares Nenhuma 1 Pessoa 2 Pessoas 3 a 5 Pessoas Mais de 5 Pessoas Funcionários Fixos 1 Funcionário 2 Funcionários 3 a 5 Funcionários Mais de 5 Funcionários Ocasionais 1 Funcionário Mais de 2 Funcionários Faixa de Idade dos Funcionários Menores de 14 Anos 14 a 18 Anos 19 a 25 Anos 26 a 35 Anos 35 a 50 Anos Maiores de 50 Anos Fonte : Rocinha. 23. 56.90 3.30 38.42 16.20 20.00 3.10 11.70 1.38 0.43 0.26 0.26 0.43 76.82 12.99 5.09 3.80 1.30 81.70 53.61 22.16 17.53 6.70 18.30 73.81 26.19 1.85 12.96 29.63 24.81 22.22 8.52.

(25) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. Perfil das Microempresas da Rocinha De acordo com a tabela 4 abaixo, constatamos que as microempresas da Rocinha apresentam como atividades principais a venda de produtos alimentícios (21,93%), a posse de bar/birosca (18,94%) e a realização de serviços diversos (13,16%).. Em termos mais. genéricos, a atividade de vendas supera a atividade de serviços nas microempresas da Rocinha. A maioria dos microempresários da Rocinha não tem outra atividade e dedica-se apenas a sua atividade principal (87,75%), e entre os 12,25% que desempenham uma atividade empresarial complementar, nota-se mais da metade destas atividades extra (6,57% do total) se refere a venda de produtos alimentícios, roupas e acessórios e cerca de 25% (3% do total) se refere a biscates e serviços diversos. Em consonância com os dados do último parágrafo, a grande maioria dos microempresários pobres da Rocinha não tem acesso a outras fontes de renda (74,47%) e apenas 16,92% desses microempresários possuem outro negócio ou um emprego como outra fonte de renda. As aposentadorias e pensões complementam a renda de apenas 2,6% da população. Quanto à intensidade das atividades microempresariais 94,71% se ocupam durante os 12 meses por ano, 73,27% operam em mais de 5 dias por semana e 91.5% dedicam acima de 5 por dia à atividade. Quanto à sazonalidade dos negócios, apesar de 30,40% dos microempresários não considerar que existam melhores épocas para o trabalho, mas 45,5% consideram subperíodos do verão carioca representados por itens como mês de dezembro, o fim de ano, o ano novo e o verão os melhores períodos do ano para o desempenho de suas atividades. Este tipo de informação explorado nos últimos dois parágrafos pode ser útil na formulação do fluxo de pagamento dos contratos de crédito. Os microempresários da Rocinha realizam tal atividade entre 1 a 5 anos (37,75%), mas nota-se que enquanto 74,47% da população desempenha essa atividade a menos de 10 anos, apenas 19,72% a desempenham a 11 anos ou mais.. 24.

(26) O Mapa do Fim da Fome II: Zoom nas Favelas Cariocas – www.fgv.br/cps. TABELA 4 DADOS OCUPACIONAIS População (% ) Atividade Principal Serviços Diversos Biscates, Chaveiro, Etc Costura Diarista/Babá/Cozinheira/Chofer Bar/Birosca Venda, Roupas e Acessórios Venda de Produtos Alimentícios Venda Diversos. 13,16 10,27 4,29 11,47 18,94 9,17 21,93 10,77. Não tem outra Atividade Serviços Diversos Biscates, Chaveiro, Etc Costura Diarista/Babá/Cozinheira/Chofer Bar/Birosca Venda, Roupas e Acessórios Venda de Produtos Alimentícios Venda Diversos. 87,75 1,39 1,59 0,50 0,70 0,70 2,49 4,08 0,80. M enos de 1 ano 1 a 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 20 anos 21 a 25 anos 26 a 30 anos M ais de 30 Anos. 21,61 37,35 18,43 7,57 6,77 2,89 3,09 2,29. Não tem Outras Fontes de Renda Outro Negócio Emprego Aluguel Outros Aposentadoria e Pensões Não Sabe/Não Respondeu. 74,47 7,31 9,61 5,11 3,30 2,60 0,20. Até 4 Horas 5 a 8 Horas 9 a 12 Horas M ais de 12 Horas. 8,50 28,20 47,60 15,70. Até 5 Dias M ais de 5 Dias. 26,73 73,27. Até 11 M eses 12 M eses. 5,29 94,71. Não Existe Início do M ês Final do M ês Dezembro Fim de Ano e Ano Novo Inverno Verão Outros. 30,40 3,10 2,54 4,76 21,13 3,32 19,59 15,16. Outra Atividade. Tempo que realiza a atividade. Outras Fontes de Renda. Horas Por Dia que Dedica a Atividade. Dias Por Semana que se Dedica a Atividade. M eses Por Ano que de Dedica a Atividade. M elhores Épocas para o Trabalho. FONTE: ROCINHA. 25.

Referências

Documentos relacionados

Considerando a contabilidade como centro de gestão da informação, os autores defendem o aprimoramento de uma visão sistêmica ao profissional, como também uma maior compreensão

Portanto, mesmo percebendo a presença da música em diferentes situações no ambiente de educação infantil, percebe-se que as atividades relacionadas ao fazer musical ainda são

5 Cs e 1 contexto : uma experiência de ensino de português língua estrangeira conforme os parâmetros de ensino de língua norte-americanos – Standards for Foreign Language Learning

Acrescenta que “a ‘fonte do direito’ é o próprio direito em sua passagem de um estado de fluidez e invisibilidade subterrânea ao estado de segurança e clareza” (Montoro, 2016,

No código abaixo, foi atribuída a string “power” à variável do tipo string my_probe, que será usada como sonda para busca na string atribuída à variável my_string.. O

Para analisar as Componentes de Gestão foram utilizadas questões referentes à forma como o visitante considera as condições da ilha no momento da realização do

Foi membro da Comissão Instaladora do Instituto Universitário de Évora e viria a exercer muitos outros cargos de relevo na Universidade de Évora, nomeadamente, o de Pró-reitor (1976-

libras ou pedagogia com especialização e proficiência em libras 40h 3 Imediato 0821FLET03 FLET Curso de Letras - Língua e Literatura Portuguesa. Estudos literários